Finalizada em: 23/10/2019

Capítulo Único


Busan.

Dois mil e três.


Ela tinha tudo preparado para poder ir ao seu primeiro dia de curso e estilista. Por seis longos, e penúltimos, meses, ela pegava o único expresso que ia para o curso. Havia outros, mas, se tinha um expresso, então por que perder tempo fazendo ponte com outro? 

é uma garota brasileira de lindos fios castanhos, com umas senhoras curvas de se tirar o fôlego. Esse seu curso era apenas para pegar o certificado de profissionalizante dentro do país, já que ela tinha se mudado para a Coreia do Sul recentemente e tinha achado uma grande potência de mercado naquele lugar. 

Por ter se formado na América do Sul, ela não conseguiria aplicar toda sua criatividade na Coreia do Sul. A verdade é que ela não parou para analisar isso antes de descobrir que tinha uma pequena parte da família de seus pais que eram sul-coreanos, e, se soubesse que no final no curso ia se apaixonar em montar todos os figurinos para clipes, ela teria dado um grande jeito de ter concluído o curso no Estados Unidos, onde seria mais fácil conseguir os tão esperados diplomas internacionais, e não ficado apenas com o que se aplicava a toda extensão da américa. 


💫


Em uma manhã fresquinha, com um sol beirando sair de trás das nuvens brancas, contava os dias para suas férias do curso. Não via a hora de poder focar na nova coleção que estava desenhando no pequeno caderno. Ela revezava muito em escrever nas folhas de fichário que havia trazido do Brasil e no caderno de folhas brancas em que desenhava a coleção. sofria de ansiedade e fazia mais de um ano e meio que não tinha uma crise, e isso era maravilhoso, mas não podia deixar de seguir a receita que sua psicóloga havia passado para ela, escrever sempre, pois isso a ajudaria. E realmente ajudava.

Colocou seu tênis ajeitado no Genkan do curso — com as pontas viradas para a rua –, colocou uma pantufa que a escola oferecia e foi para sua sala. Estava tão acostumada com aquela rotina que às vezes esquecia que não morava ali há pouco tempo. Entre as alunas, conheceu uma aluna também brasileira, porém estudante de arquitetura. Apenas uma única aula elas tinham juntas, e era digamos compreensivo, já que abordava as leis e costumes do país, e como a professora era uma advogada, então essa aula era em um dia específico e com quase todas as turmas juntas.

— E então, ansiosa para entregar todo seu portfólio? — Midori questionou.

— Sim, quero essas férias logo para entregar, ainda bem que, com base no meu diploma, eles falaram que um ano é excelente para conseguir o certificado. E você com seu projeto?

— Não vejo a hora. — Comeu sua fruta. — Eu quero apresentar e é só amanhã, depois disso vou ter meu certificado e serei uma arquiteta oficial aqui. — Riram baixinho.

— Quando eu me tornar uma grande estilista, quero que você faça minha casa, ok? Com uma grande área para observar as estrelas já que era minha segunda opção ser astrônoma.

— Isso explica a quantidade de roupa da NASA. 

— Não tenho tantas. — Ela olhou para a roupa que usava e voltou a olhar para a amiga.

— Ah, sim, claro. Vai para o trabalho hoje? 

— Sim, felizmente. — Andaram até à saída.

— Já vi que vai ver o garoto do expresso.

— Com certeza. — Estava animada. As duas andavam em direção ao trabalho. — Fico por aqui. — Se despediu.

— Cuidado, e até amanhã. 

— Até, Thaís. 

Andar até à loja onde trabalhava era bem tranquilo, as pessoas por lá já a conheciam. A loja era focada em roupas para clipes, e sempre levava em consideração as bandas que estavam começando. Naquele ano, a loja tinha fechado uma parceria com uma produtora de vídeo clipe, o que causou uma grande demanda para eles e também um grande cinesia no estabelecimento, foi aí que foi contratada.

Seus projetos levaram rumo para a loja, sempre ajustando os figurinos e as ideias para as roupas exclusivas. E isso a enchia de amor, da mesma forma a deixava exaltada, não só por vender, mas por passar horas lá atrás, na fábrica, onde ela monitorava uma das etapas de criação das roupas.

Ao finalizar e deixar passo a passo em cima da mesa, ela saiu às pressas para poder pegar o penúltimo expresso da noite. Por estar atrasada, podia ser que ela não encontrasse o garoto do expresso. Sentiu seu coração ficar pequeno, e aquela sensação de que precisava vê-lo antes das férias começarem aumentou; Entrou como sempre no vagão e procurou por um assento vazio, tirou seu caderno de dentro da sua mochila e começou a escrever, sentia sua ansiedade apertar nas semanas de provas — como aquela. 

Depois de duas paradas o garoto subiu, com sua mochila mais cheia do que nos outros dias, ficou o observando discretamente. Estava mais exaltado do que nos outros dias, mas a expressão de que tinha conseguido o que mais almejava estava bem à mostra. E mais uma vez ela se pegou escrevendo sobre o garoto, na última semana, no penúltimo dia. 


💫


Ela havia chegado tão exaltada em casa que não estudou para a prova do dia seguinte, o que a fez acordar uma hora antes do normal e estudar um pouco todas as suas anotações e livros. Não teve escolha a não ser ir lendo durante o trajeto, tomando seu café da manhã num copo térmico. Era tanta coisa que não tinha como estudar tudo aquilo para daqui algumas horas, ia infelizmente ficar com nota baixa ou então devendo ponto; E era tudo que ela não queria para aquele momento.

— Oi, que cara de acabada. — Midori sentou ao lado dela.

— Saí tarde do trabalho, cheguei em casa cansada, morrendo de dor de cabeça, deitei na cama e apaguei depois do banho, e aí acordei cedo para estudar e vim estudando, só quero o fim disso!

— Ai, amiga, você pelo menos tomou café da manhã? 

— Sim, mas só queria dormir hoje, no meio do caminho desisti de estudar e fui escrever. 

— Não precisa dizer sobre o quê. — Sorriu, divertida. — Vamos? Nossa última prova já vai começar.

entrou na sala e fez a prova rapidamente, não foi sorte, mas simplesmente aquelas anotações de revisões que ela sempre fazia depois da das aulas que a ajudaram, podia dizer que saiu dali mais confiante do que no momento em que pegou a prova C, e começou a fazer todas sem a menor dificuldade. Ela esperou a amiga terminar a prova e foram juntas até um restaurante que tinha ali perto. 

— Logo sai a última nota. — Disse Midori depois de cortar o macarrão com a tesoura. 

— Estou ansiosa, pela nota de hoje, eu não sei o que aconteceu com a prova C. — comeu um Gimbap.

— A prova A estava tão fácil, eu sinceramente não estudei tanto para essa prova, eu já esperava o pior. 

— Quer saber a verdade? — Viu a amiga concordar. — A professora falou que a apenas duas estariam difíceis, mas acho que era só uma, ela é a única que passa três tipos de provas.

— Espero que todos tenham conseguido. — Se referiu à prova B. — Recebi mensagem de umas das meninas que grava vídeo comigo, que ela não lembrava quase todas as questões.

— Conseguiram, sim. Eu amo esse restaurante, eu saio daqui explodindo. — Conteram a risada alta. 

— Vamos? Eu pago dessa vez, da última você pagou sozinha, .

— Fique à vontade, eu esqueci de pegar dinheiro hoje. 

— E o último clipe? Conseguiu colocar sua ideia no figurino?

— Não. — Saíram do restaurante. — Uma outra mulher que trabalha lá colocou a ideia dela como prioridade e depois enviou para o clipe. — Disse, muxoxa. — Mas tudo bem, eu acho que consigo nessa nova coleção, fiquei sabendo que vai ter um projeto, e acho que a minha loja vai acabar patrocinando.

— Desejo toda sorte do mundo, você merece. 

— Espero. — Suspirou. — Tenho uma ótima coleção no papel, eu vou terminar hoje no expresso.

— Sei, terminar no expresso. — Cutucou, fazendo cócega. 

— Claro que não, eu vou indo, até.

— Até! Temos aquele encontro, viu? Não esquece, te mando mensagem hoje à noite.

— Estarei esperando.

entrou na rua de sempre e foi ao seu trabalho. O movimento estava tão devagar que ela ficou fazendo seu projeto, e aquilo deixou até sua chefe bem preocupada, pois estendeu para os outros dias o movimento parado da loja e se eles se mantivessem assim, tudo iria por água abaixo, principalmente os contratos de parceria.

No meio da segunda semana de férias de , Naomi sentou na cadeira vermelha e olhou para todos seus funcionários na grande sala. Eles eram uma boa loja de roupas, mas o que ajudava os patrocínios era o número de vendas, mesmo não sendo os patrocínios com grandes produtoras de clipes e também filmes.

— Precisamos realmente de algo que levante. — Comentou uma funcionária.

— As coleções dos antigos clipes não deram muito certo, as vendas não foram lá em cima e mesmo com a nossa coleção própria não tivemos. Eu preciso de novas coleções que chamem a atenção de todos, de quem vê na vitrine e também nas nossas redes sociais, quem tem pronto? Ou quase pronto?

recorreu à sua memória se tinha uma coleção desenhada que cabia no padrão que ela, Naomi, queria, já que ela desenhava vários modelos aleatórios. Até que se lembrou de um, onde juntou os dois estilos de moda dos dois países que eram donos de seu coração. Até sua mãe tinha gostado do que havia desenhado, desde as blusas até as saias. 

— Eu tenho. — Disse firme de que seria aprovado os croques. — Eu já trago para você. 

Viu sua chefe fazer um sinal para ela, e foi correndo até sua sala — que também era de outras garotas, pegou a pasta onde tinha todas as roupas desenhadas e procurou pela coleção denominada como “In my Heart”. Voltou para a sala de reunião e explicou tudo para ela.

— E é isso, além de ser a primeira coleção que fiz depois que cheguei aqui, é um dos meus favoritos, a moda masculina e feminina, e eu levei em consideração os dois países que moram em meu coração.

— São todos bons, passava por eles, levarei para casa e assim irei analisar. — concordou. — Tem mais algum desenho? — Questionou Naomi.

— O meu. — Sayuri entregou para sua chefe. Era a mesma mulher que colocou sua ideia em primeiro plano para o clipe.

— Bem, então é isso, vou analisar todos e logo após converso com vocês. Estão dispensadas, podem ir para suas casas mais cedo.

Era duas horas mais cedo que ela estava saindo do trabalho, e com a esperança de sua coleção ser aprovada; Esperou um pouco assim para pegar seu expresso enquanto escrevia em alguns papéis avulsos e soltos; Perto do horário ela foi para a plataforma e esperou o mesmo, foram alguns minutos incansáveis de pé, afinal ele nunca demorava tanto assim. 

— Até que enfim.

Falou em seu idioma ao ver o mesmo se aproximar a plataforma. Como de costume, entrou na cabine e procurou um lugar para sentar, e por ironia só havia um único lugar vazio, já que estranhamente o expresso estava lotado naquele horário. Sentou atrás do garoto, e como de costume pegou as folhas para desenhar apenas. 

O atraso do expresso foi único, aquela tarde o mesmo começou a ter problemas no motor e por mera coincidência o mecânico principal estava em uma viagem arrumando o único expresso que poderia substituir aquele, e claro que isso ela não tinha a noção, apenas quando o expresso parou novamente, porém muito diferente quando — o garoto do Expresso — embarcou no mesmo. O solavanco foi tão intenso que derrubou as folhas no chão. Sua calmaria mudou no mesmo tempo, ela teve que se segurar firme no banco da frente para ser arremessada com tudo contra ele.

— Você está bem? — questionou, olhando para trás.

— Sim, será que quebrou?

— Não, é a primeira vez que ele para desde que tomei o expresso.

— Isso é horrível.

— Sim. — Ajudava a pegar as filhas. — Aqui está.

— Obrigada.

Aquela breve conversa balançou seu coração e os pensamentos, que nem fez questão de contar se faltava alguma folha. também sentiu o calor em seu peito, ela tinha uma beleza diferente, traços diferentes. Era encantadora e linda, tudo em uma garota só, todos os adjetivos que podia pensar para descrevê-la, e ela ficou gravada em seus devaneios por um bom tempo, até o momento em que ela se levantou para descer na plataforma e dar um último sorriso em agradecimento pela ajuda do rapaz.

ficou ali sentado a vendo desaparecer com o borrado da velocidade do transporte, e não se deu conta que estava pensando tanto nela que até passou de seu embarque, sendo assim parando na última plataforma do expresso. Ao pegar a bolsa do chão — que havia caído com a parada do trem, ele viu duas folhas presas nela, e logo deduziu que eram da moça. Pegou com cuidado para não amassar e nem sujar, e colocou dentro de uma pasta que tinha em sua mochila e logo após guardou a mesma lá. Andou tranquilamente pelas ruas até chegar em sua casa.

Deixou seu tênis na genkan e a mochila em seu quarto. Estava com fome e ao mesmo tempo preguiça de preparar algo, já que o cansaço falava mais alto. O ensaio tinha sido muito puxado, além de continuar no seu emprego de um período depois do ensaio, afinal ele ainda não estava contratado e não tinha passado na prova final para fazer parte do grupo. Ao término da sua comida instantânea ele foi da uma revisada na lição do curso de inglês e então as folhas da garota do expresso apareceram mais uma vez para ele. Morrendo de curiosidade, ele pegou as mesmas e olhou com admiração; Os traços delas eram firmes e delicados, davam muita atenção para os detalhes das roupas que ela desenhava, era uma coleção bem bonita, diga-se de passagem, uma que até ele usaria, tanto em shows e até mesmo na rua. A moça tinha um bom senso para roupas.

Já a outra folha era uma que ele nunca nem sequer imaginava que iria ver em sua vida. Uma carta que não havia remetente, não havia nome, apenas havia uma descrição que não precisava de muito para entender a quem se referia.


💫


Ela estava procurando desesperadamente as folhas, era sua coleção, a que ela passou mais de dois meses mudando até chegar no resultado final, não acreditava que tinha perdido, e se entregou junto para Naomi? Não, ela lembrava certamente que a viu folheando os desenhos de “In my Heart”; Então, pensou ao se jogar na cama, e além de pensar se xingava também, afinal uma estilista que perde sua coleção é o mesmo que perder suas roupas e ficar nua. E o pior, não eram só os desenhos que tinham sumidos, mas também a última carta em que havia descrevido o garoto.

No caminho para o trabalho ela conversava incansavelmente com Midori, ela estava quase entrando em pânico pela carta ter caído em mãos erradas, já Midori via como um sinal e tentava dizer isso de todas as formas possíveis e educadas para — por mensagens.

“Só mantenha a calma, você chegou tarde ontem e cansada, pode ser que você encontre nas suas coisas mais tarde.”

“Eu revirei ontem à noite todas as pastas, e nada!”

, respira, ok? Você vai achar, de alguma forma ou de outra, mas permaneço em acreditar que o destino resolveu dar um empurrãozinho por você.”

“Não mesmo, eu nem tenho sentimentos por ele. Eu vou entrar no trabalho, até mais e pare com essa ideia.”

“Bom trabalho, e não mesmo, haha.”

— Bom dia.

— Bom dia, , Naomi pediu para avisar que daqui trinta minutos vamos ter a reunião.

— Certo, muito obrigada. — Ela sorriu.

Os trinta minutos foram bem parados, não de clientes, mas sim de afazeres; Sua cabeça estava nas folhas perdidas, Naomi não tinha aberto ainda a loja e já chegava a ser dez horas da manhã, e depois da reunião o fato ficou bem explicado.

— Então começamos a confeccionar a coleção In my Heart, e depois vamos para a coleção da Sayuri, assim teremos um bom carro chefe para atrair mais pessoas. 

“Ela disse carro chefe? A minha coleção?!” pensou consigo e não pode deixar que um grande sorriso aparecesse em seu rosto. 

— Com isso, preciso que e Sayuri fiquem aqui monitorando as respectivas peças, espero que não se incomodem que vai mudar a carga horária de vocês por alguns meses.

— Tudo tranquilo por mim. — Sayuri afirmou.

— Para mim também, eu posso conversar com a coordenação do curso.

— Eu agradeço pela compreensão de vocês duas, e de todos que estão aqui nessa sala, vamos voltar com tudo! Meninas, fiquem aqui para passar a nova grade de trabalho de vocês. 

Naomi deu os melhores horários para as duas, não ia mais ficar como vendedora até sua coleção ser finalizada. Só houve um leve probleminha que ela não gostou, não ia mais ver o garoto e com isso passaria metade da tarde e a noite toda sem ter muita coisa a fazer. Pelo menos teria um tempo para se cuidar, o que fazer de manhã não dava muito certo. Sayuri ficou com o meio da tarde e a noite livres para ela, o que rendeu um bom tempo com a família dela. Então as duas equipes revisaram os turnos, e isso já se aplicava para aquele dia. 

Ao terminar tudo, ela se retirou com sua equipe, que não eram muitas mulheres e homens, e entregou a chave para a loira. O caminho todo foi pensando no que sua amiga falou, e passou a acreditar que podia ser realmente um indício de que o destino deu um empurrãozinho literalmente. 

Naquela mesma semana, procurou a garota do expresso com os olhos, mas não a encontrou, consigo carregava as folhas e a carta, que relia mais de uma vez. Foram dias assim, a procurando e não encontrando, pensou também se ela estava constrangida ao perceber que a carta ficou e a vergonha de vê-lo tomou conta do coração de . 

Mas houve uma noite em que precisou ficar mais tempo no ateliê, ou melhor, em seu escritório confeccionando a etiqueta para a sua coleção. Já com o desenho feito à mão e no editor, ela pegou suas coisas e ajeitou a mesa do seu escritório. Fazia tempo que não pegava o expresso pela noite. O vento frio que passava pelo túnel, olhava de um lado para o outro verificando o local e também para ver se a luz da cabine do maquinista aparecia em meio à escuridão. 

Quando o mesmo chegou, ela entrou na cabine e procurou com os olhos um lugar vago. , quando a viu, sentiu a alegria se manifestar em seu coração. Ajeitou-se no banco e tirou a mochila do banco vazio, dando a disponibilidade para ela.

— Boa noite. — Disse sorrindo para ela.

— Boa noite. — Sorriu de volta.

— Sou .

. — Viu o garoto fazer uma cara estranha. Sorriu e falou devagar como se pronunciava. — . 

Leira?
— Quase isso. — Riu.

— Quando deu aquele problema no trem, algumas folhas ficaram trás. — Pegava a pasta da mochila. — Dos seus desenhos. — Entregou.

— Obrigada, eu estou tão aliviada.

— Você é só desenhista ou é estilista?

— Acho que posso dizer que sou as duas coisas. — Sorriu.

— Seus traços são bonitos. — Ruborizou. — Digo, os dos desenhos.

— Obrigada. — Sentiu suas bochechas esquentarem.

Ele pensou em como continuar a conversa até a plataforma que ela ia descer;

— E há quanto tempo você confecciona? 

— Não tem tanto tempo assim, como não sou daqui preciso fazer um curso para ter a deliberação para trabalhar aqui. 

— Hm, primeira vez que conheço alguém assim.

— E eu pretendo abrir minha própria linha aqui. 

— Eu torço que você consiga.

— E você?

— Estou na segunda fase para entrar em um grupo, ainda não sei o nome, não quiseram revelar. 

— Aonde eu trabalho fornecemos roupas para alguns clipes. — Conversava como se fossem amigos de longas datas. — Algumas são lindas, eu confesso, mas até hoje não teve uma coleção que fizemos e me agradou.

— Um dia, quem sabe, vocês consigam.

— É. — Olhou para o desenho. — Obrigada por ter guardado, eu não teria como fazer outro. 

— Por nada. — escutou a gravação anunciar a próxima parada, onde ela ia descer. — Nós podemos sair um dia desses? 

— Pode ser, mas minha carga horária do trabalho mudou, só hoje que fiquei mais tempo.

— Damos um jeito. — O expresso se aproximava mais. — Sábado eu não tenho ensaio nem nada, posso encontrar com você aqui amanhã? — Se referiu à plataforma.

— Pode sim. — O expresso parou. — À uma da tarde. — Se encaminhava até a porta.

— À uma, tchau.

— Tchau.

saiu com as pernas bambas, sua amiga tinha razão, e não tinha como negar isso depois daquelas pequenas horas conversando com ele. Além disso, seus desenhos estavam consigo, menos a carta, foi aí que ela se perguntou se ele havia guardado ou nunca tinha chegado até ele, torceu pela segunda hipótese.

No meio do caminho foi contando para sua amiga o que tinha acontecido, e que estava com quase tudo de volta, além de contar que já sabia o nome dele e que iam se encontrar no sábado. Claro que o pior não foi ver que a carta não estava com ela, mas sim ouvir sua amiga cantar a felicidade de estar certa.


💫

Sábado chegou acanhado, as nuvens nubladas, o sol se escondendo por completo; Mesmo assim optou pelo shorts jeans e a blusa de manga comprida da NASA. Deixou sua lente de lado aquele dia e foi com seu óculos, estava pronta para vê-lo, mesmo com um grande frio na barriga.

a esperava na plataforma quando ela desceu as escadas, ele estava muito bonito também, uma blusa branca e a boa e velha calça jeans preta. Ele tentava arrumar o cabelo, estava avoado depois de o expresso sair dali.

— Oi. — Disse ela, tímida.

— Oi, você quer em outro lugar ou aqui está bom?

— Pode ser aqui, conheço uma sorveteria boa. 

— A da esquina? — Começaram a andar. 

— Sim, já foi lá? 

— Eu morava lá perto, me mudei para ficar mais perto do trabalho, e já que o expresso ainda passa lá eu não me incomodei. 

— Que coincidência, era para eu está morando lá, mas no inicio o meu dinheiro não ia cobrir o aluguel. — Se referiu à plataforma final. — E nos conhecemos no expresso. — Sorriu, acanhada.

— Graças às folhas que pararam na minha mochila. — Riu. Eles já estavam com seus respectivos sorvetes. Posso fazer uma pergunta?

— Claro.

— Você gosta muito da NASA?

Ele riu, tentando controlar sua risada escandalosa, todos faziam essa pergunta a ela.

— Sim, era para eu trabalhar nesse ramo, mas os cálculos nunca foram o meu forte, por que algo denunciou isso? — Questionou, brincalhona.

— Suas roupas, ou melhor, suas blusas são sempre da NASA.

— É meu grande amor, levo como hobbie olhar as estrela, cosmos e afins durante a noite, e a coleção que você guardou acho que deixa isso a mostra.

— Sim. — Ele riu. — Naquele dia, eu devia ter entregado a você, mas eu gostei do que você tinha escrito, ninguém nunca tinha falado coisas tão sutis desse modo sem ao menos me conhecer. — Entregou a carta.

— Eu. — Respirou fundo. — Eu tenho ansiedade e minha médica pediu para escrever, e faço isso desde que cheguei aqui, e você chamou muito a minha atenção no expresso, o que acabou me dando muita vontade de escrever sobre você. 

gostava de ser direta em alguns assuntos, mas naquela hora ficou com medo de ter assustado o garoto, afinal ele ficou olhando para ela.

— Não sou nenhuma maníaca. — Gargalhou. — Eu escrevo para acalmar, às vezes coisas que queria que acontecesse ou então algo que imagino bem aleatório, só descrevo o que a pessoa me fez sentir, o que no seu caso em muitas vezes foram coisas positivas. 

— Uau! Eu pensei em várias formas para dizer o quanto você é linda, e você foi tão direta e ao mesmo tempo delicada. — Ele a fez rir, tímida.

— Chega um momento em nossas vidas, que temos que parar de ter medo de tudo, mas sempre medir as palavras para falar, foi o que aconteceu comigo. 

— Eu poderia ver essas outras cartas?

— Não todas, algumas eu posso deixar. — Sorriu. — Você é daqui? — Se referiu à cidade. Ela puxou assunto depois daquele clima meio estranho.

— Sim, conheço Busan muito bem, posso te mostrar qualquer dia se quiser. E você?

— Eu aceito o convite. Eu vim do Brasil, mas meus bisavós são sul-coreanos, então vim até aqui resgatar toda a origem. Aí quando descobri que eu tinha já a cidadania daqui resolvi mudar meu foco do curso de moda na última hora, principalmente depois que me apaixonei por Busan.

— Eles devem estar muito orgulhosos de você.

— Ah sim, em algum lugar desse céu eles devem estar com um grande sorriso. 

A conversa saiu tão natural depois de Maeda ser tão direta. Falaram praticamente de tudo, não da vida deles, mas de gostos iguais, e coisas que nem um e nem outro sabia que existia. Na hora da despedida eles trocaram o número de seus celulares para manterem o contato. 

As agendas dos dois não batiam muito, eram apenas em algumas vezes e olhe lá, e eram nessas vezes que eles saiam juntos, jantavam, almoçavam ou até mesmo só tomavam um sorvete. Quando a rotina de voltou — as aulas também — ao normal e sua coleção estava na vitrine, ela avisou o garoto que agora todas as noites os dois poderiam pegar o expresso juntos. 


💫


Três meses haviam se passado, havia avisado que sua coleção estava já na loja aquela manhã e estava fazendo o maior sucesso local, um sucesso que nem ela acreditou que estava acontecendo. Com isso, resolveu fazer uma surpresa e prestigiar a coleção de Maeda; Com a ajuda do aplicativo ele chegou a loja sem se perder pelas ruas. 

— Oi. Posso ajudar? — se aproximou, depois de ver que a pessoa procurava algo. 

— Estou procurando as peças da coleção In My Heart. — a olhou. No exato segundo as bochechas dela coraram. 

— Ficam aqui, senhor. — O levou até o layout, era bem estranho fingir que não o conhecia. — Todas essas. — Mostrava as peças masculinas. — São da coleção, e ali fica unissex. 

— São roupas lindas, bem feitas e de um ótimo gosto, eu levaria todas, mas não tenho dinheiro para isso. — Sorriu para ela.

— Acredite, estou me sentindo muito estranha com essa situação.

— Não fique. — Cochichou quase perto dela. — Eu vou levar esses dois. — Pegou um casaco e uma blusa. Se encaminhou até o caixa. — Até mais. — Passou por ela.

— Acredite, estou tentando. — Fez o mesmo que ele. — Até.

ficou do lado de fora esperando terminar o expediente de . Por esses meses ele se tornaram amigos, o que junto dos dias eles acabaram criando um sentimento a mais, no caso em esse sentimento só aumentou com o tempo, e naquela noite eles já tinham planejado de ir até a casa dela, às onze horas para ver um cometa.

Ela preparou um lanche quando chegaram e ajustou sua luneta, e os dois ficaram perto da janela esperando a hora do cometa passar. 

— Olha. — Ela deixou preparado para ele ver. — Não é lindo? Eu viveria vinte e quatro horas só apreciando essas maravilhas. 

— Eu passaria também vinte quatro horas olhando para uma única estrela. — Disse olhando para ela.

Precisou juntar toda sua coragem para falar aquelas onze palavras para a garota mais linda que ele havia conhecido.

— Qual? — Saiu da luneta e olhou para ele.

— Você, .

Eles se aproximaram sutilmente; colocou uma de sua mão sob o tórax do garoto, Yiru segurou o rosto dela com as duas mãos frias, e o beijo saiu mais desengonçado, já que para ele era o primeiro beijo, afinal tinha apenas dezesseis anos. riu depois de separarem seus lábios, não era a primeira vez que ela beijava, mas também nunca beijou um menino em questão de poucos meses ao conhecê-lo.

— Me perdoe.

— Tudo bem, eu gostei. — Ela assumiu.

— Está tarde, preciso ir. — Selou brevemente. — Amanhã eu te ligo, está bem?

— Está.

Acompanhou até à porta e depois recolheu sua luneta. Foi dormir com aquele beijo sendo reprisado inúmeras vezes em seus pensamentos, a verdade é que um pequeno fato ficou em sua cabeça, ela era mais velha que ele, e descobriu isso em uma conversa aleatória com ele, era quatro anos mais velha que ele e isso para ela era bem errado.

No dia seguinte, enviou uma mensagem a ela, já que ela não tinha atendido o celular, não conversou muito com ela pois já estava entrando para a aula. Mas ele percebeu que algo estava bem diferente com ela depois que eles se beijaram, ela tentava o evitar, estava pegando o expresso em outro horário. Mas isso não ficou por muito tempo — apenas dois dias.

“Oi” — Ela enviou.

“Oi”

“Está com tempo para falar?”

“Sim.”

“Eu pensei um pouquinho depois que a gente se beijo, e bem ‘tá isso não é assunto para se falar por mensagem, então queria saber se dá para me encontrar amanhã?” 

“Claro, que horário?”

“Hm, às 19 horas?”

“Pode ser, te espero na sorveteria que tomamos sorvete aquele dia.”

“Ok, até mais, .”

“Até mais, .”


💫

No dia seguinte, sábado, ela se arrumou e colocou o moletom da NASA. Estava com uma casquinha enquanto esperava ele chegar.

— Oi.

— Oi, como você está? — Ele questionou.

— Bem, cansada, mas estou bem, e você?

— Também, amanhã é a seletiva.

— Isso é incrível, e sei que vai passar. 

— Obrigado, mas o que queria conversar?

— Eu sei que tivemos uma atração grande nos últimos dias, e que nos beijamos. , eu sou mais velha que você, realmente não acho legal esconder isso de você, não que eu havia escondido, mas não comentei, mesmo com quatro anos de diferença, acho melhor não darmos continuidade nisso.

— Mas, , não somos obrigados a ficar longe um do outro. Eu entendo e respeito seu ponto, mas e se mantermos contato?

— Eu sei. — Eles pararam de andar. — Mas é melhor assim, para só evitar qualquer coisa. — Ela concluiu. 

— Não tem nada que eu diga que possa mudar, né?

Ela negou com a cabeça. 

— Entretanto, realmente podemos manter contato, eu esqueci de responder. — Riu sem jeito.

— Tudo bem, eu preciso ir, tenho que treinar. Até. 

— Até.

saiu devastado. Não imaginou que ela era quatro anos mais velha que ela, afinal, não aparentava ser a idade que falava — e isso sempre era um problema para a moça em determinado assuntos; foi para casa, ensaiar a música, os passos e até mesmo refletir o que ela havia contato e decidido por eles.

O contato permaneceu entre eles, mas com um clima bem desagradável, afinal eles haviam se beijado e sentiam uma atração pelo o outro. Quando ele foi aprovado e entrou oficialmente para o grupo Bangyan Sonyondan, ou futuramente chamado carinhosamente de BTS, comemorou com sua família esse grande passo e sonho que conquistou e compartilhou com , e no fundo a moça sentiu um aperto no coração, talvez por ter tomado uma decisão que podia esconder da sociedade e também dos familiares. 


💫


Seis anos depois.


havia se mudado depois do grande sucesso de suas roupas, mas no fundo sempre sentiu um vazio dentro de si. Não era a mesma coisa, entretanto não era o fato de ter esquecido aquele garoto coreano que a conquistou no expresso, ela não havia mais tempo de olhar as estrelas e cosmos, não conseguia achar esse tempo para contemplar a paz dentro de si. 

Em uma noite, ela mexia em seus antigos croques, achava engraçado como, em seis anos, tudo mudou, incluindo principalmente sua técnica de desenho, mas aquele croque bem embrulhado no plástico a fez voltar ao passado, era uma coleção única que morreu de medo de ter perdido quando o expresso oriente parou, e depois de alguns dias teve de volta; Nunca teve a oportunidade para fazer, mas também não se deu ao luxo de ir atrás quando começou a comercializar suas roupas. E aquilo lhe deu um estalo, engatinhou até à cama, já que estava com as pernas e o bumbum doendo por ficar sentada diretamente no chão, abriu seu notebook e pesquisou por um curso curto, agora que estava morando no Estados Unidos da América, e com vinte e seis anos, seria mais fácil. 

— Hm, esse parece ser bom. — Comentou com sigo mesma. — Pronto, agora só estudar para a prova final.

Um curso rápido, nada demorado, queria o básico para poder incrementar na coleção S&C que pretendia lançar no ano que vem. 

Estudar sobre o que ama é como se o tempo não durasse, como se tudo que ela viu foi em apenas um dia, suas notas altas e os trabalhos exemplares a fez criar mais ainda ideias e confiança em si mesma, saiu com seu diploma e pronta para organizar todo seu desfile de roupa.


💫


Vidros. Paetês. Espelhos. Estrelas e cosmos. Tudo feito com precisão e colocação na grande passarela, astros de músicas e Hollywood estavam ali presentes, na primeira fileira, todos elegantes e muito bonitos, mas o que ela realmente não esperava ver quando subiu ao palco eram os sete garotos sentados na segunda fileira. 

Seus olhos se cruzaram como cena de filme, onde anos depois o casal se reencontrava, por um tempo curto, ela manteve seus olhos fixos nos olhos castanhos e só depois voltou a olhar para todos em sua volta, com os modelos, homens e mulheres — deixando bem ressaltado que eram de várias estruturas corporais diferentes — passando por ela.

— Amy. — chamou, já atrás da cortina. 

— Sim? — Amy era sua assistente e braço direito, tinha um bom gosto para modelos, e também escolhia alguns famosos para fazer parte dos convidados.

— Aqueles garotos, todos coreanos. — Falou com exatidão. — Quem são eles? — Queria apenas.

— É um grupo coreano, o BTS, espero que não tenha se incomodado, fiquei sabendo que eles estão em um projeto para um clipe novo e querem cuidar da parte visual deles e como a sua coleção é para ambos os sexos eu resolvi chamá-los, além de eu ter um grande amor por eles. — As duas riram.

— Tudo bem, só queria saber quem eram, poderia chamar o , por favor.

— Você o conhece? 

— Parcialmente. — Sorriu. — Você não se incomoda, né? Consegue, né? — Satirizou.

— Consigo, eu consigo.

— Certo, estarei no meu camarim esperando.

Respirando muito, Amy foi até a área da festa pós-desfile. Estava ele, encostado em uma mesa conversando com os outros seis integrantes, entre risadas e drinks sem álcool, eles viram a moça negra se aproximar. 

— Com licença. — Pediu. — , poderia me acompanhar? A estilista gostaria de falar com você. 

— Sim. — Colocou seu copo na mesa e seguiu a moça.

Amy bateu na porta e escutou a autorização de sua amiga e chefe, depois colocou a cabeça para dentro da porta avisando que ele já estava ali. , sentiu um frio na barriga, e o corpo estremecer, era como voltar seis anos atrás quando falou com ele pela primeira vez. E, como de costume, ela vestia sua blusa da NASA, porém customizada por ela, e a saia estilo “galáxia” de sua coleção S&C, com um salto alto preto.

— Oi. — Ela falou, tímida.

— Olá, como você está linda.

— Obrigada, você também está lindo. 

— Precisa de alguma coisa?

— Ah, sim. — Se virou para trás e pegou uma pasta. — Uma garota falou que precisava te entregar, escreveu sobre você depois do desfile. — Entregou.

E, da mesma forma que tudo começou o primeiro encontro, ela deu início ao segundo. 

Bem curtinha a carta, não falou muito, afinal sua ansiedade não a atrapalhava mais, entretanto escrevia quando desejava e desejou escrever sobre ele, sobre como se sentiu ao ver seus olhos se cruzando, o brilho no olhar do mesmo ao perceber que era a de seis anos atrás, e que no fundo ela sempre pertenceu a ele. 

— Você não muda nunca. — Sorriu de canto, aquele menino tímido e reservado até nas palavras havia sumido, agora era sem dúvidas um homem que poderá levá-la a loucuras. — Mas ainda bem que foi apenas nisso que não mudou. — Se referiu à carta, se aproximando. — , eu nunca consegui tirar você dos meus sonhos, você sempre foi a última mulher que penso antes de dormir e a primeira ao acordar, aquela que procurava entre a multidão de fãs, entre as pessoas na rua e até mesmo no hotel. E se você soubesse o quanto eu sonhei que beijava esses lábios. 

— Eu posso fazer esse seu sonho se tornar realidade. 

Ela se aproximou dele e o beijou. Um beijo intenso e caloroso, com direito de uma boa pegada de . Se seria um para sempre depois daquele dia, ambos não tinham ideia, mas que depois da festa eles aproveitaram e muito bem — e sem medo da idade –, isso eu garanto que eles fizeram muito bem.

— Só uma pergunta. — Ele se afastou um pouco.

— Diga.

— São os desenhos que eu guardei para você?

— Sim, os próprios. — Riram.


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Alguns dias depois, em uma das viagens de , ela se encontrou com em um hotel brasileiro. Os dois estavam deitados na cama enquanto conversavam, e o assuntou acabou indo para a coleção dela, a mesma que fez os dois se reencontrar.

— Nada ainda. — Bloqueou seu celular.

— Você vai ter um pedido de contrato.

— Eu não sei, , normalmente sai em dois meses, e já estou indo para o quarto mês de coleção e nada ainda.

— E se. — Ele pensou consigo antes de completar a frase. — Tenha calma. 

Pegou seu celular do criado mudo enviou uma mensagem para os outros garotos sobre a coleção e a ideia que ele teve ao ver os modelos desfilando. Não tinha como negar que elas caíam muito bem para o clipe, e aceitaram só teriam que passar para seu assessor sobre a escolha, mas que não ia aceitar um não dele — assessor, já que eles tinham escolhido.

— Logo você vai ter um e-mail pedindo a coleção, você é incrível, acredite. — Selou em um beijo rápido. — Preciso me arrumar, você vai? 

— Vou ver o show por trás só.

— Ok.

A garota se arrumou em outro quarto, pegou seu crachá de All Access e foi até o local do show. Durante o show que ela assistira ao lado da equipe de assistência, ela recebeu um e-mail, do assessor dos garotos, onde pedia para fechar o contrato da coleção, junto vinha o dia para se encontrarem e iriam discutir tudo.

Ela não imaginou que tinha feito aquilo por ela, não só por ela, mas pela a coleção. Depois do show, eles se encontraram no camarim.

— Você armou tudo naquele momento em que estávamos deitados na cama?

— É. — Riu. — Não gostou?

— Sim, eu gostei, eu só não esperava. — Estava um pouco acanhada.

— Nós vamos estar na reunião junto do assessor, temos que assinar também, já que a ideia foi nossa.

— Sua. — Ela riu. — Vamos? Eu vou com vocês na van.

— Vamos.

Algumas semanas, e a pequena reunião foi feita com muito êxito. E quando houve a estreia do clipe, a coleção S&C passou a ser uma das mais vendidas na antiga loja que ela trabalhava. podia ter saído de lá, mas sempre enviava a coleção, afinal para ela foi onde tudo aconteceu.

Com o passar dos meses, e se aproximaram mais, conhecendo os novos gostos deles, aprendendo mais de cada um. Até o BTS anunciar as tão gloriosas férias, foi aí que tudo começou para os dois. apenas falou do namoro com para os meninos e os familiares e aos poucos os fãs foram descobrindo.

E quem diria que um Expresso Oriente iria cultivar um casal tão apaixonado e com muito sucesso.




Fim.



Nota da autora: Oi! Essa foi minha primeira fanfic com um dos meninos do BTS, então me perdoem se a fanfic não ficou tão perto do que vocês esperavam. 

Entretanto eu a peguei pelo simples fato da capa, que a maravilhosa da Gih fez, ter o expresso e uma pequena parte da fanfic passar na minha cabeça, e bom, saiu melhor do que eu esperava. Eu tentei deixar o meio neutro, pois assim vocês poderiam ler com outro garoto do BTS, é eu pensei nesse lado em tentar agradar vocês. 

Se quiserem saber de novidades, como fanfics novas, trechos das fanfics que estão sendo atualizadas só entrar no grupo Cantinhos da Cevans, será muito bem recebida s2!

É isto! 

“Comentem o que acharam, obrigada pelo seu gostei, e nos vemos no próximo capítulo” — Alanzoka.

Vou deixar aqui os lugares onde vocês tem acesso a cada informação da Fic e também minha Pagina da Autora, com todas as Minhas Fanfics e informações sobre mim.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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