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Prólogo

- , você vem com a gente? - Escutei a minha amiga me gritar do cômodo ao lado. - A avenida Champs-Elysées deve está super linda para a virada. - Ela continuou a gritar, mas eu estava ocupada demais assistindo vídeos de animais no celular para dar atenção.
Alguns minutos depois, escutei batidas na porta e respirei fundo. Eu amava a minha amiga, mas não entendia o dela motivo de sair. Já estava no meio da noite, a temperatura iria cair ainda mais, o que eles queriam na rua?
- , sei que você está acordada, abre a porta. - dizia enquanto batia na minha porta com mais força. Eu desejei estar dormindo de verdade naquele momento, mas constatei a tempo que seria muito pior; ela derrubaria a porta.
Antes de meus pensamentos sobre o que poderia fazer se concretizarem, me levantei e fui em direção à porta. Não poderia correr o risco de me arrancar do quarto sem nem me deixar trocar de roupa.
- Como assim você não está arrumada ainda? - Ela entrou gritando, lançando um olhar chocado em minha direção por eu ainda está de pijama.
- , eu não quero ir. - Eu disse no que parecia ser um tom suave, mas a carranca que seu rosto sustentava só aumentava.
- Mas é Ano Novo. Quem fica em casa? - Minha amiga disse enquanto revirava os olhos e andava para o lado oposto do quarto: o closet.
Respirei fundo, me preparando para uma super argumentação, mas ela foi mais rápida.
- Não! Você não. - Ela disse como se lesse meus pensamentos. A parei no meio de seu percurso até meu closet e a abracei de lado, a fim de implorar mais um pouco.
- Você poderia mudar de ideia e ficar comigo aqui, a gente assistiria Supernatural e babaria pelo Dean. - Eu disse com o maior sorriso de todos. Assistir SPN era umas das coisas que mais gostávamos de fazer juntas, pois eu não era muito adepta a programação de veste e embeleze que todas as meninas no auge dos vinte e poucos anos tinha.
- Claro que não, hoje é a minha chance de começar o ano namorando alguém; até um francês quem sabe… - disse um pouco risonha, se desvinculando de mim e entrando finalmente no meu closet. Eu tinha em mente que tinha feito o meu melhor ao usar o Dean, mas naquele dia ela não estava para brincadeiras. Ela saiu quase que no mesmo instante que entrou, segurando em uma mão uma calça cintura alta e uma blusa de gola. - Para não dizer que sou ruim, vou deixar você escolher o agasalho e os sapatos. - Acompanhei seus movimentos ao passo que ela arrumava tudo na minha cama e se preparava para sair. A olhei com a minha melhor cara de choro e ela fez uma careta. - Eu não vou pedir outra vez. - passou por mim e antes de fechar a porta ela continuou. - Algo me diz que essa noite vai mudar a sua vida também, então para com isso e vai se trocar de uma vez.

Segui o conselho de e fui me trocar. Peguei uma jaqueta preta e o meu cachecol inseparável azul marinho. Quando fiquei realmente pronta, desci as escadas e fui direto para a garagem, onde minha amiga conversava empolgada com o meu irmão. Achei bem fofo de início, eles formariam um ótimo casal, mas era "fresquinha" demais, ou seja, dava muito chilique, e eu acho que o Josh não aguentaria nem uma semana namorando ela. Fui em direção aos dois e o papo cessou. Meu irmão ficou vermelho e foi entrando no carro a fim de disfarçar o indisfarçável e tentava conter o sorriso. tinha. Ela me abraçou quando cheguei perto e eu dei um tapa na cabeça de Josh quando entramos em seu carro.

Chegamos na avenida e realmente tudo estava do jeitinho que a Jess tinha me dito mil vezes; iluminação impecável, combinado com uma decoração de tirar o fôlego. Se eu já não estivesse acostumada com aquele lugar, ficaria de boca aberta igual a minha amiga.
Algumas horas mais tarde, perto da meia noite, eu me distanciei dos dois. Era como se uma força magnética estivesse me puxando para o lado oposto e foi então que eu me esbarrei nele. Um homem alto, de cabelos escuros e sorriso vacilante. Nos entreolhamos e ele sorriu ainda mais, um sorriso despreocupado e cheio de vida. Perto dele, o tempo parecia parar e então de repente eu pude notar que todos começaram a fazer a famosa contagem regressiva. A força magnética parecia ainda mais forte e quando a contagem chegou ao seu fim, dando início a mais um ano, nos beijamos. Não fui eu, ou ele, foram os dois; o encaixe perfeito de dois desconhecidos. O que poderíamos fazer? O início do ano já estava marcado com aquele beijo, era uma tradição e honramos juntos. Nos afastamos e ele sorriu para mim novamente. Ter ele por perto era tão bom, mas aquela situação era tão irracional. Como eu poderia ser tão natural com uma pessoa que eu nunca vi? Como eu poderia não ser tão natural, quando ele estava sendo?
- Olá , eu sou . - Ele disse estendendo a mão.
Eu poderia dizer para mim mesma que ele não era mais estranho agora e então poderíamos conversar, nos conhecer e aproveitar toda aquela celebração, mas ao invés disso, eu sai correndo, literalmente, me dando conta minutos depois que meu cachecol não estava comigo. Eu não sei o que deu em mim naquele momento, mas Paris não seria a mesma depois daquele beijo. Eu conseguia sentir que iríamos nos encontrar novamente e eu desejava com todas as minhas forças que as minhas defesas não estivessem ativadas.


Capítulo Único

Dezembro finalmente tinha passado e com ele as festas de fim de ano. Então começava mais um ano e para muitos era uma ótima oportunidade para consertar as coisas e recomeçar, reunir a família e sentir o amor no ar. Eu concordava com tudo isso, mas só conseguia sentir um vazio dentro de mim, como se uma parte estivesse faltando, mas eu não fazia ideia de qual. Eu estava em mais um turno habitual na loja dos meus pais, com o movimento estava mais tranquilo me fazendo relaxar por um momento, quando minha atenção foi chamada por uma voz masculina.
- Por favor, senhorita, o cachorro musical com o gorro natalino está sem preço. Pode verificar pra mim? - O homem disse a algumas prateleiras de distância. Imediatamente eu arrumei a minha postura e olhei para o dono da voz, parado com o cachorrinho nas mãos, que no momento em virei em sua direção arqueou as sobrancelhas em claro sinal de dúvida, me fazendo acompanhá-lo; mas no meu caso eu estava tentando enxergar sem meus óculos, que por sinal deveriam estar em algum canto da bancada. O homem se aproximou e eu então eu disse:
- Este item está por cinco dólares, senhor. Vai levar? - Perguntei enquanto procurava meus óculos pela bancada. Normalmente eu não ligaria, mas por algum motivo eu estava ligando. Esperei o homem responder, mas ele parecia que estava tentando se situar no momento.
- Eu vou levar sim. - Ele disse me entregando a pelúcia. - Aah… nos conhecemos de algum lugar? - Ele continuou assim que eu coloquei meus óculos, me dando conta que nos conhecíamos sim. Então, quando meu rosto se iluminou em afirmação, ele disparou: - Você é a menina que fugiu no Ano Novo. - Ele disse simplesmente, enquanto eu não sabia onde enfiar a minha cara.
- Digamos que a multidão me levou. - Tentei justificar.
- Você virou as costas e saiu correndo. - Ele disse, enquanto um pequeno sorriso se formava nos seus lábios. - Eu tentei te encontrar depois do… beijo. - Ele continuou e então ficou corado. Eu tentei me segurar para não rir, mas pode-se dizer que eu também fiquei assim quando me dei conta de onde o conhecia, então estávamos quites.
- Quer que eu embale? - Perguntei tentando mudar o foco.
- Sim. Você poderia me dizer seu nome?
Eu sorri irônica e apontei pro crachá preso no meu avental. Ele pagou a pelúcia com algumas notas e disse: - Quer sair comigo hoje a noite? - Ele foi bem direto e prático e lá estava eu outra vez, tendo que me esforçar pra não dá muito na cara que estava interessada e ser feita de trouxa. Era o pior conflito de todos.
- Não está muito atrasado para dar presente de Natal? – Perguntei, ignorando a sua pergunta, depois de terminar de embalar o tal cachorrinho e colocar a sacola no balcão.
- Eu meio que estou devendo outro presente para minha irmã por ela ter me coberto no ano novo; não gosto muito das festas da família. - Ele fez uma careta tão fofa ao terminar de falar que eu poderia esquecer todo o joguinho que eu estava prestes a começar; o levar para casa e o deixar trancado no meu quarto. - E então quer sair comigo? - E lá estava ele, me despertando das loucuras de sequestrar um desconhecido que não é tão desconhecido assim.
- Olha, eu não tenho muito tempo para sair, sabe? - Tentei me justificar com o básico. - Eu gasto metade do meu tempo trabalhando aqui e a outra metade eu estou sendo tirada do sério pela faculdade. - Disse e ele começou a arquear a sobrancelha, e eu não conseguia traduzir aquele sinal como um entendimento ou um esclarecimento das reais intenções por trás das minhas super elaboradas desculpas.
- Eu posso esperar o dia que você estiver disponível. - Ele disse com tranquilidade. Ou ele era muito insistente ou era burro. Eu já estava quase tendo um treco.
- Claro! Pode sim. Eu só acho que vai demorar. - Sorri forçado e poderia jurar que estava parecendo uma louca.
- Então até algum dia, . - Ele sorriu um pouco arteiro e pegou a sacola em cima do balcão. - A propósito, estou com seu cachecol. - Ele continuou e seguiu em direção à saída, passando logo em seguida pela vitrine e acenando para mim, enquanto me deixava paralisada olhando por onde ele tinha passado.

***

- E então você o ignorou? - perguntou como se eu tivesse dito com todas aquelas palavras.
- Não! Eu só disse que não tenho tempo para encontrinhos.
- Mas você tem!
- , não começa. Eu não vou sair com nenhum cara, eles são todos uns… - Parei pensativa sobre qual xingamento eu usaria. - Uns idiotas.
- Por que tanto ódio no coração? - puxou mais uma roupa de seu closet e foi para frente do espelho.
- Você lembra o que aconteceu com o Tyler.
- Esse parece diferente.
- Mas não é. No final eles são todos iguais.
- Ele parece ter abalado suas defesas.
- Esse é o problema, afinal, eu não posso cometer o mesmo erro.
- Eu acho que você deveria dar uma chance. Assim como eu. - Ela abriu um sorriso brincalhão enquanto pegava mais uma peça de roupa, me despertando para o fato de que eu ainda não sabia com quem ela iria sair aquela noite.
- E quem é o sortudo?
- O Josh.
- O meu irmão? - Engasguei enquanto tentava assimilar.
- Ele mesmo, . - Ela parou o que estava fazendo e me encarou. - Espero que não seja um problema para a nossa amizade.
- Claro que não, ! Eu só não estava esperando que a minha melhor amiga fosse num encontro com o meu irmão.
- Você se referindo ao fato dessa maneira, até parece que eu cometi um crime.
- Não é isso, . Eu não tenho nada contra vocês, eu até acho que vocês formam um belo casal.
- Sério? - Ela perguntou empolgada, enquanto deixava uma peça de roupa em cima da cama.
- Sim. Uma desmiolada e um boboca. - Eu comecei a rir da minha própria fala e a minha amiga fez uma careta. - Estou brincando, . Você é a melhor pessoa que eu poderia desejar como uma futura cunhada. - Me aproximei dela e a abracei.
- Nós só vamos sair, . Não exagera. - Ela disse como se fosse uma coisa nada ver. Mas eu não conseguia enxergar assim; se tratava da minha melhor amiga e do meu irmão.
- Tocando nesse assunto... como vocês chegaram nessa parte.
- Nos beijamos no ano novo. - Ela disse sem conter um sorriso. - Então ele começou a se aproximar de mim com outras intenções.
- Que safado! Pelas minhas costas.
- E você com o tal .
- É diferente, .
- A única diferença aqui é que você literalmente saiu correndo do cara.
- !
Tentei repreendê-la, mas ela estava certa. Em meio a uma discussão sobre eu ter feito a coisa certa ou não e estar sendo uma pessoa nada legal com ele, eu cheguei à conclusão de que não valia a pena discutir sobre aquilo com . Ela era a mulher do sonho de qualquer cara e eu era o seu oposto; o rascunho de uma mulher nada feminina e delicada. Assisti minha amiga enquanto ficava mais tarde e o horário do seu encontro chegava. Ela dava passadas rápidas no quarto enquanto retocava a maquiagem e conferia a roupa. estava perfeita e meu irmão não merecia metade de toda aquela produção, assim como todos os caras. Depois de alguns minutos tentando convencer de que estava perfeita, escutamos a companhia no andar de baixo. Minha amiga se apressou a ir em direção à porta para atendê-la, mas chegando no andar de baixo tia Sally já tinha atendido.
- Josh, meu querido. Veio buscar a , não é? Vou chamá-la. - Tia Sally disse com a empolgação de sempre, enquanto eu e estávamos paradas aos pés da escada. -, seu irmão está aqui. - Ela gritou, virando logo em seguida e dando de cara conosco.
- Ooi, tia. Ele não veio me buscar. - Percebi uma careta se formando na cara de Josh e um olhar de entendimento se formar no rosto de tia Sally quando o olhar dela passou para em seu traje ao meu lado.
- Ahh! Entendi. Divirtam-se crianças. - Ela intercalou seu olhar de Josh para enquanto eu segurava uma risada. - Até outro dia também, . - Ela apertou meu ombro ao sair em direção a sala de estar ou cozinha.
- Obrigada, tia Sally. - Meu irmão disse finalmente, depois de ficar travado com a mãe da minha amiga. Eles começaram a se olhar como se estivessem meio paralisados e encantados um com o outro.
- Não vai falar nada para a ? - Eu perguntei ao meu irmão, despertando-os.
- Você está linda!
- Ain, obrigada, mano. - Eu disse no lugar da minha amiga.
- Você não pirralha.
- Então seja específico e direto.
- Você está linda, . - Ele disse, sustentando o olhar de uma bem bobona ao meu lado.
- Obrigada, Josh, você também não está nada mal.
Tentei segurar a risada que estava prestes a sair com aquele diálogo dos dois e disse: - Vou nessa! Já estão muito melosos pro meu gosto. - me encarou sorrindo de lado e Josh bagunçou meu cabelo.
- Você não perde uma pirralha.
- Cuide da minha amiga, viu? Ou eu te arrebento quando chegar em casa.
- Pode deixar, ! Cuidarei dela com a minha vida.
- Nossa! Não é pra tanto. Agora vazem daqui. - Eu disse empurrando os dois porta a fora.
Entreguei a bolsa de e ela só me disse um breve "tchau" enquanto não parava de sorrir. Eles foram em direção ao carro de Josh e eu pedi um táxi.

***

Mais um dia na loja e eu só queria que o tempo passasse mais rápido. Josh estava comigo aquele dia e parecia mais bobo que o normal: assobiava e cantarolava alguma música romântica conhecida, que claramente estava sendo estragada por ele. Josh, assim como eu, cuidava da loja. Ele lidava mais diretamente com questões administrativas, por ter terminado a sua faculdade de administração havia quase dois anos. Eu estava atrás do balcão, como na maioria das vezes, e Josh checava alguns recibos, quando eu reconheci a silhueta que entrava na loja. Meu estômago revirou e eu senti minha bochecha queimar um pouco, totalmente sem motivo.
- Olá senhor, boa tarde. Em que posso ajudar?
- ! Que prazer te rever. - disse com uma empolgação meio nada a ver, despertando a atenção de Josh um pouco atrás.
- Oi, . Igualmente. - Eu disse sem conseguir conter uma careta.
- Está tudo bem? - Ele perguntou com o seu típico jeito relaxado.
- Está sim. - Disse simplesmente. - Vai querer algo da loja?
- Oh sim, digo não. - Ele se atrapalhou um pouco com a minha pergunta. - Não vou querer comprar nada hoje.
- Então está fazendo o que aqui? - Tentei soar o mais normal possível.
- Eu só vim ver como você estava. Passei na frente da loja e quis te dar um oi.
- Que bom, eu estou bem. Agora pode ir.
- Nossa, ! Que modos são esses? - Josh disse atrás de mim. - Sou o Josh, irmão da , prazer. - Ele passou para o meu lado e apertou a mão de .
- Prazer! Eu não sabia que a tinha um irmão.
- Você não perguntou. - Eu disse mais para mim mesma do que para ele enquanto revirava os olhos. Eles engataram em uma conversa empolgada e cheia de assunto, fazendo com que os dois me deixassem de lado por alguns minutos. Eu conseguia imaginar o porquê de tudo aquilo. Depois de uma série de gargalhadas, meu irmão foi atender o telefone do escritório, me deixando sozinha com outra vez.
- Seu irmão é muito legal, .
- Ele é.
- Então, eu estava pensando... você quer ir ao parque comigo amanhã?
- Infelizmente não vai dar. Tenho um compromisso amanhã.
- Ahh, eu entendo. - Ele disse um pouco cabisbaixo. Uma sensação estranha me dominou e eu fiquei um pouco sentida.
- Sinto muito por não poder. - Eu disse, no auge das sensações que aquele homem me causava. Eu sentia minhas defesas abaladas outra vez.
- Vou deixar meu número com você, caso seus planos mudem. - Ele disse com um sorriso singelo enquanto pegava um pedaço de papel e uma caneta no balcão. Ele terminou de escrever e me entregou.
- Espero que me ligue. Eu adoraria passar mais tempo com você, . - Eu sorri sem jeito e peguei o papel.
- Eu vou tentar. - Disse com sinceridade. Eu iria realmente tentar me permitir quanto a ele, mas eu sempre travava um conflito interno super cansativo. Uma parte de mim queria sair com ele e me arrumar e fazer todas as coisas que a gente faz quando se afeiçoa a alguém; outra parte o queria o mais longe possível.
- Então, eu já vou indo. - Ele demorou o olhar no meu rosto enquanto descia para a minha boca e eu fiz o mesmo. Fomos interrompidos por um Josh saltitante que me fez corar logo em seguida.
- ! Já está indo embora? - Meu irmão chegou ao lado dele e se apoiou em seu ombro, como se tivesse o conhecido a muito mais tempo do que só poucos minutos. - está sendo mal educada com você? Pode falar, eu a deixo de castigo.
- Ei! Eu não fiz nada. - Uma voz na minha cabeça gritou, me acusando de realmente não fazer nada.
- Não, não. Ela está sendo até legal. - Ele disse com um sorriso de lado. Eu o encarei com os olhos semicerrados.
- Então vai na paz, cara! Sempre que precisar, só passar aqui.
- Claro! Obrigada Josh. - Eles se cumprimentaram e acenou para mim, indo em direção à saída.
- Não esquece meu cachecol da próxima vez! - Eu gritei assim que ele se afastou.
- Qual o seu problema?
-O quê?
- Por que o tratou daquele jeito? - Josh me olhava desconfiado.
- Que jeito? Eu tratei normal.
- Você praticamente o expulsou daqui.
- Normal.
- ! O que houve? - Josh perguntou, indo parar ao meu lado atrás do balcão.
- Ele me chamou para um encontro.
- E isso não é bom? Ele parece ser bem gente boa.
- A gente se beijou no Ano Novo!
- Melhor ainda! Mostra que ele está realmente interessado. - Revirei os olhos umas duzentas vezes. Meu irmão tentando ser legal sobre caras comigo era cômico.
- Ele deixou o número dele, caso eu mude de ideia.
- Então liga.
- Eu disse que tenho um compromisso amanhã. Esqueceu que vamos ao parque de diversões? - Eu disse e ele bateu a mão na testa.
- Me dá isso aqui. - Ele disse pegando o pedaço de papel com o número de .
- O que você vai fazer?
- Só respira fundo e fica de tranquilinha.
Josh saiu e me deixou sozinha com meus pensamentos a mil. Eu só conseguia pensar em como não fui legal com , enquanto minha mente gritava para eu esquecê-lo.

***

O dia do parque tinha chegado. Depois de passar na casa de com um Josh super tagarela ao meu lado, finalmente tínhamos chegado ao nosso destino. Estávamos sentados em um banco em frente ao parque. Josh estava esperando um amigo que resolveu chamar de última hora e a minha carranca só estava aumentando; eu odiava esperar. Ele e estavam em um canto conversando super felizes, enquanto minha amiga o ajudava a me perturbar acerca do meu mau humor. Em um momento a brincadeira parou para que Josh atendesse o telefone, parecia o tal amigo, porque ele estava dizendo a nossa localização. sentou ao meu lado e começamos a papear, então, no que pareceram dois minutos depois, eu vi a figura de a minha frente. Ele estava de camiseta preta, que realçava os músculos que até aquele momento eu não tinha percebido e uma calça jeans. Josh o cumprimentou e o apresentou a . Eu ainda estava um pouco paralisada e sem entender, até que ele parou na minha frente.
- Como você está, ?
- O que você está fazendo aqui? - Eu disse ainda sem acreditar.
- Eu o chamei. - Meu irmão se pronunciou, com um sorriso gigantesco.
- O quê?
- Não vai falar com ele? Sua mal educada? - me deu um tapinha no braço.
- Ai! - Eu massageie o local.
- Eu já falei com ela sobre isso. Vai manchar o nome da família. - Josh negou com a cabeça.
- Oi, . Estou bem e você? - Eu disse finalmente para o rapaz que tinha acabado de chegar. - Podemos ir agora?
Fomos em direção à bilheteria e se ofereceu para pagar meu ingresso. Meu irmão disse alguma coisa sobre ele ser incluso em todos os nossos programas, já que ele estava cansado de pagar as coisas para mim e eu ser uma chata. não parava de rir da nossa implicância um com o outro e a acompanhava vez ou outra. Nos dividimos em duplas, sendo abandonados por e Josh que seguiam super empolgados a frente. Nesse meio tempo, engatei numa conversa aleatória com sobre assuntos nada pertinentes. Ele disse que estava no final da faculdade também; Direito. E que era irmão mais velho, tendo mais duas irmãs. Eu disse para ele que éramos só eu e Josh infelizmente, mas que era o mesmo que uma irmã para mim. Descobri que ele gostava de fotografar nos momentos que estava de bobeira e que tocava bateria e baixo. Eu só sabia um pouco de piano e mesmo assim me achava a pianista do século. Quando passamos por uma barraca de tiro, eu implorei para que pegasse uma pelúcia para mim e ele cedeu sem ao menos resistir.
- Eu vou lhe avisando que não sou muito bom com essas coisas. - Ele disse.
- Você não é daqueles caras que tem um vídeo game em casa? - Perguntei como se fosse óbvio.
- Sim, mas eu não sou muito bom.
-Tá certo, bebezão. Então só vai lá e tenta.
Eu peguei a arma na mão do homem que cuidava daquela barraca e lhe deu uma ficha. Entreguei o objeto para e o mesmo segurou como se fosse um profissional. O homem da barraca ligou o que parecia um jogo e começou a acertar os alvos, acertando todos; um por um. Eu fiquei levemente chocada e o abracei num impulso, ao comemorar.
- E não era muito bom, hein?! - Eu disse enquanto me afastava. Senti minha bochecha queimar e sorriu.
- Qual pelúcia vai querer? - Ele perguntou.
- Aquele gatinho preto.
- Boa escolha.
- Pela primeira vez vou realizar meu sonho de ter um gato.
- Por quê?
- Sou alérgica. - Eu disse, dando de ombros, e ri com a careta de lamentação que fez.
Deixamos a barraca e eu só conseguia pensar em como aquele momento com o estava sendo legal. Josh tinha razão sobre eu dar uma chance a ele. Notei que as nossas mãos estavam enlaçadas enquanto andávamos na direção da roda gigante que estava em outra extremidade. Puxei a minha mão com delicadeza e fingir arrumar meu cabelo com ela. Por mais que eu cogitasse mudar de ideia quanto a ele, não conseguia não pensar em como estava sendo boba e vulnerável por causa de um cara outra vez. Ele me fazia querer ser melhor, mas feminina e atenciosa com as coisas e só de pensar em todas as coisas que eu queria fazer na sua presença, eu ficava nervosa. Eu o olhei de soslaio e ele parecia levemente tímido. Chegamos à roda gigante e as pessoas estavam saindo da fila, chegando na nossa vez. Num ímpeto de coragem, eu entrelacei os nossos dedos novamente e o puxei para sentarmos lado a lado. deu uma ficha ao homem que desceu a proteção logo que sentamos. Eu apertei a mão dele e sorri. parecia um pouco nervoso também, mas continuamos de mãos dadas.
- Medo de altura? - Perguntei depois que demos algumas voltas.
- Não. - Ele respondeu baixinho.
- Aconteceu alguma coisa?
- Eu só fico um pouco nervoso quando estou perto de você.
- Ohh, eu sinto muito, !
- Não sinta, isso é um bom sinal.
- Como pode ser bom? - Perguntei na tentativa de sanar minhas dúvidas. Eu também ficava nervosa quando ele estava por perto.
- Significa que estamos nos esforçando para dar o nosso melhor. -Eu direcionei o meu olhar para outra direção que não fosse o seu rosto.
- Eu... sinto o mesmo em relação a você. - Tentei dizer o mais audível possível, já que tinha a impressão de que não tinha saído uma única palavra. A roda gigante parou no topo e eu senti que meu coração iria sair pela boca. -Você desperta o meu melhor e até a pouco eu não conseguia lidar com isso e não sei se conseguirei completamente, mas acho que mereço uma chance de tentar.
- Eu pensei que você não gostava de mim, tipo, de jeito nenhum.
- Era só insegurança. - Eu disse revirando os olhos.
- Então agora você aceita sair comigo?
- Já estamos saindo.
- Num encontro de verdade. - Ele sorriu de lado.
- Pode ser, mas eu quero meu cachecol também.
- Combinado então.
Em meio a risos e algumas exigências da minha parte, estava mais do que óbvio qual lado do meu conflito interno eu tinha deixado ganhar. Eu sabia que estava me apaixonando aos poucos, e por mais que eu tentasse lutar o sentimento era mais forte. era um cara legal e paciente. Ficamos de mãos dadas, curtindo aquele momento até a roda gigante parar. Sem tentativa de beijo ou qualquer outra coisa que não fosse as nossas mãos se acariciando. Os nossos sorrisos eram cúmplices e eu sabia que ele já tinha me perdoado por ter sido tão rude no começo.


Fim



Nota da autora: Eu amo muito a música Heart Attack e fiquei super feliz de ter tido oportunidade de escrever uma história. Espero que tenham gostado.❤❤





Outras Fanfics:
» Be With Me
» Everything You Need at The Moment
» Your First Love

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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