Pegue sua credencial e venha conhecer os bastidores da banda de rock mais quente da atualidade!
Modelos, atrizes famosas, ou ambas numa mesma noite: Carter está acostumado a ter tudo e não se importa com sua má fama de mulherengo. Na verdade, até orgulha-se dela. O astro da Dark Paradise não estava disposto a abrir mão da liberdade quando conheceu . Achando se tratar de mais uma fã que cairia fácil no seu charme, fica com o ego ferido ao perceber que a menina não faz ideia de quem ele seja. E para piorar as coisas, os planos daquela noite não saem bem como imaginou. O mais certo seria dar o fora, mas não consegue tirar a garota amante de ciências exatas da cabeça.
esteve tão envolvida com os estudos que se esqueceu de arrumar tempo para vivenciar as experiências pelas quais toda adolescente deveria passar. Agora com vinte e um anos, a garota é uma negação em relacionamentos e tem consciência disso. Ainda não sabe, mas o cara incrivelmente lindo hospedado no mesmo hotel que ela, é Carter: famoso vocalista da banda Dark Paradise. Apaixonar-se pelo roqueiro bad boy parece uma péssima ideia, mas como tirar de pensamento algo que seu coração se nega a fazer?
Caro leitor, esta é a segunda versão do capítulo 17 da fanfic Não Conte aos Paparazzi localizada neste link. Boa leitura!
Eu ri horrores com a apresentação da nova personagem Josi, super engraçada e divertida. E essa amizade, eu já amei! Gostei mais ainda da Josi porque ela atendeu o cretino fdp hahaha. E o reencontro? Dona Naty tu arrasou, hein? Amei tudinho haha!
Acho que o Brian está ferrado rs! Continue logo! <3
—Você quer ficar na fossa, eu respeito, mas se esta música tocar mais uma vez, juro que vou quebrar este aparelho.
A música era Love Hurts do Nazareth e já estava quase decorando o refrão antes de Josi desligá-la. O quarto tinha o cheiro abafado de alguém que não saía da cama há um bom tempo.
— Hum... — grunhiu. — Como você entrou aqui?
— Fiquei com uma cópia da sua chave quando me pediu para cuidar da sua planta, lembra? — A garota de cabelos cacheados deu um sorriso de lado para . Usava maquiagem, mas nada exagerado para àquela hora do dia. Os lábios em formato de coração receberam uma camada grudenta de gloss e havia blush nas bochechas, bem de leve. — E o que são todos esses potes de sorvete? Acha que está gravando uma sequência de Bridget Jones?
Josi esgueirou-se por entre as roupas espalhadas no chão do quarto, alcançando as cortinas. A luminosidade contraiu as pupilas de e ela pestanejou mais uma vez.
— Me deixe em paz, Josiane. — Pediu com a voz afetada. — E feche esta droga.
— Chega de se empanturrar com isso. — Josi levantou o pote vazio e fez uma careta de nojo. — Você precisa é de um drinque bem forte... E de um banho.
cheirou a própria pele e torceu o nariz. Josi continuou encarando a professora, e também melhor amiga, com ar de reprovação, mas também benevolência. A garota de dezessete anos já ficara em situação bem pior depois de levar um fora e sabia que aquilo era doloroso.
— É muito cedo para beber, Josi. E também tenho que trabalhar mais tarde. Que horas são, afinal?
— Quase três, mas seu caso é uma emergência. Então não é cedo demais para beber. E... eu te consegui isso. — Josiane entregou-lhe um papel pequeno, cuidadosamente dobrado. — Não precisa se preocupar com trabalho até amanhã.
A professora endireitou-se na cama e sentiu o corpo doer: ficar na mesma posição horas seguidas resultava nisso. Desdobrou o papel. Era um atestado médico falso com uma CID de virose.
—Josiane! — exclamou horrorizada.
— De nada. — Josi replicou com um sorriso meio maníaco. Os grandes olhos castanhos maliciosos. se perguntou quantas vezes a garota já devia ter apresentado documentos daquele tipo para justificar faltas à escola. — Agora levante. Vou preparar algo para bebermos enquanto você toma um banho. Você está fedendo.
gemeu contrariada, mas arrastou-se até o banheiro. Teria que sair da cama algum dia mesmo, então que fosse naquele instante. Conferiu seu reflexo no espelho da pia: olheiras profundas devido aos últimos dias derramados em prantos. Um banho seria bom. Ligou o chuveiro e a água quente fez o efeito relaxante esperado. Melhor remédio de todos. Só quando a pele começou a formar manchas vermelhas foi que ela fechou a torneira. Colocou sua roupa mais confortável (que por sinal também tinha furos suficientes para pertencer a uma vítima de um paredão do fuzilamento) e foi até a cozinha.
Josi havia lavado morangos. Ela própria os trouxera, claro, já que jamais abastecia o apartamento com frutas, verduras ou qualquer tipo de comida que não tinha mais de uma etapa industrial em seu processo de fabricação.
A péssima dona de casa cruzou os braços e recostou-se na bancada da pia.
— Sou sua professora, você é menor de idade, e está me preparando bebidas alcoólicas no meu apartamento. — falou como uma adulta responsável. Ao menos a única existente no lugar de setenta metros quadrados. —Preciso dizer que isso é ruim?
— Não precisa, pois ninguém vai ficar sabendo. —A garota prendeu os cachos em um coque improvisado. Uma caneta fez às vezes de presilha. — E quem está preparando as bebidas, quem invadiu seu apartamento, quem te deu um atestado falso, fui eu. Falaremos isso caso a polícia carioca esteja desenvolvendo habilidades de Minority Report e bata a sua porta nos próximos segundos.
suspirou, mas depois deu de ombros. As coisas não poderiam piorar, e dane-se, ela precisava mesmo de uma bebida.
— E então? — Josi insinuou enquanto misturava vodka aos morangos, ou mais morangos à vodka. Não importava. — Vai me contar o que aconteceu em Los Angeles?
Josiane era a única pessoa que sabia sobre . Por algum motivo, a adolescente mostrou-se mais confiável do que qualquer outro adulto para ser a confidente de .
Talvez pelo fato da professora não ter muitos adultos em seu ciclo de amizade. Bem, talvez por Josi ser a única em seu ciclo de amizade. Então contou. Deu detalhes da casa de Bel Air: como o tigre que vivia no jardim da mansão e viu os olhos grandes de Josi expandirem-se mais alguns centímetros. Falou sobre a visita à casa de Tommy e Ingrid. E claro, a respeito de como ela e finalmente haviam levado as coisas à segunda base, sem dar muito detalhes. Disse apenas o suficiente para fazer Josi suspirar.
E também contou sobre Natalie Wolf. Como a atriz apareceu triunfante na casa fazendo-a experimentar o patamar estratosférico da humilhação. Sobre Elijah Nash, e a ideia estúpida de dar ouvidos ao guitarrista.
No final, Josi estava sem ar. E o copo de já pela metade: história longa.
— Você não sabia que ele namorava? — A pergunta da garota tinha um quê malicioso e trazia implícita a ideia de que aquilo era óbvio demais, o típico questionamento cuja resposta já é dada nas entrelinhas pelo interlocutor.
— E você sabia? — perguntou, antevendo a descoberta de uma pequena e perdoável traição. Josi não respondeu. — Ah, droga. Você sabia.
— Ver futilidades na internet ajuda de vez em quando, mas nem tudo que lemos é verdade, então... — aumentou a dose da amiga depois de revelar aquela verdade subentendida, como se o álcool pudesse ser o consolo para esquecer o desfecho trágico da semana.
— Ótimo. Estou sendo punida por não ler notícia de fofoca.
— Punida? Que tal ver o lado bom disso tudo? namora uma atriz de Hollywood e está atrás de você. Como se não bastasse, Elijah Nash, o guitarrista gato que parece um vampiro viking saído de True Blood, também. Caramba... o que são aqueles homens, hein? A banda poderia tocar arrocha que eu pararia para ouvir.
ignorou aquela observação. Ajudaria focar nos defeitos, não nas qualidades da Dark Paradise. Josi continuou:
— Pode ser um pouco maluco, mas acho que deveria se sentir lisonjeada.
— Claro, e não se esqueça de mencionar que sou odiada pela mulher mais estonteante do planeta. Que por sinal, é namorada de . É muito lisonjeador isso.
— Sou mais você. Ela é magra demais.
deu um sorriso de gratidão à amiga. Mas a quem queriam enganar? Tentar diminuir Natalie era tão incontestável quanto aceitar que ninguém poderia competir com aquele protótipo da perfeição.
— E isso tudo aconteceu há o quê? Cinco dias? — Josi perguntou.
— Já tem uma semana.
— Ele te procurou?
mostrou as mensagens no celular. As últimas haviam sido enviadas no dia anterior: [Cretino FDP]: , me atende. [Cretino FDP]: , por favor. [Cretino FDP]: Droga, ! Atende a porra do telefone!
Josi fez uma cara dramática.
— Espera aí. Ele te ligou, mandou mensagem e você... não respondeu?
balançou a cabeça confirmando. Sorveu mais um gole da caipivodka de morango. Deliciosa. E incrível demais para ter sido preparada por uma garota de apenas dezessete anos.
— Sua idiota! Você tem algum problema de cabeça? —Josiane disse sem nenhum pouco de pudor.
Ah, a doce e sincera amizade.
— Não tenho problema de cabeça. Mas tenho orgulho e amor próprio. Wolf disse que eu não sou a primeira. Certamente não serei a última — a professora defendeu-se — e Elijah também me contou outras coisas sobre das quais não gostei. O mundo que eles vivem, Josi... É assustador. E eu estava ficando deslumbrada, não devo me envolver mais. Sei que me senti especial, mas a verdade é que é um astro galanteador. Foi melhor eu sair fora antes que ele enjoasse de mim e me dispensasse.
não tinha certeza se Josi realmente prestara atenção no que ela falara.
— Wolf, Nash...blá blá blá... bem, pelo menos você terá história para contar aos seus filhos, cujo pai, não será . — A adolescente levantou o copo indicando um brinde. — Saúde!
— Sua tentativa é me agradar? Pois não está funcionando...
— Não, minha função aqui é embebedá-la e ser boa ouvinte. Não prometi falar nada que você fosse gostar de escutar.
No instante seguinte, o telefone tocou obstinadamente. Como se a sensação de urgência pudesse ser captada pelo aparelho que tremelicava sobre a mesa. A combinação das letras no visor causou infinitas sensações no peito de . Josi foi mais rápida e o pegou num sobressalto. Antes que a professora pudesse impedi-la, ou terminar de ameaçá-la com uma dúzia de palavrões, Josiane já havia dito:
— Alô?
A garota não era tão boa com números, mas nas aulas de inglês era uma das primeiras da sala.
— Não, é a amiga dela quem está falando. Meu nome é Josi. E sou uma grande fã sua.
— Josiane... desliga isso! — balbuciou e fez uma sequência mímica cômica que sugeriam a morte da amiga.
Josi ignorou.
— Ah, e eu realmente adoro a música Burning House. — Pausa seguida de um sorriso brilhante de Josi. — Puxa, sério que esta é composição sua? Ela é demais. — A adolescente parou novamente para escutar o que quer que estivesse dizendo, olhos direcionados para . — Oh, sim ela está com muita raiva. Na verdade, está ao meu lado neste exato instante, ameaçando-me por ter atendido a sua ligação. — Mais um silêncio e um sorrisinho bobo nos lábios da menina. — Ok, verei o que posso fazer.
Josiane colocou o telefone contra o peito enquanto a encarava descrente.
— Como pôde? — A professora inquiriu — Você é minha amiga! Deveríamos ser um time contra o filho da mãe!
— Sim, eu sou sua amiga, por isso acho que o certo que você tem a fazer... — Josi estendeu-lhe o telefone — é conversar com ele.
Ela ficou encarando o objeto na mão de Josiane.
— Ao menos escute o que ele tem para dizer.
A professora suspirou. Talvez sua amiga estivesse certa, de qualquer forma, só havia um jeito de descobrir.
— Ora, ora, se não é o cantor mais canalha de todos os tempos. — surpreendeu-se com a audácia das palavras. Sóbria e na presença dele, provavelmente não teria sido tão corajosa assim. — Será que o Grammy tem uma categoria para isso, hein?
— ? — Por um instante a voz dele quase fez com que ela se esquecesse do motivo pelo qual estava com raiva.
— Sou eu.
— Que bom que me atendeu. — O rapaz parecia aliviado.
— Aham. E onde está a Natalie Wolf, neste momento? Filmando o remake de Bonequinha de Luxo? — disse e Josi apenas balançou a cabeça para a amiga em recriminação. Genial, . Genial.
— Andou bebendo? — Ele perguntou.
— Não responda à minha pergunta com outra pergunta. — disse na defensiva.
Ela o escutou suspirar antes de dizer:
— Eu não sei o que a Natalie está fazendo, porque não estamos mais juntos.
demorou alguns instantes processando a informação.
— Está dizendo...
— Estou dizendo que eu terminei com ela. Oficialmente. — A voz de foi firme.
— E... todos os contratos milionários?
— Fodam-se os contratos.
— Hum.
— O que foi?
— Não sei se acredito em você. Já mentiu para mim uma vez.
— Eu não menti, .
— Você omitiu. É praticamente a mesma coisa, . Mas e então? O que você quer?
O rapaz atrapalhou-se do outro lado da linha antes de dizer:
— Primeiramente, te pedir desculpas.
riu dramática. Uma pena que não estava ali para ver a cara que ela fez.
— É muito fácil falar isso por telefone.
— Claro. — O músico concordou de pronto. — Ajudaria se eu fizesse um pedido pessoalmente?
olhou para Josi, ela roía as unhas de ansiedade, a expressão do tipo “que raios de amiga é você? Ponha logo a conversa no viva-voz!”.
— Eu não vou até Los Angeles, . Não mesmo. — A professora revirou os olhos e bufou. — Se quiser me pedir desculpas, você que supere seu pânico de voar da mesma forma que faz para os shows e venha até o Rio.
— Isso significa que você está disposta a me perdoar? — perguntou e sentiu a esperança incutida nas palavras dele.
— Isso significa que estou disposta ao diálogo.
— Ótimo. Então autorize minha entrada. Estou aqui embaixo.
Adrenalina correu nas veias da garota. Aquilo só poderia ser brincadeira ou então o inglês dela não era tão bom como imaginava.
— O que você disse? — Ela perguntou só para ter certeza, mas talvez não acreditasse ainda que ele repetisse mil vezes.
— Eu disse que estou na porta do seu prédio. E o seu porteiro não entende uma palavra do que estou dizendo. — falou tranquilo. escutou o som da própria pulsação dentro dos ouvidos.
— Impossível. Você não tem meu endereço.
— Rua das Laranjeiras, prédio “Rio das Ostras”. Um edifício amarelo. Ou bege. Ou marrom. Bem... não dá para definir que cor é essa. Mas acredita em mim agora?
ficou muda.
— O que ele está dizendo? — Josiane perguntou com olhos castanhos esbaforidos. fez um sinal com a mão para que a amiga esperasse.
— Como... você descobriu?
— Vantagens por ter investido num certo projeto da Universidade do Colorado: acesso a informações pessoais dos congressistas. — disse. — Estou esperando.
O telefone foi desligado em seguida.
Josi balançou a amiga que havia entrado numa espécie de estado cataléptico. piscou e colocou o aparelho na mesa. Ela inspirou e expirou, repetidas vezes, como se estivesse entrando em trabalho de parto. Deu uma olhada por toda a extensão do apartamento, depois para a blusa velha no corpo.
— , o que aconteceu? Por que está pálida?
— Meu Deus, Josiane... me ajude a arrumar o apartamento.
Josi fez uma expressão surpresa para valer. Os olhos brilharam:
— O vocalista da Dark Paradise está no Rio?
— Ele está aqui embaixo, Josi. Anda rápido!
Josiane ajeitou a bagunça na pia e correu para o quarto. Juntou todas as roupas jogadas no chão e as socou dentro do guarda roupa. Trocou a blusa esfarrapada, colocou um pouco de gloss nos lábios. Bendita hora em que a amiga surgiu e a obrigou a tomar um banho. Abriu a janela do quarto. Cheiro de brisa marítima seria melhor do que o odor morno do cômodo fechado há dias. Então correu até o interfone na cozinha. O porteiro atendeu de primeira.
— Boa tarde, senhor Luis. — Ela pigarreou e tentou soar tranquila mesmo com os nervos à flor da pele. — Tem... um rapaz tatuado aí embaixo? — Facilitou as coisas para o funcionário. Tatuagens eram ótimos pontos de referência.
— Ah, oi . Tem sim. Ele é conhecido seu? — O porteiro disse desconfiado e provavelmente não tinha nada a ver com as tatuagens, mas com o fato de duvidar que uma professorinha medíocre era conhecida de um cara daqueles. Oh. Maldita falta de amor próprio. Tinha que se dar um pouco de crédito. Afinal, o homem veio de Los Angeles só para vê-la. pôs a mão no coração. As coisas estavam um caos dentro do peito. Ótimo. Trabalho de parto e agora um infarto. Tudo no mesmo dia.
— Pode liberar a entrada dele, por favor.
Quando colocou o interfone no gancho, olhou estarrecida para sua aluna.
— Nossa. — Foi só o que falou, demais palavras mostrando-se desnecessárias.
— Tá. Vamos fazer assim: ele entra, eu tieto ele um pouco, claro. — Josi disse com um sorrisinho de lado. — Depois vou embora para vocês conversarem.
A professora sorriu de volta. Acordo justo.
— Combinado.
E mesmo que já fosse esperado, o som da campainha fez o corpo de dar um leve solavanco. Ela olhou para Josi pedindo uma aprovação implícita. A amiga fez um gesto afirmativo de indicador. Mas a professora conferiu o rosto no espelho novamente e ajeitou o cabelo, só por precaução.
Então abriu a porta.
parecia ainda mais bonito do que da última vez, como se ter passado por um voo exaustivo não tivesse o efeito de macular nenhum um pouco o viço do seu semblante. Talvez fosse assim com todas as celebridades. Ele retirou os óculos de sol, como se já soubesse que aqueles olhos verdes vinham acompanhados de um solvente de mágoas femininas. Ponto para ele. Puta merda. Era muito difícil continuar forte diante daquela imagem. E o homem nem havia aberto a boca ainda.
— Olá. — disse. Ah, uma palavrinha tão curta. Mas garotas deviam derreter-se por muito menos, uma mísera letra do alfabeto saindo daqueles lábios tão perfeitos e sacanas já cumpriria bem o papel.
— Oi.
fez um aceno de queixo rápido para dentro do apartamento.
— Posso entrar?
A professora deu-lhe passagem.
— Pode.
duvidou que desde os anos 70, época em que o prédio Rio das Ostras foi construído, um espécime tão perfeito quanto já havia caminhado por aquelas estruturas. Talvez sugerisse à síndica colocar uma plaquinha como marco da passagem ilustre depois que ele fosse embora. Josiane estava com um sorriso idiota nos lábios. agiu rápido, antes que baba escorresse da boca da sua aluna.
— Ah, . Esta é a minha amiga, Josi.
Ele sorriu para a adolescente e estendeu-lhe a mão.
— Ei. Prazer. E obrigado pela ajuda.
— O prazer é meu... Imagina. — Josi suspirou e ficou sem piscar por mais de seis segundos. De acordo com a ciência, quando alguém age assim, de duas uma: ou ela está alimentando desejos sexuais por esta pessoa ou deseja matá-la. E Josi não era nenhuma psicopata. — Bem, eu vou deixar vocês dois conversarem... parece que... já nem estão me vendo aqui. Tudo bem. Vou embora. , me ligue depois, ok?
Nem escutaram quando a porta se fechou.
— E então? — disse. Algum dos dois tinha que começar aquilo. Só ficar olhando para ele era ótimo, mas não chegaria a lugar nenhum. — Por que está aqui?
— Porque precisávamos conversar, não podíamos deixar as coisas daquele jeito. — As mãos de estavam bem comportadas dentro do bolso da calça. notou a barba curta sombreando o rosto dele, ressaltando ainda mais o maxilar perfeito. Que beleza. Enquanto os últimos dias fizeram a garota ganhar olheiras, o desleixo do rapaz só o deixou ainda mais bonito.
— Podíamos sim. E deixamos. — Ela foi incrivelmente categórica. Ah, tola orgulhosa.
— Não, , não deixamos. E você acabou de me dizer que estava disposta a conversar, já esqueceu? Ou estava me testando? — disse, sua mandíbula levemente tensa.
— Droga, . Você não pode fazer isso. Não pode aparecer aqui, assim do nada, e achar que tudo vai ficar bem. — cerrou os punhos na defensiva. Deu-se conta de que, de tão nervosa, nem ofereceu para que ele se sentasse.
O abraço de a pegou de surpresa. Foi forte o suficiente para deixar claro que, da parte dele, não havia nenhum pouco de orgulho. Desde a última vez, não se importava mais em ser sincero quanto ao que sentia. Na verdade, não tinha muito controle sobre isso. A garota tinha o dom de desarmá-lo de todas as formas.
No começo não queria ser tão fácil, mas era difícil resistir. Inspirou o perfume que recendia da pele do músico. Seu cérebro já entendia aquele aroma familiar como cheiro de segurança. Agora como se sentir segura ao lado de alguém que tinha “desordem” como lema de vida era uma total falta de bom senso. Maldição. Seu coração estava fazendo o cérebro funcionar às avessas.
A professora fechou os olhos, tentando em vão conter as lágrimas. Mas as desgraçadas estavam realmente empenhadas em fazer um estrago. Sentiu quando uma acertou o tecido da camiseta. Pronto. teria um belo vislumbre dela vulnerável e descobriria que toda aquela firmeza que ela tentava vender era fachada.
O sistema nervoso de concentrou-se no toque de , dedos que percorreram os lugares exatos do rosto dela.
— Ei. Agora que eu estou aqui... eu posso te olhar nos olhos... — ele estabeleceu contato com aquelas íris verdes que levavam vantagem de longe. Não era justo. — E dizer, que eu sinto muito. Eu realmente sinto muito.
Ela mordeu o interior da boca.
— Eu gostaria que essas palavras pudessem resolver as coisas, mas ainda estou bem magoada, . — replicou, mas desejou que sua voz não saísse tão distraída e pastosa. — E não foi só quanto a Natalie, realmente fiquei ofendida com o fato de você pensar que eu ficaria com o Elijah.
— Claro, e com razão. Eu assumo a totalidade da culpa em ser um idiota.
Ele a soltou. Na verdade foi quem deu um passo para trás. Conversas sérias não precisavam de tantos dedos e braços entrelaçados. respeitou os limites dela. Deu uma olhada na sala pela primeira vez e então viu o toca discos no canto. O vocalista sorriu. Que tipo de menina de vinte e um anos colecionava vinis antigos?
Só a melhor delas, ele supôs.
— O que você estava ouvindo? — Perguntou e foi até o aparelho. Era uma relíquia.
ficou vermelha, se tivesse chegado algumas horas antes, teria ouvido a garota esgoelando totalmente desafinada um dueto para Dan McCafferty.
— Nazareth. — Ela respondeu poupando-o dos demais detalhes.
— Ah, é bom. — estudou o aparelho antigo. — Então você também tem vinis de rock aqui, hum?
— Esse é novo. — sacudiu a cabeça. — Quero dizer, comprei recentemente num sebo. Claro que não é novo. Eu meio que estou aumentando meu repertório.
O rapaz a olhou de soslaio. Tinha aquele esboço de sorriso que formava covinhas no rosto.
— E eu tenho alguma influência nisso?
Malditas covinhas.
— O que você acha? — Ela disse, o cenho ainda franzido.
recolocou a agulha no vinil. E “Love Hurts” retumbou imponente pela sala. De repente, a música ouvida à exaustão nos últimos dias, soou demasiadamente surreal agora que o objeto da sua fixação estava ali, em carne e osso (e muitos músculos) parado à sua frente.
— A melodia é boa, mas a letra é depressiva demais. — Ele falou.
— Mas é verdade, não? O amor realmente pode machucar.
— É, pode... mas ainda assim, não quero desistir dele. — aproximou-se, o solado dos coturnos repercutindo contra o assoalho antigo quase faziam páreo com as batidas do coração de . — Você quer?
Ela não conseguiu responder.
— ... — Ele já estava parado a sua frente.
— Deus. Isto é uma merda. —Ela disse e enxugou mais lágrimas. — Eu sou sempre tão racional, mas acabo sendo uma estúpida quando o assunto é você. Por quê?
sorriu soturno.
— Então acho que temos um impasse. Porque eu sou um inconsequente e parece que você é a única capaz de trazer um pouco de equilíbrio para minha vida.
— Oh, …
Ela não impediu quando as mãos dele envolveram a sua cintura. De repente seu corpo oscilou em um balanço ritmado. Estava sendo guiada pelos passos de um dançarino que surpreendentemente sabia o que estava fazendo. Uma valsa improvisada na sala. Uau. Será que havia algo em que o homem não era bom?
Aquela música piegas e sofrida de repente poderia ser a música dos dois, e não o hino de dor eleito por uma garota solitária. colocou os braços sobre os ombros dele. Ele encostou o rosto próximo à têmpora da garota, a barba arranhou-lhe de um jeito sutil que a fez arrepiar.
— Lembra todas as vezes que eu lhe disse para procurar o cara certo? — balbuciou e os lábios curvaram-se num meio sorriso que não viu, mas sentiu na pele.
— Lembro.
— Pois esqueça toda aquela baboseira. E me deixa ser o cara certo para você.
Um giro sutil e a inclinou. Os lábios do homem então repousaram no pescoço de e a tensão explodiu dentro dela. Se o braço de não estivesse firme nas suas costas em apoio, provavelmente a menina teria dado com a cara no chão. Bem... seria uma ótima forma de ganhar um galo. Teria valido a pena.
Quando a trouxe novamente para a vertical, ela quase teve uma vertigem. sentiu as mãos por baixo da bainha da sua camisa. Entendeu de imediato o que elas queriam. Levantou os braços e permitiu que retirasse-lhe a peça. Desculpe, Dan McCafferty, realmente o amor é uma droga, machuca e tudo mais. Mas pessoas apaixonadas são fracas, tem memória de peixinho dourado e em alguns momentos, deixam a libido falar mais forte.
repetiu o gesto com o astro e a camiseta de logo estava no chão. Passou os dedos pelo peito do rapaz, onde a cauda escamosa e colorida de um dragão serpenteava-lhe a pele. As mãos de subiram pelas costelas dela, desabotoando o fecho do sutiã com a experiência de quem já fizera aquilo incontáveis vezes. Merda. Pelo bem de sua sanidade, ela realmente não precisava pensar sobre isso naquela hora. Nem nunca.
Não eram apenas os olhos verdes de que levavam vantagem, parece que os seios de também tinham algum efeito hipnótico sobre o homem. Ela ficou lisonjeada de início, mas de repente, o fato do sol ainda estar imperioso no céu daquela tarde a fez sentir-se exposta demais.
A noite era mais complacente em causar boas impressões.
Quando tentou tampar-se com os braços, envergonhada. a segurou pelos pulsos de um jeito delicado, mas do qual ela não conseguiria se soltar nem se quisesse.
— Não faça isso, garota. — Ele disse. — Você sabe que te acho linda.
a abraçou e o atrito das peles desnudas fez gemer involuntariamente. Ele agachou-se, o rosto rente aos seios dela, então sua língua diligente causou-lhe uma balbúrdia de sensações. Maldição. Como discutir a relação depois disso? Ela viu estrelas em pleno céu ensolarado. Ok. Não viu, pois a janela da sala estava fechada. Senão ela as teria visto, ah se teria.
Era hora de terminar aquela dança em outro cômodo do apartamento.
A dona do lugar indicou o caminho. Havia zero glamour ali quando comparado à casa de Los Angeles, mas que se dane. fechou as cortinas. A brisa fez com que o tecido oscilasse como velas de barco a deriva. E pensar que não muito longe dali, poderiam estar ouvindo o som de ondas quebrando-se na areia, e não o barulho de um trânsito caótico. Que pena não ter o dinheiro necessário para alugar uma cobertura em Copacabana.
e olharam para o colchão. Ela pensou na bagunça visual que eram todos aqueles lençóis amarrotados, florzinhas ridículas estampadas no tecido do travesseiro misturando-se a um edredom de Poá rosa: a mais duvidosa das combinações. Mas nas belas íris de , a garota viu apenas o reflexo de pensamentos sacanas. Ele certamente não estava importando-se com camas desfeitas quando sua intenção era mesmo desfazê-las.
O rapaz a sentou sobre o colchão, como se ela própria não soubesse fazê-lo, então tendeu seu corpo sobre o dela, e as costas da garota seguiram o curso esperado até encontrarem o lençol macio.
— Eu nem perguntei. — disse com a boca colada ao ouvido dela. — Você tinha algum compromisso ou algo do tipo?
Rá. Era sério isso? O casamento do irmão de poderia estar acontecendo naquele momento que ela mandaria um cartão bem colorido desculpando-se pela ausência.
— Não... eu... não tenho nada programado pelas próximas horas... — Ela respondeu e sua respiração já estava ridiculamente alterada.
— Pelas próximas horas, é? Bem, acho que é suficiente.
Quando a beijou, a exaltação do homem era tanta que a garota sentiu os dentes dele prendendo-se ao seu lábio inferior. Algo meio violento, mas que parecia proposital. Ela ignorou a dor, e focou exclusivamente no prazer inesperado daquele gesto rude. Mais provável que fosse o misto das duas coisas que estava elevando a potência daquilo aos extremos.
observou as reações dela. deu-lhe sinais positivos para que continuasse o jogo de acordo com aquelas novas regras. Claro, afinal, era ele o astro do show. E ela pediria bis depois, com certeza. Diferente da primeira noite, o rapaz não queria mais ser cauteloso com suas ações. E sabia que estava sendo um pouco afoito, mas desejava demais a garota para ser gentil daquela vez.
sentiu o gosto metálico na boca, não soube precisar se o sangue era seu ou dele: ela também havia exagerado nas mordidas. Cristo. Aquilo era animalesco demais. Não poderia estar certo. Mas a verdade, era que se sentia bem fazendo a coisa errada. Então ele falou enquanto desabotoava o short dela, um sorrisinho infame moldando-se perfeitamente aos lábios inchados:
— Nova lição de sexo, garota prodígio: as melhores fodas, vêm depois das piores brigas.
Ela sorriu como uma garotinha boba que não sabia lidar de forma saudável com expectativas. Queria pagar para ver.
enrolou o elástico da calcinha dela nos polegares. levantou o quadril facilitando o processo. E a peça de algodão voou por cima do ombro dele. Cacete. Eram maravilhosos todos os indicativos no rosto do homem. O desejo queimava nas suas pupilas dilatadas. E saber que era ela a responsável por aquilo foi um combustível e tanto para sua autoestima.
— Veja só o que seu corpo está me dizendo, . — O vocalista levou dois dedos ao interior dela. Suavemente começou a movimentá-los. Ela segurou-se firme aos lençóis e apertou os olhos. Ruídos desconexos escaparam da sua garganta.
— Você realmente acredita que deveríamos ter deixado as coisas da forma que deixamos, ? Não, eu não acredito...
— ... — O nome dele saiu meio a um gemido quando o vocalista dedicou atenção especial ao ponto mais sensível do corpo dela. — Caramba!
— E nem você. — Ele riu malicioso.
agachou-se na beirada da cama, a barba curta do queixo arranhou o interior das coxas da garota. Deus, o rosto dele estava próximo demais dali.
Hora de uma intervenção:
— O que... você vai fazer, ?
— Só uma coisa que pulamos na primeira noite. Quero saber seu gosto.
As bochechas de ficaram tão quentes que não se surpreenderia se fumaça saísse delas. Tentou fechar as pernas em reflexo, mas dedos rápidos afundaram na sua pele e a impediram. Não é preciso fazer suspense para dizer quem venceu.
— Não, ... isso é... bem estranho.
— Não, , é bom pra cacete. Isso sim é o que é. Agora fique relaxada.
Deus. Ela poderia deixá-lo fazer logo isso. Chega de drama. E então não relutou mais. Fechou os olhos. Em situações como aquela, era essencial deixar apenas o tato no comando. afundou a boca naquele lugar úmido ao extremo. Um leve tremor tomou conta da garota. A língua dele passeou por toda a extensão, conhecendo o terreno. Na verdade, desbravando locais nunca antes tocados com tanta intimidade. Como ela teria coragem de olhá-lo depois daquilo? deu um repuxão na cama quando a língua do músico fez um giro significativo num ponto especial.
— Oh, meu Deus!— ela disse, gritou e também miou como uma gatinha. Que incrível potencial de vocalização o sexo causava.
— Tudo bem, ? — Ele perguntou com um maldito sorrisinho presunçoso. Claro que o cretino já sabia que estava tudo bem. Mais do que bem, para ser justa. Vocalistas e suas incríveis habilidades orais. Superam o que devem fazer no palco e levam sua magia para shows em locais mais exclusivos.
— Cristo, , sim. Não pare.
Teria como ser acordada com aquilo todo dia ao invés de um despertador?
— Então não quer deixar as coisas do jeito que estavam, hum? Ah, filho da mãe sádico.
— Se você não continuar isso agora, vou adorar ser a responsável por estrear um homicídio aqui da janela do décimo segundo andar.
E a cabeça dele desapareceu por entre as pernas da garota mais uma vez, não antes do infeliz sorrir vitorioso. Os olhos de enxergaram apenas os cabelos escuros do músico. Ela os agarrou, empurrando o rosto dele mais para si. Estava possuída. cravou as unhas no quadril dela. Sua língua a preencheu de todas as formas possíveis, vagueando pelos pontos certos.
O corpo de deu os sinais: fogo concentrou-se na sua pelve. De repente uma sequência de espasmos involuntários. As pálpebras amoleceram. Ruídos sem sentido, e também o nome dele, escaparam de seus lábios. Ah, merda. Tinha uma grande chance de a sua vida sexual tornar-se assunto da próxima pauta do condomínio. Ela colocaria uma mordaça na boca toda vez que tivesse sexo oral inesperado em plena tarde.
O coração da professora tentava escapar do peito, ou então fossem apenas seus pulmões reivindicando mais ar do que o existente no quarto. O sorriso em sua face poderia romper suas bochechas de tão grande que era. Pontinhos brilhantes dançavam loucamente em seu campo de visão. Era o mais puro êxtase.
a olhou, limpando os cantos da boca como um garoto travesso que acabara de se esbaldar sozinho com um pote de sorvete.
— Caramba, ... o seu gosto, o seu cheiro... — Disse e no instante seguinte colocou-se em cima dela. O homem não estava disposto a perder tempo. A ereção estourando na calça jeans roçou dura como pedra na barriga da garota. sentiu o odor que recendia do rosto dele.
— Quero que saiba o quão deliciosa você é.
a beijou. Céus. Ela não esperava por aquilo. A acidez do seu sexo impingida na saliva dele a pegou de surpresa. O ato parecia sujo. Parecia pecaminoso. Mas fodam-se todas as aparências. Aquilo realmente era bom.
E ela precisava de mais partes daquele homem. Desesperadamente.
— … Quero sentir você dentro de mim. — Foi quase como suplicar. Mas nem precisava. Claro que ele adoraria atendê-la.
— E eu também quero. Quero muito foder você, .
levantou-se da cama e retirou a embalagem metálica do bolso de trás da calça. Colocou-a entre os dentes enquanto se livrava do jeans. Maldito prepotente. Então já sabia que teria sexo assim tão fácil quando foi ao apartamento? Não, talvez estivesse exagerando. Talvez levar camisinhas no bolso da calça era algo que belos astros do rock faziam sempre para o caso de precisarem lidar com todas aquelas groupies.
Oh, droga. Melhor pensar na primeira opção.
Ou então, melhor não pensar em mais nada além da protuberância absurda forçando a boxer dele.
— Preciso perguntar se você está pronta? — Ele disse de forma sugestiva olhando para o sexo dela e na mancha que se formou no colchão. A mulher poderia ter uma desidratação lá embaixo.
— Acho que a cena é autoexplicativa.
Um sorriso insano foi à resposta do homem. Ele então colocou a camisinha sem perder o contato visual com a garota. , por sua vez, não sabia onde focar: nos olhos verdes do músico ou no lugar onde as mãos dele agora terminavam de desenrolar o látex. Antes que pudesse decidir, já estava sobre ela.
— Posso ser um pouco menos delicado dessa vez? — Ele disse quando seus rostos estavam a um palmo de distância, mas não pareceu realmente esperar um não pela pergunta. — Eu acho que você aguenta... E acho que nós dois vamos gostar.
— Tudo bem. Faça do seu jeito. — também achava que aguentaria qualquer coisa vinda dali.
Ele não fez suspense. Estava realmente falando sério sobre não ser delicado. deslizou para dentro dela e foi puro êxtase. teve a certeza de como seu corpo sentiu a falta dele quando o vocalista a preencheu. tinha razão sobre ela aguentar. O interior da garota moldava-se perfeitamente a ele. Era a peça que faltava.
O homem acertou um ponto que fez ver novas luzes brilhantes. Havia um tesouro dentro de suas cavidades e ela nunca soube. poderia levar todo o prêmio agora que descobriu o lugar. Ele notou a mudança repentina que o movimento causou no semblante da garota e o esboço de um sorriso permeou seu belo rosto enquanto repetia aquele jogo diabólico e igualmente maravilhoso, nunca deixando de acertar o lugar certo.
— Caralho... parece que meu pau sentiu muito a sua falta. — Ele disse malicioso, sem perder a cadência daquele movimento nenhuma vez. Incansável. O homem era uma máquina.
— Eu... também senti a sua falta. Ah, merda... AI! — Ela disse com a respiração entrecortada e então... dor. Caramba. Foi como se algo pontiagudo acertasse-lhe o colo do útero. Rá. Sem trocadilhos. Era exatamente isso o que era. o empurrou em reflexo.
parou de movimentar-se e a encarou preocupado.
— Ah, droga. Sinto muito.
— Não, tudo bem... eu só...
— Vamos mais devagar. É só a terceira vez que você está fazendo isso, eu deveria estar sendo menos estúpido.
— Tá, tá legal.
Ele então agiu com cuidado: do heavy metal pesado para um sutil MPB. O movimento era mais um acalento, como se ela fosse uma bonequinha ou um vaso caro prestes a quebrar. Também era bom. Romântico. Mas no momento, não o suficiente.
— , volte a fazer da forma que você estava fazendo.
A fala o deixou aceso, mas ele não poderia simplesmente ignorar o fato de que a garota poderia estar dizendo aquilo só para agradá-lo.
— Mas eu estava machucando você.
— Sim, mas... você não entende. Eu... realmente estava gostando do outro jeito. — Admitiu meio sem graça. Quais as chances dele julgá-la uma masoquista pervertida?
— Ah... — Ele lambeu os lábios e riu mordaz. A luxúria reacendeu mais forte do que nunca em seus olhos. Nenhum julgamento havia ali. — Muito bom. Vamos continuar do outro jeito, então.
E de volta ao Rock ’N’ Roll, baby.
Fazia um calor dos infernos. Nada para se esperar diferente, afinal, estavam em pleno verão carioca. O cheiro do sexo e suor inundava o quarto. O baque forte entre as peles molhadas ecoava maravilhosamente nos tímpanos. Aquela nota única repetida era música para os ouvidos.
A primeira vez havia sido maravilhosa, claro, mas a verdadeira magia estava ali. dominava a arte e não estava brincando sobre os dois se divertirem. surpreendeu-se com a versatilidade daquele homem: soube ser doce e cavalheiro quando precisou, mas também se mostrou um expert em sexo selvagem. Nada para se esperar diferente. Aquela performance certamente era o penúltimo passo para o paraíso.
— , eu quero tanto você... tanto...
— E você me tem, .
Os músculos do corpo da garota estavam todos tensionados. Cristo. Ela não aguentaria muito mais. Mas a intenção era essa, não? gritou coisas desconexas e então alcançou o nirvana pela segunda vez naquela tarde.
Dificilmente teria forças para sequer pegar um copo de água nos próximos minutos. Como pode ter vivido tanto tempo sem isso? Era infeliz e não sabia.
O corpo dele pesou sobre o seu pouco tempo depois. A pulsação no peito de era absurda e não havia uma mecha sequer de seu cabelo castanho que não estivesse imbuída em suor.
— Caramba... isso foi... muito bom. — conseguiu arrumar forças para dizer então suspirou. arquejou quando ele saiu de dentro dela.
— Foi demais. Meu Deus… demais.
— E esta tudo bem?
— Eu estou bem. — abraçou o homem desfalecido ao seu lado, seus dedos brincando com uma mecha escura do cabelo dele. — E dessa vez eu falo sério sobre não deixar você sair desta cama nunca mais.
O sorriso de foi de pura satisfação.
— Nem para pegar as minhas coisas no hotel?
Os olhos dela brilharam.
— Ah, para isso posso abrir uma exceção. Tem planos de ficar no Rio até quando?
— Até domingo. — disse e fez as contas. Não seria muito. Já era quinta-feira. — Você vai estar disponível nos próximos dias?
Por um instante foi tentador cogitar a ideia de usar o atestado falso deixado por Josi.
— Eu dou aula hoje à noite, e amanhã, além do trabalho, tenho o Mestrado. Mas no sábado estou livre e... ah, droga. — Ela franziu o cenho e colocou o rosto entre as mãos.
a olhou, uma leve preocupação traçando rugas na pele reluzente de suor.
— O que foi?
— Sábado é aniversário de casamento dos meus pais.
— Certo.
— Eles não vivem no Rio. Moram em Vassouras, uma cidadezinha há duas horas daqui. Eu não posso deixar de ir.
— Ah. — Ele disse claramente decepcionado. Seu belo rosto não deveria passar por tanta provação.
— O que nós vamos fazer?
— Bem... Eu poderia ir com você, se não tiver problema.
Ela o encarou realmente surpresa.
— Você quer ir comigo até a casa dos meus pais?
— Se não for inconveniente.
sorriu como uma boba.
— É claro que não é inconveniente. Meu Deus.
Depois ficaram ali. Olhando para o teto sem nada dizer ( sempre descobria uma nova manchinha de mofo na pintura cada vez que fazia isso). E nem um deles soube, mas ambos tiveram o mesmo pensamento: como a vida lhes preparou tanta surpresa desde aquela primeira noite em Praga. Quem diria que agora estariam lado a lado, num quartinho abafado, planejando envolver mais pessoas naquela história cheia de reviravoltas.
roçou a mão na barriga dela, um movimento circular ao redor do umbigo. Os lábios de pararam certeiros no ombro do rapaz, ela o mordeu bem de leve.
Então confessou:
— Eu nunca levei ninguém à casa dos meus pais antes.
Ao que disse de volta:
— E eu nunca conheci os pais de uma garota antes.
Ambos suspiraram. O de , um pouquinho mais longo. Depois gargalhou sozinho, a garota levantou o rosto e o encarou com curiosidade:
— Que foi?
— Lembra quando saímos da festa em Denver e estávamos indo para o estacionamento?
Ela nem precisou pensar muito para resgatar a lembrança.
— Claro.
— Naquela noite você disse que seu pai me expulsaria da sua casa com um pontapé.
Ela colocou a mão no rosto e riu envergonhada. De que forma misteriosa trabalha o destino, não?
— Ai, droga. Falei.
Gargalhadas preencheram o ar, para depois vir a voz de , tomada por uma leve tensão:
— Bem...Você não estava falando sério... estava?
Nota da autora: (26.03.2017) Pobre Brian, será que as palavras da Stela foram um presságio? Próximo capítulo vamos conhecer o Charles Reis, pai da protagonista, e então descobriremos. Isso se o rockstar não amarelar. Hahaha!
Um beijo mais do que especial em cada uma de vocês, minhas preciosas leitoras! A viagem estava maravilhosa, mas a saudade de vocês estava maior! (Autora carente).
Grupo no face.
Beijinhos de gratidão por acompanharem NCAP e até a próxima!
Nota da Beta: Eu ri horrores com a apresentação da nova personagem Josi, super engraçada e divertida. E essa amizade, eu já amei! Gostei mais ainda da Josi porque ela atendeu o cretino fdp hahaha. E o reencontro? Dona Naty tu arrasou, hein? Amei tudinho haha!
Acho que o Brian está ferrado rs! Continue logo! <3