Capítulo Único
O estádio tremia enquanto a torcida pulava cantando o hino da Alemanha, o branco e preto dominava toda a arquibancada do lado esquerdo do Estádio do Maracanã, no Brasil, e a torcida enviava toda sua vibração para a equipe que se aquecia nos gramados. Fogos eram soltos e a cada nova explosão a torcida vibrava mais, a famosa muralha amarela pulava levantando seu mosaico e cantando a todo pulmão junto com o resto do estádio.
Os jogadores começaram a pular no campo e pedir por mais barulho da torcida e isso lhes foi dado, a torcida gritava mais alto e as estruturas tremiam debaixo dos meus pés.
correu até a beirada do campo e se agarrou a grade de proteção levando a torcida à loucura, meu coração disparou vendo o sorriso e a alegria dele de estar finalmente de volta aos campos depois da pior lesão de sua carreira. Meu corpo vibrava junto com ele enquanto ele, agarrado ao companheiro de equipe, pulava e sorria com a torcida.
Quando a partida começou toda minha atenção era grudada em , ele corria e fazia seus maravilhosos passes de forma impecável, ninguém dizia que ele estava voltando depois de meses longe dos campos. Quando marcou seu primeiro gol da partida, ele correu pelo campo colocando a bola por baixo da camisa e apontou pra área VIP onde eu me encontrava e eu sorri alisando minha barriga já aparente de quatro meses de gestação.
Nós estávamos radiantes com a ideia de nosso primeiro filho juntos, e eu estávamos juntos à cinco anos desde que nos conhecemos no bar da minha família onde eu trabalhava na época. Ele estava lá com seu irmão e entrou em uma puta briga, me lembro como se fosse hoje quando ele sorriu pra mim pela primeira vez.
Flashback on.
- , briga perto do banheiro, vai lá por favor! - Dean gritou chamando minha atenção e eu bufei irritada, eu estava terminando de preparar um drink pra loira que me encarava com uma cara nada boa no bar.
- Eu estou ocupada - olhei pra ele fazendo uma careta, e ele deu de ombros apontando pro local onde a briga acontecia.
- Alex está recebendo o novo estoque nos fundos e está todo mundo ocupado. VAI VER A PORRA DA BRIGA! - ele gritou a última parte jogando um pano na minha direção e eu olhei irritada para ele, terminei a bebida e fui até a rodinha de pessoas que incentivavam a briga.
Eu odiava aquele bar, odiava os empresários bêbados que vinham pra cá beber e procurar por sexo fácil enquanto suas esposas estavam em casa esperando, odiava os universitários que vinham beber pra esquecer a vida frustrada e odiava mais ainda as vadias que vinham arrumar um trouxa pra pagar cerveja e dar um sexo sem graça no final da noite.
Mas se tinha uma coisa que eu mais odiava eram as brigas, sempre eram pelos mesmos motivos: mulheres, mostrar quem era mais machão que o outro, mulheres, a sinuca, mulheres, esbarrões, mulheres ou apenas porque eram um bando de idiota.
- Me deixem passar - gritei pros idiotas que estavam bloqueando a minha passagem, eles me olharam e abriram passagem sorrindo sem graça para mim.
- Desculpe, - o garoto moreno disse e eu revirei os olhos.
- Que seja - abri espaço até chegar aos dois homens que se esmurravam no chão.
- HEY, PAREM JÁ COM ISSO, SEUS IDIOTAS - um dos caras me olhou com seus olhos verdes e sorriu antes de dar outro soco no ruivo jogado no chão - EU DISSE PRA PARAR COM ISSO! - gritei e ouvi a risada do loiro a minha frente, ele esmurrou o rosto do ruivo mais uma vez, olhou pra mim sorrindo e piscou um dos olhos lentamente.
- Eu escutei coração, só não estou a fim de respeitar - o loiro disse e deu outro soco no ruivo que dessa vez revidou e acertou as costelas dele com o joelho.
Os músculos das suas costas tatuadas chamaram minha atenção por alguns segundos e eu me vi irritada por achar aquele babaca tão gostoso.
- , já chega cara - um outro homem, também loiro, chegou e puxou pelo braço.
- Eu não acabei com esse babaca - se preparou para dar outro soco e seu amigo segurou seu braço, fazendo o soco ficar no ar.
Corajoso ele.
- Só não vale a pena, - ele falou ainda segurando o braço do amigo e eu aproveitei que ele parecia mais calmo e provavelmente não acertaria um soco na minha cara e fui até eles.
- Hey idiotas, a briga acabou então por favor levantem seus traseiros malhados daí e vão caçar uma mulher pra acabar com toda essa tensão! os três me olharam e me avaliaram - eu não estou brincando! - falei mais alto e me avaliou levantando em seguida me mostrando ser muito mais alto que eu e um pouco até que seu amigo (que eu já achava gigante), o ruivo assim que se viu livre dos braços tatuados de levantou ajeitando a roupa.
- Acho que já encontrei minha diversão pra essa noite - aquele ruivo babaca ainda teve a coragem de sorrir pra mim com os dentes todos sujos de sangue e eu quase vomitei com a visão do sangue em sua boca.
- Não estou disponível - falei me virando pra o outro brigão, mas como a vida sempre tá de sacanagem com a minha cara o ruivo puxou meu braço fazendo com que meu corpo se chocasse contra o seu, eu o empurrei e ele tentou me puxar de novo.
- Você pode por favor dar um soco nesse babaca? - perguntei a que sorriu e não pensou duas vezes antes de nocautear o ruivo idiota.
- Obrigada - sorri e piscou novamente pra mim.
- Não por isso - ele passou a mão pelo cabelo curto e virou pro amigo -Vem irmão, vamos arrumar uma mulher pra curar esse seu coração quebrado - eles saíram andando e sorriu pra mim antes de desaparecer no meio da multidão.
Voltei ao e bar sentei na minha tão amada cadeira, Dean olhou pra mim e eu quase me escondi pedindo a Deus pra ele não me pedir mais nada hoje.
- Hey você pode ficar no lado norte do bar? A Sophi passou mal e a Kendra teve que sair às pressas pra levar ela ao médico - eu olhei pro céu e perguntei a Deus por que ele estava fazendo isso comigo.
- Eu só vou porque eu amo a Sophi - levantei e Dean gargalhou mandando um beijo pra mim.
- Você é a melhor, - eu mandei um dedo pra ele e fui até o lado norte do bar aonde um monte de gente xingava por não estarem sendo atendidos.
- HEY PESSOAL, VAMOS DEVAGAR POR FAVOR - gritei e um monte de gente começou a falar ao mesmo tempo - GENTE! CALMA, QUEM QUER UMA CERVEJA?
Não fazia nem meia hora que eu estava ali e tudo que eu desejava era que um raio caísse em cima de mim e me levasse pra bem longe daquele lugar, eu já havia perdido as contas de quantas cantadas eu já tinha levado e de quantos nomes eu já tinha sido xingada, e já tinha perdido as contas também do quanto eu já tinha xingado Alex por me arrastar pra aquele lugar em um dia de tanto movimento.
- Hey, você pode me ver uma garrafa d'água? - olhei pro dono daquela voz rouca e reconheci o brigão número dois, como era mesmo o nome dele?
- Só um minuto - fui até o freezer e peguei uma garrafa de água, empurrei em sua direção e ele me estendeu uma nota de 5 euros.
- É por conta da casa - falei e ele me ofereceu um sorriso torto que fez minhas pernas balançarem - eu te devo uma.
- Aquilo não foi nada, seu chefe não vai gostar de saber que você tá disponibilizando produtos para os seus heróis assim - eu fui obrigada a rir do jeito que ele falou.
- Eu sou a minha chefe - ele riu e passou a mão pelos cabelos curtos chamando minha atenção para seus braços tatuados.
- Então você é a dona desse lugar? - ele sentou no banco perto do bar e deu um gole na água.
- É quase isso - sorri em sua direção e ele olhou em volta.
- Hey, me dá uma coca - uma loira gritou e peguei a coca entregando a ela, que nem se deu ao trabalho de agradecer. Vadia.
- Você não parece gostar muito daqui - o brigão número dois me analisou ainda sorrindo e eu bufei. Ele não parava de sorrir não?
- Eu amo esse lugar, mas não é pra mim - servi outra rodada de tequila aos universitários que estavam no canto do bar e voltei pra frente dele me apoiando pra olhar em seus olhos.
- Se você não gosta por que está aqui? - ele perguntou mordendo o lábio inferior, seus olhos desceram até meus lábios e ele sorriu de canto.
- Porque aqui é a minha casa - ele ergueu a sobrancelha voltando seu olhar para o meu.
- Literalmente? - eu ri e neguei com a cabeça e ele gargalhou.
- Que susto, pensei que você dormisse em cima daquela mesa de sinuca onde tem um casal fodendo lá no canto - ele disse se inclinando sobre o bar e eu puxei o rádio em minha cintura gritando com Max, nosso segurança.
- MAX TEM GENTE FODENDO NA MESA DE SINUCA DOS FUNDOS - gritei e o cara se recostou no balcão me olhando com um sorriso brincalhão no rosto.
- Já estou a caminho - Max respondeu pelo rádio e eu respirei fundo.
- Aliás meu nome é , pode me chamar de - ele estendeu a mão pra mim, eu segurei sua mão.
- Price - apertei sua mão e ele sorriu abertamente pra mim.
- Acho que vamos ser ótimos amigos - levantou do banco e virou pra multidão.
- Eu acho que não - sorri e ele me olhou por cima do ombro me avaliando por alguns segundos.
- Eu tenho certeza que vamos - sorriu e desapareceu no meio das pessoas.
era louco, só pode.
Flashback off.
foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Ele passou a ir ao bar quase todo dia, nós conversávamos durante toda a noite enquanto eu servia bebidas no bar. Ele me contou sobre a vida dele, sobre a carreira e sobre como era difícil ter toda aquela pressão de ser a estrela revelação do time. Eu falava sobre a faculdade e sobre as dores de cabeça de ter que ajudar meu irmão a tocar o bar, ele me fazia ficar ansiosa por estar no bar a noite só para vê-lo sorrindo pra mim. acordou um lado a muito tempo adormecido dentro de mim, meu coração ficava aquecido toda vez que ele cruzava a porta do Duals.
Flashback on.
A noite estava agitada e meus pés estavam doendo de tanto ficar em pé, eu tinha tido aula durante toda a manhã e boa parte da tarde e para completar hoje era dia de jogo no Signal Iduna Park o que fazia com que o bar ficasse lotado de torcedores do BvB. Viver em uma cidade que era movimentada praticamente pelo futebol era complicado, mas trabalhar em um bar a dois quarteirões do estádio era totalmente louco, todos os torcedores que não conseguiam ir ao estádio procuravam bares como o nosso para assistir ao jogo e quando o BvB dava uma coça no Bayern de Munique como a de hoje tudo virava uma tremenda confusão.
- Uma garrafa de água, por favor - eu reconheci a voz e meu coração bateu acelerado, passei os olhos pelo balcão e encontrei sorrindo daquele jeito torto pra mim.
- Claro! - não me julguem por não esquecer seu nome, você também não esqueceria um rosto como aquele.
- Foi um puta jogo - o loiro sentando ao lado de comentou e eu coloquei a garrafa de água na frente dele.
- Foi sim, quantos desse você já bebeu, ? - ele perguntou e o loiro fez uma careta.
- Talvez quatro? - falou sorrindo e eu notei que seu sorriso era idêntico ao de .
- Foram sete - corrigi e me olhou assustado.
- Por que me deixou beber tanto? - ele perguntou e eu olhei incrédula pra ele.
- Porque você pediu! - fiz cara de óbvio e escondeu o rosto nos braços em cima do balcão.
- Ele está de coração partido, - falou e eu fiz cara de paisagem, mas por dentro eu estava vibrando em alegria.
ELE LEMBROU MEU NOME!
- O que foi? - perguntei fazendo uma dancinha ridícula por dentro enquanto me olhava estranho.
- Por que você estava dançando desse jeito? - falou e eu parei, senti meu rosto arder e abaixei a cabeça fingindo limpar o balcão.
Puta que pariu!
- Eu não dancei! - murmurei e evitei olhar para os dois.
- Dançou sim! - falou rindo e eu bufei batendo com um pouco de força no balcão sem querer.
- Não dancei!
- Aaaah você dançou! - disse abrindo um sorriso magnífico e eu corei mais ainda.
Gostoso pra caralho.
- Você quer mais alguma coisa? - perguntei mudando de assunto e ele negou e então eu corri dali como o diabo foge da cruz.
Atendi mais algumas pessoas e quando voltei aonde e estavam, mais três homens e duas garotas tinham se juntado a eles.
- Hey, você pode trazer cinco cervejas e um whisky pra nós? - falou com a expressão divertida e o loiro ao seu lado me olhou estranho.
- ? - falou olhando pro - Que intimidade é essa? - peguei as cervejas, preparei o whisky e entreguei a eles, eu já estava me afastando novamente quando falou:
- Nós somos amigos, ela já até dançou pra mim. - começou a rir e eu fuzilei ele com os olhos.
- Nós não somos amigos - rebati e os amigos de começaram a rir.
- Ooooouuuu essa doeu - o homem ao lado de falou e fechou a cara.
- Cala a boca, Tem - ele se virou pra mim - pensei que fôssemos amigos, eu te salvei, você me deu uma água e dançou pra mim!
- Eu não dancei pra você! - vociferei e ele me olhou com o semblante sério.
- Por que não quer ser minha amiga? - eu olhei em volta desviando de seus olhos pidões e procurei por uma saída.
- Eu nem te conheço!
- , 23 anos, jogo no Borussia Dortmund e moro no centro de Dortmund . Tenho dois irmãos e três cachorros, prazer em te conhecer - ele estendeu a mão e eu franzi a testa.
- Você joga no BvB?
- Jogo. - ele respondeu sorrindo de lado e eu me afastei um pouco.
- Definitivamente não somos amigos - falei e ele cruzou os braços me encarando, seus amigos estavam nos olhando com sorrisos nos rostos e sorria abertamente pra mim.
- Por que não quer ser minha amiga?
- Qual parte do eu não te conheço você não entendeu? - perguntei bufando enquanto servia tequila a dois universitários.
- Eu me apresentei! - falou óbvio e eu bufei encarando ele.
- Continuo não te conhecendo e não quero ser taxada como affair de jogador nenhum! - falei e ele piscou algumas vezes.
- Você nem faz meu tipo - acusou e eu ri.
- Você já tem amigos, . Eu não tenho tempo pra isso - falei e a ruiva que estava agarrada a Ten falou:
- Esse é o melhor dia da minha vida! sendo dispensado!
- Não estou dispensando ele - a corrigi - só não quero um bando de gente achando que estou dando pra ele.
- Eu não quero te comer! - acusou e eu o olhei pasma.
- Por que estamos discutindo isso? Já sei que não sou interessante pra você! - falei sendo um pouco dura, as palavras dele tinham mexido um pouco com minha autoestima, então a vadia defensiva estava no jogo agora.
- Sou Këlsh, essa é , minha namorada - o cara de grandes e lindos olhos azuis se apresentou e a morena ao seu lado sorriu abertamente estendendo uma mão pra mim.
- Prazer em conhecê-la, ! - apertou minha mão e eu sorri.
- - a ruiva me estendeu a mão também se apresentando e eu a cumprimentei não vendo motivos pra me apresentar aos amigos de .
- Eu sou o Ten e esse é o - Ten apontou para o moreno ao seu lado e eu sorri pra eles.
- É um prazer conhecer vocês.
me encarava com a expressão fechada e eu sorri cinicamente pra ele o desafiando a falar mais alguma coisa, ele fechou mais ainda a cara.
- Eu quero um whisky duplo - pediu ele, eu o servi e fui pro outro lado do bar ajudar Dean, que estava todo enrolado pois a movimentação ali era maior.
Fiz alguns drinks, servi cervejas e pedi petiscos antes de voltar pro meu lado do bar.
Todos estavam na pista de dança e apenas estava sentado no mesmo lugar, me aproximei limpando o balcão e ele ficou me observando.
- Você está me constrangendo - murmurei ele sorriu.
- Por que não quer ser minha amiga? - ele perguntou novamente e eu suspirei ficando de frente pra ele.
- Por que quer ser meu amigo? - joguei a pergunta e ele sorriu abertamente.
- Você é interessantemente estranha, eu gosto disso - franzi a testa pra ele e o encarei.
- Você é louco - falei e ele riu.
tinha um riso fácil, um rosto bonito e um corpo maravilhoso. Era um conjunto perfeito em um homem só, e daí tinha a voz. tinha uma voz rouca que parecia que ele tinha acordado naquele momento. Os braços fortes e tatuados, os ombros largos e os olhos verdes. Não era aquele verde sem graça, eram verdes claros e intensos acompanhados de cílios longos e curvados, de sobrancelhas claras. Um nariz reto e acentuado com uma boca rosa e lábios finos. Seu pescoço era longo e branco, os cabelos baixos em um corte moderno num tom claro me deixavam sem fôlego.
era lindo.
E tinha o cheiro. Era incrível demais pra ser real.
- Você está me encarando! - ele falou - e você é vesga! - comecei a rir porque ele era um babaca e eu gostava de babacas.
- E sou disléxica - falei e ele levantou a sobrancelha.
- Você é estranha.
- Já ouvi isso - sorri e ele abriu um grande sorriso, ele sabia que havia acabado de ganhar a guerra.
- Me dá seu telefone - falou se levantando e tirando o celular do bolso eu o encarei piscando devagar e ele deixou seu olhar cai novamente para os meus lábios.
- Pra que?
- Pra gente conversar - murmurou ainda encarando minha boca, ele se debruçou sobre o balcão e ficou a centímetros de distância de mim.
- Já estamos conversando - sussurrei e ele riu nasalado se afastando em seguida.
- Eu vou embora agora - falou jogando algumas notas no balcão, eu suspirei e digitei meu número em seu telefone. se afastou depois de me mandar um beijo e eu fiquei parada ali ainda inebriada com seu cheiro.
Cheguei em casa naquele dia por volta de quatro da manhã e me joguei no sofá pegando meu celular em seguida.
“Espero que mude de ideia e me deixe ser seu amigo - "
Ele tinha enviado a mensagem por volta das duas da manhã, olhei seu perfil e ele ainda estava online, sorri e digitei uma resposta pra ele:
"Acho que você deveria estar dormindo"
Ele não demorou muito a responder
"Estou tentando fazer dormir, ele está na fase da choradeira"
"Banho quente ajuda"
Digitei me esticando no sofá e sua resposta veio em seguida.
"Não quando se é um coração despedaçado"
Eu não sabia o que tinha acontecido com , mas ele parecia ser um cara legal, e caras legais não merecem ter seus corações partidos. , minha melhor amiga, se jogou em cima de mim no sofá e eu a empurrei de cima de mim.
- O que você está fazendo acordada a essa hora? - perguntei me recuperando do ataque de riso que tive ao vê-la esparramada no chão.
- Eu tenho um evento pela manhã e estou com insônia - respondeu dando de ombros. era a pessoa mais incrível que eu conhecia, nós nos conhecíamos desde criança e nunca nos separamos. Ela com seu jeito louco e tatuagens aleatórias espalhadas pelo corpo chama atenção por onde passa, talvez o cabelo com diversas cores também ajudasse. Meus pais diziam que aquilo era uma fase, mas já estava nela a quase seis anos. Ela é organizadora de eventos e atende em uma clínica pediátrica nas horas vagas. Sim ela é formada em medicina e não exerce da forma "correta".
logo foi se apaixonando por organização de eventos e quando Jeff, um antigo amigo dela, abriu a clínica viu a oportunidade de trabalhar em dois lugares que ela amava. Era cansativo, porém era o que ela amava e eu estava bem longe de julgar suas escolhas.
- Como foi o trabalho? - perguntou enquanto eu tomava banho, ela estava sentada na porta do banheiro.
- Foi legal - respondi sorrindo me lembrando do sorriso de .
- Como estava o Duals? - perguntou desconfiada.
Duals era o bar que Alex, meu irmão, e eu tínhamos recebido de herança do nosso pai. O duals ficava perto da Signal Iduna Park, o estádio oficial do Borussia Dortmund , que ficava localizada no centro de Dortmund. O bar era muito movimentado por ser o maior da região, eu estava no último período de administração na faculdade e Alex era encarregado de cuidar do bar.
Eu trabalhava lá porque era meu lar, onde meus amigos e meu irmão estavam e onde eu tinha lembranças do meu pai.
Joseph Price tinha sido um homem maravilhoso, ele e mamãe tinham se separado quando Alex e eu éramos crianças. Mamãe se casou de novo com o Jeffrey Londegrin, que era um cara muito legal, mas não era meu pai.
Alex e eu passávamos os fins de semana com papai e ele sempre nos levava pro Duals com ele. Dean e Max sempre trabalharam com papai e Mira entrou no bar quando eu tinha 13 anos. Éramos uma família, papai morreu em um assalto onde sua vida foi tirada sem pena. Ele tinha 39 anos e dois filhos. Um homem maravilhoso, gentil, educado, dedicado, um ótimo pai, amigo e patrão segundo seus funcionários.
Mamãe ficou deprimida quando papai se foi, eles se amaram de forma intensa e louca durante 10 anos, até que simplesmente acabou.
- Tinha jogadores no bar - comentei olhando pra ela pelo espelho enquanto terminava de secar meu cabelo.
- De sinuca???
- Futebol, do BvB - falei e ela arregalou os olhos.
- TU TÁ FALANDO SÉRIO??? , É O BORUSSIA! MEU TIME PORRA - Gritou rindo e eu gargalhei.
- Se te ajuda, está querendo ser meu amigo - dei de ombros e ela paralisou.
- estava no bar? - perguntou com os olhos arregalados.
- Sim, e o Ten, e também - comecei a escovar os dentes e começou a pular pela casa gritando
- O ? BACHMAN ESTAVA LÁ??? SENHOR, ! POR QUE NÃO ME LIGOU? VOCÊ É UMA PIRANHA MUITO MAU! - gritou me seguindo até meu quarto e eu me joguei na cama rindo, ela deitou ao meu lado e suspirou. Meu telefone vibrou com outra mensagem de :
" finalmente dormiu, tenha uma boa noite e entenda que eu não costumo desistir. Você vai ser minha, . Beijos."
Mostrei a mensagem a que começou a gritar e dizer o quanto eu era uma cadela sortuda, eu apenas sorri e deixei o sono me levar à sonhos envolvendo um sorriso torto e uma voz sensual.
Flashback off.
A torcida gritou quando o jogador do time adversário fez uma falta brutal em , o jogo foi paralisado e se agarrou ao corrimão olhando fixamente pelo vidro tentando ter uma visão melhor de . se aproximou dela e abraçou seu corpo de lado, eu me aproximei e fiquei ao lado das duas. e Ten apoiaram e o puxaram para cima e nós três respiramos aliviadas.
O jogo voltou a rolar e dessa vez as equipes estavam mais agressivas, já tinha se estranhado com o zagueiro três vezes e o juiz parecia estar pronto para expulsar os dois do jogo, puxou quando o zagueiro se aproximou e seguiu o jogo.
Ele sempre estava na defensiva quando se tratava de seus amigos e sua família, era a melhor pessoa do mundo. Sempre com seu coração grande e seu sorriso fácil ele conquistava todo mundo e comigo não foi diferente. Bastou alguns sorrisos e eu estava em seus braços.
Flashback on.
- Vamos ao Lounge hoje - falou entrando na sala de nosso apartamento enquanto eu estava jogada no sofá assistindo à um seriado na tv.
- No lounge? Você tá louca? A lista de espera é gigante, e a entrada também é muito cara, - sentei no sofá quando ela se jogou ao meu lado.
- Jeff conseguiu entradas, e você sabe como o Luke odeia baladas - Jeff era o sócio de na clínica médica e Luke era noivo de Jeff à não sei quantos mil anos, segundo .
- eu não tenho nem roupa pra ir na lounge! - Lounge era a boate mais badalada da região, a fila de espera era gigantesca e tudo dentro dela era tão caro que nem meu salário mensal pagava uma noite de consumação ali dentro.
Eu não sou pobre, mas tenho uma vida básica, e com toda certeza a Lounge não se encaixava no meu padrão.
- Eu te empresto um vestido - deu de ombros e pulou do sofá.
foi pro quarto dela e eu a segui, tentando argumentar sobre aquela saída louca.
- E a consumação? as coisas lá dentro são um absurdo de caras!
- Nós temos pulseiras de consumação liberada! - ela disse batendo palminhas eu abri um sorriso gigante.
Essa noite prometia!
Nós começamos a nos arrumar por volta das 21:00, me emprestou um vestido vermelho rodado na cintura e meio corpete na parte de cima. Eu odiei! Eu não era magra, e minha barriguinha extra ficou bem aparente. Fora que meus peitos ficaram tão amassados que eu achei que nunca fosse respirar.
Acabei colocando um preto que tinha um pano mais solto e não u minha barriga, mas deu uma bela de uma marcada na minha cintura. estava tão linda no vestido rosa com um decote gigante nas costas que me senti até mal com meu pretinho básico. Os cabelos coloridos dela estavam presos em um rabo de cavalo firme e ela tinha uma maquiagem bem marcada. Eu preferi deixar meus cabelos soltos, e fiz uma maquiagem preta esfumada (obrigado pelos tutoriais de maquiagem da internet). Nós fomos de táxi, já que íamos beber.
A boate estava iluminada e a fila na entrada era gigantesca, me puxou pra uma porta lateral e mostrou nossas pulseiras.
Quando entramos na Lounge eu quis beijar os pés do Jeff. Era tudo lindo, desde a iluminação à arquitetura interna do lugar.
- HOJE A NOITE É NOSSA! - gritou e me puxou pro bar.
- Duas tequilas! - pedi ao barman e sorri olhando em volta.
- Eu vou dançar! - avisou assim que viramos nossas doses.
E então nós nos acabamos na pista, rebolava até o chão chamando atenção de vários homens ao nosso redor (bendito seja o ballet).
- Sua bolsa tá brilhando! - disse quando sentamos para beber mais doses no bar e eu retirei meu telefone da bolsa vendo que tinha uma mensagem de .
começou a conversar com um ruivo que estava ao seu lado, e eles estavam flertando descaradamente um com o outro.
"O que você tá fazendo nessa quinta-feira pós jogo depressiva?"
O borussia tinha perdido o jogo de ontem e segundo , todos deveriam ficar de cara emburrada no CT.
"Estou em uma boate com a "
Respondi e voltei minha atenção para e Ansel (o ruivo), eles falavam sobre como aquela noite estava legal (daí flertavam), e como era bom conhecer gente nova (flertavam de novo) e tudo mais.
"Que vida badalada, parece até jogador de futebol! Kkkkkkk Qual boate?"
Eu ri e respondi ele rapidamente.
"Arrrgh! Odeio jogadores de futebol! Estou na Lounge"
Esperei a resposta mas essa não chegou. Espero que ele não tenha levado a brincadeira a sério.
, eu e Ansel fomos pra pista de dança novamente e começamos a dançar. e eu dançávamos com Ansel no meio de nós duas, enquanto o ruivo ria e segurava nossas cinturas.
- Posso ter a honra de uma dança? - minha nuca se arrepiou com a voz grave e rouca sussurrada no meu ouvido. Virei minha cabeça e encontrei os olhos verdes de me encarando. Me soltei de Ansel e parei de frente pra ele.
- O que você está fazendo aqui? - perguntei e ele sorriu abertamente.
- Vim me divertir!
- Como você entrou? A lista de espera é gigante! - falei mais perto dele por culpa do som e ele se aproximou colando a boca em minha orelha.
- Eu sou jogador de futebol, . Eu entro aonde eu quiser, o que me intriga é como você entrou aqui - ele disse dando ênfase no você e eu sorri mordendo meu lábio inferior.
- Tenho meus contatos - sorri e ele deu um beijo na minha bochecha me pegando totalmente desprevenida.
- Você veio sozinho? - perguntei olhando em volta tentando reconhecer algum rosto por ali.
- e estão comigo, e provavelmente Ten e apareceram em algum momento. Onde está sua amiga? - ele perguntou com o corpo ainda colado ao meu e eu puxei dos braços de Ansel e ela me olhou brava, até ver quem estava comigo.
- PUTA QUE PARIU!
- esse é o . essa é a - apresentei os dois e sorriu abertamente pra ele enquanto sorriu timidamente.
Desde quando é tímido?
- É um prazer - apertou a mão que estendeu para ela.
- Gostei do cabelo - ele elogiou e eu juro que vi ir ao chão e voltar.
- E então, vamos sentar? - perguntei e os dois concordaram e nós fomos caminhando até a área das mesas e então eu vi , e outro homem sentados em uma mesa ao canto do bar.
foi andando na frente e agarrou meu braço quando viu os outros jogadores.
- Puta que pariu! está ali! ! Meu pai amado o - ela sussurrou e eu ri apertando seu braço.
- Se controla! - pedi e ela juntou o corpo ao meu.
- Não dá! Já estou encharcada só de olhar pra esses homens - ela disse e eu gargalhei chamando atenção de .
- O que foi? - perguntou e eu neguei com a cabeça.
- Nada demais - sorri e ele deu de ombros voltando a caminhar para mesa.
- Se liga na bunda dele, ! Olha essas coxas grossas! - Dei uma cotovelada nela quando chegamos à mesa, ela realmente acha que eu não tinha notado aquela bunda ainda?
- ! - me abraçou e se virou pra - Eu amei seu cabelo!
- Obrigada, prazer - estendeu a mão pra que a ignorou abraçando-a e eu sorri.
- Muito prazer, eu sou a e esses são e - apresentou e me deu um abraço apertado e beijou o rosto de .
- Wolflänk - se apresentou e eu não sei descrever o que era aquele homem. Lindo, cheiroso, charmoso e intensamente gostoso.
Sentamos na mesa. Fiquei entre e enquanto ficou entre e , a conversa fluiu naturalmente, conversava sobre a paixão dela pelo time com e enquanto , e eu falávamos sobre "Como era difícil ser um jogador famoso".
- É muito sério! Quer dizer eu amo o assédio das mulheres, mas 99,9% delas só querem ficar comigo pela fama e o dinheiro - falou e eu ri.
- E você nem gosta de ter esses casinhos "não sentimentais", né? - falei e ele revirou os olhos.
- Esse não é o ponto. O ponto é que no nosso ramo é difícil achar alguém pra, sei lá, namorar - falou e eu encarei ele sorrindo de lado.
- E você quer namorar? - perguntei olhando cinicamente pra ele.
- Não!
- Caso encerrado! - falei soltando uma gargalhada e virou a dose dele.
- Vem dançar comigo - falou esticando a mão pra mim. E eu avaliei a mão dele e olhei pro seu rosto que sorria abertamente, e então olhei pro que me olhava com a sobrancelha erguida.
- Vou passar essa - sorri e ele revirou os olhos indo pra pista de dança.
- Eu estava ansioso pra te ver de novo - sussurrou no meu ouvido eu sorri pra ele.
- Confesso que achei que você iria desistir - olhei em seus olhos e entendi o que as revistas falavam sobre o olhar matador de . Seus olhos eram intensos demais, brilhosos demais, verdes demais.
- O que você tá olhando? - e então ele abriu um sorriso.
Minha calcinha foi ao chão.
- Seus olhos - sussurrei e ele sorriu mais ainda.
- Você já está apaixonada? - murmurou com o rosto colado ao meu.
- Nem fodendo! - ele gargalhou e eu me afastei um pouco - seus olhos são bonitos, .
- diz que é meu único charme - comentou bebendo seu whisky em seguida.
- Não acho que seja o único - dei de ombros e ele me olhou apertando os olhos em minha direção.
- E quais são os outros? - se aproximou novamente de mim e eu mordi meu lábio.
- Você tem belas coxas - coloquei minha mão em sua coxa apertando levemente e ele passou o braço pela minha cintura puxando meu corpo pra mais perto do seu.
- Tenho? - sussurrou em meu ouvido e eu prendi a respiração.
- E uma bela bunda também - murmurei em seu ouvido e ele se arrepiou.
- Você tá reparando na minha bunda? - sua testa colou na minha e ele fez carinho em meu pescoço com sua mão direita.
- Sem contar nas suas costas - passei minha mão por suas costas e ele apertou minha cintura.
- ! - ele murmurou com a voz falha.
- E o seu sorriso! Você já sorriu pra você mesmo?
- ! Pare agora! - tampou minha boca e eu comecei a rir me afastando dele.
- Eu estou zoando com a sua cara - me soltei dele e belisquei suas bochechas que estavam vermelhas.
- Você é uma cretina! - ele virou sua bebida com a cara emburrada e eu continuei a rir dele.
- Pare, . Você sabe que eu não menti. - me aproximei mais um pouco e ele bufou.
- Não quero mais falar com você! - e não falou, não falou comigo por quase uma hora e eu não conseguia parar de rir pra cara emburrada dele.
- É sério, eu realmente não tenho uma camisa do BvB - falei e bufou.
- Não tô entendendo! Você precisa ter uma camisa! Com meu nome atrás! - disse e fuzilou ele com o olhos.
- Ela não vai vestir uma camisa com SEU nome. Ela é minha amiga, MEU nome na camisa dela - disse pausadamente e riu dele.
- Deixa de ser cuzão, - eu amava a forma que falava, era tão calmo que o cuzão parecia um elogio.
- Vai aplaudir o sol vai, maconheira - tacou um guardanapo amassado em que bufou e se aconchegou em .
- Eu não fumo maconha - respondeu dando de ombros.
- Sei que não - rebateu e riu dos dois.
- E ai cuzões! - se jogou na cadeira ao lado de enquanto Ten e pararam do lado de .
- Sempre bom te ver, - falou revirando os olhos.
- Vá se fuder, ! - ela rebateu mandando um beijo pra ele.
- Baixou o nível da conversa - comentou chegando na mesa.
- Porque você chegou, né queridinho? - eu ri com a briga deles e olhava tudo meio vidrada.
"É muito surreal ter meus ídolos na mesma mesa que eu! Acho que vou ter um ADP!"
Ri lendo a mensagem que me enviou depois de começar a contar quantas cores tinha em seu cabelo e de Ten fazer uma competição de quem comia mais batata frita com ela.
- O que você tá comendo? - perguntei depois de ver enfiar alguma coisa na boca.
- Bala de café - falou dando de ombro. Prendi a respiração e me aproximei dele.
- , me dê uma dessas agora!
- Você gosta de bala de café? - perguntou se virando totalmente pra mim.
- Eu sou viciada em bala de café! - exclamei rindo e ele agarrou meu rosto.
- Eu vou te beijar!
- Não vai não! - ri alto e ele me olhou alarmado.
- Só tenho essa bala - falou mostrando a bala entre os dentes.
Não pensei duas vezes quando me inclinei em cima do seu corpo e arranquei a bala de sua boca, nossos lábios se tocaram e aproveitou a situação e me puxou para um beijo. Seus lábios se moldaram aos meus e ele sugou levemente meu lábio inferior, sua língua tocou a minha e eu me desfiz em seus braços, me puxou para mais perto do seu corpo e enfiou as mãos em meus cabelos grudando mais ainda nossas bocas, meus braços abraçaram seu pescoço e eu sorri entre o beijo.
- Vocês se beijaram? - perguntou fazendo uma cara muito incrédula.
- Caralho! Vocês se beijaram! - gritou levantando os braços e fazendo uma dancinha ridícula.
mantinha a boca aberta e os olhos arregalados quando eu me afastei de .
- Só compartilhamos uma bala - falou alisando minha perna e bufou.
- Qual o problema? - perguntei e ele piscou pra mim.
- Tem um bolão - Ten falou e eu olhei pra ele.
- Que bolão?
- Entre o time, quase todo mundo apostou que ele não vai conseguir te pegar - deu de ombros e eu ri.
- Quem achava que ele ia conseguir? - perguntou e sorriu pra ela.
já não deve ter calcinha.
- e - falou e eu sorri.
- Pegue seu prêmio, - disse e fiz um high five com ele.
Flashback off.
Me apaixonar por foi fácil e nosso relacionamento foi construído em cima de uma amizade sólida, nós passamos por diversas coisas juntos. Sua carreira disparou e nós nos empenhamos em sempre apoiar um ao outro. Me formei na faculdade no mês em que fizemos três anos de namoro e foi quando me pediu para morar com ele. Nós ficamos uma semana pra conseguir encaixar minha casa dentro da sua, tinha o dobro de roupas do que eu e tivemos que fazer uma grande limpa em seu guarda roupa, sua sala teve que abrir espaço pros meus livros de psicologia e seu banheiro para as minhas maquiagens e absorventes. Nós nunca iríamos imaginar que estávamos a um passo da pior lesão da vida dele.
Flashback on.
Me assustei com o grito da torcida e olhei assustada para o campo vendo jogado no meio de campo agarrado a sua perna. Eu prendi minha respiração sentindo me abraçar de lado.
- Levanta, - sussurrei com o rosto colado ao vidro de proteção da área VIP, o estádio estava todo em silêncio e todos os torcedores ali presentes tinham sua atenção voltada ao meio de campo que rolava no campo sendo amparado pelos companheiros de equipe.
e começaram a fazer sinal para a equipe médica e eu me desesperei totalmente.
- Preciso ir até ele - falei pegando minha bolsa e saindo em direção a área infelizmente já tão conhecida por mim. Corri até a parte em que as ambulâncias ficavam e vi os médicos do clube dentro de uma ambulância examinando . Ele gritava de dor e eu comecei a chorar vendo o desespero dele, sentou na maca e me viu ele piscou devagar tentando controlar as lágrimas que escorriam por seu rosto.
- Nós vamos ao hospital - o médico decretou e se jogou na maca soltando outro grito quando o médico mexeu na área de seu joelho - Sua garota vai com você, ? - ele perguntou e confirmou com a cabeça, o médico me ajudou a subir na ambulância e eu me sentei ao lado de .
Seu rosto estava vermelho e ele tinha um dos braços sobre os olhos, seu corpo tremia e ele estava encolhido na maca. O médico colocou um soro avisando que era pra dor e eu me inclinei passando minhas mãos no rosto de .
- Vai ficar tudo bem, meu amor - ele piscou os olhos vermelhos pra mim e eu não consegui mais segurar as lágrimas, esticou o braço e enfiou a mão em meus cabelos me puxando pra ele, acomodei meu rosto em seu ombro e ele chorou agarrado ao meu corpo.
Nós já tínhamos passado por diversas lesões juntos, eu sempre ficava ao seu lado pois se tornava extremamente sensível quando lesionado.
Ele se transformava quase em uma criança machucada.
Quando chegamos ao hospital foi levado às pressas para área ortopédica do hospital e eu fui impedida de entrar junto com ele. As paredes brancas da sala de espera deveriam passar calma mas eu só conseguia ficar mais ansiosa a cada vez que eu levantava minha cabeça e encarava as portas por onde tinha sido levado, meu coração estava apertado em angústia e eu já havia roído todas minhas unhas quando , Ten, e entraram na sala onde eu me encontrava.
- Como ele está? - se abaixou na minha frente e segurou meu rosto limpando as lágrimas que escorriam por meu rosto.
- Eu não sei! Ninguém me dá informação nesse lugar - falei voltando a chorar e me puxou para um abraço.
entrou correndo no hospital e quando me viu veio até mim se jogando em meus braços.
- Ele vai ficar bem meu amor - sussurrei em seu ouvido e nós ficamos ali apoiando uns aos outros.
Quando os médicos vieram até nós com notícias, a sensação de alívio não veio junto, os médicos disserem que rompeu os ligamentos cruzados e laterais do joelho esquerdo, além do menisco. E o sonho de de um dia ser campeão do mundo por sua seleção podia ter chegado ao fim.
Flashback off
Inicialmente, sua recuperação levaria cerca de 8 meses, passou para 12 e no final de tudo foram incontáveis 18 meses de recuperação. Os médicos depois de um tempo nos contaram que quase perdeu a perna por conta da lesão. Sua circulação sanguínea foi prejudicada e por pouco ele não amputou a perna esquerda. Segundo o médico responsável pelo caso de se tivessem demorado 60 segundos à mais para o socorro dele, e se não pudéssemos contar com o preparo da equipe médica poderia ter morrido. Foram impressionantes sete cirurgias em sete dias consecutivos, dois dias descanso e mais uma cirurgia. Depois de oito operações, nós ainda não tínhamos certeza se ele estaria em pé novamente algum dia.
Eu lembro como se fosse hoje como ficou perdido quando perguntou ao médico sobre quando, e se, poderia voltar a jogar. Seus olhos ficaram desfocados quando o médico disse que ele poderia jogar, sim, mas como hobby num parque.
E aqui estávamos nós, juntos enquanto ele corria pelo campo comemorando seu segundo gol da partida. sorria com a cabeça virada para cima agradecendo a Deus por mais aquela vitória, nós dois juntos tínhamos chegado ali. De volta aos campos depois de ser totalmente desacreditado por todos os médicos, foram meses de fisioterapia e muito preparo psicológico para que não desistíssemos. Minha gravidez foi fruto da nossa noite de comemoração quando finalmente conseguiu correr novamente, nós estávamos tão felizes que qualquer tipo de proteção foi totalmente deixado de lado.
Hoje estávamos felizes e prontos para seguir em frente, prontos para construir nossa família.
Quando o juiz apitou o final da partida eu me agarrei as meninas e nós descemos até o campo indo abraçar os homens de nossas vidas, me rodou em seus braços e deu um longo beijo em meus lábios, eu sorri e alisei seu rosto feliz.
- Parabéns campeão do mundo - beijei seus lábios e ele me rodou novamente comemorando aquela que seria a primeira de muitas vitórias em nossas vidas.
Os jogadores começaram a pular no campo e pedir por mais barulho da torcida e isso lhes foi dado, a torcida gritava mais alto e as estruturas tremiam debaixo dos meus pés.
correu até a beirada do campo e se agarrou a grade de proteção levando a torcida à loucura, meu coração disparou vendo o sorriso e a alegria dele de estar finalmente de volta aos campos depois da pior lesão de sua carreira. Meu corpo vibrava junto com ele enquanto ele, agarrado ao companheiro de equipe, pulava e sorria com a torcida.
Quando a partida começou toda minha atenção era grudada em , ele corria e fazia seus maravilhosos passes de forma impecável, ninguém dizia que ele estava voltando depois de meses longe dos campos. Quando marcou seu primeiro gol da partida, ele correu pelo campo colocando a bola por baixo da camisa e apontou pra área VIP onde eu me encontrava e eu sorri alisando minha barriga já aparente de quatro meses de gestação.
Nós estávamos radiantes com a ideia de nosso primeiro filho juntos, e eu estávamos juntos à cinco anos desde que nos conhecemos no bar da minha família onde eu trabalhava na época. Ele estava lá com seu irmão e entrou em uma puta briga, me lembro como se fosse hoje quando ele sorriu pra mim pela primeira vez.
Flashback on.
- , briga perto do banheiro, vai lá por favor! - Dean gritou chamando minha atenção e eu bufei irritada, eu estava terminando de preparar um drink pra loira que me encarava com uma cara nada boa no bar.
- Eu estou ocupada - olhei pra ele fazendo uma careta, e ele deu de ombros apontando pro local onde a briga acontecia.
- Alex está recebendo o novo estoque nos fundos e está todo mundo ocupado. VAI VER A PORRA DA BRIGA! - ele gritou a última parte jogando um pano na minha direção e eu olhei irritada para ele, terminei a bebida e fui até a rodinha de pessoas que incentivavam a briga.
Eu odiava aquele bar, odiava os empresários bêbados que vinham pra cá beber e procurar por sexo fácil enquanto suas esposas estavam em casa esperando, odiava os universitários que vinham beber pra esquecer a vida frustrada e odiava mais ainda as vadias que vinham arrumar um trouxa pra pagar cerveja e dar um sexo sem graça no final da noite.
Mas se tinha uma coisa que eu mais odiava eram as brigas, sempre eram pelos mesmos motivos: mulheres, mostrar quem era mais machão que o outro, mulheres, a sinuca, mulheres, esbarrões, mulheres ou apenas porque eram um bando de idiota.
- Me deixem passar - gritei pros idiotas que estavam bloqueando a minha passagem, eles me olharam e abriram passagem sorrindo sem graça para mim.
- Desculpe, - o garoto moreno disse e eu revirei os olhos.
- Que seja - abri espaço até chegar aos dois homens que se esmurravam no chão.
- HEY, PAREM JÁ COM ISSO, SEUS IDIOTAS - um dos caras me olhou com seus olhos verdes e sorriu antes de dar outro soco no ruivo jogado no chão - EU DISSE PRA PARAR COM ISSO! - gritei e ouvi a risada do loiro a minha frente, ele esmurrou o rosto do ruivo mais uma vez, olhou pra mim sorrindo e piscou um dos olhos lentamente.
- Eu escutei coração, só não estou a fim de respeitar - o loiro disse e deu outro soco no ruivo que dessa vez revidou e acertou as costelas dele com o joelho.
Os músculos das suas costas tatuadas chamaram minha atenção por alguns segundos e eu me vi irritada por achar aquele babaca tão gostoso.
- , já chega cara - um outro homem, também loiro, chegou e puxou pelo braço.
- Eu não acabei com esse babaca - se preparou para dar outro soco e seu amigo segurou seu braço, fazendo o soco ficar no ar.
Corajoso ele.
- Só não vale a pena, - ele falou ainda segurando o braço do amigo e eu aproveitei que ele parecia mais calmo e provavelmente não acertaria um soco na minha cara e fui até eles.
- Hey idiotas, a briga acabou então por favor levantem seus traseiros malhados daí e vão caçar uma mulher pra acabar com toda essa tensão! os três me olharam e me avaliaram - eu não estou brincando! - falei mais alto e me avaliou levantando em seguida me mostrando ser muito mais alto que eu e um pouco até que seu amigo (que eu já achava gigante), o ruivo assim que se viu livre dos braços tatuados de levantou ajeitando a roupa.
- Acho que já encontrei minha diversão pra essa noite - aquele ruivo babaca ainda teve a coragem de sorrir pra mim com os dentes todos sujos de sangue e eu quase vomitei com a visão do sangue em sua boca.
- Não estou disponível - falei me virando pra o outro brigão, mas como a vida sempre tá de sacanagem com a minha cara o ruivo puxou meu braço fazendo com que meu corpo se chocasse contra o seu, eu o empurrei e ele tentou me puxar de novo.
- Você pode por favor dar um soco nesse babaca? - perguntei a que sorriu e não pensou duas vezes antes de nocautear o ruivo idiota.
- Obrigada - sorri e piscou novamente pra mim.
- Não por isso - ele passou a mão pelo cabelo curto e virou pro amigo -Vem irmão, vamos arrumar uma mulher pra curar esse seu coração quebrado - eles saíram andando e sorriu pra mim antes de desaparecer no meio da multidão.
Voltei ao e bar sentei na minha tão amada cadeira, Dean olhou pra mim e eu quase me escondi pedindo a Deus pra ele não me pedir mais nada hoje.
- Hey você pode ficar no lado norte do bar? A Sophi passou mal e a Kendra teve que sair às pressas pra levar ela ao médico - eu olhei pro céu e perguntei a Deus por que ele estava fazendo isso comigo.
- Eu só vou porque eu amo a Sophi - levantei e Dean gargalhou mandando um beijo pra mim.
- Você é a melhor, - eu mandei um dedo pra ele e fui até o lado norte do bar aonde um monte de gente xingava por não estarem sendo atendidos.
- HEY PESSOAL, VAMOS DEVAGAR POR FAVOR - gritei e um monte de gente começou a falar ao mesmo tempo - GENTE! CALMA, QUEM QUER UMA CERVEJA?
Não fazia nem meia hora que eu estava ali e tudo que eu desejava era que um raio caísse em cima de mim e me levasse pra bem longe daquele lugar, eu já havia perdido as contas de quantas cantadas eu já tinha levado e de quantos nomes eu já tinha sido xingada, e já tinha perdido as contas também do quanto eu já tinha xingado Alex por me arrastar pra aquele lugar em um dia de tanto movimento.
- Hey, você pode me ver uma garrafa d'água? - olhei pro dono daquela voz rouca e reconheci o brigão número dois, como era mesmo o nome dele?
- Só um minuto - fui até o freezer e peguei uma garrafa de água, empurrei em sua direção e ele me estendeu uma nota de 5 euros.
- É por conta da casa - falei e ele me ofereceu um sorriso torto que fez minhas pernas balançarem - eu te devo uma.
- Aquilo não foi nada, seu chefe não vai gostar de saber que você tá disponibilizando produtos para os seus heróis assim - eu fui obrigada a rir do jeito que ele falou.
- Eu sou a minha chefe - ele riu e passou a mão pelos cabelos curtos chamando minha atenção para seus braços tatuados.
- Então você é a dona desse lugar? - ele sentou no banco perto do bar e deu um gole na água.
- É quase isso - sorri em sua direção e ele olhou em volta.
- Hey, me dá uma coca - uma loira gritou e peguei a coca entregando a ela, que nem se deu ao trabalho de agradecer. Vadia.
- Você não parece gostar muito daqui - o brigão número dois me analisou ainda sorrindo e eu bufei. Ele não parava de sorrir não?
- Eu amo esse lugar, mas não é pra mim - servi outra rodada de tequila aos universitários que estavam no canto do bar e voltei pra frente dele me apoiando pra olhar em seus olhos.
- Se você não gosta por que está aqui? - ele perguntou mordendo o lábio inferior, seus olhos desceram até meus lábios e ele sorriu de canto.
- Porque aqui é a minha casa - ele ergueu a sobrancelha voltando seu olhar para o meu.
- Literalmente? - eu ri e neguei com a cabeça e ele gargalhou.
- Que susto, pensei que você dormisse em cima daquela mesa de sinuca onde tem um casal fodendo lá no canto - ele disse se inclinando sobre o bar e eu puxei o rádio em minha cintura gritando com Max, nosso segurança.
- MAX TEM GENTE FODENDO NA MESA DE SINUCA DOS FUNDOS - gritei e o cara se recostou no balcão me olhando com um sorriso brincalhão no rosto.
- Já estou a caminho - Max respondeu pelo rádio e eu respirei fundo.
- Aliás meu nome é , pode me chamar de - ele estendeu a mão pra mim, eu segurei sua mão.
- Price - apertei sua mão e ele sorriu abertamente pra mim.
- Acho que vamos ser ótimos amigos - levantou do banco e virou pra multidão.
- Eu acho que não - sorri e ele me olhou por cima do ombro me avaliando por alguns segundos.
- Eu tenho certeza que vamos - sorriu e desapareceu no meio das pessoas.
era louco, só pode.
Flashback off.
foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Ele passou a ir ao bar quase todo dia, nós conversávamos durante toda a noite enquanto eu servia bebidas no bar. Ele me contou sobre a vida dele, sobre a carreira e sobre como era difícil ter toda aquela pressão de ser a estrela revelação do time. Eu falava sobre a faculdade e sobre as dores de cabeça de ter que ajudar meu irmão a tocar o bar, ele me fazia ficar ansiosa por estar no bar a noite só para vê-lo sorrindo pra mim. acordou um lado a muito tempo adormecido dentro de mim, meu coração ficava aquecido toda vez que ele cruzava a porta do Duals.
Flashback on.
A noite estava agitada e meus pés estavam doendo de tanto ficar em pé, eu tinha tido aula durante toda a manhã e boa parte da tarde e para completar hoje era dia de jogo no Signal Iduna Park o que fazia com que o bar ficasse lotado de torcedores do BvB. Viver em uma cidade que era movimentada praticamente pelo futebol era complicado, mas trabalhar em um bar a dois quarteirões do estádio era totalmente louco, todos os torcedores que não conseguiam ir ao estádio procuravam bares como o nosso para assistir ao jogo e quando o BvB dava uma coça no Bayern de Munique como a de hoje tudo virava uma tremenda confusão.
- Uma garrafa de água, por favor - eu reconheci a voz e meu coração bateu acelerado, passei os olhos pelo balcão e encontrei sorrindo daquele jeito torto pra mim.
- Claro! - não me julguem por não esquecer seu nome, você também não esqueceria um rosto como aquele.
- Foi um puta jogo - o loiro sentando ao lado de comentou e eu coloquei a garrafa de água na frente dele.
- Foi sim, quantos desse você já bebeu, ? - ele perguntou e o loiro fez uma careta.
- Talvez quatro? - falou sorrindo e eu notei que seu sorriso era idêntico ao de .
- Foram sete - corrigi e me olhou assustado.
- Por que me deixou beber tanto? - ele perguntou e eu olhei incrédula pra ele.
- Porque você pediu! - fiz cara de óbvio e escondeu o rosto nos braços em cima do balcão.
- Ele está de coração partido, - falou e eu fiz cara de paisagem, mas por dentro eu estava vibrando em alegria.
ELE LEMBROU MEU NOME!
- O que foi? - perguntei fazendo uma dancinha ridícula por dentro enquanto me olhava estranho.
- Por que você estava dançando desse jeito? - falou e eu parei, senti meu rosto arder e abaixei a cabeça fingindo limpar o balcão.
Puta que pariu!
- Eu não dancei! - murmurei e evitei olhar para os dois.
- Dançou sim! - falou rindo e eu bufei batendo com um pouco de força no balcão sem querer.
- Não dancei!
- Aaaah você dançou! - disse abrindo um sorriso magnífico e eu corei mais ainda.
Gostoso pra caralho.
- Você quer mais alguma coisa? - perguntei mudando de assunto e ele negou e então eu corri dali como o diabo foge da cruz.
Atendi mais algumas pessoas e quando voltei aonde e estavam, mais três homens e duas garotas tinham se juntado a eles.
- Hey, você pode trazer cinco cervejas e um whisky pra nós? - falou com a expressão divertida e o loiro ao seu lado me olhou estranho.
- ? - falou olhando pro - Que intimidade é essa? - peguei as cervejas, preparei o whisky e entreguei a eles, eu já estava me afastando novamente quando falou:
- Nós somos amigos, ela já até dançou pra mim. - começou a rir e eu fuzilei ele com os olhos.
- Nós não somos amigos - rebati e os amigos de começaram a rir.
- Ooooouuuu essa doeu - o homem ao lado de falou e fechou a cara.
- Cala a boca, Tem - ele se virou pra mim - pensei que fôssemos amigos, eu te salvei, você me deu uma água e dançou pra mim!
- Eu não dancei pra você! - vociferei e ele me olhou com o semblante sério.
- Por que não quer ser minha amiga? - eu olhei em volta desviando de seus olhos pidões e procurei por uma saída.
- Eu nem te conheço!
- , 23 anos, jogo no Borussia Dortmund e moro no centro de Dortmund . Tenho dois irmãos e três cachorros, prazer em te conhecer - ele estendeu a mão e eu franzi a testa.
- Você joga no BvB?
- Jogo. - ele respondeu sorrindo de lado e eu me afastei um pouco.
- Definitivamente não somos amigos - falei e ele cruzou os braços me encarando, seus amigos estavam nos olhando com sorrisos nos rostos e sorria abertamente pra mim.
- Por que não quer ser minha amiga?
- Qual parte do eu não te conheço você não entendeu? - perguntei bufando enquanto servia tequila a dois universitários.
- Eu me apresentei! - falou óbvio e eu bufei encarando ele.
- Continuo não te conhecendo e não quero ser taxada como affair de jogador nenhum! - falei e ele piscou algumas vezes.
- Você nem faz meu tipo - acusou e eu ri.
- Você já tem amigos, . Eu não tenho tempo pra isso - falei e a ruiva que estava agarrada a Ten falou:
- Esse é o melhor dia da minha vida! sendo dispensado!
- Não estou dispensando ele - a corrigi - só não quero um bando de gente achando que estou dando pra ele.
- Eu não quero te comer! - acusou e eu o olhei pasma.
- Por que estamos discutindo isso? Já sei que não sou interessante pra você! - falei sendo um pouco dura, as palavras dele tinham mexido um pouco com minha autoestima, então a vadia defensiva estava no jogo agora.
- Sou Këlsh, essa é , minha namorada - o cara de grandes e lindos olhos azuis se apresentou e a morena ao seu lado sorriu abertamente estendendo uma mão pra mim.
- Prazer em conhecê-la, ! - apertou minha mão e eu sorri.
- - a ruiva me estendeu a mão também se apresentando e eu a cumprimentei não vendo motivos pra me apresentar aos amigos de .
- Eu sou o Ten e esse é o - Ten apontou para o moreno ao seu lado e eu sorri pra eles.
- É um prazer conhecer vocês.
me encarava com a expressão fechada e eu sorri cinicamente pra ele o desafiando a falar mais alguma coisa, ele fechou mais ainda a cara.
- Eu quero um whisky duplo - pediu ele, eu o servi e fui pro outro lado do bar ajudar Dean, que estava todo enrolado pois a movimentação ali era maior.
Fiz alguns drinks, servi cervejas e pedi petiscos antes de voltar pro meu lado do bar.
Todos estavam na pista de dança e apenas estava sentado no mesmo lugar, me aproximei limpando o balcão e ele ficou me observando.
- Você está me constrangendo - murmurei ele sorriu.
- Por que não quer ser minha amiga? - ele perguntou novamente e eu suspirei ficando de frente pra ele.
- Por que quer ser meu amigo? - joguei a pergunta e ele sorriu abertamente.
- Você é interessantemente estranha, eu gosto disso - franzi a testa pra ele e o encarei.
- Você é louco - falei e ele riu.
tinha um riso fácil, um rosto bonito e um corpo maravilhoso. Era um conjunto perfeito em um homem só, e daí tinha a voz. tinha uma voz rouca que parecia que ele tinha acordado naquele momento. Os braços fortes e tatuados, os ombros largos e os olhos verdes. Não era aquele verde sem graça, eram verdes claros e intensos acompanhados de cílios longos e curvados, de sobrancelhas claras. Um nariz reto e acentuado com uma boca rosa e lábios finos. Seu pescoço era longo e branco, os cabelos baixos em um corte moderno num tom claro me deixavam sem fôlego.
era lindo.
E tinha o cheiro. Era incrível demais pra ser real.
- Você está me encarando! - ele falou - e você é vesga! - comecei a rir porque ele era um babaca e eu gostava de babacas.
- E sou disléxica - falei e ele levantou a sobrancelha.
- Você é estranha.
- Já ouvi isso - sorri e ele abriu um grande sorriso, ele sabia que havia acabado de ganhar a guerra.
- Me dá seu telefone - falou se levantando e tirando o celular do bolso eu o encarei piscando devagar e ele deixou seu olhar cai novamente para os meus lábios.
- Pra que?
- Pra gente conversar - murmurou ainda encarando minha boca, ele se debruçou sobre o balcão e ficou a centímetros de distância de mim.
- Já estamos conversando - sussurrei e ele riu nasalado se afastando em seguida.
- Eu vou embora agora - falou jogando algumas notas no balcão, eu suspirei e digitei meu número em seu telefone. se afastou depois de me mandar um beijo e eu fiquei parada ali ainda inebriada com seu cheiro.
Cheguei em casa naquele dia por volta de quatro da manhã e me joguei no sofá pegando meu celular em seguida.
“Espero que mude de ideia e me deixe ser seu amigo - "
Ele tinha enviado a mensagem por volta das duas da manhã, olhei seu perfil e ele ainda estava online, sorri e digitei uma resposta pra ele:
"Acho que você deveria estar dormindo"
Ele não demorou muito a responder
"Estou tentando fazer dormir, ele está na fase da choradeira"
"Banho quente ajuda"
Digitei me esticando no sofá e sua resposta veio em seguida.
"Não quando se é um coração despedaçado"
Eu não sabia o que tinha acontecido com , mas ele parecia ser um cara legal, e caras legais não merecem ter seus corações partidos. , minha melhor amiga, se jogou em cima de mim no sofá e eu a empurrei de cima de mim.
- O que você está fazendo acordada a essa hora? - perguntei me recuperando do ataque de riso que tive ao vê-la esparramada no chão.
- Eu tenho um evento pela manhã e estou com insônia - respondeu dando de ombros. era a pessoa mais incrível que eu conhecia, nós nos conhecíamos desde criança e nunca nos separamos. Ela com seu jeito louco e tatuagens aleatórias espalhadas pelo corpo chama atenção por onde passa, talvez o cabelo com diversas cores também ajudasse. Meus pais diziam que aquilo era uma fase, mas já estava nela a quase seis anos. Ela é organizadora de eventos e atende em uma clínica pediátrica nas horas vagas. Sim ela é formada em medicina e não exerce da forma "correta".
logo foi se apaixonando por organização de eventos e quando Jeff, um antigo amigo dela, abriu a clínica viu a oportunidade de trabalhar em dois lugares que ela amava. Era cansativo, porém era o que ela amava e eu estava bem longe de julgar suas escolhas.
- Como foi o trabalho? - perguntou enquanto eu tomava banho, ela estava sentada na porta do banheiro.
- Foi legal - respondi sorrindo me lembrando do sorriso de .
- Como estava o Duals? - perguntou desconfiada.
Duals era o bar que Alex, meu irmão, e eu tínhamos recebido de herança do nosso pai. O duals ficava perto da Signal Iduna Park, o estádio oficial do Borussia Dortmund , que ficava localizada no centro de Dortmund. O bar era muito movimentado por ser o maior da região, eu estava no último período de administração na faculdade e Alex era encarregado de cuidar do bar.
Eu trabalhava lá porque era meu lar, onde meus amigos e meu irmão estavam e onde eu tinha lembranças do meu pai.
Joseph Price tinha sido um homem maravilhoso, ele e mamãe tinham se separado quando Alex e eu éramos crianças. Mamãe se casou de novo com o Jeffrey Londegrin, que era um cara muito legal, mas não era meu pai.
Alex e eu passávamos os fins de semana com papai e ele sempre nos levava pro Duals com ele. Dean e Max sempre trabalharam com papai e Mira entrou no bar quando eu tinha 13 anos. Éramos uma família, papai morreu em um assalto onde sua vida foi tirada sem pena. Ele tinha 39 anos e dois filhos. Um homem maravilhoso, gentil, educado, dedicado, um ótimo pai, amigo e patrão segundo seus funcionários.
Mamãe ficou deprimida quando papai se foi, eles se amaram de forma intensa e louca durante 10 anos, até que simplesmente acabou.
- Tinha jogadores no bar - comentei olhando pra ela pelo espelho enquanto terminava de secar meu cabelo.
- De sinuca???
- Futebol, do BvB - falei e ela arregalou os olhos.
- TU TÁ FALANDO SÉRIO??? , É O BORUSSIA! MEU TIME PORRA - Gritou rindo e eu gargalhei.
- Se te ajuda, está querendo ser meu amigo - dei de ombros e ela paralisou.
- estava no bar? - perguntou com os olhos arregalados.
- Sim, e o Ten, e também - comecei a escovar os dentes e começou a pular pela casa gritando
- O ? BACHMAN ESTAVA LÁ??? SENHOR, ! POR QUE NÃO ME LIGOU? VOCÊ É UMA PIRANHA MUITO MAU! - gritou me seguindo até meu quarto e eu me joguei na cama rindo, ela deitou ao meu lado e suspirou. Meu telefone vibrou com outra mensagem de :
" finalmente dormiu, tenha uma boa noite e entenda que eu não costumo desistir. Você vai ser minha, . Beijos."
Mostrei a mensagem a que começou a gritar e dizer o quanto eu era uma cadela sortuda, eu apenas sorri e deixei o sono me levar à sonhos envolvendo um sorriso torto e uma voz sensual.
Flashback off.
A torcida gritou quando o jogador do time adversário fez uma falta brutal em , o jogo foi paralisado e se agarrou ao corrimão olhando fixamente pelo vidro tentando ter uma visão melhor de . se aproximou dela e abraçou seu corpo de lado, eu me aproximei e fiquei ao lado das duas. e Ten apoiaram e o puxaram para cima e nós três respiramos aliviadas.
O jogo voltou a rolar e dessa vez as equipes estavam mais agressivas, já tinha se estranhado com o zagueiro três vezes e o juiz parecia estar pronto para expulsar os dois do jogo, puxou quando o zagueiro se aproximou e seguiu o jogo.
Ele sempre estava na defensiva quando se tratava de seus amigos e sua família, era a melhor pessoa do mundo. Sempre com seu coração grande e seu sorriso fácil ele conquistava todo mundo e comigo não foi diferente. Bastou alguns sorrisos e eu estava em seus braços.
Flashback on.
- Vamos ao Lounge hoje - falou entrando na sala de nosso apartamento enquanto eu estava jogada no sofá assistindo à um seriado na tv.
- No lounge? Você tá louca? A lista de espera é gigante, e a entrada também é muito cara, - sentei no sofá quando ela se jogou ao meu lado.
- Jeff conseguiu entradas, e você sabe como o Luke odeia baladas - Jeff era o sócio de na clínica médica e Luke era noivo de Jeff à não sei quantos mil anos, segundo .
- eu não tenho nem roupa pra ir na lounge! - Lounge era a boate mais badalada da região, a fila de espera era gigantesca e tudo dentro dela era tão caro que nem meu salário mensal pagava uma noite de consumação ali dentro.
Eu não sou pobre, mas tenho uma vida básica, e com toda certeza a Lounge não se encaixava no meu padrão.
- Eu te empresto um vestido - deu de ombros e pulou do sofá.
foi pro quarto dela e eu a segui, tentando argumentar sobre aquela saída louca.
- E a consumação? as coisas lá dentro são um absurdo de caras!
- Nós temos pulseiras de consumação liberada! - ela disse batendo palminhas eu abri um sorriso gigante.
Essa noite prometia!
Nós começamos a nos arrumar por volta das 21:00, me emprestou um vestido vermelho rodado na cintura e meio corpete na parte de cima. Eu odiei! Eu não era magra, e minha barriguinha extra ficou bem aparente. Fora que meus peitos ficaram tão amassados que eu achei que nunca fosse respirar.
Acabei colocando um preto que tinha um pano mais solto e não u minha barriga, mas deu uma bela de uma marcada na minha cintura. estava tão linda no vestido rosa com um decote gigante nas costas que me senti até mal com meu pretinho básico. Os cabelos coloridos dela estavam presos em um rabo de cavalo firme e ela tinha uma maquiagem bem marcada. Eu preferi deixar meus cabelos soltos, e fiz uma maquiagem preta esfumada (obrigado pelos tutoriais de maquiagem da internet). Nós fomos de táxi, já que íamos beber.
A boate estava iluminada e a fila na entrada era gigantesca, me puxou pra uma porta lateral e mostrou nossas pulseiras.
Quando entramos na Lounge eu quis beijar os pés do Jeff. Era tudo lindo, desde a iluminação à arquitetura interna do lugar.
- HOJE A NOITE É NOSSA! - gritou e me puxou pro bar.
- Duas tequilas! - pedi ao barman e sorri olhando em volta.
- Eu vou dançar! - avisou assim que viramos nossas doses.
E então nós nos acabamos na pista, rebolava até o chão chamando atenção de vários homens ao nosso redor (bendito seja o ballet).
- Sua bolsa tá brilhando! - disse quando sentamos para beber mais doses no bar e eu retirei meu telefone da bolsa vendo que tinha uma mensagem de .
começou a conversar com um ruivo que estava ao seu lado, e eles estavam flertando descaradamente um com o outro.
"O que você tá fazendo nessa quinta-feira pós jogo depressiva?"
O borussia tinha perdido o jogo de ontem e segundo , todos deveriam ficar de cara emburrada no CT.
"Estou em uma boate com a "
Respondi e voltei minha atenção para e Ansel (o ruivo), eles falavam sobre como aquela noite estava legal (daí flertavam), e como era bom conhecer gente nova (flertavam de novo) e tudo mais.
"Que vida badalada, parece até jogador de futebol! Kkkkkkk Qual boate?"
Eu ri e respondi ele rapidamente.
"Arrrgh! Odeio jogadores de futebol! Estou na Lounge"
Esperei a resposta mas essa não chegou. Espero que ele não tenha levado a brincadeira a sério.
, eu e Ansel fomos pra pista de dança novamente e começamos a dançar. e eu dançávamos com Ansel no meio de nós duas, enquanto o ruivo ria e segurava nossas cinturas.
- Posso ter a honra de uma dança? - minha nuca se arrepiou com a voz grave e rouca sussurrada no meu ouvido. Virei minha cabeça e encontrei os olhos verdes de me encarando. Me soltei de Ansel e parei de frente pra ele.
- O que você está fazendo aqui? - perguntei e ele sorriu abertamente.
- Vim me divertir!
- Como você entrou? A lista de espera é gigante! - falei mais perto dele por culpa do som e ele se aproximou colando a boca em minha orelha.
- Eu sou jogador de futebol, . Eu entro aonde eu quiser, o que me intriga é como você entrou aqui - ele disse dando ênfase no você e eu sorri mordendo meu lábio inferior.
- Tenho meus contatos - sorri e ele deu um beijo na minha bochecha me pegando totalmente desprevenida.
- Você veio sozinho? - perguntei olhando em volta tentando reconhecer algum rosto por ali.
- e estão comigo, e provavelmente Ten e apareceram em algum momento. Onde está sua amiga? - ele perguntou com o corpo ainda colado ao meu e eu puxei dos braços de Ansel e ela me olhou brava, até ver quem estava comigo.
- PUTA QUE PARIU!
- esse é o . essa é a - apresentei os dois e sorriu abertamente pra ele enquanto sorriu timidamente.
Desde quando é tímido?
- É um prazer - apertou a mão que estendeu para ela.
- Gostei do cabelo - ele elogiou e eu juro que vi ir ao chão e voltar.
- E então, vamos sentar? - perguntei e os dois concordaram e nós fomos caminhando até a área das mesas e então eu vi , e outro homem sentados em uma mesa ao canto do bar.
foi andando na frente e agarrou meu braço quando viu os outros jogadores.
- Puta que pariu! está ali! ! Meu pai amado o - ela sussurrou e eu ri apertando seu braço.
- Se controla! - pedi e ela juntou o corpo ao meu.
- Não dá! Já estou encharcada só de olhar pra esses homens - ela disse e eu gargalhei chamando atenção de .
- O que foi? - perguntou e eu neguei com a cabeça.
- Nada demais - sorri e ele deu de ombros voltando a caminhar para mesa.
- Se liga na bunda dele, ! Olha essas coxas grossas! - Dei uma cotovelada nela quando chegamos à mesa, ela realmente acha que eu não tinha notado aquela bunda ainda?
- ! - me abraçou e se virou pra - Eu amei seu cabelo!
- Obrigada, prazer - estendeu a mão pra que a ignorou abraçando-a e eu sorri.
- Muito prazer, eu sou a e esses são e - apresentou e me deu um abraço apertado e beijou o rosto de .
- Wolflänk - se apresentou e eu não sei descrever o que era aquele homem. Lindo, cheiroso, charmoso e intensamente gostoso.
Sentamos na mesa. Fiquei entre e enquanto ficou entre e , a conversa fluiu naturalmente, conversava sobre a paixão dela pelo time com e enquanto , e eu falávamos sobre "Como era difícil ser um jogador famoso".
- É muito sério! Quer dizer eu amo o assédio das mulheres, mas 99,9% delas só querem ficar comigo pela fama e o dinheiro - falou e eu ri.
- E você nem gosta de ter esses casinhos "não sentimentais", né? - falei e ele revirou os olhos.
- Esse não é o ponto. O ponto é que no nosso ramo é difícil achar alguém pra, sei lá, namorar - falou e eu encarei ele sorrindo de lado.
- E você quer namorar? - perguntei olhando cinicamente pra ele.
- Não!
- Caso encerrado! - falei soltando uma gargalhada e virou a dose dele.
- Vem dançar comigo - falou esticando a mão pra mim. E eu avaliei a mão dele e olhei pro seu rosto que sorria abertamente, e então olhei pro que me olhava com a sobrancelha erguida.
- Vou passar essa - sorri e ele revirou os olhos indo pra pista de dança.
- Eu estava ansioso pra te ver de novo - sussurrou no meu ouvido eu sorri pra ele.
- Confesso que achei que você iria desistir - olhei em seus olhos e entendi o que as revistas falavam sobre o olhar matador de . Seus olhos eram intensos demais, brilhosos demais, verdes demais.
- O que você tá olhando? - e então ele abriu um sorriso.
Minha calcinha foi ao chão.
- Seus olhos - sussurrei e ele sorriu mais ainda.
- Você já está apaixonada? - murmurou com o rosto colado ao meu.
- Nem fodendo! - ele gargalhou e eu me afastei um pouco - seus olhos são bonitos, .
- diz que é meu único charme - comentou bebendo seu whisky em seguida.
- Não acho que seja o único - dei de ombros e ele me olhou apertando os olhos em minha direção.
- E quais são os outros? - se aproximou novamente de mim e eu mordi meu lábio.
- Você tem belas coxas - coloquei minha mão em sua coxa apertando levemente e ele passou o braço pela minha cintura puxando meu corpo pra mais perto do seu.
- Tenho? - sussurrou em meu ouvido e eu prendi a respiração.
- E uma bela bunda também - murmurei em seu ouvido e ele se arrepiou.
- Você tá reparando na minha bunda? - sua testa colou na minha e ele fez carinho em meu pescoço com sua mão direita.
- Sem contar nas suas costas - passei minha mão por suas costas e ele apertou minha cintura.
- ! - ele murmurou com a voz falha.
- E o seu sorriso! Você já sorriu pra você mesmo?
- ! Pare agora! - tampou minha boca e eu comecei a rir me afastando dele.
- Eu estou zoando com a sua cara - me soltei dele e belisquei suas bochechas que estavam vermelhas.
- Você é uma cretina! - ele virou sua bebida com a cara emburrada e eu continuei a rir dele.
- Pare, . Você sabe que eu não menti. - me aproximei mais um pouco e ele bufou.
- Não quero mais falar com você! - e não falou, não falou comigo por quase uma hora e eu não conseguia parar de rir pra cara emburrada dele.
- É sério, eu realmente não tenho uma camisa do BvB - falei e bufou.
- Não tô entendendo! Você precisa ter uma camisa! Com meu nome atrás! - disse e fuzilou ele com o olhos.
- Ela não vai vestir uma camisa com SEU nome. Ela é minha amiga, MEU nome na camisa dela - disse pausadamente e riu dele.
- Deixa de ser cuzão, - eu amava a forma que falava, era tão calmo que o cuzão parecia um elogio.
- Vai aplaudir o sol vai, maconheira - tacou um guardanapo amassado em que bufou e se aconchegou em .
- Eu não fumo maconha - respondeu dando de ombros.
- Sei que não - rebateu e riu dos dois.
- E ai cuzões! - se jogou na cadeira ao lado de enquanto Ten e pararam do lado de .
- Sempre bom te ver, - falou revirando os olhos.
- Vá se fuder, ! - ela rebateu mandando um beijo pra ele.
- Baixou o nível da conversa - comentou chegando na mesa.
- Porque você chegou, né queridinho? - eu ri com a briga deles e olhava tudo meio vidrada.
"É muito surreal ter meus ídolos na mesma mesa que eu! Acho que vou ter um ADP!"
Ri lendo a mensagem que me enviou depois de começar a contar quantas cores tinha em seu cabelo e de Ten fazer uma competição de quem comia mais batata frita com ela.
- O que você tá comendo? - perguntei depois de ver enfiar alguma coisa na boca.
- Bala de café - falou dando de ombro. Prendi a respiração e me aproximei dele.
- , me dê uma dessas agora!
- Você gosta de bala de café? - perguntou se virando totalmente pra mim.
- Eu sou viciada em bala de café! - exclamei rindo e ele agarrou meu rosto.
- Eu vou te beijar!
- Não vai não! - ri alto e ele me olhou alarmado.
- Só tenho essa bala - falou mostrando a bala entre os dentes.
Não pensei duas vezes quando me inclinei em cima do seu corpo e arranquei a bala de sua boca, nossos lábios se tocaram e aproveitou a situação e me puxou para um beijo. Seus lábios se moldaram aos meus e ele sugou levemente meu lábio inferior, sua língua tocou a minha e eu me desfiz em seus braços, me puxou para mais perto do seu corpo e enfiou as mãos em meus cabelos grudando mais ainda nossas bocas, meus braços abraçaram seu pescoço e eu sorri entre o beijo.
- Vocês se beijaram? - perguntou fazendo uma cara muito incrédula.
- Caralho! Vocês se beijaram! - gritou levantando os braços e fazendo uma dancinha ridícula.
mantinha a boca aberta e os olhos arregalados quando eu me afastei de .
- Só compartilhamos uma bala - falou alisando minha perna e bufou.
- Qual o problema? - perguntei e ele piscou pra mim.
- Tem um bolão - Ten falou e eu olhei pra ele.
- Que bolão?
- Entre o time, quase todo mundo apostou que ele não vai conseguir te pegar - deu de ombros e eu ri.
- Quem achava que ele ia conseguir? - perguntou e sorriu pra ela.
já não deve ter calcinha.
- e - falou e eu sorri.
- Pegue seu prêmio, - disse e fiz um high five com ele.
Flashback off.
Me apaixonar por foi fácil e nosso relacionamento foi construído em cima de uma amizade sólida, nós passamos por diversas coisas juntos. Sua carreira disparou e nós nos empenhamos em sempre apoiar um ao outro. Me formei na faculdade no mês em que fizemos três anos de namoro e foi quando me pediu para morar com ele. Nós ficamos uma semana pra conseguir encaixar minha casa dentro da sua, tinha o dobro de roupas do que eu e tivemos que fazer uma grande limpa em seu guarda roupa, sua sala teve que abrir espaço pros meus livros de psicologia e seu banheiro para as minhas maquiagens e absorventes. Nós nunca iríamos imaginar que estávamos a um passo da pior lesão da vida dele.
Flashback on.
Me assustei com o grito da torcida e olhei assustada para o campo vendo jogado no meio de campo agarrado a sua perna. Eu prendi minha respiração sentindo me abraçar de lado.
- Levanta, - sussurrei com o rosto colado ao vidro de proteção da área VIP, o estádio estava todo em silêncio e todos os torcedores ali presentes tinham sua atenção voltada ao meio de campo que rolava no campo sendo amparado pelos companheiros de equipe.
e começaram a fazer sinal para a equipe médica e eu me desesperei totalmente.
- Preciso ir até ele - falei pegando minha bolsa e saindo em direção a área infelizmente já tão conhecida por mim. Corri até a parte em que as ambulâncias ficavam e vi os médicos do clube dentro de uma ambulância examinando . Ele gritava de dor e eu comecei a chorar vendo o desespero dele, sentou na maca e me viu ele piscou devagar tentando controlar as lágrimas que escorriam por seu rosto.
- Nós vamos ao hospital - o médico decretou e se jogou na maca soltando outro grito quando o médico mexeu na área de seu joelho - Sua garota vai com você, ? - ele perguntou e confirmou com a cabeça, o médico me ajudou a subir na ambulância e eu me sentei ao lado de .
Seu rosto estava vermelho e ele tinha um dos braços sobre os olhos, seu corpo tremia e ele estava encolhido na maca. O médico colocou um soro avisando que era pra dor e eu me inclinei passando minhas mãos no rosto de .
- Vai ficar tudo bem, meu amor - ele piscou os olhos vermelhos pra mim e eu não consegui mais segurar as lágrimas, esticou o braço e enfiou a mão em meus cabelos me puxando pra ele, acomodei meu rosto em seu ombro e ele chorou agarrado ao meu corpo.
Nós já tínhamos passado por diversas lesões juntos, eu sempre ficava ao seu lado pois se tornava extremamente sensível quando lesionado.
Ele se transformava quase em uma criança machucada.
Quando chegamos ao hospital foi levado às pressas para área ortopédica do hospital e eu fui impedida de entrar junto com ele. As paredes brancas da sala de espera deveriam passar calma mas eu só conseguia ficar mais ansiosa a cada vez que eu levantava minha cabeça e encarava as portas por onde tinha sido levado, meu coração estava apertado em angústia e eu já havia roído todas minhas unhas quando , Ten, e entraram na sala onde eu me encontrava.
- Como ele está? - se abaixou na minha frente e segurou meu rosto limpando as lágrimas que escorriam por meu rosto.
- Eu não sei! Ninguém me dá informação nesse lugar - falei voltando a chorar e me puxou para um abraço.
entrou correndo no hospital e quando me viu veio até mim se jogando em meus braços.
- Ele vai ficar bem meu amor - sussurrei em seu ouvido e nós ficamos ali apoiando uns aos outros.
Quando os médicos vieram até nós com notícias, a sensação de alívio não veio junto, os médicos disserem que rompeu os ligamentos cruzados e laterais do joelho esquerdo, além do menisco. E o sonho de de um dia ser campeão do mundo por sua seleção podia ter chegado ao fim.
Flashback off
Inicialmente, sua recuperação levaria cerca de 8 meses, passou para 12 e no final de tudo foram incontáveis 18 meses de recuperação. Os médicos depois de um tempo nos contaram que quase perdeu a perna por conta da lesão. Sua circulação sanguínea foi prejudicada e por pouco ele não amputou a perna esquerda. Segundo o médico responsável pelo caso de se tivessem demorado 60 segundos à mais para o socorro dele, e se não pudéssemos contar com o preparo da equipe médica poderia ter morrido. Foram impressionantes sete cirurgias em sete dias consecutivos, dois dias descanso e mais uma cirurgia. Depois de oito operações, nós ainda não tínhamos certeza se ele estaria em pé novamente algum dia.
Eu lembro como se fosse hoje como ficou perdido quando perguntou ao médico sobre quando, e se, poderia voltar a jogar. Seus olhos ficaram desfocados quando o médico disse que ele poderia jogar, sim, mas como hobby num parque.
E aqui estávamos nós, juntos enquanto ele corria pelo campo comemorando seu segundo gol da partida. sorria com a cabeça virada para cima agradecendo a Deus por mais aquela vitória, nós dois juntos tínhamos chegado ali. De volta aos campos depois de ser totalmente desacreditado por todos os médicos, foram meses de fisioterapia e muito preparo psicológico para que não desistíssemos. Minha gravidez foi fruto da nossa noite de comemoração quando finalmente conseguiu correr novamente, nós estávamos tão felizes que qualquer tipo de proteção foi totalmente deixado de lado.
Hoje estávamos felizes e prontos para seguir em frente, prontos para construir nossa família.
Quando o juiz apitou o final da partida eu me agarrei as meninas e nós descemos até o campo indo abraçar os homens de nossas vidas, me rodou em seus braços e deu um longo beijo em meus lábios, eu sorri e alisei seu rosto feliz.
- Parabéns campeão do mundo - beijei seus lábios e ele me rodou novamente comemorando aquela que seria a primeira de muitas vitórias em nossas vidas.
Fim.
Nota da autora: FINAL DA COPA E GRAÇAS A DEUS NÃO FOI A ALEMANHA QUE GANHOU! MAAAAS infelizmente não foi o Brasil também, porém meu amor por Marco Reus só aumentou depois dessa copa e eu não podia deixar de escrever esse amorzinho com ele. Espero que tenham gostado.
Beijos de luz ❤🔥
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