01. To You

Finalizada.

날 알아주는 건 오로지 그대뿐...

A cesta pairava melancólica na outra ponta da quadra, esperando apenas por ele e sua jogada.
Há alguns minutos atrás, quando o treinador Nam tinha apitado por um tempo de 5 minutos, ele também dissera que Mingyu parecia melancólico.
Minha nossa. Melancólico? Aquele homem era um idiota.
Ele só estava pensativo. Nervoso. Concentrado. Buscando formas de ganhar, como um capitão deveria fazer.
O que ele queria? Que Mingyu fizesse tudo e sorrisse ao mesmo tempo, como os exibidos do time adversário?
— Quero que você passe a bola para o Wonwoo quando cruzar com o Vernon. Aquele garoto está te marcando, então você precisa ter um plano imediato para atrasá-lo, pra ele sair do seu pé. Vamos, me diga que entendeu.
— Eu entendi — murmurou Mingyu.
— Fala mais alto.
Mingyu estalou a língua.
— Eu entendi!
— Tudo bem, todos juntos — a convocação fez todas as mãos dos 5 jogadores se juntarem no meio da roda, repetindo em uníssono: "É tudo nosso, Tigers!" — Voltem pra quadra!
Mingyu disparou de volta junto com os outros. A plateia da Universidade de Seul estava em polvorosa com os últimos minutos da partida de basquete dos Jogos de Inverno. Tudo que mais queriam era que o placar acirrado virasse para o time da casa e que não completassem mais uma temporada sem uma vitória nas costas, mas ninguém diria isso. O corpo atlético da UNS estava longe de ser o melhor do país, mas gostavam de fingir que eram.
O apito soou novamente e Mingyu correu para a bola. Em pouco mais de 1 minuto, já estava fazendo o próprio jogo, ignorando quase tudo que o treinador havia dito em 5 minutos de tempo. Ele achava que o velho estava desatualizado nas manobras, mesmo que tenha sido o maior líder do time de basquete da Universidade há uns 20 anos atrás.
O primeiro time da Universidade, para ser específico. Por uma questão de escolha de palavras, as pessoas o consideravam o maioral.
Mas Mingyu, como o atual líder do time, com os atuais conhecimentos de uma presente época em que a inovação de estratégias eram necessárias para se vencer uma partida, se desligou do discurso do velho e trocou um olhar com a única pessoa que entenderia o que pretendia fazer, mesmo que fosse uma maluquice.
A mulher de cabelos escuros misturada na arquibancada, roendo as unhas temerosamente à medida que acompanhava os passos do garoto saindo da zona antes designada, decidindo-se por não passar a bola para Wonwoo, e decidindo-se por manter Vernon em seu encalço.
Ela. . A mulher com uma medalha de bronze do basquete feminino internacional. A que estava fazendo aniversário naquele dia. A que, secretamente, torcia para que ele ganhasse uma de ouro como presente.
E com um sorriso nefasto que antecipava um plano já calculado na cabeça, Mingyu se desvencilhou do adversário e correu para a cesta.

🏀🏀🏀

5 anos atrás.


— Você vai cair daí.
Mingyu apenas fez um ruído para indicar que a pessoa tinha razão. Era óbvio que iria cair. Se movesse um dos pés para qualquer milímetro fora do perímetro autorizado, viraria comida de jacaré. Ou de qualquer outra besta marítima que resida no lago profundo e escuro de Paju.
No entanto, não podia dizer que não queria isso. Não depois da notícia que recebeu.
— Ei, moleque! Já disse que você vai cair!
— Eu estou bem — murmurou ele, sem tirar os olhos de seu reflexo tremeluzente na água. Sem querer, um pequeno soluço escapou quando soltou: — Está tudo bem.
A garota logo atrás franziu o cenho e pensou em dar um passo à frente, mas logo desistiu. Já estava em cima da hora de sua partida começar. A única coisa que a fez sair foi a necessidade brusca de fumar um cigarro escondido dos professores e técnicos enquanto respirava fundo em uma meditação relaxante, mas o vento na região costeira estava mais forte do que o normal, e a meditação não existia sem o cigarro, por mais contraditório que isso pudesse parecer.
Esperou que o garoto parado na beira do precipício do lago dissesse mais alguma coisa, mas seu corpo estava imóvel como as pedras ao redor. O vento forte e barulhento o teria levado embora caso não fosse excessivamente alto para um adolescente – a voz parecia de um adolescente. Ele usava tênis Air Jordan como os dela, e parecia tensionar os músculos dos ombros por debaixo do casaco fino e vermelho.
Tinha cara de crise existencial. Se ele quisesse se matar, já teria feito assim que ouvira os passos dela se aproximando pela areia barulhenta.
Está tudo bem.”
— Então tá — disse ela, por fim — Desde que você esteja feliz e olhar para o abismo te deixa ocupado, vou te deixar sozinho.
Ela estava pronta para se virar, mas ouviu-o dizer:
— Você estava lá dentro, não estava?
— Estava.
— Você é da UNS?
— Sou. E você é do ensino médio, suponho — ela gesticulou lentamente com as mãos, como se o instigasse a falar. Estava muito escuro para que ela reparasse na vermelhidão dos olhos dele, mas o fungar disfarçado não estava tão disfarçado assim.
A silhueta do garoto assentiu em afirmação.
— Daehyeon High School.
— Ah. Lugar agradável, também suponho — uma careta de sarcasmo a fez olhar nervosamente para a ponta dos pés dele, tão próximas do nada absoluto — Tirar notas baixas realmente é tão desesperador assim? Porque se for assim, é melhor evitar a faculdade. A taxa de suicídios por lá já são bem preocupantes…
— Não estou aqui pra me matar.
— Ah — arqueou uma sobrancelha, constrangida porém aliviada — Por que não disse antes? Eu já estava pedindo perdão à Buda antecipadamente por não poder pular para te salvar.
— Claro que não pode, você tem um jogo.
— Sim, eu tenho… — parou com um dedo no ar, pegando o telefone imediatamente do bolso do casaco para verificar as horas — Merda, tenho um jogo! Preciso ir — e se preparou para deslizar por sobre toda aquela areia e pedras, até parar novamente e virar — Não é querendo te tirar de toda essa meditação bizarra nem nada parecido, mas está frio pra um cacete aqui fora. Não quer entrar só pra aproveitar o aquecedor? Nem precisa gostar de basquete…
— Eu amo basquete.
ficou calada novamente. Algo a dizia que deveria sair dali agora mesmo, antes que quisesse decifrar os códigos do garoto.
Mas antes que desse os passos devidos para longe dele, ouviu sua voz agora esmagada com algo que se parecia com dor:
— Eu amo basquete mais do que tudo. Mas… — ele foi diminuindo cada vez mais o tom de voz, e notou que existiu uma sessão de choro tenebrosa antes que chegasse ali — Não vai rolar mais pra mim. Agora meu futuro é servir mesas no Starbucks e olhe lá.
— Por que diz isso?
O garoto suspirou fortemente e virou o rosto para ela o suficiente para puxar a barra da calça de moletom. Ali, camuflada pela escuridão da costa, estava o que parecia ser uma bota ortopédica bem robusta.
— Porque fiz uma idiotice e fiquei preso por mais de uma hora nas ferragens de uma SUV. E não, eu não estava dirigindo — disse ele enquanto soltava novamente o tecido e desviava o olhar para a água de novo, a tempo de não ver abrindo a boca com surpresa — Mas a idiotice foi estar naquele carro com outros amigos. Aliás, não posso chamá-los assim. Nem foram me ver no hospital. Só mandaram flores e um cartão escrito “sinto muito” quando souberam que eu não podia mais participar do torneio classificatório.
olhou para o lado. Podia ouvir os gritos longínquos da quadra, os apitos, o início da organização para o próximo tempo. Já devia estar de volta há quase 10 minutos, tempo crucial quando se tratava de um campeonato importante. Tinha saído primeiro para o intervalo porque seu tempo a sós era precioso, mas igualmente era a primeira a voltar.
No entanto, não conseguia deixar de olhar para o pé imobilizado do garoto, e daquela voz triste que com certeza abriria o berreiro assim que ela desse as costas.
— Hum… Eu sinto muito pelo seu acidente — disse ela, aproximando-se gradativamente — Mas existem um milhão de jogadores juvenis que quebram uma perna ou um braço e não deixam de se tornar uma cópia do Lebron. É só esperar mais um ano, tenho certeza que…
— Não tenho mais 1 ano. Vão me chutar do orfanato em 2 meses e não vão pagar a fisioterapia. Vou ficar com um osso defeituoso pelo resto da vida se não tratar agora. Caso eu fique de repouso, o que é difícil porque preciso ir ao trabalho de meio período, isso se eu ainda tiver um depois de ter faltado por 3 dias.
ergueu uma sobrancelha. Seu único pensamento era um grande e sonoro: uau.
E achava que ela estava passando por maus bocados por causa da descoberta da traição de seu pai. Mas aquilo…
— Minha nossa, eu… bem, não adianta muito dizer que sinto muito agora — disse mais para si mesma do que para o garoto. — Mas o que acha que pode acontecer de pior?
O garoto se virou rapidamente para trás, franzindo o cenho quando perguntou:
— O quê?
— É. Você tá bem fodido agora, digo, tá bem ferrado com essas questões da sua vida, mas acha que é mais fácil simplesmente desistir? Passar para o andar de cima? Existem coisas realmente tão difíceis assim que não te permitem nem fazer uma última tentativa?
— Que última tentativa você diz?
— De esperar mais 1 ano. De tentar repousar, de lutar pelos seus direitos, de se esforçar mais do que os outros por uma coisa simples como saúde básica, uma moradia, um emprego, detalhes como esses. Por que não simplesmente tenta? — frisou a palavra, e sinceramente ainda não sabia porque continuava ali, convencendo um garoto triste a parar de olhar para aquela imensidão sombria do lago como se fosse a única solução de seus problemas. A garota respirou fundo e, lentamente, começou a dar passos para trás, olhando mais uma vez na direção da quadra — Olha, você disse que gosta de basquete, não disse? Que ama mais do que qualquer outra coisa. O que você pode fazer agora que vai provar isso?
— Você está falando como se fosse…
— Ah, nem vem, nada é fácil ou de graça nesse mundo, tenho consciência disso. No fim, nem nossos pais estão na lista de pessoas que podemos confiar — ela denotou o óbvio. Prensou os lábios e se afastou um pouco mais quando viu um grupo de garotos correndo para dentro da baderna, usando camisetas amarelas com a imagem do mascote do time feminino: um furão sorridente de batom vermelho — Mas… Quando as coisas só dependem da gente, então elas literalmente só dependem da gente. Então levanta a cabeça e entra nessa quadra antes que um empurrão errado acabe com tudo de uma vez.
Ele pensou em dizer “não seja ridícula”, porque quem o empurrasse naquela situação seria considerado um réu de tentativa de assassinato, mas só conseguiu levantar uma ingênua defesa e tentar dizer:
— Mas eu não…
— No seu tempo, garoto. Prometo tentar não acertar a cesta de 3 pontos até ver você na arquibancada. Agora eu vou nessa.
E antes que ele pudesse retrucar, a garota de camiseta número 23 já estava correndo na direção de seu campeonato, puxando o capuz para a cabeça e desaparecendo na escuridão como um mago.

🏀🏀🏀


A mente de naquela época já estava revolvendo em como enfiar 3 meses de treino no cérebro e no corpo de Mingyu, para compensar o tempo que havia perdido na fisioterapia. Precisava devolvê-lo à antiga forma ou tudo estaria acabado. E precisava convencê-lo que as regras do jogo existiam por um motivo, e que ele precisava se esforçar para segui-las, mesmo que tivesse ideias mirabolantes que ultrapassassem o limite na quadra.
Mas, em contrapartida, foi a pessoa que o ensinou que estava tudo bem fazer o seu próprio jogo. Que técnicos bons existiam, mas raramente estavam presentes nos times escolares de cidades pequenas como Paju.
Agora, enquanto pulava de alegria e erguia a taça da vitória junto de seus colegas, viu que Mingyu definitivamente não era mais um caso perdido. Que tinha superado suas dificuldades com maestria e que usaria toda a sua energia rebelde em estratégias para vencer.
Aquele garotinho tão alto e tão brincalhão, que sempre tinha uma nova esperteza para compartilhar toda vez que a via. O que a mantinha ocupada enquanto as incertezas da vida adulta queriam afastá-la do real propósito do que estava fazendo. Aquele que se declarou atrapalhado depois de ganhar o primeiro jogo, 3 anos atrás. Aquele que entrou com tudo em seu coração, pulando de cabeça da mesma forma que provavelmente estava pensando em pular daquele penhasco certa vez.
A multidão se fechou atrás dela, comemorando e gritando pelo time da casa com um orgulho absoluto. O nome de Mingyu era entoado como um hino, e apenas observou a ele e aos garotos cuidadosamente, pescando a emoção e a alegria, sentindo-a do mesmo jeito ali, apenas mais uma cabeça no meio de tantas.
Mingyu olhou em volta até vê-la de novo, no segundo andar. Quando a enxergou, pulou imediatamente do colo dos amigos e correu para a amurada da quadra, xingando o inventor maluco que tinha feito aquelas coisas tão grandes, mas que ele com seus quase 1,90 conseguiu ultrapassá-la e passar para o outro lado, jogando a bola da vitória nas mãos para pegá-la do outro lado.
Correu para ela, pedindo licenças desengonçadas à plateia até parar na frente da mulher, que piscou várias vezes por trás dos óculos de grau em grande surpresa.
— O que está fazendo? — Ela murmurou. O brilho nos olhos dele pareciam o brilho que ele provavelmente teria no futuro; o olhar de um acadêmico obsessivo ou um explorador muito bagunçado.
Ele sorriu lindamente antes de estendê-la a bola pesada do jogo. Todos os olhos ao redor estavam pairados bem ali.
— Ela é sua.
agarrou a bola, ainda confusa.
— Ainda não tô entend-
— Se não fosse por você, eu não estaria aqui, — disse Mingyu, sem esforço para encontrar a declaração. Ela já estava guardada no peito há muito tempo — Quando disse que ia me ajudar daquela vez, achei que você fosse um anjo. Quando brigava comigo por eu não avançar, comecei a achar que fosse só mais uma chata. Quando me ouviu chorar pelos meus fracassos, achei que era apenas minha amiga. Quando suspeitei que você, na verdade, era todas essas coisas, me declarei pra você. E quero dizer de novo: eu te amo — as palavras saíram livres, sem nenhum freio. sentiu como se estivesse afundando para a fileira debaixo — Te amo e não há quem eu seja mais grato do que você.
E a beijou. Um beijo um pouco suado, úmido e empoeirado, mas um que não escondia sentimentos e verdades. A maior verdade de todas: Mingyu não sabia como seria sua vida se não tivesse respondido à estudante maluca que queria acender um cigarro entre uma partida e outra.
Mas assim como sua vitória era para ela, dedicava sua devoção a ele também.
E ficaria muito feliz de ver seu capitão no próximo campeonato nacional.


FIM


Nota da autora: Oiê! Você chegou a mais um ficstape!
Minha primeira aparição em um ficstape do Seventeen tinha que ser com um 97 line sim (eu tenho uma reputação a zelar), mas confesso que foi super fácil imaginar Mingyu no mesmo ramo do LeBron (a altura ajuda muito nessa ilusão), e mesmo que eu tenha tendência a imaginar ele como o líder dos garotos de Murphy (você já leu Murphy?), ele encaixa como o menininho bonzinho e bobão pela noona dos sonhos.
Se você leu até aqui: muito obrigada pela sua atenção e pelo seu tempo. A gente se vê em outras baladas aqui do FFOBS.

Sial.

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