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Capítulo Um

Rosier acordou em uma típica manhã de segunda-feira com uma animação não condizente com o humor dos demais alunos da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts. Ela não tinha com que se preocupar, afinal, sempre gostou de ter tudo sob seu controle e sua organização e naquela semana, não seria diferente. Antes mesmo de levantar da cama, a aluna da Corvinal olhou seu fiel pergaminho com o cronograma da semana. Ela sorriu ao ver o que esperava por ela naquele dia e nos próximos, animada com a aproximação do Baile de Inverno ao qual iria com Cedrico Diggory, um dos Campeões do Torneio Tribruxo e seu namorado há quase dois anos.
Algum tempo depois, enquanto caminhava pelos corredores do castelo, anotou em seus afazeres a tarefa “escolher um sapato em Hogsmeade”. Ela já tinha um belíssimo vestido azul — a cor da sua casa e, coincidentemente, sua cor favorita —, mas havia esquecido um detalhe muito importante: os saltos. Elena Rosier, sua irmã mais nova, ficou encarregada em pegar os sapatos prateados da mãe delas. Mas é claro que a sonserina, que sempre se atrasa, esqueceu o pedido da irmã e lembrou-se apenas quando ambas já estavam no Expresso de Hogwarts. É claro que surtou, mas com seu raciocínio rápido de sempre, já planejou ir à Hogsmeade assim que possível e arrastaria sua irmã consigo.

— Como assim você não vai poder me ajudar? — ela questionou Elena quando a encontrou na mesa da Sonserina, tomando seu café da manhã.
— Desculpa, , mas prometi ao Draco que passaria o dia com ele — a mais nova respondeu com uma careta de desculpas enquanto saboreava uma colherada de cereal. Elena apontou para o amigo. — Ele tem que ir no correio e depois na Dervish e Banges.

olhou com desgosto para Draco Malfoy que respondeu com um aceno e um sorriso vitorioso e sínico no rosto. Ela quis socá-lo com toda a sua pouca força. Não importa quantos anos se passem, ela jamais entenderia como sua irmã virou melhor amiga do filho dos Malfoy. Bom, se parasse bem para pensar, Elena estava seguindo os passos que seus pais sempre desejaram para ambas com enorme perfeição. Ao contrário de , Elena entrou na Sonserina, virou amiga de alguém das Sagradas Vinte e Oito Famílias, as verdadeiras famílias puro sangue, como a delas. Contudo, Elena e não concordavam com nada relacionado à superioridade das famílias bruxas. Ambas passaram tempo demais com a tia Agnes, irmã mais velha de sua mãe, para perceber que tudo isso não passava de uma grande besteira. Mas no fim das contas, Elena era o orgulho da família e , a decepção.

— E por acaso vocês nasceram grudados? — a questionou, cruzando os braços.
— Você não vai morrer se passar um dia longe da sua irmãzinha, não é, Rosier? — Draco intrometeu-se, segurando o riso.
— Você nem ao menos deve gostar de Hogsmeade, Malfoy! — retrucou com raiva.
— Infelizmente é o único lugar mais próximo desse fim de mundo — Draco respondeu, dando de ombros. bufou impaciente e voltou sua atenção à irmã.
— Fala sério, Elena! — ela insistiu, apontando novamente para Draco.
— Ora, você não vai com Cedrico? Eu não estou afim de segurar vela — a morena insistiu.
— Sim, eu vou, mas ele é um garoto e você sabe como eles são em relação à vestes! Qualquer sapato ele vai achar bom e eu preciso da sua opinião!
— Sabe — Draco se intrometeu novamente, impedindo que Elena respondesse —, cada vez que eu penso no fato de Cedrico namorar com você, mais eu acredito que ele ganhará o Torneio. Deve ser um desafio e tanto…

O rosto de ficou vermelho vivo tamanha era sua raiva. Ela decidiu não ficar por perto para ver a irmã dar uma bronca no amigo; preferiu se afastar antes de lançar uma Maldição Imperdoável no garoto.
Enquanto saia do Salão, olhou seu cronograma de sábado. Com a varinha, ela apagou os dizerem “Escolher sapatos com Elena” e, com raiva, também apagou os corações em volta. Fazia tempo que as duas não tinham um tempo juntas, apenas elas, com a correria das aulas e as amizades completamente diferentes. não podia deixar de pensar no fato de que se ela tivesse ido para a Sonserina, talvez até dormiria com a irmã como nos velhos tempos. Ah, sim, a Rosier mais velha adorava a Corvinal e os amigos que fez na mesma, mas ninguém tinha com ela a conexão que ela e a irmã tinham desde que a mais nova nasceu. Elas acreditavam ser algo de outras vidas, muito além da compreensão delas, tamanho era o amor e carinho que sentiam uma pela outra. Também tinha o fato de que ambas, desde muito novas, passaram por poucas e boas juntas, o que apenas fortaleceu o laço delas.
Os devaneios de se foram quando ela encontrou o namorado em um corredor; sua próxima aula era vaga, mas a do garoto não, então tinha poucos minutos com o lufano.
Se aproximando sorrateiramente por trás, a garota o abraçou e depositou um beijo na bochecha dele. Cedrico respondeu com leve sorriso e segurou a mão na namorada enquanto a mesma se sentava no banco de pedra.

— Oi, — ele disse, acariciando sua mão. — Eu queria mesmo conversar com você.
— Ah, eu também! — ela disse sorridente. — Precisamos falar sobre sábado, temos muitas coisas para fazer em Hogsmeade.
— Então, sobre isso… — Ced tentou dizer, mas ela o interrompeu.
— Eu preciso passar na TrapoBelo Moda Mágica para comprar sapatos novos, lembra que eu te contei que esqueci os meus para o Baile de Inverno?
— Sim, eu lembro — ele falou, levemente impaciente. — É sobre isso que eu quero falar…
— Depois podemos ir à Madam Puddifoot's para tomar um chá com Elena. Acredita que ela vai passar o dia com o Malfoy? Espero que não se pode me passar algumas horas com aquele nojento, mas eu realmente queria passar um tempo com minha irmã e...
, me escute! — Diggory exclamou, tentando não elevar a voz. parou de falar e piscou algumas vezes, atônita. — Nós dois não vamos ao baile juntos.
— É claro que vamos! — Ela disse risonho, sua feição se tornando confusa. — Do que está falando?
— Eu estou querendo dizer que… — Ele começou, respirando fundo. — , eu acho melhor a gente terminar.
— O quê!? — disse exasperada e decepcionada. — Por quê? O que eu fiz?
— Não é você, . Eu estou com muita coisa demais na minha cabeça, e eu não estou conseguindo administrar tudo.
— Mas… Eu sempre te ajudo em tudo! Sempre te ajudei nos estudos, na organização… Fiz toda uma planilha de estudos, seus horários estão todos organizados, seus estudos para as provas...
— Essa é questão! — ele falou, passando as mãos pelos cabelos. — É coisa demais, . Eu sou grato pelo que você faz por mim, de verdade, mas eu não consigo acompanhar seu ritmo. Não com o tanto de coisa preenchendo minha cabeça e eu não vou ser um bom namorado enquanto estiver tão estressado.
— Mas você é um bom namorado, você é ótimo!
— Cedrico respirou pela sabe-se lá qual vez e segurou as mãos da garota. Era doloroso para ele fazer isso, ainda mais vendo as lágrimas começando a cair dos olhos dela. — Vamos encarar isso como um tempo, o que acha? Eu amo você e só quero o melhor.

não respondeu de imediato. Seu cérebro estava acelerado demais para deixá-la formular uma resposta coerente. Mas ela assentiu, chegando a conclusão que seu coração covarde preferia acreditar que um dia, quem sabe, poderia ter o amado de volta. Mesmo que algo dentro dela a alertasse que isso seria burrice.
Diggory deu um sorriso pequeno e fraco, beijou seu rosto e se levantou, pedindo uma desculpa que mal conseguiu ouvir. Ela permaneceu sentada no banco de pedra, incapaz de se mover. Cedrico já estava longe quando a mesma secou suas bochechas e olhou para o cronograma em seu colo que agora teria que reorganizar, pois havia diversos horários separados para o seu namorado. Ex-namorado, ela se corrigiu, e uma nova lágrima escorreu por seu rosto ao qual ela secou rapidamente. Detestava chorar na frente dos outros, não gostava de demonstrar fraqueza; era um prato cheio para que os Sonserinos que não gostavam dela fizessem piada. Ela poderia muito bem pegar sua varinha e arrumar o cronograma em questão de segundos, com um passe de mágica como sempre fazia. Mas não conseguia se mexer, na verdade, ela não conseguia aceitar que teria que tirar o nome dele daquele pedaço de pergaminho.
Ao longe, Weasley observava toda a cena com atenção. Esperto como era, já havia entendido tudo o que havia acontecido: Cedrico Diggory deu um fora em Rosier. Seu caminho finalmente estava livre! E isso, ele logo se repreendeu, era um pensamento muito, muito egoísta de sua parte, pois a corvina estava claramente sofrendo. Sua cabeça baixa e seus ombros trêmulos entregavam que a mesma estava chorando. Para a humilde opinião do Weasley, a garota era bonita demais para estar chorando. Algo em seu ímpeto o incomodou ao vê-la daquele jeito e ele soube na mesma hora que precisava fazer algo.

, nós temos uma missão — falou, interrompendo o irmão que anotava uma de suas ideias absurdas para a futura loja “Gemialidades Weasley”.
— Missão!? — O outro ruivo o questionou, erguendo as sobrancelhas e guardando o pergaminho no bolso. — Estou interessado.
— Claro que está — retrucou com um sorriso maroto refletindo o do irmão. — Sabe aquela bela garota ali?

se virou para observar que ainda não havia movido um músculo sequer. Ele assentiu, voltando a olhar o irmão.

Rosier, a garota que você é apaixonado há anos?

encolheu os ombros, mas assentiu. Ele realmente gostava de desde o primeiro ano deles, desde o momento em que a primeira Rosier de todas foi escolhida para uma Casa que não fosse a Sonserina e, infelizmente, também não foi a Grifinória. E os fatos de a garota ser da Corvinal, ser bonita e uma Rosier o deixava intimidado demais para admitir algo. Mas se a garota namorou Cedrico Diggory, por que raios ela não daria uma chance a ele?

— Não acha que ela é bonita demais para estar chorando, ? — ele perguntou ao irmão gêmeo que assentiu.
— É nosso dever animá-la, concordou, já caminhando com o irmão para onde a garota estava.

não era bobo, ele conhecia seu irmão literalmente desde antes de nascerem. E ele sabia que sim, era bonita e não era legal vê-la chorando. Mas isso era só uma desculpa esfarrapada de seu irmão gêmeo para finalmente ir falar com a garota que gostava há tempos. E ele não seria o responsável por impedi-lo, longe disso! queria que fosse feliz, ele merecia isso, e o ajudaria no que fosse preciso.
Os dois caminharam sorridentes até a garota que só percebeu a presença dos gêmeos quando cutucou seu ombro. os encarou, esperando que falassem algo, o que não aconteceu.

— Posso ajudar? — ela perguntou com mau humor, secando os olhos.
— Nós é quem devemos te perguntar isso — falou.
— Como nós, meros mortais, podemos te ajudar? — perguntou, fazendo uma leve reverência.
— Me deixando em paz, talvez? — retrucou, se arrependendo ao perceber que talvez tenha sido grossa demais com os garotos. Mas eles pareceram não se importar.

tinha pouco conhecimento sobre os gêmeos Weasley. O básico que sabia era que ambos eram terríveis, davam dor de cabeça demais aos professores e adoravam fazer brincadeiras e pregar peças nos colegas. Eles eram da Grifinória, como todos da família Weasley, então tinham poucas aulas juntos e quase não se falavam. Contudo, eles não eram pessoas ruins. Ela nunca esqueceria do seu primeiro ano, quando os alunos da Sonserina a provocavam por ter sido a única Rosier a não entrar na Casa e os gêmeos, juntos com Percy, a defenderam. Era de conhecimento de todos que a família deles também eram traidores do sangue e bom, como sua mãe e seu pai (antes de o mesmo morrer) falaram, ela era uma traidora do puro sangue também, o que fazia eles estarem no mesmo barco.

— Ah, aí está o problema, cara Rosier — falou, balançando o dedo para a garota que levantou as sobrancelhas em surpresa.
— Não vai dar pra te deixar em paz — completou, cruzando os braços.
— Posso saber o por quê? — ela os questionou, imitando o gesto do ruivo.
— Porque não podemos deixar que continue chorando — sentou-se ao lado dela no banco e falou como se fosse óbvio.
— E somos bons em distração — sentou-se do outro lado e ela os olhou novamente surpresas. — Viu só? Já está funcionando, você parou de chorar.

E era verdade. Nos breves minutos que os dois garotos estavam conversando com ela, havia parado de chorar e não pensou no que aconteceu há instantes atrás. Ela só conseguia permanecer impressionada com a audácia dos dois.

— Ora, eu não preciso de distração! Estou muito bem, obrigada.
— Você diz isso, mas as marcas de lágrimas no seu pergaminho dizem o contrário — acusou , se inclinando sobre seu ombro e apontando o papel. colocou a mão em cima e o olhou feio.
— Intrometidos — ela ralhou, se levantando. — Estou bem, já disse.
— Se esse é o caso, não vai se importar de meu querido irmão te acompanhar até a biblioteca não, é? — falou, batendo no ombro do irmão que engoliu em seco, mas assentiu, pondo-se de pé ao lado da corvina. Ela bufou, vendo que não cobriu seu cronograma rápido o bastante antes que o ruivo tivesse lido seus horários.
— Vocês não vão desistir, não é? — ela os questionou.
— Não mesmo — eles falaram em uníssono.

Rosier suspirou e se levantou, seguindo seu caminho para a biblioteca, sem se importar se os ruivos estavam seguindo-a. Ela decidiu que iria ignorará-lo e quem sabe assim ele a deixaria em paz.
Mas estava bem ao seu lado, acompanhando seus passos apressados sem esforço algum.

— Francamente, Weasley, você não acha insensível demais me perseguir depois de eu ter acabado de terminar um relacionamento?
— Provavelmente sim.
— E mesmo assim, vai continuar me seguindo?
— Só quero garantir que chegará bem na biblioteca. Sabe, coisas estranhas acontecem nessa escola. Parece estar infestada de bruxos e fantasmas… — respondeu com seriedade, mas era evidente que ele estava brincando.
— Você é hilário — ela retrucou com sarcasmo.
— Eu sei, obrigada. Aprendi com meu irmão e ele aprendeu comigo.
— Isso não faz o menor sentido! — ela exclamou, parando em frente à porta da biblioteca.

Ela olhou espantada para dentro, pois podia jurar que ainda faltava um longo caminho para chegar ali. Entretanto, nem ao menos viu o tempo passar e não queria admitir que havia sido graças ao garoto sorridente ao seu lado.

— Você pode ir agora — ela falou sem graça.
— De nada, senhorita Rosier.
— Obrigada — ela respondeu baixinho. — E fique tranquilo, eu estou bem.
— Aham, sei — ele retrucou, nada convencido, e refez seu caminho, deixando-a para trás.


Capítulo Dois

Meditação era a terceira forma favorita de se acalmar e colocar os pensamentos em ordem. A primeira era ler, é claro. A segunda era estudar. Mas as duas opções já não estavam mais funcionando para ela. Estudar era algo tão comum para a corvina e ela andava tendo tantas provas e atividades por causa dos NIEMs (Níveis Incrivelmente Exaustivos de Magia) que o ato já não era mais tão prazeroso e sim, estressante.
Ler também não estava tendo eficácia. Seus livros favoritos eram malditos romances que a faziam chorar ao lembrar que o seu relacionamento havia chegado ao fim. Então, depois de dias estressantes, a única forma que ela encontrava paz era meditar nos jardins do castelo, de preferência embaixo de uma árvore pois não gostava do Sol. até poderia fazer isto em sua Sala Comunal, mas os nervos dos demais alunos da Corvinal estavam à flor da pele e aquele era o último lugar pacífico em toda Hogwarts. Embaixo de uma árvore afastada, junto com Elena Rosier, ela teria mais paz. Pelo menos foi o que achou.

— Não consigo relaxar — Elena choramingou.

abriu apenas um olho e a encarou com certa raiva por ter atrapalhado sua meditação. Ela gostava de aproveitar esses momentos para mentalizar tudo o que queria que acontecesse nos próximos dias, como se conversasse com o Universo para que o mesmo a ajudasse e, bom, ela sempre tinha resultados. Desta vez, ela pedia sucesso nas provas, a reconciliação com Cedrico Diggory e um par lindo de saltos altos para comprar no sábado.

— O que houve? — ela perguntou à irmã, virando-se para ela.
— Draco.. — Elena se interrompeu ao ouvir o suspiro irritado de . — Ele me convidou para o Baile para fazer ciúmes em uma garota que ele gosta.
— E…? — perguntou. — Isso é típico dele, nada novo.
— Eu sei, mas eu estou desconfiada que ele esteja confundindo as coisas — Els respondeu aflita. — Porque ele nem ao menos tentou convidá-la, e ele está cheio de planos para fazermos a sós em Hogsmeade.
— Ah, Els, por tudo que seja mais sagrado, não namore o Malfoy! Eu aguento ele como seu amigo, mas como meu cunhado? Jamais!
— Credo, ! Não, nem pensei nisso! — Elena respondeu horrorizada. — Relaxa, nós não vamos namorar…
— Deixe isso claro para ele, está bem? — disse , voltando a sua posição de meditação.

Elena ficou em silêncio, também voltando a meditar. Mas a mais nova era inquieta demais para tal coisa. Ela adorava acompanhar a irmã, pois assim poderiam passar um tempo juntas e sozinhas, mas meditar não era com ela. Então voltou a abrir os olhos e olhar a irmã.

— E o Weasley? Voltou a importuná-la?
— Não, e eu não quero falar dele, eu quero relaxar.
— Ele é legal, sabe? — Elena continuou, ignorando a irmã.
— Você não o conhece.
— Todos conhecem os Weasley — Els retrucou. — E ele é muito mais legal que o babaca do Diggory.
— Cedrico não é um babaca! — abriu os olhos e encarou a irmã. — Céus, é difícil demais meditar com você!
— Correção: é difícil demais meditar — Elena retrucou, levantando-se da grama e limpando as vestes.

voltou a fechar os olhos, esperando que a irmã fosse embora. Mas depois de breves segundos de silêncio, seu coração parou ao ouvi-la dizer com animação:

— Ah! Olá, !

arregalou os olhos e quase caiu para trás ao ver Weasley se aproximando das duas.

— Se não são minhas Rosier favoritas! — ele falou com animação, seu sorriso largo brilhava para ela, tão irritante quanto o Sol.
— Que coincidência! — Elena olhou para , depois para . — Eu estava agora mesmo falando para a que você era meu Weasley favorito.
— Que honra — ele piscou para Elena e lançou mais um sorriso para a mais velha. — Espero ser o seu também.
— Longe disso — ela murmurou baixo.
, eu iria amar ficar aqui e conversar — disse Elena, começando a se afastar. — Mas preciso ir. Tenho coisas para fazer.
— Que coisas!? — perguntou com chateação.
— Coisas — ela respondeu com indiferença. — Tchauzinho!

bufou ao ver a irmã caminhar animada para longe, deixando-a sozinha com Weasley. Ela não tinha nada contra os Weasley, mas ela conseguia sentir de longe que o ruivo tinha segundas intenções com ela e bom, ela tinha esperanças de voltar com Cedrico. Seus planos, até que isso acontecesse, era ficar longe de qualquer garoto, e não facilitava.
Ele sentou-se ao lado dela, cruzou as pernas, fechou os olhos e ficou em silêncio. o observou com o cenho franzido, decidida a tentar decifrá-lo. Sem abrir os olhos, ele se inclinou para ela e perguntou:

— Estou fazendo certo?
— Meditação não é só a posição certa — ela respondeu, ainda observando-o. — Você precisa esvaziar a mente ou pensar em coisas que te acalme…
— Tipo quadribol?
— É — ela respondeu rindo. — Se servir para você…
— Serve — ele disse, ainda sem abrir os olhos. — O que serve para você?
— Bom, depende — ela disse, reflexiva. — Às vezes eu uso realmente para relaxar, às vezes eu uso para pedir coisas ao universo.

finalmente abriu os olhos e a olhou com um misto de encantamento e descrença.

— Pedir coisas? Tipo sorvete? — ele a questionou com seriedade. Por incrível que pareça, ele não parecia estar brincando dessa vez.
— Não, — ela respondeu risonha. — É um exercício de mentalização. Você mentaliza sobre o que deseja que aconteça com você e talvez, se você merecer, o universo irá realizar.
— Oh — ele disse surpreso, parecendo genuinamente impressionado. — Não sei se eu mereço.
— Por que não?

Ele deu de ombros e começou a mexer nas folhas da grama, dando uma atenção especial para elas.

— Eu apronto demais — ele respondeu. — Quase todo dia eu e ganhamos uma detenção diferente. Não sei como Dumbledore ainda não os expulsou.
— Ah, ele deve adorá-los.
— Espero que sim — ele assentiu, acompanhando-a em uma risada. — Agora vamos meditar.

Dando-lhe um sorriso, mesmo que fraco, fechou os olhos e retornou a posição de meditação. Dessa vez, ela pediu ao universo que atendesse qualquer que fosse o desejo de Weasley, pois ele poderia não acreditar ser merecedor, mas acreditava que sim.

Quando voltou para sua Sala Comunal, no final do dia, Rosier sentiu-se mais leve. Ao pegar seus livros e pergaminhos, sua concentração estava renovada e, não podia negar, a meditação com Weasley havia sido melhor que com Elena. A mais nova iria adorar saber disso, pois agora não precisava ser a única companheira de na atividade. Outro motivo, que a mais velha ainda desconhecia, era que Els torcia para Weasley conquistar o coração da irmã. Ela não suportava a ideia da corvina voltar com Cedrico, principalmente depois do que o lufano fez.
batucou em seu cronograma, observando-o com muitos espaços em branco que outrora mostravam o nome de Cedrico Diggory. Ela tentou visualizar “ Weasley” nos quadrados vazios, completando as frases. “Estudar com… Weasley”, “Ir à Madam Puddifoot's com… ”, “Ir ao baile com…”

? — ela ouviu uma voz doce chamá-la, despertando-a de seus pensamentos.
— Oi, Cho — ela respondeu com um sorriso leve no rosto e apontou para a cadeira ao seu lado.

Receosa, Cho Chang sentou-se e retribuiu o sorriso, mas parecia nervosa por estar ali, conversando com a mais velha. Ela mexia inquieta no seu cachecol azul e observava as várias anotações espalhadas pela mesa de estudos. a olhou, sem entender o que a colega queria.

— Está tudo bem, Cho?
— S-sim, está — a morena falou, ainda nervosa. — E-eu queria saber uma coisa…
— Pode falar, é sobre alguma matéria? — perguntou, mexendo em suas anotações. — Estou adiantando o trabalho de Transfiguração, pois já terminei o de História da Magia, mas estou pensando em revisar o texto dele, acho que ficou com o final confuso.
— Ah sim — disse Chang, assentindo. — Na verdade, não é sobre nenhuma matéria, é sobre… — ela mordeu os lábios. — É sobre o Ced.

Ced!?”, pensou, confusa. Não sabia que eles tinham tamanha intimidade para Cho chamá-lo pelo apelido.

— O quê tem ele? — perguntou, ignorando o leve ciúme incômodo que cutucou seu peito.
— Bom, é que… Eu sei que vocês terminaram recentemente, mas ele me convidou para o Baile e eu queria…
— Espera, ele o quê!? — perguntou em claro tom de surpresa.
— Ele me convidou para o Baile de Inverno — Cho repetiu, engolindo em seco. — Eu não aceitei. Ainda. Antes eu queria saber com você se tem problema eu ir com ele?

Rosier piscou, completamente atônita. Novamente, seu cérebro estava tão acelerado que não conseguia formular uma resposta para a garota que aguardava ansiosa pelo veredito. A respiração da mais velha ficou desregulada. Ela não pensou, nem por um segundo, que Cedrico seria tão rápido assim em substituí-la. Uma chateação tomou conta de si, mas ela logo soube que tudo aquilo nada tinha a ver com Cho Chang e a garota estava claramente animada com a chance de poder ir ao Baile com o Campeão. Por fim, ela respirou fundo e tentou dar um sorriso convincente.

— Claro, sem problemas, podem ir.
— Mesmo? — Cho respondeu com uma animação que ela falhou em esconder.
— Mesmo — respondeu, também sem conseguir disfarçar a decepção na voz. — Divirtam-se.
— Obrigada, — disse Cho ao se levantar, agora ela já não tentava mais esconder, saiu quase saltitando da Sala Comunal.

Olhando com raiva para o pergaminho velho, pegou sua varinha, encostou no papel e fez todas as lacunas serem preenchidas.

“Ir ao Baile de Inverno com Weasley”.


Capítulo Três

No jantar, Rosier não tirou os olhos da mesa da Grifinória. Em outros tempos, ela estaria olhando para a mesa da Lufa-Lufa à procura dos seus cabelos dourados favoritos. Mas não naquela noite, pois no momento, ela não queria ver nem um fio de cabelo de Cedrico.
Ao invés disso, seus olhos investigavam os cabelos ruivos de Weasley. Ou eram os de Weasley? De costas, e de onde estava, era impossível distingui-los. Sem mais apetite, ela despediu-se de seus amigos e seguiu para a mesa da Grifinória com falsa determinação ao andar. Por dentro, ela estava uma pilha de nervos. A chance de o ruivo já ter um par era grande e de ele não querer ir com ela, maior ainda.

— Oi, pessoal — ela falou ao chegar na mesa, sua voz tremendo em nervosismo.

engasgou com seu suco ao perceber quem estava atrás dele. Ele deu seu melhor sorriso enquanto todos retribuíram o cumprimento.

, posso falar com você um segundo?
— Todos os segundos que você quiser — ele falou animado, levantando-se da mesa quase em um salto.

Seus amigos e irmãos o zuaram pela resposta, mas o sorriso do garoto apenas alargou ainda mais. Os dois caminharam lentamente para fora do Salão Principal em silêncio. apenas observava as bochechas coradas de que o deixavam adorável e deliciava-se com o perfume adocicado, estranhamente parecido com o que sentiu na última aula de Poções onde aprenderam sobre a Amortentia. Doces, livros e grama fresca; esse era o aroma de Rosier.

— Ok, eu preciso te perguntar algo e preciso fazer isso logo antes que eu perca a coragem — Rosier falou rápido demais, mas Weasley conseguiu acompanhar cada palavra com atenção. Ela respirou fundo antes de continuar. — Você aceita ir ao baile comigo?

Weasley arregalou os olhos e, pela primeira vez em muito tempo, ele ficou sem palavras. Ele mal podia acreditar no que acabou de ouvir, pois depois de anos nutrindo sentimentos pela corvina, ele finalmente estava próximo dela e melhor, acabara de ser convidado para o baile. Ele não pôde deixar de pensar se a escolha da garota era apenas para provocar ciúmes em Cedrico. Contudo, ele realmente não se importava. Se fosse para ser usado, que pelo menos fosse pela garota por quem era apaixonado há anos. Ele iria aproveitar cada segundo.
Agora sua feição era de confusão, porque quem deveria fazer o convite era ele.
Na cabeça de , pela demora na resposta, ela já havia concluído que ele negaria o convite. Portanto, o que ouviu a surpreendeu.

— Eu quem deveria convidá-la! — disse, cruzando os braços e dando um sorriso largo.
— Ora, Weasley, estamos em 1994! Os tempos são outros! — disse Rosier, balançando a cabeça.
— Mas é algo que eu desejei por muito tempo então, por favor, me deixe convidá-la! — ele retrucou, juntando as mãos e quase implorando.

A corvina não esperava mesmo ouvir aquilo, uma possível confissão dos sentimentos de Weasley por ela. Seu coração errou algumas batidas, ela não poderia negar. E aquele garoto, novamente, a deixou sem palavras. Isso era algo raro. Se havia uma coisa que Rosier amava fazer depois de ler e estudar, era falar. Sua mãe sempre se irritava com seu jeito tagarela. Já , nas poucas e breves oportunidades que teve com , se encantava sempre que a garota começava a falar com empolgação. Para ele, era uma lástima não poder ouvir sua voz.

— Ok, me convide — ela respondeu com um sorriso torto, cruzando os braços.

A essa altura, a maioria dos alunos já saíam do Salão Principal e seguiam seus caminhos para as respectivas salas comunais. Weasley, que nunca se importou com uma boa plateia, subiu alguns degraus que ligavam o salão no Saguão Principal, posicionou sua varinha em sua garganta e murmurou “Sonorus”, chamando a atenção de todos em volta. quis se enfiar embaixo de algum tapete ou entrar em um dos quadros e sair correndo de vergonha. Ela se arrependeu de deixá-lo convidá-la, ele não poderia apenas dizer sim?

Rosier — ele falou, sua voz saindo bem mais alta que o normal graças ao feitiço. Seu irmão gêmeo, , se posicionou ao lado da corvina e segurou seus ombros, animado pelo irmão. — Você me daria o enorme prazer de ir ao baile comigo?
— Não é o melhor gêmeo — falou para a garota. — Mas ele é legal e não dança tão mal assim.

Sem resistir, soltou uma risada e olhou com os olhos brilhando para o ruivo que ainda esperava a resposta no meio da escada. Todos em volta, curiosos, pararam para assistir ao pedido e esperavam a resposta com a mesma expectativa.

— Sim, , eu aceito — ela respondeu e no mesmo instante, todos explodiram em comemoração.


Capítulo Quatro

esperava impaciente a chegada de na entrada do castelo onde o Professor Flitwick já havia conferido todas as autorizações dos alunos que iriam no passeio ao vilarejo de Hogsmeade. Sua irmã, Elena Rosier, a olhava com culpa há cada segundo por ter deixado a mais velha na mão. já havia perdoado a irmã e respondia os olhares com sorrisos simpáticos, afirmando que estava tudo bem.
Finalmente, e Weasley desceram as escadas apressados e foram direto ao seu encontro, ambos sorridentes.

— Onde estavam? Por que demoraram tanto?
— Uou, calma! — riu após deixar um beijo na bochecha da garota que corou na mesma hora.
— A culpa foi toda dele — falou, apontando para o irmão que sorriu envergonhado.
— Eu não queria estar feio ao seu lado — ele confessou, dando de ombros. — Vamos?

A bruxa pensou não ser capaz de achar o ruivo mais adorável ainda, mas ele conseguiu se superar. Ela entrelaçou os braços com o dele e, acompanhados de e Angelina Johnson, caminharam rumo a Hogsmeade.
O vilarejo estava totalmente coberto pela neve fofa e gelada. A quantidade era tanta que seus pés afundavam quase até o joelho, arrancando gargalhadas do grupo.
Como não estava sozinha, deixou sua programação de lado e apenas pediu a eles que passassem na TrapoBelo Moda Mágica, o que foi muito bem aceito por Angelina. Mas a primeira coisa que fizeram foi ir na Zonko's reabastecer o estoque dos gêmeos, o que acabou sendo mais divertido do que esperava. Em seguida, foram para a loja de doces Dedosdemel onde a presenteou com um delicioso sapo de chocolate e comprou uma caixa de Feijões de Todos os Sabores para Angelina. Foi uma surpresa saber que aquele na verdade era o doce favorito da grifinória e as duas garotas ficaram impressionadas pelo fato de ter se atentado ao detalhe.
Por fim, o quarteto seguiu para a loja de roupas e no mesmo instante, os garotos começaram a testar algumas de suas novas aquisições da Zonko’s enquanto as garotas foram experimentar vestidos e sapatos. encontrou um vestido azul parecido com o que ia usar apenas para poder ver como o sapato escolhido ficaria com ele e em seguida, ajudou Angelina a encontrar uma echarpe perfeita que combinasse com seu vestido vermelho. Rosier achou a companhia da garota surpreendentemente agradável e pensou no quanto Weasley já havia agregado a sua vida em poucos dias. Agora ela tinha uma nova amiga.
Assim que ambas saíram do provador, e pararam o que estavam fazendo para encará-las boquiabertos.

— Por Merlin, vão arranjar um babador! — Angelina falou aos risos, ajeitando os cabelos da garota ao seu lado que estava envergonhada demais para dizer algo.

Soltando um palavrão, levantou-se em um salto e puxou Angelina pela cintura, beijando-a com vontade e fazendo-a rir mais ainda. Constrangidos com a cena, e trocaram um olhar quando ele se aproximou.

— Você está… — ele começou a falar, olhando-a de cima a baixo. Ela riu, ficando ainda mais envergonhada. — Não sei se existem palavras para definir o que você está.
— Bonita, talvez? — ela falou aos risos.
— Ah, não, não mesmo! — ele respondeu e a viu olhá-lo com certa decepção. — Muito mais que isso. Você está incrível! Acho que ainda não inventaram a palavra para descrever… isso.

Rosier, como esperado, ficou mais vermelha ainda. Ela agradeceu e explicou porque havia decidido pelos saltos prateados e não os pretos e a ouviu com toda a atenção do mundo.
Quando saíram da loja, as duas com suas compras em mãos, e Angelina foram apressados para a casa de chás Madam Puddifoot's. não sabia bem se levava a sua garota para aquele lugar que claramente era apenas para casais, e ele adoraria levá-la até lá e enche-la de beijos enquanto tomavam uma boa xícara de chá. Mas o que aconteceu em seguida acabou com seus planos.
desejou não ter vindo ao maldito passeio quando viu a cena que jamais imaginou que veria: Cedrico Diggory estava beijando Cho Chang, bem na sua frente. Na frente de todos, na verdade, o que era ainda pior. E tudo o que conseguiu fazer foi observar com as lágrimas ardendo seus olhos o garoto por quem era apaixonada beijando outra.
permaneceu em silêncio por um tempo ao seu lado, também observando a cena. Teve que presenciar algo do tipo diversas vezes e ele entendia perfeitamente o que a garota estava sentindo, pois era o que ele sentia toda vez que a via beijando Diggory. Ele não desejava isso a ninguém, muito menos para sua .

— O que acha de sair daqui? — ele murmurou baixo para ela, sem tirar os olhos da cena.
— Eu acho que quero voltar para o castelo — ela respondeu com a voz baixa e fraca. — Está frio demais.
— Claro, vamos lá.
— Não precisa ir, , aproveite o resto do passeio — ela falou desanimada, pronta para dar as costas e seguir seu caminho de volta.
— Eu seria um idiota como o Diggory se te deixasse sozinha em um momento como esse — ele falou, revirando os olhos. — Vamos logo.

Sem conseguir resistir, deu um sorriso mínimo e deixou que abraçasse seus ombros para esquentá-la. Eles caminharam em silêncio de volta ao castelo, mas não era nada constrangedor. As borboletas na barriga de nunca estiveram tão acordadas como naquele momento. Seus olhos estavam sempre atentos nela, em cada movimento que ela fazia enquanto caminhavam pela neve fofa. a adorava há tanto tempo e, por mais que a tivesse ali ao seu lado, literalmente em seus braços, ele ainda pensava ser um sonho.
E o rosto de estampando uma chateação evidente e compreensível partia o coração do Weasley. Quando finalmente chegaram ao castelo, um sentimento ruim tomou conta dele. Nem se afastara da garota e já sentia falta da mesma, aquele era um sentimento novo para o mesmo. Seu cérebro começou a trabalhar e ele desejou que estivesse por perto para que o ajudasse a ter uma boa ideia.
Como se o irmão tivesse lhe mandado a memória por pensamento, lembrou-se de quando ele e seu irmão se esconderam na Torre de Astronomia para Filtch e sua gata nojenta não os encontrassem. Ele sorriu, sabendo exatamente o que fazer.

! — ele exclamou, correndo atrás da garota que já seguia seu caminho para a Sala Comunal da Corvinal. Ela se virou, olhando-o confusa. — Tem um minuto?
— Bem… — ela olhou em volta, o saguão tinha apenas alguns poucos alunos que a mesma não conhecia muito. — Eu ia para a minha Sala Comunal estudar…
— Estudar!? — ele a questionou, balançando a cabeça em negação. — Não se estuda em um sábado, !
— Fale por você — ela retrucou, irritada. — Meu sábado já está arruinado, por acaso você tem algo melhor para fazer?

Ah, Weasley pensou em centenas de milhões de coisas melhores que poderia fazer com Rosier que não envolviam estudar e talvez não poderia dizer metade delas em voz alta. Mas é claro, se insistisse em estudar, ele faria esse sacrifício por ela. Esse pensamento o fez crer que estava começando a ficar louco.

— Quero te mostrar um lugar — ele falou, estendendo a mão para a garota. Ela encarou a palma dele e depois olhou seus olhos, indecisa. — Ok, talvez você até já conheça, mas não com a minha companhia.
— Céus, você consegue ser convencido às vezes — ela falou com um sorriso torto no rosto. — E convincente.

Então segurou sua mão e deixou ser conduzida por Weasley até a Torre de Astronomia. Ela se perguntou como o garoto sabia que aquele era um de seus lugares favoritos do castelo, mas seu questionamento foi respondido quando o mesmo falou que aquele era o lugar favorito dele e de .

— Costumamos nos esconder aqui, o que é ridículo pois não é o lugar mais escondido do castelo — ele falou enquanto os dois observavam a paisagem branca pela janela. — Mas Filtch nunca nos encontra e esse lugar me remete a sensação de adrenalina após uma fuga.

sorriu, mesmo não se identificando com o sentimento. Ela nunca precisou de uma fuga e foram raros os momentos em que sentiu a adrenalina tomar seu corpo. Seu sorriso foi aos poucos se tornando triste e ela começou a encarar as mãos, pensativa. E não ousou interromper seus pensamentos, ele apenas a observou, vendo seu cérebro trabalhar.

— Eu o afastei com essa mania de organização.
— Afastou quem?
— Cedrico — ela respondeu como se fosse óbvio. — Mas eu não sei ser de outro jeito. Eu sou assim desde… Acho que desde sempre.

Aquilo era uma meia verdade. Sim, puxou esse lado centrado que nada tinha a ver com sua família. Contudo, tudo piorou quando ela foi para a Corvinal e não para a Sonserina. Ela parecia ter uma necessidade enorme de provar que sua vida era impecavelmente organizada e que ela poderia conseguir o que quisesse sem a ajuda de sua família. De certo modo, conseguiu esse feito, mas até onde ela conseguia controlar as coisas.

— Eu só queria mostrar aos meus pais que eu não era uma completa decepção — ela fungou, secando as lágrimas. — E do que adiantou? Meu pai está morto e minha mãe não dá a mínima.

apenas assentiu, sem saber muito bem o que dizer. Ele sabia o quão complicada era a família Rosier e o quão diferente e Elena eram de seus pais. Elas jamais seriam Comensais da Morte, muito pelo contrário. Ele conseguia visualizar as irmãs lutando contra eles. Mas eles eram os pais delas, elas ainda tinham a mãe e ele também conseguia imaginar como deve ser difícil não ter uma boa relação com a própria mãe. A dele, Molly Weasley, era uma mulher incrível e a melhor mãe do mundo. não pôde deixar de pensar no quanto queria que elas se conhecessem.

— Sabe, eu te acho sensacional — ele falou de repente, a pegando de surpresa. — E qualquer outra pessoa que não te ache incrível do jeito que você é, bom… Acho que não merecem estar perto de você.

nunca sentiu seu coração bater tão forte em toda sua vida. Ela se afastou alguns centímetros do parapeito da Torre e o olhou, tentando identificar algum sinal de brincadeira no rosto do garoto, mas não havia nada ali.

— Estou falando sério — ele continuou, dando de ombros. Ela permaneceu em silêncio. — Sei que eu e meu irmão somos brincalhões e tudo mais, mas eu jamais brincaria com isso para te machucar.
— Eu sei — ela finalmente respondeu, levando sua mão ao rosto salpicado de sardas do garoto. — Agradeço por isso.

sorriu e também levou as mãos à nuca dela, puxando-a para mais perto. Ambos sabiam o que estavam prestes a fazer e, mesmo assim, não ousaram parar. a beijou com toda a delicadeza do mundo, mesmo querendo pular de euforia por dentro. E derreteu-se em seus braços, deliciando-se com a sensação boa que era beijar Weasley.
Era tão diferente de seu ex que ela não se atrevia a comparar os dois. a beijava como se a mesma fosse a joia mais preciosa do mundo. E céus, ele estava nas nuvens e não queria soltá-la tão cedo. Mas a garota se afastou, seu rosto não estampava nenhum arrependimento, contudo, ela parecia um tanto surpresa. Talvez pelo que aconteceu, ou talvez por ter gostado tanto.

— Eu… Acho melhor nós… — ela apontou para a saída e, sem esconder a decepção, Weasley concordou.

Mesmo encerrando a noite, segurou a mão do garoto até a porta da Sala Comunal da Corvinal e por todo o caminho, eles permaneceram em um silêncio nada constrangedor.

— Obrigada por hoje — Rosier disse. — Você realmente cumpriu com o que disse naquele dia, soube me fazer sentir melhor.
— Fico feliz em saber — ele respondeu, beijando a bochecha dela.

Naquela noite, deitou-se na cama um tanto atordoada, tentando assimilar tudo o que aconteceu no seu dia. Mesmo com o que aconteceu, ela não conseguia deixar de pensar no quão bom havia sido.


Capítulo Cinco

O dia do Baile de Inverno chegou rápido demais, o que foi um certo alívio para que estava com certa ansiedade para o evento. Durante toda a semana, ela e se viram quase todos os dias. Eles se encontravam para estudar, para ensaiar algumas danças para o baile (que acabavam com ambos gargalhando ou caindo) ou apenas para conversar. Conforme os dias passavam, se perguntava por quê não havia convivido mais com o Weasley nos últimos anos? Ele a fazia tão bem, deixava sua vida tão mais leve, e ela não conseguia mais se ver sem ele. Pelo menos com sua amizade. Durante esses dias, eles não haviam se beijado novamente, o que a fez pensar que talvez ele não quisesse mais nada com ela. Que equívoco.
Weasley não podia estar mais apaixonado. Ele contava os minutos para estar com ela, então desejava com todas as suas forças para que passasse bem devagar quando estava com ela. se tornava cada vez mais encantadora, como se fosse possível, e cada segundo ao seu lado era precioso demais para não ser apreciado. Seu irmão o provocava em todas as oportunidades possíveis, mas ele estava igualmente radiante por ver o irmão tão feliz com a Corvina.
Assim, quando o horário do Baile de Inverno chegou, Rosier saiu animada da Sala Comunal, ansiosa para encontrar o ruivo e ver a roupa que o mesmo usava, já que ele fez tanto mistério e não quis revelar nem um detalhe. Mas quando passou pela porta, se surpreendeu ao encontrar Cedrico Diggory a esperando do lado de fora. Esperando Cho, ela se auto corrigiu.

— Oi, — ele falou com seu sorriso carismático. — Você está linda.
— Obrigada, Ced, você também está muito bonito — ela respondeu, retribuindo o sorriso. — Cho já está vindo, então…
— Ah, sim, mas queria falar com você antes — ele falou, impedindo-a de se afastar. — Não consegui falar com você sobre isso, me desculpe.
— Não, relaxa — ela respondeu, dando de ombros. — Eu fiquei chateada, mas isso foi até bom. Me deu coragem de convidar o Weasley e eu não poderia ter escolhido um par melhor.
— Ah, eu fiquei sabendo — Cedrico respondeu, passando a mão na nuca e dando risada. — ? Sério?
— O que tem? — ela perguntou, cruzando os braços.
— Sei lá, ele não faz muito o seu tipo…
— Eu não tenho um tipo, Cedrico. Você foi o único cara que eu namorei, como raios vou saber meu tipo?
— Eu só acho ele desajeitado demais para você. Você tem toda essa sua questão de organização e…
— Questão de organização — falou com uma risada irônica, balançando a cabeça em negação. — Quer saber? realmente é alguém que eu jamais imaginaria gostar, mas advinha? Eu gosto! E ele gosta de mim também e do jeito que eu sou.
, eu não quis…
! — Weasley exclamou a alguns passos atrás da garota. Ela se virou e encontrou o ruivo com seu sorriso radiante no rosto.
— Tenho que ir — ela falou para Cedrico. — Divirta-se e trate-a bem ou irá perdê-la como me perdeu.

Sem esperar por respostas, caminho até , aproveitando para observá-lo melhor. O garoto estava lindo e todo o mistério valeu a pena. Seus cabelos compridos estavam penteados para trás, suas vestes impecáveis o deixavam elegante e muito diferente do normal. As borboletas no estômago de acordaram assim que ela o abraçou e o ouviu sussurrar “você está linda”, causando arrepios por todo o seu corpo.

— Você também não está nada mal — ela provocou, vendo-o dar uma volta. — Vamos?
— Com prazer, mademoiselle — ele respondeu, oferecendo-lhe o braço e caminhando para o Salão Principal onde seria a festa.

O lugar estava lindo, todo decorado com detalhes brancos, parecendo neve e gelo. O teto encantado derrubava neve mágica que desapareciam antes de alcançar os convidados. Contudo, o lugar estava deliciosamente aquecido.
O casal se encontrou com e Angelina e logo foram pegar bebidas antes de se jogarem na pista de dança. Todos os passos que ensaiaram moram esquecidos e eles deixavam apenas se levar pelo ritmo da música. A troca de olhares entre eles era intensa e parecia deixar todo o ambiente mais aquecido ainda.
Quando os Campeões do Torneio Tribruxo entraram com seus acompanhantes e realizaram a valsa, percebeu que nada poderia estar mais certo. Cedrico e Cho pareciam muito melhor juntos que e ele foram um dia. E com ela e era a mesma coisa. Tudo parecia finalmente no lugar certo.

— Preciso te confessar duas coisas — falou baixo no ouvido da garota, fazendo-a se arrepiar inteira.
— Confesse — ela respondeu, também causando arrepios no garoto.
— Ouvi sem querer sua conversa com o Cedrico — ele falou e não estava sendo totalmente sincero.

Não foi sem querer, ele usou uma das infalíveis Orelhas Extensíveis que ele e fizeram e ainda estavam em fase de teste, mas havia se mostrado muito eficaz. Entretanto, ela não precisava saber disso. fez uma careta, lembrando-se de ter confessado ao ex que estava gostando de .

— E quero dizer que é totalmente recíproco — ele continuou com tranquilidade, como se não tivesse jogado uma bomba no colo da garota. — Eu realmente gosto de você do jeito que você é. Há muito tempo, na verdade.

A corvina ficou em silêncio, apenas absorvendo toda a informação.

— Lembra aquela primeira vez que meditamos? — ele perguntou e ela assentiu. — Eu desejei que eu pudesse te levar ao baile, e que eu pudesse passar um tempo com você e meu irmão, que eu pudesse dançar com você e ouvi-la falar por horas, que eu pudesse beijá-la…
— ela o interrompeu, um tanto impressionada. — Eu desejei que seus pedidos fossem ouvidos.
— Parece que foram — ele falou aos risos, vendo um sorriso lindo se formar no rosto da garota. — O universo nos ouviu.
— Espero que ele me ouça agora — ela retrucou, dando um sorriso maroto e passando os braços pelo pescoço do garoto. Ele levantou as sobrancelhas, curioso.
— O que pediu?
— Que você me beije de novo — ela respondeu e, realizando mais um pedido, selou seus lábios no dela e desejou que o tempo congelasse exatamente naquele momento.


FIM



Nota da autora: Espero que tenham gostado! Obrigada por lerem e não esqueçam de comentar! ❤️

Nota da scripter: Ai, eu tô tão apaixonada por essa fanfic que não estou sabendo lidar com o que eu li. Sério, Pati, eu tô berrando tanto com esse casal, SOCORRO!!!
Sou até suspeita porque onde tem gêmeos Weasley eu tô cadelando, mas eu agora quero um Fred desse pra mim hahahaha.
Que ÓDIO do Cedrico por ter sido babaca com a pp, mas, sabe, QUE BOM que ele foi :x. A pp toda organizada precisava desse ruivo maravilhoso a enaltecendo e bagunçando a vida dela. PERFEITOS!
Eu quero ler mais sobre os dois, como faz agora? Tô em surtos mesmo. PARABÉNS! ♥

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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