05. Lalala

Finalizada em 18/10/2021

Capítulo Único

Oito de Maio – 2015
At times when even I didn’t know my own heart
You really reassured me


– Tae, querido – SeoHyun chamou calmamente o rapaz, a palma apoiada com delicadeza no rosto de Yoongi e com a esponjinha de maquiagem impedindo que borrasse o trabalho já feito no outro idol. – Se continuar jogando uvas para cima e elas continuarem caindo na sua testa, sabe que vai arruinar todo o meu trabalho, não sabe?
TaeHyung se corrigiu antes que lançasse a centésima uva no ar, a enfiando na boca.
– Perdão, noona – Ele se levantou do minúsculo sofá que ofereceram ao grupo no ainda menor cubo que deveria ser um camarim. Yoongi desviou os olhos do espelho para ver o amigo se aproximar e curvar-se para abraçar a maquiadora. – Você fez um ótimo trabalho.
– Eu sei – SeoHyun riu e manteve os dedos abaixo do queixo de Yoongi para que ele não abaixasse a cabeça e o cabelo entrasse no caminho. E Yoongi conteve um sorriso ao atentar-se à resposta dela ao elogio do mais novo. – Onde estão os outros meninos? – Ela olhou ao redor.
Yoongi não os julgaria por terem saído, é claro. Segundo as notícias, os números estavam ao seu favor, ainda que a concorrência com o EXID fosse ser cruel. Elas tinham saído do esquecimento junto ao BTS assim que uma fancam de Hani se tornou viral, então suas fanbases estavam quase equiparadas. Maio foi um bom mês para um comeback, NamJoon havia dito semanas antes, onde todos os grandes grupos da Big Three estariam em turnês e não eram uma esmagadora ameaça. Ainda assim, enquanto houvessem competidores, havia ameaça para um grupo pequeno.
– JungKook foi atrás do Hobi-hyung que foi atrás do Jin-hyung que foi comer. – TaeHyung disse, olhando para a porta entreaberta e então para NamJoon, este que estava encolhido no outro sofá com o celular na mão. Certamente era com Ana que ele estava falando, SeoHyun pensou. – Eu posso ir atrás deles? – Tae questionou para o membro mais velho e único disponível. Com olhos fechados e uma careta, Yoongi assentiu. – Não vou borrar a sua maquiagem, noona!
SeoHyun sorriu outra vez quando o menino – TaeHyung, Jimin e JungKook eternos meninos nos olhos dela – zarpou pelo pequeno camarim e partiu em busca dos outros. Voltando a espalhar a base, a maquiadora se concentrou no trabalho que executava em Yoongi. Ele estava dormindo enquanto os outros membros eram maquiados e agora parecia ainda estar despertando, com ênfase no “parecia” pois, para quem o conhecia bem, era óbvio que ele fingia estar sonolento ou mesmo dormindo para fugir dos problemas. Ora ou outra, o tremular de seus cílios identificava a sua tentativa falha de olhar um pouco ao redor e manter a farsa que não enganava a amiga de forma alguma. Eles se conheciam a tempo demais para que Yoongi ainda a enganasse como antes.
– Yoongles? – O rapper engoliu em seco com o apelido. – O que vamos jantar hoje? – Bae indagou com a voz apática, concentrada demais em misturar tons de sombra em creme na costa da mão. – Jajangmyeon? A comida dos vitoriosos?
– Avise-me quando encontrar um – Ele retrucou com a voz avariada por tanto tempo em silêncio e sentiu, no fundo do peito, que SeoHyun riria com a resposta atravessada.
Oh! Então abandonará os seus amigos assim? – Yoongi riu quando ela bateu na face dele com a esponjinha, e ele escorregou no banco em resposta. SeoHyun não lhe cobrava vitórias. Já eram amigos há anos, antes mesmo do BTS existir, e ela não o pressionava com coisa alguma. Mas, ainda assim, a jovem sentia uma boa vibração ao seu redor apesar do nervosismo dos rapazes. – Yoongi, eu não sei, mas... – Ela molhou os lábios, aplicando a sombra nele com cuidado e leve batidinhas com o pincel chato. I NEED U cobrava maquiagens simples e era um alívio não precisa depender de delineador. – Sinto que talvez seja esse álbum, entende?
– Não. – Yoongi respondeu ao abrir um único olho para olhá-la. – Elabora o raciocínio.
– Me responda direito ou enfio esse pincel no seu olho – Ela ergueu o joelho e atingiu a mão dele sem se importar, agora esfumando a sombra com delicadeza. – Só estou dizendo que não deve me esperar perder a cabeça se aquele prêmio for seu. Eu já esperava.
O idol levou a mão direita para o braço dela, apoiado em seu ombro ao maquiá-lo. Ele apertou o pulso de SeoHyun três vezes seguida, rapidamente antes de soltá-la. Foi ela ao ensinar a ele, Jin e HoSeok, em uma de suas conversas, o que três toques rápidos significavam.
– Também amo você – A maquiadora confirmou tê-lo entendido, sem muita atenção pois já era costumeiro. Yoongi tinha uma habilidade tremenda com palavras, mas sua oratória falhava e ele não conseguia proferi-las. – Não estou colocando pressão. Não mesmo. Sabe que jamais iria lhe cobrar algo assim, Yoon, porém...
– Está sentindo boas vibrações? – Yoongi completou e SeoHyun sorriu. Fora NamJoon ocupado com a namorada, não tinha mais ninguém no camarim. – Não quero criar expectativas.
– Sei que não quer e entendo. – A jovem concordou compreensiva. – Mas, se a minha opinião de amiga importa alguma coisa – O rapaz engoliu em seco e fechou os olhos de novo, a designação o ferindo como o ferrão de uma abelha. – Esse é o melhor álbum de vocês e eu digo isso com facilidade.
– Disse a mesma coisa sobre Dark & Wild – O suspiro dele foi alto assim que SeoHyun se afastou.
– Yoongs, você escreve letras maravilhosas, compõe melodias absurdas e produz músicas sempre inesperadas! – Bae se afastou, colocando os pinceis e esponjas sobre a mesa. Havia um plástico delimitando o espaço que lhe era permitido usar, afinal teriam de limpar eles mesmos o camarim. Se havia humilhação maior para um músico ao nível dele, ela a desconhecia. – Todos os álbuns são os meus favoritos.
Yoongi balançou a cabeça quando SeoHyun removeu os grampos ridículos que seguravam o seu cabelo, os fios dourados caindo em seu rosto da mesma forma que a cabelereira contratada pela empresa havia planejado. Ele deu espaço para que a amiga coletasse todos os itens usados para preparar os sete membros do grupo, a mesa cheia dos mais variados itens de maquiagem. Durante o meio tempo, Yoongi flagrou-se observando-a enquanto transitava entre a mesa e a pequena mala onde carregava tudo, guardando os pinceis usados em um compartimento e os limpos em outro. O cabelo de SeoHyun estava preso no topo da cabeça e ela usava jeans e uma camisa preta, feita para os staff da Big Hit, simples e impossível de ser reconhecida na multidão.
Mas, ainda assim, ele a reconheceria quantas vezes fosse necessário. SeoHyun era sua musa.
Em todos os álbuns que o BTS já havia lançado, havia uma música dedicada a ela. Desde Coffee em O!RUL8,2? – que ele já se arrependia pela terrível letra e produção feita na pressas – até Love Is Not Over do atual álbum pois SeoHyun não poderia os acompanhar na turnê e ele sabia que a distância o mataria. Em cinco anos não tinham passado mais de duas semanas longe e agora a empresa esperava que ele aguentasse dez meses de idas e vindas pela Ásia sem ela, pois SeoHyun não podia deixar o país por tanto tempo devido a faculdade.
– Nós vamos voltar para promover o novo álbum em Novembro – Yoongi murmurou quando se aproximou do espelho, analisando como os lábios não haviam ficado rosados demais. Ele odiava o exagero. – Se forem lançar o álbum.
– É claro que vão lançar, não seja tolo – SeoHyun o repreendeu e entregou a esponjinha caso ele quisesse corrigir a cor da boca. Yoongi era um pé no saco com isso, mas ela sabia que exagerava de propósito com ele e Jimin pois ficavam adoráveis. – Os críticos adoraram esse e vocês alcançaram o topo das paradas desta vez. Vai haver o quarto álbum e eu ganharei minha cópia autografada, certo?
– Certo – Yoongi apertou a boca e assentiu. Para outros, ele pareceria apático, mas SeoHyun o conhecia bem o suficiente para reconhecer que era apenas um disfarce para a ansiedade. O Bang-PD estava preocupado com a situação da banda antes de The Most Beautiful Moment In Life, o que havia afetado os rapazes negativamente ao considerarem o álbum sua última chance antes de desfazerem o grupo. – Me dá dor de cabeça pensar em você sozinha naquele prédio.
SeoHyun ficou de joelhos no chão ao guardar tudo, mas deixou lenços removedores sobre o sofá.
– Esqueceu dos outros quarenta moradores? E a EunJi?
– Me entendeu. – O rapper resmungou com a cara fechada. Sem eles no dormitório, SeoHyun e EunJi teriam de pegar transporte coletivo para irem até a sede da Big Hit e para a faculdade. EunJi terminaria o curso de pedagogia em menos de três meses, mas Seo ainda precisaria de mais um ano e meio. – Jin-hyung vai pedir que a irmã dele visite a EunJi uma vez a cada duas semanas. Vou pedir que vá visitar você também.
– Yoongi, contanto que não gostem muito da SooMin, eu vou ficar bem. – SeoHyun sentiu um frio no estômago que sabia que Yoongi julgaria desnecessário, mas não podia evitá-lo ao pensar na sua substituta que viajaria com os meninos em sua ausência. – Se puder suar muito e fazer a maquiagem dela sair, já vai me fazer feliz.
Min a cutucou na orelha, o que a fez se encolher.
– Nem vai mais ser maquiadora, Seo... – Era verdade e ambos sabiam. SeoHyun assumiria o papel de compositora associada, o mais novo cargo que a Big Hit havia criado. Os membros ainda seriam os sêniores, mas conforme Yoongi e NamJoon se ocupavam, outros compositores eram mais necessários e a formação de Bae seria de ajuda.
– Eu sei, mas e se você cair do palco – SeoHyun iniciou brincalhona, fechando a mala. – Bater a cabeça e esquecer como escrever música? Tenho que estar preparada para competir pelo posto!
A maquiadora não esperou para ser atingida pela almofada de pescoço e se pôs de pé.
– Vou fazer amizade com a SooMin! – Yoongi ameaçou com um bom humor inesperado.
SeoHyun estava na porta quando ditou a condição:
– Só se trouxer aquele troféu para casa, Yoongles!
O idol encostou a cabeça no apoio da cadeira, trazendo a almofada para seu colo e respirando fundo. Sabia que ela não falava sério, mas também reconhecia a necessidade de um mísero prêmio após três anos de instabilidade e inúmeras dificuldades. Ele não conseguia contar nos dedos as performances que foram encurtadas, removidas de broadcasts e não foram disponibilizadas online pelas emissoras. Apesar de tudo isso, SeoHyun sempre estava os esperando no backstage com copos de água e um sorriso enorme para os dar forças. Ela era extra nos MVs e ajudava como podia, incluindo os maquiando. Junto aos sete, ela e todos os outros staffs que estavam ali desde o início sofreram ao lado do grupo todas as vezes em que eram boicotados e desrespeitados por outros artistas ou empresas. E Yoongi sabia que uma vitória não iria resolver tais problemas, mas precisava de uma, não por si ou pelo BTS, mas por SeoHyun.
Ele queria fazer algo genuíno após conseguir certa instabilidade na indústria, a ajudando com as suas dívidas acumuladas e talvez lhe comprar um presente de coração. SeoHyun havia o encontrado dormindo no estúdio assim que Yoongi se mudou definitivamente para Seoul e não o deixou em paz até arrastá-lo para casa consigo. Ele era apenas um estranho, mas Bae demonstrou humanidade e bondade ao dar-lhe um local para chamar de lar por um ano e alguns meses. Então Bang-PD alugou um apartamento para que todos os sete membros dividissem, mas nem assim Yoongi deixou de aparecer na porta de SeoHyun no meio da noite com dois pacotes de macarrão instantâneo e cerveja barata.
– Como está a Ana? – Yoongi virou-se para o líder, este que digitava algo no celular.
NamJoon o olhou rapidamente e pressionou “enviar” antes de devolver sua atenção ao mais velho.
– Indo jantar – Kim sorriu um pouco apesar de dividir a apreensão que todos os membros sentiam para a apresentação da noite, essa bem mais pesada em seus ombros. – Acabou de me mandar foto de um pacote de macarrão instantâneo para que eu visse se tinha pimenta.
– Por que não escreve a palavra “pimenta” para que ela procure no pacote? – Min propôs.
– Porque a Ana tem dificuldade com as fontes coreanas. – Ele coçou a sobrancelha e fez Yoongi rir. Os dois ficaram em silêncio mais um vez, o celular de NamJoon vibrando com uma nova foto enviada pela namorada brasileira que ainda se adaptava ao idioma. Yoongi o olhou de soslaio e então para si mesmo no espelho, analisando o rosto magro e cansado. A sua insônia estava mais constante desde o lançamento do álbum e SeoHyun tinha mais trabalho para corrigir as suas olheiras. – Ela gosta de você... – RapMon provocou, olhando amigo que permanecia impassível. “Então acho bom terminarem, não é legal namorar uma mulher que gosta de outro” Yoongi retrucou apático. – Sabe de quem estou falando, hyung.
NamJoon recordava-se da primeira vez que viu SeoHyun no prédio da Big Hit. Ela se vestia de maneira formal e seguia o futuro empresário deles quando SeJin era apenas o secretário do Bang-PD. SeoHyun fazia tudo o que lhe fosse pedido por SeJin ou qualquer outro produtor previamente autorizado pelo dono da empresa, desde repassar a programação diária com os trainees até cruzar o Han River com demos para rádios e fazer compras para o dormitório dos meninos. Kim não via a hora de poder apresentá-la à Ana e ver a amizade das duas florescer.
Yoongi também se lembrava de quando a viu pela primeira vez.

Time-Lapse para Agosto de 2011

SeoHyun duvidou que a chuva pudesse ficar ainda pior, mas evitou comentar a possibilidade em voz alta, temendo que fosse atrair uma situação ainda pior – se possível. Devia estar na faculdade a este ponto, confortavelmente sentada em seu auditório e aquecida, porém se encontrava sentada no hall de entrada do prédio da Big Hit enquanto aguardava um amenizar da tempestade.
Estava na empresa a dois dias e conseguia sentir que fora um erro. Os funcionários eram gentis e o salário era o mínimo, mesmo que suficiente para suas despesas, mas havia um ar pesado pelos corredores. Onde todos esperavam uma declaração de falência da agência, haviam sussurros sobre a formação de um novo grupo de idols e todos já o consideravam um fracasso. Mas ela não conseguia se preocupar mais com a situação enquanto recebesse seu salário corretamente e pudesse ajudar com as despesas do pai que ainda possuía imensas dívidas que a mãe não poderia quitar sozinha.
– Porra de guarda-chuva –
Yoongi xingou quando conseguiu entrar no hall. Ele estava sacodindo o maldito objeto com uma expressão furiosa no rosto, tentando fechá-lo. O guarda-chuva decidia que não abriria na chuva e não fecharia no seco, ele considerou em meio a mais xingamentos fervorosos. – Jimin, seu merdinha... – Jimin Park, um trainee, havia pedido o seu guarda-chuva emprestado e possivelmente quebrado a porcaria.
Ele se sentia tremer pelo frio e pelo alivio de ter chegado no trabalho sem ter sido tostado por um raio ao andar de bicicleta em tamanho temporal. Tinha água gelada molhando sua pele por baixo das roupas e enxarcando as meias, o que lhe deu vontade de despir-se bem ali pois a última coisa que precisava no momento era um resfriado quando nem mesmo tinha dinheiro para cigarros ou pastilhas para a garganta. Yoongi tentou inutilmente secar o rosto com a manga do casaco úmido, considerando se seria falta de educação entrar no prédio todo molhado. Toda sua preocupação com as roupas, o notebook e o MIDI novo recebido pelo chefe, o impediram de atentar-se à jovem atordoada no sofá velho que os outros funcionários se recusavam a sentar.
– Está emperrado – SeoHyun engoliu em seco. Já havia o visto nos corredores e considerou certo tentar conversar com o rapaz. Yoongi disparou um olhar assustado para ela, surpreso por não ter a visto quando entrou, mas a chuva o havia impedido de assimilar qualquer coisa além do frio. – Eu tinha um guarda-chuva dessa marca e ele não obedece de forma alguma.
A estranha se aproximou dele sem nem mesmo um cumprimento fora as reclamações semelhantes sobre o objeto desobediente, o seu casaco rubro a destacando entre os móveis empoeirados que vinham do porão do prédio. Yoongi engoliu em seco quando os dedos quentes dela tocaram os seus ao tentar fechar no guarda-chuva. Buscando o rosto da mulher, seus cílios pesados com água da chuva impediram que decifrasse as características dela até que um grunhido rompesse sua boca ao ser atingido pelo guarda-chuva que havia decidido se fechar de vez e ela o soltou, acabando por fazê-lo bater no rosto do outro.
Min teve o mínimo bom-senso de não jogar ela e o objeto inútil longe.
– Meu Deus! – SeoHyun arfou enquanto o produtor desconhecido abaixava a cabeça e forçava dois ou três xingamentos cabeludos para fora, a mão pressionada no local onde fora atingido e logo checando se não havia sangue. – E-Eu vou pegar um gelo! – Ela gaguejou antes de zarpar pelos corredores sem nem mesmo esperar por uma outra reação dele.
Yoongi, infinitamente derrotado, apoiou-se na mesa da antiga secretária do senhor Bang e sentou no chão para esperar pela ajuda da estranha e uma nova vontade de se pôr de pé. NamJoon não viria até após as aulas e ele ficaria sozinho no estúdio, então tinha tempo para contemplar o galo que se formaria em sua testa e a péssima primeira impressão que havia dado para a garota. O rapaz chutou a segunda mochila que trazia consigo, o som úmido que escapou dela significando que todas as suas roupas estavam enxarcadas assim como os documentos e o pouco dinheiro que trazia consigo. Com sorte, NamJoon emprestaria dinheiro para lavar e secar as roupas, mas os documentos eram um caso perdido.
Um bom dia para ser expulso de casa, Yoongi suspirou.
A mãe havia enfiado tudo o que pertencia ao filho dentro da mochila antes que o pai dele notasse, a terceira discussão dos dois na semana culminando com a possível e agora real expulsão dele. Min YoungSoo tinha conseguido um emprego para Yoongi em uma indústria produtora de doces e, no último dia em que ele podia comparecer a entrevista, YoungSoo havia o flagrado entrando no prédio da Big Hit. Aos dezenove anos, era esperado que Yoongi houvesse ingressado no ensino superior, e vê-lo “aventurando-se com música quando havia uma chance concreta de ajudar em casa” era demais para o pai rígido. Então, após um segundo trem de volta para Seoul, Yoongi se considerava sortudo por um baque na cabeça ser o mínimo de punição que receberia após decepcionar o pai.
O rapaz quis rir quando sua testa latejou. Ótima escolha, ele lamentou-se sem humor, sem um emprego fixo, com dor de cabeça e com um salário miserável. Como vai ficar melhor?
– Não temos gelo – A melodiosa voz feminina ressoou pelo hall e Yoongi segurou a risada. Sim. Tinha como ficar melhor. – Mas temos papel-toalha e água gelada!
Ele esperava que ela fosse lhe entregar tudo e voltar para onde estava previamente, mas ainda assim não se moveu quando a jovem que parecia da sua idade sentou-se sobre os tornozelos e o entregou o copo de água. Ainda sem atrever olhá-la, Yoongi segurou o copo e o levou direto até a testa, mesmo sabendo que só a água não ia fazer diferença. Antes mesmo de dizer alguma coisa sobre ela não precisar se dar o trabalho, ele se manteve quieto quando a menina colocou um copo com café diante dele e uma pilha enorme de papel-toalha. Sabia que o papel não seria de ajuda, mas apenas a tentativa dela era confortante.
– Desculpa mesmo pelo guarda-chuva, eu jurei que ia funcionar porque tinha esse método com o meu – Desta vez a voz da outra funcionária estava mais calma, possivelmente por notar que foi tudo um grande susto. – Não acho que vai ficar roxo ou muito machucado. Mas, se ficar, tenho uma pomada muito boa em casa. E maquiagem, se quiser.
Juntando toda a sua educação para pedir por espaço e agradecer a preocupação e a ajuda torta vinda dela, Yoongi esfregou um papel-toalha nos olhos e os ergueu para a mulher até encontrar os seus olhos preocupados apesar da voz amena. Ela o olhava com uma mistura de humor e pena, parecendo entender o culminar de um péssimo dia e aparentando sentir certa culpa pelo acidente. Mas Yoongi estava mais concentrado na expressão afetuosa dela e a gentileza de seus olhos e a forma que a boca dela tentava formar um sorriso que compactuasse com a culpa e algo bom. Na verdade, Yoongi estava concentrado em tantas coisas nela que sentia que as irises iam desistir após transitarem tanto nos detalhes da estranha.
O desejo de conhecê-la foi abrupto e Yoongi soube o significado daquilo assim que lhe estendeu a mão e foi recebido com a palma gentil da moça. Sabia que não era exatamente um amor à primeira vista, pois Deus não lhe agraciaria com tanta sorte logo após um dia terrível. Mas havia uma familiaridade calorosa na desconhecida.
Algo como: oh, então será você daqui em diante.


Time-Lapse para Maio de 2015

Yoongi virou-se para o amigo e co-produtor do grupo, sem expressão.
– Nós somos amigos e eu sou mais velho que você, então não insinue tais coisas do seu hyung.
NamJoon sabia que ele não falava sério, principalmente quando se escorava em argumentos tão frágeis como respeito com os mais velhos ou a “amizade” com SeoHyun. Os dois já tinham tido conversas demais enquanto estavam meio-bêbados no estúdio para que Kim aceitasse tais justificativas como verdade absoluta quando estava claro como água que SeoHyun e Yoongi não eram mais amigos. Era evidente que haviam evoluído para algo ainda mais intenso que simples amizade. Estava claro nos olhos dos dois; na maneira que Yoongi havia tocado o braço dela com tanto cuidado e como a face de SeoHyun radiava felicidade sempre que ele abria a boca, ainda que fosse para respostas atravessadas ou para reagir a forma como a voz dele se tornava mais gentil ao pronunciar seu nome.
– Permanecerão amigos se não tomar uma decisão rápida, hyung ¬– A nomenclatura exalava ironia e resultou na almofada de Yoongi voando pelo camarim até o líder. – Eu sei que quer ter muito dinheiro para os dois, porém...
– Não é sobre ter muito dinheiro, NamJoon. – Yoongi o corrigiu e apertou a boca. – É sobre ter alguma estabilidade. Não só poder levar ela para comer em uma loja de conveniência e contar o dinheiro pra uma sobremesa que ainda teremos de dividir. – O rapper levou a mão para o rosto e quase esfregou os olhos antes de lembrar-se da maquiagem. Falar sobre o que lhe impedia de estar junto a SeoHyun era desconfortável. – Não quero entrar em um relacionamento com as mãos abanando e sem perspectiva de um futuro decente para nós. Quero garantir que vou conseguir oferecer para ela tudo o que merece.
NamJoon olhou de relance para o celular.
– Sei como é... – O mais novo suspirou. Sempre que o “futuro” vinha à tona em uma conversa, era em Ana que pensava. Em menos de seis meses ela retornaria para seu país de origem e ele não saberia como prosseguir. – Hyung, só tenta lembrar que daqui pra frente, com a turnê, vocês não vão se ver com a mesma constância. E esse álbum, essa turnê, pode virar o jogo. E você vai querer consolidar algo enquanto tem tempo. – NamJoon tamborilou os dedos na tela do celular enquanto olhava o amigo. Yoongi, por sua vez, suspirou insatisfeito ao considerar a situação. – Eu estou namorando uma pessoa que mora do outro lado do mundo e só vou ver ela novamente no Natal, se conseguir. E a SeoHyun está aqui agora, hyung. E nós sabemos que não vai ser por muito tempo, infelizmente.
Yoongi bufou ao se pôr de pé, as palavras do mais novo cravadas em sua mente.
– Maldita turnê.
Kim enfiou o celular na mochila ao imitá-lo e sussurrar de volta: – Maldita turnê.

*

A vitória tão esperada foi motivo de celebração no camarim mesmo que a reação dos produtores e dos poucos staffs não se comparasse com os gritos do público do outro lado do prédio. SeoHyun cobriu a boca, pois, ainda que confiante no potencial do grupo, a vitória conseguiu a maravilhar. Ao seu lado, Pdogg mantinha a cabeça baixa contra as mãos, também incrédulo com a realização dos meninos enquanto Adora lentamente sentava-se em uma cadeira vazia ao encarar a pequena televisão. Enquanto os produtores absorviam a vitória em completo silêncio, SeJin gritava no telefone com o CEO da empresa, lágrimas beirando os seus olhos e também formando-se nos de SeoHyun. Eles haviam conseguido desta vez – ela quis chorar até não suportar mais – eles haviam conseguido e nada mais seria como antes.
SeoHyun tocou abaixo dos olhos quando as primeira lágrimas de realização escaparam.
Seus pés a levaram para dentro do pequeno banheiro onde ficara com Adora enquanto os meninos se trocavam, mas desta vez a falta de espaço era reconfortante ao considerar o que essa vitória significaria para o grupo e a gravadora. Seriam mais turnês, mais fãs nos eventos e mais álbuns. Mais pessoas entrariam no pequeno círculo da banda e em seu mundinho próprio. Bae gostava da faculdade, é claro. Gostava de ir para a casa dos pais algumas vezes e conversar com a mãe. Mas BTS era o seu mundo e seu refúgio, apesar de todos os altos e baixos que o time havia passado. Ela sentia prazer em acordar cedo, fazer suas tarefas e correr para a Big Hit. Fazia café para o senhor Bang, repassava a agenda com os meninos e ficava livre nos estúdios até eles terem uma atividade. Também amava quando gravavam seus MV’s, a vibração no ar e os sorrisos trocados entre os staffs que estavam ali desde o começo. Como seria com mais pessoas? Mais funcionários? E menos dos meninos devido à nova agenda?
Como seria agora que Yoongi iria se esquecer dela?
Segurando o papel-toalha que estava na pia, SeoHyun amparou as lágrimas antes que borrassem o resto da maquiagem, certa de que o melhor para Yoongi também seria o melhor para ela. Deveria ter lhe dito, sua mente suspirou em um pânico exasperado, devia ter dito enquanto bebiam e se a reação fosse terrível podia culpar a bebida.
– Seo! – Era Adora, martelando a porta, o sorriso evidente em sua voz. – Eles estão vindo! Saia!
Deixando o banheiro ainda com lágrimas nos olhos, SeoHyun se juntou ao time de staffs na espera pelos vencedores. SeJin já estava aos prantos e foi o responsável por arrancar algumas risadas das meninas, isso enquanto Pdogg se preparava para assustar os meninos na porta, assim como mais alguns staffs. Toda a preparação para recebê-los incitou uma vontade de chorar tremenda em Bae. A equipe era uma família e imaginar outras pessoas invadindo seu lar era doloroso, mesmo que às custas do merecimento do grupo. Engolindo em seco a sua tristeza, ela forçou um sorriso quando a porta foi escancarada e SeokJin deu um grito aterrorizado junto a HoSeok pelo susto causado por Pdogg, logo aos prantos e abraçando o produtor que lamentava a ausência do CEO e Slow Rabbit. Bem atrás, Jimin esfregava os olhos ao lado de JungKook e TaeHyung, o mais novo segurando o prêmio maravilhado enquanto Tae falava com os avôs no telefone e os outros dois decidiam quem faria outra ligação para casa primeiro.
JungKook correu para abraçar a maquiadora primeiro, a levantando do chão e arrancando ainda mais lágrimas dela ao indagar – “Você viu, noona? Você viu?” – diversas vezes. Jimin veio até ela em seguida, a abraçando entre soluços enquanto Jeon repetia as mesma perguntas para Adora, mil vezes mais amoroso, é claro. E, antes mesmo que HoSeok (que sorria e chorava sem conseguir controlar-se) pudesse alcançar SeoHyun, SeJin se viu responsável por contê-lo no instante que Yoongi colocou os pés no local. Seo ainda ria com TaeHyung pela maquiagem arruinada quando o rapper a viu, aguardando junto à NamJoon até que eles terminassem e ela estivesse livre, o que não demorou muito pois, apenas por vê-lo, toda a atenção roubada por TaeHyung foi entregue a Yoongi e ela se precipitou para os braços dele.
E ele a segurou com tanta ternura que SeoHyun quis desfalecer em seus braços.
– Eu disse – Seo o embalou de um lado para o outro, como sabia que ele fingia não suportar, rindo apesar da voz embargada e rímel em seus olhos.
– Disse – O idol concordou baixinho, a segurando com força e sem considerar soltá-la. Precisaria de alguns meses, é claro, até estar confortável e poder torrar os frutos de seu trabalho junto a ela, mas saber que o momento chegaria em breve... Era reconfortante. – Você disse, você disse, disse e disse! – A animação era repentina, mas estar tão próximo dela e tão próximo dela valia a pena. Yoongi pontuou a frase com beijo rápido na bochecha de SeoHyun, lutando para não ultrapassar os limites da amizade que tanto valorizava ou a deixar desconfortável. – Obrigado – Sempre o de poucas palavras, Min depositou todo seu amor no agradecimento. SeoHyun fungou e o abraçou uma última vez antes de afastar-se definitivamente. Quase nunca se abraçavam e isso iria gerar brincadeiras vindas de Adora e possivelmente de EunJi. – Sério, Seo – Ele reiterou ao secar os olhos no mesmo momento que ela, evitando que visse suas lágrimas de alívio. – Obrigado.
Então o rapaz deu alguns passos para trás quando HoSeok alcançou a maquiadora aos prantos.

*

Já era madrugada adentro quando SeoHyun ouviu um som na porta do apartamento. Depois, ela ouviu o tilintar de garrafas de cerveja e a jovem abaixou o controle, desistindo das pilhas fracas e do conforto do sofá, um sorriso animado surgindo em seu rosto ao se direcionar até a porta e girar as chaves. E como esperado por ela e indicado pelos sons, Min Yoongi estava ali – a aguardando com os fios levemente úmidos, três sacolas do restaurante perto do prédio e um pacote com quatro garrafas de cerveja.
– Pensei que estaria dando shots com o Big Bang a essa hora – SeoHyun o provocou com os olhos semicerrados pois a luz forte do corredor não se comparava com a iluminação baixa da sala dela. Yoongi revirou os olhos e deu de ombros, sua pose não parecendo querer dar trégua após a vitória no M!Countdown. – O que foi? Perdeu a rapbattle com o GD?
O idol molhou os lábios: – Quanto tempo passou pensando no que ia dizer?
Ela abriu a porta ainda mais, o oferecendo espaço para que entrasse no apartamento.
– As meninas saíram – SeoHyun comentou ao trancar a porta atrás dele, bocejando em seguida.
– Os meninos também – Yoongi pegou-se sorrindo com a “coincidência”. SeokJin apenas trocou de roupa ao chegar no dormitório e correu para encontrar-se com EunJi, jurando que estaria no ensaio na manhã seguinte. NamJoon estava fora há algumas horas, possivelmente com Ana, e o maknae estaria certamente no estúdio com Adora. – Como você pediu – Yoongi indicou as sacolas de takeout que havia colocado na mesa de centro, caçando o abridor de garrafas em seu chaveiro para conseguir abrir uma cerveja. – a comida dos vitoriosos.
SeoHyun se aproximou e sentou-se ao lado dele, ambos com as pernas abaixo da mesa e costas apoiadas no sofá. Ela o entregou uma almofada e recebeu uma garrafa gelada de cerveja em troca. Era um encontro rotineiro, normalmente após um lançamento de MV ou algo do tipo, então não houve questionamento. Yoongi abriu as embalagens com o jajangmyeon e os acompanhamentos que, para a surpresa da amiga, incluíam carne de primeira, kimchi branco e outros itens muito incomuns para um “lanche” da madrugada. Engolindo em seco pelo aroma, ela abriu os hashis de madeira e ignorou toda a situação ao lembrar-se que era uma comemoração.
– Jurava que iam celebrar – A maquiadora murmurou enquanto o aguardava e Yoongi estalou a língua.
– Temos agenda amanhã, lembra? – Ele balançou a cabeça enquanto adicionava uma porção farta de carne e legumes no prato dela. Não podia esperar que SeoHyun visse as fatias de torta que ele comprou, satisfeito e surpreso por conseguir qualquer coisa em Seoul mesmo durante a noite, diferente de Daegu. – Celebramos em um vídeo na terça-feira. – Yoongi a entregou a embalagem com todos os acompanhamentos e começou a separar um para si mesmo.
SeoHyun apoiou-se nele ao misturar a comida para que o molho tocasse em tudo.
– Estou orgulhosa, sério. – Ela o relembrou antes de tirar uma porção generosa do macarrão, olhos fechados pois não se lembrava de comer algo tão bom assim nos últimos meses. O rapaz a olhou por um instante, ciente do quão satisfeita e feliz a comida a faria e suspirou antes de atacar o seu prato, lutando contra o pontinho de ansiedade em seu estômago. – Olhe só você, Yoongi... Comendo jajangmyeon em um apartamentinho miúdo em Gwangjin hoje, mas em... – SeoHyun fechou um dos olhos novamente para fazer as contas. – Em cinco anos morará em Gangnam e comerá caviar pro café da manhã.
– É a refeição mais importante do dia. – Ele sorriu um pouco antes de tomar mais uma golada da bebida gelada. Usar álcool como um incentivo era uma péssima ideia, mas faria o que fosse necessário. – Vamos morar em UN Village – Ele a corrigiu após uma cotovelada dela. – Em UN Village e com vista para o céu. – SeoHyun riu desta vez. Yoongi falava como se ela ainda fosse estar ao seu lado a cada passo adiante na direção do futuro merecido por ele. Foi a vez dela de se afogar no álcool. – Quem quer de vizinho? A lista de opções é enorme.
Seo o olhou e Yoongi a encarou de volta.
– Quero você de vizinho – Ela respondeu ao roubar kimchi do prato dele. – EunJi e os meninos. – Havia decepção na voz de SeoHyun ao murmurar, enfiando o vegetal fermentado em sua boca para fugir da resposta. – Gosto de como as coisas estão.
– Vai gostar ainda mais no futuro. – Yoongi garantiu com segurança suficiente para os dois. Tinha de acreditar que os dias ficariam melhores para eles. – Com o seu estúdio, suas músicas sendo finalmente aceitas pelo NamJoon e o Bang-PD, suas royalties... – Nem tal proposta conseguiu a reação esperada dela e Min molhou os lábios de novo, cutucando um pedaço de carne. – Nós vamos ficar bem. – Ele a assegurou uma segunda vez, incerto de quem tentava convencer.
Quando a comida havia acabado e SeoHyun foi consumida pela sua nuvem de autopiedade, foi nos braços de Yoongi que ela dormiu. Não exatamente nos braços, em sua forma no plural, mas apoiada no ombro bom dele e sem tocá-lo em outro lugar. Já ele segurava a almofada onde a maquiadora e futura compositora tinha descansado o pulso, a mantendo equilibrada durante seu sono, lamentando que a cama dela não fosse muito mais confortável que o chão frio.
Eles haviam conversado sobre suas famílias durante o primeiro Natal que passaram em Seoul. Ela não foi visitar os pais como tinha dito que iria e Yoongi a encontrou dormindo em uma das salas de reunião da Big Hit, sem saber como voltar para casa ou assumir que não estava tudo bem em seu lar. E Yoongi a segurou enquanto contava sobre o pai e seu alcoolismo, suas mudanças tão repentinas e assustadoras de humor que resultavam em violência verbal e física. SeoHyun também o contou sobre a mãe que tentava ver bondade na insanidade do marido e o defendia com unhas e dentes, ancorada na religião e na sua necessidade de obedecer ao marido acima de tudo. E ela o contou como precisou voltar para Seoul quando chegou em casa tal Natal e o pai, bêbado e insano, apontou um cutelo para ela e jogou uma panela com água em sua direção.
Yoongi também a segurou enquanto aplicava uma pomada barata nas queimaduras dela.
A pele havia se recuperado bem em três anos, sem muita diferença na coloração e ele suspirou ao tocar os dedos de SeoHyun, as unhas curtas e algumas já roídas. Lembrava-se de a ouvir chorar no piano uma das vezes que estava no estúdio logo após o ataque do pai. Ele recordava-se dos gritos misturados a um choro nervoso e impotente. O maior medo dela não era ficar com cicatrizes ou algo do tipo, mas jamais conseguir tocar um instrumento ou fazer música e a realização que ele teve durante o temporal tornou-se mais nítida enquanto a acalmava. Seria ela dali em diante.
Logo, Yoongi também dormia com seus dedos seguros nos dela.




FIM



Nota da autora:Olá, aqui é a Elis! Como estão?
Venho agradecer por quem tiver lido Lalala até aqui e dar algumas informações sobre a fic: ela vai ter uns saltos temporais bem grandes e é uma das únicas coisas que vai me permitir a manter ativa e atualizada. Não tenho pretensão em focar em cada evento na carreira do Yoons por motivo de: O CARA TEM MUITA HISTÓRIA :D Brincadeiras de lado, eu estou bem satisfeita com Lalala. É o meu primeiro ficstape e eu preciso assumir que fiquei muuuuuito tensa escrevendo e querendo encaixar tudo com a música, mas sinto que fui bem. Por favor, não se esqueçam de deixar um comentário aí embaixo e me seguir no meu Instagram (@autoraelis).
Obrigada por terem lido até aqui! 😊





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