Finalizada em 01/08/2021

Capítulo Único

Isso é loucura, então faça uma escolha
Apenas faça ou não faça, agora faça barulho
Todas as coisas têm formas aceitando
O destino delas serem depredadas
Sem saber a estratégia para a próxima batalha
Vivemos no agora


piscou os olhos diversas vezes seguidas, sentindo seu queixo cair um pouco mais a cada segundo. O que diabos era aquilo à sua frente?
Seus dedos tremeram, sentindo um arrepio estranho correr por toda sua espinha. Era apenas um jogo, mesmo assim, seu corpo previa algo ruim se aproximando. Uma sensação singular, que ela nunca sentira antes, e não era nem um pouco boa.
Mas por que não tomar uma dose extra de adrenalina naquela noite fria, escura e solitária de sexta-feira?
A tela piscava entre tons rosas e roxos, com uma escrita em azul neon: Aperte play para entrar no jogo.
Nervosa, escorregou os dedos até o botão de play no controle em suas mãos, que pareciam suar. O jogo demorou alguns segundos para remasterizar, mas assim que o recado aparecera na tela, a menina sentiu sua mente adormecer em questão de milésimos de segundo.
Bem-vinda à The ElyXiOn.

Oh baby, você não quer entrar no meu mundo?
Não retire os olhos daqui, você entendeu?
Não ligo se isso é permitido ou não, exceto que isso
Esteja no meu coração

As mãos de Baekhyun giravam o guidão da moto, acelerando-a ainda mais. Estava escuro, as ruas pareciam vazias e apenas o rastro da fumaça rosada ficara para trás enquanto seu motor processava cada vez mais rápido. A cidade estava tão quieta e monótona nos últimos dias, que nem mesmo o cantar dos pneus de sua motocicleta o entretinham mais.
Até que uma pessoa se materializou alguns metros a sua frente, fazendo com que ele jogasse o automóvel para o lado, evitando um acidente. Seu coração pareceu saltar pela boca na mesma hora que conseguiu desviar, freando logo em seguida.
— QUE PORRA VOCÊ ESTÁ PENSANDO? — ele gritou assim que tirou o capacete e levantou-se da moto, indo na direção da menina, que permanecia estática no meio da rua. Baekhyun sentia suas sobrancelhas se curvando, com o ódio entalado em sua garganta.
Poucos segundos se passaram até que a garota ajeitasse a postura, depois de tocar todo seu corpo, como se estivesse conferindo se todos os membros do seu corpo ainda estivessem aí. Ela conferiu as roupas, os braços, pernas e tronco, além de tocar o próprio rosto. Suspirou aliviada, fechando os olhos por alguns instantes.
Até que ela percebeu que aquele não era o seu quarto. Melhor, que aquele não era nem mesmo a sua cidade.
— Onde eu estou? — perguntou baixo, falando consigo mesma. Ela ainda não tinha percebido a presença de outro ser ali, mesmo que ele tivesse acabado de gritar na cara dela.
— Essa é a 9th Street, no Distrito L-1485. — ele ajeitou a postura, focando os olhos no nada enquanto respondia automaticamente, como se fosse uma resposta já programada. — Você deve estar perdida.
finalmente compreendera que havia uma pessoa ali consigo, fazendo-a pular no lugar, assustada. Conseguiu sentir seus batimentos cardíacos acelerando. Certo, quem era aquele e por que diabos ele era tão lindo?
Jaqueta de couro preta, calça jeans também preta, com um enorme rasgo no joelho, e um par de coturno nos pés. Além de uma bandana vermelha amarrada no pulso, que não combinava com nada no look, mas não prestou atenção alguma.
Uau, ela não se lembrava que o verão estava tão quente aquele ano.
Baekhyun pareceu, finalmente, sair do transe. Chacoalhou a cabeça, esquecendo-se por um segundo que aquela era sua fala programada para quando o jogador chegasse no distrito. Observou a menina. Blusa branca curta e suja, como se tivesse saído da guerra, calça verde militar e botinas pretas. Roupa comum, mas que nela ficaram extremamente chamativas.
Pensando em acabar com seu tédio, Baekhyun arqueou as sobrancelhas, tendo uma ideia.
— Tem medo de andar de moto?
Ela apenas colocou uma das mãos na cintura, desaprovando qualquer ideia que o rapaz tivesse. Queria ir logo para casa, como ele poderia não se importar nem um pouco? Por Deus, não conseguia entender tamanha ignorância.
— Preciso pensar em um jeito de ir para casa, não estou podendo ficar dando voltas numa moto igual uma desocupada.
O rapaz levantou a sobrancelha direita, desacreditado. Ele não era um desocupado. Ele apenas não tinha nada superimportante para fazer no momento.
— O jogo é reiniciado todos os dias quando o Sol nasce. — explicou, levantando o estofado do banco como se procurasse algo. — O programa não irá reconhecer o seu código, então você vai voltar ao seu mundo assim que tiver o backup.
assentiu, não entendendo nada. Era para ser algo… Compreensível? Baekhyun falava com tanta facilidade e experiência, como se fosse um expert e aquela fosse uma situação corriqueira.
— Você não é a primeira que entra no jogo dessa forma bizarra, fique tranquila. — ele comentou, agora oferecendo um capacete para a moça. — Quer aproveitar essas horas que você tem aqui ou vai ficar sentada olhando para o nada?
Seu nariz enrugou rapidamente, desgostosa com as duas opções que lhe foram dadas. apenas esticou o braço, pegando o capacete da mão do homem, que sorriu ladino.
— Espero que você não seja daquelas meninas mimadas que não seguram no cara da moto. — ele comentou.
— Não sabia que tinham livros de romance clichê dentro de um videogame.
— Tem uma biblioteca gigante aqui. — Baekhyun comentou, virando-se para a menina. — Quem não é protagonista do jogo, geralmente tem tempo de sobra, né?
levantou os ombros, concordando de certa forma. Com cuidado, tentou enfiar a cabeça no capacete, mas não conseguia diminuir o tamanho do encaixe.
Notando a dificuldade da moça a sua frente, Baekhyun, que já estava montado na moto, tomou o capacete das mãos dela, ajeitando a cinta jugular. ainda tentara pegar da mão dele de volta, mas ele apenas desviou enquanto encurtava a cinta e conferia a fivela.
— Larga de ser chata. — deixou escapar ao se virar para a menina, colocando o capacete nela.
Instintivamente, deu um passinho para a frente quando Baek puxou a cinta. Ele tomava cuidado para que não fechasse a fivela e puxasse a pele da menina, pois sabia o quanto aquilo doía. Enquanto isso, ela se encantava no quanto ele estava sendo atencioso.
Uma vozinha no fundo de sua consciência chamou sua atenção.
Você precisa focar para voltar para casa, não pense em outras coisas.
Baekhyun cheirava a problema, e ela não precisava de mais um no seu encalce.


Oh corra, corra, corra, fuja, c-corra, corra, fuja Corra, corra, corra, fuja
Fale mais alto, versus o seu destino Uma única chance

— Qual a história do jogo? — ela puxou assunto aleatoriamente enquanto Baekhyun acelerava a moto, sentindo os braços da garota abraçando sua cintura. Ele não queria demonstrar, mas ela estava lhe causando leves espasmos e um sentimento completamente esquisito.
— É muito longa, não vou conseguir te contar desse jeito. — ele respondeu, olhando rapidamente para trás. apenas concordou, logo encostando a cabeça nas costas dele.
O motor da moto fazia um barulho alto com a velocidade que os pneus rodavam pela estrada. Baek já havia se afastado da cidade, pilotando na avenida até o morro, para assistirem o pôr do Sol. Ele não sabia o porquê, mas queria levá-la até lá.
sentia o vento forte em sua pele, não se importando com o frio. Ela podia sentir o abdômen de Baekhyun sob a roupa escura e fechada, e mesmo que tentasse não prestar atenção naquele detalhe, era mais forte que ela,
— Vai escurecer logo. — ele comentou, chamando sua atenção.
Graças a Deus, ela pensou. Me impediu de fazer uma grande besteira.
— Vou acelerar.
Ela nem ao menos teve tempo de responder, apenas escutou o motor arrancar e sentiu o vento bater ainda mais rápido, além da inércia trabalhando e quase derrubando-a para trás, fazendo com que seus braços se apertassem ainda mais na cintura de Baek.
— O dia passa muito rápido aqui. — ela quase gritou, com medo de que o rapaz não conseguisse escutá-la por conta do barulho.
— Como assim? — berrou de volta, prestando atenção na estrada. O caminho começara a inclinar enquanto se aproximavam ainda mais do morro, portanto, Baekhyun estava apreensivo de correr naquela velocidade na subida. Porém, não queria perder nem mesmo um minuto do pôr do Sol.
— Depois eu falo. — encerrou o assunto, abraçando a cintura dele com força. O corpo todo do rapaz se arrepiou com a pressão que os braços dela rodeavam seu tronco. Ele nunca sentira aquilo, mas era algo muito bom.
Não tardou para que alcançassem o topo do morro e pudessem, enfim, assistir o Sol se pondo. desceu da moto enquanto Baekhyun tirava o pé de apoio para deixá-la em pé.
— Quero saber da história do jogo. — ela pediu, já sentada na ponta de uma rocha. Baekhyun se aproximou, sentando-se ao seu lado.
— Nada demais. — respondeu sem muita vontade, concentrado demais no céu ficando laranja e roxo. Ele era apaixonado naquela visão. — Tem uma jogadora principal que fica visitando distritos pois ela está em busca do assassino do seu irmão caçula. No final, ela apenas descobre que quem matou-o foi ela mesma.
— Que... Triste. — comentou sem saber direito o que dizer. — Sou acostumada com jogos estilo RPG, que a menina precisa escolher entre os dois gatões e esse tipo de breguice.
Baekhyun soltou uma gargalhada sincera. Ele não esperava aquele tipo de resposta, mas, incrivelmente, achara interessante vindo dela. parecia envergonhada por ter se exposto daquela forma, principalmente depois da reação do moço.
— Se serve de alguma coisa, a principal tem um leve romance com dois personagens, mas não é o foco do jogo, sabe? — disse por fim, voltando a observar o horizonte.
olhou por um tempo o Sol se escondendo, e concluiu que o tempo realmente passava mais rápido ali. Ela nunca vira um pôr do Sol demorar menos de cinco minutos.
Bem, menos de cinco minutos na sua cabeça.
— Mas, me tira uma dúvida. — ele chamou-a assim que os raios solares foram dando espaço para a noite escura e estrelada. — Eu ainda não sei o seu nome.
Ela parou, impressionada com aquela informação. Ela também não sabia o nome dele, muito menos se lembrava de como havia o “conhecido” ou quantos anos ele tinha, mas ela se sentia bem ali, em sua presença.
. — sorriu, estendendo a mão para um cumprimento. — Me chame de .
— Baekhyun, mas pode me chamar de Baek. — ele cumprimentou-a, sorrindo.
Ambos perderam a noção de tempo enquanto se encaravam, até que puxou a mão de volta para o seu colo, depois de seu estômago dar sinais de vida. Ela estava nervosa ali, mas era um nervoso instigante. E bom, definitivamente bom.
— Mas então, . — mudou o tom de voz na hora de dizer o nome dela, fazendo graça. — Vem sempre aqui?
— Não. — ela riu. — Na verdade, essa é a primeira vez.
— E por acaso você gostou do que viu?
Pane. Era impressão dela ou o Baek parecia muito mais próximo do que quando eles começaram a conversar? E, ei, o que era aquele embrulho no estômago? Por que suas mãos estavam suando daquela forma?
— Gostei. — foi sincera no fim. Baek arqueou as sobrancelhas, esticando o corpo para ainda mais perto do dela. — Gostei até demais.
Aquela foi a gota d’água para que o rapaz se aproximasse de vez, acabando com qualquer distância entre eles. fechou os olhos, sentindo os lábios quentes dele contra o seu. O que ela estava fazendo? O que estava pensando quando disse aquilo?
Melhor, por que diabos ela estava se importando com aquilo ainda enquanto Baekhyun a beijava?
Suas línguas pareciam travar uma guerra num beijo urgente e desesperado, como se estivessem numa contagem regressiva. As mãos dele seguiram para as costas dela, visto que estavam sentados. A posição não era nem um pouco confortável, mas não era como se eles estivessem se importando muito com aquilo. Eles não queriam parar.
Parecia sufocante a vontade de ficarem se beijando por tanto tempo, mas decidiram finalizar com alguns selinhos. Era tão... Diferente.
Óbvio que já havia beijados outros rapazes em casa, até mesmo já havia feito outras coisas ainda maiores com eles, mas nada se comparava com aquele instante. Ela se sentia próxima de Baekhyun de alguma forma muito esquisita.
— Você realmente precisa ir? — ele perguntou num suspiro, assim que se afastaram. Suas testas permaneciam coladas uma na outra.
Era como se eles não conseguissem mais se afastar. Era um sentimento insano, uma atração esquisita, como um imã.
— Eu sei que nos conhecemos há, sei lá, cinco horas? — Baekhyun soltou uma risada no meio do desespero, encarando os lábios dela. permanecia de olhos fechados, apenas escutando a voz dele enquanto seus pensamentos pareciam travar uma guerra em sua cabeça. — Mas eu gostei de você, e eu nem sei se tem como um personagem de videogame sentir alguma coisa assim.
abriu os olhos vagarosamente, se afastando aos poucos, mesmo que contra sua vontade. Ela precisava ver, precisava confirmar que o que ele dizia era real, que ele também estava sentindo aquela coisa estranha.
As írises dele brilhavam. A luz da Lua parecia um nada comparado ao brilho dos olhos dele naquele momento. se permitiu observar cada detalhe de seu rosto. Contornou os olhos puxados e pequenos, depois seu nariz lindamente desenhado – e que ela sentia uma leve inveja de tão perfeito que ele parecia ser. Imaginou-se passando a ponta do dedo pela maçã do rosto, depois voltando pela linha do maxilar pouco marcado. O queixo nem tão afinado, nem tão quadrado, apenas… Perfeito. Chegou nos lábios, que estavam avermelhados depois do beijo, e sentiu seu interior queimar por completo.
Como ela queria beijá-lo mais uma vez.
— Você vai me chamar de louca se eu disser que não quero ir? — disse baixo, com a ansiedade batendo no peito.
Baekhyun arregalou os olhos, chocado com a resposta dela.
— Eu nem sei se vai ter como isso acontecer. — ela voltou a falar, lamentando-se por lembrar daquele pequeno fato. — Você disse que o jogo não reconheceria meu código, então eu iria automaticamente para casa.
É, ele realmente tinha dito. Mas ele queria. Ele realmente queria muito que ela ficasse.
E ele daria um jeito.
— Eu sei um lugar que não tem backup todo dia. — Baekhyun se animou, logo levantando do chão. — Mas precisamos correr, pois ele fica do outro lado do distrito.
pressionou os lábios, animada com a ideia. E daí que ela tinha uma vida lá fora? Eles que lutem.
Nada mais importava a partir do momento em que eles correram até a moto e montaram nela assim que prenderam os capacetes.
— Se segura, . — ele comentou assim que ligou a moto. — Dessa vez eu vou ter que correr rápido.
— Será um prazer, Baek.

Ei, esses dias hoje estão sendo difíceis Você deseja gritar, continue brincando comigo Quebre estes laços, baby, não volte Não se reprima
Estes olhos me refletem Baby, eu te vejo em meu mundo



FIM



Nota da autora: Oie gente linda! Não sei bem o que dizer desse surto aqui, mas espero que tenham gostado! E não se esqueçam de comentar hihi
Um cheiroooo <3
~xoxo



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