Postada em: 11/01/2018

Capítulo Único

Já fazia três meses que eles estavam juntos. Três meses de um relacionamento conturbado com problemas, mentiras e segredos.
sentia a culpa lhe corroer todo dia. Os olhares de sua filha mais velha, Nancy, estavam cada vez mais carregados pela dúvida. Ela já tinha ouvido da boca de sua primogênita o que nunca havia pensado ouvir. Nancy sabia que no casamento de seus pais não havia amor. Não havia companheirismo e, muito menos, compaixão. Aquele já era um motivo para tudo o que estava ocorrendo realmente acontecer.
, o amante, realmente não ligava. No começo. Pois depois do momento que começou a realmente se envolver com uma mulher casada, não conseguiu se controlar e acabou desenvolvendo sentimentos por ela. A força de atração que eles tinham, o coração dela dizendo o quanto ela gostava de ser tocada novamente… Foram os reais motivos pelos quais a bagunça dentro dele começou. E, mesmo se quisesse, ele já tinha afundado o pé na lama. E não seria ele mesmo se não fizesse as coisas por completo.
Especialmente naquela noite, estava em mais um de seus encontros extraconjugais. A comemoração de três meses de traição aconteceu no carro de e no momento eles estavam com o fôlego descompensado, recuperando lentamente a respiração e vestindo suas roupas.
sorriu ao ver a mulher tendo dificuldades ao fechar a blusa de botão e ajudou-a a terminar. Carinhosamente, ao terminar, deixou um selinho nos lábios molhados dela e ela sorriu, voltando a olhar para ele enquanto ajeitava sua parte de baixo.
- Acho que tá na hora de eu ir pra casa - ela falou se olhando no espelho do retrovisor, ajeitando seu cabelo e o batom borrado.
- Você… - a respondeu, chamando a atenção da mulher, que o encarou. - Você pensou no que eu tinha te proposto no início da semana? - disse levantando uma sobrancelha e vendo o rosto de virando-se para outro lado, assistindo o olhar dela deixando os brilhos nos olhos de lado e se tornando um pouco mais sérios. - Eu… Tô com as malas aqui. A gente pode fugir. Quando a gente quiser - ele continuou falando da proposta e viu ela ficando ainda mais incomodada.
- … - retrucou ainda sem olhar nos olhos do jovem de apenas 18 anos e tentou não pensar nos n’s motivos para ela não fazer aquilo.
- Eu já sei o que você vai falar… - o garoto falou se ajeitando na cadeira, começando a ficar chateado. Ele queria tanto viver com ela, mostrar para ela que ela merecia muito mais… E realmente esperava que ela mudasse de ideia. - Que você tem sua família, seus filhos, seu marido, - nessa hora ele torceu o nariz, sabendo que era por pura fachada o casamento dela e Ted - mas… Eu te amo, ! - a mulher levou um susto quando ouviu aquelas palavras. Seu olhar foi rapidamente da barra de sua saia para os dele, que mostrava dor e uma tremedeira, talvez por estar nervoso. - Eu te amo! E quero te ver feliz! - antes de continuar seu discurso, pegou as mãos dela, como ele fez quando a conheceu. - Será que você me daria a oportunidade de te fazer feliz? Longe daqui? Longe de Hawkins, dessa maluquice que paira nessa cidade, de tudo? Por favor? - os olhos dele imploravam pelo o amor de e a mulher não poderia negar. Ela estava apaixonada por um garoto quase vinte anos mais novo que ela e, pior do que isso, realmente cogitava fugir com ele. Ela sabia que merecia aquilo. Ser feliz. Pelo menos uma vez na vida.
- Eu… - ela tentou falar, sentindo seus olhos se enchendo de água, ao pensar que realmente aceitaria aquela proposta louca e deixaria seus filhos pra trás. Para cada ação, tem uma consequência. Foi o que ela pensou, antes de dizer as palavras que mudariam seu destino. - Eu aceito! - uma lágrima caiu de seu rosto e ela sentiu a mão de sobre sua bochecha, sentindo o polegar dele limpando a lágrima. O garoto sorriu ao ver que ela realmente faria aquela loucura junto a ele e foi no impulso a beijando, o que a mulher logo impediu pondo seu dedo indicador direito em frente à boca dele. - Mas você me promete que a gente vai ser muito feliz? - ela perguntou sentindo um tremelique no canto de sua boca, fazendo-a sorrir aos poucos.
- Prometo. Prometo que vou te fazer feliz todos os dias - ele disse, por fim, tirando o dedo da mulher de sua boca, beijando-a da forma que eles faziam cinco minutos atrás antes de acabar um dos melhores sexos de suas vidas.
- Afinal, - ela falou se ajeitando novamente do beijo - pra onde você planeja me levar, ? - perguntou levantando a sobrancelha, como ele gostava de fazer.
- Já ouviu falar de… Los Angeles? - ainda tinha seu sorriso de lado característico no rosto e a mulher mais velha não pôde evitar deixar seu queixo cair.
- E, por acaso, você tem dinheiro para lidar com as coisas absurdas da segunda cidade mais famosa dos Estados Unidos? - falou o provocando, mas percebendo que ele já tinha planejado aquilo.
- Tenho minhas economias, senhora - o jovem se ajeitou no volante e finalmente ligou o carro, preparado para começar as longas trinta horas de viagem, que ainda seriam prolongadas pelas paradas que eles teriam de fazer para dormir. - Pode ficar tranquila. Você não vai precisar gastar nenhum centavo.
- Olha lá, hein… - ela falou se ajeitando no banco do carona para tirar alguns minutos de sono, que havia batido repentinamente. - Não quero virar um peso pra você - bocejou brevemente, colocando a mão em frente à boca e riu do ato da mulher.
- Você nunca vai ser um peso pra mim - o garoto falou e observou-a de canto de olho, notando que ela já estava de olho fechado e, provavelmente, dormindo.

O que não esperava era que conseguiria passar a noite em claro no volante e só bateria o cansaço em seu corpo sete horas depois. Pelo menos já era um quinto do caminho completo.
O jovem desacelerou quando chegou ao acostamento de uma estrada assim que viu um hotel de beira de avenida. Estacionou em cima das pequenas pedrinhas do local e viu logo que o dono do local já estava abrindo o estabelecimento.
- Amor… - chamou calmamente que, por um algum motivo estranho, havia conseguido dormir sete horas numa posição totalmente desconfortável.
- Que foi… - a mulher falou sonolenta, mas ainda assim fazendo os olhos de faiscar, ao ver como ela era linda até dormindo. A feição da mulher era calma e mostrava sua pele aveludada a qual ele amava acariciar.
- Já estamos no hotel. Eu só vou reservar um quarto e você vai poder dormir melhor, tá bom? - falou bem calmamente enquanto tinha um sorriso, dessa vez doce, e viu a mulher abrindo os olhos diante dos seus. olhou ao seu redor e demorou uns bons dez segundos para se adaptar com a luz do dia que já havia surgido.
- Tá bom… - a mulher balbuciou já abrindo a porta do carro e se perguntando onde estava a cama do quarto, querendo dormir por um dia inteiro graças a dor nas costas que ela estava.
nem teve chance de chamar a atenção dela: com medo dela levar um tombo de tanto sono, abriu a porta de seu lado rapidamente e correu pro lado da mulher, agarrando-a pela cintura e passando o braço dela pelos seus ombros.
Ele também não demorou para conseguir um quarto, foi questão de dez minutos e logo eles estavam no quarto. continuou seu sono e teve um sono pesado até as 5 da tarde, quando ele acordou morrendo de fome e viu a mulher mais velha atacando um pacote de biscoito. Foi sua chance de roubar um pouco deles e depois telefonar pro serviço de quarto, pedindo algo de verdade para eles comerem.
Depois de terem suas refeições e estarem satisfeitos, o casal resolveu arredar o pé e continuar a viagem. Ao perceber que seus horários estavam todos trocados, deixou dirigir durante quatro horas de viagem e aproveitou para tirar mais um cochilo. A madrugada seria sua hora de ir pro volante e ele teria que estar bem acordado!
Antes deles trocarem de lugar, pararam num posto de gasolina para abastecer o carro e também aproveitaram para comprar comida; daquela vez eles não passariam fome.

Passaram-se mais sete horas de viagem e todo o resto se repetiu. Eles já tinham feito mais da metade da viagem e ainda tiveram mais dois dias daquela rotina maçante. Não viam a hora de chegar à famosa Los Angeles, muitas vezes inspiração para músicas e filmes e agora seu destino.
até queria ter comprado passagens de avião para eles, mas aquilo seria mais uma despesa e acabariam não aproveitando tanto a cidade e suas aventuras, que era o mais importante. Sempre fora o sonho de ir à cidade dos anjos e ele finalmente iria realizá-lo com a mulher que amava.
- Chegamos? - perguntou ao ver a luz do sol cruzar as grandes árvores do local e irradiar em direção os seus olhos, fazendo ela pôr a mão na frente deles, evitando que a luz a cegasse.
- Quase… - falou virando a rua e em menos de três minutos parou em frente ao hotel mais bonito que a senhora já vira em toda sua vida. - Chegamos! - sorriu para a mulher, que tinha o queixo caído ao ver que um dos funcionários estava indo em direção ao carro do garoto.
- … - ela falou nervosa, com um frio na barriga. - Aqui é muito caro! Como você vai pagar por um quarto? - engoliu em seco, também pensando se as pessoas achariam que o garoto era filho dela, o que ela fazia com um garoto tão mais novo e coisas do tipo.
- Já falei para esquecer isso. Eu tenho dinheiro, confia em mim - ele disse antes de dar um selinho na mulher e abrir a porta de seu lado, saindo do carro e cumprimentando o funcionário e motorista do local que foi guardar seu carro no estacionamento.
Depois de fazerem as reservas, os pombinhos foram direto ao quarto, se deparando com a magnífica decoração que combinava com o resto do hotel, ficando deslumbrados.
- Então… - falou logo que sentou na beira da cama, já dando seu sorrisinho de lado ao ver que também não tirava os olhos da cama que parecia mil vezes mais macia que a que ela tinha em casa. - Vamos estrear primeiro a cama ou o chuveiro?
A mulher abriu a boca em surpresa e ficou mais próxima dele, dando um tapa no braço do garoto, que fingiu dor, e falou.
- Safado! Só pensa nisso, ? - mordeu seus lábios ao pensar no chuveiro que ele tinha citado e como eles ficariam bem debaixo d’água.
- Você fala como se também não fosse… - falou, a puxando pela cintura e jogando-a por cima dele, fazendo-o deitar na cama. Rapidamente se virou e trocou os lugares, deixando-a por baixo, dando um selinho demorado na boca da mulher. Suas pernas estavam encaixadas e logo ele ficaria animado.
- Acho que pode ser o chuveiro… - falou sem ao menos perceber quando ele começou a descer beijos pelo seu pescoço, indo para seu colo que estava um pouco descoberto. riu contra a pele dela e a viu se arrepiar com o gesto.
- Pois é pra lá que vamos então - falou com firmeza em sua voz e a pegou pela cintura, encaixando, dessa vez, as pernas dela em volta de seu tronco e indo em direção ao banheiro.
Ela não imaginava como ele estava ansiando por aquilo. E ele não imaginava que ela podia ficar cada vez melhor na arte do sexo.

Na manhã seguinte, o casal cansado de tantas horas de viagem, resolveu que ia passar mais um dia no aconchego um do outro. Eles não se cansavam daquilo. Das horas agarrados, dos beijos trocados e do amor que parecia crescer ainda mais. Mesmo com os problemas, que agora pareciam distantes, eles conseguiam pôr a felicidade em primeiro lugar e preferiram não pensar em Hawkins.
Mas o dia se passou novamente e a manhã do outro dia chegou. E ambos agora precisavam de contato com a cidade que agora estava diferente de quando eles chegaram. Era dia primeiro de dezembro e as luzes do natal estavam por toda LA. A Sunset Boulevard estava repleta de pisca-pisca colorido, tinha até na placa de Hollywood. Eles simplesmente não poderiam deixar de sentir a magia do natal na cidade dos anjos.
- Por Deus… - falou ao vestir mais uma roupa que havia comprado para ela na viagem de última hora e até riu ao ver a estampa. - Bon Jovi, ? É pra combinar pela minha queda por você, novinho? - ela falou rindo, achando engraçada a forma que a enxergava.
- O único novinho seu, sou eu - ele falou indo para perto dela e ajeitando a blusa que era justa e ela estava tentando esticar. - E pare de fazer isso. Você fica ainda mais linda com blusas baby look. Foi por isso que eu a comprei. Combina com você, ok? - ele falou e deu um selinho nela, que não sabia o que pensar da atitude dele.
- Mas… A gente vai para rua. Não tá demais esse look, não? - se portou em frente ao espelho e se virou várias vezes, perguntando-se se os homens não iriam reparar demais em como ela estava vestida.
- Não, amor, você está linda. Pare de se julgar demais. Já conversamos sobre isso e já te disse que você não é velha para vestir coisas mais justas. Roupa não tem idade - piscou para ela e a mulher não pôde não beijá-lo e sorrir. O garoto era tão diferente de seu suposto marido… Ela queria ter tido a sorte de conhecer mais cedo, e talvez dele até ser mais velho. Mas ela também não ligava. A diferença de idade deles só mostrava a ela que para o amor não há dificuldades: ele aparece de todas as formas, em qualquer lugar, pessoa e idade.
- Agora vamos - a mulher falou parando de beijá-lo, repassando seu batom e pegando-o pelo braço, enlaçando-o ao seu.
- Vamos, minha dama - o mais novo deu um beijo na bochecha dela e ela sentiu uma cosquinha no estômago, como sempre sentia quando ele mostrava como ela era especial para ele.
Seguindo juntos por poucos metros, ambos perceberam que já estava escurecendo e que aquela era a hora ideal para aproveitarem a cidade. As luzes estavam lindas, destacando-se de acordo que as cores do céu mudava. Eles ficaram apreciando o ambiente enquanto andavam e nem perceberam o tempo passar. Logo estava tudo escuro e eles decidiram que era hora de ir às compras. havia inventado que queria dar algo em troca para , devido ao hotel que ele já estava pagando para eles, e resolveu que ele teria de comprar um presente de natal para ela também.
O casal passou primeiro pelas ruas menos movimentadas, aproveitando-as antes que lotasse, e aos poucos repararam que já estavam bem cheias. Eles não conseguiriam escapar do fluxo de pessoas que se movia rápido se não começassem a entrar de verdade nas lojas em busca do que queriam, ao invés de apenas ver as vitrines, que era o que eles faziam.
O passeio estava sendo divertido: teve a oportunidade de mostrar muitas blusas com as mesmas estampas que tinha comprado para ela, e ele não conseguia não rir quando sugeria comprar uma igual para eles andarem de casal.
Por outro lado, o homem já começava a ficar com fome e não via à hora de finalmente começar a provar as comidas que tinham por lá.
Mas o que eles não esperavam era encontrar alguém conhecido. Alguém que tivera a mesma ideia de fugir de Hawkins na mesma época do ano que eles, e justamente para Los Angeles.
- ! - murmurou o nome do garoto no ouvido dele e o mesmo se assustou, já que estava de olho na vitrine de tênis em frente a eles, pensando em entrar na loja antes que a mesma lotasse.
- Oi, amor - falou olhando para a mão da mulher que saiu da sua e depois para o rosto dela sem entender. - O que houve?
saiu o puxando dali e procurando o beco mais perto possível, onde eles podiam se enfiar. Com o olhar assustado, falou:
- O Steve! Ele está aqui! - o nervosismo tomou o corpo da mulher e nem respirar direito ela conseguia. - Ele não pode nos ver juntos! Imagina se ele conta para Nancy! - entrou em choque ao lembrar de sua filha, e em qual seria a reação dela ao descobrir que o ex namorado dela vira a mãe e o seu colega de classe em outra cidade. O que a sua primogênita iria pensar? Que as suspeitas dela estavam certas? Que a mãe dela era uma adúltera e não merecia o cargo de mãe que Deus lhe havia designado? Se é que Nancy era assim tão religiosa, mas se aquilo fosse parar nos ouvidos de todos da sua cidade, aqueles pensamentos seriam apenas meros exemplos perto das atrocidades que sairiam das bocas deles.
- Calma, calma… - falou ouvindo a própria voz antes de entender o que se passava por ali. - Você viu Steve? Tem certeza? Não foi alguém parecido ou… - ele foi rapidamente cortado e deu lugar para sua voz ressoar de novo.
- Não! Era ele! Eu tenho certeza. Já o vi tantas vezes na minha casa que não tenho como esquecer aquele rosto! - ela agora tinha suas unhas na boca e estava prestes a roê-las quando pegou o pulso dela e trouxe a mão para as suas. Também levantou o rosto dela, que estava abaixado e tinha uma feição preocupada, e a fez olhar em seus olhos, que nunca estiveram tão piedosos.
- Olha, se acalma. Não estamos mais entre as pessoas, ele não vai nos ver - logo viu que ela ia o interromper novamente e segurou a mão dela de outra forma, como se pedisse para esperar ele terminar para ela poder entender o que se passava na cabeça dele. - Se ele tivesse nos visto, ele teria vindo falar conosco, teria feito algo… Você conhece Steve, sabe o quão escandaloso ele pode ser às vezes. Então fica tranqüila, ele não nos viu.
mordia suas bochechas por dentro enquanto ouvia o que o garoto falava e assim que ele terminou, ela o abraçou forte, sentindo-se segura novamente nos braços dele. Ao sentir ela se render, o garoto foi afrouxando o abraço e viu que os olhos dela estavam marejados. Limpou-os e deu um beijo no canto da boca dela, que deu a língua para o garoto, mostrando que merecia mais que isso depois de um momento tenebroso daqueles.
- Podemos ir? - ele falou dando a mão para ela.
- Só se for direto pro hotel! - disse estremecendo só de pensar na possibilidade de se deparar novamente com Steve fazendo compras de natal e ter que fugir dele.
riu do nervosismo dela, mas teve que concordar. Ele também não queria ter de passar por uma situação constrangedora e muito menos ser encontrado por uma pessoa que ele ao menos tinha apreço. Do jeito que Steve era, seu pai e madrasta seriam os primeiros a saberem onde o ‘procurado’ estava.

A noite passou rapidamente, eles notaram, já que era quase dez horas quando eles chegaram ao hotel. Foi o tempo de eles comerem algo e tomarem banho, para perceber que estavam cansados. Ambos deitaram na cama e logo se abraçaram, sentindo que precisavam daquilo, depois de tanta loucura que fora reservada para aquele dia.
- Será que… - ia começar a falar contra o pescoço de , quando ele a cortou.
- Shhhh, não fala nada. Vamos apreciar esse momento de silêncio.
O pedido do garoto não foi concedido já que resolvera que era de extrema importância ter uma conversa séria sobre o que havia acontecido mais cedo. Ela rapidamente saiu do abraço e se sentou, portando-se firmemente com as costas eretas e mostrando para que dessa vez ela precisava manter a seriedade de sua antiga eu.
- Não, . É sério. Senta - senhora falou, fazendo o preguiçoso do seu namorado se locomover bem pouco, repousando suas costas na parede do local e, ainda assim, desleixadamente. Ele respirou fundo e a olhou, resmungando que ela podia prosseguir. E foi o que ela fez. - Eu… Estava pensando… Sobre nós - ela começou de cabeça baixa, olhando para sua perna dobrada e engoliu em seco antes de levantar o olhar e encarar os olhos duros de , que mostrava que ele não estava contente com aquela conversa.
- Certo… - ele disse, mesmo não concordando com o assunto, não tendo muito o que falar, já que teria de lidar com aquilo uma hora ou outra.
- Será que o que estamos fazendo é certo? Será que não teria outra forma de lidar com isso? Sei lá, talvez voltando para Hawkins, voltando para vida que tínhamos antes, nos encontrando casualmente e…
- Não, , não - estava começando a se irritar com aquela conversa e se ajeitou, agora se portando em frente à mulher, imitando a postura dela. - Eu já te disse, nós não seríamos felizes. Nós teríamos de viver um segredo de novo. Você teria que conviver com seu marido que te trata como se fosse uma pessoa qualquer da vida dele, nós teríamos que fingir que não nos conhecemos, sem contar que eu teria de conviver com minha família que nem é minha família biológica e… - a cabeça dele começou a doer e a vontade dele era de fugir novamente. De sair por aquela porta, esfriar a cabeça antes de começar uma briga que não teria volta. Por isso, ele respirou fundo e decidiu falar o que antes queria ter falado. - Quer saber? Vamos conversar sobre isso amanhã, ok? Nós estamos cansados, tivemos um dia nada convencional e não estamos com cabeça para isso. Vamos acabar brigando e vai ser pior - fez uma careta com suas sobrancelhas levantadas e se pôs debaixo dos lençóis de novo. Ao ver que a mulher nem se mexeu, ele a tocou delicadamente no braço, chamando a atenção dela. - Vamos dormir, amor. Sério. Amanhã a gente pensa nisso. Sei que isso deve ser uma angustia para ti, pensar nos seus filhos e tudo mais, mas pensa que… Quer dizer, não pensa. Pensa amanhã, melhor. Agora vem cá.
O mais novo a puxou pelo braço e a fez fazer o mesmo que ele, se cobrir e imitar sua posição. Eles ficaram parados por um momento, apenas se encarando, sem falar uma palavra. Ela não gostava muito quando mostrava que estava certo. Sentia-se desatualizada do mundo, mas, aos poucos, ela podia ver que estava se encaixando. Logo mais ela conseguiria ser a pessoa que encerrava as discussões deles e teria a palavra final. Aliás, ela odiava quando Ted fazia aquilo, então não deixaria seguir aquele padrão.
Depois de muito pensar, ela resolveu olhar de verdade para . Olhar seus pequenos traços, que a faziam se sentir sortuda por estar com ele, e acabou sorrindo. Ele fez o mesmo e a fez uma pergunta que lembrava de ter perguntado quando a conheceu pela primeira vez. Mas não esperando pela resposta que ela lhe deu dessa vez.
- Do que está rindo?
- Já te disse que te amo hoje?
Antes mesmo de a responder, ele a beijou como se não a beijasse por um semana e colou sua testa na dela, repetindo a frase que pipocava na sua cabeça.
- Eu que te amo muito mais - logo a completando com outra que terminaria o dia, sem previsão para como seria o seguinte, apenas selando o compromisso afetivo que eles tinham e que nunca conseguiriam desvincular. - Eu te prometo que, não importa o que formos decidir amanhã, eu nunca vou te abandonar. Nunca.


Fim.



Nota da autora: E mais um ficstape saindo do forno quentinho! Que prazer enorme de fazer parte dessa delícia de álbum de uma das minhas bandas favoritas da vida! Quero só agradecer a Mare por ter reservado esse álbum lindão e também agradecer a Anny (beta mais maravilhosa não há!), que abraçou essa minha ideia pra essa short e me fez ter confiança para colocar no papel a história de Billy e Karen (oi, Stranger Things, que nos desperta vontades de mais coisas para nos entreter!). Espero que vocês tenham gostado desse quase spin-off desse casal que está meio óbvio que pode acontecer na terceira temporada da série mais queridinha por nós fãs de ST e possam deixar um comentáriozinho para essa autora carente que vos fala. Era para ter ficado um pouquinho maior, isso é, eu tinha algo guardado para os tais três meses anteriores, que é quando começa essa short, mas acaba que né… A pessoa se enrolou no prazo e deu no que deu! Quem sabe se eu não tiver um bom retorno, não boto a história toda desses pombinhos aqui no FFObs também? Aliás, a caixa de comentário é ali embaixo e não tira pedaço comentar! Mil obrigadas e leiam todo esse ficstape, que deu trabalho para sair, mas sei que foi feito com carinho <3 Beijinhos da Tham!





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Nota da beta: Só Tham mesmo pra me fazer gostar de Billy. Mas é só aqui na fic mesmo, porque na série ele ainda é o maior dos monstros! Porém não acharia nada ruim ver mais desse casal doido aí, talvez eu até criasse uma empatiazinha por ele quando fosse ver a terceira temporada hahaha Adorei bem forte essa fic. Parabéns, Tham!! Xx-A

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