Finalizada em: 26/01/2022
Baseado na Música: Love To Dream - Doja Cat

We just love to dream

Eu entrei na minha cabeça, eu aposto que você poderia me tirar de lá
Ou você poderia me deixar lá, porque
Nós simplesmente amamos sonhar


Ser mãe aos vinte e três anos nunca fora o sonho prioritário de . A gravidez precoce foi um acidente que mudou todo o rumo de sua vida, repentinamente, sem sequer pedir licença. Estava prestes a se formar, conquistando sua independência e se encheu de medos e angústias ao descobrir quais rumos sua vida teria dali para frente. Contudo, após o nascimento de seu amado filho, ela soube o quanto era grata por todas aquelas mudanças que sua vida sofrera.
Os olhos azuis de eram o traço mais marcante em sua aparência. O garoto era uma criança incrivelmente bela e educada, possuindo os cabelos loiros claros e lisos como os de sua mãe, além do olhar marcante e sorriso singelo. De fato, a única coisa semelhante ao progenitor, era sua personalidade cômica, que remetia inteiramente a de seu pai.
Era cativante a forma divertida com a qual os olhos de brilharam durante toda a festa de aniversário dos seus tão aguardados cinco anos. Era a primeira vez que vira seus amigos após dois longos anos de pandemia de COVID-19, obviamente com todas as restrições e proteções que sua mãe pôde lhe oferecer. era cuidadosa demais com seu pequeno e nada mais importava além de sua felicidade e bem-estar.
O pequeno retirou a máscara animado, enchendo a mãe de beijos no rosto. Era notável a gratidão e felicidade na feição do mais novo, por mais simplista que aquela proposta parecesse. gostaria de proporcionar um mundo de coisas boas ao filho, mas ainda gostaria de preservá-lo, salientando sua saúde. Por isso, estava extremamente grata que tudo ocorrera bem e seu pequeno parecia muito agradecido por tudo. Contudo, nem tudo ocorreu como o esperado. Por mais feliz e animado que aparentasse, ele transpareceu estar imensamente triste graças a ausência de seu pai, que inclusive, fora o tema da festa. A fantasia de Homem-Aranha que o pequeno utilizava, demonstrava o tremendo carinho que ele possuía por seu progenitor, o astro dos cinemas Andrew Garfield.
Andrew e conheceram-se em meados de 2012, mas passaram a ficar juntos apenas três anos depois. Alguns encontros casuais, jantares e inevitavelmente, muito sexo, acabaram resultando no pequeno , que fora recebido com muito amor por Garfield, pois sonhava em ser pai. , contudo, ficou muito mais abalada e perturbada. Dez anos mais jovem que o rapaz, não sabia se estava pronta para ser mãe, mas mesmo assim, prosseguiu com sua decisão em meio aos medos e receios.
O casal decidiu não oficializar a união de fato, mas moraram juntos durante longos anos. Afinal, ambos se amavam muito e precisavam do amparo um do outro naquele momento. era uma estudante de cinema no auge da vida acadêmica, enquanto Andrew estava atuando abundantemente em diversas adaptações cinematográficas. O auxílio entre ambos era mais do que necessário, pois estavam vulneráveis com os novos desafios que enfrentariam.
E assim fora por longos anos, até que o ano atual chegara. Com as gravações de Spider-Man: No Way Home, o rapaz tornou-se praticamente inacessível, e com isso, pediu um tempo. Ela amava o que tinha com Andrew, mas alguns de seus atos beiravam ao imperdoável — para ela. aceitava muita coisa, menos quem mexia com a felicidade de seu filho. E ver com lágrimas nos olhos, graças a ausência do pai, causou uma das piores sensações que ela já sentira remexendo em seu peito.
— Mamãe, posso ir dormir? — resmungou, fazendo um bico.
Ela suspirou, frustrada. A casa estava uma bagunça graças a festa, com diversos copos, pratos, pinturas e brinquedos espalhados pela sala. Por maior que fosse o apartamento, ele não comportava a animação das crianças presentes mais cedo. suspirou fundo apenas pensando no trabalho que teria para limpar tudo aquilo até o amanhecer.
— Não, meu amor. — ficou de joelhos, passando os polegares nas laterais do rosto do pequeno . — Você ainda tem que tomar banho e…
Um barulho estridente interrompeu a linha de raciocínio da doce . A campainha escandalosa fez-se presente, insistentemente sendo tocada. Seu coração apertou, pois ela sabia exatamente quem estava do outro lado da porta; tudo isso, apenas identificando o ritmo da sineta que ecoava.
pediu que aguardasse sentado no sofá, ao passo que colocara o filho gentilmente sobre o estofado de coloração marrom, notando a confusão estampada em sua face. O pequenino estava confuso, cansado, desejando apenas uma mamadeira quente e uma boa noite de sono. A loira abriu a porta, avistando a sua frente a figura de Andrew. Estava com a fantasia do herói que interpretava, segurando um buquê de flores em uma de suas mãos, e na outra, possuía um enorme embrulho de temática infantil. O simples gesto seria fofo se não estivesse tão irritada com o ex-marido.
Andrew. Você chegou, que surpresa.
Ironia. A mais pura e debochada ironia. Andrew conhecia há anos e sabia exatamente quais eram os estágios de sua raiva. E aquele era, definitivamente, um dos piores.
, eu… É que… Eu estava no set de filmagens e tivemos que prolongar, mas… Você sabe que…
A mulher apenas suspirou, piscando os olhos azuis antes de dizer qualquer coisa. era uma mulher muito racional e Andrew sempre se atrapalhava com palavras. Ele detestava magoar a mulher que tanto amava, sendo que era notável o descontentamento em sua face exausta.
— Poupe toda e qualquer coisa que você tem a dizer para mim, Andrew. — admitiu com irritação, fechando uma das mãos em volta da maçaneta da porta. se controlava para não fechá-la e deixar Andrew do lado de fora. Não queria deixar aquela noite ainda mais cansativa. — Não estou interessada em ouvir depois de…
Mamãe? Papai?
caminhou até a porta, em passos gradativos e cautelosos. Os olhinhos azuis brilharam ao avistar o seu pai fantasiado, acompanhado pelo sorriso mais sincero que Andrew já vira. Seu filho era seu mundo e era inegável o quanto ele era um bom pai, apesar da agenda que o prejudicou naquela data.
— Oi, meu príncipe — Andrew sorriu em direção ao mais novo, que simplesmente correu para abraçá-lo. —, me desculpe, o papai teve um imprevisto no trabalho…
Ele se aconchegou no abraço do Andrew, segurando algumas lágrimas. Ele achou que o pai não viria. estava sendo afetado pela ausência do progenitor, principalmente após ele ter saído de casa. Conciliar a rotina com a gravação das cenas do novo Homem-Aranha — que a mídia apenas especulava sua participação e ele negava incansavelmente —, estava sendo imensamente difícil para ele.
deitou a cabeça no pescoço do pai, que abraçou ele com imenso carinho. Andrew deixou um beijo caloroso em sua testa, mexendo nas madeixas loiras de seu pequeno. O cheirinho gostoso de seu bebê era viciante. Andrew sempre foi louco para ser pai e se sentia abençoado por ter o pequeno.
— Eu consegui aquilo que você me pediu, filho. — Andrew sussurrou em direção ao pequeno , atraindo a atenção do menor em seu colo, que instantaneamente animou-se.
observou atentamente a cena, curiosa para saber do que se tratava aquele segredo. Por cima da fantasia, Andrew utilizava uma blusa de frio graças ao clima gélido, do que retirou uma pequena fotografia de seu bolso. Entregou o papel fotográfico nas mãos minúsculas do filho, que praticamente gritou de felicidade ao avistar o conteúdo que ele fora presenteado.
— Andrew — suspirou, chamando a atenção do rapaz. — Vem, entra. Não podemos fazer barulho a essa hora, você sabe.
Andrew sorriu em retrospecto em direção a , seguindo em direção ao apartamento que conhecia cada detalhe. Sentia saudades de sua casa, de sua esposa e de seu filho. E de repente, tudo parecia tão palpável à sua disposição. Por que não podia facilitar as coisas?
O estadunidense sentou-se no sofá, ainda abraçando seu amado filho, observando o sorriso gigantesco em seus lábios. estava usando a fantasia dada por Tom Holland, que simplesmente adorava o pequeno. Andrew ficou abobalhado ao notar o quão lindo e radiante o loiro em seu colo estava, sorrindo em sua direção.
— O tio Tobey que mandou para mim? — perguntou animado, com Andrew respondendo-o positivamente com a cabeça. O loiro bateu palmas, abraçando o progenitor. — Obrigado, papai! Obrigado!
— Sim, ele que pediu para te entregar. Eles estão com saudades de você — Andrew admitiu, fazendo um leve carinho na cabeça do mais novo. — Eu acabei me atrasando quando estava fazendo coisas de super-herói, você sabe… Mas me conta, meu amor, como foi sua festa?
contou animadamente cada detalhe da festa para o pai. Desde o início até o encerramento, nenhum detalhe passou despercebido pelo perspicaz Dominic Garfield. Assim como o progenitor, ele era detalhista e observador, engraçado e sociável. Isso garantiu que ele tivesse vários amiguinhos e fosse muito popular, com uma festa igualmente animada (apesar das restrições).
Após detalhar animadamente tudo que o pai lhe pedira, abriu seu presente. Era um grande boneco de um dos seus super-heróis favoritos, o Capitão América. O loiro vibrou animadamente com o que vira, abraçando seu progenitor, imerso em felicidade. Andrew era um doce, apesar dos defeitos. Não esquecera-se de levar até mesmo o buquê de flores que sabia que tanto gostava. Mas obviamente, ela estava entretida demais para agradecê-lo.
apenas observou todo o carinho entre ambos, sorrindo em retrospecto. Sabia que estava sendo rigorosa demais com Garfield desde o término, era notável o quanto ele se esforçava para ser um pai e marido incrível. Mas ela se via dividida entre manter sua palavra inicial ou perdoá-lo, para ter novamente a família que tanto ansiava para reconstruir. Ela sentia falta dele, mas era péssima em comunicação verbal.
A atenção de voltou ao pai e filho assim que ouvir o loiro resmungar baixinho. Sabia que ele estava manhoso porque queria ver o pai, mas o dia havia cansado demais seu pequeno. Brincou, pulou e correu durante todo o dia, tirando a ansiedade que acumulou ao longo da semana.
— O que foi, meu amor? — Andrew indagou, sendo respondido primeiramente por um bocejo.
Estou cansado, papai.
Andrew lançou um olhar para , que apenas acenou com a cabeça. A mãe pegou a chupeta de seu filho, entregando ao pai, que colocou na boca da criança. Era notável o quão exausto ele estava, após se divertir tanto. Após ver quem tanto ansiava, ele se sentia finalmente completamente feliz, sentindo que podia descansar. Andrew apenas levantou-se, deixando que ele se acomodasse confortavelmente em seu colo.
— Ele precisa de banho, Andrew. — se dirigiu em frente ao rapaz, sendo interrompida pelo mesmo. — É sério…
— Vai tomar um banho, Love. — Andrew a olhou, autoritário, deixando seus olhos cravados aos dela. — Eu cuido dele.
pensou em protestar pelo apelido que ele a chamou, mas o cansaço falou mais alto. Ela também precisava de um banho e de um descanso merecido após o esforço que havia despendido naquela noite. Por isso, apenas acenou com a cabeça, sem nenhum protesto, indo em direção ao banheiro daquele andar na casa. Andrew, contudo, subiu com seu filho no colo, em direção ao quarto do pequeno .
suspirou profundamente quando se viu, finalmente, sozinha. A mobília majoritariamente branca, com alguns tons de creme, estava com diversos brinquedos espalhados; a pia, anteriormente limpa, encontrava-se cheia de louças e descartáveis; o chão do porcelanato cinza encontrava-se cheio de salgadinhos e doces ao chão. Ela estava exausta demais para lidar com aquilo, então optou por seguir o conselho de Garfield — pela primeira vez em tempos.
A mãe sorriu cansada, indo em direção ao banheiro da parte inferior do apartamento. Por sorte, seu roupão e toalha estavam atrás da porta. Isso significava que teria um tempo relativamente bom sozinha, desfrutando única e exclusivamente da sua companhia. Quer dizer, fora a coisa mais linda que já fizera, mas a maternidade era assustadoramente cruel.
No entanto, não queria trazer aquelas reflexões insólitas para aquele momento. Ela necessitava apenas de um descanso para sua mente. Com isso, ficou inteiramente nua, jogando todas as roupas no chão do banheiro, finalmente respirando fundo. Sentiu-se livre da maioria das preocupações que lhe afligia nos últimos tempos, ouvindo apenas o doce som do silêncio que reinava em seu apartamento.
A água do chuveiro praticamente queimou sua pele, mas a sensação foi agradável, deslizando gradativamente pela pele branca da mulher. Aquela época do ano, próxima ao Natal, era extremamente gelada, e não havia nada melhor que um bom banho quente para relaxar após um dia estressante.
Conforme deslizou o sabonete por sua pele, sua mente viajou. Ela fechou os olhos, tomada pelas lembranças que ela tanto relutava em ter. Aquelas que lhe assombravam fervorosamente. Dos lábios dele tocando sua pele, de sua língua deslizando com ternura, enquanto ela pedia mais forte. De como ele fodia gostoso e intenso segurando na cabeceira da cama. Das inúmeras vezes que treparam em todos os cômodos daquela casa. De como ele dizia que ela era inteiramente dele em cada um desses momentos.
Era impossível ter paz quando Andrew Garfield estava no andar acima, sendo gostoso sem nem fazer esforço. Era insuportável a maneira como sua cabeça fantasiava as piores perversões e de como ela sabia que ele faria cada uma delas se ela pedisse.
xingou a maioria dos palavrões que conhecia na língua inglesa antes de finalizar o banho, com raiva de si mesma. Ela adoraria prolongar aquele momento de paz, mas acabaria acumulando mais tesão pelo ex se continuasse ali.
Lavou os cabelos rapidamente, antes de fechar a torneira e suspirar. Pegou sua toalha cor-de-rosa e secou cada parte exposta de seu corpo, apreciando o odor delicioso do sabonete de lavanda. Secou os cabelos ligeiramente e vestiu as roupas íntimas, colocando seu robe confortável por cima.
, nós precisamos conversar.
Essa foi a primeira frase que ouviu ao abrir a porta do banheiro. A mulher respirou fundo, irritada, caminhando em direção a cozinha. Antes que pudesse protestar, entretanto, encontrou uma cena que a fez parar: Andrew havia organizado toda aquela bagunça anteriormente feita pelas crianças. Mentalmente, agradeceu aos deuses, ou a qualquer outra entidade envolvida pelo feito. Mas, obviamente, não podia deixar de agradecê-lo pelo gesto.
— Você não precisava ter feito isso, Garfield. E não quero conversar agora, você mal me deu tempo de relaxar.
Andrew relevou o comentário e apenas riu consigo, prosseguindo:
— É o mínimo que poderia fazer depois da minha ausência. — Garfield desligou a torneira, olhando em direção a mais baixa.
tombou a cabeça para o lado, perdida naquela cena. Ele ficava lindo na fantasia de Homem-Aranha e aquilo a distraía. Os cabelos longos e a barba rala o deixavam ainda mais charmoso. Maldito.
— Pelo menos você chegou e ele não ficou triste. — ela admitiu, sentando-se à cadeira da bancada. — Mas não posso negar que eu fiquei chateada com você.
Garfield secou suas mãos com o pano de prato, suspirando fundo. Ele odiava se sentir impotente, principalmente com as pessoas que tanto amava. Decepcionar sua família era inadmissível. Mas decepcionar seu filho, seu bebê… Era péssimo. Só a possibilidade lhe causou um desconforto imenso no peito.
, eu te disse, as filmagens estão insanas e eu tenho que desmentir todos os rumores a todo custo! Não está sendo fácil para mim. Você sabe que isso nunca aconteceu antes, conciliar tanta coisa está… Me enlouquecendo.
sempre foi o equilíbrio da casa. parecia Andrew em muitos momentos, inconsequente e intenso. O pai era ansioso, astucioso e ficava nervoso rapidamente. sabia que lidar com aquele turbilhão de sentimentos, estava certamente consumindo toda a sanidade de seu ex-marido. No entanto, ela também tinha suas dores — e que, definitivamente, não deveriam ser ignoradas:
— As coisas também não estão sendo fáceis para mim, Andrew. Eu me sinto sozinha e…
Andrew caminhou em sua direção. Olhou nos olhos azuis tão profundamente que quase os penetrou, segurando em ambas as mãos antes de interrompê-la com gentileza:
, você não está sozinha! Você sabe disso.
— Não é o que anda parecendo, Andrew. — ela desviou o olhar, desconfortável. — Posso contar cada vez menos com sua presença! Você está cada vez mais distante de nós. De mim.
Aquilo não era apenas sobre . Também era sobre os sentimentos não resolvidos do casal. Um casamento não-terminado oficialmente, cheio de recaídas e duas pessoas que se amavam. Infelizmente, era orgulhosa na mesma medida que era apaixonada por Andrew Russell Garfield.
As lágrimas escorreram de forma não intencional pela face dela. não costumava ser tão emotiva, porém fora inevitável. Estava adiando demais aquela conversa e sentia que seu peito explodiria a qualquer momento.
Love, não chora.
O polegar gentil de Andrew limpou as lágrimas que escorriam pela face de . Suas mãos ainda eram macias e um sorriso invadiu sua face quando notou a proximidade de suas faces. Há tempos, o repelia. Estar próximo daquela forma era um grande avanço na relação confusa de ambos.
Não me chame de Love, Andrew. Por favor. — ela o pediu, quase que em um sussurro.
Love era um apelido fofo a qual Andrew a chamava desde que se conheceram. Era uma noite quente no Reino Unido, em que alguns amigos resolveram ir ao karaokê mais badalado da cidade. Em meio a doses de tequila e vodka, eles cantaram We Found Love, da Rihanna. Após uma troca de olhares, flertes e uma rapidinha deliciosa no banheiro, Andrew e não conseguiam mais viver um longe do outro.
A canção dizia que as pessoas encontravam amor em lugares sem esperança. Para Andrew, o significado era gigante. Após o término doloroso que teve como Emma Stone, Garfield prometera nunca mais amar alguém. Mas havia mudado sua concepção. Ela apresentou o mais puro e lindo amor da forma mais bela.
— Não seja tão dura comigo! — Andrew colocou o indicador no queixo da mulher com sutileza, que o encarou inevitavelmente. — Você está há meses tentando se afastar de mim, . Você não facilita as coisas e sabe disso.
olhou para baixo, respirando fundo. Era difícil saber qual decisão tomar; ela não sabia o que falava mais alto: o sentimento, a saudade, o tesão ou sua raiva pelo homem a sua frente. Tudo estava nublado demais para que ela pudesse tomar uma decisão efetiva:
— Pensei que tivesse sido clara quando pedi a separação. É exatamente isso que significa, afinal de contas.
Andrew observou ela se afastar, limpando as lágrimas. não era mais a mesma garota que ele conheceu há alguns anos. Nem ele era mais o mesmo. Mas o sentimento permanecia ali, pulsando incessantemente em seu peito, ardendo comum fogo imensurável e inabalável.
— Eu nunca quis ir embora, . — Ele admitiu, atraindo a atenção dela tempos depois. Andrew, ao contrário do que sempre fazia, estava escolhendo a dedo as palavras que pronunciaria a seguir. — Nunca quis deixar vocês! Estou magoado de estar tão longe, eu preciso de você comigo, Love. As coisas não precisam ser assim.
— Nós… — ela hesitou por um instante, nervosa. — Nós fomos um erro, Andrew. Não tem por que continuarmos insistindo nisso, certo? Não quero continuar me ferindo. Te ferindo.
ainda insistia em afastá-lo. Afinal, talvez daquela forma, fosse tudo mais fácil. Andrew, contudo, apenas suspirou, segurando as mãos da mulher que amava da forma mais carinhosa que pôde:
— Nós nunca fomos um erro! Nosso amor fez tudo ser melhor para mim. O é meu mundo e você também sempre será. Sei que está chateada, mas não precisa passar por isso sozinha. Eu posso ficar aqui e cuidar de vocês. A gente pode fazer funcionar de novo.
observou as mãos enormes do rapaz que cobriam as suas, fazendo um carinho suave na região das palmas. Talvez aquela fantasia vermelha e azul tornasse a situação ainda mais ridícula, deixando até cômica, de certa forma. Ela segurou um sorriso involuntário antes de encará-lo, observando o rosto do mais velho. Entretanto, quando ela encarou os olhos amendoados tão convidativos, sentiu-se fraca.
Andrew era um homem perigoso. se sentia hipnotizada pelos olhos de Garfield, com seus batimentos cardíacos extremamente acelerados. Só agora ela percebeu o quanto ele estava cheiroso. O quanto ele passava a língua nos lábios enquanto a encarava. Porra, desde quando era tão difícil dizer não a ele?
Garfield finalmente beijou os lábios sedentos de . instantaneamente fechou suas pernas em volta da figura máscula do astro, que ressaltava todos os músculos naquela fantasia. A mais baixa gemeu, colocando as mãos em volta do seu pescoço, ofegante. Há tempos necessitava daquilo, dos toques nada inocentes de Andrew percorrendo seu corpo.
— Andrew… — protestou, assim que os lábios famintos do ator percorreram seu pescoço com carinho.
Ele interrompeu o toque apenas para encará-la, com ambas as testas coladas. Suas mãos, contudo, não cessaram o toque, percorrendo com gentileza por toda a maciez de sua pele. Ele queria relembrar cada detalhe daquela pele levemente exposta.
— A gente não pode fazer isso… — protestara, segurando nos ombros de Andrew, que apenas sorriu cínico.
Não podemos, ?

Eu não quero fechar meus olhos
Ninguém quer dormir, depois que fizeram tudo
Eu me pergunto se eu deixasse meu corpo lá, será que eu
Acabaria dormindo?


As mãos animadas de Andrew encontraram as coxas fartas da mulher, pegando-a no colo com gentileza. sequer teve tempo de protestar, apenas sentindo o sangue em seu corpo esquentar. Ela não queria mais negá-lo, ela necessitava do toque de Andrew.
O destino do ator fora o quarto de hóspedes. Era no mesmo andar e não teriam o risco de serem interrompidos pelo pequeno — mesmo que vigiado pela babá eletrônica — ou acordá-lo. Eram apenas eles dois, despidos de qualquer raiva, medos e inibições recentes.
Ele trancou a porta e colocou-a na cama, ficando por cima da mulher. Através da fresta da janela que refletia a luz da lua, ela pôde ver Andrew por uma perspectiva ainda mais bonita. O traje de Homem-Aranha colado em seu corpo a deixava ainda mais excitada, ressaltando os pontos mais belos dele.
Você anda muito nervosa — ele desamarrou o pequeno laço de seu robe, soltando o tecido com ternura por sua pele. —, precisa relaxar, Love. Vou te ajudar com isso.
Antes dela protestar, Andrew simplesmente retirou sua calcinha com uma enorme facilidade. Mesmo que estivesse acostumada a ficar nua na presença de Garfield, suas bochechas tomaram uma coloração avermelhada, ao passo que ele apenas sorrira em retrospecto. Andrew amava fazer sexo oral nela, sabia que a deixava inteiramente relaxada para ele. E ele amava fazer aquela mulher feliz. Principalmente gemendo seu nome.
Ela soltou um palavrão nada educado quando a língua de Andrew tocou sua pele. Um arrepio inconfundível atingiu sua espinha, fazendo com que arqueasse suas costas. Ambas as mãos de Garfield estavam separando suas pernas, dando passagem livre para sua boca faminta. De olhos fechados, ele ignorou os falsos protestos da mulher, se deliciando com o sabor inconfundível que ela tinha.
Mais baixo… Geme mais baixo. — ele pediu com gentileza, conforme passou a língua em seu clítoris.
resmungou baixo, pegando em seus cabelos castanhos:
— Você não está facilitando, porra.
Aquilo deixou-o ainda mais excitado, com o ego nas alturas. , entretanto, apertava seus cabelos sem nenhuma gentileza, extremamente sensível. O ato, contudo, fez com que ele acelerasse ainda mais, deixando sua respiração ofegante. Ele conduziu sua boca por toda a região sul da mulher, que apenas rebolou contra ele em retrospecto.
— Caralho, Andrew. Eu estou quase…
Andrew efetuou a melhor perversão que pôde naquela posição: apenas parou os movimentos. A falta repentina de estímulo fez com que largasse os cabelos do ex-marido, o observando furiosa. Ele apenas sorriu contra ela, voltando a colocar o corpo por cima de . Os lábios se tocaram com uma delicadeza suave, deixando a garota levemente mais calma, ao sentir seu próprio sabor nos lábios convidativos do mais velho.
— Você é cruel. — ela gemeu em um baixo tom de voz, ouvindo uma risada cafajeste em retrospecto.
puxou Andrew e o abraçou com suas pernas, percorrendo toda a extensão de suas mãos pelos músculos de Garfield. O traje que era perfeitamente colado ao seu corpo, facilitou com que a mulher pudesse explorá-lo, observando todo o ato iluminada pela luz da lua.
— Eu adoro essa fantasia. — admite, ao passo que alcançava o zíper da roupa, completamente impaciente.
Era notável o quanto que suas mãos tremiam. Por mais segura que parecesse, ainda tinha aquele fatídico nervosismo quando o assunto era seu ex-marido. Ela sabia como ele era sensual e persuasivo, mexendo com o restante de sua sanidade mental. Andrew, contudo, apenas arfou com os toques, auxiliando a amada a deixá-lo completamente despido.
— Eu sei do quanto você gosta. — o moreno a responde, desvencilhando seus corpos levemente apenas para se livrar do maldito tecido.
Andrew ficou de pé, de modo desajeitado, retirando a peça com certa impaciência. apoiou-se nos próprios cotovelos, analisando a cena, ao passo que tombou a cabeça para o lado. O olhar dela desceu até a região sul do rapaz, em que era nítida uma elevação em sua cueca. Mordeu o lábio em retrospecto, voltando seu olhar as orbes amendoadas do homem.
— Então admite que foi de propósito?
fez a pergunta de modo cínico, ficando de pé repentinamente. Andrew engoliu em seco ao encará-la sem que o robe atrapalhasse, prestando atenção em cada detalhe do corpo nu que ela conhecia tão bem. No entanto, tinha planos perversos para ele; aproximou-se com ternura, em completo silêncio, levando as mãos até a barra de sua cueca. Fez menção de abaixar o tecido em direção ao chão, ao mesmo tempo que ajoelhou-se no carpete:
Depende — ele hesitou, conforme chutou o tecido da cueca para longe com impaciência. encarou-o com doçura, deixando um beijo suave em sua glande, ao mesmo tempo em que ele jogou a cabeça para trás. —, caralho, !
levou a mão direita até a base do pênis de Andrew, estimulando a região de forma exploratória. Alternou entre passar a língua devagar em sua glande e assumir um ritmo mais rápido ao estimulá-lo, ouvindo alguns palavrões e xingamentos em retrospecto. Ela parecia entretida ao provocá-lo e Andrew não podia estar mais satisfeito.
— Você é muito gostosa — ele segurou em seus cabelos loiros, guiando a cabeça dela conforme desejava. — Puta merda!
não poupou alguns gemidos baixos, quando Garfield assumiu um ritmo forte em sua boca. Sua mão que anteriormente o estimulava, agora arranhava suas coxas, deixando que a boca concluísse o trabalho anterior. Andrew, contudo, arfou com força ao sentir-se inteiro naquela região tão quente e apertada, ansioso para finalmente fodê-la de fato.
Impacientemente, o estadunidense auxiliou sua ex-esposa a levantar-se, interrompendo os movimentos repentinamente. parecia confusa, em vista que queria senti-lo chegar ao ápice. Em resposta, Andrew apenas a coloca na cama de novo, ficando por cima de seu corpo nu.
A respiração de estava ofegante, e pareceu ainda mais abalada, quando Garfield beijou seus lábios. Passou as mãos por seu pescoço, sensual, ao mesmo tempo que cruzou suas pernas em volta do corpo grande acima dela. O rapaz sorriu em resposta, entorpecido, sentindo seu membro ainda mais rígido.
Eu te amo. — ele colou ainda mais o corpo no dela, beijando seu pescoço.
O cheiro que ela tinha parecia entorpecê-lo. Andrew afundou a face em seu pescoço, sentindo o membro tocar a intimidade molhada da mulher. Espalmou ambas as mãos no colchão, treinando o próprio autocontrole naquele momento. Poderia gozar ali, sem sequer penetrá-la, em vista do quão sensível estava.

Mas na realidade
Poderia parecer que tudo é possível
Quando eu ouço você falar, realmente me acerta no fundo
Acordei suando no meio da noite
Está se agarrando sob a minha pele


Andrew finalmente penetrou sua intimidade, arrancando um gemido alto dos lábios de . A mulher agarrou os lençóis com certa fúria, ao passo que ele levou ambas as mãos até a cabeceira da cama. Impulsionou um movimento certeiro para dentro dela, assumindo movimentos ritmados dentro da ex-esposa.
A cama batia na parede em sincronia com os gemidos de . Aquilo assemelhava-se a uma música angelical nos ouvidos de Andrew; fantasiara por dias e noites quando estaria assim de novo com ela. Mas aquela não era uma punheta mal-dada em seu quarto, ou em seu chuveiro, não. Aquilo era real, palpável e delicioso, como estimou realizar há tempos. Era o corpo delineado e perfeito de ao seu completo dispor.
No entanto, a mulher estava tão sedenta por sexo quanto ele. era deliciosamente dominadora em alguns aspectos, e na cama, era um deles. Não demorou para que ela invertesse as posições, ficando em cima de Andrew, com uma feição completamente maliciosa em sua face. Ele sabia que não duraria muito tempo com ela no comando, calculando tortuosamente os movimentos que faria contra seu corpo.
Ela jogou os cabelos para trás, encaixando suas intimidades novamente, deslizando por toda a extensão do membro rígido de Andrew. Ele gemeu um palavrão em retrospecto, recebendo um olhar nada piedoso de sua amante. Seus seios enormes balançavam em sincronia com os movimentos que ela assumia, apoiando-se nos próprios joelhos para impulsionar sua deliciosa sentada.
Caralho — ele gemeu com manha, segurando em ambas as coxas de . A mulher revirou os olhos azuis, gemendo conforme realizava seus movimentos. —, está me torturando?
— Acha que isso é tortura, Garfield?
A pergunta realizada por — obviamente retórica — não tivera nenhuma resposta. Andrew estava ocupado conforme gemia e xingava alguns palavrões, semicerrando os olhos. Estava embriagado pelos movimentos tortuosos, pelo cheiro delicioso de , tudo isso somado à vontade de gozar. Sabia que não demoraria para chegar ao ápice.
Mesmo com dificuldades para respirar, devido à uma figura travessa que quicava em cima dele, Andrew levou uma de suas mãos até os seios fartos da mulher, estimulando seus mamilos com os dedos. A outra mão, contudo, direcionou-se até sua vulva, passeando a mão delicadamente por seu clítoris inchado.
gemeu com força ao sentir o estímulo externo lhe atingir. Encarou aquela cena, entorpecida, notando um sorriso cruel surgir nos lábios de Garfield. Ela simplesmente amava aquele maldito homem e amava ainda mais a forma que ele fazia com que ela se sentisse. Todos os aspectos em Andrew Garfield eram apaixonantes e ela não conseguia mais esconder o que sentia perante a isso.
O orgasmo a atingiu com certa brutalidade, cessando os movimentos cruéis que executara por cima de seu ex. Tombou o tronco por cima do dele, respirando fundo e ofegante quando o beijou com ternura. Ela estava muito sensível e aquilo fora mais do que o estadunidense podia aguentar.
Num súbito lapso de bom senso, Andrew retirou-se da mulher antes de gozar, derramando o líquido em sua coxa, ao mesmo tempo que soltou um palavrão nada gentil por seus lábios. Normalmente eles não usavam preservativo quando eram casados, mas naquelas circunstâncias era perigoso. Estava tão excitado e com vontade de possuí-la, que mal lembrou-se da camisinha momentos antes.
Andrew mexeu nos cabelos sedosos da mulher, que respirava com dificuldade, deitando-a gentilmente sobre o colchão da cama. Suas pernas tremiam e ela estava visivelmente abalada com tudo que fizeram naquela noite. E que, com certeza, ainda fariam muito mais. Mas naquele momento, Andrew precisava dialogar com a mulher que tanto amava.
— Olha para mim — Andrew retirou os cabelos da face da ex-esposa, encarando os olhos azuis. — a gente precisa conversar.
bufou, levemente irritada com a abordagem de Garfield. Ela queria apenas relaxar e curtir o momento, mas sabia o quão inquieto e ansioso ele podia ser. O conhecia bem demais para ignorar aquela inquietude.
— Andrew, você mal me deu um orgasmo e já quer discutir? Puta merda.
Ele rira, de forma nervosa e tombando a cabeça para trás. Suas bochechas tomaram uma coloração avermelhada, pois estava levemente envergonhado. Ele não conseguia esconder que gostava dela, muito menos seu descontentamento com a separação do casal.
— Estou falando sério, . — Ele interrompeu, um pouco nervoso, destinando seu olhar até ela. — A gente…
suspirou fundo, apoiando o queixo no peitoral dele. Os olhares se cruzaram e a fala sumira nos lábios de Andrew, que apenas permaneceu em silêncio conforme a encarava.
— Garfield, sinceramente, amanhã a gente discute. Eu estou cansada.
Ela deitou a cabeça cansada no peitoral do rapaz, que pareceu levemente confuso com sua fala. Imaginou que talvez eles voltassem a discutir ali, mas não, ela cessou a guerra. Ele engoliu em seco, levemente atordoado com a forma não ofensiva que reagira às suas abordagens. Aquilo era muito improvável, de qualquer forma.
— Então eu posso dormir aqui com você? — ele indagou com ingenuidade, arrancando uma gargalhada sincera da mulher.
Andrew amava sua risada. Ele amava tudo nela.
— A não ser que você prefira dormir na lavanderia, sim, Andrew, você está convidado.
Ele riu em retrospecto e ela o encarou por um momento. Deixou com que um selinho se formasse em seus lábios, observando um ao outro de forma silenciosa. Ela voltou a deitar sua cabeça no peitoral do rapaz, que a recebeu com um carinho sútil na região dos cabelos, agradecendo aos deuses ou a qualquer entidade superior por aquele momento com ela. Andrew sabia que era como um sonho, e ele simplesmente amava sonhar.

Fico presa na minha cabeça, aposto que você pode me tirar dali
Ou poderia me deixar lá, porque
Nós amamos sonhar






Fim!



Nota da autora: Ah, que felicidade em trazer a tona essa história que tanto amei escrever! Andrew Garfield é um xodó para mim, principalmente após sua participação mais que perfeita em No Way Home. Acredito que todo mundo tenha criado um crush ainda maior nesse homem após essa obra cinematográfica perfeita.
Espero que vocês tenham apreciado a leitura, tanto quanto amei escrever com esse protagonista. Adoro descrever personagens tão fofos e delicados, e é inegável o quanto Andrew parece que seria um bom pai!
Agradeço imensamente o tempo que vocês tiraram para ler esse ficstape, que escrevi de última hora, mas simplesmente adorei. Abaixo, estão disponíveis minhas redes sociais e outras obras. Espero que possam acompanhá-las e gostem do que escrevo :)
Um beijo! :x





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