Finalizada em: 11/04/2021

Capítulo Único

- Reggie e Alex finalmente encontraram as famílias. - sorriu, aproximando-se de no sofá da garagem, fazendo a garota pular de susto.
- Eu não acredito! - sorriu após se recuperar, vendo se sentar ao lado dela.
- A do Alex foi para Nevada e a do Reggie em San Diego. Eles finalmente vão ver como estão as coisas. - sorriu, verdadeiramente animado. - Falei para eles que não era a melhor coisa do mundo, apenas ver, mas eu sei o quanto vale a pena.
- Sabe o pior, ? Eu não sei como a banda não apareceu para eles depois desse tempo. Sei que eles são mais velhos e não mexem tanto em internet, mas não sei... É como se algo escondesse isso deles. O show do Orpheum saiu em todos os lugares. Já se passaram 06 meses, já fizemos alguns outros shows e, ainda assim, nada. Nada de aparecer alguém atrás de vocês com alguma história bizarra. Nem mesmo questionam sobre os hologramas.
- Também tenho a sensação de que tem algo escondendo isso. – ele deu de ombros, olhando para o nada. – Mas não sei mais se nossas sensações podem ajudar em algo, porque nada faz sentido mesmo.
- Imagina para mim. – riu, brincando como sempre.
- Você acha estranho ficar sem os dois por aqui? Sinto um vazio. – exagerou, colocando a mão sobre o peito.
- Só não me diga que seu coração vai parar, aí vou sentir que as coisas estão estranhas em um nível completamente mais absurdo que minha banda fantasma. – revirou os olhos e mostrou a língua para , que apenas riu, esticando as pernas na mesa de centro. – Mas confesso que não sei o que fazer sem eles.
- Ei, você ainda tem a mim. Na verdade, você ainda tem muita gente. – lembrou-se, vendo a garota ponderar. – Seu pai deveria estranhar o tempo que você passa sozinha.
- Ele estranharia se eu passasse muito tempo sozinha e ficasse triste por aí. – falou e sorriu, sabendo que fazia sentido. Nos últimos meses, triste era a última coisa que a menina aparentava estar.
- Nick está te fazendo bem no momento em que não está “sozinha”, então. – zombou, vendo a menina lhe mostrar o dedo do meio. – Até eu sou fã do cara, juro. Vocês ficam bonitinhos juntos. – fez uma careta e a garota riu.
- Nick está sendo um ótimo amigo. Ele ainda insiste indiretamente em tentar algo, mas não sei... – respondeu, fugindo do olhar do garoto ao seu lado.
- Achei que você gostasse dele. – falou, curioso.
- Acho que não precisamos entrar nesse assunto, não?
- Ah, , a gente sempre conversa sobre tudo. – ele fez bico, fazendo a menina rir.
- Limites, . – piscou para ele, pensando em como mudar de assunto. – Quando os meninos voltam?
- Fugindo do assunto? Que coisa feia. – zombou, pegando uma almofada e acertando a garota, que se defendeu com o braço.
- Pare de ser implicante. – ela riu, pegando o celular do bolso ao ouvi-lo tocar.
- Olha aí, certeza que é ele. – apontou para o aparelho da garota em mãos enquanto ela lia uma mensagem atentamente. Ela corou e mostrou o dedo do meio para , fazendo-o rir. Ele se esticou até e tomou o celular de sua mão, começando a andar pela garagem.
- “Oi, , como está? Está de pé nosso cinema amanhã? Vi que a Flynn falou que não poderia ir. Espero que ainda queira. Xoxo”. – usou uma voz afinada e balançava os braços conforme falava, fingindo imitar o garoto. – Olha quem tem um encontro. – gritou, gargalhando e correndo, agora que a menina corria atrás dele, envergonhada.
- Eu não tenho um encontro, idiota. – ela o alcançou e tomou seu celular da mão dele, acertando-o com um tapa na cabeça.
- Tudo bem, continue se enganando. – ele mostrou a língua e se sentou no banquinho em frente ao piano, passando o dedo por todas as notas. – Mas agora quero te mostrar algo. – ficou sério, começando a dedilhar uma melodia no instrumento, assustando .
- ? Que música é essa? – perguntou, andando até ele e vendo sua escrita em um papel de caderno. – Você mexeu nas minhas coisas de novo? A gente não combinou que não ia mais fazer isso? – falou alto, respirando fundo.
- Eu estava sem inspiração, eu queria tentar escrever algo. – falou, parando de tocar. – , somos amigos, você não precisa esconder uma letra incrível assim de mim, quero te ajudar a finalizar, já até fiz mais uma parte.
- Essa é uma música pessoal, , eu não queria mexer nela. – confessou, suspirando e pensando como fugir daquele momento.
A música havia aparecido para ela como em um sonho, enquanto estava na escola. A letra traduzia todos os sentimentos que vinham crescendo por desde que haviam se conhecido.
A garota sabia que nunca se aproximariam dessa forma, afinal, ele era feito de ar (?). Agora, eles podiam ao menos tocar um ao outro, mas não seria simples assim abrir seu coração para ele com aquela letra, os dois nunca ficariam juntos e ela tinha completa certeza disso.
- Nick-boo com certeza amaria essa letra, você deveria mostrar para ele. – piscou para amiga, vendo-a rolar os olhos em seguida, nervosa.
- , por favor, pare. – pediu, suspirando e sentando ao lado do garoto para pegar sua folha, encontrando a escrita dele abaixo da sua. – Você mexeu na música? – ele assentiu.
- A letra é realmente boa. Acho que a melodia que escolheu foge um pouco do que cantamos, mas é um ótimo dueto. – voltou a dedilhar a melodia no piano.
- Eu gosto dessa letra. – confessou, soltando o ar que guardava. – Quero ver o que mudou.
- E eu quero ouvir tudo na sua voz. – falou, dando de ombros.
- Hm, os primeiros quatro versos eu imaginei como seus, na verdade. – torceu a boca, fixando o olhar em qualquer outro lugar da sala.
- Então é realmente um dueto? – perguntou, arqueando a sobrancelha. A garota assentiu, engolindo em seco ao lembrar do sonho.
- Step into my world, bittersweet love story about a girl. Shook me to the core, voice like an angel, I've never heard before. cantou quando a garota começara a tocar. Quanto mais ela tentava afastar o sonho idiota da mente, mais ela se lembrava de cada toque e cada olhar daquele momento que nem acontecera. O garoto a encarou, aguardando que ela seguisse para a próxima parte.
- Here in front of me, shining so much brighter than I have ever seen. Life can be so mean, but when he goes I know he doesn't leave. - sorriu, mais para si do que para , que se concentrava em um ponto distante invés de olhá-lo. Ele deu um empurrão em seu braço, fazendo-a olhar para ele, e então a encorajou a seguir, indicando sua letra rabiscada no papel, onde havia alterado algumas palavras do que já havia sido escrito.
- The truth is finally breaking through, two worlds collide when I'm with you... - cantou, ouvindo a acompanhar no trecho, com um sorriso que ela não conseguiu desviar. - Our voices rise and soar so high, we come to life when we're in perfect harmony... - agora não desviava seus olhos do dela, o que captou a atenção da garota, que também não conseguia desviar dessa vez, sentindo-se envolvida pelo momento somado à letra.
- You set me free, you and me together is more than chemistry... - criou no momento, após já ter parado de tocar. Ela pegou a caneta rapidamente, anotando. – Acho que logo sai mais. – ele sorriu para , que o encarava, tão próxima quanto gostariam de estar. Estavam acostumados com aquela troca de olhares intensas que sempre estavam presentes quando cantavam ou compunham juntos, mas, dessa vez, era diferente.
pensava naquela música com todo carinho, pois ela realmente expressava seus sentimentos pelo garoto. Ela não esperava que ele a ajudasse a finalizar e muito menos que a cantariam juntos. Também não esperava como aquilo podia mexer com os sentimentos que tentava guardar a todo custo dentro de si mesma.
- Ficou ótima, não? – falou, tentando quebrar o momento.
- Ainda acho que falta uma parte no meio, antes do que eu havia escrito. – sorriu.
Já havia pensado perfeitamente na próxima parte da letra que encaixaria ali, mas não colocara no papel por não saber se seria certo com seus sentimentos. Ao cantar com a garota, teve certeza sobre a música e o motivo dela a ter escondido. Afinal, era o mesmo motivo pelo qual ele havia escolhido esconder mais algumas frases dela naquele momento.
- Acho que a música se tornou mais sua do que minha. – riu, vendo-o concordar com uma balançada de ombros.
- É nossa, como sempre. – piscou para ela, fazendo-a sorrir. Ele voltou para melodia, cantando a última parte anterior e dando continuidade.
- Love me as I am, I’ll hold your music here inside my hands. - ele notou que não anotava, o que o fez rir antes de dar sequência ao que havia pensado. - We say we’re friends, we play pretend, you’re more to me, we’re everything. - suspirou, tentando disfarçar ao misturar suas palavras com as já escritas por . – E então, repetimos “Our voices rise and soar so high, we come to life when we’re...”, refrão novamente, como você colocou.
- Gostei. – falou após alguns longos segundos em silêncio. notou que a garota estava quase cabisbaixa, o que demonstrava seu nervosismo. Não que ele estivesse muito diferente, mas era engraçado ver daquela forma com uma música enquanto eles escreviam. A garota se sentia um livro aberto, mas não percebera o quanto também se tornava um. – Você escreveu mais uma parte, não é? – ele assentiu, mas não voltou a cantar, esperou enquanto a garota lia o papel com suas letra. - Ficou perfeita. – suspirou, sorrindo.
- Tenho uma boa inspiração. – sorriu para ela, vendo-a desviar o olhar. O garoto sempre fazia brincadeiras como aquela, e sempre desviava, com medo de tornar seus sentimentos ainda maiores. – ... – ele tocou a mão dela por cima das teclas. – Nada. – ele suspirou, desistindo de falar.
- I never knew a love so real me parece um pouco fora do que eu havia pensado. – coçou a cabeça, olhando para o teto.
- Outch. – reclamou, fingindo dor. – Não é porque é algo difícil de acontecer para esse casal, que não seja real e intenso, afinal, é o que a música toda fala. – buscou novamente pelos olhos da menina e aproveitou que ela começava a dedilhar as teclas do piano aleatoriamente para colocar sua mão sobre a dela.
- Eu não disse isso... – se defendeu, afastando seus corpos e se levantando, chacoalhando as mãos.
- Eu sei que é injusto nos sentirmos assim, . Mas não é por isso que devemos não sentir, não é como se fosse possível. – soltou de uma vez, bufando e levantando-se também. – A gente passa todo o tempo do mundo junto, a gente faz de tudo junto. , você já pensou o quanto é importante para mim? Para os meninos também, claro, você nos salvou de enlouquecer nessa coisa toda, você nos devolveu o que mais amamos e ainda ganhamos uma amiga incrível e talentosa. Mas você já pensou o quanto é importante para mim? Você me ensinou a não olhar apenas para mim, para a música e para mim. Eu não consigo me imaginar sem você. Você me fez enfrentar meus problemas, mesmo que eu não tivesse a mínima chance de resolvê-los, você me ensinou a ver tudo de uma forma diferente. E agora... – ele suspirou, caminhando até ela, que estava de costas, apenas respirando fundo. – Agora, eu posso te tocar. Eu posso te abraçar e agradecer por tudo que você fez por mim. – ele segurou a mão da garota, mas logo a soltou novamente, apenas encarando-a quando ela finalmente o olhou. – E ainda assim sinto que não estamos tão próximos quanto poderíamos.
- , não é como se fosse fácil, como vou levar uma vida assim. – ela suspirou, sentindo lágrimas inundarem seus olhos. – Não é justo.
- Também não acho justo. – ele sorriu para ela, se aproximando para secar as lágrimas que escorriam por sua bochecha, sentindo-se eternamente grato que podia fazer isso. – Mas nem tudo é justo realmente, . Eu ficava me perguntando se apenas eu sentia tudo isso, mas quando eu li essa letra, eu soube que você sentia tanto quanto eu.
- Minha mente escreveu essa música sozinha. – confessou, respirando fundo. – Eu sonhei com a música e saí correndo para escrever. Você nunca devia tê-la encontrado. – sorriu, rolando os olhos teatralmente.
- Então talvez você devesse escondê-la, não deixar no lugar em que sempre mexo sem autorização quando estou entediado. – ele deu de ombros, fazendo-a rir. – Eu realmente não sei como as coisas estão, e eu muito menos sei como elas vão ficar, , mas eu acho injusto que a gente não possa aproveitar qualquer tipo de coisa que possamos fazer juntos enquanto estamos juntos. – deu um passo em frente, tomando as mãos de entre as suas. – E isso inclui, pelo menos, sermos capazes de falar um ao outro como nos sentimos.
- Eu nem sei como dizer qualquer coisa a respeito dos meus sentimentos, , sinto que não entendo nada sobre isso. – ela riu nasaladamente, encarando aqueles olhos em que tanto gostava de ser perder.
- Eu acho que já dissemos o suficiente da forma que mais sabemos fazer. – ele usou a cabeça para indicar a folha em cima do piano, vendo-a concordar com um dar de ombros. – Você realmente sente tudo que colocou no papel, tudo que divide comigo quando cantamos juntos? – perguntou, apenas para vê-la sorrir, concordando.
se aproximou dela, pensando que não sabia o que seria após aquele momento, mas que não poderia perder a chance de dividir com tudo que sentia. Então ele grudou seus lábios levemente em um selinho, vendo a garota suspirar após aquele ato, logo sorrindo enquanto dividiam sua bolha particular, como sempre foi.



Fim!



Nota da autora: Olha, eu sei que foi curtinha, mas eu queria MUITO retratar uma cena simples do Luke com essa música. Como ela sonha com a cena, o fandom todo sempre teve esse desejo de ver ele descobrindo sobre e tudo mais, e sobre como o resto da música que não aparece se desenvolveria, então eu senti que precisava acalmar meu coração com essa ideia. Espero MUITO que vocês tenham gostado de sentir isso como eu. Obrigada, Ray, por ter organizado esse ficstape e por ser uma parceira e amiga tão incrível!
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