Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo um

— Dessa vez foi melhor que as outras, não foi, Aluado? — Peter falou sorridente, batendo na minha perna sem nenhuma delicadeza.

Deixei escapar um gemido de dor e o olhei com raiva, observando-o segurar o riso. Mas Peter Pettigrew, um dos meus melhores amigos, tinha toda a razão. Apesar dos machucados e das dores, a última noite de Lua Cheia havia sido consideravelmente boa se comparada às demais. Dessa vez, o que escapou dos meus lábios foi um sorriso travesso. O motivo de ter sido melhor foi por causa dos meus amigos, Sirius Black, James Potter e Peter. Juntos, éramos Os Marotos, e esses infelizes se tornaram animagos apenas para poderem me acompanhar durante minhas transformações. E o que eu era? Um maldito lobisomem.
Eu não me orgulhava de tal título, mas não havia nada que eu pudesse fazer a respeito a não ser aceitar ser assim e ter que passar por isso uma vez por mês. Poder ter meus amigos do meu lado, correndo pela floresta e, inconscientemente, nos divertindo juntos, tornava tudo mais suportável.

— Precisamos ir agora, você vai ficar bem? — James falou ao meu lado e, diferente de Sirius, não ousou me tocar, apenas ajeitou minhas cobertas.
— Isso, abandonem seu pobre amigo, vão lá com a Lilian e a Rosalyn! — dramatizei, recebendo uma gargalhada em resposta de ambos os garotos.
— Se quiser, eu posso ficar — Peter falou, dando de ombros. — Não tenho namorada mesmo…
— Estou brincando, podem ir, eu sobrevivo sem vocês.
— Sobrevive o caralho — Black falou risonho, levantando-se da cama e bagunçando meus cabelos. — Até amanhã, Aluado.
— Até… — respondi, vendo-os sair da Ala Hospitalar de Hogwarts.

Soltei um longo suspiro, encarando o teto branco do lugar. Eu seria um babaca ingrato se falasse que era solitário, tendo os três garotos ao meu lado o tempo todo. Mas ver Sirius e James com suas respectivas namoradas e Peter sumindo o tempo todo com outros amigos fazia eu me sentir, sim, um pouco solitário. Eles eram tudo o que eu tinha, mas eles tinham outras pessoas e eu não era egoísta de segurá-los comigo.
Eu queria alguém. Uma pessoa que me amasse por inteiro, uma pessoa que me conhecesse por completo e me aceitasse como sou. Sendo um lobisomem? Isso era impossível. Eu já havia dado alguns beijos na vida e nada mais. Eu mesmo erguia meus muros e não deixava ninguém se aproximar o suficiente para algo mais profundo. Resultado: meus amigos tinham suas namoradas e eu tinha… eu mesmo. Como mudar isso? Eu sempre me perguntava, cada vez mais frequentemente, e não chegava a conclusão nenhuma.
Minha atenção foi tomada quando a porta da Ala Hospitalar se escancarou e Rúbeo Hagrid entrou apressado com uma pessoa nos braços e Alvo Dumbledore em seu encalço. Madame Pomfrey, com toda sua agilidade, correu para o leito onde estavam.

— Ponha ela aqui — a mulher indicou um dos leitos ao lado do meu.

Me sentei com cuidado, tentando observar a cena com mais atenção. Os três cercavam a cama onde uma garota que, coberta de sangue e cortes por todo o corpo, parecia ser uma das alunas da escola. Ela se contorcia e gemia alto, quase gritava, tendo que ser contida por Hagrid e Dumbledore. É claro que me flagraram e, novamente ágil, Pomfrey fechou as cortinas do leito vizinho, cobrindo toda minha visão. Frustrado, apurei meus ouvidos e tentei enxergar algo pela fina fresta na cortina azul.

— Na Floresta Proibida? Tem certeza? — Pomfrey murmurou para o diretor e eu não consegui ouvir sua resposta. — Pelas barbas de Merlin, Alvo! Tão próximo das crianças!
— Já estamos cuidando disso, Papoula — ele respondeu com sua voz grave.

Houve um momento de silêncio entre eles onde era possível apenas ouvir Madame Pomfrey fazendo sua mágica, literalmente. Os feitiços que ela sussurrava eram estranhamente familiares para mim. Mas por mais que eu apurasse os ouvidos, não conseguia entender com clareza.

— Ela ficará bem — Pomfrey finalmente falou, e pude ouvir os dois homens suspirarem alto. — Entretanto…
— Ela se tornará… aquilo? — Hagrid perguntou, aflito.

Meu coração acelerou mais ainda. Se eles estavam falando do que eu acho que estavam falando, se o motivo pelo qual ela se contorcia e gritava de dor fora o mesmo que me fez contorcer e gritar quando eu era criança, então…

— Temo que sim — Pomfrey respondeu com lástima. — Ela será uma lobisomem.


Capítulo dois

Fiquei encarando o teto agora escuro da Ala Hospitalar pelo que pareceram horas. Eu não conseguia dormir pensando na garota na cama ao lado. Como raios ela havia sido transformada? Em todos esses anos estudando em Hogwarts, eu nunca imaginei que teriam outros como eu ou que… ele estivesse por perto.
O medo me fez levantar e sentar na cama, levemente atordoado. O vento lá fora parecia me provocar e bom, estava dando certo. Um arrepio percorreu meu corpo inteiro. Sai do leito e caminhei descalço até a cama do lado, tentando respirar o mais devagar possível. A garota dormia profundamente, mas seu rosto parecia ainda estar retorcido em dor. Ela não estava relaxada apesar de estar adormecida. Uma faixa cobria os machucados no braço esquerdo e me fez imaginar o que a pobre garota deveria ter passado naquela noite. E que tolice ir à Floresta Proibida sozinha no meio da noite. Por Merlin, ela tem esse nome por um motivo!
Seu belo rosto estava cheio de arranhões. Minha mão formigou de vontade em tocá-la, mas me contive. Eu a conhecia, algo em meu cérebro me dizia que eu já a vi pelos corredores e que ela era da Lufa-Lufa. Ou seria Corvinal…? Minha maldita mania de andar de cabeça baixa, tentando ser o mais invisível possível (o que era bem difícil sendo um dos Marotos).
Como minha memória havia decidido não colaborar, voltei a me deitar na cama. Eu ainda tinha um mês para minha próxima transformação, mas a garota devia passar pela dolorosa e confusa primeira transformação em alguns dias. Para conseguir pegar no sono, fiquei pensando em como eu poderia ajudá-la. Conversaria com ela no dia seguinte.
Ou pelo menos foi o que eu pensei. Quando Madame Pomfrey me acordou, ela havia ido embora. Ao invés da garota, quem estava sentado na cama era Sirius, que sorriu largo ao me ver acordar.

— Você está ótimo, Aluado! Novinho em folha — ele falou, saltando da cama e se aproximando. — Café da manhã? Você deve estar faminto.

E eu realmente estava. A mesa repleta de comidas típicas de café da manhã emanava um cheiro maravilhoso que fez minha barriga resmungar feliz. Enquanto eu devorava as panquecas e o chocolate quente, fiquei observando os rostos nas mesas das outras casas. Não reconheci nenhum deles, nem mesmo na mesa da Grifinória. Eu estava começando a pensar que tudo havia sido um sonho quando a Professora McGonagall se aproximou e me chamou.

— O diretor gostaria de falar com você antes do início das aulas, Remus.
— O que eu fiz? — A questionei com a boca cheia de comida.
— Tenha modos! — Minerva ralhou e eu encolhi os ombros enquanto meus amigos gargalhavam. — Ele não entrou em detalhes, apenas me acompanhe, sim?

Engoli a comida que desceu garganta abaixo apertada pelo medo, quase me engasgando. Com meus amigos me desejando boa sorte e dizendo que “foi ótimo ter me conhecido”, eu me levantei e segui McGonagall em silêncio até a porta na sala do diretor Alvo Dumbledore. Sim, Dumbledore era um homem adorável e muito, muito paciente, diga-se de passagem. Eu não fazia ideia porque o homem não havia nos expulsado ainda. Contudo, ele me fazia tremer de medo, pois era um dos maiores bruxos da época. Ele poderia estalar os dedos e fazer Hogwarts inteira virar cinzas, mas jamais faria isso pois seu coração era muito bom.
Digo isso porque ele me manteve aqui mesmo sabendo a aberração que eu era e mais que isso, Alvo Dumbledore me ajudava muito nessa questão. Então não foi surpresa nenhuma quando entrei em sua sala magnífica e encontrei a garota sentada de frente para ele com a cabeça entre as mãos e os ombros tremendo por causa do choro. Minerva me deixou ali e foi embora, sem delongas, e Dumbledore pediu para que eu sentasse ao lado da garota. Sem tirar os olhos dela, eu o obedeci e esperei sua explicação.

— Remus, esta é Davies, nossa aluna do sétimo ano da Lufa-Lufa.

Sabia!, eu pensei, mas mantive o pensamento para mim e como resposta, eu apenas assenti.

, querida — ele a chamou e não obteve nenhuma resposta. — Este é Remus Lupin, o garoto que eu te falei agora pouco.

Ele falou de mim? Por que eu era pauta do assunto deles? Merda, isso significava que sim, ela seria uma lobisomem e agora mais uma pessoa conhecia meu segredo. Me remexi desconfortável na cadeira, pigarreando.

— Senhor, com todo respeito, mas… Por que me chamou aqui? — eu perguntei, decidindo usar a estratégia de me fazer de desentendido.

Dumbledore suspirou antes de começar a explicação.

— Ontem à noite, por um motivo ainda desconhecido — ele olhou para a garota que agora já havia tirado as mãos do rosto —, foi para a Floresta Proibida e acabou sendo atacada por um lobisomem.

Um desespero tomou conta de mim. E se ele me chamou ali pois achava que eu havia feito aquilo com ela? Céus, eu estava ferrado!

— Senhor, eu juro que não fui eu! Eu posso provar, se preci…
— Eu sei, Remus, acalme-se — Alvo falou com seu tom calmo, retirando os óculos meia lua. — Pelo pouco que lembra, o horário em que ela estava na floresta, você já estava sobre os cuidados da Madame Pomfrey.
— Mas, então…

Meu raciocínio me levou a uma resposta que eu não queria que estivesse certa. Se não havia sido eu, o que obviamente não foi, então só poderia ter sido…

— Acredito que Fenrir Grayback a atacou — Dumbledore concluiu meus pensamentos como se tivesse lido. Eu estremeci.
— Não pode ser — eu falei, uma risada nervosa saindo em seguida. — Deve ter outros…
— Não tão determinado e cruel quanto ele — Dumbledore retrucou, observando que voltara a chorar baixinho. — E eu temo que ele não tenha feito isso apenas por diversão. Acredito que ele queira montar um exército. Hagrid, com a ajuda dos centauros, procuraram por toda a floresta e não encontraram nada, mas ele voltará para pegá-la.

Olhei para a lufana e meu coração se apertou. Ela era nova demais, bonita demais, para ter sua vida arruinada dessa forma. Como a minha foi há muitos anos, pela mesma criatura. Ah, como eu queria matar o desgraçado que fez isso com a gente.

— Ela vai… — Eu comecei a pergunta, mas não soube como terminar. Entretanto, Dumbledore entendeu minha dúvida.
— Acredito que sim — ele respondeu com lástima e a garota chorou um pouco mais alto. O diretor então se levantou e postou-se ao lado dela, acariciando seus ombros. — precisará da sua ajuda, Remus. Ninguém melhor que você para entender o que ela vai passar, nem mesmo os meus conhecimentos são tão adequados quanto os seus.
— M-mas diretor, eu não… Como eu…?
— Apenas tire as dúvidas dela, ajude o processo ser menos traumático, esteja lá por ela e faça o que estiver ao seu alcance, Lupin. Eu confio em você.

Engoli em seco. Aquela era uma responsabilidade e tanto. A vida daquela garota que eu mal conhecia até hoje dependia de mim e dos meus conhecimentos e experiência. Dumbledore me conhece, ele sabe bem que sou responsável, mas me confiar tamanho papel era loucura demais até para ele.

— O professor Horace Slughorn irá ajudá-los com o preparo da poção para amenizar os danos na lua cheia — disse Dumbledore, caminhando até mim. — Posso contar com você?

Não havia como negar. Sendo assim, eu assenti e um sorriso satisfeito surgiu no rosto do homem.

— Por hora, gostaria que você apenas a acompanhasse até a Sala Comunal da Lufa-Lufa. — O mais velho continuou, indo até a porta seguido por mim e por . — Tire o dia para descansar, . Se precisar de algo, estarei aqui.
— Obrigada, senhor — eu a ouvi responder. Sua voz era fraca, contudo, tinha certa firmeza que me impressionou.

Assim que Dumbledore fechou a porta, nós dois começamos nosso caminho para a Sala Comunal. Durante o percurso, observei a garota com mais atenção. Seu rosto ainda tinha arranhões, seu braço ainda estava enfaixado e ela parecia mancar enquanto andava. Contudo, seu rosto permaneceu erguido e seu andar era determinado. Uma das vantagens de toda essa merda de lobisomem é que nossa recuperação era mais rápida que o normal se repousarmos e, claro, algumas poções da Madame Pomfrey ajudavam ainda mais.
Porém, havia algo que não era mágico e curava os machucados de dentro, os machucados do coração e da cabeça que ficavam ferrados demais depois de um trauma tão grande. O chocolate era mais eficaz que muitas poções e feitiços para diversas coisas, mas os bruxos não o valorizavam tanto assim.

— Aceita? — eu a ofereci um pedaço do doce quando paramos em frente à porta de madeira.

Ela negou, cruzou os braços e encarou a porta, claramente incomodada. Eu não sabia muito bem o que fazer, Dumbledore havia apenas jogado a responsabilidade para o meu colo e me deixado completamente perdido.

— Olha, estou tão perdido quanto você — falei, apoiando-me na parede. — Não sei mesmo o que Dumbledore espera que eu faça, mas o que eu sei é que não será nada fácil e você vai precisar de ajuda.

continuou em silêncio, apenas me encarando. De repente ela se mexeu e bateu com a varinha de forma ritmada nos barris ao lado da porta, fazendo a mesma se abrir. Curioso, dei uma espiada na Sala Comunal da Lufa-Lufa antes da garota se colocar na minha frente.

— Obrigada, mas não precisarei de ajuda — ela disse com um sorriso doce.
— Oh, acredite, você vai precisar — falei com convicção antes de ela fechar a porta na minha cara.


Capítulo três

Passei a noite inteira pensando em como ajudaria a tal com sua primeira transformação. Eu lembro da minha como se tivesse acontecido ontem. Um calafrio passava pela minha espinha sempre que eu recordava. A dor por todo o corpo, a sensação da pele rasgando, a confusão mental… Aquilo tudo era demais para uma pessoa só, e eu sabia do que estava falando. Eu mesmo tive que enfrentar tudo sozinho. Definitivamente eu não a deixaria enfrentar isso sozinha.
E foi com essa motivação que, no dia seguinte, a encontrei ao fim das aulas para verificar como ela estava. Seu rosto cansado tornou-se confuso ao me ver esperando do lado de fora da sala do professor Flitwick.

— Olá, .
— Oi… Remus, né?
— Isso — respondi com um sorriso tímido. — Como está hoje?
— Ótima — ela falou e pude perceber sua convicção vacilar. — Inclusive, eu quero agradecer, mas eu realmente não vou precisar da sua ajuda. Eu não vou me transformar.
— Ah, jura? — Levantei as sobrancelhas, impressionado. — Como sabe?
— Apenas sei — ela respondeu e, sem esperar por mim, começou a andar. Me apressei em acompanhar seus passos. — Se eu não quiser, não irei e pronto.
— Infelizmente, querida , as coisas não funcionam bem assim — eu falei com um sorriso convencido no rosto. A lufana parou de andar na mesma hora.
? — ela me questionou risonha. — Isso era para ser um apelido?
— Sim, gostou?
— Não — ela falou sincera.
— Ótimo, então será — retruquei e ela revirou os olhos, voltando a caminhar. — Escute o que estou dizendo, você irá se transformar pelo menos uma vez antes da Lua Cheia e…
— Pode falar mais baixo? — ela pediu em um sussurro, olhando para os lados. — Escuta, Lupin, eu agradeço novamente, mas eu realmente acredito que nada vai acontecer comigo, meu braço já está bem melhor.
— Você vai me dizer que não está sentindo calafrios? Não sente sua temperatura aumentar e mesmo assim, sente frio? — Eu me aproximei dela que me olhava com certo pavor. — Não sente dor no corpo como se fosse em seus ossos?

Davies engoliu em seco, passando as mãos nos braços expostos. Ela nem ao menos tentou negar, pois seu rosto entregou que ela sentia tudo aquilo. Seus olhos de repente se encheram de lágrimas e seu belo rosto ficou mais triste.

— Eu sei de tudo isso porque eu já estive no seu lugar, . Eu só quero te ajudar — eu falei, segurando sua mão. Ela olhou o ato com surpresa, mas não se afastou. — E se realmente nada acontecer com você, pelo menos você vai ganhar um amigo.

Mesmo chorando, a garota sorriu e secou as lágrimas, assentindo.

— É tão ruim assim? — ela perguntou. — Como acontece?

Com um sorriso, eu a encaminhei para a biblioteca, separei os melhores livros sobre o tema e passei o resto da noite tirando suas dúvidas sobre como era ser um lobisomem. Ela me questionou, chorou, questionou mais um pouco e quando saímos de lá, ela já havia aceitado o seu destino e a minha ajuda.
E os dois dias seguintes foram da mesma forma, nos encontrávamos sempre que possível, eu explicava tudo o que sabia para ela, descobrimos novas coisas juntos e fizemos uma poção com Slughorn para amenizar os danos no corpo da garota. Contudo, parecia estar cada vez mais ansiosa enquanto a tal transformação não acontecia. Eu podia sentir sua agonia, e me deixava frustrado por não poder fazer muito mais por ela.

— Não acredito que o Aluado tem uma namorada! — Peter falou, sentando-se no chão para jogar snap explosivo com Sirius.
— Ela não é minha namorada — resmunguei, sem tirar os olhos do livro que estava lendo.
— Bem que podia ser, né? — Lily intrometeu-se, sentando no colo de James na poltrona ao lado da minha. — é linda e eu sinto falta de ter uma menina no grupo.
— Rosalyn é o que, um garoto!? — Sirius reclamou, começando o jogo.
— Não, e eu a adoro, mas ela só tem olhos para você quando estamos juntos — Evans retrucou, dando um beijo na bochecha do namorado.
— Lilly está certa — Pontas entrou na conversa. — Bem que você poderia chamá-la para sair, Aluado.
— Eu estou apenas ajudando a garota, nada além disso.
— Vamos fingir que não vemos você voltar todo sorridente toda vez que encontra com ela — Sirius falou, concentrado.
— E que não ouvimos você falar o nome dela durante a noite — Peter completou, também concentrado quando uma das cartas explodiu, assustando-o. Fechei o livro e o olhei assustado.
— E-eu falei o nome dela? — perguntei e os três garotos assentiram.

Eu havia tido alguns sonhos com ela, sonhos em que nosso fardo não existia e podíamos correr livres na Lua Cheia sem nos preocupar com nada. Mas não pensei que os sonhos escapavam pela minha boca, aquilo era constrangedor demais.

— Mas foram só alguns sonhos, nada demais — resmunguei, voltando a ler o livro agora sem concentração alguma.
— Sabe o que eu acho? Devíamos dar uma festa — James se pronunciou e Sirius concordou na mesma hora.
— Nem pensar! — Lily protestou. — Vocês passaram uma semana de detenção depois da última.
— Mas agora é por um ótimo motivo — Pontas falou, recebendo a atenção de todos. — Seria uma ótima chance do Aluado sair com a garota.
— Mas que merda… — resmunguei, desistindo de ler o livro. — Está bem, onde e quando?

Sirius e James trocaram um sorriso cúmplice. Nada de bom vinha daquela troca de sorrisos entre os dois.


Capítulo quatro

— Uma festa? — perguntou em um sussurro enquanto fazia anotações.

Estávamos na aula de História da Magia, a única que tínhamos juntos, e começamos a sentar juntos desde que comecei a ajudá-la. Sirius não gostou nada de eu ter sentado longe dele, mas nos olhava com um sorriso malicioso, esperando que eu a convidasse para a festa que ele, James e Peter estavam organizando. Eu a convidei, e agora minhas mãos suavam de tão nervoso que eu estava.

— Sim, na Comunal da Grifinória — eu respondi baixo, observando-a com receio.
— Não acho que seja boa ideia — ela falou, sem desviar os olhos do professor Binns. — Se passaram três dias, aquilo pode acontecer a qualquer momento.

Meus ombros caíram em decepção. Ela tinha toda a razão, uma festa no momento era incabível. Entretanto, a ideia de sair com ela já havia me contaminado e eu não poderia deixar de ficar chateado e tentar pensar em como convencê-la a ir ou, caso ela realmente não fosse à festa, como ele poderia passar um tempo com ela.
No caminho para a Comunal da Lufa-Lufa, estava mais falante do que nunca, tentando tirar o máximo de dúvidas que ainda restavam em sua cabeça. Porém, não resisti em insistir novamente para que ela fosse na festa.

— Vai ser bom para distraí-la — eu insisti com um sorriso amarelo. — Relaxar é essencial.
— Ah, é? Não vi nada disso nos livros — ela retrucou, cruzando os braços e erguendo as sobrancelhas.
— Experiência própria — respondi, ainda sustentando um sorriso. Ela me olhou com desconfiança, mas deixou escapar uma risada.
— Está bem, Remus Lupin, te encontro mais tarde — falou antes de beijar minha bochecha e fechar a porta na minha cara como sempre fazia.

Resisti à vontade de sair pulando animado pelo corredor, mas não escondi o sorriso largo que surgiu em meu rosto. era adorável e havia sido uma surpresa maravilhosa em minha vida. Eu estava apegado demais na garota e bom, não posso negar, ela fazia meu coração errar algumas batidas.
Meus pensamentos estavam longe quando cheguei na Torre da Grifinória. Antes de entrar, porém, não deixei de reparar no garoto parado perto da porta. Seu uniforme entregava que ele era da Lufa-Lufa, mas seu rosto não era conhecido. Então eu ia apenas passar reto, se ele não tivesse se metido na minha frente. Desviei os olhos e tentei sair da sua frente, mas ele me impediu.

— Você é o Remus Lupin?
— Depende — eu respondi, levantando a cabeça para encará-lo. — Se ele tiver feito algo errado então não, não sou eu, mas se ele…

O garoto não me deixou terminar, apenas desferiu um soco contra meu rosto. Cambaleei para trás sem entender nada daquela agressão gratuita. O lufano agarrou minhas vestes e me obrigou a encará-lo.

— Fique longe da Davies — ele murmurou com certa raiva. — Este é nosso primeiro aviso.
— Quem é você?
— Não te interessa — ele retrucou, me empurrando para longe.
— Que porra é essa? — ouvi Sirius atrás de mim se aproximando com Peter ao seu lado.

O garoto saiu correndo sem olhar para trás enquanto meus amigos me acudiam. Eu podia sentir meu lábio começar a inchar. Olhei na direção em que o garoto fugiu, ainda tentando entender tudo.

— Você está bem, Aluado? — Almofadinhas perguntou, observando meu rosto. — Quem era aquele louco?

Dei de ombros, mas Peter falou:

— Daniel Caillout da Lufa-Lufa. — Ele olhou na direção que o garoto sumiu. — Ele é do sexto ano.
— Por que raios ele te bateu? — Sirius me questionou e, novamente, dei de ombros.
— Ele me mandou ficar longe da — falei com chateação. — Eu não sabia que ela namorava…
— E não namora — Peter falou quando entramos na Comunal.
— Como você sabe tanto? — Sirius o questionou, mas não esperou realmente por uma resposta. — Ele deve estar com ciúmes, só isso. Agora vai colocar um gelo nisso, Aluado, temos uma festa para organizar.


Capítulo cinco

O que Sirius e James falaram que seria uma “festa apenas para alguns convidados” se tornou o que sempre se tornava. Era quase impossível andar pela Comunal da Grifinória sem esbarrar em alguém e derrubar algumas bebidas. Peter era o responsável da vez em recepcionar os convidados para deixá-los entrar, e eu acho que ele não estava tendo muito controle aos nomes da lista que deixamos com ele.

— Você não acha que saiu um pouco do controle? — perguntei com preocupação para James que sorria com charme para quem passasse por ele.
— Não, está ótimo — ele respondeu, dando um tapinha em meu ombro. — Onde está a tal ? Quero conhecê-la.
— Ainda não chegou — respondi com desânimo. — Acho que ela não vai vir.
— Claro que vai — ele falou com uma careta.
— Relaxa, Aluado querido, ela já está aqui — Rosalyn se aproximou e intrometeu-se, apontando para a porta onde atravessava, apertando seu casaco como se sua vida dependesse disso.

Ignorei as provocações de Pontas e andei apressado até ela, recepcionando-a com um copo de whisky de fogo. A garota virou a bebida de uma vez, fazendo uma careta adorável. sorriu envergonhada, seu rosto tomando um tom vermelho.

— Estou feliz que tenha vindo — eu falei alto na tentativa de ser ouvido acima da música alta.
— E eu estou feliz de ter vindo — ela respondeu, apertando mais o casaco. — Desculpa, estou com muito frio.

Levei minha mão ao seu rosto, sentindo o quão quente ela estava.

— Você está queimando em febre, .
— Mas eu não me sinto febril — ela falou, levemente confusa.
— Está com dor?
— Não, nadinha — ela respondeu, mexendo os braços e o pescoço.
— Bom, menos mal — falei, dando de ombros. — Não acho que acontecerá hoje, o que acha de se esquentar enquanto dançamos?

sorriu e assentiu, me seguindo para a pista de dança. Apresentei meus amigos a ela, aguentei a vergonha que eles me fizeram passar e finalmente começamos a aproveitar a noite, dançando todos os tipos de música que Almofadinhas fazia tocar em sua vitrola encantada. Eu quis matá-lo quando ele colocou uma música sobre lobos, mas pareceu adorar a piada. Apenas por isso meu amigo não levou um belo soco no rosto.
A vontade me fez lembrar do que aconteceu mais cedo comigo. Quando uma música mais lenta começou a tocar, aproveitei para tocar no assunto com . Eu não queria acabar com o clima, mas a curiosidade falou mais alto.

— Por acaso você conhece um tal de Daniel Caillout?

parou de se mexer na mesma hora, me olhando confusa e assustada. Seu corpo ficou tenso e ela desviou os olhos. Sua reação foi estranha demais.

— O que tem ele? — ela me perguntou, voltando a dançar, mas ainda sem me olhar.
— Bom, ele simplesmente me socou há algumas horas — falei, apontando para o meu lábio ainda machucado. arregalou os olhos, impressionada.
— Céus, Remus, ele fez isso com você? — ela falou, segurando meu rosto. Agradeci pelo local estar mais escuro que o normal, pois minhas bochechas esquentaram na mesma hora.
— Fez, e me pediu para ficar longe de você.
— E o que você fez?
— Nada — dei de ombros, vendo-a arregalar os olhos, incrédula. — Ele fugiu quando Sirius e Peter apareceram. Mas eu não faria nada de qualquer jeito, inclusive ficar longe de você, nem pensar!

sorriu, dessa vez não tão confiante como as outras. Mas era um sorriso verdadeiro, daqueles que faziam as borboletas em meu estômago se revirarem animadas. Ela entrelaçou seus braços em meu pescoço e me puxou para mais perto, mas seus lábios foram em direção ao meu ouvido, e uma pontada de frustração me atingiu.

— Obrigada por tudo o que tem feito — ela falou, depositando um beijo em minha bochecha.

Então finalmente seus lábios traçaram o caminho que eu tanto desejei. E, por Godric, como eram macios e como se encaixavam perfeitamente aos meus. O beijo calmo se intensificou quando ela permitiu que minha língua explorasse sua boca perfeita, assim como a dela fez na minha. Eu me sentia no céu, sem volta para a Terra, e finalmente entendi todas as baboseiras de amor que James e Sirius tanto falavam. Eu estava completamente rendido pela garota em meus braços e eu queria mais.

— Quero te mostrar um lugar — falei quando, infelizmente, interrompemos o beijo. — Será útil para você também.

Aproveitando a distração dos convidados, guiei para fora da Torre e segui com ela, tomando cuidado e usando algumas passagens secretas, para fora do castelo sem que ninguém nos pegasse. O frio do lado de fora era mais forte e senti dó de que se encolheu mais ainda em meus braços. Me separei dela apenas para encostar em um tronco específico do Salgueiro Lutador e pedi para que a mesma se aproximasse. Ela parecia confusa, porém, não me questionou nem uma vez. Isso me deu um certo tipo de satisfação, pois me fez perceber o quanto ela já confiava em mim. Com cuidado, eu a guiei pela estreita e comprida passagem subterrânea até chegar na famosa Casa dos Gritos. A aparência da casa definitivamente não era das melhores por fora, mas ele e seus amigos deram um jeito de ela estar bem arrumada por dentro.

— Dumbledore a construiu para que eu pudesse passar as noites de lua cheia aqui, sem colocar a mim ou aos meus colegas em risco — eu expliquei quando chegamos ao último cômodo, o único quarto da casa. — Isso foi antes dos meninos me ajudarem, é claro.
— Como eles te ajudam? — ela me perguntou, sentando-se na cama velha no centro do espaço.
— Bom… Esse vai ser um segredo que eu preciso muito que você não conte a ninguém — eu falei, sentando-me ao seu lado e olhando fundo nos seus olhos.
— Não contarei a ninguém — ela falou, sua promessa era visível em seus olhos.
— Eles são animagos — confessei e a vi arregalar os olhos. — Ninguém pode saber pois fizeram todo o processo sozinhos e não são registrados.
— Minha nossa…
— Eles se tornaram bruxos animagos apenas para poderem me acompanhar durante o tempo de transformação — contei com um sorriso sincero no rosto.
— Até mesmo Lily?
— Ah, não, Lily é apenas uma bruxa — eu neguei aos risos. — Alguém tem que ser normal neste grupo.

riu, mesmo ainda aparentando nervosismo. Ela passou uma de suas mãos pelos meus cabelos, depois desceu pelo meu rosto e contornou minhas cicatrizes com uma curiosidade e atenção enormes.

— Você fez isso com você mesmo?
— É, às vezes acontece… — confessei, dando de ombros. Coloquei uma mexa de seu cabelo atrás da orelha e acariciei sua bochecha. — Nosso dever é fazer com que esses danos sejam menores em você. Confia em mim, dará certo. Você não está sozinha.

Em resposta, a garota selou seus lábios nos meus em um beijo mais urgente que o primeiro. Suas mãos gentis se encaixaram em meus cabelos e faziam um carinho delicioso naquele local. Eu nem sabia o que fazer com minhas mãos tamanha era a euforia que eu sentia no momento.
Então, sem aviso prévio, subiu no meu colo, seu vestido subiu perigosamente pelas suas coxas grossas e eu não resisti, levei minhas mãos até sua pele macia e ajudei o tecido a subir mais. A lufana não me impediu. Como incentivo, ela rebolou em meu colo, o que me fez ofegar com ela. Seu ritmo se intensificava junto ao nosso beijo, minhas mãos agora apertavam sua cintura e a estimulava a continuar, movendo-se no volume desconfortável em minha calça. Eu estava ofegante e impaciente, precisava me livrar daquelas peças de roupa imediatamente. Mas quem tomou a iniciativa foi que com um olhar sedutor que me fazia estremecer, desceu as mãos até meu cinto e o tirou com facilidade.
Enquanto suas mãos abriam minha calça e me tocava por cima da cueca, eu me apressei em tirar minha camiseta branca e, sem cerimônia, subir ainda mais o seu vestido. Separei nossos lábios por um momento para que eu pudesse admirar seu belo corpo arrepiado e nu iluminado pela fraca luz que entrava pelas janelas. Minhas mãos foram das curvas de sua cintura até sua barriga, depois subiram para seus fartos e deliciosos seios que preencheram minhas mãos como se tivessem sido feitos sob medida. Ela arqueou as costas e puxou meu rosto para perto, gemendo baixinho quando minha boca encontrou seus mamilos rígidos e perfeitos. Minha língua sentia o sabor de sua pele pela primeira vez e eu já estava viciado nela.
começou a rebolar novamente, agora apenas de calcinha, o que era uma tortura maior ainda. Inverti as posições sem me afastar dela, ainda dando aos seus seios toda a atenção possível, e fiquei por cima dela. Com sua ajuda, me livrei de sua última peça e depois, da minha.
Meus dedos dedilharam seu corpo até chegar no espaço quente entre suas pernas, fazendo-a gemer alto quando meu dedo a tocou pela primeira vez, fazendo movimentos circulares lentos para provocá-la, sentindo-a ficar cada vez mais molhada. Meus lábios agora estavam em seu pescoço, traçando um caminho até seu ouvido para dizer:

— Você é linda — eu sussurrei, deixando meu dedo do meio escorregar para dentro dela e um gemido escapar dos seus lábios. — Tão deliciosa e apertada…
— Remus, por favor — ela choramingou, usando suas pernas para puxar-me para mais perto. Meu membro roçou nela e eu quase perdi o controle.

Minha respiração já estava falhando quando me apoiei na cama e, com cuidado, me introduzi lentamente, juntando-me ao coro de gemidos roucos e altos. Incentivado por ela, comecei a aumentar meus movimentos, fazendo-os cada vez mais rápido e ritmado. Com impressionante habilidade, trocou novamente de posições e ficou por cima, arranhando meu peito já cheio de cicatrizes enquanto tomava conta dos movimentos. Minhas mãos apertavam sua cintura cada vez que ela rebolava com mais vontade e eu já não aguentava mais quando a senti me apertar. Seu corpo começou a tremer, pequenos choques elétricos percorreram seu corpo quando ela soltou um gemido mais alto e sem controle que os outros. A deitei na cama e continuei os movimentos por ela enquanto a mesma se deliciava com seu orgasmo e eu com o meu.
Deixei meu corpo cair ao seu lado enquanto recuperávamos o fôlego. Ainda ofegantes, eu a puxei para um abraço e puxei o lençol velho para nos cobrir. Comecei a mexer em seu cabelo comprido, fechando os olhos e apenas aproveitando seu perfume e os carinhos que a garota fazia em meu peito. Eu estava prestes a pegar no sono quando eu a ouvi falar.

— Não parece tão ruim quando estou com você. Eu me sinto mais preparada para passar pelo que quer que eu vá passar.
— Você é mais forte do que imagina, .

Essa foi a última coisa que me lembro antes de pegar no sono. A garota ao meu lado foi a protagonista do melhor sonho que tive em muito tempo. Mas em algum momento da noite, seus cabelos sedosos saíram das minhas mãos e seu corpo não estava mais junto ao meu. Foi apenas quando me movi que eu senti sua falta. Abri os olhos devagar, tudo ainda estava muito escuro, e não estava ali. Com certo desespero, vesti minhas roupas e tentei procurá-la pelas janelas da casa. Meu coração disparou quando a vi parada entre a casa e o castelo e de frente para Daniel. Desci as escadas correndo, mas, ao invés de seguir em direção a eles, me escondi atrás do Salgueiro. Meu sangue esquentou quando o vi puxar em direção à Floresta Proibida e a garota estava claramente tentando resistir. Eu não aguentei mais e sai do meu esconderijo.

— Solte ela, Caillout.
— Oh, você descobriu meu nome! Cem pontos para a Grifinória! — ele falou com sarcasmo, segurando o braço da garota com força.
— Solte-a agora e ninguém sairá machucado — repeti, empunhando minha varinha. Daniel já estava com a dele em mãos e riu com escárnio quando apontei minha arma para ele.
— Eles estão a chamando, Lupin! É o destino dela, não há nada que você possa fazer.
— Eu posso explodir essa sua cara nojenta, agora solte-a!
— Ah, quero vê-lo tentar, Remus.

A resposta não veio de Daniel e sim da criatura atrás dele. Fenrir Greyback surgiu das sombras da floresta, seu sorriso maléfico me causou arrepios horríveis pelo corpo. Ele se postou ao lado de que se debateu na tentativa de se soltar das mãos de Daniel, partindo ainda mais o meu coração. Eu trinquei os dentes, pronto para atacar. Lancei o Expelliarmus, mas meu medo de acertar me fez errar o alvo. Daniel lançou três azarações que, por sorte, passaram longe de mim.
Impaciente, Greyback veio em minha direção e antes que eu pudesse fugir, agarrou meus cabelos e me puxou de volta.

— Desista, Remus! — ele exclamou, jogando-me no chão com toda a sua força. — Se você não quis se juntar a mim, deixe que ela se junte!
— Só por cima do meu cadáver, Grayback — eu murmurei com raiva.
— Acho adorável você pensar que consegue me derrotar sozinho — ele retrucou, voltando a agarrar meus cabelos.
— Quem disse que ele está sozinho? — ouvi James exclamar ao longe.
Com dificuldade, virei meu rosto para encontrar James, Peter, Sirius e Lily se aproximando com as varinhas em mãos apontadas para a gente. Suas roupas ainda eram as da festa, o que me fez pensar que provavelmente havia acabado de acabar. Sorri triunfante.
Em resposta, Fenrir Greyback me largou novamente para correr em direção ao grupo. Entretanto, James e Sirius foram mais rápidos e se transformaram em sua forma animaga, partindo para cima do lobo. Lily e Peter foram em direção à Daniel e e eu fiz o mesmo, lançando feitiços em Caillout para fazê-lo soltar Davies.
Mas algo na garota havia mudado. Ao cair no chão, estava ofegante e urrava de dor. Suas mãos e braços, assim como os pés e pernas, começaram a crescer e seu corpo a se encher de pelos.

, eu estou aqui! — eu falei, segurando seu rosto retorcido em dor. — Continue comigo, você consegue resistir!

Mas aquilo era uma mentira. Era praticamente impossível resistir à transformação, principalmente à primeira. E eu soube no momento em que seus belos olhos se tornaram de um tom de caramelo claro, quase dourado, e seus dentes tornaram-se afiados e pontudos.
Daniel, que tentava parar de vomitar lesmas, saiu correndo. Eu imaginei que, assim como eu, ele era um lobo que se transformava apenas na Lua Cheia, diferente de Fenrir.

— Lupin, nós temos que ir! — Evans gritou para mim, chamando minha atenção.

Mas ainda se contorcia no chão, sua transformação ainda estava incompleta e eu queria poder ficar para ajudá-la, mesmo sabendo que no momento, eu era uma deliciosa refeição para ela. Então eu a deixei e me afastei procurando James e Sirius que ainda lutavam com um muito ferido Greyback.

— Peter! — eu corri até meu amigo que estava pronto para fugir com Lily. — Se transforme e a leve para longe daqui, não a deixe perto dele, está bem?
— M-mas…
— Avise os meninos! Vai logo!

Com um empurrão, Peter correu em direção à e se transformou. Já eu e Lily corremos de volta ao castelo, uma agonia enorme gritava em meu cérebro.
Então as horas se passaram. Nós dois começamos a arrumar toda a bagunça da festa sem usar magia para nos distrair melhor. Mas a manhã chegou e eles ainda não haviam retornado. Lilian estava tão inquieta quanto eu e quando as sete horas chegaram, não nos aguentamos e corremos para a Ala Hospitalar.
Contudo, antes de chegarem, viram o grupo chegar pelo saguão com Alvo Dumbledore ao lado deles. O corpo frágil de estava nos braços de Rúbeo Hagrid e de onde estavam, não era possível ver o que havia acontecido com ela.

— Como a está? Ela está bem? — disparei em desespero enquanto Lily corria para os braços de James.
— Ela irá ficar assim que Pomfrey cuidar dela — Dumbledore respondeu e sem parar de andar, Hagrid caminhou com a garota para a enfermaria.

O diretor segurou meus ombros, impedindo-me de seguir meus amigos.

— Me desculpe, senhor, eu sei que não devia tê-la deixado sozinha, mas se eu ou Lily ficássemos lá, nós…
— Meu jovem — Dumbledore o interrompeu risonho. — Davies está ótima e tudo graças à sua ajuda. Você não tem que se desculpar por nada!

Eu respirei com todo o alivio do mundo. Saber disso tirava um peso de meus ombros. Agora, durante as próximas transformações, eu poderei estar com ela durante todo o tempo.

— Agora vá ver a sua garota — Dumbledore falou sorrindo e, eufórico, eu corri para a Ala Hospitalar.

Meu coração se aliviou ao ver bem, com os olhos semi abertos e um leve sorriso em minha direção. Seu rosto tinha alguns machucados e seu corpo estava coberto de arranhões, mas ela estava melhor que eu em qualquer Lua Cheia pela qual já passei. Olhando para ela, meu coração se encheu de sentimentos bons. Alívio, felicidade, satisfação, amor. Remus Lupin estava completamente apaixonado e rendido pela garota na sua frente e aquela era a melhor sensação de todas.

— Estou tão aliviado que você está bem — falei, passando a mão por seus cabelos. Ela sorriu o máximo que conseguiu.
— Graças a você, querido - ela respondeu, acariciando minhas mãos. — Obrigada por me salvar.
— Não precisa me agradecer — respondi, beijando sua testa com cuidado. — Não importa quantos lobos estejam atrás de você, eu vou sempre te proteger.

E bom, tenho orgulho de dizer que sim, eu a defendi com unhas, dentes e um pouco de magia




Fim



Nota da autora: Sem nota.



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