Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

I would never lie to you unless you tell me to
Every part of me, all my words to hold
And hold against me, why won't you let it be?

Batucava os dedos no volante rapidamente, acompanhando o ritmo da música, os olhos fechados, balançando-se conforme a música seguia. Fingindo estar em algum show de rock, enquanto cantava junto com Jon Bon Jovi, tão relaxado e concentrado em seu show que chegou a dar um grito assustado quando escutou a batida no vidro da janela, vendo parada ao lado de fora, usando uma jeans escura, botas pretas e um suéter azul, os braços cruzados, encolhidos, tentando protegê-la do frio.
- Hey! – sorriu abrindo a porta do carro.
- Hey! - acenou com a cabeça, dando um passo para trás quando deu um passo para frente, na intenção de beijar-lhe. O tcheco franziu o cenho, um tanto confuso.
- Eu, não posso sair hoje. - avisou rapidamente, coçando a cabeça, encarando o chão por alguns instantes. - Tenho que terminar algumas coisas então…
- Mas… - começou, parecendo chateado, por fim suspirou e concordou com a cabeça. - Se prefere assim…
Tentou aproximar-se novamente, notando-a afastar-se, nem tão sutilmente, de seu abraço.
- Aconteceu alguma coisa?
A inglesa negou com um aceno, cruzando os braços, ainda sem encará-lo.
tentou, novamente, aproximar-se, suspirando frustrado quando ela ela deu-lhe as costas.
- Bem, eu preciso ir. Até segunda.
A mulher deu alguns passos pelo estacionamento, puxando o celular do bolso. O jogador suspirou frustrado, antes de começar a segui-la.
- .
- Alô? - a mulher disse depois de levar o celular a orelha - Eu preciso de um táxi.
- Você não precisa de táxi nenhum, posso te deixar em casa.
- Isso, em frente ao Stamford…
- Alô? Oi, desculpe, pode cancelar o táxi. Obrigado.
- O que você pensa que está fazendo? - perguntou irritada, quando tornou a entregar-lhe seu celular, já desligado.
- Eu quem te pergunto. - cruzou os braços, arqueando a sobrancelha. - Preciso perguntar de novo o motivo de você estar desse jeito?
- Não sei do que está falando. - respondeu cruzando os braços e olhando para o lado, a expressão fechada.
- Jura? - questionou irônico, apontando com a cabeça para a mulher. - Estou há pelo menos uma hora te esperando, agora você diz que não poderemos sair, tudo bem, sem problemas. Mas até o momento você nem mesmo me olhou, e quando tento me aproximar se afasta. Eu estou fedendo, por acaso? O banho depois do jogo não foi suficiente? Eu posso tomar outro e…
- Eu acho que não devemos mais sair.
- … Trocar de roupa, se for esse o problema eu… - interrompeu-se, ao entender o que a inglesa disse em vez baixa - Como é?
- Eu achei que seria melhor inventar uma desculpa qualquer ao invés de dizer que não quero sair com você, mas se prefere assim, então ótimo. - falou mais alto, rápido demais.
O tcheco piscou surpreso, precisando de alguns segundos para entender o que ela dizia, o sotaque britânico mais acentuado que o normal.
- Você não quer mais sair comigo? - repetiu com a voz baixa, o tom surpreso.
- Eu não quero mais sair com você.
- Por que? Eu fiz alguma coisa errada?
A mulher suspirou, passando a mão pelos cabelos soltos. Demorando alguns instantes para encarar-lhe, querendo ter certeza que não fraquearia.
sentia o ar sair de seus pulmões, mas não parecia que voltava para lá. Seu coração estava um tanto acelerado, possivelmente precisava bombear o sangue mais rápido, já que o ar estava faltando.
- Eu só acho que deveríamos parar de nos ver de forma não profissional.
O jogador olhou para baixa por alguns instantes, colocando as mãos no bolso da calça de agasalho do time, mordendo o lábio inferior.
Queria saber o que tinha feito errado, o motivo dela não querer mais sair com ele. Não fazia sentindo em sua opinião, estavam tão bem…
Não se viam o tempo todo, por causa de seus trabalhos, mesmo que ambos trabalhassem no mesmo time, a inglesa ainda tinha o estágio para trabalhar, um TCC para fazer e uma faculdade para concluir.
Ele tinha seus treinos e viagens com o time, além de algumas atividades envolvendo os patrocinadores, mas nada que o impedisse de sair com a mulher, pelo menos, uma vez por semana, normalmente nos finais de semana, depois de um jogo. sempre tinha um dia livre após os jogos, e sempre estava com , nem que fosse para ficar em silêncio em seu quarto, enquanto ela estudava.
- Você está realmente terminando comigo? - perguntou por fim, sua voz saindo mais falha do que imaginava.
- Não estou terminando, , não posso terminar um relacionamento que não temos.
continuou a olhar para baixo, parecendo interessada em admirar suas botas, a verdade é que não conseguia olhá-lo. tinha quase um poder de tornar tudo mais difícil quando ela o encarava. Tinha medo de que, no momento que olhasse em seus olhos , fosse fraquejar e mudar de ideia.
Gostava demais do goleiro, e era exatamente aquele o problema; Achava que era a única com sentimentos envolvidos ali, e não queria continuar daquele jeito. Não queria ficar sofrendo, quando chegasse o momento em que o goleiro se cansasse dela e partisse para outra. Estava decidida a evitar que aquilo acontecesse e, depois de seis meses, achava que já tinha passado da hora de encerrar o que quer que eles tivessem.

Se dependesse dela, estaria gritando aos ventos que os dois estavam juntos, mas parecia que não queria. Nem mesmo a apresentava direito, sempre que se encontravam com alguém fora do time, ele a apresentava da mesma forma “Essa é a , trabalha no ChelseaTV”.
Ele não a apresentava como namorada, ficante, nem mesmo amiga. Era sempre como uma colega de trabalho, e por vezes as pessoas acreditavam que se eles estavam juntos em algum lugar, era para conversar sobre algo do trabalho. Eles não andavam de mãos dadas, não se abraçavam, menos ainda se beijavam em público.
não era o jogador mais famoso do Chelsea, mas tinha uma base grande fãs, principalmente garotas. Por mais que se achasse ridícula por ter ciúmes daquilo, não gostava quando estavam juntos e chegava alguém o abraçando ou beijando-o, deixando um bilhete com um telefone anotado. Era como se ela não estivesse ali, como se fosse invisível. E, nas raras ocasiões que as fãs a notavam, era sempre para pedir que tirasse uma foto de com elas. e não tinham nenhuma foto juntos, sozinhos.
Talvez não se importasse com aquilo, mas para ela era importante essas pequenas demonstrações de afeto em público. Não queria que ele a agarrasse, mas gostaria de poder andar de mãos dadas com ele quando passeavam.
Não era como se não fosse carinhoso, ele era incrível quando estavam sozinhos; a abraçava o tempo todo e sempre acabava dizendo o quanto ela estava bonita, mesmo que vestisse um pijama velho. era o único cara com quem ela já tinha saído que a acordava com um beijo na testa, e dizia que ela era adorável, mesmo com a cara de sono.
Ele fazia café ou chocolate quente quando ela precisava passar a noite acordada, estudando para alguma prova, ou terminando algum trabalho. tinha perdido as contas de quantas vezes ele tinha passado o domingo deitado em sua casa, lendo um livro ou apenas a observando estudar.
Ele era maravilhoso, mas apenas quando estavam sozinhos, e era exatamente aquele o problema. Queria que ele demonstrasse que estavam juntos, ao menos a apresentasse com algum outro título que não fosse a de funcionária do Chelsea.
Sua chefe, Gigi, a pessoa mais observadora que conhecia, só tinha descoberto há duas semanas que eles tinham alguma coisa. não fazia questão de contar, e temia que ele fizesse aquilo, porque não gostava o suficiente dela, talvez não quisesse perder o status de cara solteiro e cobiçado, e reduzir suas chances de transas.
nem mesmo sabia se ela era a única com quem ele vinha saindo nos últimos meses, e, antes que acabasse mais apaixonada pelo jogador, decidiu que estava na hora de encerrar tudo. era ótimo na cama, e ela obviamente iria sentir falta do sexo, mas era melhor passar algum tempo sem sexo, do que continuar apaixonada por alguém que a faria sofrer em breve.
- ... Estamos juntos há meses! – comentou nervosamente, procurando com o olhar alguma resposta, algum sinal que ele não conseguia enxergar.
A repórter cruzou os braços, encarando-o e respondendo um tanto irritada;
- Pois não parece!
Se arrependeu assim que seus olhos encontraram com os dele.
não tinha nenhuma emoção doce ou pura, como ela imaginava que talvez fosse encontrar quando o olhasse nos olhos. parecia duro, fechado.
- Não entendo qual o problema. - disse finalmente, passando a mão pelos cabelos curtos - Achei que estivesse tudo bem... O que deu em você?
- Apenas não quero levar pra frente algo que não tem futuro, por isso acho melhor pararmos por aqui! - replicou entredentes, dando-lhe as costas novamente.
Dessa vez o jogador não a seguir, ficou apenas parado, vendo-a se afastar enquanto processava aquelas palavras.
Era como se Drogba tivesse chutado uma bola com força em sua cara, antes que ele tivesse tempo de levantar os braços para se defender e defender o gol.
Era como se Lampard tivesse cobrado um pênalti e acertado-o na barriga.
Era como se algum torcedor rival tivesse lhe dado uma surra.
Era como Terry chutando a bola e encobrindo-o durante um treino qualquer;
Sentia-se totalmente exposto e ao mesmo tempo fraco, como quando levava um gol em algum lance bobo durante o jogo.
“Algo que não tem futuro!”.

Não sabia dizer o tempo que estava no banho, sentindo apenas a água quente cair sobre seus músculos contraídos.
Mal se lembrava de como tinha conseguido dirigir até sua casa, nem o tempo que demorou a fazê-lo. Ficou um bom tempo dentro de seu carro olhando para o volante depois que a mulher tinha entrado em um táxi, apressada, sem olhá-lo uma segunda vez.
puxou a toalha pendurada ao lado da porta do box transparente, enxugando-se de qualquer jeito e prendendo-a envolta da cintura. Saiu do banheiro com os cabelos pingando, andando descalço pela casa, procurando por algo, que nem ele mesmo sabia o que era.
Quando se deu conta, estava há bons minutos parado em frente a geladeira, olhando para os os produtos que a mesma continha, fechou-a após notar que nada lhe agradava e virou-se para o armário em cima da pia, pegando um pacote de ruffles, voltando para seu quarto e, no caminho, pegando uma garrafa de vinho na adega da sala, antes de subir as escadas e jogar-se em sua cama.

Lambeu os dedos sujos com o sal das batatas, após amassar a embalagem e jogá-la em algum canto do chão, terminando de limpar as mãos na toalha, um tanto solta, envolta de sua cintura. Virou-se para pegar o controle remoto ao lado, ao notar que não estava interessado no filme que passava, e acabou batendo na garrafa de vinho tinto, mal equilibrada entre seus travesseiros, derrubando o restante de seu conteúdo pelo acolchoado branco.
- Zkurvysyn! - xingou alto, levantando-se e puxando a garrafa consigo, deixando-a no chão, enquanto puxava a coberta e os travesseiros, deixando-os embolados no canto. Voltou a deitar-se, encarando o teto branco, admirando-se por ter conseguido estragar tantas coisas em um espaço tão curto de tempo; Levou um gol ridículo no jogo, que resultou em um empate contra o West Ham, teria que jogar fora a roupa de cama manchada de vinho, e tinha levado um pé na bunda da melhor mulher com quem já tinha saído.
- Que sábado de merda.
Levantou-se, finalmente indo procurar uma cueca e uma calça de agasalho em seu guarda-roupas, precisaria buscar algo para jantar, já que seu plano de ir ao restaurante com tinha sido arruinado, e não estava interessado em terminar a noite na cadeia, por atentado ao pudor.
Abriu a segunda porta do armário, puxando a primeira gaveta e retirando uma cueca preta da mesma, esbarrando a mão em uma caixa preta aveludada. Respirou fundo, frustrado, enquanto pegava o objeto, que continha um colar com uma pedra brilhante, da cor azul.
Era o presente de formatura que tinha comprado para , a repórter se formaria em menos de um mês, e, agora, achava aquele um péssimo presente.
Tinha passado semanas procurando por algo, desde que tinha recebido o convite, quase dois meses antes. Comprou o colar quase em um impulso, mas desde então achava que não era um bom presente, e continuava procurando algo melhor.
Passou alguns instantes pensando em uma nova opção, quando se deu conta de algo importante; tinha terminado com ele. não iria mais à formatura.
Grunhiu baixo, frustrado, tornando a guardar o colar.
Teria que cancelar a festa que tinha planejado, cancelaria a reserva no salão de festas de seu condomínio, cancelaria as bebidas e a comida, e precisaria ligar para os amigos avisando que não teria mais festa nenhuma.
Ou talvez tivesse, provavelmente chamaria os amigos para comemorarem com ela, talvez convidasse alguns jogadores também, John e Michael entre eles, mas não convidaria . E o goleiro sabia que Ballack não iria, era seu melhor amigo na Inglaterra, provavelmente não iria na festa da ex de .
Respirou fundo, tornando a fechar os olhos e jogar-se na cama, como chegara àquele ponto?

May cutucou duas vezes a cintura da inglesa, para ter certeza que ela ainda estava viva. Ao ouvi-la murmurar algum xingamento qualquer deu um sorriso dando-se por satisfeita, sua colega de apartamento ainda estava viva e poderiam continuar dividindo as contas, até, pelo menos, o final do mês.
- Já que você ainda está viva, quer chocolate quente?
pensou um pouco, era uma proposta tentadora.
Levantou-se do sofá e seguiu a amiga até a cozinha, sentando-se em uma banqueta, ainda com cara de choro.
- O que aconteceu? Achei que você e zinho estariam juntos uma hora dessas... – comentou distraída, pegando duas xícaras e o chocolate de dentro dos armários.
- Terminei com ele... Bem... Não terminei, mas não vamos mais sair!
- Vocêoquê? - perguntou olhando-a com os olhos arregalados – Por quê?
encostou a cabeça na parede ao seu lado, olhando para qualquer canto que não fosse para sua melhor amiga, sabia o que viria e não estava muito interessada no sermão.
May era a maior shipper de e .
- Ele não gosta de mim, o que mais eu poderia fazer? – comentou em voz baixa, fazendo um bico e olhando para baixo, mimada como uma criança.
A outra piscou duas vezes, talvez tivesse escutado errado, não era possível a amiga ter tamanho retardo sem que ela tivesse se dado conta após tantos anos.
Sentou-se na banqueta em frente a da loira, os braços cruzados sobre a mesa e o mesmo olhar duro que usava quando achava que Marco, seu noivo, estava aprontando.
- Repita, por favor, acho que não entendi direito.
- não gosta de mim. Achei melhor terminar com ele, ou encerrar nossa seja-lá-o-que tínhamos, antes que ele encontrasse alguém melhor e eu acabasse chorando e comendo sorvete sozinha.
- Como exatamente você chegou a essa brilhante conclusão, ?
suspirou, olhando de canto para a amiga.
- Veja você e o Marco, por exemplo, estão juntos desde há época em que os dinossauros habitavam a terra, e todo mundo sempre soube disso. Veja qualquer outro jogador do clube, no momento em que eles encontram alguém, simplesmente largam as noitadas e apresentam para a Inglaterra inteira! – tamborilou os dedos na mesa, nervosa. – Não acha que se realmente gostasse de mim iria me apresentar de outra forma que não fosse como colega de trabalho?
- ...
levantou-se de repente, implorando com o olhar para May deixar o assunto de lado;
- Não faz mais diferença, não é? Acabou.

Don’t you ever say my love, opened up your hurt

deu um grito quando a luz do apartamento apagou-se de repente, devido a chuva forte que caia. Puxou uma almofada para seu colo, agarrando-a com força, e escondendo o rosto da mesma, quando, mais uma vez, uma trovoada alta pode-se ser ouvida.
não se considerava uma pessoa medrosa, mas a ideia de ficar sozinha no escuro, principalmente depois de ter assistido um filme de terror, não lhe agradava, e nunca tinha sido muito fã de trovoadas.
Contava baixinho, esperando que a chuva, aos poucos, fosse parando, mantendo os olhos bem fechados, e a almofada bem segura entre seus braços, abafando cada grito que dava devido aos trovões que continuavam a assustá-la.
Era tão vergonhoso para ela ter seus vinte e quatro anos, e continuar com medo de escuro e trovão, que ela preferia manter aquele segredo muito bem guardado, embora tivessem mais pessoas do que ela gostaria sabendo daquilo.
Em meio a um de seus gritinhos assustados, a campainha tocou, fazendo-a pular em seu lugar.
Quem poderia ser? May tinha saído com Marco, e, mesmo se tivesse voltado, tinha as chaves de casa, não tocaria a campainha.
Quem quer que fosse, não seria boa coisa. Ninguém faria uma visita no meio de uma tempestade daquelas. Esperou que o visitante fosse embora, mas não demorou muito para a campainha tocar mais duas vezes.
- Quem… Quem é? - perguntou com a voz falha, próxima a porta, segurando a almofada como se fosse uma espécie de escudo.
- Sou eu.
Por um momento esqueceu-se de tudo, abrindo a porta rapidamente e pulando no jogador, que acabou dando dois ou três passos para trás, pego de surpresa.
- Você está bem? – perguntou assustado, tentando enxergar algo ou alguém dentro do apartamento.
- Começou a chover forte, acabou a luz e... AiMeuDeus! – gritou quando escutou um novo trovão.
sorriu pequeno, apertando-a contra seus braços, antes de dar passos cambaleantes com a mulher para dentro do apartamento.
- May não está?
- Marco Reus está na cidade.
O goleiro concordou com a cabeça, entendendo o que aquilo significava; Reus jogava na Alemanha, mas sempre que podia vinha para Londres ver a noiva, e quando ele estava na cidade, May passava o final de semana desaparecida.
Ficaram sentados no sofá por alguns instantes, a mulher ainda com os braços envolta do goleiro, tentando distrair-se dos barulhos da chuva, e a respiração calma e compassada de sempre a ajudava.
ficou imóvel, apenas sentindo-a passar os dedos por sua camiseta molhada, parecia incapaz de se mover naquele instante, ou de falar qualquer coisa, com medo de que ela se afastasse.
- Por que você está molhado? - ouviu a voz baixa da mulher questionar curiosa.
riu baixo, achando-se idiota por precisar dizer aquilo.
- Por alguma razão estúpida eu sai correndo na chuva.
virou-se para olhá-lo, notando que o máximo que conseguia enxergar era apenas o vulto do jogador, e então lembrou-se de um fator importante; tinha terminado com o tcheco há menos de vinte e quatro horas.
Ao lembrar-se disso, afastou-se quase involuntariamente, assustada com a própria atitude de tê-lo agarrado sem perceber. sempre parecia um lugar seguro para se estar.
fechou os olhos quando a inglesa afastou-se, respirando fundo e tentando ignorar o nó que formou-se em sua garganta e o peso em seus ombros.
- Por que você veio?

The words don't come out right when you're right in front of me

demorou para responder, e criou várias teorias em sua cabeça, naquele curto espaço de tempo, a que parecia fazer mais sentido em sua cabeça, era a opção que ele estava ali apenas para tentar mais uma noite de sexo; era um domingo frio e chuvoso, e estavam sozinhos. Poderiam encerrar aquele ciclo de maneira amigável, e rolar na cama por pelo menos uma vez. Não era uma opção ruim em sua opinião e, na verdade, odiou-se por isso, mas gostou bastante da opção.
passou a mão pela barba, suspirando cansado. Não tinha dormido direito na última noite, e, agora que estava na frente da mulher, todas as conversas que imaginou em sua cabeça, pareceram sumir.
Queria dizer algo bonito, que a fizesse considerar voltar com ele, mas nada parecia bom. Ele nem mesmo sabia o motivo dela ter terminado. Aquele era o primeiro passo para tentar redimir-se de qualquer erro que tenha tido;
- Eu precisava te ver.
Soprou aquelas quatro palavras antes mesmo de se dar conta.
A mulher fechou os olhos, baixando a cabeça.
- Por que?
ajeitou-se no sofá, respirando fundo enquanto pensava em uma forma de explicar o que sentia. Riu frustrado quando notou que isso não aconteceria, nunca conseguia se expressar como queria na frente dela.
por outro lado, entendeu errado aquela risada.
riu porque passou quase 24 horas pensando na razão da inglesa não querer mais sair com ele, à razão dela achar que eles não teriam um futuro. A conclusão que teve foi que talvez ela não gostasse dele tanto quanto ele gostava dela, mas precisava ter certeza.
Então passou as últimas 4 horas dentro do carro, estacionado na esquina do prédio em que morava, imaginando como poderia chegar nesse assunto, como questioná-la sobre o motivo de não poderem ter um futuro.
Se fosse porque ele tinha feito algo errado, talvez ele pudesse se desculpar, e então eles teriam uma nova chance.
Mas entendeu aquela risada como algo simples e banal, confirmando suas suspeitas dele estar ali apenas para um sexo casual;
“Estava sozinho e pensei em darmos uma rapidinha pelos velhos tempos!”
Ou qualquer outra coisa semelhante e tão insignificante quanto.
Não era isso que ela queria ouvir, embora, novamente, parte de sua mente tivesse muito disposta a aceitar uma última noite com o jogador.
- Você disse que não tivemos nada. Estamos juntos há seis meses, achei que isso significava algo para você também, .
O tom de voz do goleiro era duro e baixo, virou-se para olhá-lo, mesmo que não pudesse de fato enxergá-lo, devido à escuridão.
- Eu quero saber o que te faz achar que não temos um futuro. Eu fiz alguma coisa errada? Ela abaixou a cabeça pensando sobre aquilo, seu cérebro parecia um tanto lerdo para processar todas aquelas informações.
Era como se estivesse falando grego, ou tcheco, ou qualquer outra língua que ela não era capaz de compreender.
- Por que você estava correndo na chuva? – viu-se perguntando poucos segundos depois.
suspirou com a mudança de assunto, talvez ela simplesmente não quisesse mais saber dele, independente do que ele tenha feito e ele estava sendo burro demais por continuar ali.
- Por algum motivo idiota resolvi vir correndo, porque precisava falar com você, saber o que tinha acontecido, mas parece que você não tem as respostas de que preciso! Achei que pudesse ter sido algum mal entendido, mas vejo que você realmente não quer mais sair comigo.
Levantou-se pronto para ir embora, não queria mais parecer tão desesperado, embora fosse esse o sentimento que se apossasse de seu corpo naquele momento: desespero.
Não a veria acordando pela manhã, com o cabelo bagunçado.
Ela não o empurraria para o lado quando ele começasse a beijá-la, tirando sozinha a camiseta da Seleção Tcheca, grande demais, mas que ela insistia em usar quando dormia em seu apartamento. Ela não riria dizendo que entre os dois ele era quem cozinhava melhor, enquanto comia uma de suas panquecas no café-da-manhã.
Ele não iria buscá-la na faculdade e não ficaria vendo-a estudar.
Também não conversariam sobre o jogo ou alguma atividade durante o treino, enquanto estivessem indo embora.
Ela definitivamente não iria mais dizer que ele tinha sido uma das melhores contratações do Chelsea, e que já o via se aposentando no clube, quando tivesse quarenta anos.
Ele não ficaria de bobeira no estacionamento esperando-a terminar de trabalhar para irem comemorar as vitórias do Chelsea.
Não existiria mais eles.
Aparentemente, nunca tinha existido.
Abriu a porta, despedindo-se sem olhar para trás.
- Eu só não quero ficar com você enquanto não encontra outra pessoa, . É isso que eu não quero.
parou ao ouvir aquela frase, franziu o cenho um tanto confuso. Tinha entendido direito?
Virou-se para olhá-la, apenas distinguindo sua forma no meio da escuridão.
- O que quer dizer? – questionou em voz baixa, a mão segurando a maçaneta.
- Saímos há seis meses, mas você nunca fez questão de contar a ninguém. Achava que era por vergonha, mas de repente me dei conta que talvez você só quisesse alguém para se divertir. – desabafou com a voz baixa e um tanto falha, encolhendo-se no sofá, abraçando as próprias pernas.
fechou a porta dando dois passos em direção ao sofá, ainda não tinha certeza se estava entendo certo tudo aquilo.
-
- Sempre que saímos juntos você faz questão de dizer que trabalho no Chelsea. Quem sabe que estávamos juntos, ? Quatro ou cinco jogadores, May e Marco? Como vou imaginar que temos um futuro, se nem um presente parece que temos?
tocou o ombro dela, tentando sentar-se novamente ao seu lado, tomando cuidado para não cair sobre ela, seu coração começou abater com força em seu peito, algo dentro de si dizendo que talvez nem tudo estivesse acabado.
- , me escute! – disse puxando-a para seu lado e segurando sua mão, a mesma parecia um tanto gelada e trêmula. – Nunca reparei que não te apresentava como a mulher que está comigo. Sempre achei que isso estivesse claro para todos, quando digo que você está no Chelsea, vejo como uma forma de informar como nos conhecemos, nunca quis insinuar que somos apenas colegas de trabalho ou algo do tipo. Sinto muito se passei a impressão errada.
sentia como se todo o peso que estava em seus ombros desde a última vez que conversaram, estivesse saindo de seu corpo. Tinha um leve sorriso nos lábios e a voz mais animada.
- Pensei que você não sentisse o mesmo, não queria ser a única com sentimentos nisso tudo... – choramingou passando a mão livre sobre o rosto, limpando a lágrima que caía sem que ela permitisse, notando que estava mais sensível que o habitual.
Sempre que precisava terminar um relacionamento, passava algumas horas triste, mas logo seguiu em frente, com não tinha sido assim. Desde a hora que decidiu por afastá-lo, parecia que alguém apertava seu coração.
- Vim até aqui para te ver, passei horas no meu carro pensando em como te convencer a me dar outra chance, achando que tivesse feito algo errado. Em nenhum momento passou por minha cabeça que você pudesse achar que eu não gosto de você o suficiente, ou que não quero nada sério.
novamente riu baixo, apertando a mão da inglesa entre as suas.
- , desculpe. Pensei que era evidente para todos, principalmente para você, o quanto me importo e o quanto quero estar com você. Não sabia que você era mais tradicional, se quiser posso falar com seus pais…
- Cale a boca! – riu baixo empurrando-o para o lado. – Se você estava no carro, como está tão molhado? – perguntou ao encostar-se nele, tornando a reparar em suas roupas geladas.
- Não sei exatamente o que me deu, - disse dando de ombros, o sorriso ainda em seus lábios – simplesmente não aguentava mais ficar lá sem falar com você, então sai correndo... Pensando bem, não tenho certeza se liguei o alarme…
Ambos riram e o goleiro passou um braço sobre os ombros dela, puxando-a para mais perto, depositando um beijo em sua cabeça, nem acreditando que tudo aquilo estava realmente acontecendo.
- ?
- Hum?
- Sinto muito. Eu deveria ter sido um pouco mais sensata e ter conversado com você sobre... nós.
O jogador ajeitou-se no sofá com um sorriso nos lábios, aquele simples nós fazia uma diferença muito grande em sua cabeça.
- Apenas para deixar tudo muito claro dessa vez; - pigarreou, segurando o rosto da mulher entre as mãos - , eu sou completamente apaixonado por você!

sorria abraçado a Joe Cole enquanto ambos saiam de campo aplaudidos pela torcida, as câmeras e flashes vindas de todas as direções, enquanto os jornalistas chamavam os jogadores para rápidas entrevistas pós-jogo.
Quando já estava encaminhando-se para o vestiário, após saudar a torcida, foi parado por um dos jornalistas da SkySport;
- , mais um jogo que você não levou gol, deixando-o com a incrível marca de 720 minutos sem levar gols… Como se sente?
- Ah, é sempre ótimo poder ajudar esse time e animar essa torcida. Se não levo nenhum gol, tanto melhor. Não ligo muito para marcas pessoais, e sim pelo que podemos conquistar com o grupo inteiro, mas é realmente bom não precisar pegar a bola no fundo da rede! – riu olhando para o lado, vendo mais alguns jornalistas aproximando-se.
- Vocês terão quatro dias de descanso até começarem a treinar para o próximo jogo, o que você pretende fazer?
- Bem, vou passar o tempo livre com minha namorada, vamos viajar assim que ela sair do trabalho, hoje... Ela está logo ali, talvez você já a conheça... Hey, ? – sorriu acenando para a inglesa que terminava uma tomada rápida para o ChelseaTV, junto com Drogba.
sentiu o rosto vermelho ao notar que todos os jornalistas próximos que ouviram o que o goleiro dissera, se viraram para olhá-la.
Quando disse que deixaria claro que os dois estavam juntos, não imaginou que aquilo aconteceria, pensou que talvez ele a abraçasse, ou andassem de mãos dadas, nada comparado a ter vários jornais da Inglaterra vendo a cena seguinte;
aproximou-se sorridente, colocando as mãos, ainda com as luvas do jogo, em sua cintura, apertando-a levemente antes de selar seus lábios.
Quando abriu os olhos, segundos depois, escutou a voz do tcheco ao seu lado;
- Eu sou e essa é , direto para o ChelseaTv!




Fim



Nota da autora: 08/05/2017 Estou aqui pra colocar futebol em tudo, perdão! Obrigada a Berrie pelo convite pra ficstape <3
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