Finalizada em 06/09/2021

Capítulo Único

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O som da porta batendo despertou o meu interesse. Imediatamente, saltei para fora do sofá, me mantendo em pé e me virei na direção da porta, encontrando um Spencer com aspecto cansado, mas bem. Respirei aliviada ao ver aquela expressão gentil e confusa e não resisti em apressar os meus passos até ele, envolvendo-o em um abraço surpreso. Eu evitava toques surpresos com Spence, mas eu tinha passado as últimas três horas preocupada, quase roendo todas as unhas que eu tinha, o coração o tempo todo aflito por alguma notícia decente.
Reid demorou um pouco, como de costume, mas finalmente envolveu as suas mãos ao redor das minhas costas, me abraçando de volta, deixando a sua bolsa escorregar direto para o chão.
— Eu fiquei tão preocupada… — murmurei, fechando os olhos.
Queria fazer meu cérebro entender que ele realmente estava ali, me abraçando, um toque tão físico que eu jamais esqueceria. A possibilidade de perdê-lo daquela maneira me assustava de um jeito que eu pensei que não fosse ser capaz de processar. Quando Emily Prentiss, sua atual chefe, me ligou comunicando do desaparecimento e sequestro do Spencer, eu quase surtei. Ela me instruiu a manter calma e pediu que eu ficasse no apartamento dele, com dois agentes postos do lado de fora para a minha segurança.
Mesmo não entendendo de fato o que estava acontecendo, obedeci quando vi Luke Alvez sair do carro para me levar até o apartamento. Não me falaram muita coisa, apenas me garantiram que estavam trabalhando para trazer o gênio de volta e eu acreditei. Reid sempre falava em como sua equipe era a melhor em tudo. Mesmo assim, todas as sensações ruins me consumiram por horas.
— Me desculpe, — ele murmurou de volta. — Eu realmente não queria que você passasse por esse trauma.
Ele tinha me alertado sobre aquilo. Reid carregava consigo uma coleção de traumas e, optando por ainda seguir na mesma profissão, sua lista só tendia a aumentar. Fazer parte da sua vida era entender que eu seria protagonista de uma parcela daqueles traumas, como o que tinha acabado de acontecer, mas eu não estava preocupada com isso. Eu podia passar por qualquer coisa.
Ele continuava firme todas as vezes. Um exemplo claro para mim de que uma pessoa podia seguir em frente, mesmo se algum de nós sentisse que éramos feitos de vidro.
Abri os olhos e me afastei dele, o suficiente para ainda manter os nossos corpos pertos, mas sem contato físico. Suspirei, me sentindo um pouco melhor, agora que ele estava ali e eu tinha mil perguntas, mas não achei uma hora apropriada para fazê-las.
— Não foi sua culpa — garanti, com um sorriso calmo nos lábios. — Que bom que você voltou.
Spence deu um sorriso fechado. Levei uma mão até o seu rosto, afastando o seu cabelo para o lado, uma felicidade genuína me consumindo quando ele me puxou para si e beijou os meus lábios levemente.
Conheci-o em um seminário na faculdade de Stanford, onde ele estava dando aula, para compor o quadro da feira de profissões e eu também fui convidada a participar de algumas palestras como historiadora. Nos esbarramos em um corredor e começamos a conversar sobre nossos livros favoritos, enquanto alguém discursava no palco mais à frente. Um ano depois, nós estávamos aqui.
— Eu esperava te encontrar aqui — ele confessou, afastando o rosto. — Emily me avisou sobre a sua segurança.
Assenti e voltei para o sofá, com ele acompanhando os meus passos. Reid não se sentou, mas notou os copos de chá diversos que eu usei para tentar me acalmar de várias maneiras e observei surgir uma pontada de culpa em sua expressão por toda aquela situação. Respirei fundo, aliviada por ele não aparentar nenhum machucado, mas ainda assim, ele parecia incomodado com alguma coisa que eu não conseguia identificar. Às vezes, era difícil decifrar os seus pensamentos.
— Spence — chamei a sua atenção e ele esfregou o rosto com as duas mãos, finalmente olhando para mim.
— Emily me deu o fim de semana de folga — ele avisou. — Quer passar comigo?
Não era incomum eu dormir aqui. Mas nunca passava daquilo e eu não sabia se ele queria alguma coisa a mais, uma conversa que nós dois adiamos. Eu queria transformar aquela noite em uma melhor, algo que ele lembraria com carinho e não com aflição.
— Tenho uma aula amanhã cedo, mas depois eu estou livre — respondi, mordendo o lábio.
Ele concordou com um aceno, satisfeito. Depois de me avisar que tomaria um banho, ele sumiu do meu campo de visão e eu respirei bem fundo logo depois, tentando não sucumbir a uma frustração por algo que nem tinha acontecido. Aproveitei o momento e fui até a cozinha, preparando um jantar simples, com ingredientes que já tinha ali, sem querer me dar ao trabalho de pedir algo pronto ou simplesmente ir ao mercado em uma noite fria como estava lá fora. Uma jarra de suco natural e dois sanduíches de queijo estavam postos na mesinha de centro da sala, agora sem os copos de chá. Meia hora depois, Reid surgiu novamente e sentou-se ao meu lado, exalando um cheiro de lavanda incrível. Eu estava com uma calça folgada e um moletom por cima, o cabelo preso. Ele seguia o mesmo padrão, mesmo que eu ainda estranhasse ao não vê-lo vestido como no dia a dia. Daquela forma, ele era simplesmente um homem comum aproveitando o fim de semana com a namorada, e não um gênio do FBI que prendia assassinos perigosos.
— Você quer conversar sobre o que aconteceu? — questionei, com cuidado, depois de termos terminado o jantar.
Spence encarou o nada, crispando os lábios, deixando as duas mãos sobre o próprio colo. Um ano juntos e ele ainda não sabia como agir direito perto de mim, quando estávamos juntos um do outro de maneira muito íntima.
— Não essa noite — me respondeu.
Não havia problema nenhum da minha parte se ele não quisesse compartilhar coisas do seu trabalho. Era um direito e um desejo seu e eu não me preocupava, contanto que eu soubesse que ele estava falando sobre isso com alguém.
Segurei a sua mão e encostei a minha cabeça em seu ombro, encarando-o de perto.
— Spence, babe — sussurrei, carinhosa. — Você passou por algo muito ruim e não tenho dúvidas disso. Mas por favor, converse com alguém, está bem?
Ele assentiu, selando uma promessa silenciosa entre nós. Me dando por satisfeita, não insisti mais no assunto e resolvi mudar o clima para animá-lo um pouco.
— Então, o que quer fazer agora? — questionei. — Sessão filmes nerds? Disputa literária? Dormir?
Ele riu um pouco, o que aqueceu meu coração. Eu não me cansava nunca de admirá-lo daquela forma.
— Eu queria lembrar desse dia de um jeito diferente — ele começou a dizer. — Não posso mudar o que aconteceu, mas quero me lembrar que ele terminou de uma maneira diferente. Uma maneira boa.
Estreitei os olhos na sua direção, afastando a cabeça de seu ombro.
— Mas terminou de uma maneira boa — comentei. — Você está vivo e bem, aqui e agora.
— Eu sei — disse. — , o que eu estou tentando dizer é que…
Percebi que ele estava meio nervoso. Seus dedos brincavam com os meus de um jeito leve, mas sua respiração estava levemente alterada e ele não terminou a sua frase. Eu entendia as coisas muito bem, claro que entendia. Mas não era muito boa no quesito flerte e socializar, e era por isso, e também por outras coisas, que eu e ele nos demos tão bem a primeira vez.
— Spence, você pode dizer de uma vez? — pedi.
— Pensei que nós poderíamos dar o próximo passo.
Ah. Uma coisa que eu vinha esperando há um tempo, mas que, ao mesmo tempo que eu esperava, não imaginava que fosse acontecer tão de repente. Não que eu esperasse pétalas de rosas espalhadas pelo chão ou uma declaração de amor chocante, nada disso.
Nunca nada disso se tratando dele. Reid transformava o gesto mais simples em algo grandioso para mim. Como agora.
O próximo passo significava ir além de beijos e abraços. Ou toques carinhosos inocentes. Significava que eu teria mais dele, e ele teria mais de mim.
— Você tem certeza? — indaguei.
Nós tínhamos tentado esse próximo passo antes. Algo sempre dava errado ou um de nós estava nervoso demais para continuar.
— sussurrou. — Me faça lembrar dessa noite. Como eu me lembro da sensação de assistir Star Wars pela primeira vez, ou Doctor Who, ou quando finalmente fui admitido pelo FBI, ou…
— Está bem, eu já entendi! — interrompi-o, rindo da sua empolgação em citar as suas lembranças favoritas.
Ele exibiu um sorriso sem graça, mexendo os ombros de um jeito engraçado e beijei a sua bochecha. Eu gostava de como ele tornava o clima descontraído sem esforço algum, só sendo simplesmente ele mesmo.
— Eu tenho inveja da sua memória fotográfica — confessei. — Não me lembro nada dos primeiros filmes de Star Wars!
— Eu posso narrar para você, se quiser — ele disse, um brilho surgindo nos olhos. — Até os diálogos.
Eu não duvidava nenhum pouco disso. Ele realmente conseguiria narrar todo o filme para mim, com os diálogos inclusos, mas se eu deixasse ele fazer aquilo, duraria a noite inteira e agora eu tinha outros planos.
— Vou aceitar essa proposta outro dia — avisei.
Puxei-o pela mão, fazendo-o me seguir pela casa e andei até o quarto, fechando-a atrás de mim assim que nós dois entramos. O abajur já estava ligado e iluminava parcialmente o ambiente, deixando-o claro o suficiente para enxergar as coisas, porque Reid não gostava do escuro.
— O que nós… — ele tentou dizer, mas não conseguiu completar.
Spence tropeçou em alguma coisa que não viu. Como eu ainda estava segurando a sua mão, a sua queda ao chão me levou junto e soltei um gritinho assustado ao sentir o seu corpo amortecer a minha queda. Ele resmungou baixinho e eu comecei a rir, sem conseguir me conter, porque é claro que aquilo tinha que acontecer. Eu costumava ser mais desastrada do que ele, então, se ele não tivesse caído no chão, eu com certeza iria.
— Você se machucou? — perguntei, parando de rir.
Tentei me levantar para sair de cima do seu corpo, mas ele me prendeu ali com uma mão. Observei-o balançar a cabeça em negação, empurrando o cabelo para trás com a outra mão.
— Alguma vez essa tentativa vai dar certo? — questionou. — Eu calculei que…
— Sem estatísticas, Reid! — implorei, aproximando o meu rosto do dele. — Não tivemos tentativas divertidas antes.
— E o que isso significa? — Sua expressão estava confusa e eu sorri.
Não respondi nada. Apenas admirei-o mais uma vez, como tantas outras, e beijei os seus lábios desajeitadamente. Ele me retribuiu, deixando nossos corpos tomarem conta. A posição que eu estava era meio desconfortável, mas segurei o rosto dele com uma das mãos e continuei o beijo calmo, explorando-o de um jeito diferente. Um jeito duplamente mais íntimo.
Quando não pude mais ficar naquela posição, quebrei o beijo e me afastei dele, minha respiração acelerada. Levantei-me rapidamente, mas Reid ainda continuou no chão. Estendi a minha mão para que ele pudesse aceitar e assim que ele o fez, puxei-o para cima, mantendo-o de pé também. A diferença de altura era mínima entre nós. Devagar, levei-nos direto para a cama, me deitando primeiro, sempre sob o melhor olhar atento dele. Eu estava acostumada a vê-lo me olhar de duas maneiras: transmitindo o seu carinho através do olhar e com admiração. Mas havia um olhar diferente naquela noite. Quando Spencer me assistiu deitar na cama, pude ver o desejo brincar por suas íris discretamente, como era ele inteiro.
— Spence, venha aqui — chamei, despertando-o de algum estupor.
Ele soltou o ar pela boca e subiu na cama, com cuidado para não fazer seu corpo cair em cima do meu, embora eu soubesse que ele não era tão pesado como a maioria das pessoas. Com o seu rosto próximo ao meu, toquei a sua bochecha carinhosamente, lançando um sorriso fechado na sua direção. Ele parecia sereno demais, como jamais vi antes. O nervosismo e a insegurança não estavam presentes naquela noite, tanto da parte dele, quanto da minha. Tive poucas primeiras vezes na minha vida e eu sabia que a experiência dele era quase tão inexistente quanto.
— Não sou experiente nisso tudo, mas preciso dizer, , que você é muito bonita — suas palavras dançaram no ar, meu corpo inteiro arrepiando-se com o sorriso discreto e genuinamente alegre que ele me deu.
Passei o polegar pelo sorriso dele e beijei-o mais uma vez, aceitando o elogio como parte do momento inteiro e tomei a liberdade de entrelaçar as minhas pernas ao redor da sua cintura, juntando os nossos corpos mais ainda, querendo sentir o seu calor de perto. Meu coração batia mais rápido do que o normal e quando ele tocou a lateral do meu corpo, apertando um pouco a minha pele, senti o pano começar a me incomodar. Estava frio lá fora, eu sabia. Mas aqui dentro o calor começava a me consumir lentamente, quebrando todas as minhas expectativas que eu tive com aquele momento o tempo todo. Continuei beijando-o por mais tempo, descendo os meus lábios por seu queixo, seu pescoço e mordisquei o seu ombro devagar por cima do pano do moletom. Spencer sorriu e se afastou o suficiente para que eu tirasse a minha camisa por conta própria, pegando-o de surpresa ao revelar que eu não estava com sutiã. Por um momento, fiquei envergonhada, mas a timidez logo sumiu quando ele balançou a cabeça em negação, espantando qualquer insegurança da minha parte. Meus seios estavam desnudos e expostos para ele e Reid tocou a minha barriga, traçando uma linha imaginária, como se decidisse qual parte minha tocar primeiro.
Meus olhos cintilavam desejo por ele inteiro. Peguei a sua mão que estava na minha barriga e fui puxando-a devagar para cima, parando no meio da divisão dos meus seios e arfei baixinho quando instruí ele a tocar um dos seios. Reid abriu a boca para dizer algo, mas desistiu e eu gemi baixo ao sentir sua mão preencher o meu seio esquerdo inteiro.
— Estou fazendo certo? — sussurrou.
Assenti, incapaz de dizer qualquer coisa em voz alta. Ele massageou a auréola, enquanto minhas mãos subiam a sua camisa. Interrompi-o por um momento, apenas para passar o moletom pela sua cabeça, me livrando da peça também. Reid não era o tipo de cara que tinha o corpo malhado ou um abdômen definido. Ele era magro, mas perfeitamente bem. Algumas pessoas me diziam que ele deveria comer mais ou algo do tipo e eu ignorava esses tipos de comentários. Meu corpo não era exatamente de uma modelo também. Spencer não ligava para coisas estéticas. Ele era desligado da maior parte das coisas.
Umedeci os meus lábios, erguendo o meu rosto apenas para beijar o seu queijo, arrancando um sorriso contido dele. Um sorriso que eu amava e que não era raro vê-lo demonstrar quase diariamente para mim. Ele me tocou mais uma vez, parecendo ter descoberto um novo hobby. Enquanto deixava-o se distrair com o meu corpo, desci as minhas mãos até a barra da sua calça, tentando, desajeitadamente, me livrar dela. Abri mais as pernas, pedindo silenciosamente que ele se encaixasse no meio e Reid assim o fez.
— Estou tentando me livrar da sua calça — avisei, encontrando dificuldade.
Spencer se afastou.
— Ah… — soltou, se ajoelhando na cama.
Sem pressa alguma, ele mesmo livrou-se da peça, exibindo uma boxer com estampa de cérebros espalhadas. Percebi que ele realmente não tinha planejado nada daquilo quando vi sua expressão mudar e comecei a rir.
— Ei, gênio — chamei e ele me encarou. — É uma estampa bacana.
Reid deixou os ombros caírem e balançou a cabeça, voltando a se encaixar no meio das minhas pernas. Ergui meu corpo o suficiente para que ele me ajudasse a me livrar da minha calça também. Spencer puxou a peça de roupa devagar, e embora eu não estivesse com sutiã, estava de calcinha. Sem estampas.
Notei um leve volume contra a sua boxer e soltei a respiração pela boca entreaberta, tendo a certeza que eu estava completamente úmida. Não queria muita coisa naquela noite. Não estava afim de me estender em preliminares e nem assustá-lo com coisas que não estava acostumado.
— Camisinha? — sugeri.
Ele assentiu rapidamente, saltando para fora da cama e observei-o andar até a cômoda do outro lado do quarto organizado. Ele não demorou muito em puxar uma gaveta e tirar um pacote de camisinha, voltando para mim. A respiração dele estava acelerada. Mordi a parte interna da minha bochecha e me sentei na cama, me colocando de joelhos logo em seguida, ficando da mesma altura que ele. Aproximei-me, beijando os seus lábios levemente, mas não aprofundando o beijo. Enfiei os meus dedos em seus fios de cabelo, espalmando a minha palma livre em seu peito.
— Você é um gênio para muitas pessoas, mas sabe o que você é para mim? — comecei a falar, encarando os seus olhos intensos.
Spencer balançou a cabeça, verdadeiramente no escuro com a minha pergunta. Ele acariciou o meu braço.
— Alguém incrível, sensível e amoroso — continuei, beijando a ponta do seu nariz, arrancando um sorriso dele. — Você me abraça no meio da noite sem se dar conta disso, toda vez que tem um pesadelo. Você recita todos os diálogos dos nossos filmes favoritos e nunca vi ninguém tão empolgado por ter essa habilidade.
Meu coração estava disparado e eu tinha certeza que ele quase podia ouvir as minhas batidas.

Segurei o rosto dele com as minhas duas mãos. Se ele não podia sentir o amor que eu estava transbordando por ele naquele momento, ele podia aceitar as minhas palavras. A minha declaração. As batidas do meu coração, descompassadas, entregue inteiramente a ele.
— Spence, babe, eu te amo tanto… — murmurei, deixando as palavras saírem da minha boca. — Faça amor comigo.
Seus olhos piscaram na minha direção. Suas íris castanhas brilhavam.
Reid me deitou contra a cama de novo, nós dois nos livramos da última peça de roupa em nossos corpos e ele rasgou o pacote de camisinha. Completamente desnudos, abraçamos um ao outro e beijei seus lábios outra vez, minhas mãos explorando cada pedaço de pele dele, enquanto ele fazia o mesmo comigo. Minha intimidade latejava e eu sabia que, tanto quanto eu, ele também estava extasiado de desejo. Queria senti-lo dentro de mim de uma vez. Queria ser esmagada por sensações inebriantes que ele me proporcionava ao menor toque sensível.
— Spence… — gemi em protesto ao perceber que ele estava demorando demais.
Ele beijou a minha testa, desceu os lábios por minha bochecha, queixo e pescoço. Tocou a minha clavícula e massageou o meu ombro, voltando a se encaixar melhor no meio das minhas pernas. Por impulso, prendi as minhas pernas ao redor de sua cintura e ele segurou a minha coxa, finalmente posicionado para entrar dentro de mim.
Spencer juntou a sua testa contra a minha. Arfei, me sentindo inebriada por tantas sensações que meu corpo estava produzindo quando ele finalmente me penetrou. Reid se encaixou devagar, lentamente, com cuidado. Observei as linhas do seu rosto tensionarem e ele soltou o ar pela boca logo depois.
— Você precisa relaxar — sussurrei, tocando-lhe a bochecha. — Respire fundo. Solte seu corpo e… se entregue.
Meu peito subia e descia no mesmo ritmo que o dele. Reid engoliu a seco, mas aceitou a minha sugestão e tentou relaxar o corpo. Aos poucos, ele foi se soltando e começou a se movimentar dentro de mim, um vai e vem lento e torturante, mas gostoso. Meus gemidos saiam baixinhos e o tempo todo mantive meus olhos nele, vez ou outra, capturando o seu sorriso gentil e satisfeito. Os gemidos dele se misturavam aos meus.
Ele arriscava tocar os meus seios, brincando com o bico, me roubando beijos, enquanto também arriscava aumentar a velocidade. Nossos corpos já estavam suados, os fios de cabelo colando-se à testa dele.
Sem que ele esperasse, empurrei-o para trás, fazendo com que ele ficasse sentado na cama e eu continuasse no seu colo, com ele ainda dentro de mim. A nova posição me permitia abraçá-lo e cruzei os meus braços ao redor do pescoço dele, me movimentando sozinha contra o seu pênis.
Não havia pressa entre nós. Nenhuma urgência entre os beijos e a penetração. Experimentar fazer amor com Spencer era perceber que eu nunca tinha experimentado nada igual. A julgar por sua expressão, ele também não.
Continuamos nos tocando, explorando nossas peles juntas, nossos corpos se comunicando tão intimamente pela primeira vez.
Ele me preenchia inteira, em diversos aspectos. Senti o seu toque no meu rosto, afastando um fio colado na minha bochecha devido ao suor. Reid soltou um gemido baixo quando, sem querer, finquei as minhas unhas em seu ombro, rebolando rapidamente contra o seu quadril.
— Obrigado por insistir em mim — ele soltou, a voz quase falhando.
Nossas respirações estavam descompassadas. Ele tremeu um pouco, os pelos das nossas pele arrepiando-se juntas e deitei os nossos corpos na cama novamente, me mantendo por cima dele. No meu rosto, um sorriso bobo estampava os meus lábios.
— Você vale a pena, Spence.
Não demorou muito para que atingissémos o ápice juntos. Tentei regularizar a minha respiração e saí de cima dele, deitando do outro lado. Encarei o teto, assimilando tudo o que tinha acabado de acontecer e o que significava ter dado esse próximo passo juntos. Spence levantou da cama, mas não acompanhei. Se eu fosse deduzir, provavelmente ele tinha ido ao banheiro.
Puxei um lençol, cobrindo o meu corpo. Esfreguei o meu rosto, bocejando, sentindo o meu corpo cansado. Talvez eu adiasse a aula de amanhã.
Senti o lado da cama afundar de novo e quando me virei, encontrei ele novamente, vestido somente com a boxer. Ele se aninhou comigo e beijou o meu ombro por trás de mim e me deixei ser carinhosamente abraçada.
— Sabe, — ele soltou, a voz baixa por estar muito próximo. — Eu também amo você.
Não era a primeira vez que ele me dizia isso. Mas todas as vezes parecia diferente e eu nunca me cansava de ouvi-lo dizer aquilo. Girei o meu corpo, ficando de frente para ele, cobrindo-o com o lençol também.
— É, isso ficaria estranho se você não amasse — brinquei.
Ele sorriu e eu beijei o seu sorriso. Havia muitas coisas sobre a qual eu era grata de ter na vida. E agora eu tinha acabado de adicionar Spencer Reid à essa lista.
Bocejei mais uma vez, observando-o piscar os olhos devagar, sentindo-o tão cansado quanto eu me sentia.
— Eu… — ele iniciou, mas pausou.
Encarou os meus olhos, decidindo se deveria continuar ou não e eu esperei, em silêncio. Era comum ele fazer aquilo. Às vezes, ele decidia algo, mas ficava tentando encontrar a melhor forma de me comunicar uma decisão sua. Não porque ele achasse que eu fosse achar ruim ou não aceitar, mas porque ele não sabia se deveria naquele momento. No momento em que ele decidia falar. Reid suspirou.
— Eu acho que você deveria conhecer a minha mãe — soltou, de uma vez.
Pisquei os meus olhos, surpresa. Eu sabia da condição da sua mãe e como ele sofria com a doença dela, mas não esperava que ele fosse me fazer aquele convite alguma hora. Sim, eu queria conhecer a mãe dele, mas respeitava a sua decisão caso não quisesse. E eu era a sua namorada há um ano. As coisas estavam começando a dar passos maiores do que eu tinha imaginado.
— Eu adoraria, Spence.
Sua expressão suavizou. Eu gostava quando ele aparentava estar em paz com qualquer decisão que tivesse tomado e não mentiria que estava feliz por aquele convite. Ele tinha conhecido a minha família - apesar de ter sido constrangedor.
Estava empolgada para finalmente dar o próximo novo passo.



FIM



Nota da autora: olá, olá! sou eu de novo e sei que não deve ter ficado exatamente ótimo essa oneshot, mas promessa é promessa e eu cimrpo, não é mesmo? tentei manter e essência do personagem aqui e espero que tenham curtido! encontro vocês por aí, beijos.



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