Finalizada em: 04/02/2022

Capítulo Único

A história contada de Ícaro na mitologia grega relata um atípico herói que acreditou ser poderoso demais por um simples feito que deu certo uma vez. O desejo dele por voar cada vez mais próximo do sol custou sua vida em um trágico voo, sendo afogado no mar Egeu após sua queda. Há quem diga que seu mito se trata de uma moral sobre alçar liberdade ao mesmo tempo que se mantém com os pés no chão, mas eu acredito que podemos ir além usando ele como exemplo. Falar de Ícaro é falar sobre o que te impulsiona, sobre sonhos, desejos e até mesmo vícios, e diferente dele, que tragicamente não pôde concluir sua vontade, eu consegui.
Nunca fui do tipo de pessoa que se vangloria por feitos, pelo contrário, respeito minhas conquistas e busco fazer delas uma escola para a continuidade dos meus objetivos. A gente faz hoje para aprender amanhã e esse é um ciclo interminável enquanto houver vida. Porém, como nada se permanece 100% do jeito que se inicia, o mínimo de comoção alguns anos atrás foi capaz de me fazer mudar convicções e fazer com que uma pessoa tão, e completamente, diferente de mim, fosse capaz de me mostrar que até mesmo um pouco de soberba às vezes se faz necessário; faz bom para o moral. Então, quando o voo de Ícaro passa pela minha cabeça, me dou o espaço para sorrir e pensar que ele pode não ter conseguido e fracassado na tentativa, mas eu não. Conseguia alcançar a ardência do sol toda às vezes que estava com .
Não é como se eu estivesse a colocando em um patamar absurdo, entretanto, ela era o meu sol, o que me instiga e hipnotiza. A dona e causadora da minha comoção pela vida, que por muitos anos foi preto e branco.
Por ela eu era capaz de sair do estúdio depois de quase quarenta e oito horas trabalhando, com pouco tempo de descanso, e passar em uma floricultura qualquer no meio do caminho que nos distanciava em Seul para lhe fazer uma visita. Por ela eu criava clichês e comprava chocolates, encomendava lençóis de seda e cetim, até mesmo os de fios egípcios caríssimos que ela gostava e que tinha em sua casa. Por ela eu me arriscava de inúmeras formas diferentes. Por ela eu tinha aprendido técnicas iniciantes em BDSM e comprei coleiras diversas, escondendo a sete chaves para que Su-ah não encontrasse durante a faxina e acreditasse ser para Holly. Por Cafrey eu tinha vontade de alcançar o sol.
E também tinha saudade. Era como se eu me sentisse descobrindo algo novo a cada vez que quisesse vê-la e já se passavam três anos desde que começamos o nosso relacionamento estranho à nossa maneira, que não era nada além de um acordo amigável de se pegar sem se apegar – talvez essa seja a parte trágica do meu voo e eu esteja sendo muito egocêntrico ao dizer que sou mais bem sucedido que Ícaro, porque não existia um mundo em que eu não estivesse apegado nela; esperando, claro, que ela também se sentisse da mesma forma e que depois de toda a loucura de sua formatura passar e assumir a empresa da família, eu pudesse passar a noite em sua casa, não sendo mais o cara que ia embora depois de um ou mais rounds do sexo delicioso que fazíamos.
A sintonia, claro, uma coisa maluca que eu nunca achei possível criar com alguém, mas, assim como todas as minhas convicções foram mudando ao se tratar dela, isso também caiu por terra porque, sem modéstia ou qualquer traço de humildade, nós tínhamos uma senhora de uma sintonia, fosse corporal ou não, até mesmo por olhar parecia que tudo era tão certo quanto o próprio significado do adjetivo.
Houve sim um tempo que se tratava apenas de sexo e que eu via somente o lado das nossas fodas explícitas, que me viciaram desde a primeira, mas hoje era o combo completo. Talvez eu ainda fosse confessar a ela, mas foder em qualquer lugar que a gente se propunha diante da nossa incontrolável excitação mútua, explicitamente ou não, parecia valer por ora. Sempre fui cuidadoso e mesmo que ela me fizesse ir contra tudo o que eu tinha de costume em meus vinte e cinco anos coreanos, ainda queria ter um certo controle saudável sobre minha vida e não ter pressa parecia estar fazendo tudo dar certo entre nós.
Estávamos na mesma frequência quanto a isso e acredito que três anos tendo a mesma rotina fosse capaz de justificar qualquer ausência de preocupação – ela não me deixar dormir em sua casa e não dormir na minha era apenas um detalhe do seu controle metódico que eu já havia me acostumado e respeitava.
Vesti meu boné e a máscara cirúrgica preta, sentindo a ironia da minha playlist aleatoriamente passar a faixa para Sex On Fire do Kings Of Leon, uma adição feita por ela, assim que estava me preparando para descer do carro estacionado na garagem subterrânea do prédio administrativo da Eulora&Co, empresa da família dela. Pelo horário que eu fiz questão de checar em meu relógio de pulso diversas vezes, já era tempo dela ter saído da faculdade e estar lá, em sua sala, lendo livros e mais livros, estudando planilhas e tudo o mais que seu pai reservava para que ela aprendesse o que era necessário a fim de se preparar para dali alguns anos assumir o posto de CEO. Puxei do banco de acompanhante o buquê de girassóis, a sua flor favorita, e abri a porta, saindo do carro. Verifiquei se estava tudo certo pelo reflexo na lataria do carro e garanti que carteira e celular estivessem no bolso do meu moletom, checando o miolo do buquê, sem evitar o sorriso ladino.
Não era a melhor e mais apropriada vestimenta para entrar naquele prédio, cheio de pessoas engomadas e com o todo o teor executivo, mas eu não queria ir para casa me trocar, e sai tão apressado da BigHit que sequer pensei em procurar por lá alguma outra roupa. Até porque, na realidade, tudo o que eu menos queria era continuar vestido na presença dela.
Ativei o alarme do carro depois de bater a porta, vendo o painel se apagar e o som desligar, e então caminhei com cautela até o elevador. Era um caminho curto, mas que pareceu longo demais; aproveitei o espaço para ver a última mensagem que ela tinha me enviado na noite anterior e não contive o arrepio em minha espinha, pois a imagem ainda estava ali, tão explícita, com nosso dirty talking em sequência logo abaixo. Automaticamente meu corpo estava aceso outra vez, transbordando em saudade, já que fazia quase duas semanas que não nos víamos, vivendo apenas de troca de mensagens e um vídeo e outro no meio do dia ou da noite ou da madrugada. Não tinha hora. Não tinha dia. Teve até uma vez que eu estava em reunião com o CEO da gravadora, tratando detalhes importantes do grupo, quando ela começou a me enviar fotos em sequência, de cunho tão explícito que era impossível eu conseguir controlar qualquer músculo do meu corpo.
Eu revidei, claro, e isso rendeu um encontro de lavagem de roupa suja do qual eu não conseguiria me esquecer nunca, porque por mais que fosse minha praia ter controle, eu também gostava de dividi-lo e amava quando podia fazer comigo o que quisesse. Ela sempre tem as melhores ideias e sabe exatamente como influenciar o prazer do outro, ao mesmo tempo que tem o próprio. O que, entre nós dois, é uma via de regra: precisa ser bom para ambos ou então não será.
Assim que consegui respirar fundo e entrei na pequena recepção da garagem, fui recebido por um sorriso caloroso de Lyn, colega de e responsável por cuidar da entrada das pessoas que tinham acesso à garagem subterrânea – quem entrava por ali eram somente pessoas autorizadas, com uma tag no veículo de acesso restrito; e eu tinha, claro, adorava as visitas no local de trabalho. Não foi preciso de muita explicação, Lyn sabia quem eu era e, ainda a contragosto, pude aprender a confiar que ela não seria uma louca fofoqueira, nem mesmo quando eu pedia que não contasse que eu estava ali ela ia contra meu pedido e, palavras de , se ela fosse para sempre assim, poderia conseguir o cargo de assistente da futura CEO da Eulora&Co.
– Senhor , devo avisá-la que está aqui? – Ela me perguntou educadamente, digitando algo em seu computador.
– Não, por favor. Ela está ocupada? – perguntei, guardando o celular no bolso.
– Não está, retornou agora do almoço com o senhor Cafrey, mas ele já saiu para uma viagem, deve estar no heliponto agora mesmo. Então ela deve estar se despedindo dele lá em cima.
Não era uma fofoca e eu não me sentia envergonhado por ela me informar como se estivesse dando carta branca para eu poder subir e fazer o que tinha em mente. Era implícito e eu não precisava ter vergonha ou entrar em mais detalhes, o trabalho dela estava sendo feito com discrição e sem preocupação alguma em querer cuidar das nossas vidas, por isso eu era grato. Também já estava totalmente acostumado, o tempo fez isso.
– Aqui está seu cartão, tenta não perder ele dessa vez. – Lyn me entregou o cartão de acesso, me dando o lembrete de todas as vezes. – Não é problema liberá-lo, mas a cada pessoa que perde um cartão, o que, acredite, são muitas, eu perco mais de horas ouvindo sermão e tentando localizar. – Seu tom foi cuidadoso, sendo mais como uma súplica.
Apenas assenti, acenando depois de guardar o cartão com meu celular. Lyn fez uma breve reverência e eu me direcionei ao elevador, sendo cumprimentado pelo segurança na porta. Agradeci a ele formalmente e entrei, antes que as portas fossem fechadas, consegui ver ao fundo, na garagem, o carro de . Era inconfundível o vermelho chamativo de sua Mercedes, com a cabeça no Michey Mouse na antena. Então sorri, ansioso para subir.
O prédio tinha 25 andares, mas não foi demorado chegar no vigésimo terceiro, onde ficava. Quando saí no corredor fui recebido pela simpatia das pessoas que ali trabalhavam; era um lugar muito futurístico, sendo um andar muito movimentado e com diversas divisões, eu precisaria de uma caminhada para atravessar o lugar e chegar na sala dela. Fiz o caminho de forma tranquila, sem pressa ou preocupação, ou me sequer me importando com os olhares que o buquê de girassóis recebia – se soubessem o que as camadas de caule escondiam, eu não receberia os olhares calorosos de amantes incuráveis e fiéis ao amor, seria muito bem o contrário.
Assim que cheguei à sala, digitei a senha muito bem decorada e, depois de me livrar do meu par de tênis, ficando só de meias, entrei, me deparando com o espaço vazio e completamente organizado. tinha um tesão por ser controladora em diversos âmbitos de sua vida, tudo era sempre minimamente calculado e planejado, então todo e qualquer ambiente que fosse habitado por ela não tinha o mínimo de bagunça possível. Me lembro do terror que foi ver ela sair juntando as coisas no meu apartamento na primeira vez que transamos, justamente no dia em que nos conhecemos em um pub no subúrbio de Seul, depois de Seokjin insistir muito para que eu acompanhasse ele e os amigos que tinha fora do círculo do grupo; já era um tanto conhecida por nós como “a melhor amiga maluca do Seokjin-hyung”, por ser tão nova e sempre estar com ele nas loucuras que cometia. Se Jin chegava de madrugada no dormitório, estava bêbado e ou sumia em suas folgas, você poderia ter certeza de que ele estava com ela.
Não era muito bem de forma cômica, os staffs nunca foram tão fãs dela e os outros membros até diziam que preferiam evitar contato. Eu disse, inclusive, mas depois que a conheci, entendi como era impossível resistir à atmosfera que Cafrey trazia consigo. Tenho certeza de que, até se não tivéssemos nos envolvido, eu ainda teria iniciado contato com ela de alguma forma.
Me sentei em sua cadeira, deixando o buquê em cima do notebook fechado sobre a mesa de vidro e girei o encosto, ficando de frente para e enorme vidraçaria que pegava do teto ao chão, podendo enxergar a luz do dia da grande e movimentada Seul. Respirei fundo, relaxando o corpo e fechei os olhos, sentindo a claridade que passava pelos vidros me manter acordado e reviver lembranças. Meu último encontro com tinha sido neste prédio, exatamente dez dias atrás, antes dela precisar se ausentar da capital para passar uns dias em Jeju com a irmã mais velha que viria de Londres junto do marido e os filhos – o tanto de fotos que ela me enviou dos dias corridos na ilha não camuflaram ou inibiram qualquer saudade, apesar de ser um mix de provocações e conversas casuais, como ela me mostrando tudo o que fazia com os sobrinhos e etc. E estar sentado em sua cadeira, com a luz da cidade batendo em meu rosto, me trouxe a nostalgia de todas as outras vezes que estive ali, com todo o céu de Seul como testemunha do que fazíamos. Por sorte, os outros que estivessem no prédio da frente não poderiam nos ver graças à película no vidro que impedia os de fora enxergar dentro; confesso que seria interessante saber que fomos vigiados, mas por mais excitante que pudesse ser a ideia, eu ainda precisava me conter e prezar por minha imagem.
– Camisinha no meio das flores? Essa é nova – abri meus olhos por sentir o aroma inebriante de , no mesmo instante que ela murmurou com um riso fraco.
Permaneci com a cadeira virada na mesma direção, imaginando que, por ser de encosto enorme e largo, ela não tivesse se dado conta, além dela mesmo ser um pouco desligada às vezes. Então senti meu celular vibrar em meu bolso, contando três segundos até o toque ecoar no ambiente.
– O que? – Ela se expressou confusa e eu virei a cadeira devagar.
– Olá, meu bem. – Me mantive sentado de forma folgada, dobrando uma perna em cima da outra e com o celular na mão. – Como você está hoje?
ficou inexpressiva por um momento, me encarando diretamente nos olhos e ainda na posição de ligação, com seu celular colado à orelha, sendo segurado pela mão direita. Seus lábios se moveram, abrindo e fechando por alguns segundos e eu notei como seu corpo ficou rígido, parecendo uma clara tentativa dela de se controlar, e isso me fez sentir os primeiros toques de contração em cada músculo existente, me fazendo passar a língua por entre os meus lábios devagar, em resposta à simples aparição dela em minha frente daquele jeito, cheia de tensão.
Seu braço caiu à lateral do corpo, levando o celular para a superfície da mesa e então eu desviei o olhar pela primeira vez, sendo o primeiro a desfazer aquele contato visual para poder acompanhar o buquê em sua mão esquerda, só então notando que ela havia desfeito o laço de fita larga, desfazendo a proteção e esconderijo do pacote de camisinhas que eu tinha colocado ali. Para boa entendedora, uma embalagem basta, sim?
– Por que não me avisou que viria? – questionou, finalmente parecendo deixar seu corpo inspirar.
Maneei a cabeça para o lado, dando de ombros ao colocar minhas mãos dentro dos bolsos da blusa de moletom que usava.
– Não sabia que agora estamos proibidos de fazer surpresas – disse casualmente e ela arqueou a sobrancelha. – O que?
– Não nos vemos há duas semanas basicamente e você simplesmente quer fazer uma surpresa vindo aqui? – Seu tom pareceu sério, sem hesitação, e eu me senti estranho. Contrariado e confrontado de uma forma como nunca tinha ocorrido antes. – E se eu estivesse em reunião com meu pai?
– Mas você não está.
– E se eu estivesse ocupada? – Ela insistiu.
– Você parece muito disponível, para mim.
curvou o corpo levemente, abrindo os braços e espalmando suas mãos na mesa, sem tirar o olhar do meu.
– Já falei para você me avisar quando vier aqui – disse pausadamente, mandona. – E eu disse que iria na sua casa hoje a noite.
– Você não me avisa quando vai na BigHit. E eu não poderia esperar até de noite, os girassóis não iriam aguentar.
Ela arqueou a sobrancelha, me encarando sem responder por mais um tempo antes de ficar ereta outra vez e pegar os girassóis que formavam o buquê, indo em direção a porta de sua sala. caminhou em passos tranquilos e rebolando como se sua bunda fosse uma espécie de flauta e eu uma cobra a ser hipnotizada, e sendo honesto: ela conseguia muito bem me hipnotizar como o flautista Hamelin do conto folclórico. O conjunto de sua roupa também contribuía muito para me causar imaginações perversas do que eu poderia fazer; como tirar a calça pantalona social que ela usava, abrindo o zíper traseiro com toda a lentidão possível, como se estivesse abrindo um baú com um tesouro altamente raro. O que não seria de um todo mentira, até porque ela era raríssima.
Enquanto ela ficava com metade do tronco para fora e o resto da parte inferior do seu corpo para dentro da sala, fazendo seu quadril ficar completamente empinado para a minha visão, eu me ajeitei na cadeira, apoiando meus cotovelos na mesa e entrelaçando minhas mãos, completamente hipnotizado pela mulher a poucos metros de mim, usando uma calça de pernas largas, mas completamente colada em cima, marcando toda a curva de suas bandas, fazendo minha mente trabalhar na dúvida de qual calcinha ela estaria usando. Que era uma fio-dental eu sabia.
fechou a porta e voltou a ficar com o corpo inteiro na sala, virando-se para a minha direção. Arqueei minha sobrancelha ao ver que tinha uma sacola de papel pardo em suas mãos, sem nada escrito, completamente fechada, lacrada. Ela caminhou de volta, com passos serenos e decididos, na mesma postura de sempre, totalmente dona de si. E meus olhos acompanharam tudo agraciados.
– Eu disse que tinha um presente para você e ia levar hoje a noite, . – disse, parando em minha frente outra vez. – Mas agora eu não posso desperdiçar a sua vinda até aqui. – Seus lábios se curvaram em um bico de falsa modéstia. – Toma.
Esticou sobre a mesa e eu peguei a sacola, mantendo nosso contato visual até trazer a embalagem para meu colo e começar a abri-la. Era uma caixinha preta e eu puxei para fora com cuidado, pois por mais que não parecesse pesada, eu nunca sabia o que esperar de e seus presentes, ela sempre tinha algo surpreendente para mim ou nós – sim, muitas vezes nossas relações ganhavam acessórios a mais e ela era dona das melhores e mais criativas ideias, eu apenas apreciava e obedecia.
– Espero que goste.
Olhei rapidamente para ela, terminando de tirar a caixinha de dentro da sacola, e voltei a encarar a embalagem.
Levei um tempo para entender, mas não evitei o riso sádico que estava parcialmente preso. Coloquei a caixinha em cima da mesa e joguei a sacola para o lado, tirando meu boné e máscara cirúrgica, focando em abrir a embalagem do estimulador de próstata que tinha acabado de ganhar.
– Esse é um pouco maior com relação ao outro que você já se acostumou. – Sua voz saiu suave e natural, como sempre era ao se tratar de qualquer assunto. – Achei que gostaria de partir para um segundo nível.
Assenti enquanto a ouvia, tirando o objeto de dentro da caixa, que era acompanhado por um mini controle com poucos botões. não me deixou por muito tempo com esse segundo item, ela logo arrancou da minha mão, tomando para si de forma possessiva.
– Então, como você estragou a minha surpresa de hoje a noite, isso fica comigo.
– Não é como se eu fosse recusar também… – ri, olhando-a rapidamente, mas voltando a observar o estimulador dentro de seu saquinho.
– Verdade, você e seu voo sempre adiante… Ícaro. – Ela revolveu o mesmo tom, se escorando de lado na mesa.
Pausei minha atenção no objeto para encará-la e dizer:
– Culpa do sol em ser tão chamativo assim. Não consigo parar de correr em direção a ele.
travou sua mandíbula e cruzou os braços, respirando fundo. Era incrível como todo e qualquer movimento que ela fazia carregava uma tensão inabalável e única; isso nunca mudava entre a gente, mesmo passado tanto tempo.
– Eu não gosto de alimentar ego de macho, mas acho incrível como você consegue ser poético até quando está transbordando em vontade de me foder nessa mesa – riu e encarou o controle em sua mão.
– Direta como sempre – murmurei melódico.
– E você queria que eu fosse enrolada e levasse mais do que trinta encontros para sequer pegar em sua mão, oppa? – respondeu sarcástica; odiava títulos honoríficos coreanos e por mais que tivesse uma certa raiz asiática, se recusava a usar todos eles com a desculpa de sua criação ter sido totalmente brasileira.
Eu respeitava, não me importava com essa diferença sobre costumes e cultura. E sendo honesto, os modos de eram de um nível tão proveitoso e autêntico, que eu não tinha tempo de ficar analisando o uso dos títulos.
– Não preciso responder, Cafrey – respondi ao me levantar. – Você ainda tem muito o que fazer por aqui?
– Tenho. – Ela devolveu me medindo por inteiro. – Preciso colocar ordem.
O tom exato que eu estava buscando quando decidi mudar minha rota e passar na floricultura.
– Que chato comandar… – caçoei me fazendo de bobo. – Coitado de quem recebe ordens suas… Não deve ser fácil.
– Você nunca reclamou. – se virou totalmente para mim, inclinando seu corpo para frente, ficando com seu rosto a centímetros de distância. – Inclusive… Me lembro bem de você pedir por todas as amarras e… o plug. – Sua voz diminuiu o volume e eu senti o hálito fresco de menta bater contra a região da minha boca.
– Ora… – soprei e não me estendi muito, se era sobre ordens, eu não estava em posição de ditar nada
Na verdade, não queria.
– Você é mais inteligente do que isso, . – Ela franziu o cenho ao notar minha reclusão.
Ri nasalado, dando a volta na mesa e me aproximando dela.
Meus passos tinham um toque casual e despretensioso, eu não precisava mais cercá-la de ações alegóricas e nenhuma formalidade. Certamente não se fazia mais necessário toda uma preparação e enrolação no flerte envolvendo o toque na mão, um riso diferente e um gesto corporal intenso; digamos que a dança de acasalamento não era necessária, ou sequer foi um dia. Quando conheci num lugar que, qualquer pessoa ali naquele prédio iria desconjurar vê-la, me senti atraído de todas as formas possíveis, como se fosse extremamente necessário ter ela em minha vida, nem mesmo que fosse pelo mínimo. Fiz o meu melhor, respeitando meu limite, e agradeci ao universo por ser o tipo de pessoa por quem ela se interessaria.
Depois daquela noite eu fui mais feliz em diversos níveis e não tinha muito a ver com o fato de ter uma vida sexual ativa, passou a ser muito sobre com quem eu compartilhava esse prazer da vida. Então o tempo levou embora o carecimento de uma cerimônia trabalhada em nossos encontros, nossa sintonia tão forte fazia com que ficássemos a vontade na presença um do outro, portanto: maluca ou não, suas ideias sempre me surpreendiam e satisfaziam. Estar com Cafrey me transformou em uma pessoa mais leve e aberta.
Não era estranho ver ela me presentear com um massageador de próstata para incrementar nossa relação; não era estranho ela querer ter controle sobre mim; e, não, de forma alguma, não era nada estranho eu deixar ela me amarrar, usar objetos, me torturar como quisesse. Se fosse consentido, não teríamos limitações, desde que fosse um prazer dividido.
As nossas fodas explícitas eram autênticas e únicas, como o sexo deve realmente ser.
– E o que eu devo fazer, então, senhorita Cafrey? – A questionei assim que parei em sua frente, com os braços atrás do corpo. – Me ajoelhar e implorar?
estreitou o olhar para mim, ofendida.
– Você pode começar me cumprimentando decentemente. Ajoelhar e implorar a gente deixa para depois.
Sorri com os lábios fechados e cessei nossa distância, puxando-a pela cintura para colar seu corpo contra o meu. Com os olhos quase fechados, sentindo minhas pálpebras trêmulas, passei a ponta de meu nariz por seu rosto, indo de um lado a outro e podendo sentir o frescor de sua pele macia. O gás a mais para qualquer instinto perverso que habitava em mim no extremo intitulado “”. E isso me fez respirar fundo, trazendo o ar pela boca, de forma repuxada – um vício que eu tinha em momentos de tensão –, sentindo o corpo dela estremecer embaixo do meu toque.
Olhei nos olhos uma última vez, levando minha mão esquerda para sua mandíbula e erguendo seu rosto para que me encarasse antes de beijá-la. Não posso dizer que foi lentamente ou que tive cuidado, infelizmente sou egoísta demais com uma saudade inenarrável dela, não teria como ser nada simples ou ameno, porque ao tocar meus lábios nos seus foi como se o meu primeiro ápice estivesse a ponto de ser atingido apenas por aquela sensação gostosa. Beijar era como estar apreciando um dos maiores prazeres da vida e eu aproveitava muito bem todas as vezes que podia. Assim como naquele momento, usando de todo o meu fôlego profundo para não cessar nosso beijo enquanto realmente fosse desnecessário a pausa para respirar – estava curando uma saudade, não era hora de criar outra.
Minha mão se encaixava perfeitamente na curva de seu pescoço, mas eu não consegui manter ali por muito tempo, queria explorar seu corpo com ela e matar as outras saudades que tinha. Era cruel lembrar que passei tantos dias distante e isso estava me impulsionando a seguir por mais, cada vez mais. Quando o ar finalmente pareceu faltar, afastei suavemente, encerrando nosso encontro de bocas com beijos em sua mandíbula, ouvindo seu arfar quando minha mão apertou a cintura por cima da camisa branca que usava.
Para qualquer um poderia parecer extremo, mas era inenarrável e explícita demais a forma como entrávamos em um incêndio corporal e intencional quando nossos corpos se chocavam.
Voltei a beijar , agora com a mão esquerda em sua nuca e colocando um pouco de pressão ali. Recebi seus primeiros movimentos com as mãos, parecendo ser então naquele instante que conseguiu juntar qualquer controle no próprio corpo e não pude deixar de me sentir satisfeito pelo efeito caótico que causei a ela, sendo correspondido pela mão firme em minha bunda e a outra entrando por dentro do meu moletom e acariciando minha barriga.
Um ponto fraco que ela conhecia.
– Mas já? – riu contra meus lábios, passando a ponta de suas unhas pela minha pele de forma mais intensa ao ver que tive um leve tremelique com o primeiro toque suave de seus dedos naquela região.
– Você é muito suja em seus joguinhos, Cafrey – respondi ao afastar mais o seu rosto e inclinando-o para poder beijar seu pescoço. – Não acredito na sua inocência – completei, sugando sua pele e depois soltando-a levemente, deixando um assopro ali.
Por que fui fazer isso, não é mesmo? Se eu tenho os meus pontos fracos, tinha os dela, e cada um deles eu conhecia muito bem. Este fora o primeiro e se tivesse muita sorte, já teria a inebriado o suficiente para que esquecesse de querer assumir o controle desde o início, assim eu poderia seguir adiante com o meu jogo baixo.
Só que a minha sorte era outra.
Ela me empurrou bruscamente assim que assoprei sua pele, com as duas mãos espalmadas em meu peito. Me encarava furiosa e com seus olhos tão escuros que nem mesmo o sol transformaria em dia aquela noite em suas íris. Passei a língua em meus lábios lentamente e ela acompanhou o movimento com o olhar, sem piscar ou hesitar em me afastar mais.
– A gente termina na sua casa, . – Sua voz saiu grosseira e séria, virando-se para fazer o contorno na mesa e assumir o lugar em frente a cadeira.
– Nem mesmo por um bilhão de dólares eu vou embora e esperar você pelo resto do dia, Cafrey!
– Eu não vou dar pra você picado. Faz quase quinze dias que fico somente na masturbação vendo vídeo seu tocando punheta. Acha mesmo que vou me contentar em um convencional, quando estou louca, maluca, cheia de tesão e vontade de usar esse presente novo? – disparou sem qualquer resquício de abertura para um debate.
Porém, eu também não tinha vontade alguma de ir embora, tampouco me contentaria com um convencional e estava sim curioso para o tal do vibrador com controle que ela comprou. Depois que você se livra de tabus e experimenta níveis de prazer tão pouco explorados e com tanto preconceito, como o estímulo de próstata, fica difícil aceitar qualquer sexo mamão com açúcar e uma punhetinha simples.
– Nós nunca fizemos sexo convencional, . – Minha resposta foi irônica e eu passei as mãos no rosto. – Eu sempre estou preparado para encontrar você desde de que usamos o plug pela primeira vez e… Céus! Que trava é essa? – continuei andando até ela, do outro lado da mesa e parando do seu lado.
Ela me mediu de cima a baixo e puxou o estimulador, que ainda estava dentro do saquinho fora da caixinha, empurrando-o contra meu peito com força, fazendo eu me desequilibrar levemente e dar dois passos para trás, livrando o espaço para que pudesse puxar a gaveta de sua mesa. Tirou de dentro dela a caixinha de lubrificante e também me entregou.
– Você quer colocar sozinho ou eu faço?
Sorri de lado, logo em seguida mordendo o meu lábio inferior.
Se ela fosse colocar, eu com certeza passaria por uma sessão deliciosa de “tortura” em que faria de tudo para me atingir em todos os meus pontos fracos; claro que, estimular o prazer em mim lentamente era o drama que eu passaria, mas talvez fosse a melhor opção, porque seria totalmente sem graça eu tirar minha roupa e colocar o acessório sozinho. Não seria interativo, não seria legal e divertido, prazeroso… Seria xoxo e sem graça. E meu vício por ter sexo a dois era tão maior quanto meu tesão pela mulher com quem transava fielmente.
Tomei meu tempo dramático para pensar, mesmo que a resposta fosse óbvia, sem que tirasse seu olhar do meu, completamente vidrada e séria, longe da hesitação ou qualquer sombra de ansiedade. Quando ela assumia o controle automaticamente significava que eu estaria perdido, porque o meu próprio veneno voltava contra mim – e essa coisa toda de incrementar o sexo e não se limitar em posições de um dado simples ou um tapa ou outro durante nosso coito, fora algo que fomos adicionando juntos com o passar do tempo, então os vicíos e manías que tínhamos, por mais que pudesse surgir novos, ainda eram bem conhecidos. Se fazia redundante e repetitivo dizer que eu conhecia demais, talvez até mais do que a mim mesmo e vice-versa. Podia ser que sua ausência de ansiedade fosse por isso, porque ela tinha convicção do que eu iria responder.
– Cordial da sua parte me perguntar o que eu quero.
Estendi os dois objetos para ela, que pegou da minha mão e colocou de volta na mesa, se aproximando de mim completamente, sendo a pessoa ativa desta vez, com seu rosto totalmente próximo do meu, resvalando seus lábios em meu queixo enquanto suas mãos alcançaram a barra do moletom.
– Mas é claro que eu iria perguntar. – disse baixo, com seu hálito batendo contra minha pele, quente e refrescante ao mesmo tempo pelo aroma de menta. E, me mantendo hipnotizado em seus olhos, subiu o tecido grosso da peça de inverno, lentamente, fazendo eu sentir meu corpo começar a arder. – Nunca faria nada que não seja consentido, neném – sussurrou, deixando uma mordida na ponta do meu queixo, antes de subir o moletom de vez.
A ajudei, claro, e não evitou o sorriso orgulhoso ao tirar a peça e ver que eu estava sem camiseta ou uma outra roupa por baixo. Apenas dei de ombros, parecendo conversar com ela por telepatia e entender que ficou satisfeita ao ver que teria algo a menos para retirar. Não é como se fosse trabalhoso, apenas tornava as coisas mais práticas e interessantes, como se eu estar sem camiseta debaixo do moletom fosse o mesmo que ela chegar em sutiã. Se tratava de praticidade, um flerte meio diferente, coisa de detalhes. E vê-la satisfeita até com o mínimo me fazia sentir um orgulho grotescamente imenso. O mesmo que ela deveria sentir quando a mesa estava invertida e os papéis fossem contrários.
Assim que ela jogou o moletom preto para longe, tomou meus lábios com os seus de maneira selvagem, sem nem um traço da delicadeza da tão doce e educada Cafrey, retratada em tantas colunas sociais. Foi como se estivesse sendo domada por sua segunda personalidade, uma que liberava única e exclusivamente para mim e me fazia o homem mais sortudo do mundo por tal. Poderiam passar anos e os beijos de nunca iriam me cansar, sendo selvagem ou delicado, não importava, apenas o fato de poder beijar seus lábios e ter o encaixe delicioso de um beijo ritmado dentro dos sentimentos que compartilhamos, já era motivo o suficiente para eu insistir na ideia de pegar sem se apegar – tudo bem que a segunda parte era algo a começar entrar em discussão, mas eu estava bem com isso; não gostaria de estragar o nosso status, continuava tendo o meu modo Ícaro de qualquer forma.
Os dedos de passeavam pelo meu peito, dedilhando cada centímetro de pele no modo pesado dela para me fazer sentir sua possessividade que surgia quando passávamos a entrar na atmosfera libertina sem nenhuma intenção de volta. E obviamente meu corpo correspondia, me mandando os tremeliques como resultado da soma básica entre a saudade que eu estava sentindo e seus toques. O calor de seu corpo, mesmo coberto pelos tecidos, trabalhava em uma espécie de imã contra o meu, me fazendo o metal atraído. Quando desceu mais a mão, chegando no cós do meu jeans, passou a usar as unhas, causando em mim um arrepio, principalmente pelo conjunto da obra ter seu beijo interrompido para que os lábios molhados fossem para meu pescoço, passeando livremente por ali, com a ponta do seu nariz me fazendo uma carícia a mais.
Me soltei, me libertei, me desprogramei para esquecer tudo e qualquer coisa que pudesse ser motivo de preocupação a ponto de impedir que aquele momento fosse interrompido. Era isso, eu estava no lugar que mais gostava de estar: a presença dela.
Senti sua respiração assoprada em minha pele úmida pelo caminho do seus lábios, causando uma sensação deliciosa de refrescância pela junção das duas coisas, e guiei minha mão direita para prender seus fios de cabelo entre meus dedos, enquanto a outra foi instintivamente para a lateral de seu corpo, deslizando por seu ombro e passando por seus seios, ainda por cima de toda aquela roupa que usava, para descer até a cintura e ir lentamente para sua bunda, fazendo o que meus dedos estavam ansiosos para fazer: apertar e alisar, dando um tapa que seria mais estalado se ela estivesse sem aquela calça.
Em resposta, ela deixou uma mordiscada em meu pescoço, indo para o centro pelo caminho da minha clavícula e apoiando o queixo no meio do meu peito.
– Você está cheirando a sabonete… Sabonete afrodisíaco que te trouxe de Dubai.
Seus olhos brilhavam como se tivesse descoberto uma informação que pudesse mudar os rumos de toda uma vida e o esboço de um sorriso, que fora impedido pelos seus dentes prendendo o lábio inferior com tanto afinco, estampou sua face, fazendo ela parecer extremamente orgulhosa de mim.
– Eu disse que quando vou ao seu encontro estou preparado. – Minha boca se fechou e formou um bico capaz de beijar a ponta do nariz dela.
– O que foi que eu fiz com você… – riu fraco, empurrando com o pé a cadeira atrás de si, antes de apertar minha cintura firmemente.
Grunhi com o arrepio que senti ao ter suas unhas cravadas em minha pele e correspondi com minha mão posicionada em sua nádega e a outra em seu cabelo, puxando-a um pouco para trás. Ela riu melódica, beijando toda a minha clavícula novamente, traçando seu caminho tortuoso até o lado esquerdo do meu peito, no mesmo momento que sua mão direita deslizava para cima, enquanto a outra continuava firme em minha cintura. Seus dígitos da mão que subiu foram rápidos em circular meu mamilo, durante o movimento calculado dela em levar sua boca ao outro. Foi um estímulo duplo numa região sensível e de muito prazer. A sensibilidade foi aumentando conforme ela sugava um lado e circulava o outro.
Minha respiração se tornou um pouco dificultosa e eu apertei mais minhas mãos, como uma resposta em reflexo. Não queria que ela parasse, de maneira alguma isso era uma opção naquele momento, mas comecei a sentir uma certa ansiedade por querer devolver o que ela já fazia comigo e o que eu sabia que viria a seguir com juros e em um único pagamento. Porém, manter a ansiedade por isso também seria uma forma de sucumbir ao prazer, porque quanto mais eu desejasse, maior o tesão ficava.
não levou muito a sério o meu grunhido repetido, continuou por mais um tempo, alternando os lados que chupava e usava os dedos, até começar a descer seus lábios e chegar em minha barriga, abaixando seu corpo e me tirando o direito de segurá-la como fazia em sua bunda. Então usei o espaço de tempo que teria minhas mãos livres e me estiquei para pegar o estimulador em cima da mesa, a fim de abrir e agilizar o processo. Foi um tanto difícil manter uma concentração com ela explorando a minha região fraca, no caminho do local mais sensível de todo o meu corpo, que, a essa altura, começou a dar seus sinais mais fortes, se tornando cada vez mais impossível continuar vestido com a cueca box. Estava apertando e eu sentia a pulsação, seguida da ardência em todo o meu ser.
Misturar tesão com saudade se torna impossível de qualquer punheta resolver a situação.
Conforme ia descendo minha calça, se ocupando em me livrar das peças de roupa, busquei na mesma gaveta que tinha tirado o lubrificante um pacote de lenços umedecidos, que eu tinha quase certeza absoluta serem de álcool – a conhecendo bem, diria com convicção que era para fins de desinfetar objetos ou as próprias mãos, e um objeto que eu precisava estar desinfetado estava em minha mão, prestes a sair da embalagem. Tirei o pacote de dentro da gaveta, agora sendo agraciado por seus beijos em minha virilha, por cima do tecido da cueca, e não consegui controlar o arfar, girando a cabeça sobre o pescoço. Abri com o dente a embalagem do estimulador, mais apressado, e no mesmo momento que tirei o objeto de dentro, desceu a peça que estava faltando, me fazendo ter que trabalhar minha concentração entre "ajudar" a tirar as duas peças que ela queria passar pelos meus pés, sentir a liberdade do meu pau batendo em seu rosto ao ser liberado, não derrubar o acessório e limpar ele para que logo fosse usado.
E mal tive tempo de organizar a ordem da concentração, ela foi direta e pontual com suas mãos ao pegar em minhas bolas com a direita e usar a esquerda para segurar na base, mantendo-o na direção de sua boca. Não consegui respirar direito com esses toques, pois já estava sensível demais, ereto e duro, desejando cada uma das coisas que ainda faríamos e não pude evitar o descompasso da respiração, sugando o ar pela boca.
Quando beijou a cabeça, fazendo a trilha com seus lábios pela extensão toda, até chegar nas bolas e chupar uma de cada vez, minha sanidade falhou e eu quase soltei o que tinha em mãos. Mas fui mais "forte", apenas gemendo seu nome e olhando para cima, encarando o teto iluminado por completo com a luz do dia. Tentei fazer um exercício de respiração, jogando o lenço sujo para cima da mesa, junto com o saquinho rasgado, e apertei firme o objeto, sentindo sua textura. Porém foi uma tentativa frustrada, já que não teve decência ou lentidão alguma de parar com seus estímulos simples de beijos e massagens para enfiar todo o meu pau em sua boca, longe de qualquer sombra hesitante. Me engoliu por inteiro e me segurou pelo quadril, usando uma mão de cada lado para me incentivar a movimentar, ditando o ritmo que queria que eu fodesse sua boca.
– Filha da puta! – Não consegui evitar o xingamento, embora isso não fosse gerar um caos naquele momento, e apertei mais o acessório. Tinha que manter minhas mãos longe dela, sabia que se fosse cometer o clichê de espalmar a mão em sua cabeça e força-la naquele boquete, ela iria parar e me punir de maneiras piores. Não que eu já tenha tido isso, mas sabia que ameaças de nunca permaneciam somente como ameaças.
Lento. Começou lento.
Intenso, sempre quando ela me chupava era intenso.
Eu sabia que somente aquilo poderia me fazer gozar se ela continuasse. E teria disposição para mais outras. O lance da saudade fala mais alto, claro.
Então foi um pouco mais rápido, mas pouca coisa do que estava fazendo.
Ainda assim: intenso.
Quando ela pareceu querer ir com mais velocidade, eu me preparei, porém fui enganado. se afastou e, ajoelhada como estava, segurou a base para passar a língua de desde a ponta até as bolas, ao passo que suas mãos acariciavam a minha bunda e me apertavam. Estava me sentindo menos traído, ouvindo os gemidos dela, quando outra vez fui pego de surpresa e ela me virou bruscamente para a mesa, em seguida erguendo o braço para tomar de minhas mãos o presentinho.
– Porra, . Eu quero muito você gozando na minha cara, no meu cu, na minha boca. Em tudo.
Fiquei um tanto desnorteado, para ela conseguir formular frases que não fossem xingamentos estava sendo fácil, até porque não tinha sido usada ainda como eu estava sendo. Mas não me abati pela minha vulnerabilidade em estar sem respostas. Fiz o que imaginei que deveria ser feito e espalmei o vidro da mesa, conseguindo ver meu rosto sendo refletido, porém não nitidamente. Minha respiração estava um tanto ofegante e somente de imaginar o que ela iria fazer a qualquer segundo com aquele objeto de inserção, meu coração acelerou. Ansioso, claro.
fez comigo o que eu amava fazer com ela: ficar por trás e posicionar a mão aberta na nuca, para então descer lentamente pela coluna, até chegar próximo da entrada de sua boceta para enfiar dígitos lá dentro ou estimular de qualquer outra forma. E ela fez com graciosidade, apertando a mão em minha cintura, me fazendo um completo submisso do seu toque, do seu comando. Não precisava ter vergonha dela ou de qualquer forma que usávamos para completar as fodas que tínhamos, tampouco eu tinha que ser impaciente, porque era sempre completo. Consentimento e compartilhamento era uma via de regra. Por isso, mesmo ansioso, eu sabia aproveitar cada segundo, sendo o controle meu, dela ou dividido simultaneamente.
Não saberia dizer exatamente como foi que eu me tornei uma pessoa mais tranquila e não tinha preocupação ao sentir ela intencionada a chegar em meu cu. Confiar nela era algo natural e eu não me importava mais com o tabu que envolvia aquilo, então não diria com exatidão qual foi o momento que passei a fazer isso com tranquilidade. Talvez o prazer gerado pelo ato fosse um grande responsável por isso, mas eu acho que a única certeza seria .
– Você não sabe como eu sou extremamente vidrada nas nossas fodas, neném… – Ela estava sorrindo perversa, tenho certeza disso, enquanto seu movimento com a mão deslizante me fez deitar o peito no vidro gelado, agradecendo por não ter nada ali em cima, e ficar empinado para ela. – A forma como você confia em mim é tão especial. E recíproca. Entre nós é tudo recíproco.
Sua voz era suave, ainda que eu conhecesse sua capacidade libertina. sempre tinha coisas a dizer no momento certo e enquanto estava ali, dizendo coisas carinhosas, eu senti seu corpo colado ao meu, com uma mão envolvendo o meu pau e a outra levando o indicador para a entrada. Ela beijou o meu ombro, depois o meio das minhas costas e sua mão parou de me masturbar, sendo útil com a outra para afastar minhas pernas. Circulou com a ponta de seu dedo e afastou rapidamente para voltar com ele mais úmido. Não foi dolorido o primeiro milímetro que ela penetrou, nem mesmo a sequência, mas tinha uma alta influência do prazer na dor. E como em todas as vezes: se preocupava em fazer valer a pena, me fazendo acostumar com a sensação, ao mesmo tempo que beijava meu corpo carinhosamente, ou massageava minhas bolas.
Respirei fundo quando senti ela tirar o indicador, sentindo a sua unha me arranhar levemente, e fechei os olhos, pressionando as pálpebras. A leve ardência não durou muito, pois logo senti o lubrificante escorrer no local.
– Me fala se incomodar, ele tem alguns centímetros a mais que o plug.
Apenas assenti e mordi o lábio, relaxando o corpo para receber o estimulador. Primeiro ela começou usando ele, lambuzado pelo acúmulo de lubrificante, para massagear minha região perianal, quase como já tinha feito com seu dedo, porém agora com a vibração leve do estimulador.
Não consegui ficar quieto e muito menos conter a sonoridade da minha respiração, era uma sensação prazerosa demais para eu simplesmente me conter. Foda-se se a sala dela não era como o meu estúdio na empresa, com isolamento acústico. Definitivamente não era algo a se preocupar no momento.
Assim que meu corpo passou a corresponder mais, de forma leve e ansioso pelo objeto, delicadamente, começou a inserir, sendo lenta e dando o momento para me acostumar com a dor que viria por ser algo de tamanho novo. Quando já tinha uma parte dentro de mim, pude notar que ela se levantou, debruçando-se por cima das minhas costas e alcançando meu ouvido com seus lábios. Foi uma sequência de beijos e carícias durante o tempo que levou para colocar todo o estimulador adentro. Doía pela novidade de tamanho, mas não era algo insuportável, até porque eu estava ardendo muito mais em tesão e a capacidade disso transformar qualquer dor em níveis elevados de excitação não deveria ser julgada.
– Está tudo bem? – sussurrou em minha orelha e eu apenas assenti, virando meu rosto o suficiente para que ela pudesse deixar um beijo próximo da minha boca.
Seu corpo descolou do meu e a sensação de ter algo dentro de mim passou a ser mais prazerosa depois daquele certo tempo que levou para me acostumar. Ela se afastou para começar a se despir e eu me virei, não evitando o ímpeto de levar a mão até o pau, me masturbando enquanto a observava tirar a roupa completamente sensual, me provocando com o poder a mais que passou a ter sobre mim por ter o controle do estimulador em sua mão.
– Você é satânica – ri fraco, admirando cada parte que foi surgindo em sua nudez.
estava de calcinha e sutiã e colocou as mãos na cintura, alisando o polegar sobre os botões do controle.
– Uau, acho peculiar a forma como seus elogios evoluíram. Um ano atrás me disse poeticamente que eu queimo por você… Antes eu era pervertida, agora sou satânica.
– E eu menti, Cafrey? Você não está em chamas agora? – suspirei, dando um meio passo em sua direção.
– É contagiante, . Entre nós tudo é recíproco.
– Então você confessa que sua boceta queima por mim.
– Tal qual esse seu pau delicioso que está gritando pra me foder. – Ela respondeu em seu tom sádico, apertando o botão da velocidade mais alta, me fazendo vacilar.
– Filha da puta... – grunhi, ouvindo sua risadinha maléfica e fechando os olhos, no mesmo momento que cortou o resto da distância para selar meus lábios.
Mas ela não era mesmo uma pessoa padrão, com um senso comum de bondade. Eu fodia há três anos uma mulher pactuada com forças maiores, que quando fica mais do que três dias sem o meu toque, se torna insaciável e perversa. E me punia por isso, mesmo que ficássemos sem nos ver por ausência dela – e quando era minha agenda nos separando por mais tempo e ela não tivesse meios para me encontrar por aí, as coisas se tornavam piores. Eu estava beijando-a de olhos fechados, certamente, amplificando a minha cegueira das decisões dela com aqueles botões sob seu poder, mas mesmo que estivesse enxergando, não conseguiria decifrar ou criar qualquer preparo para o que ela fazia. Tampouco queria. Me parecia completamente interessante, em níveis absurdos, estar a mercê do que queria fazer, pelo menos por ora.
Enquanto tinha sua língua em sincronia com a minha, tendo sua mão vazia espalmada em meu peito, me deixando sentir o quão quente a palma estava, levei as minhas duas para o fecho de seu sutiã na parte de trás, envolvendo-a com meus braços. Rapidamente abri e tirei a peça, puxando pelos seus braços em uma leve distância que tomou, ainda sem desgrudar nossas bocas. Joguei para longe e fui direto em apalpar cada um dos seios de , preenchendo eles em minhas mãos, sentindo os bicos rígidos. Ri fraco contra os lábios dela e usei meu indicador e dedo médio da ambas para pinçar os dois mamilos, sabendo que isso causava uma corrente elétrica nela por ser seu ponto fraco. Ela tinha um sensibilidade além do normal em seus seios e eu amava ver como se contorcia, mesmo a contragosto, quando eu trabalhava neles.
Cessei o ritmo frenético do beijo conforme brincava com meus dedos, descendo minha boca por seu pescoço e alcançando o busto para distribuir beijos e chupões, sempre repetindo o que ela mais amava e odiava: beijar, sugar lentamente e soltar, soprando em seguida. Sua resposta desta vez não se limitou em seus dedos embrenhados no meu cabelo, puxando os fios, ela também tinha sua outra carta e eu senti a vibração dentro de mim, arfando ao mesmo tempo que um gemido grosso saiu por meus lábios. Porém, ela não era a única a ter algo para fazer em contra ataque, e minha devolutiva foi alcançar seu mamilo direito e repetir o mesmo processo, apenas demorando mais um pouco com a minha língua encontrando um ritmo em sua pele. A outra mão, claro, massageava o outro seio.
– Porra de língua tecnológica… – grunhiu e o contrário do que eu esperei, ela não iniciou a vibração do estimulador, apenas puxou meu cabelo e eu ri contra sua pele. – Você é perverso, , um tremendo de um desgraçado perverso. – Me esforcei para não subir e calar a boca dela com outro beijo, apenas indo para o outro seio e fazendo o mesmo. O que eu mais queria aconteceu, ela vacilou e grunhiu alto, e eu vi com apenas meus olhos erguidos em sua direção enquanto mamava em seu peito. – Oh, lord…
Era gostoso demais viver o melhor de todos os mundos em apenas uma foda. Nunca perderia a graça ter sob meu controle, estar no controle dela e dividir tudo isso. Era único e sem precedentes como vivíamos uma frequência tão íntima e poderosa.
Não demorei mais e endireitei minha postura, beijando com muito mais afinco que qualquer outro beijo já tinha recebido até ali. Foi algo mais intenso e sem a película da pressa e o fanatismo por seus lábios, como se fosse somente a minha saudade ali, sendo mais explícita que qualquer outro ato de cunho sexual. Assim como em tudo, ela também entrou na mesma sincronia e minhas mãos passearam pelas suas curvas, acariciando cada centímetro de pele, mais uma vez acentuando em mim o instinto de aproveitamento. De forma alguma poderia desperdiçar cada milímetro que eu podia tocar, afagar, acariciar… Sendo um caminho contínuo até parar atrás de sua coxa e puxá-la para cima, para a lateral do meu quadril, dando o suporte em sua cintura com o braço esquerdo a fim dela rodear suas duas pernas em mim.
passou os dois braços por meus ombros e subiu para o meu colo, brevemente afastando sua boca para tomar um fôlego e puxar o pacote de camisinhas em cima da superfície ao nosso lado, antes de me beijar novamente, sem perder o ritmo passional em que entramos. Lembrei do balcão de madeira que tinha na parede à minha direita, lateral da porta do banheiro, e a levei para lá, achando mais prudente do que colocá-la em cima do vidro – se não estivessemos despontando uma necessidade violenta, talvez desse para foder em cima da mesa. Assim que a coloquei ali em cima, ela espalmou meu peito, me encarando diretamente nos olhos, um tanto afastada, sendo o suficiente para que eu pudesse observar os seus detalhes enquanto se agilizou em abrir o pacote de camisinha e tirar uma de dentro, jogando o resto para longe.
– Mas já? – brinquei, entendendo a sua necessidade e tomei de sua mão a pequena embalagem para abri-la.
– Você vai ter um puta de um tempão pra me fazer gozar na sua boca depois, , agora eu só preciso que você me foda. – Ela respondeu se aproximando com o rosto da altura do meu ombro e mordendo a região. – Eu preciso – salientou. – Depois te dou um chá na boquinha…
Seu sorriso perverso foi um gatilho para o frio que percorreu em minha espinha e eu não respondi. Não fui capaz, sentindo a mesma necessidade dela. Então abri a embalagem diretamente onde era sinalizado e me vesti com a proteção, enquanto ela continuava seus beijos e mordidinhas em meu peito e ombro. A encarei uma última vez, mantendo meu olhar firme em seus olhos e mordendo meu lábio ao pincelar seu clitóris ainda por cima do tecido de renda da calcinha, vendo-a fechar os olhos e contrair os lábios.
usou as mãos no balcão para conseguir se apoiar ao erguer o quadril para eu puxar sua calcinha para baixo. Não consegui resistir quando me curvei e estive com meu rosto próximo de sua entrada, tive que me ajoelhar no chão e abrir mais suas pernas para chegar mais perto e me encaixar ali começando por um beijo com pressão em seu monte de vênus, pressionando meus dedos nas partes internas de suas coxas, bem próximo da virilha.
Ela puxou meu cabelo, obviamente contrariada, e eu imaginei que apertaria o botão do controle que ainda estava em sua posse, porém nada aconteceu, então eu continuei.
! – exclamou como um gemido logo quando comecei a descer para seu clitóris. Fiz uma breve menção de me afastar, intencionado a brincar com ela, mas foi muito mais rápida e fechou suas pernas em mim, passando a dobra dos joelhos por cima dos meus ombros e cruzando elas para me dar uma “chave”. Chave de boceta, claro. – Desgraçado, começou agora termina!
Ri satisfeito, usando do espaço que tinha para soltar suas coxas e levar minha mão direita em sua virilha. Meu lábios, fechados em um bico, selaram seu clitóris e eu movi um pouco para baixo, a fim de levar minha língua para sua entrada, passando ela desde a parte de baixo, na região perianal, até voltar para o clitóris, fechando meus lábios ali para massagear em estímulo. Soube que ela tinha adorado ao sentir suas pernas se fecharem mais em mim, como se quisesse me fundir à sua região íntima. Então prossegui, sabendo que estava lubrificada o suficiente para receber meus dedos. Entretanto, não pulei a parte em que afrouxei suas pernas de mim e ergui meu braço, dando o indicador e o médio para ela chupar.
Ergui meu rosto e ela usou a mão que estava em meu cabelo para segurar meu punho e levar para dentro de sua boca os meus dedos, sugando-os sem discrição ou qualquer receio. Sorri em aprovação, voltando meu braço para baixo e, enquanto minha boca trabalhou em seu clitóris, eu inseri os dois dedos lentamente, sendo apenas um aperitivo de penetração, a fase final. Suas paredes úmidas e quentes me receberam e contraiu a região pélvica, entregando seu descontrole por mim. Suguei seus grandes lábios e trouxe meus dedos para fora, repetindo a penetração dedal conforme beijei sua virilha, seu monte de vênus outra vez, descendo para o clitóris e usando a ponta da língua para pressionar o botão sensível… Sem pressa ou ansiedade, aproveitando cada passo dado.
Mas estava impossível. Ao afastar meu rosto e usar o polegar para massagear seu clitóris enquanto meus dedos estavam dentro de sua boceta, ela foi maldosa e usou do botão, me afastando com seus pés colocados cada um em um ombro meu, o suficiente para que eu continuasse o que estava fazendo e ela pudesse ver minha feição se contorcer por ter a porra de um vibrador estimulando a minha próstata.
– Gostoso. – Ela me mandou um beijinho no ar, rebolando em minha mão no mesmo momento que esticou seu tronco, jogando a cabeça para trás e apertando um nível a mais da vibração.
– Caralho, ! – Não impedi o descontrole. Não tinha como.
Ela voltou a me encarar e, sorrindo ladina, com seu olhar superior de uma tremenda filha da puta com graus inenarráveis de sadismo, me hipnotizou outra vez. Porém, eu consegui juntar qualquer controle físico e cessei a penetração, voltando a chupá-la com mais intensidade, colocando toda e qualquer experiência de agilidade em minha língua em cima do seu ponto de prazer pubiano. Ela grunhiu e respirou descompassado e eu me senti vitorioso por ora. Subi com a boca por seu corpo, passando por sua barriga e levando mais tempo em deixar chupões ali, até passar pelos seios e não esquecer de provocá-la com beijos e carícias para chegar no pescoço e me afastar por completo.
– Mas que porr-
– Shhh. – Me posicionei em sua frente, com um passo de distância, pedindo silêncio e não a deixando fazer nenhuma reclamação. – Pede.
… – disse firme, erguendo a mão do controle.
– Isso não me ameaça mais, pelo contrário. Você pode apertar e me ver aqui, na sua frente, bater uma e gozar usando o seu presentinho – fingi o melhor da minha casualidade, dando de ombros, com a mão segurando o meu pau.
Ela riu amarga, me conhecendo o suficiente para saber que eu não blefava.
– Você quem sabe, neném, eu posso muito bem assistir a esse pornô ao vivo e de milhões.
– Tem certeza? – insisti, começando a mover minha mão na extensão do membro ereto.
sustentou meu olhar com seu cenho franzido, desafiadora. Ela parecia bem distante de qualquer desistência.
– Tudo bom então, meu bem. – Me forcei a sorrir o menos decepcionado possível e intensifiquei minha masturbação.
– Eu odeio quando você é pilantra assim, seu chantageadorzinho de merda. – Ela bufou irritada e eu precisei desviar do controle que ela jogou em minha direção, concentrando em me acostumar com a sensação da vibração que ela deixou rolando. – Vem me foder logo, inferno.
E como uma nova versão de Ícaro, eu vesti meu melhor sorriso sacana para ela, o sorriso que somente Cafrey arrancava de mim, e fui em direção ao meu sol. Em direção a ela.
Assim que voltei a ficar no meio de suas pernas, me puxou pela cintura, com as unhas cravadas em minha pele e usando seu sorriso brilhante, do mesmo estilo de uma criança que acabou de receber seu prêmio. Sua mão livre foi diretamente em meu pau, pressionando-o perfeitamente no ponto certo, nem muito forte e nem muito fraco. Na intensidade certa para me fazer rolar os olhos.
– Você sabe como eu gosto, meu bem. – Minha voz saiu rouca por conta do tanto que tive que controlar pelo o que já estava lidando. Meu desejo no momento era devolver nela todo o tesão que estava sentindo.
– Eu acho que esse tempo longe me fez esquecer um pouco as coisas… – respondeu, ainda com sua mão me pressionando, tendo seu rosto próximo do meu e seus lábios na altura do meu queixo.
Tudo o que fazia era provocativo. Ela não tinha desejo algum por ser razoável e nenhum interesse em pegar leve, porque era sua forma de receber em troca, sabendo que eu revidaria, fazendo a nossa situação ser sempre como um playground: brincávamos em brinquedos de aproveitamento individual e depois tínhamos nossos momentos compartilhados. E eu nunca me cansaria do nosso rítmo, ou de qualquer ideia proposta por ela. Sequer conseguia me ver livre do seu tom único.
Mantive meu sorriso ladino ao tirar sua mão de mim e fiz pouco esforço para segurá-la, enquanto meus dígitos da direita foram até seu queixo e, levantando-o para que ela me encarasse, selei seus lábios, levando suas duas mãos para trás de seu corpo. sabia que não deveria se mover ou sequer contrariar, apesar de sua cena de perda de memória, e permaneceu quieta, apenas movimentando o suficiente de sua boca para me beijar deliciosamente, de novo sem pressa alguma. O que dava permissão para o aproveitamento do meu vício. Deixando as mãos dela, me concentrei em ter consciência para aguentar mais, pois a vibração pertinente do estimulador estava me fazendo perder noção sobre tudo. E eu ainda precisava dar a ela mais do que um breve oral.
Alisei todo seu corpo, desde o pescoço, passando pelos seios, até as pernas para apertar, conforme a beijava pelo pescoço e busto antes de envolver sua cintura com meu braço e puxá-la para fora do balcão, virando-a de costas para mim. Empinei seu quadril para trás e tremeu os dedos das mãos ainda entrelaçadas em suas costas. Tê-la sem se mover era mais como um desejo de que ela não fizesse nenhum esforço e eu pudesse lhe entregar o melhor dentre todos os prazeres; e eu sabia como ela era interativa e odiava não fazer nada, então impor que ficasse presa era satisfatório por vê-la estar tão entregue a mim, ao ponto de não “desobedecer”.
Curvei meu corpo por cima do seu, sentindo meu pau roçar na linha de sua bunda e fisgar pela intensidade que pulsava dentro da camisinha, estava clamando para se enterrar em . Pressionei meus lábios em sua nuca, afastando para o lado os fios do seu cabelo, e comecei a beijar desde ali, descendo lentamente conforme fechei minha mão em sua boceta e a outra pinçando seu mamilo. Ela vacilou embaixo de mim, com a respiração cortada, mas empinou mais o quadril e eu ri contra sua pele.
– Ansiosa, Cafrey? – murmurei antes de deixar uma leve mordida em sua cintura, continuando a descer os beijos.
Tive que afastar um pouco do meu corpo ao alcançar seu quadril, mas mantive a mão em sua entrada, com o indicador pressionando suavemente seu clitóris. Mudei os atos e as duas mãos passaram a ficar cada uma de um lado de seu quadril, usando de uma certa força para apertar e então afastar as nádegas e eu ter acesso livre total. Agachei o suficiente e fui diretamente com a língua desde o seu monte de vênus até o cu, demorando no final em uma longa chupada.
gemeu alto, gritado, querendo fechar as pernas, mas eu a apertei e impedi, repetindo o mesmo até voltar em seu clitóris e meter o indicador em sua boceta, com a palma virada para cima e tendo ângulo para circular o polegar em seu cu. E mantive isso por um curto tempo, também deixando mordidas em sua nádega, além de apertões em sua perna. Antes de encerrar, a chupei outra vez, engolindo toda sua lubrificação.
Ao ficar ereto outra vez, calculei a distância entre onde estávamos e a mesa, com a ideia que me veio em mente. Curvei meu corpo sobre ela novamente e, antes que eu pudesse externar o que estava pensando, foi mais rápida:
– Você sabe que contraceptivo não existe só a camisinha e… Somos limpos, neném. – Seu sorriso me arrepiou, assim como a rebolada que deu, tendo nossas regiões íntimas tão coladas. – Pega o lubrificador e me lambuza. Eu tô sempre pronta pra você.
Deixei um beijo na altura de seu ombro e me afastei, sendo rápido em tirar a camisinha – ela não teria nenhuma utilidade ao usar o lubrificante, já que o produto poderia danificá-la – e ir até a mesa e pegar o produto, evitando o pensamento comédia de que fazer a tal da chuca havia se tornado algo tão rotineiro para ambos há um certo tempo. Esse tipo de conversa poderíamos ter depois.
Não demorei ou fiquei preocupado como se aquilo fosse incomum, apenas passei a quantidade do lubrificante em sua entrada, sabendo que ela deveria estar sentindo a mesma refrescância que senti pouco antes. De novo me curvei sobre seu corpo, segurando em meu pau pela base e posicionando-o com a ponta em seu cu, pincelando dali até a outra região; quando voltei com ele para cima outra vez, abriu mais as pernas e se manteve relaxada, embora firme em sua posição para me receber. Com a outra mão que não estava ocupada, apertei seu quadril e me impulsionei para frente lentamente, metendo devagar.
– Se fosse pra ser gentil, eu teria chamado um britânico pra comer meu cu, .
Apesar de tentar ser firme e exigente, o tom de denunciou como ela estava falhando e eu apenas ignorei, conforme entrava por completo com meu pau em seu cu, acariciando seu quadril em um carinho necessário. Voltei para trás, também lentamente, tirando por completo dela e ouvi o suspiro, não de alívio, mas de frustração.
Levei alguns segundos parado, apenas com a ponta roçando nela, ainda que estivesse fora. A observei e senti meus olhos estarem cheios de brilho por finalmente poder estar com ela outra vez. Depois da minha breve reflexão, desferi um tapa em sua bunda, causando um tranco para frente de seu corpo, não enrolando mais e a penetrando sem lentidão, porém com mais intensidade do que velocidade. Alguns segundos depois, dentro dela, se forçou a querer fazer os movimentos das estocadas, mas eu segurei em seu quadril, fazendo por mim mesmo. Comecei a meter ritmadamente, acatando com seu pedido pela falta de delicadeza.
Eu gostava da intensidade e tampouco se importava com velocidade, ela preferia sentir cada milímetro de si sendo invadida. Tanto que, depois de algumas investidas, mantive um ritmo que sabia ser sempre do seu agrado, para levar a mão em sua boceta e também penetra-la ali.
Estava sendo um tanto difícil de continuar mantendo a concentração e me segurar mais, já que o estimulador parecia estar cumprindo perfeitamente com seu trabalho e me fazendo começar a sentir o corpo cada vez mais quente e mole. Porém, eu precisava me concentrar em foder , mesmo que ela estivesse mais a frente com relação a mim.
… m-mais… mais forte… – gemeu melódica, pendendo a cabeça para frente e levando os braços junto, usando-os para de apoiar no balcão, conforme seu corpo mexia para frente e para trás.
Ela não conseguia ficar quieta, nem mesmo pelo simples, e começou a rebolar conforme eu continuava estocando, sendo mais incisivo e indo o máximo profundo que conseguia. Nossos gemidos se misturaram e eu conseguia sentir sua parede vaginal fechando-se em meus dedos, até tirá-los para levar em minha boca e sentir seu gosto, não aguentando mais a forma como meu corpo estava tremendo.
Queria ter mais tempo, porém seria um tanto impossível, principalmente com a trilha sonora perfeita que eu tinha de sua voz ao gemer, resmungar, choramingar e clamar por meu nome. Era só isso que importava: pedindo por mim. Era o suficiente para eu me forçar mais e dar mais tempo a ela; sabendo que não seria a única vez que iriamos transar naquele dia, resolvi me render e fui diminuindo o ritmo para sair dela com o pau e dedos, me curvando para chupá-la um tanto mais antes de acabar aquela primeira fase, já que estava prestes a explodir. Depois disso, me endireitei, espalmando a mão em sua coluna enquanto tinha a outra incentivando o orgasmo que estava chegando.
– Você não vai gozar na minha bunda, ! – Ela se virou, apressada e me empurrando levemente para dar espaço. se ajoelhou em minha frente e pegou em meu pau, levando-o para sua boca.
Jogar a cabeça para trás e arrastar uma sílaba com a respiração repuxada pela boca não resolveu ou mudou qualquer coisa, meus joelhos trêmulos mostraram como eu já estava lá. Não demorou; chupou as bolas uma vez, masturbando minha extensão e fodeu meu pau com sua boca algumas vezes, brincando com ele e batendo em seu rosto, deixando beijos na glande. Foi uma sequência tortuosa antes de eu jorrar porra pela carinha dela, tendo seus lábios se abrindo em um sorriso antes de colocar a língua para fora e receber o restante que tinha para sair.
Ela estava suja, me encarando, mas parecia feliz e como se tivesse recebido litros de sua bebida favorita.
Me acariciou mais um pouco antes de usar a ponta para passar pela bochecha, recolhendo parte do gozo expelido e me chupou a última vez, para me soltar e sugar os próprios dedos, a fim de não deixar nenhum resquício, no passo em que eu aproveitei para tirar o estimulador de mim, jogando-o para qualquer lado. Ao fim, me encarava de baixo, com outra postura diferente da qual eu havia acabado de ver, caçando e eliminando qualquer rastro da minha porra jorrada em seu rosto.
– Espero que tenha gostado do presente, neném. – Me disse, levantando. – Na sua casa eu te dou o outro, mas ele tem mais a ver comigo… Um presente para você usar em mim.
Estiquei meu braço para rodear sua cintura e a trazer mais perto, colando-a em meu corpo e dizendo:
– Eu adorei. Mal posso esperar pelo outro…
– Nem eu. Estou ansiosa pelo próximo Sol, Ícaro.




Fim!



Nota da autora: Olá, espero que tenha gostado desse segundo encontro… Alguns meses se passaram e agora eles estão mais entrosados do que já eram – e tinha como? Pois bem.
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