I Wanna be your Love

Finalizada em: 05/02/2022

Capítulo Único

sabia que algo estava estranho desde o momento em que acordou. Primeiro, porque seus colegas de trabalho andavam cochichando em suas costas e segundo, porque havia mandado apenas uma mensagem o dia todo.
Os dois eram amigos há tanto tempo que já até perdeu as contas e não era comum aquele tipo de coisa acontecer. Normalmente, os dois passavam o dia todo trocando mensagens.
E mesmo a forma como ele havia escrito as palavras lhe soava estranha.

Feliz Aniversário, !

Assim. Sem emojis, sem nenhum texto ou figurinhas, nem mesmo a zoação com o fato de ela estar mais velha — coisa que ele sempre fazia.
procurou em sua mente se havia feito algo para estar daquela forma com ela, mas no fundo sabia que não.
No decorrer do dia, a desconfiança do que realmente aquilo significava foi tomando conta de seus pensamentos e algo usado para ignorar a pontada de mágoa. Não podia acreditar que logo realmente a estava tratando daquela forma em seu próprio aniversário.
Terminando seu horário de trabalho, se despediu de seus colegas e parecia que a sensação de estarem trocando segredos em suas costas não a abandonaria tão cedo, então ela simplesmente suspirou, encarando as portas do elevador se fecharem e direcionando sua atenção para o celular que tirou do bolso.
Mordeu o canto da boca quando não viu nenhuma notificação do amigo e abriu a conversa com ele apenas para garantir, encontrando apenas aquela mesma mensagem de antes, seguida pelo agradecimento dela.
Bufou. Aquilo estava ridículo.

Eu te fiz alguma coisa?

não se aguentou e acabou enviando, então permaneceu encarando a tela, sabendo muito bem que não conseguiria seguir com as coisas até aquela resposta chegar.
No entanto, se obrigou a isso porque não veio.
E, pior do que isso, ficou online, mas não respondeu.
Ele havia desativado a função que mostrava quando visualizava as mensagens recebidas, mas sentia que ele havia, sim, visto suas palavras.
— Cretino! — Seguiu para fora, mal prestando atenção nas coisas e resmungando qualquer coisa quando algumas pessoas do térreo lhe desejavam felicitações.
Mais uma vez, a mulher mordeu a própria boca e ligou o rádio de seu carro para tentar se distrair enquanto ia para casa.
Merda, ela não queria ir para casa naquele momento. Tudo o que queria era sair direto para um bar onde pudesse encher a cara até cair, na companhia de .
Passou a língua pelos lábios ao pensar naquilo, porque certamente ela não acabaria a noite apenas na companhia dele, mas em qualquer lugar que o homem a desejasse.
Fazia pouco tempo desde a primeira vez em que resolveram apimentar um pouco a amizade. Tudo começou como uma brincadeira boba em que os dois deram selinhos, mas o desejo falou muito mais alto e continuava falando quando ambos estavam alegres demais, ou quando apenas queria curtir com alguém.
tentava ao máximo não nutrir sentimentos além de amizade por , sabia que da parte dele isso era um fato, então não podia se permitir sofrer de forma alguma. A amizade dos dois era mais importante que tudo.
Suspirou fundo ao parar diante de casa, um aperto em seu peito quase a fez desabar em lágrimas e mulher precisou se segurar muito para não pegar o celular e dessa vez ligar para e questionar merda estava acontecendo.
Jamais imaginou que passaria o aniversário sentada diante da televisão, assistindo Netflix e se empanturrando de sorvete, mas aquilo parecia um bom plano.
Sua caminhada até a porta da casa foi lenta porque a mulher sentia como se estivesse sendo arrastada, porém, no exato momento em que a abriu seu coração deu um salto até a garganta.
SURPRESA! — várias vozes gritaram em uníssono e ela mal pôde acreditar no que estava diante dela.
Sua sala estava lotada e a maioria daqueles rostos ela conhecia, mas não podia negar estar procurando por um em especial.
— A idade lhe cai bem, .
Reconheceria aquela voz em qualquer situação e imediatamente localizou quem tanto tentava encontrar.
se aproximou um pouco mais dela, exibindo um sorriso travesso que indicava que aquilo tudo havia sido um plano dele.
— Você é ridículo, ! — Estreitou o olhar para o homem, então aproveitou a proximidade para lhe dar dois tapas no ombro.
— Ei, vocês estão vendo isso, né? Eu faço uma festa surpresa para ela e é assim que me agradece — alteou a voz, fazendo várias pessoas rirem.
— Vai demorar para cair a ficha de que você fez mesmo isso — confessou, e isso fez sorrir de uma forma mais carinhosa.
— Espero que não seja muito, porque você tem várias coisas para aproveitar hoje.
Aquele comentário fez seu coração acelerar de um jeito que ela não podia deixar acontecer.
— Eu tenho, é? — Ergueu uma sobrancelha sugestiva.
também não podia responder daquela forma.
— Você tem — assentiu, porém havia algo esquisito em seu jeito, porque não quis manter contato visual e pareceu um tanto sem graça.
A mulher não o culpava, talvez ele nem quisesse curtir com ela de outra maneira naquela noite.
— Quero beber — pediu, por fim, e se deixou ser guiada até a mesa de bebidas.


Se as horas passavam, ninguém via. Pelo menos ninguém ao redor de . Ela havia resolvido desencanar dos pensamentos em relação a e passou a aproveitar a festa o máximo que podia, inventando alguns drinques, conversando com várias pessoas e dançando como se não houvesse amanhã.
Depois de ajudá-la com a bebida, os dois haviam se separado e não teve nenhum outro contato com o homem. Vez ou outra ele passava por ela, mas não trocavam nada além de sorrisos.
— Quando é que você e o vão assumir o namoro de vocês, hein? — a voz de Ellie despertou a mulher de seus pensamentos.
Seu cenho franziu ao se dar conta do que ela havia dito.
— Namoro? Tá maluca, Ellie? — Soltou uma risada.
— Ah, qual é, ? Todo mundo já sacou que tem algo a mais entre vocês.
— O não me vê dessa forma, mulher. Vocês estão enxergando coisas onde não tem. — Negou com a cabeça, vendo a amiga imitar seu gesto.
— Você que não está vendo que essa história de amizade colorida não é real. Me responde uma coisa, quantas vezes você viu o com alguém desde que vocês ficaram pela primeira vez? — Ellie a desafiou, erguendo uma sobrancelha.
queria ter uma resposta na ponta da língua, e ela tinha, mas não a que esperava.
De fato, ela realmente não tinha visto com mais ninguém.
Um sorriso se formou nos lábios de Ellie, porque tinha entendido tudo ao ver a expressão de .
— Mas isso não quer dizer nada, Ellie. Mesmo isso sendo verdade, o não gosta de mim desse jeito.
— Você é teimosa demais, mulher! Mas vou deixar você descobrir sozinha — suspirou. — Só toma cuidado para não ser tarde demais.
torceu a boca.
— Por que estamos falando disso mesmo? Vamos dançar, vai! — E puxou Ellie para que elas voltassem a dançar.
Não foi difícil se entregarem às batidas das músicas e logo dançavam animadas, aproveitando cada batida.
A uma certa altura, Ellie murmurou que ia pegar mais alguma coisa para beber e continuou dançando, nem ligando para o fato de estar sozinha.
Enquanto movimentava seus quadris de um lado para o outro, a mulher sentiu que era observada e ao procurar o dono do olhar sentiu seu coração acelerar mais uma vez naquela noite.
estava sentado em um dos braços do sofá. Seus olhos estavam fixos em , e por mais que ele tentasse, não conseguia parar de olhá-la.
A mulher não fazia ideia, mas seus sentimentos eram completamente recíprocos, e o medo de estragar tudo o que tinham também era compartilhado pelo homem.
Abrindo um pequeno sorriso, se moveu com ainda mais graciosidade, fazendo questão de rebolar e passar as mãos pelo corpo, sem desviar seu olhar de .
Ele umedeceu os lábios e retribuiu o sorriso, trocando a posição da perna no sofá, o que demonstrava estar afetado com aquilo.
foi descendo devagar, acompanhando o ritmo da música, então rebolou ainda mais e voltou a subir, sentindo seu olhar faiscar na direção do dele como um pedido mudo para que se aproximasse.
Sem conseguir se segurar mais, acabou cedendo. A forma como ela dançava estava mexendo demais com sua sanidade.
sentiu seu coração acelerar e engoliu a seco, tentando se manter o mais controlada possível.
— Você parece estar gostando da festa. Fico feliz com isso. — Foi a primeira coisa que ele disse.
— Muito. Só faltou você que eu quase não vi — brincou.
— Desculpe por isso. Eu só queria deixar você curtir a festa. — Fez cara de arrependido.
— Tá tudo bem, . É brincadeira. — Sorriu abertamente. — Veio dançar comigo?
— Com certeza.
Ficaram ainda mais próximos, roçando seus corpos e voltando a se mover no ritmo da música.
não conseguia desviar seus olhos dele e nem achava aquilo ruim. O homem era realmente gostoso.
Notando seu olhar, usou as duas mãos para segurar na cintura da mulher. Passou a dançar bem devagar, aproveitando as batidas da música e roçando ainda mais nele, o que o fez apertá-la ainda mais.
O calor foi tomando conta dos corpos e os lábios de foram ficando cada vez mais convidativos, então ela aproximou os seus, roçando da mesma forma lenta.
O homem estava quase entregue e teria puxado para beijá-la naquele momento. No entanto, ele parou em meio ao ato, se dando conta de que não conseguiria mais ficar com ela como amigo.
Sorriu sem graça, então afastou suas mãos de .
— Eu vou pegar uma cerveja. Quer algo?
— Não. Eu estou bem. — Meio atordoada pelos últimos acontecimentos, apenas observou se afastar.
Aquilo era uma desculpa para sair dali.


Os minutos passaram e nada de voltar, o que deixou bastante intrigada.
Mais uma vez ela pensou no que Ellie havia dito. E não apenas por ela, mas como por outras pessoas que viam a relação bem de perto.
suspirou e seguiu até onde ficavam os quartos. Algo lhe dizia que ela sabia exatamente onde encontraria .
E não estava enganada.
Seu quarto estava com uma janela aberta e ela tinha certeza de que ele havia passado por ali.
Fazer aquilo para ficar no telhado do lado de fora era bastante comum para os dois.
Assim que o viu no lugar que era só deles, seu coração parecia querer sair pela boca.
Sem falar nada, se sentou ao lado de .
— Você precisa me falar o que está acontecendo, — foi direta, porque sabia que não precisava de rodeios com ele.
— Não está acontecendo nada, . — Suspirou.
— Claro que está. Você mal tem falado comigo.

— Por favor, . Me fala!
O homem mordeu o lábio inferior.
— Não consigo mais fazer isso, . — Sua respiração ficou mais acelerada.
— O quê?
— Nossa amizade colorida. Não dá mais pra fingir que isso dá certo.
— E por que não dá? — ficou nervosa.
— Porque não consigo mais esconder o que sinto por você. Faz tempo que não te vejo sempre amiga.
Foi como se uma bigorna tivesse sido tirada de seu peito.
— Eu também não consigo, . Acho que desde o começo sempre te vi com outros olhos — soltou, sem se controlar mais.
— Não brinca comigo, . — Ele passou a mão pelos cabelos, ainda mais nervoso.
— Não estou brincando. Eu realmente gosto de você — afirmou com convicção.
continuou olhando para ela, sem acreditar naquilo.
Então um sorriso foi se formando em seus lábios conforme foi entendendo que aquilo era mesmo real.
— E eu de você — disse, por fim, não conseguindo controlar o quanto estava feliz em finalmente externar seus sentimentos.
Sem esperar por uma resposta, ele puxou para um beijo diferente de todos aqueles que já haviam trocado.
Era um beijo sedento, apaixonado.
As línguas se acariciaram de uma forma gostosa e aquilo foi espalhando arrepios em ambos os corpos. abraçou a mulher, apertando-a contra si e fazendo questão de sentir a pele dela na sua, o corpo dela colado ao seu.
Suspirou entre o beijo, sentindo uma vontade absurda de rir.
Quando se deu conta, era exatamente isso que estava fazendo e não se conteve, o acompanhando porque se sentia feliz daquela forma.
— Nem acredito que isso tá acontecendo — ela confessou.
— Mas está. E pelo jeito você vai ter que se acostumar com isso, não é? Porque depois disso aqui eu não pretendo te largar tão cedo. — Piscou em sua direção.
— Ótimo. Eu não quero mesmo que pare.



FIM



Nota da autora: Oi, Deza! Eu espero de coração que você goste dessa shortzinha. É curtinha, mas fiz com todo o coração. Quem sabe eu não faça uma continuação com um hot desses dois? Confesso que amei escrevê-los.
Espero que você, leitore, também goste!
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Beijos e até a próxima.
Ste. ♥



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