Finalizada em: 20/05/2021
Music Video: Epilogue: Young Forever - BTS

Epílogo

Eu estou me confortando
Eu falo a mim mesmo que não existe mundo perfeito
Eu estou lentamente me tornando cada vez mais vazio
Esses aplausos não podem ser meus para sempre
Eu falo a mim mesmo sem vergonha
Aumente sua voz, mais alto
Epilogue: Young Forever – BTS

“Vou andar devagar, direto para onde você está. Eu acredito que é um tipo de prática para eu me aproximar de você”


Existem coisas na vida que assinam embaixo daquilo que dizemos ser motivo para sofrimento. Mas, na verdade, no fundo, a realidade vivida é da nossa própria criação. Mas como?
Podemos dizer que a lei da atração é uma crença válida, assim como aquela que se baseia em destino e a outra sobre tudo o que tiver de ser na vida, será. Existem inúmeras fórmulas para usarmos e acreditarmos, consequentemente formando nossos fatos reais.
E é sobre isso que se trata a vida: a vivência com a base de conhecimento não só intelectual, mas de forma geral. Cada um aprende conforme a própria caminhada, o próprio roteiro e criação de ideais, princípios, etc. A história é pessoal e completamente individual, o que se leva do que é ganho em vida, não é dividido com ninguém, muito menos por ou para alguém. Viver é individual, apesar de possuirmos experiências conjuntas que grafam o que é contado.
Ou seja, sentimentos são alimentados por aquilo que criamos. É psicológico.
Essa base de pensamento serviu para guiar o caminho de um grupo de amigos que, depois de uma trágica rota escrita em cima de um drama gerado pelo luto, acabaram por conseguir se lembrar de uma promessa feita ainda na juventude, que carregava toda a inocência de uma fase sem o reflexo mais realista da vida – de alguma forma tinham que conseguir estar naquele momento, anos depois de todo o acontecido com o ceifador de vidas passando de uma vez só com toda ansiedade por tirar deles quem mais importava, porque seria como um ato de respeito pelo passado vivido e superado.
O que se sabe é que uma promessa carrega o teor de expectativas. Talvez para qualquer um deles o sentimento fosse diferente, mas em sintonia a ansiedade e dúvida ainda era compartilhada.
Como seria o caminho de recuperação de Hoseok e Jimin, quando finalmente se viram livres da reabilitação, tendo os apoiando como sempre fazia? Ela muito provavelmente poderia estar agarrada ao pescoço de Yoongi, esperando os dois saírem do prédio e sugerir uma noite em que pudessem se divertir ou apenas descansar de algum cansaço – certamente faria qualquer coisa que eles quisessem em prol do bem estar. E com toda certeza do mundo ela estaria animada, empolgada, com seu estado de espírito como sempre: centrado em fazer o bem para se sentir bem.
O casamento dos dois, com suas respectivas noivas, estava mais próximo. Em dez anos eles conseguiram recompor suas vidas e estavam vivendo o melhor momento pós reabilitados, a falta que faria no casamento com certeza seria notória, afinal a animação era sempre por conta dela e suas loucuras. Mas eles fariam a noite ser memorável não só por si, mas pelo resto também.
Descer do carro naquele enorme estacionamento na zona afastada da cidade, onde sempre se encontravam com todo o grupo, serviu como um alimento fresco para as borboletas no estômago. Ali haviam feito muitas lembranças, além da promessa de retornarem dez anos depois, independente do que acontecesse – talvez Jimin estivesse pressentindo o que viria a seguir, depois da última noite que tiveram juntos? Quando um carro vermelho despontou, pouco tempo depois deles, o sorriso nos lábios seguiu a linha de conforto no peito. Não haviam sido os únicos a lembrarem daquele reencontro, e isso passou por lavar a tensão pela sensação iminente do luto passado. Jungkook e Yoongi desceram, a aparência não era tão igual a de quando tinham 18 anos, obviamente, mas os dois ainda carregavam um ar de calmaria.
Talvez tenha sido a viagem que fizeram por toda a Inglaterra nos últimos dez anos, até decidirem abrir o próprio negócio no ramo hoteleiro; Yoongi se perguntava todas as noites o que a irmã, , comentaria com sobre o namorado e ele estarem viajando juntos e decidindo serem sócios. Por mais que a amizade dos dois fosse tranquila e forte como com todo o resto, não era comum de Yoongi ficar por muito tempo com outra pessoa sem acabar se cansando – com exceção de sua . Cumprimentaram os outros dois que já estavam ali, se questionando o que as duas diriam aos dois sobre a viagem que fizeram, que era de fato, o sonho delas.
Poucas palavras foram trocadas até o terceiro carro trazer Taehyung. Talvez de todos, ele fosse o mais diferente. A pouca aproximação que se manteve no grupo serviu para distanciá-lo mais ainda. Então o ver descendo do veículo com os ombros mais relaxados, sorrindo abertamente e parecendo ser um homem menos introvertido, fez com que os demais sorrissem de volta. Enquanto ele, no próprio pensamento, se lembrava das amigas que poderia estar ali ao lado dos três e sua , descendo do carro junto dele.
Tão certo quanto as nuvens do céu era Taehyung se questionando como foi complicado se recuperar da perda de ; passou muito tempo perdido, sem saber o que fazer com o próprio vazio, tentando se apegar em pequenas coisas, lapsos repentinos e curtos de felicidades, para firmar-se sem a pessoa que o passou segurança por muito tempo. Ele precisava ser forte por ela e quando a perdeu, não sabia se teria mais motivos suficientes para isso.
Receber o abraço de cada um ali serviu como uma assinatura pessoal para acentuar que estar naquele estado de espírito respeitava os princípios de e o que haviam construído no tempo que ficaram juntos na juventude.
Trocar palavras com os amigos foi algo tranquilo, tanto que quando viu a moto de Namjoon despontar atrás de seu carro, manteve o sorriso. Por ser seu primo, ele sabia da novidade que o mais velho trazia consigo naquele dia em especial para todos ali. Era algo harmonioso, um momento de lembranças e de um tributo por pessoas importantes que não estavam mais ali, sendo firmado com a novidade que ele tinha. Namjoon deixou o capacete no banco da moto e caminhou descoladamente até os cinco homens. Cumprimentou um a um, lembrando-se de como um dia se questionou se seriam capazes de superar aquele luto forte que os cercou na transição da adolescência para a fase mais adulta.
Ele sabia que Yoongi sentiu muita falta não só da irmã, mas da pessoa que amou intensamente naquela fase de sua vida e que sabia ser impossível de substituir – não que ele quisesse, inclusive. Também era de conhecimento de todos que Jungkook não tiraria a culpa de seu peito, mesmo que conseguisse conviver com aquela dor atualmente, superando todos os dias de uma forma diferente. Jimin e Hoseok sentindo falta das amigas que os faziam se sentirem mais vivos, assim como Taehyung menos perdido quando estava com . Sabia sobre todos, não que compreendesse os sentimentos, porque era algo de cada um.
Sabia também sobre si e se sentia ansioso para compartilhar que após muitos anos havia fechado seu primeiro contrato com uma gravadora e estaria começando a produzir sua primeira mixtape. Queria e muito poder ver o sorriso de ao ouvi-lo contar a novidade, então tinha aquilo em sua memória; a amiga com certeza iria emitir algum som agudo de felicidade e abraçaria primeiro Jin e por último ele, fortemente – sabia que o apoio seria continuo vindo de todos eles.
O último carro despontou naquele estacionamento. Era todo preto, os vidros totalmente cobertos e não podia-se ver nada dentro dele. Mas quando a porta se abriu e o corpo esguio e elegante por suas vestes saiu, os seis sorriram, a preocupação esvaindo-se. Seokjin carregava novamente aquela aura e tranquilidade que eles conheciam, o sorriso em seu rosto era imponente e ele, mesmo que em seu peito ainda carregasse aquela perda que demorou a curar, estava sendo apenas vida. Afinal, o homem sabia que não faria sentido prender-se àquela dor quando as memórias de sua e das amigas , e eram apenas sobre a vida.
Elas eram como um campo de girassóis: sempre carregando aquela ignorância por estarem de costas para a escuridão e de frente para a luz.
E como todo e qualquer ensinamento que vinha com a vida, ele poderia dizer que se reforçou de toda positividade do que o simbolismo da vida delas carregou sobre a dele para seguir em frente. Principalmente ao tirar os óculos de sol e encarar sorrindo os que já o esperavam ali, porque no fim, se tratava de criar a própria realidade a partir daquilo que lhe foi acontecendo e ele queria viver em uma da qual pudesse levar a boas sensações em memória, deixando o luto, as situações adversas, para usar de aprendizado.

“O amor é a força mais sutil do mundo.”Mahatma Gandhi



FIM!



Nota da autora: E aqui encerramos a trilogia Young Forever! Espero que tenham gostado e que de alguma forma essa leitura tenha valido a pena.
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