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Finalizada em: Ago/2023

Capítulo Único

O calor tropical envolvia toda a cidade do Rio de Janeiro, criando uma atmosfera vibrante e agitada que os integrantes da banda já imaginavam vivenciar ao colocar os pés no hall de entrada do Fasano. O que só deixava a turnê que faziam ainda mais empolgante do que estava sendo. O mar há poucos metros dali refletia as últimas cores do dia, deixando evidente que logo escureceria, mas aquilo não importava. Afinal, tinham chegado à cidade maravilhosa que tanto haviam ouvido falar bem.
Apesar do cansaço e a exaustão após horas de viagem, os membros não queriam entrar diretamente para seus quartos e descansar como seria o certo a fazer. A primeira coisa que vinha em suas mentes era se preparar para uma estadia mais que animada e imersa em música, a começar pelo centro da cidade.
Dentro do saguão, e seus companheiros de banda eram cercados por bagagens, o staff e a equipe de segurança, este último, sendo um pouco mais notado pelo rapaz já que se destacava no meio de todos os outros seguranças.
Não era só o fato da mulher ser uma das poucas que faziam parte de uma equipe como aquela, mas que apesar de sua confiança e postura determinada, era inteiramente exuberante.
E, claro, também era a segurança particular de .
Não demorou muito para que o rapaz pudesse continuar com seus olhos castanhos amendoados na mulher bem próxima de si.
Alex, o gerente da turnê, se aproximou, atraindo a atenção de boa parte que estava no local.
— Pessoal, temos um cronograma apertado para os próximos dias, mas eu sei que vocês estão animados para conhecer a cidade. — abriu um sorriso que desencadeou o mesmo nos demais. — Aqui está a ideia: Se quiserem tirar a noite hoje para aproveitarem, estão autorizados.
O burburinho se tornou mais presente e a animação ainda mais manifesta naquele lugar. Alguns olhares seguiram em direção à e seus amigos que compartilhavam o mesmo entusiasmo, já que era uma rara oportunidade de relaxar e desfrutar o máximo que poderiam.
No entanto, quando se virou para , notou que a mulher não compartilhava da mesma expressão de empolgação. Seus olhos tinham um misto de responsabilidade e relutância.
iniciou, suave. A mulher se limitou a virar os olhos em sua direção. — Você também está incluída nisso. Seria muito bom que fosse essa noite.
hesitou por um momento. Conhecia bem pelo tempo em que trabalhavam juntos. O acompanhava para todos os eventos, qualquer que fosse o lugar, garantindo que nada pudesse acontecer à ele, apesar de ultrapassar sua altura e força.
Do contrário, poderiam achar facilmente que quem estava protegendo ali era ele.
Ofereceu um sorriso educado e se virou para o rapaz.
— Agradeço o convite, sr. , mas minha prioridade é garantir sua segurança. E a dos outros. Então os acompanharei somente para isso. — respondeu, sutil.
A verdade era que queria mordiscar os lábios, achando extremamente atraente a forma séria com que a mulher falava e dirigia seu olhar.
Mas, entendendo a seriedade do papel de , apenas assentiu.
Sabia o quão dedicada a mulher conseguia ser e, por conta disso, queria que a mesma pudesse aproveitar um pouco, mesmo a trabalho. Com isso, sorriu abertamente, mostrando o quão animada toda a equipe estava para sair um pouco do hotel e aproveitar a noite carioca na cidade.
— Então parece que vamos ficar juntos por hoje, .

🟡🟢🔵


O lugar estava vibrante, repleto de música ao vivo e risos que flutuavam pelo ar à medida que a equipe e a banda se reuniam para uma noite próxima à orla de Ipanema. Decididos a aproveitarem o que conseguissem naquela noite, resolveram escolher um lugar mais reservado, sendo um bar à beira-mar.
As mesas ao ar livre estavam iluminadas por lanternas suaves, criando um ambiente acolhedor e relaxante.
caminhava lentamente pela orla, deixando a brisa acariciar sua pele, sem muita pressa de estar com sua equipe que já se encontrava no local, provavelmente fazendo seus pedidos. A vista do oceano à luz das estrelas era sensacional e o rapaz se permitia um momento de contemplação antes de se juntar aos demais.
No meio de suas passadas calmas e pensamentos longes, percebeu que o seguia a uma distância discreta.
permanecia séria. Seus olhos estavam focados na multidão à frente, monitorando qualquer movimento suspeito. Aquilo o fez sorrir. apreciava a dedicação da mulher.
— É incrível aqui, não é?
Comentou, com a voz calma quebrando o silêncio entre os dois.
o olhou por alguns segundos e assentiu.
— Sim. O Rio pela noite costuma ter essa visão impressionante.
notou que a conversa era um passo pequeno, mas significativo. Então se permitiu continuar.
— Já esteve aqui antes?
pressionou os lábios, pensativa. Pensou que, falar um pouco da sua vida seria compartilhar demais para sua profissão, mas… A mulher estava em um momento tranquilo e conhecia há um tempo, não via motivos para não fazer tal coisa.
— Bom, algumas vezes. Parte da minha família é de uma cidade próxima do Rio. — mencionou, dando de ombros. Aquilo fez uma expressão surpresa surgir no rosto do rapaz. — Não tinha como não vir aqui.
— Sério? Uau. Isso é incrível. Poder vir ao Rio sempre que puder… — deixou no ar. sorriu. notando aquilo, quis dizer o quanto o sorriso dela era bonito. — É uma sorte e tanto.
— Digamos que sim.
respirou fundo. Queria perguntar o quanto ela sentia falta de estar ali, reunida de sua família. Se trocaria seu trabalho para voltar para casa, mas talvez fosse invasivo demais. Não queria deixá-la desconfortável.
— Vejo que você parece muito dedicada ao trabalho. Deve ser difícil equilibrar tudo.
deu um suspiro discreto, mas perceptível.
— É um desafio. Mas sou apaixonada pelo que faço. Para ser sincera, não consigo me ver fazer outra coisa. — disse, com sinceridade.
Havia profundidade e verdade nas palavras da mulher. Nitidamente se tornava uma paixão que ia além de apenas cumprir seu dever.
— Isso é admirável, mas… Às vezes, você precisa relaxar e se permitir aproveitar um pouco. Não consigo acreditar que fique séria o dia todo assim. — mencionou, fazendo graça. o olhou, pensando em suas palavras e um sorriso sutil brincou em seus lábios.
— Você não entende o que é estar sempre alerta até que precise estar, .
ponderou por um momento e, em seguida, disse algo que esperava provocar mais um sorriso. Depois que a viu sorrir, percebeu que queria que acontecesse mais vezes.
Não se lembrava de um sorriso tão lindo como o de .
— Então, considere isso um desafio. Você tem permissão para fazer o que quiser essa noite.
arqueou uma das sobrancelhas, como se não tivesse acreditado no que ele realmente havia dito.
Mordiscou os lábios e manteve seu olhar no dele.
— Você está mesmo me desafiando, Sr. ?
sentiu uma leve onda de calor percorrer cada parte de seu corpo.
Seus olhos se encontraram e ele sorriu, deixando-se levar pelo momento.
— Sim, estou. — afirmou, com a voz carregada de confiança, ainda que a expressão fosse brincalhona. — Porque não aproveitar uma noite, em outro país, sem qualquer limitação? You only live once, babe.
piscou. A mulher ainda parecia atônita o observando. Sabia que tinha aquela mania de tentar provocar sempre que podia, mas não achou que pudesse ser tão sério como estava sendo.
deixou escapar um sorriso suave, quase como se estivesse se rendendo ao desafio. O sorriso dela, um sorriso que agora associava àquele nome, , era mais encantador do que havia imaginado.
— Bom, sr. , me pegou de surpresa. Vou precisar aceitar esse desafio.
A tensão no ar parecia palpável e a corrente elétrica que se instaurava ali era perceptível de ambas partes.
, reunindo toda sua coragem e vontade de brincar com fogo, deu um passo mais perto, sua voz sussurrando agora, carregada por um tom mais ousado.
— Isso é o que eu gosto de ouvir.
O olhar de intensificou e um sorriso travesso dançou nos cantos de seus lábios. A mulher parecia gostar da virada que a conversa estava tomando; um desvio do profissional para o pessoal.
— E o que exatamente você sugere, Sr. ?
aproveitou a brecha, em que poderia se encontrar mais perto do que imaginava e se inclinou um pouco mais perto.
— Bem, talvez possamos deixar essa noite nos guiar para onde quer que ela queira nos levar. Sem planos, sem restrições.
ouviu a risada suave de .
Os fios castanhos dos cabelos dela balançavam conforme o vento e a única coisa que conseguia pensar era em como ele queria que eles estivessem entrelaçados em suas mãos.
— Sem restrições, sr. ? Isso soa tentador.
A proximidade entre eles era quase tocável agora e imersa em uma tensão carregada de desejo.
estendeu a mão e delicadamente traçou o contorno da bochecha de com a ponta dos dedos. Ela fechou os olhos por um momento, saboreando o toque.
— Gosto do seu sorriso, . — murmurou, a voz mais aveludada. — Adoraria poder vê-lo mais vezes.
Ela o olhou. Seus olhos faiscaram ao ver devotado daquela forma. Não imaginava que a atração dos dois seria tão explícita.
— Talvez eu esteja disposta a sorrir mais, Sr. , especialmente se isso significar uma noite sem qualquer arrependimento.
sentiu uma corrente elétrica percorrer sua espinha ao ouvir as palavras de . O olhar intenso que eles trocaram deixava claro que a tensão entre eles atingira um novo patamar.
não pensou em responder. Quando notou que havia olhado para o mar e, com os olhos atentos que ela sempre costumava manter a seu redor, voltou a olhar para os lados, o rapaz soube exatamente o que se passava em sua mente.
Pegou a mão na mulher e em meio a risadinhas, correram pela areia da praia.
A brisa do mar tocava sua pele, misturando-se com a eletricidade que parecia zumbir no ar entre eles.
Parecia surreal e os dois sentiam que aquilo era loucura demais para estar acontecendo. Mas era bom.
Não tinha como não ser bom.
parou quando a água chegou até os tornozelos, virando-se para olhar . Seus olhares se encontraram imersos em expectativa e desejo.
Ela mordeu levemente os lábios, em um convite silencioso.
não esperou para que se aproximasse mais. Deixou que suas mãos encostassem à dela e ficou mais próximo, a ponto de sentir sua respiração contra a de .
— Uma noite sem arrependimentos. — repetiu, com a voz rouca e carregada. — Estamos juntos nessa, srta. .
— E então, como devemos começar?
sorriu. Uma risadinha eufórica escapou dos lábios da mulher, sabendo o que possivelmente se passava pelqa cabeça de .
Talvez com um mergulho.
E aquilo foi motivo suficiente para que ela enlaçasse seus braços ao redor do pescoço do rapaz, deixando que sua boca se encontrasse com a dele em um beijo sedento e cheio de intenções.
Sem se preocupar com qualquer coisa.
Naquela noite, seria apenas o barulho das ondas quebrando ao mar.
E suas vozes se misturando com elas.




FIM



Nota da autora: Sem nota.

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