Blood and Justice


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Última atualização:07/07/2023

Capítulo 1 ‘‘piloto’’


O reflexo da tempestade que açoitava Washington D.C. distorcia as luzes da cidade na janela do apartamento de . A agente da CIA, sentada em sua poltrona favorita, girava o uísque no copo, observando o líquido âmbar refletir as chamas da lareira. Estava com tudo encaixotado, pronta para se despedir do apartamento, mas a chuva havia atrasado seu vôo. Esperava já estar Quantico mas agora encarava sua sala vazia, reflexo do que um dia foi a casa na qual crescera. Olhou em direção a janela, era uma noite propícia para lembranças, e as de eram assombradas por um passado sombrio.

A imagem de seu pai, Christian , sorrindo enquanto a ajudava a montar seu primeiro quebra-cabeça, contrastava com a memória crua da noite em que sua vida mudou para sempre. Agentes do FBI invadiram a casa da família, as armas em punho, os rostos tensos sob a luz das lanternas. A pequena , com apenas oito anos, se agarrou à mãe, Mary, enquanto Sam, um amigo da família e policial exemplar, tentava explicar o inexplicável.

"Christian , você está preso por cinco acusações de homicídio." A imagem do pai sendo algemado e levado pelos policiais ficou gravada em sua mente como um pesadelo sem fim. Seu pai, Christian , o homem que a ensinara a andar de bicicleta e lhe contava histórias antes de dormir, era um monstro. Aquele sorriso caloroso que ela tanto amava escondia uma escuridão que jamais poderia imaginar. O barulho da chuva ecoava em seu peito, misturando-se ao ritmo acelerado de seu coração. A garrafa de uísque já estava pela metade, cada gole uma tentativa de afogar as lembranças.

Sua mãe chorava, o rosto pálido e os olhos vermelhos. não entendia o que estava acontecendo, mas o medo a consumia por dentro. Christian , o homem que ela amava e admirava, era um dos criminosos mais procurados do país. A revelação caiu sobre como um raio, partindo seu mundo em dois. O pai amoroso e dedicado era, na verdade, um mestre do disfarce, um predador que se escondia sob a máscara da normalidade.

O julgamento de Christian foi um circo midiático. As manchetes dos jornais estampavam o rosto do homem que aterrorizara a cidade por anos, revelando sua verdadeira face: um serial killer meticuloso e cruel, cujas vítimas eram encontradas com uma rosa negra sobre o peito, símbolo de sua obsessão mórbida. Era um símbolo de sua crença distorcida, uma oferenda à justiça divina que ele acreditava estar cumprindo. A cada nova vítima, Christian se sentia mais poderoso, mais próximo de Deus, mais certo de sua missão.
Aos olhos da comunidade, ele era um pai de família dedicado, um membro ativo da igreja local, um cidadão exemplar. Mas por trás dessa fachada, escondia-se um fanático religioso, convencido de que era um instrumento divino para punir os pecadores.
Seus crimes eram meticulosamente planejados, cada detalhe cuidadosamente orquestrado. Ele escolhia suas vítimas com base em um código moral distorcido, acreditando que estava livrando o mundo daqueles que considerava indignos. Prostitutas, viciados em drogas, criminosos de rua... todos eram alvos em potencial para sua cruzada macabra.
cresceu sob a sombra do legado de seu pai, carregando o peso de um nome manchado pelo sangue de inocentes. Mas a tragédia também a impulsionou. Inspirada pela coragem e integridade de Sam, que se tornou sua figura paterna, decidiu dedicar sua vida à justiça.

A revelação a destruiu. sentiu raiva, vergonha, tristeza. Como poderia amar um homem capaz de tanta crueldade? Por um tempo, pensou em mudar seu nome, em apagar qualquer vestígio da sua ligação com Christian . Mas depois percebeu que não deveria se envergonhar do seu nome. Existiam muitos s por aí, pessoas boas e honestas que não tinham nada a ver com os crimes do pai.

Decidiu que não deixaria o legado de ódio e violência do pai defini-la. Escolheu um caminho diferente, um caminho de justiça e redenção. Após se formar com honras, entrou para a CIA, onde aprimorou suas habilidades e se tornou uma agente exemplar. Tornou-se agente da CIA, lutando contra as mesmas trevas que seu pai abraçava. O nome podia ser manchado pelo sangue das vítimas do pai, mas ela lutava para que fosse lembrado como um símbolo de força e superação. Era hora dela se despedir de Washington e ir para Quantico.



Capítulo 2 ‘‘new beginning’’


O ar estava carregado de expectativa naquela manhã de segunda-feira, quando adentrou o prédio do FBI em Quantico. O uniforme impecável da CIA, que a acompanhara por anos, agora era apenas uma lembrança do passado. Em seu lugar, um blazer azul marinho e uma calça social preta, o traje padrão dos agentes da BAU.
Ao chegar à Unidade de Análise Comportamental, foi recebida por Penelope Garcia, a analista técnica da equipe, cujo sorriso caloroso e energia contagiante eram conhecidos por todos.
"Bem-vinda à BAU, Agente !", exclamou Garcia, entregando a um envelope contendo seu distintivo e credenciais do FBI. "Estamos muito felizes em tê-la conosco!"
agradeceu, examinando o distintivo com um misto de orgulho e apreensão. Era o início de um novo capítulo em sua carreira, um desafio que ela estava ansiosa para enfrentar.
Em seguida, foi conduzida à sala de reuniões, onde a agente Jennifer "JJ" Jareau a aguardava. JJ, a agente de ligação com a mídia da equipe, era conhecida por sua habilidade em lidar com a imprensa.
"Agente , é um prazer conhecê-la", disse JJ, estendendo a mão para um aperto firme. "Espero que sua transição da CIA para a BAU seja tranquila."
"Obrigada, Agente Jareau", respondeu , retribuindo o aperto de mão. "Estou ansiosa para começar a trabalhar com a equipe."
JJ sorriu e gesticulou para que se sentasse. Em seguida, iniciou uma revisão detalhada das regras e procedimentos da BAU.
"Como você sabe, a BAU lida com casos extremamente sensíveis e perigosos", disse JJ. "Por isso, a confidencialidade é fundamental. Qualquer informação sobre os casos em andamento deve ser mantida estritamente dentro da equipe."
assentiu, já familiarizada com a importância da discrição em seu trabalho anterior na CIA. As lembranças das missões secretas, dos códigos e das identidades falsas ainda estavam frescas em sua mente. Ela se lembrava da adrenalina de se infiltrar em organizações criminosas, da tensão de interrogar suspeitos e da satisfação de desmantelar operações ilegais. Mas também se lembrava da solidão, da constante necessidade de esconder sua verdadeira identidade e da desconfiança que a cercava.
"Além disso," continuou JJ, "o FBI desencoraja relacionamentos românticos entre agentes da mesma equipe. Isso pode comprometer o julgamento profissional e a dinâmica do grupo."
sabia todas as regras de cor, apesar de serem diferentes, a CIA e a BAU eram similares em seus códigos de conduta. não pode se esquecer de Lucas, o agente que a conquistara com seu charme e inteligência, mas que a abandonara ao descobrir o passado de seu pai. Aquele relacionamento a deixou com uma cicatriz, um lembrete constante de que a confiança era algo que ela não podia se dar ao luxo de ter em seu trabalho. A desilusão a fez ainda mais cautelosa e reservada, erguendo barreiras emocionais para se proteger de novas decepções.
JJ continuou a explicar outras regras, como a importância de seguir a cadeia de comando, a necessidade de manter a calma sob pressão e a obrigação de proteger as vítimas e seus familiares. ouvia atentamente, absorvendo cada detalhe. se sentiu mais confiante e preparada para o que estava por vir. Ela sabia que a BAU era um ambiente desafiador, com regras rígidas e expectativas elevadas. Mas também sabia que tinha muito a oferecer, com suas habilidades únicas e sua perspectiva diferenciada.
Após a conversa com JJ, deixou a sala de reuniões, pronta para iniciar seu primeiro dia na BAU. No entanto, ao caminhar pelos corredores, percebeu olhares curiosos e sussurros a seguindo. O ar estava carregado de uma expectativa que ela não conseguia decifrar.

Ao passar pela sala de descanso, ouviu um grupo de agentes conversando em voz baixa.

"Você viu a novata?", perguntou um deles.

"Sim, ouvi dizer que ela veio da CIA", respondeu outro.

"E que o pai dela era..."

A voz do agente se perdeu em um sussurro, mas já sabia o que ele ia dizer. A notícia de seu passado se espalhara como fogo em palha. A filha do "Vingador da Rosa Negra", o serial killer que aterrorizou a cidade anos atrás, agora era uma agente da BAU.

Um nó se formou em sua garganta, a familiar sensação de vergonha e culpa ameaçando sufocá-la. Ela acelerou o passo, tentando ignorar os olhares e sussurros que a perseguiam.

Ao chegar à sua mesa, encontrou um bilhete de Garcia: "Se precisar de alguma coisa, estou aqui para você! 😉". O gesto de apoio a confortou, lembrando-a de que nem todos a julgavam pelo passado de seu pai.

No entanto, a sombra de Christian ainda pairava sobre ela. sabia que teria que provar seu valor, mostrar que era mais do que apenas a filha de um assassino. Ela era uma agente do FBI agora, uma profissional dedicada e competente, pronta para enfrentar o desafio.



Capítulo 3 ‘‘happier’’


No 4° andar do imponente edifício do FBI em Quantico, Virgínia, encontra-se um labirinto de corredores estreitos e salas de reunião com paredes de vidro fosco. É o lar da Unidade de Análise Comportamental (BAU), uma equipe de elite de agentes especiais que mergulham nas profundezas da mente criminosa. A iluminação fluorescente, fria e impessoal, lança sombras sobre as mesas abarrotadas de papéis e pastas de arquivo, testemunhas silenciosas das longas horas de análise e pesquisa que a equipe dedica a cada caso.

No centro do escritório, um mapa gigante dos Estados Unidos exibe os locais dos crimes em andamento, marcados por alfinetes coloridos que formam um mosaico macabro da violência humana. Em uma das paredes, uma tela gigante transmite imagens de câmeras de segurança, interrogatórios e reconstituições de crimes, proporcionando um panorama da realidade que a equipe enfrenta diariamente.

A atmosfera é tensa, carregada pela urgência de cada caso e pela carga emocional que cada agente carrega consigo. No entanto, o escritório da BAU também é um lugar de camaradagem e apoio mútuo. Os agentes, unidos por um senso de propósito e um profundo respeito pela vida humana, encontram conforto e força uns nos outros enquanto enfrentam os horrores da mente criminosa.

Aaron Hotchner, o líder da equipe, entrou na sala, sua presença imponente silenciando a agitação. Seus olhos, afiados como lâminas, pousaram em , avaliando-a com um olhar penetrante.

"Agente , seja bem-vinda à BAU", disse Hotchner, sua voz grave e autoritária. "Quero que conheça a equipe."

Ele gesticulou para um homem alto e musculoso, com um sorriso caloroso que contrastava com a seriedade de Hotchner. "Este é o agente Derek Morgan, nosso especialista em campo. Ele tem um talento especial para interrogatórios e é um mestre em artes marciais."

Morgan estendeu a mão para , seus olhos castanhos brilhando com curiosidade. "É um prazer tê-la na equipe, Agente . Soube que você tem uma experiência impressionante na CIA."

apertou sua mão, sentindo a força de seu aperto. "Obrigada, Agente Morgan. Estou ansiosa para aprender com vocês."

Hotchner continuou as apresentações. "Esta é a agente Emily Prentiss, nossa especialista em perfis internacionais. Ela tem um conhecimento enciclopédico de culturas e línguas estrangeiras."

Prentiss, elegante e reservada, cumprimentou com um aceno de cabeça e um sorriso discreto. "Bem-vinda à BAU, Agente . Espero que possamos trabalhar bem juntas."

Em seguida, Hotchner apresentou Jennifer "JJ" Jareau, a agente de ligação com a mídia. "JJ é a nossa porta-voz, responsável por lidar com a imprensa e as famílias das vítimas. Você já a conheceu. Ela tem um dom para acalmar os ânimos e transmitir informações de forma clara e concisa."

JJ apertou a mão de com um sorriso caloroso e acolhedor. "É ótimo ter você na equipe, . Espero que se sinta em casa aqui na BAU."

Por fim, Hotchner apresentou o Dr. , o gênio da equipe. "O Dr. é nosso especialista em estatística e análise geográfica. Ele tem um QI de 187 e três doutorados."

E então seus olhos encontraram os de . O jovem gênio, com seus cabelos despenteados e seus óculos de aro grosso, parecia perdido em seus próprios pensamentos. Mas quando seus olhares se cruzaram, sentiu uma faísca, um reconhecimento mútuo que ia além das palavras. Era como se suas almas se conectassem, compartilhando um segredo que apenas eles compreendiam.

, com seus cabelos despenteados e seu olhar tímido, estendeu a mão para , um sorriso nervoso em seus lábios. "É um prazer conhecê-la, Agente . Sou um grande fã do seu trabalho na CIA."

retribuiu o sorriso, sentindo uma conexão instantânea com o jovem gênio. "O prazer é meu, Dr. . Estou ansiosa para aprender com você também."

Hotchner concluiu as apresentações, seu olhar pousando em mais uma vez. "Agente , a BAU é uma equipe unida, e esperamos que você se adapte rapidamente. Temos muito trabalho pela frente, e precisamos de todas as mãos no convés."

assentiu, sentindo uma onda de adrenalina percorrer seu corpo. Ela estava pronta para o desafio, pronta para usar suas habilidades e experiência para ajudar a equipe a desvendar os casos mais complexos e perigosos. A BAU era seu novo lar, e ela estava determinada a fazer jus à confiança que depositaram nela.

Enquanto se acomodava em sua nova mesa, não pôde deixar de notar a ausência de olhares curiosos ou comentários sobre seu passado. Era quase impossível que a equipe não soubesse de sua história familiar, mas todos a trataram com profissionalismo e respeito, como se o passado de seu pai não importasse. Ela se sentiu grata pela discrição e pela oportunidade de ser julgada por seus próprios méritos, e não pelo legado de um homem que ela mal conhecera.



Capítulo 4 ‘‘café’’


A luz do sol da manhã se infiltrava pelas persianas da Unidade de Análise Comportamental (BAU), iluminando a mesa ainda vazia da nova agente. , recém-transferida da CIA, desembalava com cuidado uma foto emoldurada: sua mãe e seu padrasto sorridentes, com uma de 12 anos fazendo careta no centro. Anos depois de muita terapia, sua mãe e ela seguiram em frente. Sam foi uma surpresa boa que apareceu em suas vidas após a prisão de Christian. Ele era um policial incrivelmente competente, sua mãe teve muita sorte de tê-lo encontrado. Também fora o padrasto perfeito para , sempre incentivando-a a seguir carreira na polícia. Sentia muita saudade dos dois, havia trazido um porta retrato com uma foto dos três em sua formatura da faculdade também e colocou-a ao lado da outra.

Ao lado das fotos, colocou um pequeno Darth Vader e um Dalek, bonequinhos que a acompanhavam desde a adolescência. Um toque pessoal em meio ao ambiente profissional. O burburinho da equipe reunida em torno do caso atual preenchia o ambiente. Rostos concentrados, vozes murmurando análises, o ritmo cardíaco da BAU em plena atividade. Subitamente, o grupo se dispersou, como se uma força invisível os tivesse afastado, abrindo espaço para se aproximar de .

assentiu, os olhos brilhando de entusiasmo. "Estou analisando os padrões geográficos dos crimes. Talvez possamos encontrar alguma pista sobre o próximo alvo do unsub."

Enquanto explicava sua teoria sobre os padrões geográficos dos crimes, se viu absorta pela paixão com que ele falava. Seus olhos brilhavam e suas mãos gesticulavam animadamente enquanto ele desvendava os detalhes do caso. A energia contagiante de a fez esquecer sobre sua vida.

"E então, o que acha?", perguntou , interrompendo seu monólogo ao perceber o olhar distante de .

"Acho fascinante", respondeu ela, voltando à realidade. "Você tem uma mente brilhante, ."

Um rubor leve tingiu as bochechas do jovem agente. "Obrigado. É que eu me empolgo quando falo sobre o trabalho."

"Eu percebi", disse com um sorriso. "Mas é admirável. Sua paixão é inspiradora."

retribuiu o sorriso, parecendo mais relaxado. "Ei, já que você é nova aqui, posso te mostrar o resto da base? Tem alguns lugares interessantes que você deveria conhecer."

aceitou a oferta de bom grado. Acompanhou pelos corredores labirínticos da BAU, descobrindo salas de interrogatório com espelhos falsos, laboratórios de análise forense com equipamentos de última geração e uma biblioteca repleta de livros sobre criminologia e psicologia. falava sem parar, explicando cada detalhe com entusiasmo e conhecimento enciclopédico. Não pode deixar de notar o quanto ele era bonito, tipo, realmente bonito. Ele emanava certa timidez mas também parecia muito competente e ágil. As mangas de sua camisa social azul estavam enroladas em seu braços, fazendo prestar atenção em suas mãos.

"E aqui é a nossa sala de descanso", disse , abrindo a porta para um espaço aconchegante com grandes janelas de vidro com sofás confortáveis, uma mesa de sinuca e uma cafeteira. Algumas pessoas lendo no local. "É onde relaxamos entre um caso e outro."

sorriu. "Parece um ótimo lugar para recarregar as energias."

"Com certeza", concordou . "E por falar em recarregar, você quer um café?”

aceitou a oferta, e se dirigiu à cafeteira. Enquanto o observava preparar a bebida, notou a forma como ele se movia com uma graça desajeitada, como se seu corpo não acompanhasse a velocidade de sua mente. Era uma peculiaridade encantadora, que a fez sorrir.

voltou com o café, entregando-o a com um sorriso tímido. "Espero que seja bom como o da CIA"

tomou um gole, sentindo o calor do líquido se espalhar por seu corpo. "Está perfeito. Obrigada, ."

Os dois se sentaram em um dos sofás, conversando sobre suas experiências e expectativas na BAU. se sentia cada vez mais à vontade na companhia de , sua inteligência e gentileza a cativando. Era o início de uma amizade que, ela sabia, seria importante em sua jornada na BAU.

"Na verdade, não uso muito esta sala", confessou , coçando a nuca. "Costumo passar a maior parte do tempo na biblioteca ou na minha mesa"

notou as olheiras sob seus olhos, evidências de noites mal dormidas. "Você não dorme muito, não é?", perguntou, preocupada.

deu um meio sorriso. "Meu cérebro não desliga nunca."

riu, compreendendo a sensação. "Ser um gênio tem seu preço, não é?"

assentiu, um brilho de orgulho em seus olhos. "Mas eu não trocaria por nada. Adoro o que faço, e a BAU me dá a oportunidade de usar minhas habilidades para ajudar muitas pessoas"

admirou a dedicação de ao seu trabalho. Era evidente que ele amava o que fazia, e sua paixão era contagiante.

"E como foi na CIA?", perguntou , curioso sobre a experiência de na agência de inteligência.

hesitou por um momento, ponderando sobre como responder. "Foi... intenso", disse ela, finalmente. "Aprendi muito, passei algum tempo infiltrada em um grupo terrorista, em cartéis de drogas, usava identidade falsa e tudo"

"O que te fez querer vir para cá?", perguntou , seus olhos fixos nos dela.

suspirou, lembrando-se das missões perigosas, da constante vigilância, da falta de conexão humana. "A CIA é um mundo solitário", disse ela. "Você está sempre sozinho, sempre desconfiado, sempre em alerta. Eu queria algo diferente, algo mais... humano.”

a observava com uma curiosidade quase infantil, os olhos arregalados por trás das lentes grossas dos óculos. "Parece coisa de filme", ele exclamou, a voz ecoando no silêncio da sala.

"Acredite, era tudo menos glamouroso", retrucou, um sorriso amargo curvando seus lábios. "Trocas de tiros, interrogatórios, a constante ameaça de ser descoberta... A adrenalina era viciante, mas era extremamente cansativo"

"Mas você ajudou a salvar muitas vidas, não é?", perguntou , a voz mais baixa, como se temesse quebrar o feitiço da narrativa de .

Ela assentiu lentamente, as lembranças de rostos inocentes salvos da violência e da opressão se misturando às imagens de dor e sofrimento que testemunhara. "Espero que sim. Mas o mundo da espionagem não era pra mim, eu gostava muito mas eu acabei me distanciando do que eu realmente queria."

se inclinou para frente, a curiosidade superando a timidez. "E o que seria?", perguntou, a voz quase um sussurro.

hesitou por um momento, as palavras presas em sua garganta. "O FBI", respondeu ela, finalmente, a voz rouca pela emoção. "Na CIA eu lidava com pessoas e situações extremas, mas muitas vezes me sentia... desconectada. Aqui, na BAU, sinto que posso fazer a diferença de uma forma mais direta, mais humana.”

Um silêncio pesado se instalou na sala, quebrado apenas pelo som distante da cafeteira. estendeu a mão e tocou a de , um gesto de conforto e solidariedade. "É por isso que você está aqui", disse ele, a voz firme e tranquilizadora. "Na BAU, estamos juntos. Você nunca estará sozinha."

apertou sua mão, um calor inesperado a envolvendo. "Obrigada, ", murmurou ela, um sorriso tênue surgindo em seus lábios. "É bom saber disso."

Naquele momento, sentiu uma conexão genuína com ,

"Bom, se precisar de alguma coisa, pode me procurar", disse , levantando-se do sofá. "Vou voltar à minha mesa, tentar decifrar mais alguns códigos."

o observou se afastar, sua mente já a mil por hora, processando informações e formulando teorias. Era fascinante e um pouco assustador ao mesmo tempo.



Capítulo 5 ‘‘crime scene’’


A sala de reuniões da BAU estava mergulhada em uma atmosfera pesada. As fotos das vítimas, todas mulheres jovens com semblantes serenos, mas marcados pela violência do estrangulamento, ocupavam a tela gigante. A equipe, reunida ao redor da mesa, analisava os detalhes de cada caso, buscando padrões e pistas que pudessem levá-los ao assassino.

"Cinco vítimas em cinco meses", disse Hotchner, sua voz grave ecoando pela sala. "Todas estranguladas com um objeto fino, como um fio de nylon. O assassino não deixa nenhuma outra marca de violência, o que sugere um ritual meticuloso e controlado."

, sentada ao lado de , examinava as fotos com atenção. A ausência de sinais de luta e a expressão serena das vítimas a intrigavam. Era como se elas tivessem aceitado seu destino, como se conhecessem o assassino.

"A falta de resistência das vítimas sugere que elas podem ter sido drogadas ou sedadas antes do ataque", comentou , seus olhos percorrendo os relatórios da autópsia. "Isso explicaria a ausência de sinais de luta e a expressão pacífica em seus rostos."

"Mas por que estrangulamento?", perguntou Prentiss, franzindo o cenho. "É um método pessoal, íntimo. O assassino provavelmente tem algum tipo de fixação por esse tipo de contato."

concordou, lembrando-se de um caso semelhante que estudara na CIA. "Em alguns casos de serial killers, o estrangulamento é uma forma de exercer controle e poder sobre a vítima. É como se o assassino estivesse roubando o último suspiro de vida da pessoa."

Hotchner assentiu. "Precisamos descobrir o que motiva esse assassino, qual é a sua fantasia. Só assim poderemos detê-lo antes que faça mais vítimas."

A equipe se mobilizou, cada um assumindo uma tarefa específica. e foram encarregados de analisar o perfil psicológico do assassino, buscando pistas em sua escolha de vítimas e em seu modus operandi.

Enquanto isso, Morgan e Prentiss entrevistavam familiares e amigos das vítimas, buscando informações sobre suas vidas e possíveis conexões com o assassino. JJ trabalhava com a mídia, divulgando informações sobre o caso e pedindo ajuda à população.

A investigação se intensificou, a equipe trabalhando dia e noite, seguindo cada pista, cada indício, cada detalhe que pudesse levá-los ao assassino. A tensão aumentava a cada dia, a cada nova vítima que era encontrada.

Após semanas de trabalho árduo, a equipe conseguiu traçar um perfil do assassino: um homem branco, entre 30 e 40 anos, com conhecimento de técnicas de estrangulamento e acesso a sedativos. Ele provavelmente tinha uma vida dupla, mantendo uma fachada de normalidade enquanto satisfazia seus impulsos homicidas.

Com base nesse perfil, a equipe conseguiu identificar um suspeito: um enfermeiro que trabalhava em um hospital local e tinha acesso a sedativos. Ele também se encaixava na faixa etária e na descrição física do assassino.

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A sala de interrogatório era um palco austero, iluminado por uma luz fluorescente que drenava a cor do ambiente. Davis, o enfermeiro suspeito, sentava-se algemado à mesa de metal, um ar de desafio mal disfarçado em seus olhos. e entraram na sala, seus passos ecoando no silêncio tenso.

"Boa noite, Sr. Davis", começou , sua voz calma e metódica contrastando com a tensão palpável na sala. "Sou o Dr. , este é a Agente Especial . Gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas sobre as recentes mortes de mulheres jovens na cidade."

Davis lançou um olhar lascivo para , um sorriso cínico torcendo seus lábios. "E quem é essa belezinha? A nova estagiária do FBI?"

Um músculo contraiu na mandíbula de , mas sua voz permaneceu firme. "Agente Especial , da Unidade de Análise Comportamental. Nós estamos aqui só pra conversar com você sobre os últimos casos de sequestro em Warnville"

Davis soltou uma risada debochada, ecoando pela sala vazia. "Acho que você está se enganando, agentezinha. Sou um enfermeiro, não um sequestrador."

interveio, sua voz cortante como um bisturi. "Sr. Davis, encontramos sedativos em sua casa, do mesmo tipo usado nas vítimas, e suas impressões digitais foram encontradas no local do último crime. Negar o óbvio não vai te ajudar."

O sorriso de Davis vacilou, mas ele rapidamente recuperou a compostura. "Isso não prova nada. Sou enfermeiro, tenho acesso a sedativos. Quanto às impressões digitais, talvez eu tenha estado no local do crime, mas não significa que eu matei ninguém."

se inclinou para frente, seus olhos fixos nos de Davis, como um predador farejando sua presa. "Não subestime minha inteligência, Sr. Davis."

Davis a encarou com desdém. "Olha só, a agente durona. Acho que você está no lugar errado, deveria estar em casa cozinhando enquanto espera seu marido chegar"

Um silêncio mortal se abateu sobre a sala. sentiu um nó se formar em sua garganta.

sorriu. "Sua misoginia só atenta contra você mesmo, Sr. Davis. Tenho provas suficientes para incriminá-lo. Mas estou aqui para entender o que o levou a cometer esses crimes e você insiste em não enxergar além do meu gênero"

A confiança de e sua postura inabalável começaram a desestabilizar Davis. Ele se remexeu na cadeira, as mãos suando frio.

"Eu não fiz nada", murmurou ele, desviando o olhar. "Vocês não têm nada concreto"

"Temos suas impressões digitais, o sedativo que você usou para dopar as vítimas e temos testemunhas que o viram perto dos locais dos assassinatos e câmeras de segurança que capturaram suas movimentações suspeitas. E temos você, aqui, mentindo para nós.”

Davis não falou mais nada, ainda visivelmente abalado pela fala da agente.

“Ah, e se não quiser a pena de morte é melhor confessar, talvez você pegue apenas prisão perpétua pelo que fez” completou.

e passaram horas interrogando-o, usando suas habilidades de perfilamento para desconstruir suas mentiras e expor suas contradições. A cada pergunta, a cada resposta evasiva, a máscara de Davis se estilhaçava um pouco mais, revelando a escuridão que se escondia sob a superfície. O cansaço e a pressão começaram a pesar sobre ele, suas respostas se tornando cada vez mais hesitantes e inconsistentes.

Na sala de observação, a equipe da BAU acompanhava o interrogatório com atenção. Hotchner, Morgan, Prentiss e JJ observavam a interação entre e Davis, impressionados com a habilidade da nova agente em lidar com a situação.

Após horas de interrogatório, Davis finalmente cedeu. Confessou os assassinatos, revelando seus motivos distorcidos e sua obsessão por controle e poder. A equipe da BAU havia desvendado mais um caso.

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O bar estava lotado, um zumbido constante de vozes e risadas preenchendo o ar. A equipe da BAU ocupava uma mesa no canto, copos de cerveja e petiscos espalhados pela superfície de madeira. A tensão do caso que acabaram de resolver ainda pairava no ar, mas aos poucos, a atmosfera se tornava mais leve, a camaradagem e o bom humor prevalecendo.

, sentada entre JJ e Prentiss, observava a dinâmica do grupo com um sorriso discreto. Morgan contava uma história engraçada sobre um suspeito que tentara suborná-lo com um sanduíche de mortadela, enquanto Rossi ria a bandeiras despregadas, seu sotaque italiano tornando a cena ainda mais divertida. Hotchner, mais reservado como sempre, mantinha um sorriso contido nos lábios, seus olhos atentos a cada membro da equipe.

"E você, ?", perguntou JJ, cutucando de leve. "Tem alguma história interessante da CIA para nos contar?"

hesitou por um momento, ponderando sobre o que poderia compartilhar sem comprometer a segurança nacional. "Bom, teve aquela vez em que me disfarcei de cantora de ópera para me infiltrar em um cassino em Monte Carlo...", começou ela, um brilho divertido nos olhos.

A equipe se inclinou para frente, ansiosa para ouvir a história. contou sobre a missão, descrevendo os detalhes da operação, o nervosismo de cantar em público e o alívio de ter conseguido capturar o chefe da organização criminosa.

Enquanto falava, percebeu que a tensão inicial havia se dissipado. Seus colegas a ouviam com atenção, rindo de suas piadas e se solidarizando com seus percalços. Ela se sentia parte do grupo, aceita e valorizada por suas habilidades e experiências.

"Uau, você é tipo uma James Bond de saia!", exclamou Garcia, seus olhos brilhando de admiração.

riu, balançando a cabeça. "Não exagere, Garcia. Sou apenas uma agente que faz o seu trabalho."

"Mas é um trabalho incrível", insistiu Garcia. "E você é incrível por fazê-lo."

"Sabe, ," começou ele, hesitante somente para ela ouvir, "eu queria te dizer que... bem, aquele interrogatório com o Davis... Ele foi totalmente desrespeitoso com você. Eu... eu senti vontade de intervir, mas você lidou com a situação com tanta maestria que eu fiquei impressionado.”

sentiu um calor reconfortante se espalhar por seu peito. Aquele era o tipo de apoio e reconhecimento que ela nunca havia experimentado na CIA.

A noite prosseguiu com mais histórias, risadas e brindes. se viu relaxando, compartilhando suas próprias experiências e aprendendo mais sobre seus novos colegas. Ela descobriu que Hotchner era um pai dedicado, que Morgan tinha um coração de ouro sob a fachada durona, Prentiss era uma amante da literatura clássica e , apesar de sua genialidade, era uma pessoa muito gentil e atenciosa.

Ao final da noite, quando a equipe se despediu, sentiu uma sensação de pertencimento que nunca havia experimentado antes. Ela sabia que ainda havia muitos desafios pela frente, mas estava confiante de que, com o apoio da BAU, poderia superá-los. Afinal, ela não estava mais sozinha. Ela tinha uma família.



Capítulo 6 ‘‘ blood ’’

1 mês depois…


O grito lancinante da vítima ecoou pela noite fria e úmida de Chicago, perfurando o silêncio tenso que pairava sobre o ar. A equipe da BAU, cercada por viaturas e luzes intermitentes, avançava em formação tática, cada membro com a arma em punho e os sentidos aguçados. No centro do caos, um homem de meia-idade, com olhos injetados de sangue e um sorriso maníaco estampado no rosto, segurava uma mulher como escudo humano, a lâmina de sua faca pressionada contra a garganta dela.

, com sua silhueta esguia e ágil, movia-se com a graça de uma pantera, a adrenalina bombeando em suas veias. Seus olhos castanhos, normalmente calorosos, agora queimavam com uma determinação fria e implacável. Ao seu lado, o agente , com sua postura desengonçada e óculos de aros grossos, mantinha a arma apontada para o unsub, sua mente prodigiosa analisando cada detalhe da cena em busca de uma fraqueza, uma oportunidade.

"Solte-a!", ordenou o agente Hotchner, sua voz grave e autoritária ecoando pela rua deserta. O unsub riu, um som áspero e desprovido de humor.

"Só se vocês me deixarem ir!", ele gritou de volta, a voz embargada pela loucura.

, com um movimento sutil, trocou um olhar rápido com . Um plano se formou em suas mentes, uma coreografia silenciosa de confiança e profissionalismo. Enquanto Hotchner mantinha o unsub distraído com palavras cuidadosamente escolhidas, e flanqueavam a dupla, movendo-se em sincronia, como sombras na noite.

Com um gesto preciso, lançou um pequeno objeto que ricocheteou no chão, produzindo um som metálico agudo. O unsub, momentaneamente distraído, virou a cabeça em direção ao barulho. Foi a brecha que esperava. Num movimento rápido como um raio, ela saltou sobre o unsub, seus dedos ágeis envolvendo seu pulso e torcendo-o com força. A faca caiu no chão com um baque surdo.

Um gemido de dor escapou dos lábios do unsub enquanto o desarmava e o imobilizava no chão, seus joelhos pressionando suas costas. estava ao seu lado em um instante, algemando o homem com movimentos rápidos e eficientes. A vítima, libertada, caiu nos braços de Prentiss, que a amparou com gentileza.

O alívio inundou enquanto ela entregava o unsub aos policiais locais. A tensão se dissipou de seus ombros, substituída por uma sensação de dever cumprido. Ao seu lado, lhe lançou um sorriso discreto, seus olhos transmitindo uma admiração silenciosa.

"Bom trabalho, ", ele murmurou, a voz baixa apenas para ela ouvir.

retribuiu o sorriso, um calor inesperado florescendo em seu peito. "Você também, ", ela respondeu, a voz rouca pela adrenalina.

No silêncio que se seguiu, enquanto as sirenes se afastavam e a noite voltava a se fechar sobre a cidade, sentiu uma conexão profunda com , um laço forjado no calor da ação e no respeito mútuo.

Os primeiros meses na BAU foram um turbilhão para . Acostumada à discrição e às missões solitárias da CIA, a dinâmica da equipe a pegou de surpresa. As discussões acaloradas, as piadas internas, a camaradagem... tudo era novo e, inicialmente, um pouco intimidador.

O trabalho era intenso, os dias longos e as noites curtas. Mas a sensação de fazer a diferença, de prender criminosos perigosos e trazer justiça às vítimas, a impulsionava. A BAU se tornou sua segunda família, um porto seguro onde ela podia ser ela mesma, sem medo de julgamentos.

A CIA a havia moldado em uma agente fria, mas a BAU a estava ensinando a ser humana novamente. Cada interação com o time a lembrava de que, por trás dos horrores que enfrentavam, haviam pessoas com corações bondosos e almas resilientes. A cada novo caso, ela se sentia mais forte, mais determinada a usar suas habilidades para o bem e para honrar as vítimas.



Capítulo 7 ‘‘meu império romano’’


estava acostumado a ser a mente mais rápida da sala, decifrando códigos e padrões que escapavam aos outros. Mas, quando se tratava de , ele se sentia perpetuamente perdido em um labirinto que escapava à sua compreensão.

Mas, apesar da confusão, se pegava cada vez mais encantado por . Ela era como um livro aberto com uma linguagem que ele ainda não dominava. E ele, como um bom acadêmico, estava determinado a aprender.

Durante um interrogatório, se inclinou para o suspeito, um homem musculoso com olhar evasivo, e disse: "Cara, o fato de você ainda morar no porão da sua mãe aos 40 anos diz muito sobre você." ou quando ela disse: "Sabe, eu já vi mentirosos melhores em filmes da Sessão da Tarde."

Ele podia fazer um livro com as citações de que ele gostaria de entender melhor.

Garcia ria. "Ah, , você nunca vai entender a ", disse ela, balançando a cabeça. "Ela é única."

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suspirou, apertando a ponte do nariz. Mais uma vez, havia usado uma linguagem que ele não entendia. Ele se lembrou de Gideon, o lendário profiler que havia deixado a BAU anos atrás. Gideon também tinha um jeito peculiar de se comunicar, usando citações literárias e referências que deixavam a equipe confusa. , de certa forma, o lembrava de Gideon.

"Eu tenho… o molho?", perguntou em outra ocasião, após ouvir comentar sobre outro agente.

"Molho? Ah, sim, você tem o molho, ", respondeu , piscando para ele.

ficou ainda mais confuso, mas decidiu não perguntar o que aquilo significava. Ele já havia aprendido que, com , era melhor apenas seguir o fluxo.

riu. ", 'Molho' é tipo... charme, carisma, sabe? Aquele 'quê' que faz as pessoas te acharem atraente."

corou, sem graça. "Ah, entendi", murmurou ele, voltando sua atenção para o código. Mas, por dentro, ele estava feliz. Ninguém nunca o havia chamado de charmoso antes.

balançou a cabeça, um sorriso divertido surgindo em seus lábios. "Eu prefiro a palavra 'carisma'", disse ele. "É mais... científica.”

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O escritório da BAU estava estranhamente silencioso naquela manhã. A tensão de um caso recente ainda pairava no ar, mas era a calma antes da próxima tempestade. estava debruçado sobre uma pilha de relatórios, os olhos percorrendo as páginas com uma velocidade que faria qualquer um tonto. , sentada à sua frente, observava o amigo com um sorriso divertido.

", você tá parecendo um zumbi", disse ela, cutucando-o de leve com o cotovelo. "Vai acabar explodindo sua cabeça se continuar assim."

ergueu os olhos, piscando algumas vezes como se estivesse despertando de um transe. "Hã? Ah, oi, ", disse ele, um sorriso tímido surgindo em seus lábios. "Estava apenas... analisando os dados."

"Analisando ou decorando?", provocou , com um brilho malicioso nos olhos. "Acho que você já sabe esse relatório de cor e salteado."

corou levemente, coçando a nuca. "Talvez", admitiu ele. "Mas sempre posso encontrar novos padrões, novas conexões..."

riu. "Você é inacreditável, ", disse ela, balançando a cabeça com admiração. "Mas falando em padrões, você já percebeu que os últimos três Unsubs que interrogamos tinham pais ausentes?"

assentiu. "Sim, é um padrão interessante. Freud explica..."

"Freud? Sério, ?", interrompeu , rindo. “Todos eles tem 'daddy issues'!"

a olhou confuso. "Daddy issues?", repetiu ele, franzindo o cenho.

suspirou, sabendo que teria que explicar mais uma vez. "Significa que a pessoa tem problemas com o pai, entendeu?"

assentiu lentamente, ainda um pouco confuso. "Ah, sim. Entendi. Mas... por que 'daddy issues'?"

riu. "Porque é mais conhecido popularmente do que 'complexo de Édipo', oras!", exclamou ela.

O escritório da BAU estava em um raro momento de calmaria. A equipe, exausta após um caso particularmente perturbador, aproveitava a trégua para relaxar. , no entanto, estava longe de relaxar. Seus olhos, normalmente brilhantes, estavam turvos de confusão. Ele observava , que estava debruçada sobre o teclado, digitando um relatório com uma rapidez impressionante.

, a novata da CIA, havia se tornado uma presença constante na vida de . Sua mente afiada e habilidades de campo eram impressionantes, mas era sua personalidade peculiar e imprevisível que o fascinava. As coisas que ela dizia, as referências que ele não entendia, a maneira como ela lidava com os suspeitos... tudo era um enigma para ele.

Ele se lembrava da vez em que havia chamado algo de "seu império romano" e ele, em sua ingenuidade, havia iniciado uma palestra de dez minutos sobre a história de Roma. o deixara falar, um sorriso divertido nos lábios, até que Rossi a interrompeu, perguntando se ela estava se referindo a um pensamento recorrente. O constrangimento de naquele momento ainda o fazia corar.

E não eram apenas as palavras. Ele se perguntava o que se passava na mente dela quando ela respondia a um suspeito com um "same" ou citava filmes que ele nunca tinha visto.

Como alguém não conhecia a origem de uma frase? Ele se lembrava de ter perguntado a Garcia sobre uma citação de , "Motivo legal, mas ainda é assassinato", que a equipe achou hilário.

Ao longe o jovem casal de amigos era observado, por Rossi e Hotchner que se entreolharam. Um olhar que dizia “algo está surgindo ali”.

revirou os olhos, mas não conseguiu conter o sorriso. "Você é um nerd incurável, ", disse ela, com carinho. "Mas eu gosto disso em você."

corou levemente, mas não respondeu. Ele continuou a ler o relatório, mas sua mente divagava. Ele se lembrava das vezes em que o havia deixado perplexo com suas referências à cultura pop. Como quando ela falou para um suspeito que a atuação dele tava pior que "o Fiuk no BBB." ou quando falou "Aposto que sua mãe ficaria orgulhosa de te ver aqui, algemado e acusado de assassinato".



Capítulo 8 ‘‘deja vu’’


O aroma de carne grelhada e o calor do sol da tarde preenchiam o quintal da casa de Hotchner. A equipe da BAU, reunida em torno da churrasqueira, relaxava após um dia intenso de trabalho. Cervejas geladas e risadas descontraídas quebravam a tensão do dia a dia, criando um ambiente acolhedor e familiar.

, sentada em uma espreguiçadeira ao lado de Prentiss, observava a dinâmica do grupo com um sorriso discreto. Morgan, com seu avental de churrasqueiro, virava os bifes com maestria, enquanto Rossi o provocava com piadas sobre sua técnica. Hotchner, com um Jack Daniels na mão, supervisionava a cena com um ar paternal, seus olhos atentos a cada membro da equipe. , sentado em um canto, lia um livro sobre física quântica, ocasionalmente levantando a cabeça para participar da conversa.

"E você, ?", perguntou JJ, entregando a um prato com um suculento pedaço de picanha. "Como está se adaptando à BAU?"

agradeceu, saboreando a carne macia. "Está sendo incrível", respondeu ela, sincera. "A equipe é muito acolhedora, e o trabalho é desafiador e gratificante."

"E a CIA?", perguntou Morgan, curioso. "Deve ser emocionante trabalhar em missões secretas, com gadgets high-tech e tudo mais."

sorriu, mas o sorriso não alcançou seus olhos. "Nem tudo é o que parece", disse ela, um tom de melancolia em sua voz. "A CIA é um mundo de segredos, mentiras e traições. Você nunca sabe em quem pode confiar, nem mesmo em si mesmo."

A equipe a olhava em silêncio, surpresa com a franqueza de suas palavras.

"As missões são perigosas, é claro", continuou , "mas o pior é a solidão. Você vive isolado, sem poder compartilhar suas angústias e medos com ninguém. A pressão é constante, o medo de falhar, de ser descoberto, de colocar em risco a vida de inocentes..."

Sua voz falhou por um momento, as lembranças dolorosas do passado voltando à tona. Ela respirou fundo, recompondo-se.

"E a burocracia", acrescentou, com um sorriso irônico. "Montanhas de papelada, relatórios intermináveis, reuniões que não levam a lugar nenhum... Às vezes, você se sente mais um robô do que um agente secreto."

, que a observava com atenção, se manifestou. "Mas você deve ter vivido momentos incríveis também, não é?", perguntou ele, tentando animá-la. "Viagens exóticas, disfarces elaborados, a sensação de estar fazendo a diferença no mundo..."

assentiu. "Sim, houve momentos bons também. A adrenalina de uma missão bem-sucedida, a sensação de ter ajudado a impedir um atentado terrorista, a camaradagem com alguns colegas de equipe..."

Ela olhou para cada um dos seus novos colegas, seus olhos transmitindo uma gratidão sincera. "É por isso que estou aqui, na BAU. Aqui, sinto que faço parte de uma família, que posso confiar em meus colegas, que meu trabalho tem um impacto real na vida das pessoas. E isso não tem preço."

"Teve uma vez," começou, seus olhos distantes, "que tive que me infiltrar em um culto que acreditava que o fim do mundo estava próximo. Eles estavam planejando um atentado em massa, e eu tive que me passar por uma de suas seguidoras para descobrir os detalhes do plano."
A equipe se inclinou para frente, absorta na história.
"Foi uma das missões mais perigosas que já realizei", continuou . "Tive que participar de rituais bizarros, beber poções estranhas e fingir acreditar em suas profecias absurdas. Por um momento, cheguei a duvidar da minha própria sanidade."
Ela gostava dos casos, mas também teve Lucas. Ele ajudara bastante na sua escolha de sair da CIA mas não ia falar isso para sua nova equipe, imagina todos saberem que era uma baita corna. Talvez a colocassem na linha de frente para protege-los com seus grandes chifres.

Flashback on

O aroma do risoto de açafrão ainda pairava no ar, uma promessa não cumprida de um jantar romântico. , sentada à mesa posta para dois, observava as velas bruxuleantes perderem sua batalha contra a escuridão crescente. O vinho tinto no copo, antes uma promessa de celebração, agora era apenas um amargo consolo.

A raiva borbulhava em seu peito, um caldeirão de frustração e decepção. Lucas, seu namorado e colega da CIA, mais uma vez a deixara esperando. A mensagem que ele enviara horas antes, prometendo chegar a tempo para o jantar, agora parecia uma piada cruel.

se levantou, a cadeira raspando contra o chão de madeira, um eco da raiva que a consumia. Seus olhos percorreram o apartamento, pousando sobre a jaqueta de Lucas jogada no sofá, um lembrete constante de sua presença ausente.

Um flashback a atingiu como um soco no estômago. Lucas, em seu uniforme impecável, a beijando antes de partir para uma missão. "Volto logo, meu amor", prometera ele, os olhos brilhando de entusiasmo.

Mas "logo" se transformara em dias, semanas, às vezes meses. E quando ele finalmente voltava, trazia consigo o cheiro de outras mulheres, o peso de segredos que não podia compartilhar. não suportava mais suas ausências, suas mentiras, suas meias verdades. Aquela noite, algo se quebrou dentro dela. A espera solitária, o jantar esfriando, o vinho azedando... Tudo isso a fez perceber que estava cansada de ser a segunda opção, de viver na sombra de um homem que não a priorizava.

"Acabou, Lucas", sussurrou ela para si mesma, a voz embargada pela emoção. "Cansei de suas mentiras"

O eco de seus passos ressoava no apartamento vazio, cada pisada um adeus silencioso. recolhia suas roupas, livros e pertences pessoais, empilhando-os em malas e caixas de papelão. Cada objeto trazia consigo uma lembrança, um fragmento de um passado que ela agora deixava para trás.

Um ano. Há um ano, se apaixonara pelo charme de Lucas, um agente da CIA que a conquistara com suas histórias de missões perigosas e seu sorriso sedutor. Mas o que começara como um romance apaixonado logo se transformou em um relacionamento tóxico, marcado por ausências, segredos e desconfiança.

Não demorou muito pela descoberta da traição. Lucas a traíra, não com uma aventura casual, mas com uma colega de trabalho, Stacy, a loira ambiciosa que sempre desconfiara. A revelação a atingira como um raio, quebrando a ilusão do amor perfeito que ela havia construído em sua mente.
não confrontou Lucas. Não viu sentido em discutir, em implorar por explicações. Ele já havia feito sua escolha, e ela não estava disposta a se humilhar por um homem que não a valorizava.
Com a decisão tomada, arrumou suas coisas e saiu do apartamento que dividiam, sem olhar para trás. A chave, deixada sobre a mesa da cozinha, era sua última mensagem para Lucas: "Acabou".
A saída de da CIA foi um choque para Lucas. Ele tentou ligar, mandar mensagens, mas ela o ignorou. Sabia que ele entenderia o recado. Afinal, ele sempre fora um mestre em ler as entrelinhas, em decifrar os códigos secretos da espionagem.
A traição de Lucas, por mais dolorosa que fosse, a libertara de um relacionamento tóxico e sem futuro. E, ironicamente, a abrira as portas para a BAU, um sonho que ela acalentava em segredo, mas que Lucas sempre desencorajara. Ele menosprezara o trabalho da unidade, considerando-o inferior ao da CIA. Mas via na BAU a oportunidade de usar suas habilidades para um propósito maior, de fazer a diferença no mundo real, de ajudar as vítimas de crimes hediondos.
Um sorriso irônico curvou os lábios de enquanto ela caminhava em direção ao seu novo destino. Lucas odiava a BAU, a considerava um bando de "enxeridos" que se intrometiam em assuntos que não lhes diziam respeito. A ideia de se juntando à equipe o enfureceria, e isso a enchia de uma satisfação perversa.

Flashback off

O presente a trouxe de volta à realidade. Seus colegas a observavam com curiosidade, esperando que ela continuasse a história. percebeu que havia se perdido em seus pensamentos, o passado se misturando ao presente de forma desconcertante.

"E então?", perguntou Morgan, a voz rouca quebrando o silêncio. "O que aconteceu depois?"

"Gravei o líder do culto detalhando o plano do atentado durante um ritual em uma floresta. Foi arriscado, mas consegui transmitir a gravação para a CIA, que agiu rápido e impediu o ataque."

"A CIA é um mundo diferente do FBI", continuou , sua voz agora mais firme. "Lá, as coisas são mais... complexas. Há muita política envolvida, jogos de poder, interesses ocultos. Nem sempre a justiça é a prioridade. Alguns acham que somos tipo o James Bond, viajando em primeira classe e bebendo martínis em hotéis luxuosos. Mas a realidade é bem diferente. Já passei noites em claro em quartos de hotel baratos, comendo comida enlatada e rezando para não ser descoberta."

Ela fez uma pausa, lembrando-se das inúmeras vezes em que suas missões foram comprometidas por decisões tomadas em gabinetes luxuosos, longe do campo de batalha.

"E o dinheiro", acrescentou, com um tom de desgosto. "A CIA tem recursos ilimitados, mas nem sempre são usados da melhor forma. Muitas vezes, o dinheiro é usado para financiar operações duvidosas, para comprar informações de fontes corruptas, para silenciar testemunhas inconvenientes."

balançou a cabeça, afastando as lembranças. "Bem, digamos que a CIA não era o lugar certo para mim", disse ela, um sorriso enigmático nos lábios. "Mas estou feliz por estar aqui, na BAU. Sinto que encontrei meu verdadeiro propósito."

sorriu, seus olhos brilhando com compreensão. "Acho que você vai se encaixar perfeitamente aqui, ", disse ele. "Temos muito o que aprender com você."

retribuiu o sorriso, sentindo-se acolhida pela equipe. O passado ainda a assombrava, mas ela sabia que não estava mais sozinha. A BAU era sua nova família, e juntos, eles enfrentariam os desafios que o futuro lhes reservava.

Um silêncio respeitoso se instalou no grupo. A equipe da BAU compreendia a dor de , a solidão e o peso de carregar segredos. Eles sabiam que a CIA, apesar de todo o glamour e mistério, era um mundo implacável, onde a lealdade era um luxo e a traição, uma constante ameaça.

A conversa mudou de rumo, a equipe compartilhando histórias engraçadas e experiências pessoais. se sentiu acolhida, parte de um grupo que a aceitava como ela era, com suas cicatrizes e seus medos. A BAU era seu novo lar, e ela estava determinada a honrar a confiança que depositaram nela, a lutar ao lado de seus novos amigos contra as trevas que assombravam o mundo.



Capítulo 9 ‘‘xeque mate’’


A equipe da BAU estava a bordo de um jato particular, cruzando o país em direção a Seattle, onde um novo serial killer espalhava terror. O interior da aeronave era um misto de funcionalidade e conforto, com poltronas reclináveis, mesas de trabalho e telas de computador exibindo informações sobre o caso. lembrou de quando teve que voar de classe econômica para Moscou, disfarçada de turista. Passou horas espremida entre um casal com um bebê chorão e um senhor que roncava alto.

, sentada ao lado de , observava o jovem gênio enquanto ele lia um artigo científico sobre a relação entre o ambiente e o comportamento criminoso. Seus dedos longos e ágeis folheavam as páginas com rapidez, seus olhos absorvendo as informações.

Ela amava ouvi-lo falar sobre qualquer coisa, e sempre tentava fazer perguntas melhores para escutar ele falar mais. Ele discorria sobre a história da música clássica, citando compositores e obras que nunca tinha ouvido falar. Ela, por sua vez, compartilhava suas experiências em diferentes culturas, os costumes e tradições que aprendera durante suas missões secretas.

"Você já se perguntou como seria viver em outro planeta?", questionou , interrompendo o silêncio.

se virou para ele, surpresa com a pergunta. "Em outro planeta?", repetiu ela, um sorriso divertido brincando em seus lábios. "Acho que nunca pensei muito sobre isso."

se animou, seus olhos brilhando com o entusiasmo de compartilhar seus conhecimentos. "Existem tantas possibilidades! Marte, Europa, a lua de Júpiter, com seu oceano subterrâneo que poderia abrigar vida. Ou até mesmo exoplanetas, mundos distantes orbitando outras estrelas, com condições completamente diferentes das que conhecemos."

o ouvia com atenção, fascinada pela paixão com que ele falava sobre o tema. "Você realmente acredita que existe vida em outros planetas?", perguntou ela, curiosa. Ela também acreditava.

"As probabilidades são altas", respondeu , com um aceno de cabeça. "O universo é vasto demais para que estejamos sozinhos. E quem sabe, talvez um dia possamos visitar esses mundos e descobrir novas formas de vida, novas civilizações..."

A conversa fluia naturalmente, os dois agentes compartilhavam seus conhecimentos e opiniões sobre diversos temas, desde a história da criminologia até a filosofia da mente. era como um poço de conhecimento, com uma paixão contagiante por aprender e descobrir. contou sobre sua infância solitária, sobre sua mãe que sofria de esquizofrenia e sobre sua paixão por livros e conhecimento. , por sua vez, falou sobre sua infância conturbada, sobre a perda de seu pai biológico e sobre a busca por um novo lar na CIA.

A cada conversa, a conexão entre eles se fortalecia. admirava a inteligência e a sensibilidade de , enquanto ele se encantava com a força e a determinação da agente.

"Você joga xadrez?", perguntou , seus olhos brilhando com um desafio inesperado.

"Um pouco", respondeu , surpresa com a pergunta. "Mas não sou muito boa."

"Eu também não sou um mestre", admitiu , "mas eu gosto" sabia que ele estava sendo humilde para não parecer presunçoso.

sorriu, intrigada. "Então, que tal uma partida?"

aceitou o desafio com entusiasmo. Em poucos minutos, o tabuleiro de xadrez estava montado sobre a mesa, as peças dispostas em seus lugares de origem. e se enfrentaram, seus olhos fixos no tabuleiro, suas mentes trabalhando a todo vapor para prever os movimentos do adversário.

, com sua mente afiada e sua memória prodigiosa, calculava as possibilidades com uma rapidez impressionante. , por sua vez, usava sua intuição e sua experiência em campo para antecipar as jogadas de .

Derek Morgan, com seu habitual senso de humor, decidiu tumultuar as coisas. "Ei, ", provocou ele, com um sorriso maroto, "se você é tão imbatível no xadrez, que tal apostar algo nessa partida?"

, momentaneamente distraído, ergueu os olhos do tabuleiro, um vinco de curiosidade marcando sua testa. "Apostar? Tipo o quê?"

, com um brilho desafiador no olhar, interveio antes que Morgan pudesse responder. "Que tal um dia do 'sim'? Se eu ganhar, você terá que dizer sim a tudo que eu pedir por um dia inteiro."

Um sorriso travesso curvou seus lábios. "E se você ganhar, ?", perguntou ela, erguendo uma sobrancelha.

pensou por um momento, seus dedos tamborilando na mesa. "Hum... que tal... um livro raro da primeira edição de 'O Senhor dos Anéis'?"

riu, achando a resposta adorável. "Fechado!", exclamou ela, estendendo a mão para selar o acordo. "Não se preocupe, ", disse ela, com um tom divertido. "Vou pegar leve com você."

Enquanto se concentrava no tabuleiro, não pôde deixar de notar seus dedos longos e ágeis movendo as peças com precisão. Eram mãos fortes e precisas, pensou ela, mãos que revelavam uma inteligência e uma sensibilidade incomuns.

Seus olhos percorreram o rosto de , observando os traços finos, os olhos azuis profundos, os cabelos castanhos despenteados que caíam sobre a testa. Ele era bonito, de um jeito peculiar e cativante. Um ar de mistério o envolvia, como se guardasse segredos que só os mais atentos poderiam desvendar.

, antes focado como um laser no tabuleiro, sentiu sua concentração se esvair. A imagem de , com seus cabelos escuros caindo em cascata sobre os ombros e seus olhos castanhos brilhando com inteligência e desafio, invadia sua mente. O que ela pediria no dia do "sim"? Um salto de paraquedas? Uma aula de culinária exótica? Um experimento científico maluco?

A cada novo pensamento, se desconcentrava mais. Seu coração batia acelerado, um misto de ansiedade e algo que ele não sabia distinguir. Ele tentava se concentrar no jogo, mas a imagem de sorrindo para ele, o distraía.

Enquanto isso, , observando a mudança de comportamento de , sorria internamente. Ela sabia que o tinha fisgado. A cada movimento hesitante dele, a cada olhar furtivo em sua direção, ela se sentia mais confiante.

, perdido em seus devaneios, cometeu um erro crucial. Deixou sua rainha desprotegida, uma presa fácil para a perspicácia de .

"Xeque-mate", anunciou ela, um sorriso triunfante iluminando seu rosto.

piscou, voltando à realidade. Seus olhos se arregalaram ao perceber o erro que havia cometido. Ele havia perdido, e tudo por causa de sua distração.

A equipe da BAU explodiu em aplausos e assobios. , com um sorriso tristonho, estendeu a mão para .

"Parece que alguém perdeu sua invencibilidade", disse ela, com um toque de provocação em sua voz.

"Parabéns, ", disse ele, com um tom de voz que misturava respeito e bom humor. "Você jogou muito bem."

apertou sua mão, sentindo um calor reconfortante. "Obrigada, ", disse ela. "Estou ansiosa pelo meu dia do 'sim'."

engoliu em seco, um frio na espinha o percorrendo. Estava com medo do que a ela iria pedir.



Capítulo 10 ‘‘dia do sim’’


O sol da manhã invadia o quarto de hotel em Seattle, iluminando a figura de , que se espreguiçava em sua cama. Um sorriso maroto brincava em seus lábios enquanto ela terminava de escovar os dentes e caminhava até a porta do quarto de . Com um sorriso travesso, ela bateu à porta.

Do outro lado, ouviu-se um murmúrio confuso, seguido de passos arrastados. A porta se abriu, revelando um sonolento, com os cabelos espetados em todas as direções e vestindo apenas uma calça de pijama xadrez. Eles esperavam Hotchner e Derek interrogarem alguns suspeitos hoje para poder começar o trabalho deles depois. Então os dois tinham o dia livre até alguém ligar para eles e pedir algo, como era o costume.

"?", perguntou ele, esfregando os olhos. "Que horas são?"

"Hora de começar o meu dia do sim, meu caro", anunciou , entrando no quarto com um ar triunfante. "E para começar, quero um café da manhã especial. Panquecas com frutas vermelhas e chantilly, por favor."

piscou, tentando processar a informação. "Panquecas? Agora?", questionou ele, com a voz ainda rouca de sono.

"Sim, agora", confirmou , cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha. "E nada de usar a desculpa de que não sabe cozinhar. Lembre-se, é o dia do sim."

suspirou, mas um sorriso divertido começou a se formar em seus lábios. "Tudo bem, você venceu", disse ele, se rendendo ao desafio. "Mas espero que você me ajude. Nunca fiz panquecas na vida."

riu, entrando na cozinha do quarto de hotel. "Sem problemas, chef . Vou te guiar em cada passo."

“Ela está me fazendo sorrir,” pensou , um calor reconfortante se espalhando por seu peito. “Talvez esse dia seja exatamente o que eu precisava.”

Enquanto , ainda sem camisa, misturava os ingredientes com certa dificuldade, o observava com um sorriso divertido. "Ei, você não é tão ruim assim na cozinha", comentou ela, notando a forma como ele se concentrava na tarefa. Ele é tão adorável quando está concentrado, pensou ela, sentindo uma onda de carinho pelo jovem gênio.

"É a primeira vez que tento fazer algo mais complexo do que torradas", confessou , corando levemente.

Após alguns minutos de trabalho em equipe, um aroma delicioso de panquecas invadiu o quarto. , orgulhoso de sua criação, serviu o prato para , que o devorou com entusiasmo.

"Hummm, está delicioso!", exclamou ela, com a boca cheia. "Você tem talento, ."

sorriu, satisfeito com o elogio. "E agora, o que mais a senhorita deseja?", perguntou ele, com um toque de ironia na voz.

se levantou, esticando os braços. "Hmm estava pensando nisso. Vamos assistir 'Meninas Malvadas'!"

a olhou surpreso. "Meninas Malvadas? Sério?"

"Sim, sério", respondeu , com um sorriso desafiador. "É um clássico. Você vai adorar."

não pôde deixar de rir. "Tudo bem, não posso dizer não mesmo", disse ele, pegando o controle remoto da TV. “Coloca vou buscar uma camisa”

"Não esquece a pipoca, tá?", gritou , enquanto se dirigia ao quarto. Ela podia sentir seus olhos revirando, mas também podia sentir a energia divertida que emanava dele.

se aninhou no sofá, um sorriso radiante no rosto. Ela estava feliz por ter feito sorrir, por ter trazido um pouco de leveza para sua vida.

, que já havia visto "Meninas Malvadas" inúmeras vezes, se divertia com as reações de às falas e situações icônicas do filme. Ele ria, se surpreendia, e até mesmo citava algumas falas junto com os personagens.

Durante o filme, aproveitou para observar mais de perto. Seus olhos azuis, geralmente escondidos atrás dos óculos, brilhavam com humor e curiosidade. Seus lábios, que normalmente se moviam a uma velocidade vertiginosa recitando fatos e teorias, agora se curvavam em sorrisos genuínos.

sentiu uma onda de carinho por ele. era tão diferente dos homens que ela conhecera na CIA, tão... puro. Ele não tinha segundas intenções, não jogava jogos mentais, não escondia segredos. Era simplesmente ele mesmo, um gênio excêntrico com um coração de ouro.

Talvez esse dia não seja tão ruim, pensou ele, um calor inesperado se espalhando por seu peito. A presença de , com sua energia vibrante e seu sorriso contagiante, era um alívio bem-vindo à sua solidão habitual.

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Depois do filme os dois ainda conversaram bastante. "Meu cérebro é como um computador", disse ele, com um sorriso tímido. "Está sempre procurando padrões em tudo."

o observava com carinho, admirada por sua mente brilhante. "Isso é um dom, ", disse ela. "Você tem uma capacidade incrível de aprender e de conectar informações que a maioria das pessoas nem sequer percebe."

corou, coçando a nuca. "Ah, é só... a forma como meu cérebro funciona", murmurou ele. "As pessoas geralmente acham irritante."

"Irritante? Só se forem amargurados", rebateu , com um sorriso travesso. "Eu acho fascinante."

a olhou surpreso, um calor reconfortante se espalhando por seu peito. "Obrigado", disse ele, sinceramente. "Eu era chamado de muitas coisas no colégio, nenhuma delas era 'fascinante'."

"Bom, eu seria sua amiga na escola", afirmou , com um sorriso encorajador. "E ia adorar te ouvir falar sem parar.”

"Obrigado, eu também seria seu amigo", respondeu , um sorriso tímido surgindo em seus lábios.

"Mesmo eu tendo um cérebro mais lento que o seu?", provocou , com um brilho divertido nos olhos.

"Isso não é verdade", rebateu , com firmeza. "Nossos cérebros são feitos da mesma forma, só funcionam de jeitos diferentes. E isso não é ruim. Eu adoraria explicar para você quantas vezes você quisesse."

riu, encantada com a sinceridade de . "Tá falando que meu cérebro tem a mesma velocidade que o seu? Uau, isso é um elogio e tanto, vindo de você.”

"Por incrível que pareça, eu não acho as pessoas ao meu redor burras o tempo todo", explicou ele, com paciência.

"Mas é porque você é um amor!", exclamou , sorrindo. "Você não é prepotente, tem gente que usa 1% do cérebro e se acha melhor que os outros."

"Já conheceu alguém assim?", perguntou , surpreso.

"Na CIA tem muitos desses", respondeu , com um tom de desgosto. "E sabe, a maioria deles não sabe nem resolver uma equação de segundo grau! E eles se acham tão melhores que o FBI!”

"Você acha que não são?", provocou , com um sorriso divertido.

balançou a cabeça. "Olha, meu ex-namorado, Tim. Ele achava que sempre estava certo, e acabava caindo nas mais bobas armadilhas. Ele tinha cérebro, mas decidia não usar."

"E por que você namorou alguém assim?", perguntou , surpreso.

suspirou, um traço de tristeza em seus olhos. "Nem eu sei, talvez eu só não quisesse ficar sozinha... Mas com o tempo, percebi que ele era egoísta, arrogante e manipulador. Teve uma vez que ele me colocou em perigo só para resolver um caso.”

a olhava com os olhos arregalados, a boca entreaberta em choque. "Ele fez isso? Colocou você em perigo só para se promover?"

assentiu, um nó se formando em sua garganta. "Sim, ele fez. E o pior é que ele não se arrependeu. Disse que era o preço a se pagar pelo sucesso da missão."

balançou a cabeça, incrédulo. "Que imbecil!", exclamou ele. "Ele não merecia você, .”

sorriu com a reação de , o mundo seria um lugar melhor se os homens tivessem um pouquinho de

“E você, ? Já quebrou o coração de quantas?” Perguntou rindo.

hesitou por um momento, um rubor leve colorindo suas bochechas. "Bem, eu tive alguns relacionamentos, mas nada muito sério", disse ele, desviando o olhar. "Acho que nunca encontrei a pessoa certa."

sorriu com compreensão. "Eu te entendo", disse ela. "O trabalho na CIA não deixava muito tempo para relacionamentos. E quando eu finalmente encontrei alguém, acabei me decepcionando."

"Será que estamos perdidos?", perguntou , com um sorriso tímido, mudando de assunto e tentando disfarçar o nervosismo que sentia ao ouvir as palavras de .

"Eu não estou, porque eu tenho um amigo que é muito melhor que qualquer namorado que já tive...", respondeu , com um brilho travesso nos olhos. "E que vai colocar sua roupa e me levar para passear no centro de Seattle para escolher um presente bem lindo pra mim no dia do sim", completou ela, com um ar de falsa arrogância. "E não diga que não tem dinheiro, pois sei que nosso pagamento caiu ontem."

riu, aliviado pela mudança de tom da conversa. "Tipo um encontro?", perguntou ele, brincando com a situação.

"Ah, você sonha, né, garoto?", respondeu , dando um tapinha de leve em seu braço. "Mas não vou pedir você em namoro no dia do sim. Isso seria quase crime, sabia?"

Os dois riram juntos, a tensão se dissipando no ar. se levantou, indo em direção ao quarto para se vestir. o observou, um sorriso sincero em seus lábios.

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O centro de Seattle fervilhava com a energia de um dia ensolarado. Lojas coloridas, cafés charmosos e artistas de rua davam vida às calçadas, enquanto o aroma de café e waffles frescos pairava no ar. e caminhavam lado a lado, explorando as vitrines e rindo das peculiaridades da cidade.

"Então, o que você quer de presente?", perguntou , olhando para com um sorriso esperançoso. "Qualquer coisa que você escolher, eu compro."

riu, balançando a cabeça. "Não precisa ser nada caro, . Só algo que eu possa. guardar como lembrança"

pensou por um momento, seus olhos percorrendo as vitrines. De repente, ele parou em frente a uma joalheria.

"Espere aqui", disse ele, entrando na loja.

o observou pela vitrine, curiosa para saber o que ele escolheria. conversou com a vendedora por alguns minutos, apontando para algo e gesticulando animadamente. Finalmente, ele saiu da loja com uma pequena caixa azul na mão.

"Achei que combinava com você", disse ele, entregando a caixa para .

abriu a caixa, seus olhos brilhando ao ver o colar. Era simples, mas elegante, com um brilho prateado que lembrava a luz da lua, no centro um pingente em forma de uma rainha do xadrez.

"É lindo, ", disse ela, colocando o colar no pescoço. "Obrigada.”

Ela colocou o colar no pescoço, admirando o brilho da prata contra sua pele. "Combina perfeitamente comigo", disse ela, com um sorriso radiante.

corou levemente, feliz por ter acertado na escolha do presente. "E agora, o que mais a senhorita deseja?", perguntou ele, imitando o tom formal que ela usara mais cedo.

riu. "SORVETE", sugeriu ela, apontando para uma sorveteria do outro lado da rua.
Enquanto escolhiam os sabores, não pôde deixar de notar os olhares que atraía. Mulheres de todas as idades o observavam com admiração, sorriam genuinamente para ele.
Ela não podia negar que era um homem atraente. Mas o que a encantava de verdade era sua inteligência, sua gentileza e sua competência. E, naquele momento, toda a atenção dele estava voltada para ela.
“Vamos??” perguntou , apontando para uma máquina de garra cheia de ursinhos coloridos.

riu. "Você sabe que essas máquinas são programadas para que a gente perca, não é?", disse ele.

"Ah, qual é, ! Não seja estraga-prazeres", provocou . "Vamos tentar. Quem sabe a gente não dá sorte?"

cedeu, e os dois passaram alguns minutos tentando, sem sucesso, pegar um dos ursinhos. ria a cada tentativa frustrada, enquanto tentava disfarçar sua própria frustração com piadas e comentários científicos sobre a física da máquina de garra. Finalmente, após várias tentativas e alguns dólares gastos, conseguiu pegar um ursinho de pelúcia para .

"Você conseguiu, ! É perfeito!", exclamou ela, dando-lhe um abraço apertado.

retribuiu o abraço, sentindo seu coração acelerar. O perfume de invadiu suas narinas, e ele se sentiu estranhamente feliz por ter conseguido aquele ursinho para ela.

Enquanto comemoravam, o telefone de tocou. Era Derek, informando que haviam conseguido o endereço do principal suspeito e que eles deveriam ir direto para lá.

e trocaram um olhar de compreensão. Era hora de voltar ao trabalho.

Enquanto caminhavam de volta para o hotel, se sentia feliz e leve. Aquele dia com a fizera esquecer, por um momento, as dificuldades do trabalho e as sombras do passado. Ela estava vivendo o presente, aproveitando cada momento ao lado da sua nova família.



Capítulo 11 ‘‘last breath’’


Semanas após o caso em Seattle, a BAU se viu diante de um novo desafio: um caso em Nova Orleans envolvendo um homem acusado de matar sua amante grávida, Caroline. As evidências apontavam para sua culpa, mas ele se recusava a revelar a localização do corpo, o que dificultava a condenação e o encerramento do caso para a família da vítima.

Hotchner, com sua habitual perspicácia, decidiu enviar e para um novo interrogatório. A dupla havia demonstrado uma dinâmica única, com a inteligência afiada de complementando a intuição e a experiência de campo de .

A sala de interrogatório era fria, com paredes brancas e uma única mesa de metal no centro. O suspeito, Robert Miller, um homem de meia-idade com um olhar cansado, estava sentado à mesa, algemado.

e entraram na sala, seus passos ecoando no silêncio. , com sua postura ereta e olhar atento, carregava uma pasta com as evidências do caso. , por sua vez, emanava uma aura de calma e confiança, seus olhos castanhos fixos em Miller.

"Sr. Miller", começou , com sua voz calma e metódica, "entendemos que está passando por um momento difícil. Mas precisamos da sua ajuda para encontrar o corpo de Caroline. Sua família merece um encerramento."

Miller permaneceu em silêncio, seus olhos fixos na mesa. , percebendo a resistência do suspeito, decidiu mudar a abordagem.

"Sr. Miller", disse ela, sua voz suave, mas firme, "sei que você está protegendo alguém. Talvez seja você mesmo, talvez seja outra pessoa. Mas saiba que a verdade sempre vem à tona. E quanto mais você resistir, mais difícil será para todos os envolvidos."

Miller ergueu o olhar, um brilho de desafio em seus olhos. "A verdade é que eu não matei ninguém", disse ele, com a voz fria. "E não sei onde está o corpo."

se inclinou para frente, seus olhos fixos nos de Miller. "Sr. Miller, as evidências contra você são incontestáveis. As câmeras de segurança o mostram entrando no apartamento de Caroline na noite do crime. O sangue dela foi encontrado em seu carro. E você não tem um álibi para aquela noite."

Miller desviou o olhar, a máscara de indiferença começando a ruir. percebeu que ele estava prestes a ceder.

"Sr. Miller", continuou ela, sua voz agora mais suave, "pense na família de Caroline. Eles estão sofrendo, sem saber o que aconteceu com sua filha, com seu neto. Ajude-nos a encontrá-la, a dar a eles o descanso que merecem."

Um tremor percorreu o corpo de Miller. "Eu não fiz nada contra essa garota", murmurou ele.

A tensão na sala de interrogatório era palpável. Miller, apesar das evidências, mantinha sua postura de negação, seus olhos frios fixos em e . A cada pergunta, a cada tentativa de fazê-lo ceder, ele se fechava ainda mais.

No meio do interrogatório, o telefone de tocou. Era Hotchner. Ela atendeu, a voz do chefe da BAU ecoando na sala silenciosa.

", acabamos de receber uma ligação da polícia local. Encontraram um corpo perto da rodovia principal, a descrição coincide com a de Caroline. Preciso que você e vão até lá agora."

desligou o telefone, um misto de alívio e apreensão a inundando. A descoberta do corpo poderia ser a chave para quebrar a resistência de Miller, mas também significava confrontar a brutal realidade do crime.

Ela se virou para , seus olhos transmitindo a urgência da situação. ", precisamos ir. Encontraram um corpo."

Sem hesitar, os dois agentes deixaram a sala de interrogatório, seus passos rápidos e determinados ecoando pelos corredores da delegacia.

A cena na rodovia era sombria. O corpo de uma jovem mulher, parcialmente decomposto, jazia em uma vala rasa, coberto por folhas e galhos. e se aproximaram com cautela, seus olhos atentos a cada detalhe.

, com sua mente analítica, começou a examinar o corpo, buscando pistas que pudessem confirmar a identidade da vítima. , por sua vez, observava o entorno, procurando por qualquer sinal que pudesse indicar como o corpo havia chegado ali.

Após uma análise cuidadosa, confirmou a suspeita: o corpo era de Caroline. A gravidez, apesar do estado de decomposição, era evidente.

e voltaram à delegacia, seus rostos marcados pela tristeza e pela determinação. Entraram na sala de interrogatório, onde Miller os aguardava com um olhar desafiador.

"Sr. Miller", começou , sua voz firme e implacável, "encontramos o corpo de Caroline. Ela estava grávida, como suspeitávamos."

Miller empalideceu, seus olhos arregalados de medo. Ele sabia que sua mentira havia sido desmascarada, que não havia mais como negar sua culpa.

"Seus amigos e familiares ficariam decepcionados em saber que você é um covarde." lançou assim que entrou na sala, sua postura firme.

Miller, visivelmente abalado, tentou manter a pose de inocência. "Vocês pegaram o cara errado", gaguejou ele, a voz trêmula.

o encarou com um olhar penetrante. "Uau, essa sua história é tão original! Tenho certeza que nunca ouvimos nada parecido antes... em nenhum dos outros interrogatórios que fizemos."

"Eu nunca machucaria uma mulher grávida", insistiu Miller, o desespero evidente em sua voz.

"As câmeras de segurança do prédio mostram que você foi a última pessoa a ver Caroline com vida.", rebateu , entrando na conversa pela primeira vez.

Miller ficou em silêncio, sua mente trabalhando a mil por hora em busca de uma nova mentira.

"Sua criatividade para inventar desculpas é impressionante", disse , com sarcasmo. "Pena que não usa essa energia para algo mais produtivo."

Ela se levantou, circulando a mesa e parando atrás de Miller. "Você está suando frio, amigo", sussurrou ela em seu ouvido. "A verdade está te corroendo por dentro."

Miller, derrotado, abaixou a cabeça, as lágrimas escorrendo por seu rosto. A máscara de frieza e indiferença havia desaparecido, revelando um homem atormentado pela culpa e pelo remorso.

"Eu... eu não queria matá-la", gaguejou ele, a voz embargada pela emoção. "Mas ela... ela me ameaçou, disse que ia contar para minha esposa sobre o bebê..."

e trocaram um olhar. Sabiam que a confissão de Miller era apenas o começo de um longo processo de justiça e cura para a família de Caroline. Mas, naquele momento, eles haviam cumprido sua missão: a verdade havia sido revelada, e o assassino seria levado à justiça.



Capítulo 12 ‘‘the smallest man who ever lived’’

O céu de Quantico. se estendia em um azul profundo, pontilhado por nuvens que pareciam pinceladas de algodão. , sentada em sua mesa na BAU, olhava pela janela, perdida em pensamentos. A visão idílica contrastava com a tempestade que se formava dentro dela.

Seus olhos, geralmente tão alertas, agora pareciam distantes, fixados em um ponto invisível no horizonte. A música que tocava em seus fones de ouvido, uma melodia melancólica e acusatória, ecoava seus sentimentos mais profundos.

A transportava de volta no tempo, para o apartamento que dividia com Lucas. Ela se lembrava de seus olhos castanhos, profundos e misteriosos, que agora pareciam tingidos de culpa. Lembrava-se das pequenas mentiras, das desculpas esfarrapadas, das promessas não cumpridas.

se lembrava das noites em que Lucas chegava tarde em casa, o perfume de outra mulher impregnado em suas roupas. Lembrava-se das mensagens suspeitas em seu celular, das ligações que ele atendia em outro cômodo, sussurrando para que ela não ouvisse. Ela havia ignorado os sinais, fingido não ver, na esperança de que suas suspeitas fossem infundadas.

Ela respirou fundo, tentando controlar as emoções. A raiva, a mágoa, a decepção... Ela não podia deixar que esses sentimentos a dominassem.

se repreendia por ter sido tão ingênua, por ter ignorado os sinais de alerta, por ter permitido que Lucas a manipulasse e a usasse. Ela se lembrava das noites em que esperara por ele em vão, das promessas quebradas, das mentiras que ele contava com tanta facilidade.

Levantou-se da cadeira e caminhou até a janela, observando o movimento da cidade lá fora. O sol já se punha, tingindo o céu de laranja e rosa.

Ela se lembrava de como ele a olhava com aqueles olhos intensos, como se ela fosse a única pessoa no mundo. Aqueles olhos que a haviam cativado, que a haviam feito acreditar em um futuro juntos. Mas, afinal, qual daqueles olhares era real? O olhar apaixonado do início do relacionamento, ou o olhar frio e distante que ele lhe dera naquela última vez que o viu? Naquela noite, ela percebeu que Lucas não era o herói que ela imaginara, mas sim um homem pequeno, mesquinho, incapaz de amar de verdade. Ele era um ator, um manipulador, um covarde que se escondia atrás de uma máscara de charme e inteligência.

A ironia da situação a atingia em cheio. Lucas, que se dizia apaixonado por ela, a usara como um objeto, um troféu para exibir aos seus colegas. Ele a manipulara, a enganara, a traíra. E, no fim, a descartara como se ela não significasse nada.

respirou fundo, tentando afastar as lembranças dolorosas. Ela não podia permitir que o fantasma de Lucas a assombrasse, que a impedisse de seguir em frente. Ela era mais forte do que isso, mais corajosa, mais determinada. Um novo dia se aproximava, um dia para deixar o passado para trás e seguir em frente.



Capítulo 13 ‘‘happy birthday’’

O barulho alegre do bar local preenchia o ar, uma trilha sonora perfeita para a celebração da BAU. O caso havia sido encerrado com sucesso, e o aniversário de era a cereja no topo do bolo. A equipe, reunida em torno de uma mesa repleta de bebidas e petiscos, brindava à vitória e ao jovem gênio.

, com um sorriso radiante no rosto, erguia seu copo de cerveja. "Obrigado", disse ele, com a voz levemente embargada pela emoção. "Vocês são a melhor equipe do mundo."

, sentada ao lado de , sorriu para ele com carinho. "Parabéns, ", disse ela, entregando-lhe um pequeno presente embrulhado em papel colorido. "Espero que goste."

abriu o presente, seus olhos se iluminando ao ver um livro raro de física quântica. ", não precisava...", começou ele, mas foi interrompido por um abraço apertado da amiga.

"Claro que precisava", disse ela, retribuindo o abraço. "Você merece tudo de bom, ."

A festa continuou, com a equipe compartilhando histórias engraçadas e brindando à vida. , animado pela celebração, bebeu um pouco mais do que estava acostumado. Seus olhos brilhavam, suas bochechas estavam coradas, e suas palavras fluíam com uma rapidez ainda maior do que o normal.

o observava com um sorriso divertido. ", acho que você está um pouco... alterado", disse ela, cutucando-o de leve.

riu, balançando a cabeça. "Eu? Alterado? Impossível! Sou um homem treinado, sou imune aos efeitos do álcool."

ergueu uma sobrancelha, cética. "Ah, é? Então me explique por que você está recitando a tabela periódica de trás para frente?"

corou, envergonhado. "Bem, talvez eu tenha me empolgado um pouco", admitiu ele. "Mas estou me divertindo muito."

riu novamente, achando a situação hilária. "Eu também estou me divertindo, ", disse ela.

"Vai com calma, garoto", alertou Rossi, com um sorriso divertido. "Não queremos ter que te carregar para casa."

riu, balançando a cabeça. "Acho que você já bebeu o suficiente por hoje, Einstein", disse ela, com um carinho que não passou despercebido pelos outros membros da equipe.

A noite avançava, e a festa chegava ao fim. A equipe, cansada, mas feliz, se preparava para ir embora. , vendo que estava um pouco instável, decidiu tomar uma atitude.

", eu vou chamar um táxi para te levar para casa", disse ela, pegando o celular.

a olhou com um sorriso sonolento. "Não precisa, ", disse ele, com a voz arrastada. "Eu posso ir sozinho."

balançou a cabeça, firme. "De jeito nenhum. Você bebeu demais, não está em condições de ir sozinho. É perigoso."

tentou argumentar, mas não cedeu. Ela chamou um táxi e, após se despedir da equipe, acompanhou até o carro.

"Obrigada por cuidar de mim, ", disse , com um sorriso doce.

sorriu de volta, sentindo um calor reconfortante em seu peito. "Somos amigos, não somos?", disse ela, tocando seu braço de leve.

assentiu com um olhar indecifrável, seus olhos fixos nos de . "Sim, somos", disse ele, com a voz rouca.

sorriu novamente, sentindo seu coração acelerar. Aquele momento, sob a luz fraca do poste, parecia mágico, como se o tempo tivesse parado.

notou o colar de , o presente dado em Seattle. "Esse colar ficou lindo em você, ", disse ele, com um sorriso sincero. "Combina perfeitamente com seus olhos."

corou, tocada pelo elogio. "Obrigada, ", disse ela, sentindo seu coração acelerar.

assentiu, um brilho de felicidade em seus olhos. "Fico feliz que você tenha gostado.", disse ele, baixinho.

"Boa noite, ", disse ela, se afastando dele.

"...", chamou , antes que ela pudesse ir embora. "Espera."

se virou, surpresa. "O que foi?"

hesitou por um momento, como se lutasse contra seus próprios sentimentos. "Você... você não quer ficar?", perguntou ele, finalmente, a voz baixa e esperançosa. "É perigoso para uma mulher andar sozinha à noite."

sorriu, tocada pela preocupação de . "Obrigada pela oferta, ", disse ela. "Mas eu vou ficar bem. Moro perto daqui."

"Você não pode ir sozinha para casa", disse , com um ar de preocupação. "É perigoso a essa hora. Fica comigo." insistiu, seus olhos azuis brilhando com uma intensidade que a fez hesitar. "Por favor, ", pediu ele. "Eu não quero que nada de ruim aconteça com você."

olhou para , sentindo seu coração acelerar. A preocupação em seus olhos era genuína, e ela não pôde negar que se sentia segura ao seu lado.

"Tudo bem, ", disse ela, com um sorriso. "Eu fico."



Capítulo 14 ‘‘bad idea right?’’

Ao entrar no apartamento, foi imediatamente atraída pela atmosfera aconchegante e organizada. Estantes repletas de livros, pôsteres de filmes e séries de ficção científica, e um telescópio apontado para a janela davam ao ambiente um ar intelectual e peculiar, que combinava perfeitamente com .

"Uau, ", exclamou ela, olhando ao redor. "Seu apartamento é incrível!"

sorriu, um pouco envergonhado. "É um pouco bagunçado", disse ele, tropeçando em uma pilha de revistas científicas no chão.

riu, ajudando-o a se sentar no sofá. "Relaxa, ", disse ela, com um carinho que o fez corar. "Eu te ajudo a arrumar depois."

não conseguia parar de pensar no quanto ficava linda usando aquele vestido.

Ela foi até a cozinha e preparou um café forte para e um chá de camomila para si mesma. Enquanto esperava a água ferver, seus olhos percorreram os detalhes do apartamento. Fotos de com a mãe, diplomas emoldurados, livros de física e matemática espalhados pela mesa de centro... Era como se cada objeto contasse uma história, revelasse um pouco da mente brilhante e complexa do jovem gênio.

voltou para a sala com as bebidas, entregando o café para . Ele a olhou com gratidão, um sorriso tímido nos lábios.

"Obrigado, ", disse ele, tomando um gole do café. "Você é um anjo."

sorriu de volta, sentindo um calor reconfortante em seu peito. Ela se sentou ao lado de no sofá, e os dois começaram a conversar. havia bebido o mesmo que e estava começando a se sentir melhor, mas os dois ainda estavam bêbados. Ela sabia disso porque estava diferente.

À medida que a noite avançava, o álcool que havia consumido começava a se dissipar, e ele se tornava mais lúcido e introspectivo. , por sua vez, sentia as emoções do dia a flor da pele, a mistura de adrenalina, alegria e tristeza a deixando vulnerável.

“Por que você é tão bonito? Tão bonito que dá raiva” Ela falou em voz alta, um pensamento profundo seu, rezou para que ele não lembrasse disso amanhã.

“Bonito?” perguntou rindo.

“Não, bonito não é o suficiente para descrever” Ela falava sério enquanto ele ria. Seu olhar corria pelos traços do garoto, era tudo perfeito.

Ele se aproximou dela e sussurrou como se fosse um segredo. “Você é a mulher mais linda que eu já conheci em toda a minha vida” Sua mão repousou no ombro de , acariciando a pele e a puxando para mais perto dele.



“Hm?”

“Me desculpa?” Pediu com um olhar calmo.

“Pelo quê?” A garota perguntou sem entender.

“Por isso”

Ele não falou mais nada. Em vez disso, se inclinou para frente e a beijou. , surpresa, mas não relutante, retribuiu o beijo. Era um beijo intenso, carregado de emoção, um misto de desejo e carinho que os dois vinham reprimindo há semanas. O beijo foi apaixonado, intenso, como se ele estivesse esperando por aquele momento há muito tempo. se entregou ao beijo, seus braços envolvendo o pescoço de e o puxando para mais perto.

estava diferente. A aura de intelectual tímido se dissipou, substituída por uma energia masculina que nunca havia percebido antes. Seus olhos, geralmente escondidos atrás de óculos, brilhavam com uma intensidade que a fazia prender a respiração. Ela podia sentir a força dele, a vontade, o corpo dele contra o dela, um calor que a envolvia e a excitava.

"...", começou , a voz rouca e hesitante. Mas ele não conseguiu terminar a frase.

O beijo o pegou de surpresa, mas ele não relutou. Seus lábios se encontraram em uma dança hesitante que rapidamente se transformou em uma dança apaixonada. Era um beijo intenso, carregado de emoção, um misto de desejo e carinho que os dois vinham reprimindo há semanas.

Quando se separaram, ofegantes, olhou para , seus olhos perdidos. "Eu não devia ter feito isso", sussurrou ele, a voz embargada pela culpa.

"Por que parou?", perguntou , com a voz rouca, um sorriso malicioso brincando em seus lábios. Já tinha acontecido, então por que não piorar a situação? Não é mesmo?

não precisou de mais incentivo. Ele a beijou novamente, dessa vez com mais paixão, mais urgência. As mãos dele percorreram as costas de , acariciando sua pele com uma ternura que a fez estremecer. Ela se entregou ao momento, seus dedos se enredando nos cabelos macios de , puxando-o para mais perto.

O beijo se aprofundou, as línguas se encontrando em um ritmo lento e sensual. sentiu um calor intenso percorrer seu corpo, uma sensação de prazer e libertação que a fez esquecer de tudo, exceto da sensação dos lábios de nos seus.

, por sua vez, se sentia como se estivesse flutuando. O beijo de era tudo o que ele sempre sonhara, e mais um pouco. Ele nunca havia se sentido tão conectado a alguém, tão desejado, tão amado. A intensidade do momento o consumia, cada toque, cada suspiro de acendendo uma chama dentro dele que ele nunca soube que existia.

, sentindo o desejo crescer em seu interior, o puxou para mais perto, seus corpos se encaixando como peças de um quebra-cabeça perfeito. Ela sentia o coração bater descompassado, o sangue pulsarem suas veias, cada célula de seu corpo respondendo aos toques de . Era como se uma força magnética os atraísse, uma energia primitiva que os unia.

Em um movimento fluido, se ergueu, seus quadris se movendo em um ritmo sensual contra o corpo de . Seus olhos se encontraram, e a chama da paixão se transformou em um incêndio incontrolável.

"...", sussurrou , sua voz rouca de desejo. "Não pare..."

a olhou nos olhos, um misto de desejo e apreensão em seu olhar. Ele queria continuar, queria se entregar àquele momento, mas o medo de magoá-la o impedia.

, lendo seus pensamentos, sorriu e o puxou para mais perto. "Não tenha medo, ", sussurrou ela em seu ouvido. "Eu quero isso tanto quanto você."

Quando se deu conta já estava apenas de sutiã e calcinha em seu colo rebolando devagarinho enquanto se beijavam perfeitamente. Era como se os dois tivessem nascido um para o outro, tudo se encaixava.

Com um movimento rápido, foi levantada enquanto a carregava para o quarto. Ela conseguia sentir a urgência em seu gesto. Ele a deitou na cama macia, seus olhos percorrendo cada centímetro de sua pele exposta. corria seus lábios sobre a pele da agente. Beijava e mordiscava sua pele, descendo do pescoço até seus peitos.

Ele a deitou na cama macia, seus olhos percorrendo cada centímetro de sua pele exposta.

"Você é perfeita, meu Deus", murmurou ele, sua voz um sussurro reverente.

se arqueou em sua direção, ansiosa por seus toques. ", por favor...", gemeu ela, seus dedos se enredando em seus cabelos.

"O quê, meu amor?", perguntou ele, sua voz rouca e sedutora. Seus olhos, fixos nos dela, brilhavam com uma intensidade que a fez estremecer.

“Me come, por favor” pode ver o desejo nos olhos do doutor.

Foi a faísca para incendiar a noite. a beijou com uma paixão que a deixou sem fôlego. Suas mãos percorriam seu corpo, acariciando sua pele, explorando cada curva. se entregou ao prazer, seus gemidos se misturando aos sussurros de .

A noite se transformou em um turbilhão de sensações, de toques, de sussurros, de amor. e se entregaram um ao outro, explorando cada canto de seus corpos, descobrindo novas formas de prazer.

se entregou, mas não conseguia afastar a sensação de que havia cruzado uma linha, de que as coisas nunca mais seriam as mesmas entre ela e . Mas, naquele momento, nada mais importava. O que importava era a sensação de felicidade e plenitude que ela sentia em seus braços.

decidiu não pensar no futuro, apenas aproveitar o momento presente. Ela se aninhou nos braços de , sentindo seu coração bater em sintonia com o dele.

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A luz do sol da manhã se infiltrou pelas cortinas, acariciando o rosto de .. A mão dele entrelaçada à sua, ele estava abraçado a ela transmitindo um calor reconfortante. Ela não queria sair nunca mais dali. Se espreguiçou, um sorriso involuntário curvando seus lábios. A lembrança da noite anterior, a sensação do corpo de contra o seu ainda a aquecia. dormia calmamente. sempre se sentiu segura perto dele e se perguntava se ele sentia o mesmo, porque parecia estar sereno e feliz.

Mas, à medida que a névoa do sono se dissipava, um peso familiar se instalou em seu peito. A dúvida, o medo, a insegurança. Ela se levantou da cama, enrolando-se no lençol branco, e caminhou até a janela. A vista da cidade de Washington, com seus prédios imponentes e ruas movimentadas, parecia distante, irreal.

respirou fundo, tentando acalmar o turbilhão de pensamentos que a assaltava. O que havia acontecido entre ela e fora intenso, mágico, mas também perigoso. Eles eram colegas de trabalho e parceiros na BAU. Um relacionamento amoroso poderia comprometer o trabalho da equipe, colocar em risco a amizade que estavam construindo.

E havia o passado de , as cicatrizes deixadas por Lucas, a desconfiança que ela ainda carregava em relação aos homens, o pai dela.... Será que ela estava pronta para se entregar novamente, para confiar em alguém de verdade?

ainda dormia, seu rosto sereno e relaxado. o observou por um momento, um misto de ternura e apreensão em seu olhar. Ele era tão diferente de Lucas, tão gentil, tão atencioso. Mas será que ele sentia o mesmo por ela? Ou aquela noite fora apenas um momento de paixão, impulsionado pelo álcool e pela atmosfera do momento?

decidiu que precisava conversar com , esclarecer as coisas antes que a situação se tornasse ainda mais complicada. Ela se vestiu rapidamente, pegou seu celular e saiu em direção ao banheiro.

Quando saiu do banheiro, já estava acordado, fazendo um café na cozinha. Ele ergueu os olhos ao vê-la entrar, um sorriso tímido surgindo em seus lábios.

"Bom dia, ", disse ele. "Dormiu bem?"

assentiu, sentando-se em frente a ele na cozinha. ", precisamos conversar", disse ela, a voz firme e decidida.

a olhou com preocupação. "Aconteceu alguma coisa?", perguntou ele.

respirou fundo, buscando as palavras certas. "Sobre ontem à noite...", começou ela, hesitante. "Acho que... acho que precisamos esquecer o que aconteceu."

a olhou surpreso, a decepção evidente em seus olhos. "Por quê?", perguntou ele, a voz baixa e magoada.

se encolheu, sentindo-se culpada por magoá-lo. "Porque... porque não podemos misturar o profissional com o pessoal", disse ela, repetindo as palavras que falou tantas vezes na CIA. "Somos colegas de trabalho, . Um relacionamento amoroso poderia comprometer nosso trabalho na BAU."

Ele sentiu um aperto no coração, mas não tentou argumentar. Ele a conhecia bem o suficiente para saber que, quando tomava uma decisão, era difícil fazê-la mudar de ideia.

"Eu entendo", disse ele, com a voz suave. "Se é isso que você quer, eu respeito sua decisão."

Um sentimento de culpa e arrependimento o corroía. Ele havia se deixado levar pela emoção, pelo álcool, e agora temia ter arruinado a amizade que estava construindo com . A lembrança de tê-la convidado para ficar em seu apartamento o fez sentir-se um idiota. Ele sabia que ela estava certa, que eles não podiam misturar o profissional com o pessoal. Mas, no fundo, ele não conseguia evitar a esperança de que talvez, um dia, eles pudessem ser mais do que apenas amigos.

sentiu um nó na garganta. Ela não queria magoá-lo, mas sabia que era o melhor a fazer. "Obrigada, ", disse ela, com a voz trêmula. "Você é um amigo incrível."

sorriu, um sorriso triste e melancólico. "Eu também gosto muito de você, ", confessou ele. "Mas se você acha que é melhor assim..."

Ele não terminou a frase, mas o olhar que ele lhe lançou disse tudo. sentiu uma pontada de remorso, mas se obrigou a endurecer o coração. Ela não podia se deixar levar pelas emoções, não podia arriscar a carreira de e sua sanidade por um relacionamento que, no fundo, ela sabia que não teria futuro. Só iria magoá-lo.

", me desculpe", disse , com a voz embargada. Segurava inconscientemente o colar em seu pescoço. "Eu gosto tanto de você."

Ele a olhou com carinho e compreensão. "Não precisa se desculpar, ", disse ele. "Eu também me empolguei, não devia ter bebido tanto." continuou ele, erguendo o olhar para encontrar o dela. "Eu me arrependo do que aconteceu ontem à noite. Por ter deixado as coisas saírem do controle. Eu prometo que isso não vai acontecer de novo."

sentiu um alívio imenso ao ouvir suas palavras. Ela sabia que era sincero, que ele realmente se importava com ela. Sentiu seu coração se aquecer com as palavras de . Ele estava sendo tão compreensivo, tão gentil. Ele não era como Lucas. Ele a respeitava, a valorizava.

"Que tal começarmos de novo?", perguntou , olhando nos olhos de . "Podemos fingir que a noite passada nunca aconteceu e continuarmos sendo amigos?"

sorriu, aliviado. "Eu adoraria isso", disse ele, apertando suas mãos. "Amigos?"

"Amigos", confirmou , retribuindo o sorriso.

Sem esperar por mais nada, se despediu, se levantou e saiu do apartamento, deixando sozinho com sua dor e sua decepção. Ela caminhou pelas ruas de Quantico, a chuva fina caindo sobre seu rosto como lágrimas. Seu coração estava pesado, mas sua mente estava clara. Ela havia feito a escolha certa, a escolha mais difícil, mas a única que poderia protegê-la de mais sofrimento. Ao chegar ao seu apartamento, se jogou na cama, as lágrimas finalmente rolando por seu rosto. Ela chorou por , por Lucas, por todas as decepções que a vida lhe reservara.

Enquanto isso , remoía seus pensamentos, seus olhos pousaram em um pequeno pacote embrulhado em papel de presente, que ele havia esquecido de abrir na noite anterior. Era o presente de aniversário que lhe dera.

Com um misto de curiosidade e apreensão, abriu o pacote. Dentro, havia um globo de neve com um homenzinho alto, vestido como um policial, e uma mulher menor, também policial, construindo um boneco de neve juntos. Um sorriso melancólico surgiu em seus lábios ao reconhecer as figuras: eram ele e , retratados em um momento de descontração durante um caso recente.

Junto com o globo, havia um bilhete escrito à mão: "Para o agente mais inteligente e especial de toda a BAU! Que você continue usando sua mente brilhante para fazer a diferença no mundo. Com carinho, ."

Ao lado do bilhete, uma foto dos dois, sorrindo e abraçados, tirada durante uma investigação em Denver. A imagem trouxe de volta a alegria e a conexão que sentiram naquela noite.

sentiu as lágrimas brotarem em seus olhos. Ele segurou o globo de neve com cuidado, como se fosse um tesouro precioso. Aquele presente era mais do que um simples objeto, era um símbolo da amizade e do carinho que sentia por ele. Ele sentia falta de , de sua presença vibrante, de sua inteligência afiada e de seu sorriso contagiante. Ele a queria de volta, mesmo que fosse apenas como amiga, mas sabia que havia cometido um erro. Ele o colocaria em sua mesa, um lembrete constante da mulher que havia conquistado seu coração.



Capítulo 15 “hunt”

Os dias seguintes ao aniversário de foram marcados por uma estranha tensão entre ele e . Ambos se esforçavam para manter a normalidade, focando no trabalho e evitando qualquer contato físico ou conversa que pudesse reacender a chama da paixão que haviam compartilhado naquela noite.

se afundou em seus livros e pesquisas, buscando refúgio no mundo da ciência e da lógica, onde as emoções não tinham lugar. Mas, mesmo assim, em alguns momentos a imagem de , com seus cabelos espalhados pelo travesseiro e seus olhos brilhando de paixão, o surpreendia nos momentos mais inesperados.

Vez ou outra, o aroma do perfume de ou o som de sua risada o faziam lembrar daquela noite, da sensação de seus lábios nos seus, do calor de seu corpo junto ao dele. Ele se sentia culpado por ter se deixado levar pela emoção, por ter quebrado a promessa que havia feito a si mesmo de não se envolver com colegas de trabalho.

Ele se pegava olhando para ela durante as reuniões, seus olhos se encontrando por um breve instante antes de desviarem o olhar, envergonhados.

, por sua vez, se dedicou ao treinamento físico e às atividades de campo, canalizando sua energia para o trabalho e tentando ignorar a pontada de tristeza que sentia sempre que cruzava com nos corredores da BAU.

Durante as longas horas de trabalho, eles se esforçavam para manter o foco no caso, mas vez ou outra, um olhar, um gesto, um sorriso involuntário, os traía.

A equipe percebeu a mudança na dinâmica entre os dois, mas respeitou o silêncio de ambos, evitando tocar no assunto. Afinal, eles sabiam que e encontrariam uma forma de lidar com seus sentimentos.
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O escritório da BAU estava estranhamente silencioso naquela manhã. A equipe ainda não havia retornado de uma missão em campo, deixando Garcia e sozinhas no espaço normalmente movimentado. Garcia, com sua energia contagiante, tentava animar o ambiente com música pop e piadas, mas permanecia distante, perdida em pensamentos.

Garcia, sempre atenta aos detalhes, notou a mudança no comportamento de desde o aniversário de . A agente parecia mais retraída e pensativa. Seus olhares para eram furtivos, um brilho de carinho e apreensão.

", tá tudo bem?", perguntou Garcia, com um tom de preocupação na voz. "Você anda mais quieta que o em um interrogatório com um mímico."

ergueu uma sobrancelha, um sorriso fraco surgindo em seus lábios. "É... é complicado", respondeu ela, desviando o olhar.

Garcia se aproximou, sentando-se ao lado de e colocando a mão em seu ombro. "Quer conversar sobre isso?", perguntou ela, com a voz gentil e acolhedora. "Sabe que pode me contar qualquer coisa, sou ótima em guardar segredos. Quer dizer, a não ser que envolva algum crime. Aí eu teria que te prender ou ajudar a esconder o corpo"

riu, apesar da apreensão que sentia. "É sobre... ", confessou ela, a voz quase inaudível.

Garcia arregalou os olhos, um sorriso malicioso surgindo em seus lábios. "Ah, então o nerd conquistou a espiã?", brincou ela, tentando aliviar a tensão. "Me conta tudo! Rolou beijo? Abraço? Troca de olhares intensos enquanto resolviam equações?"

sentiu o rosto queimar. "Não foi bem assim, Garcia", disse ela, balançando a cabeça. "É só que... aconteceu algo entre nós na noite do aniversário dele, e agora não sei como agir."

Garcia a ouviu atentamente, seus olhos fixos em , captando cada nuance de sua expressão. "E o que você sente por ele?", perguntou ela, com a voz suave.

hesitou por um momento, as palavras presas em sua garganta. "Eu... eu gosto dele", confessou ela, finalmente. "Mas não sei se é certo, se devemos levar isso adiante. Somos colegas de trabalho, e..."

Garcia a interrompeu, um sorriso compreensivo em seus lábios. ", o coração não escolhe hora nem lugar para amar", disse ela. "E se tem uma coisa que aprendi com as minhas séries de romance policial é que às vezes os melhores casais são aqueles que se formam no meio do caos. Mas seja sincera com ele, com você mesma, e com a equipe. A honestidade é sempre o melhor caminho."

assentiu, as palavras de Garcia a confortando. Ela sabia que a amiga estava certa, que precisava ser honesta consigo mesma e com sobre seus sentimentos. Mas o medo de se machucar, de colocar em risco sua carreira e sua amizade com , ainda a atormentava.

Garcia, percebendo sua angústia, a abraçou. "Vai ficar tudo bem, ", disse ela, com a voz suave. "Confie em mim, o amor sempre vale a pena. E se não der certo, pelo menos você vai ter uma ótima história para contar."

riu, sentindo-se grata pela amizade e pelo apoio de Garcia.
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Um mês após o aniversário de , Hotchner convocou a equipe para uma reunião de emergência. "Temos um novo caso", anunciou ele, com a voz grave e autoritária.



Capítulo 16 ‘‘welcome home’’

O vento uivava nas ruas de Quantico, carregando consigo a promessa de uma tempestade iminente. Dentro do escritório da BAU, a tensão era palpável. A equipe analisava as fotos da cena do crime, os rostos pálidos e sem vida das vítimas refletidos nas telas dos computadores.

"Uma mulher e dois homens, todos jovens, todos mortos com crueldade", disse Hotchner, sua voz grave ecoando pela sala. "O modus operandi é preciso, metódico. Estamos lidando com um serial killer."

sentiu um frio na espinha. A descrição das vítimas, a forma como foram mortas... tudo lhe parecia familiar. Mas o que a fez congelar foi a foto de uma rosa negra, cuidadosamente colocada ao lado do corpo da última vítima. Uma rosa negra. A assinatura de seu pai, Christian .

sentiu um frio na espinha ao ver a rosa negra. Aquele símbolo macabro a transportava de volta à sua infância, às lembranças dolorosas de seu pai, Christian , um serial killer que aterrorizara o país décadas atrás.

"Essa rosa...", murmurou , a voz trêmula. "É a assinatura do meu pai."

A equipe se voltou para ela, surpresa e preocupada. , que estava ao lado de , sentiu seu coração acelerar. Ele sabia da história de seu pai, mas nunca a tinha visto tão abalada.

"Você tem certeza?", perguntou Hotchner, com a voz calma e profissional.

assentiu, as lágrimas ameaçando transbordar. "Tenho. É a mesma rosa negra que ele deixava ao lado de suas vítimas. É um imitador."

Um silêncio pesado se abateu sobre a sala. A equipe estava chocada com a revelação de . Era um fantasma do passado que agora parecia ter voltado para assombrá-los.

"Precisamos descobrir quem está por trás disso", disse Hotchner, quebrando o silêncio. "E rápido, antes que ele faça mais vítimas."

Um calafrio percorreu seu corpo, as lembranças do passado sombrio de sua família voltando à tona. O pai agora parecia estar de volta, assombrando seus pesadelos e ameaçando sua nova vida.

"Agente , com todo o respeito, acredito que você não deva participar dessa investigação. Seu envolvimento emocional com o caso pode comprometer seu julgamento."

sentiu uma pontada de frustração, mas antes que pudesse responder, Rossi interveio. "Eu discordo", disse ele, com sua voz calma e experiente. " é a peça central dessa investigação. Ela conhece a mente de Christian melhor do que qualquer um de nós. Sua experiência e conhecimento podem ser cruciais para capturarmos esse imitador."

Hotchner ponderou por um momento, seus olhos fixos em . Ele sabia que Rossi tinha razão, mas também se preocupava com o bem-estar da agente.
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O jato particular da BAU pousou em Washington D.C. sob um céu carregado de nuvens cinzentas. A equipe, ainda em silêncio, desceu a escada, a tensão do caso e as revelações de pairando no ar. No trajeto até a sede do FBI, Hotchner quebrou o silêncio.

"Agente , precisamos entender melhor a mente do seu pai. Qualquer detalhe, por menor que seja, pode nos ajudar a traçar o perfil do imitador."

assentiu, a memória de seu pai biológico, Christian , emergindo das sombras do passado. "Meu pai era pastor de uma pequena comunidade", começou ela, a voz embargada pela emoção. "Ele era um homem carismático, inteligente, dedicado à sua fé. Mas... isso era só em casa."

A equipe a ouvia atentamente, cada palavra de abrindo uma nova janela para a mente do infame "Vingador da Rosa Negra".

"Durante seus episódios de mania", continuou , "ele se convencia de que era um enviado de Deus, um justiceiro responsável por punir os pecadores. Ele escolhia suas vítimas com base em um código moral distorcido, acreditando que estava limpando o mundo daqueles que considerava indignos."

"E como ele se comportava em casa?", perguntou Rossi, interessado na dinâmica familiar do assassino.

"Em casa, ele era um pai amoroso, um marido dedicado", respondeu , um traço de tristeza em sua voz. "Ele nunca demonstrou qualquer sinal de violência ou instabilidade. Seus crimes eram sempre cometidos longe de casa, em segredo."

Enquanto a conversa se desenrolava, observava com uma mistura de preocupação e admiração. Ele nunca a tinha visto tão vulnerável, tão exposta. A dor em seus olhos era palpável, e ele sentia uma necessidade quase incontrolável de protegê-la.

Na maioria do tempo, ela parecia tão forte, tão confiante. Mas agora, diante da sombra do passado de seu pai, ela parecia frágil, quase quebrada. Ele queria confortá-la, dizer que tudo ficaria bem, mas as palavras pareciam presas em sua garganta. Em vez disso, ele se limitou a oferecer um olhar de apoio, um gesto silencioso de solidariedade.

Hotchner franziu o cenho. "Isso é interessante", disse ele. "Alguns detalhes sobre os crimes do seu pai nunca foram divulgados pela mídia. Como o imitador poderia saber deles?"

Um calafrio percorreu a espinha de . A possibilidade de que o imitador tivesse acesso a informações confidenciais era assustadora.

"Eu não sei", disse ela, a voz trêmula. "Mas isso significa que ele pode estar mais perto do que imaginamos."

Hotchner assentiu, a preocupação evidente em seu rosto. "Agente , preciso que seja sincera comigo. Você se sente segura? Se esse imitador tem acesso a informações privilegiadas sobre seu pai, ele pode tentar chegar até você."

respirou fundo, lutando contra o medo que a invadia. "Eu... eu não sei", confessou ela. "Mas não vou deixar que o medo me paralise. Vou ajudar vocês a capturar esse cara, custe o que custar."

Hotchner a olhou com admiração e respeito. "Muito bem, agente ", disse ele. "Mas quero que tome cuidado. Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me procurar."

assentiu, sentindo um misto de gratidão e apreensão. Ela sabia que a investigação seria perigosa, mas estava disposta a enfrentar qualquer risco para levar o imitador à justiça e proteger aqueles que amava.
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A apreensão de Hotchner ecoou na mente de enquanto ela se despedia da equipe em frente ao prédio do FBI. Apesar do aviso, a necessidade de ver seus pais, de sentir o conforto familiar em meio à tempestade que se formava, era irresistível.

estacionou o carro em frente à casa familiar, as luzes da varanda a recebendo como um abraço caloroso. Um nó se formou em sua garganta enquanto as memórias a inundavam. Ali, naquela casa, ela havia encontrado refúgio e amor após a prisão de seu pai. Sam e Mary a acolheram de braços abertos, oferecendo-lhe um lar seguro.

A porta se abriu antes mesmo que ela tocasse a campainha. Mary, com alguns cabelos grisalhos já e o sorriso acolhedor de sempre, a envolveu em um abraço apertado.

"Minha querida!", exclamou ela, as lágrimas brotando em seus olhos. "Que bom te ver!"

Sam, com seus cabelos brancos e a postura ereta de policial aposentado, a cumprimentou com um abraço forte e um beijo na testa. "Bem-vinda de volta, filha", disse ele, a voz embargada pela emoção.

Ele sempre a chamava assim, desde que falara que estava namorando com sua mãe. Ele sabia que a garota precisava de uma figura paterna e ele foi a melhor que poderia.

retribuiu o abraço, sentindo o calor familiar e reconfortante. "Pai, que bom te ver também", respondeu ela, usando o termo que se tornara natural desde que Sam entrara em sua vida, preenchendo o vazio deixado por seu pai biológico.

A noite foi preenchida por risadas, histórias e um delicioso jantar preparado por Mary. contou sobre seu trabalho na BAU, sobre seus colegas de equipe e sobre a emoção de resolver seu primeiro caso. Ela se deliciava com a lasanha da mãe, a mesma receita que a confortara em tantos momentos difíceis da infância.

se sentiu em casa, cercada pelo amor e carinho de seus pais. A noite foi preenchida por risadas e histórias. contou sobre seu trabalho na BAU, sobre seus colegas de equipe e sobre a emoção de resolver seu primeiro caso.

Enquanto conversavam, não pôde deixar de notar o olhar preocupado de seus pais. Eles sabiam do caso que ela estava investigando, do imitador de Christian , e temiam por sua segurança.

"Filha, tome cuidado", disse Mary, segurando a mão de . "Esse homem é perigoso. Não queremos que nada de ruim aconteça com você."

sorriu, tentando tranquilizá-los. "Eu sei, mãe. Estou sendo cautelosa. A equipe da BAU está trabalhando duro para encontrá-lo."

Após o jantar, se despediu de seus pais, prometendo voltar em breve.

"Querida, já está tarde", disse Mary, com um olhar preocupado. "Por que não dorme aqui esta noite? Assim podemos conversar mais um pouco amanhã."

hesitou por um momento mas o cansaço da viagem e o conforto da casa de seus pais a convenceram a ficar.

"Tudo bem, mãe", disse ela, com um sorriso cansado. "Eu aceito."

Após uma longa conversa com os pais, ela subiu as escadas, cada degrau a transportando de volta à adolescência. O corredor, decorado com fotos de família, a levou até a porta do seu antigo quarto. Ao abri-la, uma onda de nostalgia a invadiu.

Seu quarto, intocado pelo tempo, era um santuário de memórias. As paredes cobertas de pôsteres de bandas de rock e filmes de ação, a estante repleta de livros e mangás, a escrivaninha onde passava horas desenhando e escrevendo... Tudo estava exatamente como ela havia deixado.

se jogou na cama, afundando no colchão macio e familiar. Fechou os olhos, inalando o aroma de lavanda que ainda impregnava os lençóis. Era como se o tempo tivesse parado, como se ela fosse novamente aquela adolescente sonhadora e cheia de esperança.

O celular vibrou na mesinha de cabeceira, interrompendo os devaneios de . Era . Ela abriu a mensagem, um sorriso se formando em seus lábios.

: , onde você está? Você não voltou para o hotel.

digitou uma resposta rápida, explicando que havia decidido passar a noite na casa de seus pais.

: Oi, ! Vim passar a noite na casa dos meus pais. Tudo bem por aqui. Te vejo amanhã na BAU.

: Entendi. Mas... você está bem?

respirou fundo, a lembrança da ameaça do imitador voltando a assombrá-la. Ela hesitou por um momento, mas decidiu não preocupar .

: Estou bem, . Meus pais estão aqui comigo, estou segura.

: Ok, fico mais tranquilo. Mas me liga se precisar de alguma coisa, ok?

: Pode deixar. 😉

Abriu a galeria de fotos. Seus dedos deslizaram pela tela, parando em uma foto de Sam e Mary, sorrindo para a câmera. Uma lágrima solitária escorreu por seu rosto. Ela sabia que seus pais a amavam, que fariam qualquer coisa para protegê-la. Mas será que o amor seria suficiente para salvá-la do mal que a perseguia?

Deslizou mais para frente e encontrou uma foto com , havia tirado durante um caso no inverno passado. Os dois agasalhados, as bochechas rosadas pelo frio, sorrisos tímidos nos lábios. não pôde deixar de rir da ironia. Há apenas alguns dias, ela e haviam compartilhado um momento de paixão, um vislumbre de um futuro que ela agora tentava negar.

A imagem de a fez lembrar da conversa que tiveram naquela noite. A forma como ele a ouvira com atenção e empatia, a maneira como seus olhos brilhavam ao falar sobre seus sonhos e ambições... sentiu um aperto no coração. Ela havia se conectado com de uma forma que nunca imaginara ser possível, e agora, por causa de seu passado e seus medos, estava afastando-o.

fechou os olhos, tentando afastar os pensamentos. Ela precisava descansar, precisava estar forte para enfrentar o que quer que o futuro lhe reservasse. Puxou o cobertor até o queixo. O quarto estava silencioso, apenas o tic-tac do relógio na parede quebrava a quietude. Ela fechou os olhos, tentando afastar as preocupações e o medo.

Ela sabia que não estava segura, que o imitador de seu pai estava à espreita. Mas, naquele momento, cercada pelas memórias de sua infância feliz, ela se permitiu relaxar, se entregar ao conforto do lar e ao amor de seus pais. Amanhã seria um novo dia, um dia de luta e desafios. Mas, por enquanto, ela apenas queria descansar, recarregar as energias e se preparar para o que estava por vir.

Ela entrou em seu carro, sentindo um aperto no coração ao se afastar da casa que a acolhera por tantos anos.

Enquanto dirigia pelas ruas escuras de Washington, a ligação do imitador voltou a ecoar em sua mente. "Você não deveria ter voltado para casa." As palavras, carregadas de ameaça, a fizeram estremecer.

De repente, um carro preto surgiu do nada, bloqueando seu caminho. Dois homens encapuzados saltaram do veículo, suas armas em punho. tentou reagir, mas foi rapidamente dominada. Um pano embebido em clorofórmio foi colocado sobre sua boca e nariz, e a escuridão a envolveu.

Quando acordou, estava amarrada a uma cadeira em um porão úmido e frio. A escuridão era absoluta, o silêncio opressor. Ela tentou gritar, mas sua voz não passava de um sussurro rouco. O pânico a invadiu, mas ela lutou para manter a calma, lembrando-se de seu treinamento na CIA. Ela sabia que precisava encontrar uma maneira de escapar, de alertar a equipe da BAU. Mas, naquele momento, tudo parecia perdido.

O celular vibrou em seu bolso. Um número desconhecido. atendeu, uma voz distorcida soou do outro lado da linha.

"Agente ", a voz sussurrou, "sua arrogância em desafiar o legado de seu pai será sua ruína. A justiça será feita."

Um calafrio percorreu sua espinha. A ameaça velada, a menção ao seu pai, tudo confirmava seus piores medos. Mas o medo se transformou em determinação. Ela não se deixaria intimidar.

Ao chegar à casa de seus pais, a noite já havia caído. A residência, antes um farol de calor e segurança, agora parecia sinistra e ameaçadora sob a luz da lua. entrou cautelosamente, a arma em punho, os sentidos em alerta máximo.

A casa estava vazia, um silêncio opressivo pairava no ar. subiu as escadas, cada degrau rangendo sob seu peso, amplificando a tensão. Ao chegar ao quarto de seus pais, encontrou um bilhete sobre a cama: "Sua arrogância a trouxe até aqui. Agora você pagará pelo pecado de seu pai."

Antes que pudesse reagir, um golpe forte a atingiu na cabeça, a escuridão a engolindo por completo.

Flashback on

se viu novamente naquela pequena casa de madeira, onde passara sua infância. Seu pai, um homem carismático e enigmático, a ensinava a atirar com precisão no alvo improvisado no quintal. Ele a chamava de "pequena justiceira", e ela acreditava que seguiria seus passos na aplicação da lei.

Mas os olhos de seu pai também escondiam segredos sombrios. À noite, ele desaparecia, deixando e sua mãe sozinhas. Ela ouvia os sussurros dos vizinhos, as insinuações sobre os desaparecimentos inexplicáveis na cidade. Seu pai era um serial killer, e estava determinada a não seguir seu legado.

Flashback off

De volta ao presente, lutava contra as amarras no porão úmido. O imitador, aquele que distorcia a missão de justiça de seu pai, se aproximou com a lanterna.

"Bem-vinda, Agente ", disse ele, com uma voz que pingava sarcasmo. "Você desonrou o nome de seu pai ao se juntar à polícia. Mas não se preocupe, eu vou corrigir esse erro."

o encarou. "Você não entende. Eu escolhi um caminho diferente. Não sou meu pai."

O homem riu, um som áspero e sem humor. "Louco? Talvez. Mas sou um homem de fé, assim como seu pai. E você, agente do FBI, é uma abominação, uma traidora da sua própria linhagem."

Ele apagou a lanterna, deixando sozinha na escuridão. O medo a consumia, mas uma faísca de esperança ainda ardia em seu coração. Ela sabia que seus amigos da BAU não a abandonariam. Eles viriam buscá-la, e juntos, eles derrotariam o mal que ameaçava suas vidas.

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O escritório do FBI estava em alvoroço. A notícia do sequestro de , uma das suas próprias, havia se espalhado como fogo. , normalmente calmo e racional, estava à beira do desespero. Ele se trancou em sua sala, olhando para o mapa com os pontos marcados onde o unsub havia atacado antes. Ele precisava encontrar um padrão, uma pista que os levasse até ela.

Enquanto isso, Garcia estava em seu computador, hackeando bancos de dados e rastreando qualquer atividade suspeita. Morgan e Prentiss estavam no terreno, entrevistando testemunhas e seguindo qualquer pista que surgisse. Hotch, estava em contato com a polícia local, coordenando esforços.

JJ, normalmente a voz da calma, estava inquieta. Ela se lembrava de como uma jovem determinada e corajosa. Não podia imaginar o que ela estava passando nas mãos do sequestrador. Rossi, o veterano, estava mais silencioso do que o normal. Ele conhecia os horrores que o mundo podia oferecer e não queria que enfrentasse isso.

O tempo passava devagar. Cada minuto parecia uma eternidade. Eles contavam as horas, esperando por qualquer notícia. O escritório estava tenso, mas unido. Eles eram uma família, e era parte disso. Eles não descansariam até encontrá-la e trazê-la de volta em segurança. O relógio continuava a ticar implacavelmente, e todos mantinham a esperança de que o próximo telefonema trouxesse novas pistas.

O sequestrador, movido por uma raiva intensa em relação à polícia, havia traçado um plano sinistro. Ele sabia que, ao atrair mais agentes para o esconderijo, aumentaria a confusão e a pressão sobre a equipe do FBI. Acreditava que isso os levaria a cometer erros, tornando mais fácil para ele acionar a bomba junto a .

A tensão no escritório do FBI aumentou quando eles descobriram essa motivação. Hotch reuniu todos e alertou sobre a possibilidade de uma armadilha. Eles precisavam ser cautelosos, mas também agir rapidamente.

, apesar de seu desespero, manteve a mente afiada. Ele sugeriu que eles enviassem uma equipe menor, composta apenas pelos agentes mais experientes, para verificar o esconderijo. Enquanto isso, o restante da equipe ficaria de prontidão, preparado para intervir se algo desse errado.

O coração deles batia forte enquanto se aproximavam do local indicado. O sequestrador estava esperando por eles. Quando entraram no esconderijo, foram recebidos por uma armadilha bem montada. O sequestrador estava lá, pronto para enfrentá-los.

A equipe da BAU, guiada pelas pistas de , cercou a cabana isolada. O silêncio da noite era quebrado apenas pelo som dos grilos e do vento nas árvores. Hotchner, com a arma em punho, sinalizou para a equipe se preparar para a invasão.

A porta da cabana se estilhaçou sob o impacto da força-tarefa. Agentes invadiram o local, armas em punho, gritos de ordem ecoando pela casa. No andar de cima, Morgan e Prentiss vasculhavam os cômodos, enquanto Rossi e JJ revistavam o térreo.

, com o coração acelerado, desceu as escadas em direção ao porão. A cada passo, a tensão aumentava, o medo de encontrar ferida ou pior o consumia.

Ao chegar ao porão, a cena que se revelou diante de seus olhos o fez congelar. estava amarrada a uma cadeira, o rosto pálido e machucado, os olhos arregalados de terror. Um homem alto e barbudo, com um olhar de fanático religioso, apontava uma arma para sua cabeça.

"Fique onde está, agente!", gritou o homem, a voz rouca e ameaçadora. "Dê um passo e eu a mato!"

ergueu as mãos, tentando manter a calma. "Solte-a", disse ele, com a voz firme. "Não precisa fazer isso."

O homem riu, um som cruel e desprovido de humor. "Você não entende, agente. Esta mulher é a chave para a minha redenção. Ela é a filha do Vingador, e através dela, eu vou completar sua missão."

sentiu um frio na espinha. A obsessão do homem por Christian era evidente, sua mente distorcida pela crença de que estava cumprindo uma missão divina.

Enquanto o homem divagava sobre suas crenças distorcidas, discretamente sacou sua arma. Ele sabia que não podia hesitar, que a vida de dependia de sua precisão.

Em um movimento rápido, mirou e atirou. O tiro ecoou pelo porão, seguido pelo som do corpo do homem caindo no chão.

, libertada das amarras por Morgan, correu para os braços de , as lágrimas escorrendo por seu rosto. "Você me salvou", sussurrou ela, a voz embargada pela emoção.

a abraçou com força, o coração transbordando de alívio e amor. "Eu nunca deixaria nada acontecer com você, ", disse ele, acariciando seus cabelos.

Naquele momento, em meio ao caos e à violência, o amor entre eles floresceu, um farol de esperança em um mundo de sombras.

precisava trazê-la de volta para casa, sã e salva

A escuridão era absoluta, o silêncio opressor. estava presa em um porão úmido, as mãos amarradas atrás das costas, a boca amordaçada com um pano sujo. A única luz vinha de uma pequena fresta na parede, por onde ela podia ver a sombra de uma árvore balançando ao vento.

Os dias se arrastavam, cada um mais longo e angustiante que o anterior. A fome e a sede a atormentavam, mas o medo era ainda pior. Ela não sabia onde estava, quem a havia sequestrado, nem o que pretendiam fazer com ela.

As lembranças de seu pai, o "Vingador da Rosa Negra", a assombravam. Será que o imitador a mataria como seu pai fazia com suas vítimas? A ideia a aterrorizava, mas ela se recusava a ceder ao desespero.

Enquanto isso, na BAU, a tensão aumentava a cada hora. , em particular, estava inconsolável. A ausência de o atingia como um soco no estômago. Ele se culpava por não tê-la acompanhado naquela noite, por não ter previsto o perigo que a aguardava.

"Precisamos encontrá-la", repetia ele sem cessar, os olhos vermelhos de tanto chorar e a voz rouca de tanto gritar.

A equipe trabalhava incansavelmente, seguindo cada pista, cada indício, cada migalha de informação que pudesse levá-los a . Mas o tempo passava, e a cada dia que se passava, a esperança de encontrá-la com vida diminuía.

, em seus momentos de folga, se refugiava na biblioteca da BAU, buscando informações sobre o "Vingador da Rosa Negra", tentando entender a mente do imitador, procurando qualquer pista que pudesse ajudar a encontrar .

Ele revirava arquivos antigos, lia relatos de testemunhas, analisava fotos das cenas dos crimes. A cada nova descoberta, a angústia aumentava. O imitador era meticuloso, cruel, um predador que se deleitava com o sofrimento de suas vítimas.

se perguntava se estava sofrendo, se estava com medo, se estava... viva. A incerteza o corroía por dentro, a culpa o consumia. Ele não podia perder , não depois de tudo o que haviam vivido juntos.

No fundo de seu coração, sabia que não descansaria até encontrar , até trazê-la de volta para casa, para a segurança da BAU. Ele faria de tudo para salvá-la, mesmo que isso significasse arriscar sua própria vida.

", você está bem?", perguntou , notando a palidez dela.

forçou um sorriso, tentando disfarçar o pânico que a dominava. "Estou bem, ", mentiu ela. "Só um pouco cansada."

Mas a verdade era que ela estava apavorada. O fantasma de seu pai a perseguia, e ela temia que o passado voltasse para assombrá-la, para destruir a vida que ela construíra com tanto esforço.



Capítulo 17 ‘‘Is it over now?’’


Oh, Lord, I think about
(Oh, Deus, eu penso em)
Jumping off of very tall somethings
Saltar de lugares muito altos)
Just to see you come running
(Só para te ver correndo)
And say the one thing I've been wanting, but no
E dizer a única coisa que eu quero ouvir, mas não

(Is It Over Now? Taylor Swift)


O sangue escorria por sua testa, nublando sua visão enquanto os golpes do homem à sua frente a atingiam sem piedade. A dor era lancinante, cada impacto reverberando por seu corpo já debilitado. O zunido em seus ouvidos abafava os sons do mundo exterior, inclusive o estrondo da porta se estilhaçando.

Sua mente, antes afiada e ágil, agora se concentrava apenas na agonia que a consumia. Os pulsos, amarrados acima da cabeça, latejavam, os pés mal tocavam o chão. Em meio à névoa de dor, uma figura familiar emergiu, trazendo consigo uma onda de esperança e alívio.

.

Seus olhos, normalmente brilhantes, estavam carregados de fúria e determinação. "", disse ele, a voz firme e tranquilizadora, "Morgan, cuide dos punhos dela."

Antes que pudesse terminar a frase, Derek Morgan já estava ao seu lado, libertando seus pulsos com movimentos rápidos e precisos. a envolveu em seus braços, erguendo-a como se ela não pesasse nada. , instintivamente, agarrou-se a ele, pequenos gemidos de dor escapando de seus lábios.

"Shhh, shhh, , está tudo bem. Eu te peguei", sussurrou , seu corpo tenso pela adrenalina, mas a voz suave como um bálsamo.

se aninhou em seus braços, sentindo o calor de seu corpo e a força de seus músculos. Ele a carregava para fora do pesadelo, para a segurança de seus amigos e colegas.

acordou com uma pontada aguda no abdômen e uma dor latejante na cabeça. Ao abrir os olhos, viu sentado ao seu lado, o rosto pálido e tenso.

"Hey, hey, você está bem?", perguntou ele, a voz cheia de preocupação.

"Já estive melhor", tentou brincar , mas a dor a fez tossir.

"O que aconteceu?", perguntou ela, as memórias da noite anterior voltando em flashes confusos.

"O unsub te pegou e te levou para um armazém abandonado", explicou , a voz tensa. "Nós te encontramos, e... eu atirei nele. Ele morreu."

O coração de afundou. não era do tipo que matava, a não ser em último caso. A culpa a invadiu como uma onda.

", eu sinto muito...", começou ela, mas a interrompeu.

"Shhh, está tudo bem. Qualquer um teria feito o mesmo, incluindo você", disse ele, acariciando seu rosto com ternura. "Eu fiz o que tinha que fazer."

fechou os olhos, sentindo as lágrimas escorrerem por seu rosto. "Eu não queria te colocar nessa situação", sussurrou ela.

se aproximou, sentando-se na beira da cama e envolvendo-a em um abraço apertado. ", me escute", disse ele, a voz firme e tranquilizadora. "Ele tinha te sequestrado, ia te matar. Não havia escolha a ser feita."

se agarrou a ele, buscando conforto em seu abraço. A culpa ainda a corroía, mas as palavras de a ajudaram a entender que ele não a culpava, que ele havia feito o que era necessário para salvá-la.

Naquele momento, percebeu que o amor que sentia por era mais forte do que qualquer medo ou insegurança. Ele a havia resgatado do seu pior pesadelo, e ela sabia que ele sempre estaria lá para protegê-la, não importa o que acontecesse.


Continua...



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