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Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

Oh no, I can taste your poison
Lingering just where you left it…

Os olhos de se semicerraram.
tinha os seus concentrados na tela do notebook, enquanto digitava ferozmente algum processo para um dos advogados para quem estagiava.
O que ela sempre estava acostumada a fazer. E aquilo só tendia a irritá-lo ainda mais.
O problema não era só o fato de que fazia de tudo para ser a melhor naquele escritório de advocacia. Ia além disso. Ela não só fazia questão de mostrar como conseguia ser maravilhosamente bem em qualquer trabalho que pudesse fazer, como também fazia questão de deixar aquilo bem claro para .
E ele só conseguia odiá-la um pouco mais.
Observou os cabelos escuros da mulher, presos ao alto da cabeça. Alguns fios caíam ao lado de seu rosto, e aquilo não parecia incomodá-la. Ela ao menos parecia estar atenta a qualquer coisa ao seu redor.
Sem muito esforço, olhou para a borrachinha que rodopiava entre seus dedos. E um sorriso malandro cresceu em seus lábios. Não pensou muito ao arremessá-la para longe, sendo certeiro ao perceber que o elástico havia pego bem acima do teclado de seu computador, os olhos de indo em sua direção.
pressionou os lábios, tentando conter uma risadinha. O que, de fato, não funcionou, já que, no instante em que abaixou um pouco mais o corpo, disfarçando a tentativa de tirá-la do sério, a mulher se levantou. Caminhou até a mesa do rapaz e revirou os olhos.
— É sério, ? Você não cansa?
— Na verdade, não. Parece que já terminei com os meus clientes do dia e o que me resta… Bom, é irritar você. — Piscou, arqueando uma de suas sobrancelhas.
faltou esganá-lo. Sua testa criou um vinco, deixando bem claro o ódio que ela conseguia sentir dele. fazia o possível para que a mulher ficasse de cabelo em pé e tivesse ainda mais raiva de tudo o que ele fazia.
Como é que alguém conseguia ser daquele jeito? Tão repugnante e insuportável?
— O que foi, ? Parece que você vai explodir — deixou uma risadinha escapar.
— Cala a boca, . É tão difícil esquecer minha existência? Qual o seu problema? — vociferou. só conseguiu conter a risada um pouco mais. Brincou com a caneta em seus dedos enquanto ainda a observava surtar aos poucos. — Deixa de ser tão ridículo.
— Não posso, . Sua existência me faz querer te irritar ainda mais.
Ela bufou, dando uma última olhada no rapaz antes de se virar.
— Imbecil — soprou, fazendo achar ainda mais graça em como ela se aporrinhava tão facilmente com qualquer coisa que ele lhe fazia.
— Idiota.
— Irritante.
— Estúpido.
Burguesinha.
— Não me chame assim! — disse em um tom mais alto, deixando claro o quão sem noção estava sendo. Não entendia porque ainda perdia tempo com ele.
— Então não me chame de-
— Vocês dois. Já chega!
Ouviram a voz dizer mais alto atrás de si e engoliu em seco, observando seu superior lhes encarando. Odiava ser chamada a atenção, ainda mais sabendo que estava envolvida com naquele quesito.
Abaixou a cabeça vagarosamente, sussurrando um pedido de desculpas quase inaudível. apenas acenou, dando uma última olhada para ; ela também o olhou, cerrando seus olhos para o rapaz.
O rancor entre os dois era mais do que evidente. E sabiam mais do que ninguém que não aguentariam mais um segundo perto um do outro.

Oh no, try my best to not catch feelings…

— Te vejo depois, ? — a mulher perguntou, com os olhos brilhando, e deixando claro o quanto queria repetir o mesmo ato de antes com o rapaz. deu uma piscadinha e a viu se distanciar, rebolando o quadril.
Ele ajeitou a gravata e deixou um sorrisinho escapar, antes de sentir mãos apertarem seu ombro. Assim que virou o rosto, pôde notar eufórico, mostrando o quão agitado estava, e, da mesma forma, tentava acompanhar as batidas da música que ecoava pelo salão.
era outro estagiário como , mas havia começado há pouco tempo e, com isso, precisou de ajuda de com algumas dúvidas em relação ao escritório, o que acabou aproximando os dois com o tempo.
E, de quebra, era louquinho como ele.
O mais baixo iria dizer algo. Abriu e fechou a boca algumas vezes e deixou o olhar seguir em direção à mulher que havia saído da sala escura, escondida junto de mais cedo. Ela havia voltado para a festa.
— Você e a assistente do chefe?
— O que acha? — perguntou, retórico. Ficaram em silêncio por alguns instantes, sorrindo em seguida. — Ela jogou algumas indiretas há algumas semanas e parece que aproveitou a festa de hoje pra concretizar o que queria.
riu, balançando a cabeça negativamente. Com isso, ergueu a taça de champagne que bebia.
— Isso é motivo de comemoração, então. Você é demais, cara — afirmou, se curvando em brincadeira. gargalhou e negou.
— A noite ainda não terminou. Você pode me dizer isso depois.
— Então você tem outra pessoa em mente? — questionou, voltando a caminhar junto do mais alto pelo corredor. Algumas pessoas passavam animadas ao lado deles, com vestidos de gala e ternos caríssimos, coisa que só a mais alta elite de advogados poderia vestir.
Enquanto conversavam em meio ao evento que acontecia, tinha seus olhos vagando por toda a extensão do recinto. Não era de se esperar que a celebração fosse mais do que eles podiam merecer. A festa anual dos advogados era de deixar qualquer um de boca aberta.
Connor ainda tagarelava ao lado do rapaz. Parecia mais bêbado do que de costume. já não estava em seu tino perfeito, mas ainda conseguia transparecer o mínimo que fosse de sobriedade. Porém, mesmo que seu amigo estivesse falando o que quer que fosse a seu lado, estava cismado com apenas uma coisa. Ainda não havia visto por aí, nem mesmo um pequeno resquício dela.
Não que estivesse curioso para saber se ela apareceria. Longe de fazer aquilo. O problema era que estava tão acostumado a encher o saco da mulher e a irritá-la a todo instante que não fazer aquilo parecia um pecado.
Franziu o cenho, ainda com o olhar focado na entrada.
— Cara, o que foi? Esses olhos arregalados me assustam — comentou baixo. Ou, pelo menos, achava que estava baixo.
virou o rosto em sua direção, ficando em silêncio por alguns instantes, e deu de ombros.
— Eu já volto. Nos vemos por aí?
— Com certeza!
não esperou uma outra resposta do colega de trabalho. Deu as costas e pediu licença a algumas pessoas que dançavam e bebiam por aí. A música que ressoava parecia alta demais para seus ouvidos, e aquilo provavelmente acontecia por conta do álcool que já percorria seu corpo.
Mas ele não ligava. estava focado em apenas uma coisa.
Ao chegar a um dos corredores, onde poucas pessoas transitavam e a pouca luz clareava o lugar, parou. Por um momento se perguntou o que raios estava pensando em fazer. Se sentia ridículo daquele jeito. Embriagado, não muito arrumado e afobado. Quem quer que o visse, iria dizer o quão bêbado ele nitidamente estava.
Foi só quando virou que sentiu seu estômago embrulhar. Ele torcia muito para que fosse todo o whisky que tomou querendo sair por sua boca.
E não sendo por conta dela.
parecia boa demais para ser verdade. nunca imaginaria que pensaria em algo como aquilo. O vestido preto, curvilíneo e marcado a deixava ainda mais gostosa do que o normal. Inteiramente deslumbrante, se não fosse pelo cara ao lado dela; que logo pôde reconhecer como sendo o seu namorado.
Revirou os olhos. Tosco.
Como ele a aguentava? era a pessoa mais insuportável que já havia conhecido.
Observou os dois um pouco mais. Os risos eram altos e evidentes entre eles. O rapaz parecia segurá-la enquanto a mulher prendia a risada, provavelmente por estar alta demais.
Ele pressionou os olhos, e foi aí que a risada dela quase escapou.
Pelo visto não era só que apresentava sinais de embriaguez.
Não demorou muito para que eles se separassem. O cara que estava com ela lhe deu um beijo e caminhou para longe, dizendo algo como se logo fosse voltar. Já a mulher, ajeitou os cabelos e alinhou o vestido, pronta para caminhar para qualquer outro lugar. continuou a encarando. vinha em sua direção, mas parecia não ter lhe visto. O sorriso de canto dele voltou a surgir outra vez, aumentando ao ver o desequilíbrio manifesto nos saltos escuros dela.
quase gargalhou.
Aquele era seu namoradinho, ? — Arqueou a sobrancelha, perguntando em desdém. Ela levantou a cabeça e suspirou ao ver quem era. — Bem que você merece mesmo. Um engomadinho.
— Cala a boca, . Não sou eu quem corre risco de pegar sífilis.
— O quê? — Franziu o cenho em confusão. — Você nem sabe do que está falando.
— Vamos ser sinceros, você e a queridinha do nosso chefe não foram muito discretos — mencionou, fazendo pouco caso. cruzou os braços. — E se quer saber, você não foi o único da empresa a trocar saliva com ela, espertinho.
— Fica quieta, . Você é bem fofoqueira, pelo visto.
— Você quer falar de ser fofoqueiro? Sério? — A mulher arqueou a sobrancelha, começando a achar graça. rolou os olhos. — Reparou até demais no engomadinho. — Fez aspas com os dedos, perdendo um pouco o equilíbrio. a olhou dos pés à cabeça, querendo muito poder gravar aquela cena para zombar da mulher depois.
Os dois pareciam longe de ter algum resquício de sobriedade ali.
— Claro. Vocês dois são tão sem graça que ficou difícil não notar.
— Ok, não tem outra desculpa? Você já foi melhor.
— Me deixa, . Por que não volta para o seu namoradinho? Ele deve estar doido te procurando — debochou, terminando de beber o resto da bebida que tinha em seu copo. Havia até se esquecido que o segurava.
— Quer parar de falar do Finn? Você gostou dele, por acaso? Parece tão interessado.
aproximou o corpo, cruzando os braços ao tentar alcançar a altura de , como se o peitasse. Quem quer que visse os dois, discutindo como crianças, diriam que estavam mais bêbados do que deveriam.
a encarou. Observou os olhos marcados pela maquiagem, a boca molhada pela bebida e as bochechas mais coradas que o normal. E o encarava da mesma forma. Ficaram em silêncio por poucos segundos.
— Não estou interessado em nada.
— Tem certeza, ? Por que você está dando a entender outra coisa — mencionou, franzindo o cenho. — Você fica enchendo o meu saco, me irritando no trabalho e jogando elástico de dinheiro no meu cabelo. Qual é o seu problema?
— Meu problema é você, . Sempre foi. Você com essa pose de boa moça, de queridinha dos supervisores e de melhor faz tudo. Não cansa disso?
A mulher o olhou, incrédula, e soltou uma risada alta. ficou sem entender sua reação.
— Isso é sério? O meu sucesso te incomoda? Que cômico. — Rolou os olhos. levantou uma das mãos e deu um leve empurrão no ombro do rapaz. — Se coloca no seu lugar, . Se não consegue me alcançar, realmente sinto muito. Ou, melhor, não sinto.
Soltou outra risadinha, achando graça de toda a situação. só conseguia ficar ainda mais irritado com a atitude que estava tendo, e pelo fato de estar o tirando do sério, outra vez. Ela conseguia ser irritantemente atraente daquele jeito.
— Se você não calar a boca, eu vou ter que te beijar. — aumentou o tom de voz, fazendo com que algumas pessoas ao redor começassem a prestar atenção na discussão que os dois estavam tendo. arregalou os olhos, como se o rapaz tivesse dito algo realmente infame, e começou a estapeá-lo.
— Você está ficando doido?! Alguém pode ouvir essa palhaçada!
— Não me importo. Você é incrivelmente insuportável e parece que só assim pa-
Não houve tempo para terminar sua frase. olhou para os lados e no segundo seguinte seu corpo empurrava o de porta adentro da sala, próxima à que eles estavam encostados.
A penumbra do lugar os acolheu, mas aquilo não foi perceptível para nenhum dos dois, já que os lábios da mulher estavam colados ao de em um beijo profundo. O rapaz tinha as mãos longe do corpo dela, não esperando por aquela reação. Mas, quando se deu conta, a agarrou, espalmando os dedos em sua cintura com força.
Nenhum dos dois fazia ideia do que acontecia.
O beijo ia se intensificando aos poucos, e também não parecia querer parar. explorava o corpo da mulher com urgência, como se precisasse daquilo havia muito tempo e não soubesse disso.
Em um surto de sobriedade, ela separou seu corpo do dele, o afastando pela palma da mão. tinha seus olhos arregalados, o encarando como se perguntasse o que é que havia feito.
Ela odiava .
E agora estava ali, o beijando.

— Não fala nada — disse, direta. Ficou em silêncio por alguns segundos e respirou fundo. — Parece que só assim pra você aprender a ficar quieto.
passou as mãos pelos cabelos, um pouco desgrenhados, e o olhou uma última vez antes de ajeitar seu vestido e sair o mais rápido possível da sala em que estavam.
A mente dos dois estava um turbilhão de emoções e pensamentos.
O que diabos havia acontecido ali?

And it's so cold, when you're gone
The flame dies out and smoke fills the emptiness…

não conseguia esquecer.
Droga. Ele não conseguia esquecer o sabor dos lábios de , impregnando sua boca como um veneno.
Como não. Exatamente como um veneno.
Seus olhos vasculharam todo o escritório, procurando pela mulher que o havia deixado daquele jeito. Inerte, ansioso.
Não havia visto desde que havia chegado à empresa e, pela grande movimentação daquele dia, havia sido quase impossível procurá-la ou lembrar de fazer isso. Afinal, ainda tinha muito trabalho ali.
Por um momento, achou que estaria o evitando. Eles sempre estavam no mesmo local dentro daquela sala, já que trabalhavam no mesmo setor, e, principalmente, sempre estavam alfinetando um ao outro.
— OK. Tem alguma coisa muito errada com você.
Ouviu a voz de se aproximar. Não fez muita questão de levantar seus olhos para o amigo, apenas balançou a cabeça, dando a entender que era para ele esquecer. — Só estou cansado. Você sabe como costuma ser início de semana aqui.
— Eu sei. Mas já deu nosso horário. Melhor irmos.
Quando percebeu, já tinha suas coisas nas mãos e boa parte da equipe não estava mais no escritório, o que o levou a pensar que provavelmente já teria ido embora.
Suspirou, vendo o amigo se despedir, e desligou a tela de seu computador. Resolveu logo apagar as luzes do recinto, e, assim que pegou as suas coisas também, entrou no elevador e em pouco tempo já estava no saguão do prédio.
Este se encontrava cheio, como costumava ficar aos finais de expediente.
Mordiscou os lábios, ainda à procura de na multidão. Seu coração batia agitado dentro do peito, ansioso para ao menos conseguir conversar sobre o ocorrido com a mulher.
Claro que não queria dar o braço a torcer sobre aquilo, muito menos admitir que a atitude de o havia tirado dos eixos. E como o havia tirado.
Agora, infelizmente não conseguia tirá-la da cabeça também. Olhou um pouco mais entre as pessoas, e, quando a viu, não pensou muito em dar passos rápidos em sua direção.
… — tentou chamá-la. Ela pareceu não tê-lo ouvido. — !
— O que foi agora, ? — Ela se virou bruscamente, sentindo o corpo do rapaz batendo no seu. Ele a segurou em um impulso, soltando em seguida. olhou para o lado, um tanto sem graça.
— Será que podem-
— Não podemos. Eu já sei o que você vai dizer. Foi um erro e não deveria ter acontecido. Nós estávamos bêbados e foi isso. Posso ir agora? — perguntou, impaciente. Ele a observou por alguns instantes, o suficiente para que ela rolasse os olhos. — Eu tenho namorado, . Esquece isso.
— Eu não estou nem aí para o engomadinho do seu namorado, . Só vamos conversar sobre o que houve, ok? Não vai levar muito tempo.
— Vamos pular essa parte. É melhor evitarmos todo o desgaste que isso vai dar. Pode ser assim?
Ela manteve seu olhar no dele. parecia quase querer suplicar para o fato de que não queria estender aquela situação, muito menos entender o que sentia ao ter tão perto de si como naquele momento.
O rapaz a observava, do mesmo jeito que ela fazia. E seus pensamentos não poderiam ser mais diferentes.
— Aceite sair comigo qualquer dia. Não é um encontro. Só…
— Eu preciso ir — o cortou, desviando o olhar do dele. caminhou rapidamente para longe de , mas algo a parou no lugar. O coração da mulher acelerava aos poucos só de pensar na proposta que ele havia lhe feito. E se odiava um pouquinho mais por estar gostando do que poderia acontecer.
Ela respirou fundo. Fechou os olhos com força e se virou. — ? — o chamou.
Ele já estava um pouco longe, mas se virou assim que a ouviu lhe chamar. Não precisou que dissesse qualquer outra coisa para que voltasse a andar rapidamente em sua direção, e, assim que a mulher mencionou se explicar, o rapaz lhe agarrou a cintura, a beijando como se não houvesse qualquer outro impedimento.
Aquilo era tudo o que queria.
Ele só precisava de um beijo para entender.

'Cause I need your kiss…





Fim



Nota da autora: Oi, pessoal! Aqui estou com mais uma fic para vocês! Espero que tenham gostado e não esqueçam de deixar um pequeno feedback com o que acharam!
E para quem se interessar em outras histórias minhas, o link da minha página de autora vai estar logo aqui embaixo. Um beijão a todas, e volte sempre <3





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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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