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Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

But I can't help myself when you get close to me…

bateu a ponta do lápis no caderno pela milésima vez. E, na verdade, ela não estava nem contando.
O seu foco era voltado apenas a uma pessoa que havia tomado conta não só de sua mente, como de seu coração há um bom tempo e aquilo só a fazia se questionar sobre o fato de parecer tão boba àquele ponto; se pegar pensando no rapaz ao invés de focar toda sua inteligência em decorar as matérias que deveria, já que a semana de provas se aproximava cada vez mais na universidade.
Não era só o nervosismo por elas que se tornava cada vez mais aparente, mas o nervosismo ao ver se aproximar com o maldito sorriso encantador nos lábios também.
Por que logo o melhor amigo do meu irmão? — a garota sussurrou para si mesma, quando notou a nuance loira passando pela porta da biblioteca.
tinha seu livro em mãos e parecia mais interessado em trocar algumas palavras com seus amigos ao adentrar o local. Ele continuava a sorrir, como se não houvesse nenhum problema tão grande ou como se qualquer período de prova que se aproximasse não pudesse abalá-lo e aquilo só fazia com que a garota se encontrasse ainda mais encantada pelo rapaz.
O que só fazia sua dor de cabeça aumentar com aquele fato.
Ele era melhor amigo do seu irmão, , há anos e mesmo tentando não ligar para a questão de que aquilo não poderia ser um obstáculo, conhecia muito bem seu irmão para saber que ele não aprovaria aquilo.
Não aprovaria porque, além de ser seu camarada, como costumavam dizer entre si, não só era o cara mais cobiçado da universidade, como também era o mais cortejador do lugar.
E aquilo só fazia com que se odiasse um pouquinho mais por nutrir seus sentimentos pela pessoa errada.
Errada em todos os sentidos.
Notou que já estava parada há um tempo observando-o. agora parecia procurar um lugar para se sentar e assim que pousou seus olhos, tão azuis quanto o céu resplandecente daquele dia, na garota sentada ao longe, quieta e reservada no canto que sempre costumava ficar. Ele arqueou a sobrancelha, arqueou a sobrancelha e sorriu para ela.
O sorriso que só sabia dar para derreter cada pequeno pedaço do coração da pequena .
Não demorou muito até que ele estivesse parado à sua frente, abaixando o corpo levemente para falar com a garota que já podia sentir suas mãos suando aos poucos.
— Posso me sentar com você?
— Não precisa perguntar, . — claro que não queria parecer tão óbvia e apaixonada, mas foi impossível não soltar no impulso daquele nervosismo.
se arrependeu no segundo seguinte, ainda mais quando pôde ouvir uma risadinha fraca dele.
— Obrigado. Se preparando para as finais?
— É, pode-se dizer que sim. Não gosto de acumular o material para a última hora.
Ouch. Pareceu uma indireta. — disse, fazendo graça.
sentiu suas bochechas tomarem outra tonalidade.
— Eu não quis dizer isso, . Só, você sabe, diferente do meu irmão, gosto de ter todas as minhas coisas em dia, a começar pela faculdade.
— Você e são realmente diferentes. Enquanto você está aqui, inteiramente focada em… — o rapaz esticou o corpo para tentar enxergar a matéria que estudava e aquilo só fez com que seu perfume adentrasse um pouco mais as narinas da garota, fazendo seu coração aquecer. pareceu surpreso ao notar o quão difícil parecia ser. — Álgebra linear. Uau. Bom, ele está mais interessado em arremessar a bola o mais longe que puder.
Foi impossível não rir, colocando a mão na boca para evitar que fosse chamada atenção pelo barulho e fez o mesmo que ela, fechando os olhos brevemente.
Aquele era um dos momentos que a garota queria poder parar o tempo, só para observar cada traço do rosto esculpido meticulosamente do rapaz à sua frente, a poucos centímetros. Por ela, passaria o dia inteiro observando a cor de seus olhos, seus fios loiros e as bochechas coradas pelo mormaço que fazia aquele dia.
Céus, parecia mais um anjo do que apenas um mero mortal.
— Ele tem suas qualidades. exercita os músculos do braço ao invés do cérebro. E está tudo bem. Eu acho.
— Você é má, pequena . O coração da garota balançou dentro do peito. não podia falar algo como aquilo e agir como se não fosse nada demais, abaixando os olhos e focando sua atenção no livro que antes carregava.
Se ele soubesse como minuciosas palavras como aquelas abalavam as estruturas da garota, nunca ousaria em repeti-las.
continuou observando-o, esquecendo que tinha obrigações a fazer ali e que logo deveria ir embora quando pareceu se lembrar de algo e ergueu seu olhar novamente para ela.
Aquilo fez com que a garota disfarçasse da pior forma possível, o que só arrancou um sorriso contido nos lábios do rapaz quando ele notou.
— Por acaso, você tem algum compromisso nesta sexta-feira?
Assim. Direto e como se não fosse nada demais.
piscou algumas vezes e engoliu em seco, tentando assimilar o objetivo da pergunta que estava lhe fazendo. O rapaz tinha seus olhos azulados parado na garota, esperando sua resposta calmamente.
— Ah… Bom… não que eu saiba. Acho que tenho um espacinho na minha agenda. — comentou, fazendo graça.
sorriu.
— Bom saber. Na verdade, eu já tinha pedido ao seu irmão para te chamar, mas do jeito que ele é, deve ter esquecido. — deu de ombros, ainda com os olhos sobre ela. podia sentir seu corpo esquentar gradativamente com o analisar de sobre si. — Combinamos uma social lá em casa. Nada demais, só alguns amigos, comida e cerveja. E eu espero mesmo que você vá.
Deu uma piscadela e com aquilo faltou pouco para que sentisse seu corpo se esvair pela cadeira de tão sem ar que havia ficado.
Mas se conteve. E com um aceno de cabeça rápido, seguido de um sorriso satisfeito, concordou.
— Claro. Por que não?

🌪️

It's about you and me…

E ela já sabia muito bem a resposta para aquela pergunta.
Talvez tivesse sido uma péssima ideia ter saído de sua casa, dos edredons quentes e aconchegantes para enfrentar o vento gélido da noite que caía em Sydney só porque a havia convidado.
Claro que queria ter se praguejado incansavelmente, mas só de pensar que poderia observar com calma, mais uma vez, as características de que a hipnotizavam, esquecia o fato de que, além de estar frio, teria que interagir com várias pessoas que ela ao menos conhecia.
Não evitou em apertar a jaqueta de couro escura no corpo quando desceu do carro, sendo acompanhada de ao seu lado, mais agitado que o normal e foi só ouvir o barulho da música ao lado de dentro que a pequena teve certeza de que aquela festa não era só para alguns amigos.
Ela podia jurar que parte da universidade estaria ali.
— Achei que convidaria só algumas pessoas.
— A intenção era essa, mas você sabe que nem sempre funciona assim. — seu irmão comentou, dando uma olhada rápida na mais nova. — Não achei que você fosse concordar em vir.
— Pois é. Nem eu acredito que realmente estou aqui.
Deixou uma risadinha escapar, subindo os degraus na pequena escada que dava para a varanda da enorme casa de . A garota deixou seus olhos percorrerem cada canto do lugar já escuro, pouco iluminado propositalmente pelas luzes coloridas e os flashes disparados na parte interna.
Quase quis desistir. Lugares como aquele não eram sua praia. odiava o cheiro do álcool, as pessoas bêbadas transitando de um lado para o outro e os garotos do time que seu irmão participava lançando piadinhas que não teriam graça nem se quisessem.
Simplesmente era o lugar que ela menos se sentia à vontade, mas achava que, pelo menos uma vez, seria interessante sair de sua zona de conforto para conhecer um pouco mais da realidade de .
Observou à sua frente, seguindo até o fundo do casarão e, um pouco ao longe, conseguiu avistar escorado a uma mesa, com os braços torneados cruzados enquanto conversava com seus amigos, e algumas garotas que ali também estavam.
pôde sentir seus pelos se eriçarem só de olhar para a figura do rapaz, mesmo que não tão perto e quase instantaneamente se aproximou com mais rapidez, fazendo com que notasse a presença não só de , mas dela também.
Ele cumprimentou o mais velho e seguiu para a garota.
Oh, você veio mesmo.
O rapaz deixou o corpo ereto, sorrindo para a pequena . Ela fez o mesmo.
foi até ela, a puxando para um abraço breve. sentiu o corpo ser aquecido pelos braços musculosos de seu amigo e o coração disparou no instante seguinte.
— Não perderia uma festa como essa por nada.
— Garota da álgebra, você não sabe nem mentir. — a alfinetou, deixando uma risada leve escapar. deixou se levar pelo som de sua voz, podendo notar que a deixava inteiramente confortável. e seus efeitos. — Quer beber alguma coisa? Quem sabe assim eu consiga te deixar um pouco mais confortável.
conseguia pensar em várias formas que poderia deixá-la confortável, mas resolveu manter isso apenas em seus pensamentos para evitar que falasse qualquer bobagem estando com ele. E aquilo a fez pensar em como queria ser menos tola e boba com relação ao rapaz.
Assentiu e o seguiu até a parte em que as bebidas estavam. Não demorou muito para que a oferecesse um copo médio.
ficou em silêncio por alguns segundos até que pudesse notar sua expressão. Ela não parecia muito acomodada em estar ali e ele logo se praguejou por observar a pequena tão deslocada.
— Você se sentiu pressionada em ter que vir? Se foi isso, sinto muito. Não foi minha intenção.
— Claro que não, . Foi bom sair de casa um pouco.
Deu de ombros, sorrindo minimamente. Deixou seus olhos caírem sobre o de e sentiu uma conexão breve entre os dois. amava estar ao lado do rapaz. Ele tinha uma personalidade cativante e a todo instante fazia o possível para que ela pudesse sorrir.
E adorava ver um sorriso crescer nos lábios daquela garota.
Ele encostou o corpo à parede logo atrás e cruzou os braços novamente, como se analisasse naqueles segundos. Ela parecia mais imersa na música e pouco ligava para a bebida que tinha em mãos.
achava graça naquilo. O fato da garota ser extremamente inteligente e odiar álcool o deixava ainda mais curioso.
— E como vão as finais? Preparada?
— Você quer mesmo falar da faculdade?
— Não. — disse, direto. Os dois riram. — Sobre o que quer conversar?
— Acho que não vamos conseguir manter uma conversa com essa música. — fez uma careta, balançando a cabeça. — Não precisa se preocupar, . Hoje é dia para qualquer outra coisa, menos conversar.
Disse, simples, e ele a observou atentamente, com uma das sobrancelhas arqueadas.
conseguia ser singular quando queria.
— O que você acha de nós... - O assunto foi cortado quando alguns gritos finos ecoaram pelo lugar. virou o rosto em direção à entrada e avistou algumas garotas, que pareciam fazer parte de alguma equipe da universidade, adentrando a casa com a maior agitação possível.
Aquilo quase fez com que ela rolasse seus olhos.
— Parece que as coisas vão começar a ficar animadas por aqui. — soltou, quase em um muxoxo. a olhou e pressionou os lábios.
— Para ser sincero, não as convidei. Mas parece que boa parte da faculdade também está aqui sem receber meu convite. — disse, deixando um sorriso fraco crescer no canto dos lábios. — Não ligue para isso. Podemos ficar aqui e...
— Oi, ! Surpresa!
O rapaz foi cortado outra vez, desta por uma das garotas que haviam chegado antes. deixou seu olhar cair sobre ela, notando o quão destampada ela estava para um clima como o daquela noite. Saia curta, a blusa mais curta ainda e os cabelos castanhos esvoaçantes.
Não poderia ser pior.
— Ahn… Oi.
— Achei que você estaria mais animado, já que chegamos. Vem, vamos dançar!
— Eu acho melhor não, estou...
— Pare de ser chato, vai. Me mostre o quão bom anfitrião você é!
E com isso, puxou para longe. O rapaz olhou para trás, com os olhos apertados, como se tentasse emitir um pedido de desculpas em direção a .
Ela apenas balançou a cabeça, abanando a mão no ar, como se desse a entender que não havia problemas.
Mas havia. E aquilo apertou o coração de .
De onde estava, conseguia ter clara visão da pista improvisada no largo cômodo da casa. Todos que ali estavam dançavam espontaneamente, com movimentos engraçados e divertidos, de um lado para o outro. de início pareceu retraído, mas a insistência das garotas fez com que ele se soltasse aos poucos, mesmo lançando vários olhares em direção a .
Não poderia mesmo ser pior.
olhou para baixo, mais precisamente no copo que tinha em mãos, a bebida, provavelmente já quente, que segurava. Não ligaria para aquilo, muito menos se reprimiria por algo que a estava machucando.
Resolveu por virar o líquido, sentindo de leve o ardor em sua garganta e logo procurou por mais, sem pensar muito nas consequências que, logo logo, viriam.

I'll be honest…

não sabia dizer quantas voltas já tinha dado desde que havia decidido procurar seu irmão. não estava em lugar nenhum.
Na sala, na cozinha e muito menos na área externa. E aquilo a estava enlouquecendo. Como é que não estava conseguindo achar seu próprio irmão?
Ela podia reparar que, a cada lugar que ela passava, as pessoas giravam mais e mais, e a garota não queria dar o braço a torcer que aquilo era culpa das bebidas.
Claro que não!
Ela só tinha bebido alguns copos de cerveja, outros de algumas bebidas quentes e… certo.
Já havia perdido suas contas. Mas a única coisa interessante que havia conseguido naquela noite era encher a cara com cerveja e sair esbarrando nas pessoas que estavam na sua frente, já que não encontrava seu irmão mais velho e … Bom, parecia ocupado o suficiente com as garotas da universidade se esfregando nele.
colocou uma das mãos na cabeça e olhou para frente. Não queria continuar ali. Não queria ouvir a música alta, não queria ter que aguentar pessoas bêbadas como ela e não queria ter que aturar a cena do cara pelo qual era apaixonada estando com outras garotas.
Outras que não fosse ela.
Odiava ter que admitir que causava aquele efeito insano sobre ela. Que a deixava desnorteada e quase implorando para que o rapaz fosse seu.
Suspirou. Precisava sair dali o mais rápido possível.
Desceu as escadas da varanda aos fundos, resolvendo caminhar pelo gramado verdinho e irrigado. Ficaria ali até achá-la e conseguiria ir para casa.
Segura, menos bêbada e sem sinal de na sua frente.
Quando se afastou o suficiente para que as batidas da melodia ficassem mais baixas, abraçou o próprio corpo.
E uma vozinha ao longe começou a se aproximar.
— Ei, ! !
Que droga… — murmurou, ainda com seus olhos fechados. Quem era o maldito que tentava fazer sua cabeça doer um pouco mais?
, espera!
— O que foi, hein?!
A garota se virou bruscamente, sentindo seu corpo bater com o da outra pessoa. Rapidamente sentiu seus braços sendo segurados pelas mãos firmes e notou o peitoral a centímetros de si.
Quando ergueu o olhar, observou a íris azuis de a encarando. Cheias de preocupação.
— O que aconteceu, ? Por que está aqui?
— Eu quero ficar sozinha. — afirmou, como uma criança resmungona.
quase sorriu ao vê-la daquele jeito. Parecia frágil demais para poder ficar sozinha.
… Você não está com frio? Cadê sua jaqueta?
— Não sei, eu… ei! Você não tem o direito de se preocupar assim. — soltou, um tanto embolado. parecia realmente brava.
franziu o cenho.
— Claro que tenho. Você é minha pequena .
— Não sou nada sua, .
queria não ter deixado se abalar pelas palavras do rapaz. Naquele estado, não seria muito difícil. estava mais focada em estar chateada com do que qualquer outra coisa.
— O que foi, ? Você não é de ficar assim. E estou odiando te ver sem algum agasalho. Vamos entrar. Eu te dou algo meu.
— Não, . Não quero nada seu. Não quero nem que você fique aqui comigo. Eu não pedi. Que saco… — cruzou seus braços, se afastando minimamente dele. precisou pressionar seus lábios para não soltar uma risada com a reação da garota. — Você podia voltar para as garotas da universidade. Elas pareciam bem animadas em ter você. E você não estava muito diferente também.
— Então o problema é esse?
— Não, , o problema é você! Você e esses malditos olhos azuis. Esse maldito sorriso e perfume. O problema é você e o jeito com que faz eu me sentir. Eu odeio isso. Odeio ainda mais gostar de você desse jeito.
O garoto ficou em silêncio absorvendo tudo o que havia escutado. tentava absorver aos poucos todas as palavras despejadas pela garota à sua frente.
já havia notado como o olhava, como agia e se portava perto dele. Já havia percebido as lançadas de olhares, as bochechas avermelhadas e o tanto que ela insistia em mordiscar seus lábios quando ele estava a seu lado.
Não tinha como não perceber. Não quando para ele toda sua atenção sempre havia sido nela, mesmo que para não fosse tão óbvio assim.
Como ela conseguia ser ingênua…
— Para ser sincera, achei que vir aqui hoje chamaria sua atenção. Sabe? Que você me notaria como faz com o restante das garotas do campus. Achei mesmo que poderia ser alguém com quem você quisesse se relacionar, mesmo não sendo tão atraente e...
, nunca diga isso. — a cortou, direto, um tanto sério naquele momento. Como poderia ousar dizer que não era atraente? Ele poderia considerar um insulto. — Você não faz ideia de como é bonita, garota.
— Não precisa dizer isso só para me confortar.
Ela murmurou, fechando os olhos brevemente. pôde notar o relapso da bebida fazendo ainda mais efeito do que antes.
parecia mesmo ter exagerado.
— Só estou dizendo a verdade, pequena . Você é estonteantemente encantadora, mas não está fazendo muito sentido agora. Talvez você nem queria dizer o que disse, certo? Isso tudo é o álcool falando.
O rapaz arqueou uma das sobrancelhas, aguardando uma resposta da garota. Ele ainda tinha uma das mãos em seus ombros, como se aquilo fosse a proteger de qualquer outra coisa.
— Não é o álcool, , eu só… — respirou fundo. parecia precisar pensar muito para tentar formular alguma frase. sorriu. — Eu sei que vai gritar aos sete ventos comigo quando souber de todo esse vexame, mas eu não ligo. Sério. Já tem um tempo que eu queria te dizer isso. Você não sai da minha cabeça, .
Eles se encararam brevemente. Os olhos azulados de miravam todo pequeno canto do rosto sereno de que, mesmo sob efeito da bebida, se mantinha admirável. Observou com calma seus detalhes, a ponta do nariz e os lábios rosados que, ensandecidamente, o fazia querer tocá-los com os seus.
E então, sorriu.
Sorriu e se aproximou.

🌪️

I don't want no one else (no, no), baby, I'm in too deep…

Ela se remexeu brevemente.
tinha seus olhos fechados e a palma de sua mão tocou o tecido macio, a fazendo despertar aos poucos.
A única coisa que se fazia presente ali era sua cabeça latejando incansavelmente. E a garota ao menos conseguia lembrar o motivo que a havia levado ficar daquela forma.
resmungou, virando o corpo e, com muita relutância, deixou que as pálpebras fossem abertas voluntariamente, se ajustando à claridade que aumentava dentro do cômodo em que ela estava.
De primeira, não identificou nenhum objeto espalhado por ali. Não reconheceu os lençóis escuros nem mesmo o criado mudo a seu lado e aquilo fez com que seu coração descompassasse minimamente.
Onde é que ela estava?
Deixou que o corpo ficasse um pouco mais erguido até ouvir um minucioso barulho ao seu lado, a alertando. Ela virou o rosto e assim que admirou a pessoa a seu lado, quase desmaiou.
tinha sua atenção voltada a ela, com certa preocupação estampada em suas íris tão claras. Olheiras quase imperceptíveis as acompanhavam, mas não deixavam de torná-lo ainda mais bonito do que já era.
Em sua opinião, não havia como ser menos atraente.
sentiu suas bochechas queimarem. O corpo estremeceu levemente quando ele sorriu em sua direção, parecendo se dar conta de que estava tudo bem com a garota.
— Ei. Você acordou.
— Eu… Egh… Bom dia? — disse, em confusão. Não notou que seus cabelos estavam bagunçados e ao menos que não vestia suas roupas da noite anterior. Só se deu conta quando lançou um olhar rápido para baixo, diretamente para a blusa que o pertencia. A garota congelou. — Meu Deus! Eu… Nós… , eu…
— Não aconteceu nada. Relaxa, pequena .
Ela queria praguejá-lo de todas as formas por continuar chamando-a daquele jeito. realmente não fazia ideia de como mexia com o coração da garota.
— Mas o que?... O que aconteceu? Não me lembro de nada. — ergueu a mão até a cabeça, sentindo uma pontada leve na lateral. Fechou os olhos. — Ai!
— Espere. Tome isso.
O garoto se virou brevemente, deixando que uma parte do edredom que cobria seu tronco escapasse e admirou rapidamente como seu corpo parecia mais torneado desde a última vez que ela havia visto.
Corou com o pensamento. Foi impossível não se pegar imaginando coisas que não deveria.
Não com ele.
esticou o comprimido, junto de um copo d’água.
Quando bebeu, notando que ele continuou a observando.
— Você não se lembra mesmo de nada?
— Desculpa. Eu acho que exagerei um pouco com a bebida.
Ele deixou uma risadinha fraca escapar e assentiu.
— Da próxima vez vou me certificar de que isso não aconteça. Somente água e refrigerante para você, garota da álgebra.
desviou o olhar, se sentindo um tanto envergonhada por aquilo.
Como deixou se levar a ponto de passar por algo daquele jeito?
— Foi tão ruim assim?
— Você quer mesmo saber? — indagou. Ela mordiscou os lábios e, depois de alguns segundos, balançou a cabeça assentindo. — Tudo bem. Eu te encontrei no jardim de casa…

— Não é o álcool, , eu só… — respirou fundo. parecia precisar pensar muito para tentar formular alguma frase. sorriu. — Eu sei que vai gritar aos sete ventos comigo quando souber de todo esse vexame, mas eu não ligo. Sério. Já tem um tempo que eu queria te dizer isso. Você não sai da minha cabeça, .
Eles se encararam brevemente. Os olhos azulados de miravam todo pequeno canto do rosto sereno de que, mesmo sob efeito da bebida, se mantinha admirável. Observou com calma seus detalhes, a ponta do nariz e os lábios rosados que, ensandecidamente, o fazia querer tocá-los com os seus.
E então, sorriu.
Sorriu e se aproximou.
— Você tem certeza disso, ?
— Claro! Não é só porque eu bebi um pouquinho que vou falar besteiras. — ela diminuiu a distância do polegar e do indicador, mostrando o pouco que havia bebido. riu. Céus, como ela conseguia ser tão fascinante? — Eu fico nervosa em todas as vezes que vejo você, , minhas mãos ficam suando e isso é extremamente irritante. — esticou a mão, pegando a do rapaz, como se quisesse demonstrar aquilo. sorriu mais uma vez com o toque da garota. — Você me deixa inteiramente no espaço e posso sentir as malditas borboletas voando por todo meu estômago. Não consigo ter mais certeza de que é você, . Não consigo estar mais certa de que sou completa e totalmente apaixonada por você. E agora me sinto boba demais em dizer isso.
continuou segurando a mão quentinha de . Ele queria puxá-la e envolver seus braços ao redor da garota e, ainda mais, queria beijá-la. Queria mostrar à pequena que seus sentimentos não eram únicos ali.
O rapaz continuou a olhando, ainda com o sorriso contido no canto dos lábios.
— Você faz ideia de como seu irmão vai acabar comigo quando souber disso?
— Não estou nem aí. — respondeu, simples.
riu outra vez.
não podia ser de outro jeito. era fascinado por sua personalidade e de como ela conseguia ser engraçada, daquele jeitinho incomparável.
Deixou que seu corpo se aproximasse minimamente, ficando um pouco mais perto de e abaixou o olhar, podendo ter uma visão mais próxima e clara dos olhos da garota.
Uma de suas mãos foi de encontro ao queixo da garota, em um carinho leve, terno.
— Então, preparada para correr esse risco, garota da álgebra?
riu docemente, fechando seus olhos por alguns segundos e balançou a cabeça, concordando.
— Perfeitamente, .
Foi a deixa ideal para que deixasse qualquer obstáculo referente a se relacionar com , voar para longe e levar os lábios em direção ao dela.
Não antes de ouvirem a voz de ressoar atrás dos dois.
— O que é que vocês estão fazendo?!

O que?!
— E foi isso.
Você só pode estar brincando, .
O rapaz gargalhou e balançou sua cabeça em negação. Sabia que havia sido um tanto quanto engraçado quebrar todo o clima e depois querer exigir todas as explicações possíveis para a cena em que estava vendo.
Na verdade, não esperava menos.
— Depois você tentou separar nós dois e acabou desmaiando. Por isso disse para você não se preocupar, não aconteceu nada mesmo. Só precisei colocar você em um lugar seguro e… longe das bebidas.
parecia estática, ainda o encarando. Sua mente não conseguia processar muito bem o tanto de acontecimentos da noite passada para àquela manhã.
Meu Deus! Havia sido pior do que ela imaginava.
— Eu não sei nem o que falar. Quer dizer, caramba! Eu acabei com tudo. Com você e meu irmão, com nós dois e…
foi parando de falar aos poucos assim que notou se aproximando vagarosamente. Deixou que os olhos percorressem seu peitoral, os ombros definidos, o pescoço e, por fim, seu rosto. Ele parecia observá-la com todo apreço do mundo.
Um olhar que não havia visto ele dar para mais ninguém.
Eles se observaram por alguns instantes, naquele silêncio confortável que fazia dentro do quarto do rapaz. Pareciam estar perdidos em um mundo só deles.
Carinhoso, gentil e suave.
sorriu mais uma vez.
E só então seus lábios tocaram o de , delicadamente.
Havia sido um beijo brando, sem qualquer pressa. Como se quisesse demonstrar que além de estar tudo bem, permaneceria assim.
E em um sussurro, ele também confessou.
— Não precisa se preocupar. Eu também sou apaixonado por você, pequena .



FIM



Nota da autora: Oi, pessoal! Aqui estou com mais um ficstape para vocês! Espero que tenham gostado e não esqueçam de deixar um pequeno feedback com o que acharam!
E para quem se interessar em outras histórias minhas, o link da minha página de autora vai estar logo aqui embaixo. Um beijão a todas, e volte sempre <3



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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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