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Fanfic Finalizada

Capítulo Único

I was taken by the view…

— Eu vou para Paris.
Disse, decidida.
Olívia sentiu os olhares de suas amigas queimando sobre ela e deixou um sorrisinho de canto surgir, sabendo que ela enlouqueceria a qualquer momento. A verdade era que a mulher não aguentava mais. Trabalhava naquele escritório de moda por quase sete dias na semana, o dia inteiro, dando o melhor de si e, ainda, com férias vencidas.
Mais um dos motivos para realmente enlouquecer.
O que? — Kate deixou um grito fino escapar, virando o rosto para . — Como assim? Do nada? Sem um planejamento ou avisar com antecedência?
— É. Tipo isso.
— Tipo isso? , você está bem? — ouviu a voz de Mary se aproximar, colocando uma de suas mãos em sua testa, como se aferisse alguma febre. Olívia revirou os olhos.
— Sim. Estou bem. Eu só… Não dá para aguentar por mais tempo.
— Até que demorou. — Kate riu. virou o corpo para encarar as duas e elas sorriram. Pareciam esperar aquilo tanto quanto a mulher. — Achei que você só faria isso no final do ano.
— Para ser sincera, também achei. Mas, quer saber? O tempo está maravilhoso. Já vi a previsão de lá e parece ser a época certa para visitar. Então, por que não?
— É isso aí, garota. Quem sabe você não encontra alguém especial por lá também?
Mary apoiou o queixo nas mãos, se deixando levar por seus pensamentos sonhadores. Desde que havia conhecido Olívia, conseguia ver que a amiga não firmava relacionamentos por muito tempo e de certa forma, seria mais do que gratificante vê-la com alguém. Se é que ela também queria isso.
Já Kate bateu palminhas animadas, adorando a nova ideia da amiga, mesmo sendo um tanto loucura. nunca havia tido um surto como aquele e saber que ela poderia, finalmente, aproveitar lhe deixava inteiramente feliz.
— É, quem sabe. — deu de ombros. Começou a recolher suas coisas. — Agora, preciso ir. Comprei as passagens ontem pela noite e meu vôo sai em, hm… — olhou no relógio em seu pulso e arregalou os olhos gradativamente. — Em duas horas! Meu Deus, até semana que vem! Se perguntarem algo…
— Pode deixar que nós cobrimos você.
Suas amigas mencionaram, lhe dando um abraço rápido e se despedindo, ao ver Olívia sumindo pelo corredor.

✈️🤍
Levitated thought, all the messes made…

Quando colocou seus pés em Paris, a primeira coisa que sentiu foi o vento gelado encobrindo seu corpo. Claro que o outono na cidade poderia ser estarrecedor, mas não imaginou que pudesse ser tanto como naquele instante que começou a caminhar até a entrada do hotel.
Com a pequena mala que carregava, fez o check in e em pouco tempo já começava a desfrutar da maciez de sua cama.
Mas não por muito tempo.
Seu celular começou a tocar incessantemente e no display, pôde avistar a imagem de suas amigas piscando.
Olívia sorriu e, antes de atendê-las, parou para pensar um pouco. Era mais do que grata por ter Kate e Mary em sua vida, as duas eram sua maior rede de apoio, inclusive naquela aventura. Sabia que nenhuma delas iria ser contra as suas pequenas férias.
Para ser sincera, nem a própria seria contra. Já fazia algum tempo em que dedicava todo o seu tempo para a empresa em que trabalhava, sem ao menos cogitar a ideia de uma folga apropriada. E, por conta disso, também não tinha tempo para muitas coisas; isso incluía o fato de não estar namorando.
E, principalmente, de muitas pessoas não prestarem atenção nela já que, bom, era toda trabalho.
Suspirou. Tentou colocar seu melhor sorriso no rosto e arrastou o dedo na tela de seu celular.
— Como vai nossa garota parisiense? — Kate iniciou, aproximando o rosto um pouco mais da tela. riu. — Já explorou algum canto da cidade?
— Eu acabei de chegar. A cama do hotel é maravilhosa.
— Não acredito que a primeira coisa que fez foi deitar na cama, Olívia. — Mary reclamou, dividindo a câmera junto da amiga. As duas olhavam para sem acreditar no que ela havia feito.
— Vocês falam como se fosse grande coisa. E se querem saber o voo foi cansativo. — mencionou, aproveitando para tirar os sapatos e jogar longe. Voltou a olhar para o celular. — Falaram alguma coisa no trabalho?
— Garota? Quando é que você vai parar de pensar na empresa?
— Acho que nunca. — Mary concordou ao ouvir Kate se indignar. As três riram depois. — Planos para essa noite?
— Pensei em jantar em um restaurante aqui perto. Talvez visitar o Centro Georges Pompidou, ainda não decidi. — Parece o roteiro de uma idosa. — Kate disse, arrancando ainda mais risadas. revirou os olhos, sorrindo.
— Você consegue fazer coisas muito mais divertidas, . — Mary virou a câmera em sua direção. Mexeu em algo em seu celular e encaminhou para a amiga. — Por isso, compramos um ingresso para você. Vai ter um show no Sunset Sunside que, por coincidência, também fica perto de seu hotel.
— E sabe o que é melhor? vai ser a atração principal! As amigas vibraram ao anunciar o pequeno presente para Olívia. A única reação que a que estava em Paris teve, foi franzir o cenho.
quem?
— Você está brincando que não conhece o cantor mais lindo e que tem a voz mais melodiosa de todo o mundo… — Mary iniciou, fazendo Kate a olhar. segurou uma risadinha.
— OK. Não precisa exagerar. Mas concordo que ele é um gatinho. — disse, dando uma piscadela para Olívia. — Agora, se eu fosse você, já começava a me arrumar. — Precisa aproveitar cada momento ao estar aí, .
— Preciso, não é? — concordou. A mulher deixou o corpo ereto, respirando fundo. Era melhor começar logo. — Até mais tarde então, meninas!
— Não faça nada que eu não faria! Ou melhor, faça tudo!

✈️🤍
Romance is not dead if you keep it just yours…

Não era a primeira vez que Olívia estava em Paris.
Já havia visitado a cidade a trabalho, sem qualquer tempo para conhecê-la verdadeiramente e estar ali, com toda a calma e despreocupação a deixava extasiada. Conseguia observar atentamente cada detalhe, o clima ameno e a iluminação que deixava tudo ainda mais bonito do que se lembrava.
Depois do jantar, resolveu andar um pouco para aproveitar o clima que o lugar poderia lhe proporcionar e até mesmo para fazer hora até que o show que suas amigas haviam lhe presenteado, começasse.
Observou o minucioso comércio espalhado por ali, de todos os tipos. Alguns já se encontravam fechados, mas outros, em sua maioria, continham clientes.
Mesmo com o vento frio acariciando seu rosto, se sentia acolhida só de estar ali, em um lugar diferente, incrivelmente bonito.
Ela sorriu. Paris tinha sua beleza, não podia negar.
Quando virou a esquina, próximo a praça onde continha um chafariz enorme ao meio, pôde avistar a fachada do Sunset Sunside na pequena viela, onde algumas pessoas já se encontravam à espera e pequenas luzes amareladas decoravam a rua.
Parecia surreal de tão bonito.
Olívia não precisou esperar muito para entrar. Ao contrário dos bares e boates de sua cidade, ali era mais rápido do que ela imaginava. Quando se deu conta, já estava sentada próxima ao pequeno palco montado ao final do local, onde além de ter a parte coberta, também continha a área externa decorada com várias luzes e flores.
Se lembrou de tirar uma foto e enviar à suas amigas. Elas iriam adorar estar ali também.
Enquanto a apresentação do tal não começava, se deixou levar pelos pensamentos. Fazia um tempo desde que não tirava um tempo para si, para fazer o que queria e aproveitar seu momento. Sempre inventava alguma desculpa para postergar seu descanso, para aproveitar do jeito que deveria. Mas, para ser sincera, sentia falta de sua rotina. O trabalho lhe ocupava a mente para pensamentos que ela não queria focar, como o fato de ter seus trinta e ainda estar sozinha. Claro que aquilo, nos tempos atuais, não era nada. Gostava de ser a mulher empoderada que era, de ter sua vida estável e ser independente a ponto de estar ali, em Paris.
Só que Olívia sentia falta de ter alguém. Sentia falta de chegar a casa, depois de um dia exaustivo e ter alguém para abraçá-la, sem qualquer pretensão, mesmo no silêncio.
Respirou fundo. Não queria prender sua atenção naquele momento.
O que também não seria possível já que a voz do rapaz lhe despertou. Quando Olívia parou os olhos no palco, sentiu o coração aquecer levemente. era mesmo gatinho, como Kate havia dito e algo em sua beleza parecia ser singular. Os cabelos loiros, em um tom mais escuro, lhe davam um charme especial, assim como o sorriso contagiante que tomou conta de seus lábios ao iniciar.
— Sejam todos muito bem-vindos e espero que essa noite seja mais do que especial para vocês. Sou e vamos iniciar com Selfless, acho que todos aqui devem conhecer…
Colocou os olhos em todos que ali já estavam sentados e recebeu palmas ao iniciar os acordes do violão posicionado acima de sua coxa, enquanto o mesmo estava sentado ao banco.
A melodia era encantadora, assim como sua voz. Não se lembrava de conhecer algum cantor que conseguisse aquecer seu coração como o rapaz conseguia fazer, apenas com uma música.
O que a deixou ainda mais curiosa para ouvir o restante.
parecia mais do que imersa no som. Seu corpo se movia minimamente, sem ao menos perceber, no ritmo lento e um sorriso fraco surgiu em seu rosto.
Naquele instante, era só ela. Sem trabalho, sem preocupações e algo que possivelmente a deixaria para baixo, sem se lembrar das ótimas coisas que lhe rodeavam.
You work so hard, you should get just what you're worth… It's who you are, puttin' everybody first…
As palavras que ecoaram da canção a pegaram de surpresa. Quase como se a música fosse para ela. achou engraçado, não tinha como ter uma coincidência tão grande.
Ela ergueu o olhar. E quando o fez, sentiu seu rosto corar. a observava, como se estivesse admirando algo tão belo que ao menos conseguia tirar seus olhos devidamente. Claro que não permanecia com seu olhar no dela, mas mesmo que olhasse para qualquer outra pessoa, voltava a olhá-la.
E parecia gostar daquilo.
mordiscou os lábios, balançando sua cabeça. Poderia ser coisa de sua cabeça.
Por que alguém famoso como ele olharia logo para ela dentre todas as outras pessoas que ali estavam?
Resolveu por ignorar aquilo e aproveitar o restante daquele show. Não podia negar que estava incrível e ela estava fazendo o possível para aproveitar o máximo que pudesse.

✈️🤍
Let the only flashing lights
Be the tower at midnight…

Ela abraçou o próprio corpo.
ainda se sentia imersa no show que havia acabado de ter. Se sentia leve, eufórica e realizada. Para ser sincera, os três adjetivos não poderiam definir melhor.
Já se passavam das onze quando a mulher parou na calçada, observando o pouco movimento ali e ficou no aguardo de algum táxi. Os veículos passavam sem qualquer pressa e, assim como , não pareciam ter algum destino certo.
Ela pensava no que faria naquele instante. Não queria voltar para o hotel, suas amigas se soubessem certamente lhe matariam. Também não queria ir para muito longe já que, de certa forma, ainda estava cansada da viagem até ali. Respirou fundo.
Um pigarro a seu lado lhe tirou de seus devaneios.
— O quão clichê seria eu perguntar se você está acompanhada?
virou o rosto. E a visão que teve fez seu coração palpitar brevemente. Se sentia uma adolescente.
Ela sorriu. a observava, da mesma forma que antes quando a mulher estava sentada, o ouvindo cantar. observou como ele conseguia ser ainda mais atraente tão próximo assim.
E ele começou a ter certeza que não havia visto ninguém tão bonita como ela enquanto a olhava.
— Não estou acompanhada. Mas acho que você já sabe disso. — respondeu, colocando o cabelo para trás da orelha. — , prazer. Pode me chamar de .
.
Estendeu sua mão. Ela apertou e sentiu o quentinho de seu corpo emanar gradativamente. Por um segundo, se sentiu mais do que confortável.
O rapaz se aproximou um pouco mais, dando licença a algumas pessoas que passavam por ali e aproveitou aquela brecha para estar mais próximo da mulher.
— E então, , vai para algum lugar específico?
— Bom, confesso que ainda não sei. Não tenho muitas opções em mente. E pelo horário não sei se existem alguns lugares abertos ainda.
Ele assentiu. Colocou a mão no bolso do casaco e se virou para ela.
— Eu tenho um lugar bem interessante para ir. Se quiser me acompanhar…
Deixou um sorrisinho de canto surgir. se sentiu inteiramente tentada, mas não queria deixar tão transparente que aceitaria assim.
— O que te faz pensar que eu te acompanharia? Eu nem te conheço.
Conteve uma risada fraca. O rapaz franziu o cenho, arqueando a sobrancelha em seguida.
— Você tem um ponto. Mas… Você não me conhece mesmo? Nunca ouviu falar sobre mim? — indagou, confuso.
levou uma das mãos à boca, segurando a risada e balançou a cabeça, negativamente.
— Confesso que nunca havia escutado uma música sua antes de hoje. Ganhei o ingresso das minhas amigas.
Ouch. — levou uma das mãos ao peito, fingindo estar ofendido. — E superei suas expectativas?
— Mais do que eu imaginei, pode ter certeza.
— Fico mais aliviado então. — riu fraco e levou uma das mãos aos cabelos, os bagunçando levemente. achou sua risada deliciosa, assim como seus gestos leves. — Posso te acompanhar? Para onde quer que você esteja indo.
Sua pergunta a pegou de surpresa. Não pensou que ele se interessaria assim, não justo com ela.
Observou os olhos brilhantes do rapaz. Ele parecia ansioso por sua resposta. — Você não vai ter algum problema com isso? — indagou. sabia que famosos como ele poderiam se encrencar com casos como aquele, onde boatos surgiram por algo que ao menos havia acontecido. — Digo… Você é conhecido. Sair assim com alguém desconhecido pode trazer complicações.
continuou a olhando e pressionou os lábios em um sorriso contido. Achou encantadora a forma com que ela se preocupou.
— Não se preocupe. Consigo dar um jeito em relação a isso. Você não vai sair em algum tablóide, se é essa sua preocupação. — brincou observando a mesma arregalar os olhos.
— Não é isso. Não pensei nisso, para ser sincera, mas… Pode acontecer? — perguntou.
— Quem sabe. — deu de ombros. Notou que o observou rapidamente e assim que percebeu seu olhar no dela, disfarçou. Os dois sorriam minimamente. — Vamos? Ofereceu seu braço. olhou para o rapaz por mais algum tempo e mordiscou os lábios.
— Nós vamos andando? — indagou, um tanto incerta. adorava caminhar, mas , como famoso, talvez quisesse um mai mais rápido e confortável. — Eu não me importo, mas talvez você—
— Que graça teria visitar Paris e não desfrutar a beleza das ruas enquanto caminhamos?
Ela parou por um instante. O observou rapidamente e sentiu o rosto enrubescer uma outra vez. Precisava confessar que ainda não estava acreditando que ele, um cantor famoso, estava ali, a convidando para caminhar, aparentemente interessado na mulher.
sorriu, aguardando por ela e não pensou duas vezes ao cruzar seu braço com o dele, podendo sentir levemente o perfume do rapaz lhe fazer ter mínimas borboletas na barriga.
— Você tem razão.

✈️🤍

sentia sua barriga doer.
Não havia parado de rir desde que estava a seu lado. O rapaz conseguia ser extremamente espontâneo e agradável. Conseguia deixá-la confortável das formas mais inesperadas.
Do momento em que haviam saído do Sunset Sunside com o rapaz, decidiram por andar por quase todos os pontos turísticos próximos dali e visitar algumas praças e fontes espalhadas pelo bairro.
Eles andavam sem qualquer preocupação em voltarem para os lugares em que estavam hospedados e muito menos, em se despedirem. Haviam apreciado e gostado da presença de um e do outro naquele pequeno momento, no pouco tempo que haviam se conhecido.
Mesmo sem perceber, os dois acabavam contando um pouco mais de sua vida. havia mencionado que trabalhava em um ateliê, gostava do que fazia, mas precisava de um tempo para si, para respirar um pouco. Já , comentou que vivia da música, mas que por um tempo permaneceu afastado de sua carreira para respirar assim como ela, mas agora voltava aos poucos.
— E o que você tem achado da cidade até agora?
— Encantadora. Romântica. Iluminada. Tudo é muito maravilhoso. — respondeu, respirando fundo. Seu olhar estava ao redor enquanto falava. — É como estar em um filme.
— Preciso concordar. Paris tem seu encanto.
disse, um pouco mais baixo. Eles haviam diminuído o ritmo ao se aproximarem de Champs de Mars, onde a torre já se encontrava inteiramente iluminada e poucas pessoas ali a observavam.
Os dois ficaram em silêncio ao olhá-la e não percebeu quando o rapaz pousou seus olhos nela, a admirando por completo. tinha suas mãos no bolso da calça, parado poucos centímetros atrás dela. Se sentia aéreo, como se estivesse flutuando. Fazer algo como aquilo, fora de sua agenda, era mais interessante do que qualquer outra coisa.
sentia o olhar do rapaz sobre ela. Sabia que ele a observava sem pressa e, mesmo que não o conhecesse muito bem, se sentia à vontade ao estar em sua presença.
Tinha gostado de conhecê-lo. parecia ser alguém que valia a pena passar o resto daquela noite, mesmo estando cansada.
.
Ouviu a voz do rapaz a chamando. A mulher virou o corpo, não se dando conta de que ele estava mais próximo do que ela pensava.
tinha seus olhos claros pousados no rosto da mulher. Sua atenção parecia ser toda para ela. Ele a olhava como se fosse a primeira vez, como se fosse uma pintura a ser admirada.
— Você não faz ideia de como quero beijar você.
Ela parou. O corpo pareceu formigar.
não esperava aquilo. Na verdade, faziam anos que a mulher não sentia uma sensação como aquela. A sensação de ser desejada, de ser respeitada como ele fazia.
Poderia estar até enganada, afinal, só conhecia à algumas horas. Ele poderia ser como qualquer outro cara, tentando conquistá-la apenas para levá-la para o quarto do hotel no final da noite.
Mas alguma coisa parecia diferente.
Alguma coisa em seu olhar. No sorriso ingênuo. Na atitude ao querer acompanhá-la.
mordiscou os lábios, começando a se sentir nervosa. Como uma adolescente em frente ao garoto em que era apaixonada.
— Você quer me beijar? — perguntou, quase sussurrando. parecia não acreditar.
Ele sorriu. O mesmo sorriso que a estava atraindo.
— Sim, Olívia. — se aproximou um pouco mais, ajeitando os fios teimosos que balançavam pelo rosto da mulher. — Eu quero muito beijar você. Não foi preciso dizer mais alguma coisa. A troca de olhares parecia ser a resposta certeira para que a mulher se rendesse ali mesmo, aos pés da Torre Eiffel.
levou uma das mãos de encontro a sua cintura, a apertando levemente e fazendo com que a quentura de seu corpo fosse transmitida para ela, lhe causando arrepios. Se aproximou sem hesitar. E no instante seguinte seus lábios se tocavam, em um beijo calmo, sereno como o pouco vento que acariciava a pele dos dois naquele instante.
Foi o suficiente para que os dois pensassem a mesma coisa e aquilo incluía ir para o hotel em que estava hospedado.
não ligaria para aquilo.
Não naquela noite.

No, I didn't see the news
'Cause we were somewhere else…

Duas semanas haviam se passado e Olívia já estava de volta à sua rotina de antes. Ateliê, carga horária puxada e amigas curiosas querendo saber cada minucioso detalhe de sua ida à Paris.
E o principal, claro, havia feito questão de omitir.
Só de lembrar de , sentia o coração apertar. Ela não queria acreditar que haviam feito algo, mesmo que ela quisesse tanto como naquela noite. Não queria acreditar que ele só a quisesse por uma noite, sendo levada por conversas e um bom papo.
não queria acreditar que ele havia se esforçado tanto para aquilo.
Sua garganta já doía. Como era possível ter gostado tanto de uma pessoa em apenas uma noite juntos? Como ele podia tê-la ganhado assim?
Ela não queria mesmo acreditar.
Deixou que a mente vagasse para quando acordou ao lado de . Quando em um surto de realidade, saiu correndo, sem ao menos se despedir.

A pouca luz que adentrava as frestas da cortina que encobria a enorme janela do quarto havia sido suficiente para acordá-la. O corpo de Olívia parecia mais pesado que o normal e os olhos ardiam, em uma sonolência surreal.
Parecia ter feito muita coisa.
Se espreguiçou um pouco mais. Pôde sentir a cama ainda mais macia do que se lembrava e, se não se enganava, o lado também estava diferente.
respirou fundo. E com isso, virou o corpo. De primeira, achou que ainda estava sonhando. O homem ao seu lado parecia adormecido tão serenamente que sentia pena se tivesse que acordá-lo.
Observou os cabelos bagunçados e a cena seguinte lhe despertou por completo. Ele estava sem camisa, sendo coberto apenas por parte do edredom. E quando olhou para seu corpo, a camisa mais larga e branca a encobria.
Não era possível.
Ela não tinha deixado aquilo acontecer… Ou tinha?
Seu coração começou a bater mais rápido. Sequer conhecia o rapaz e odiava quando se deixava levar por suas emoções tão momentâneas.
Sem pensar muito e em um surto de incredulidade, pegou todas as suas coisas arrumadas em um sofá, colocou sua calça, junto da blusa e o casaco e calçou os sapatos.
Deu uma última olhada em , deitado na cama. Parecia ter um sono profundo já que ainda estava na mesma posição. Resolveu por não fazer mais nada. Não iria avisá-lo, muito menos deixar um bilhete.
O que quer que haviam feito, acabaria ali. E ficaria guardado a sete chaves em Paris.


Fechou os olhos.
Todas as vezes que fazia aquilo, o sorriso de vinha a sua mente. Bufou. achava melhor esquecer tudo o que havia acontecido de uma vez por todas. Então, resolveu voltar ao seu trabalho, pronta para focar em tudo o que fazia.
Tentou focar nas documentações, tentou focar nos pedidos novos e nas conversas à seu redor. Fez o possível para se manter ocupada com suas coisas, mesmo que suas amigas volta e meia a lembrasse de algo.
Kate e Mary faziam de tudo para saber qualquer que fosse a coisa que havia acontecido nos poucos dias que esteve lá.
Mal elas sabiam que havia voltado antes da hora. E até mesmo um pouco decepcionada.
Quando voltou sua atenção outra vez aos papéis espalhados à sua mesa, ouviu as batidas na porta e as duas adentraram agitadas, com seus celulares em mãos.
franziu o cenho.
— O que foi agora? Não tenho mais nada para contar.
Indagou. Mary trocou olhares com Kate e as amigas se aproximaram.
— Você só pode estar brincando, não é? — Kate iniciou. — Tem certeza? Ou finalmente vai nos dizer que passou a noite com ?
— Olívia! — Mary agora, chamava sua atenção, como se não acreditasse no que havia acabado de ouvir.
Sua cabeça voltou a doer. E o coração acelerava mais uma vez.
Como é que elas haviam descoberto aquilo?
— Do que é que vocês estão falando? Vocês tem noção que ele é famoso e não teria porque estarmos juntos?
Kate pressionou os olhos, negando com a cabeça.
— É mesmo, bonitinha? Então me explica essa foto.
Kate esticou o braço, mostrando o display do celular. Na foto em questão, havia um casal. Os dois tinham as mãos dadas e a olhava com ternura, parecendo até estar apaixonado.
A mulher estava de costas. O casaco tapava parte de seu corpo e os cabelos pareciam balançar.
Não tinha como negar que era ela. Mas negaria.
— Você está supondo que sou eu por qual motivo, Kate?
… — Mary interrompeu, olhando dela para Kate. — Os sapatos. Foi o que eu te emprestei.
olhou para a foto mais uma vez. Os benditos coturnos escuros que Mary fez questão que ela levasse.
Fechou os olhos com força. E assim fez com a porta do escritório.
Virou o corpo para suas amigas e colocou as mãos na cintura.
— OK. Vocês me pegaram. Mas não foi nada. Nada! Passamos a noite juntos e não era para isso ter acontecido, ok? — iniciou, observando a feição das duas. Kate tinha a boca aberta, surpresa e Mary tinha seus olhos arregalados. — Nos conhecemos na saída do show. Andamos um pouco pela cidade e no final, acordei na cama dele. Não é preciso muito esforço para imaginar o que aconteceu, não é?
— Meu…
— Deus!
Disseram, em uníssono. rolou os olhos. Não precisava daquilo.
— Esqueça isso. Não foi nada. Por favor. — disse, um pouco mais baixo, deixando de olhar para as duas e voltando a fazer seu trabalho. — Só vamos terminar o expediente e esquecer que tudo isso aconteceu.
— Foi tão ruim assim?
Kate perguntou, sem muitos rodeios. a olhou e deu de ombros.
Não havia sido ruim, longe disso. Havia sido melhor do que ela queria. E era por esse motivo que precisava esquecer.

✈️🤍

Já era final de tarde quando terminou seus afazeres e quase estava chegando a sua casa. Conseguia observar o pôr do sol ao final do dia e em como aquele clima nostálgico faziam com que ela se lembrasse exatamente dos poucos dias que passou em Paris.
Respirou fundo. No fundo, bem no fundo, se sentia um pouquinho arrependida de ter deixado aquilo acontecer. Talvez se não tivesse conhecido , se não tivesse se deixado levar pelo sorriso estonteante, estaria melhor do que agora.
Caminhou um pouco mais até chegar à porta de sua casa. Poucos carros passavam naquele horário, mas havia uma movimentação intensa pelo comércio aberto.
girou a maçaneta e adentrou, encostando seu corpo na porta de madeira. Permitiu respirar profundamente antes de qualquer coisa.
Queria fazer o que fosse possível para viver sua vida, sem qualquer interferência do que havia acontecido.
Quando desencostou o corpo cansado e começaria a se preparar para relaxar um pouco, ouviu batidas incessantes em sua porta e tomou um pequeno susto. Provavelmente eram suas amigas e mais provável ainda, querendo saber mais do acontecido.
Já impaciente, a abriu.
— Meninas, sério? Eu já falei que—
— Posso entrar?
A voz rouca lhe interrompeu. Por um instante, achou estar vendo uma miragem. Os cabelos loiros, o sorriso que ela não conseguia esquecer.
E seria impossível se estivesse parado à sua frente por mais tempo.
— O que? Você… O que você—
não deixou ela terminar. Se aproximou com urgência e juntos seus lábios aos dela, beijando-a como se quisesse aquilo há tempos. Colocou suas mãos no rosto de , em um carinho tranquilo.
Ela não conseguia acreditar.
Quando se separaram, ela continuou o olhando, sem acreditar.
sorriu.
— O que estou fazendo aqui? — perguntou retórico. — Vim atrás de você.
— Você é louco?! Não pode simplesmente aparecer aqui como se não fosse nada e… E me beijar assim sem mais nem menos e…
estava desorientada. Só conseguia focar no beijo e em como queria mais.
— Por que não? Você nem se despediu. Acordei e o quarto estava vazio. Saiu de fininho, .
Ela deixou seus olhos caírem sobre ele. parecia decepcionado de alguma forma.
cruzou os braços.
— E isso importa? — rebateu. Ele franziu o cenho. — Foi só uma noite. Você me teve, fizemos o que tinha que fazer e foi isso. Não era para ser um caso de uma noite só? Pois então.
— O que? — perguntou, confuso.
O rapaz parecia não entender o que ela estava lhe dizendo. Ela passou as mãos pelo rosto, respirando fundo. Parecia não acreditar no que estava acontecendo.
— Olívia, o que você está dizendo, nós—
— Nós transamos, . O que mais você quer?
Disse, exasperada. Sentiu as bochechas corarem ao ver que ele a observava. pressionou os lábios e inclinou a cabeça levemente. Parecia segurar um sorrisinho esperto.
— É isso o que te preocupa?
— O que me preocupa é você aparecer aqui sem motivo.
Cruzou os braços outra vez. ficou em silêncio brevemente e se aproximou. Ela sentiu o corpo arder.
— Não aconteceu nada àquela noite, . Você dormiu de tão cansada que estava. Trocou de roupa porque queria ficar mais confortável enquanto conversávamos. — disse, abaixando levemente para ficar quase na altura da mulher. Ela piscou algumas vezes. — Você apagou e eu te cobri. Caí no sono logo depois. — sorriu, a desconcertando. desviou o olhar. — E o meu motivo? Está bem aqui na minha frente.
Sua fala aqueceu o coração de . Aos poucos, se sentia amolecer. Queria se praguejar de todas as formas por ter deduzido algo como aquilo e mais ainda por ter saído daquela forma.
Não sabia como se desculpar por uma suposição tão boba.
Engoliu em seco e tentou formular alguma frase.
riu fraco. Quando ela o olhou, o rapaz balançou a cabeça, sabendo certamente o que tinha que fazer.
Com isso, puxou pela cintura, colando seu corpo no dela, como havia feito antes, a fazendo se render por completo. Aquilo fez com que só conseguisse pensar em uma única coisa.
Talvez as coisas não precisassem ficar só em Paris assim…




Fim.





Nota da autora: Oi, pessoal! Aqui estou com mais uma fic para vocês! Espero que tenham gostado e não esqueçam de deixar um pequeno feedback com o que acharam!
E para quem se interessar em outras histórias minhas, o link da minha página de autora vai estar logo aqui embaixo. Um beijão a todas, e volte sempre <3


Nota da Scripter: HELLO!! Clique AQUI para deixar uma mensagem de amor!

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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