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Última atualização: Maio/2024

Capítulo 1

The rumors are terrible and cruel
But honey, most of them are true


Todo animal tem impulsos, seja este um animal racional ou irracional. Embora o passatempo predileto dos humanos seja negar sua própria natureza, nós somos animais racionais que, na maioria das vezes, conseguimos controlar grande parte dos nossos instintos primitivos. Contudo, é cientificamente comprovado que todas as pessoas possuem níveis impulsionais diferentes em todas as idades, principalmente durante a juventude. Para os neurocientistas, isto se deve ao fato de que o cérebro dos adolescentes ainda não está completamente formado — especialmente a parte autorreguladora deste. Cada cérebro de cada adolescente se desenvolve em um ritmo não específico e a última área a amadurecer é o Córtex pré-frontal. Isso mesmo, aquela regiãozinha que comporta características usuais dos adultos: capacidade de planejamento, concentração, empatia e inibição de impulsos.
Então, mesmo com meus colegas de classe falando que não havia nenhuma desculpa ou justificativa para o que (também conhecida como a narradora não confiável deste conto adolescente) tinha feito na última sexta-feira de outubro, às 23 horas, havia, sim, pelo ponto de vista de neurocientistas respeitados.
Mas o cenário dessa avalanche não é um hospital ou um centro de pesquisas. É a universidade. Entrar aqui pode até ser mais fácil, sair, no entanto… bem, imagine uma jaula de leões, na qual a porta de emergência está aberta, porém tem um banquete de carne ali. Você vai ser mordido se tentar ir embora, ou será comido quando os animais terminarem com a carniça que estava entre você e a liberdade.
Ou eu só estou sendo um pouquinho dramática.
— O Anarquismo acredita que o Estado deve ser completamente banido, o povo se auto-governaria. A educação seria libertária — o professor de sociologia continuou seu monólogo animadamente, como se dar aula fosse a coisa mais empolgante a fazer. — Muitos deles, não todos, são ateus. Ou seja, a igreja, como era uma instituição, também deveria ser banida. Os casamentos, por exemplo, não existiriam mais, pois envolvem o govern…
— Os casamentos já não existem. A maioria se divorcia por traição. A traição antigamente era punida com morte, não era? Hoje em dia, só matam o amor! — , minha ex melhor amiga e colega de quarto, interrompeu a explicação, enquanto se levantava abruptamente da carteira. O azul das suas íris destacadas pelas lágrimas em seus olhos. Ela olhou de relance para mim, o ódio, desprezo e a mágoa quase me deram um soco na cara. Por mais que a frase proferida por ele tivesse sido, no mínimo, ridícula.
Mas ela estava machucada, e pessoas machucadas fazem coisas idiotas.
Pelo menos eu não era a única dando uma de diva dramática ali. Que reconfortante de todas as maneiras erradas, pensei com escárnio.
A loira saiu da sala como um cometa em roupas caras antes que qualquer um dos presentes pudesse proferir alguma palavra. E, logo, Vanessa estava correndo atrás dela.
Como sempre. Os humanos são mesmo criaturas de hábitos.
— O que está acontecendo? — o professor perguntou em voz alta à turma, completamente absorto às fofocas que percorriam o corredor do prédio universidade desde a primeira aula.
Bufei, fechando os olhos e afundando na cadeira. Nem me preocupei em checar os arredores, sabia que todos estavam descaradamente vidrados na minha pessoa, prontos para me detonar a qualquer momento como mísseis, como já tinham feito por murmurinhos e memes maldosos no Instagram.
Chumbo trocado não deveria doer, mas deixava hematomas sufocantes.
— Piranha. — O sussurro era quase inaudível, mas foi o suficiente para me fazer abrir os olhos e dar um sorriso irônico para garota sentada do meu lado. Como se eu fosse abaixar a cabeça.
— Com o maior prazer.
Mesmo sendo a errada da história, mas isso não vem ao ponto.

As aulas tinham sido mais cansativas e pesadas do que o normal. Assim que o sinal tocou, apressei os poucos passos necessários para chegar à residência na qual vivia, onde, com certeza, mais uma boa dose de gritaria com acompanhamento de gelo estavam me esperando. Pelo menos teria uma boa desculpa para beber em uma segunda.
Finalmente estava na porta de casa, completamente exausta depois de uma manhã inteira sendo tachada como vadia, piranha, vaca traidora e outras palavrinhas nada bonitas. Além do sentimento de culpa que eu tinha que carregar, como o fardo que ele era. Tudo o que eu desejava era deitar na minha caminha, colocar uma música da Taylor Swift e me permitir entrar em um tipo de estado catatônico até o dia seguinte.
Tal como na noite de sexta, as coisas não aconteceram como eu planejava. Tirei a chave do bolso, mas, quando estava prestes a abrir a porta, ela foi escancarada por .
— Oi, . — Ela fungou, e meu estômago embrulhou como se eu fosse vomitar. Nós duas tínhamos sido inseparáveis desde sempre, como eu poderia ter feito aquilo com ela? Eu dava um novo patamar ao conceito de amiga ruim. Mesmo com nosso afastamento recente, nada justificava meus atos. — Suas coisas estão no gramado. Você não vai mais morar aqui.
Opa.
Minha primeira reação foi olhar para trás, onde a grama da casa se encontrava. Três caixas enormes estavam quase transbordando. A palavra preferida de todos para substituir meu nome escrita nelas com marca texto. Lê-se: vadia.
— Tá doida? — Consegui destravar, minha mente tão distraída nem ao menos tinha notado as caixas nem um pouco discretas no quintal. — Para de coisa, . Eu sei que fiz muita merda, mas você sabe que não posso morar sozinha. Se eu não ficar aqui, vou ter que voltar para casa. Literalmente do outro lado do país! — Tentei colocar algum senso em sua cabeça, minhas mãos movendo-se tão exasperadas quanto minhas palavras. Ela não podia estar falando sério. Meu coração esmurrava minha caixa torácica. Como a garota que costumava ser minha melhor amiga, ela sabia exatamente o que estava se passando pela minha mente.
— Você devia ter pensado nisso antes de dormir com o meu namorado na minha cama! — ela disse, seu tom de voz residia no meio termo entre irritação e decepção. Antes que pudesse ter qualquer movimento em resposta, ela fechou a porta na minha cara.
, para com isso! Vamos conversar! — Bati na porta, repetindo aquelas duas palavras: vamos conversar. Tinha como? Aquele era o tipo de problema resolvido com diálogo? Eu não sabia. Mas meu desespero por estar à beira de virar uma sem-teto gritava mais alto que meu senso. Muitas coisas pareciam se sobressair a ele ultimamente. À medida que eu me agonizava, aumentava a força para bater na porta, tentando chutá-la e a esmurrar, mas nada estava funcionando. — ! , por favor! — Tentei abrir a porta com a chave, sem resultado de novo. Ela tinha trocado a fechadura? — PUTA MERDA, ! VAI TOMAR NO CU, SUA FILHA DA PUTA! EU DEVIA TER TRANSADO COM ELE MESES ATRÁS. APOSTO QUE A EJACULAÇÃO PRECOCE DELE OLHANDO PRA MINHA BUCETA FOI MELHOR DO QUE QUALQUER GOZADA DENTRO DE VOCÊ!
É, eu não quis dizer isso. Mas foi exatamente o que saiu da minha boca.
E ela não abriu a porta.
Que surpresa.
Aceitando uma derrota temporária, me sentei na escadinha em frente à porta, decidida a esperar pela Alice, a prima de que dividia a casa com a gente, até olhar para o lado e notar que o carro de Ali estava divinamente estacionado. O que significava duas coisas:
1. Eu realmente estava distraída pra caralho.
2. Alice estava ciente da situação.
Antes que meus sentimentos calamitosos pudessem tomar o controle, Cortese apareceu do nada na minha frente. Sim, o mesmo cara que era namorado da minha melhor amiga e tinha tirado a minha virgindade na sexta-feira. Ah, aquele dia não podia ficar melhor.
— O que você quer aqui? — Estava prestes a descontar toda a minha raiva em alguém que só tinha 50% da culpa. Alguém que tinha sido extremamente gentil e compreensivo, antes e depois do... Certo, . Se tem um momento para não pensar no cara que te ajudou a, literalmente, foder a sua vida, é agora.
— Eu soube que você está sem lugar pra morar. — Ele coçou a nuca, como fazia quando estava nervoso. Era no mínimo peculiar assistir um homem de quase dois metros de altura tão hesitante. Arqueei as sobrancelhas, confusa sobre como ele soube de algo que aconteceu há três minutos. — Ela postou no Instagram quando estava montando as caixas. — Suspirou, visivelmente arrependido com a proporção que uma transa de traição sem significado tinha tomado.
Ah, . Você não é o único arrependido aqui, confie em mim.
— Me diz que foi no privado de besteira, pelo menos — grunhi, esfregando meu rosto até que minhas mãos parassem abaixo do meu queixo. Ele assentiu. Pelo menos só 100 seguidores e não 900 tinham visto, então. — Ótimo.
Ele deslizou as mãos nos bolsos, abrindo a boca algumas vezes antes de cuspir as palavras para fora rapidamente.
— Eu tenho um amigo que precisa de um colega de casa, acho que seria bom pra vocês dois.
— Veio aqui me oferecer uma casa como um pedido de desculpas por ter transado comigo? — Me levantei, mantendo o olhar firme em seu rosto enquanto cruzava os braços.
— Não! — seus olhos cor de avelã esbugalharam-se e suas bochechas coraram, e, pela primeira vez no meio de toda aquela confusão, eu consegui rir. De repente, eu me lembrei por que tinha me atraído pelo errôneo doce. passou as mãos pelos cabelos castanhos que estavam longos o bastante para tocarem seus ombros timidamente. — E você transou comigo também!
Viu? Ele é um boboca fofinho. Quer dizer, bem como um traidor repugnante, mas eu não tinha mais moral para julgar isso.
— Normalmente é necessário dois indivíduos, ou mais, para a prática de uma relação sexual, mas obrigada por me lembrar, . — Revirei os olhos, embora a sombra de um sorriso fosse clara em meus lábios. — Você não está fazendo isso por pena, não é?
Pena.
Eu odiava essa palavra. Ter um grupo de jumentos vindos do inferno para me xingar era mil vezes melhor do que uma só pessoa sentindo pena de mim. Eu já tinha provado muito desse sentimento alheio na minha cidade natal, com certeza não precisava de mais uma rodada dessa bebida melancólica.
suspirou, abrindo os braços em rendição.
— Eu estou com raiva de mim mesmo, . Meu relacionamento acabou e você está sem um lugar para morar. Três pessoas saíram machucadas. Por minha culpa. — Seu olhar sincero e sua voz banhada por fragilidade tornaram tão mais fácil eu apenas concordar com aquelas palavras e tirar o peso da culpa das minhas costas. Eu podia facilmente pestanejar, gritar, chorar e ele aceitaria tudo cabisbaixo.
Mas eu só respirei fundo.
Só dá pra apontar dedos até um certo ponto antes deles pararem em você.
— A culpa foi de nós dois, .
Ele não disse mais nada, provavelmente incerto de suas próximas ações. Afinal, eu o conhecia. Sabia que, em qualquer outra situação, ele iria me abraçar e dizer palavras de afirmação para assegurar que tudo daria certo. Mas o limite entre nós dois havia sido estabelecido no momento em que eu saí do quarto naquela noite cheia de prazeres e pesares. estendeu o braço, uma folha de caderno com algumas coisas escritas me esperando em sua mão. Apenas agarrei o papel, sem triscar em qualquer parte da sua pele.
— O endereço — ele clarificou. Assenti sem realmente olhá-lo, focando minha leitura no garrancho que me mostraria o local. Não era muito longe, poderia facilmente ir a pé. — E, ?
— Sim? — Levantei minha cabeça. O silêncio se fez presente naquele limbo, dois olhares cheios de tanta coisa, apenas tentando transmitir um terço de tudo, até que finalmente falou, com uma convicção que nem eu mesma tinha ultimamente:
— Você não é o que eles dizem sobre você.
E mesmo que não devessem, aquelas palavras pequenas, que não deveriam soar nem um pouco românticas, aqueceram meu corpo da cabeça aos pés.
— Obrigada — respondi, uma vez que ele já havia ido embora, mesmo que não pudesse escutar. Recuperei a atitude quando uma brisa gélida acariciou minha bochecha, me lembrando das mãos frias do garoto que tinha acabado de sair. Jesus do céu, eu precisava de mais limites. Andando até a minha trindade de caixas nada pequenas e com o endereço cravado na minha mente, me preparei para empurrar e carregar até a minha, esperançosamente, futura casa. — E lá vamos nós.


XXX


Eu juro que teria batido mais simpaticamente na porta se não tivesse andado três quarteirões inteirinhos com 3 caixas pesadas pra uma porra sendo empurradas, juro mesmo. Mas agora a pessoa que ia decidir se eu ia ou não permanecer nessa droga maravilhosa de cidade muito possivelmente já me odiava por quase quebrar a merda da sua porta de madeira.
Olha, eu sei. Falando assim, até parece que eu odeio a minha cidade natal, mas é mais complicado que isso. Quem dera fosse tão simples quanto odiar uma cidade tediosa.
— Você só pode estar de brincadeira comigo. — A voz dele parou minha tentativa interior de explicação ou sei lá o quê. Seus lábios arqueados formando aquele clássico sorriso lateral que ele tanto usava e parecia ter sido moldado por Deus apenas para me tirar do sério.
Só por ele estar ali, vivo e respirando, me custou um percentual alto de autocontrole para não pular no pescoço dele. Tinha que ser legal, pelo menos até aquele ser me deixar morar lá... com ele.
Credo. A que ponto eu cheguei?
Aí está algo que nunca pensei que iria precisar: a ajuda de . Embora nós dois tenhamos uma amizade incomum, ou inimizade. Ah, tanto faz. Minha relação com caras não é um tópico que eu queira discutir, nem comigo mesma.
— Eu concordo. — Revirei os olhos, me forçando a ser cordial com aquele galinha de meia tigela. — Olha, você provavelmente já sabe da minha situação.
— A foda com o ou você ser expulsa de casa? — me interrompeu e eu respirei fundo, me controlando para não mandar ele à merda. — Você devia aprender comigo, . Nunca pegue e fale se for alguém comprometido.
— Cala a boca. Eu preciso de um lugar pra morar por enquanto e o me deu esse endereço.
— Tá querendo se pegar com ele aqui em casa? — Sua voz permaneceu com o tom de provocação.
— Meu Deus. Fica quieto e me escuta! Eu, obviamente, não sabia que era você, mas já estou aqui e tive que carregar essas caixas enormes por três quarteirões inteiros sem ajuda nenhuma, além de ser taxada como vadia que transa com todos quando eu só fiquei com um cara. Aliás, e se tivesse sido mais do que um cara? Só porque eu sou uma garota isso seria errado? Aposto que se fosse um cara fazendo essa merda, não teria tido essa repercussão toda. Certo, eu não estou sendo chamada de puta porque transei com vários, o que não teria nada de errado, mas porque fiquei com um cara que tinha namorada e essa namorada era a minha melhor amiga, que agora me odeia e me expulsou de casa. Então, não seja um merda pelo menos uma vez na sua vida e me deixe morar aqui — despejei rapidamente, e o plano de ser legal voou pelos ares. Mas como eu seria gentil com o ? Simplesmente impossível. Eu nem mesmo sabia o que fez a válvula estourar e minha boca grande abrir para ser… um pouco grossa com ele, mas aquilo já era parcialmente comum. Tossi, ajeitando minha postura antes de encará-lo. — Só até as vagas para irmandades abrirem de novo. Por favor.
Pelo menos eu consegui não mandar ele à merda.
Porém, tomando como dica a careta de confusão que acompanhava os braços cruzados dele, duvidei bastante que ele, na minha frente, conseguiu entender alguma coisa do que eu havia dito.
Homens, sempre lerdos.
— Só até as inscrições para irmandades abrirem de novo? — Assenti com a cabeça e colocou a mão no queixo, como se estivesse pensando. Idiota. — E aí você se manda?
— E aí eu me mando — confirmei.
— Eu vou te cobrar aluguel — ele disse, arqueando as sobrancelhas.
— Justo. — Levantei as mãos. O aluguel barato era o maior motivo disso.
— E eu vou deixar minhas cuecas pela sala.
— Nojento. — Fiz uma careta. — A sua cuequinha do Homem-Aranha?
— Dá para esquecer disso? — Pela primeira vez naquele diálogo, parecia envergonhado. Nada como eus mais jovens para ensinar humildade. — A gente era criança.
Eu ri, cruzando os braços.
— Eu era uma criança, você era um bebê que sujou a cuequinha com…
— Ok, boa sorte morando no telhado da — disse, com um sorriso irônico, fechando a porta.
— Espera! — Coloquei a mão nela, impedindo que ele sumisse de vista. Guardaria as provocações para mais tarde, mas agora precisava de uma cama. — Eu não vou falar mais da sua cuequinha do Homem-Aranha.
Pelo olhar semicerrado, parecia saber das minhas intenções, mas apenas resmungou em concordância.
— E você vai embora assim que as inscrições para irmandades começarem.
— E você nunca mais vai me ver. — Sorri ironicamente. Eu sabia, tanto quanto ele, que não queríamos ter que suportar um ao outro mais do que o necessário. — Só em festas, mas vai estar ocupado demais com a conquista da semana para notar.
parou, ainda segurando a porta. Ele me encarou por alguns segundos de relógio e eternidades na minha cabeça. Eu tinha uma casa ou não?
— Sabe, você não precisava dar esse discurso todo. Eu sempre ajudo as donzelas em perigo — o idiota disse maliciosamente e eu tive que usar todo o meu autocontrole para não chamar o rabo dele de donzela. Quando eu estava prestes a mandar ele ir para puta que pariu, deu uma risada anasalada ao ver minha expressão e empurrou a porta para abri-la por completo. — Fechou. — A palavra mais milagrosa do mundo para mim deixou sua boca, seguida pelo irritante sorriso de sempre. Ele esfregou as mãos. — Vamos. Vou te ajudar com as tralhas.
Eu bem que teria dito alguma coisa para provocar ele, ou até bater o pé e dizer que conseguia carregar minhas caixas sozinha, mas o cansaço era tão grande que eu só me permiti sorrir.
Não por causa do , é claro. Apenas para o fato de eu ter onde dormir a noite.


Continua...



Nota da autora: Sem nota.





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