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Última atualização: 31/05/24

Prólogo

Todos nós crescemos sabendo que a magia é algo proibido, desde pequenos somos ensinados que ela corrompe e destrói, e que apenas estamos a salvo até hoje graças ao empenho do reino de Aredhel em acabar com esse mal pela raiz.
Em meus breves oito anos, nunca sequer encontrei alguém amaldiçoado, mas, ao longo da vila, diversos adultos contam as histórias sobre o conhecido de um conhecido que ouviu falar de alguém que abriu mão de sua alma em busca de poder.
E, talvez, eu seja até mesmo capaz de ver algum amaldiçoado hoje.
Em busca de varrer todo e qualquer sinal de magia do reino, o rei Arwen faz duas vistorias por ano em toda a extensão de Aredhel, e todas as pessoas que possuem mais de 8 anos — a idade que eles acreditam que a magia começa a se manifestar — são obrigados a comparecerem à praça da cidade.
Um aperto mais forte em minha mão traz minha atenção de volta à realidade, e noto minha mãe apreensivamente ao meu lado. Ela vem sendo testada há anos e nunca demonstrou sequer um traço de estar amaldiçoada, mas, em alguns casos, a magia pode despertar tardiamente.
E eu rezo silenciosamente para que isto não aconteça com ela.
— Queria que você não precisasse passar por isso. — mamãe fala ao notar minha atenção focada nela.
— Está tudo bem. — retribuo o seu aperto em uma tentativa de acalmá-la. — Nada vai acontecer com você.
Passamos o resto da manhã em silêncio, a fila extensa à nossa frente diminui cada vez mais com o passar das horas e pouco depois do que parece ser o horário do almoço, finalmente paramos de frente para a porta da construção onde está ocorrendo a vistoria. A porta se abre e um cavaleiro aparece trajando uma armadura de um branco tão brilhante, que meus olhos ardem e sinto uma pontada de dor na cabeça.
— Próximo — a voz trovejante sai abafada pela armadura.
Dou um passo à frente, mas o aperto em minha mão se torna maior, me impedindo de continuar.
— Ela é só uma criança, por favor, me deixe acompanhá-la. — mamãe pede ainda me segurando. — Não tentarei interferir, só permita que eu vá junto.
— Ordens são ordens, senhora. — é o máximo de resposta que obtemos antes que o próprio guarda nos separe e me escolte para dentro da construção.
O caminho é silencioso, sigo atrás do guarda até que ele para na frente de uma porta e a abre, indicando que devo entrar. O cômodo é limpo e vazio, sem qualquer decoração além das grossas paredes esbranquiçadas.
A dor em minha cabeça se torna ainda maior quando dou os primeiros passos para dentro e não consigo conter o grito que sai alto e ecoa pelo espaço. Um movimento repentino em minhas costas chama minha atenção e me viro, encontrando um senhor parado à porta.
— Por favor, isso dói, me ajuda. — peço aos choros conforme o vejo se aproximando.
— Sinto muito, criança, mas sua alma está manchada.
Contudo, sua voz não demonstra nenhum pesar. Muito menos sua cara ou a arma branca balançando em sua mão, que não demora a cruzar a sala e acertar meu braço.
Sinto como se meu braço pegasse fogo e me jogo ao chão, incapaz de conter as lágrimas que correm livremente por minha face. Eu clamo pelos deuses, choro pedindo por minha mãe, peço que me ajudem, mas fico falando sozinha até que perco a consciência e a escuridão é tudo o que me resta.



Continua...



Nota da autora: Finalmente voltei a escrever e a minha volta não podia ser em qualquer outro momento do que nesse especial. Logo mais volto com o primeiro capítulo e espero que vocês gostem!





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