free counter
Última atualização: 22/04/2024

I. Lovely

"Walkin' out of time
Lookin' for a better place
Something's on my mind
Always in my headspace"

- Lovely, Billie Eillish



A vida é mesmo uma coisa doida. Com todos os meus séculos de vida e tudo que já presenciei, nunca imaginei que chegaria a esse momento. Nunca pensei que encontraria em minha antiga casa, castigada pelo tempo, as respostas que tanto procurei. Meus pais me deixaram cedo de mais. Você deve estar pensando “como assim cedo?” Bem, hoje faz 150 anos que perdi meus pais tragicamente. Nesse momento, estou aqui, sentada no chão do sótão da minha casa. Cômodo este que desconhecia a existência até 5 minutos atrás.
Meus pais sempre foram muito amorosos, mas tinham também muitos segredos - esse é o motivo de terem sido brutalmente assassinados – e, aparentemente, o local em que estou abriga todos eles. Pego em minhas mãos a caixa de madeira com meu nome, já está muito deteriorada pelo tempo, mas está inteira. Nota-se que pensaram com antecedência em deixar tudo que eu precisaria um dia. Todas as minhas respostas estavam aqui? Só há um jeito de descobrir.
Com delicadeza, abri a caixa. Há uma leve camada de poeira dentro do compartimento. Junto com duas cartas e dinheiro. Uma caixa tão trabalhada para ter apenas isso dentro dela? Abro uma das cartas, prestando muita atenção ao que parecem ser as últimas palavras de meu pai.

, se está lendo essa carta, é porque eles nos encontraram. Estamos mortos e você está sozinha no mundo para entender os seus poderes e controlar sua natureza. Tenho velhos amigos que poderão te ajudar, no verso desta carta está o nome do líder do Clã. Espero que consiga encontrá-los apenas pelo nome dele. Como fazem décadas desde que nos encontramos pela última vez, não tenho ideia de onde podem estar residindo. Eles são como eu, então não representam nenhum perigo para você. Leve essa carta como você quando encontrá-los. Sabemos que vai conseguir, confiamos em você, . Não deixe que eles te achem, lembre-se disso. Somos parecidos, sei o que está sentindo, você quer vingança. E terá, mas não agora. Tenha paciente, treine, se aperfeiçoe. Você não veio de onde veio em vão. Seus genes são poderosos, e por isso que não pudemos ficar com você por muito tempo. Você é valiosa demais que ter o mesmo fim que nós. Não se esqueça de viver. Chore, sorria, viva e, principalmente, ame. Espero que encontre o seu prometido, como eu e sua mãe nos encontramos. Pode não gostar da ideia, mas não resista a ela mais, pare de bloquear a magia. Deixe-a fluir, não sabe o que está perdendo. Permita-se amar e ser amada, assim como nós amamos você.
Fique bem.
- Com amor, papai.

Terminei de ler a carta com lágrimas nos olhos, que logo secam.
- Ótimo Bjorn, me deu várias informações, hein, muito obrigada. - Digo para o além, afinal, estava sozinha naquela casa. Deixei a carta de lado, para poder procurar na internet em que lugar aquele homem estava, esperando que, quando fosse ao seu encontro, ele me aceitasse e me ajudasse a treinar. Deixo a carta de lado e vou para a segunda, ela é breve, está mais para um bilhete do que uma carta em si.

Olá, filha, acredito que já tenha lido a carta de seu pai. Só queria te dizer que eu me orgulho muito da mulher que se tornou. Você é forte, é guerreira, herdou e muito, diga-se de passagem, os genes do seu avô. Fico feliz em saber que consegui passar para você, pelo menos essa parte, uma vez que você é uma cópia de seu pai. Tenho apenas um conselho para te dar: Lembre-se quem é, de onde veio. Você pode muito mais, pode unir os dois mundos. Seu nome não foi dado ao acaso, você sabe de suas origens. Minha terra natal sempre será o seu lar, chegou a hora que ir atrás de suas origens. Saberão quem você é quando chegar lá, a magia é muito forte. Lembre-se das histórias que te contei. Provavelmente, no século em que estiver lendo essa carta, elas não passaram de lendas. Está na hora de voltar para casa , ficaremos bem.
- Amo você, mamãe.

Peguei o dinheiro que estava na caixa e coloquei em minha mochila - como se eu fosse precisar, meus pais conseguiram acumular uma quantia exorbitante no decorrer dos séculos. Aparentemente, eles estavam se preparando para o pior há muito tempo. Minha casa está muito destruída, só vou conseguir reunir informações em uma biblioteca, não tem internet aqui. Acho que está na hora de me despedir de vez desse lugar. Começo a arrumar minhas malas, pego o máximo de roupas que consigo, até encher minhas malas. A cada roupa que dobro cuidadosamente e guardo, sinto como se um pedaço do meu coração se despedaçasse. Sempre vivi aqui, então ainda não superei.
Pego a caixa e percebo um fundo falso, sem muita dificuldade abro-o, fazendo mais uma carta cair. Ela tem a caligrafia de minha mãe. Confusa e curiosa, começo a ler a carta. Não consigo imaginar o que minha mãe pode ter escrito aqui.

A magia ainda vive, ela está adormecida no momento, mas sei que nosso povo conseguirá acordá-la. Por enquanto, não deixem que saibam o que você é, isso pode causar represálias, ainda mais por conta do que fiz. Mostre-se apenas quando for preciso. Não deixe que a peguem. Sinto muito não poder ter treinado você do jeito que esperava, mas fiz o meu melhor. Em minhas viagens, acabei descobrindo algumas coisas muito interessantes. Se, em sua jornada, precisar de ajuda e não souber em quem confiar, confie nos Black. Confio em você, una a todos, sei que consegue.
- Tala Uta

Essa carta me deixou muito confusa, quem são essas pessoas? Eu nem mesmo sei onde ficam nossas origens, ela nunca me disse. Tala sempre foi assim, cheia de mistérios. Não a culpo, ela já sofreu muito em sua vida. Sua mãe se sacrificou para ajudar sua aldeia. Seu pai, enlouqueceu com a perda de seu grande amor e saiu vagando pelo mundo, nunca mais sendo visto. Ao encontrar meu pai, se odiaram no início, não aceitando a magia que os rondava. Quando finalmente ficaram juntos, demoraram séculos para conseguir me ter, tanto que sou filha única. Eles nunca conseguiram repetir tal feito.
Depois de um longo tempo, termino que arrumar todos os meus pertences e começo a colocar as malas em meu carro. Preciso saber ainda hoje se vou precisar deixar meu carro para trás ou se vou poder ir dirigindo, caso estejamos no mesmo continente. Entro em meu carro e vou em direção à biblioteca.
Com a carta de meu pai em mãos, começo a procurar pelo nome da pessoa que vai me ajudar. Fico horas procurando, uma vez que tenho apenas nome e sobrenome, mas não encontro nenhuma informação. O que faz sentido, uma vez que, sendo quem é, não é muito seguro ter informações na internet. Vejo vagamente que atualmente reside nos Estados Unidos. Ótimo, são vários quilômetros, mas poderei ir com meu carrinho. Gosto de dirigir, posso pensar no que direi para ele quando chegar. Procuro um hotel em uma cidade próxima, uma vez que a que ele reside é minúscula. Assim que tenho tudo pronto, vou em direção ao meu carro. Está na hora de ir para o meu destino, aprender a controlar minhas naturezas.


II. Runnin

Ain't runnin' from myself no more
I'm ready to face it all
If I lose myself, I lose it all

- Runnin, Naughty Boy


Segundo meu GPS, demoraria pouco mais de dois dias. Durante o caminho, vou pensando no que falar. Não posso simplesmente chegar e fala “Oi, tudo bem? Meu pai disse que você poderia me ajudar”. Preciso chegar com calma, explicar as coisas. Só preciso acostumar-me com o cheiro, afinal estou há muito tempo sem conviver com eles. Sei que vou precisar ficar por muito tempo com eles. Nesses anos, eu só desenvolvi as minhas outras habilidades, sendo que uma delas eu nem sei se funciona, já que eu estava sozinha todo esse tempo.
Depois de muito dirigir, chego em meu destino. Como já havia reservado um hotel para ficar, vou direto para ele, deixando grande parte de minha bagagem no carro, uma vez que o hotel é minúsculo e pretendo alugar uma casa para ficar, caso ele aceite me ajudar. Assim que estou no quarto, vou direto tomar um banho demorado para poder relaxar. Coloco uma roupa quente para poder sair, por mais que não precise disso. Saio do hotel e vou na lanchonete que fica em frente ao mesmo, afinal uma parte de mim precisa comer comida. Como rapidamente e volto para o hotel; preciso dormir para acostumar com o fuso, por mais tenha sido poucas horas de diferença.

--------------

No dia seguinte, acordo por volta das 9 horas de manhã. Gostaria de ter dormido mais, mas estava muito ansiosa e nervosa pelo encontro com o amigo de meu pai. A cidade em que residem é bem nublada e pequena. Pelo que aprendi em minhas pesquisas, a cidade tem menos de quatro mil habitantes e é extremamente nublada e chuvosa. Perfeito para eles, penso. Escovo meus dentes e meus cabelos. Coloco uma calça jeans, uma blusa branca de gola alta e manga comprida, com um sobretudo marrom (tenho que disfarçar o frio) e um coturno preto. Entro em meu carro e vou em direção ao hospital local, afinal ele trabalha lá. O que é levemente estranho, levando em conta a natureza deles.
Chego no hospital e estaciono meu carro do outro lado da rua. Respiro fundo, criando coragem para encarar essa nova fase, e depois pego a carta de meu pai, colocando-a no bolso do agasalho e caminho até a recepção do hospital. Ao entrar, me deparo com uma recepção super vazia, tendo apenas a recepcionista e eu no local. Ela deve ter cerca de 25 anos, lê uma revista de moda que não tive curiosidade de ver qual é. Ao notar minha presença, levanta o olhar levemente.
- No que posso ajudar? - Pergunta ela com um tom de voz entediado, não deve existir muitas emergências em uma cidade tão pequena.
- Gostaria de falar com o Doutor Carlisle Cullen, ele está?
- Está sim, vou chamá-lo. Qual o seu nome?
- , . - Respondo. A recepcionista assente e vai atrás do médico. Nossa vai ser fácil assim? Essas pessoas tem que ser um pouco mais curiosas. E se eu fosse uma assassina de aluguel e estivesse aqui para matá-lo? Fico alguns minutos na recepção esperando o Cullen chegar, o que não demora muito.
No final do corredor, avisto a mulher voltando, sendo seguida por um homem extremamente pálido. Ele devia ter quase 1,80 de altura, com uma aparecia de no máximo 30 anos, cabelos loiros penteados cuidadosamente para trás. Não podia negar, ele era bonito. Todos são, é o charme do predador. Olho para seu rosto e não posso deixar de notar seus olhos. São extremamente caramelo, mais claros que os meus até porque essa é 100% da formação deles. Ele usava um sapato social preto, calça chino também preta, uma camisa social azul com uma gravata também azul. Por cima da roupa estava com seu jaleco branco e um estetoscópio em volta do pescoço. Quanto mais perto ele chega, mais consigo sentir o cheiro doce que só eles têm. Preciso me controlar para não torcer o nariz, afinal, 150 anos sem conviver com vampiros é muito tempo.
- Senhorita ? - Assinto. - Estava a sua espera, me acompanhe, por favor. - Oi, ele me esperava? Ou isso é apenas para ela não desconfiar? Ele mostra o corredor com uma de suas mãos, esperando eu ir na frente. Assim que o faço, andamos juntos e em silêncio até o final do corredor, entrando em uma porta à direita. Ele mostra a cadeira em frente à mesa do consultório enquanto senta-se na cadeira do outro lado da mesa.
- Desculpe vir assim sem avisar, você nem sabe quem sou eu. - Disse enquanto sentava na cadeira. - Meu pai me deu o seu nome e disse que você poderia me ajudar. O nome dele era Bjorn . - Nesse momento ele pareceu recordar de meu pai e me olhou com curiosidade.
- Pai? - Assinto. - Você diz, filha biológica? - Pergunta, curioso. - Nós somos amigos de longa data, tem cerca de 200 anos que não o vejo. Não sabia que tinha uma filha, mas... - Ele para de falar, como se as peças estivessem encaixando. - Você é muito parecida com ele para... e eu coração bate. Como você é humana e tem pelo menos 200 anos?
- Eu tenho 169 anos. - Dou de ombros. - Sou uma híbrida, eu fui gerada como uma criança normal. - Entrego a carta que meu pai fez para Carlisle. Como não era endereçada a mim, não li a carta, afinal, privacidade é bom e eu gosto. O médico leu atentamente a carta, parecia interessante pois ele franzia as sobrancelhas conforme seus olhos passavam pelo papel.
- Certo, o que seu pai disse é no mínimo interessante. Então os Volturi descobriram que seus pais estavam juntos. - Assenti, essa história ainda era muito complicada pra mim. Só de pensar nisso, meu ser era tomado por um ódio indescritível. - E, por conta disso, você tem pouquíssimo treinamento de seus dons, por conta de sua natureza. - Assenti novamente.
- O único que eu tenho total controle são as viagens espirituais, se é assim que posso chamar. Se eu me concentrar bem, meu espírito deixa meu corpo e posso vagar para o lugar que eu quiser. Foi assim que vigiei aqueles assassinos por 150 anos. - Digo com raiva e sinto meu corpo tremer, preciso me controlar, não é a hora que me mostrar, por mais que ele provavelmente saiba por conta da carta.
- Entendo, seus dons são muito poderosos. Compreendo completamente o medo de seu pai.
- Posso perguntar umas coisas? - Ele assente. - Quando disse que estava a minha espera. Você disse isso apenas para não levantar suspeitas da recepcionista, não é?
- Não, eu sabia que você viria. Óbvio que não sabia o porquê, nem nada, mas sabia que você me procuraria. - Respondeu ele calmamente.
- Mas, como?
- Não sei se sabe, mas não vivo sozinho. Eu tenho uma família, claro, todos vampiros, até hoje não sabia que um ser como você poderia existir. Então, uma das pessoas que moram comigo prevê o futuro. Ela viu que você viria. Foi com dificuldade, era como se estivesse borrado, ela diz. Mas conseguiu saber que alguém viria me procurar. E aqui estamos.
- Entendo. Outra coisa, dessa vez eu paro: seus olhos, não são vermelhos. Sangue animal? - Pergunto, praticamente já sabendo a resposta.
- Sim, e suponho que mantenha a mesma dieta. Não se alimenta de sangue humano?
- Bem, isso depende da minha outra forma. Se eu me manter humana por muito tempo, eu sentirei sede como qualquer outro vampiro. Se não, sinto fome e sono como um humano normal. É como se uma natureza balanceasse com a outra, dependendo da situação.
- Certo, isso é muito interessante, claro que vamos aprender mais, já que espero que fique conosco. - Disse ele, enquanto pegava o celular e digitava alguma coisa. - Claro que vou ajudá-la.
- Eu não sei como agradecer, eu não saberia nem por onde começar a treinar sozinha sem ajuda. - Respondo, aliviada. Escrevo meu número em um papel e entrego a ele. - Esse é meu número, quando pudermos nos falar melhor, me ligue, gostaria de treinar o mais rápido possível.
- Certo. - Diz ele enquanto salva meu número em seu celular. - Gostaria de conhecer minha família, Alice está louca para te conhecer. - Quem?
- Mas, e o plantão? - Digo enquanto me levanto, não gostaria de ser incomodo a ninguém.
- Está muito tranquilo ultimamente, garanto que a doutora Sullivan dá conta do plantão de hoje. - Respondeu ele, enquanto guardava seus materiais em sua mala, cuidadosamente. - Vamos? - Assinto. Sigo-o para fora do hospital, enquanto ele avisa para a recepcionista que iria resolver um problema de família e depois vai em direção ao seu carro.
- Só tem um problema, eu vim de carro para cá, e agora? - Aponto para o meu Mini Cooper vermelho.
- Vai me seguindo então, assim não deixa o carro na rua. - Assinto e vou até meu carro. Logo ele dá a partida, começando a dirigir até sua casa. Logo eu estava dirigindo, em direção à casa do Dr. Presas.


III. Feeling Good

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

- Feeling Good, Nina Simone


Ao chegar na residência dos Cullen, não pude deixar de notar o quão arejada e transparente a casa era. No meio da floresta, não precisavam se esconder, o sol poderia entrar sem se importarem com a exposição ao mundo humano. A casa era realmente muito bonita, a arquitetura moderna que mesclava o concreto com a madeira de forma harmoniosa era realmente impressionante. A casa era tão grande que não era possível ver se havia movimentação.
Ao sair de seu carro, Carlisle vem em velocidade vampírica, abrir a porta do meu carro. Saio do mesmo, ainda olhando maravilhada para a casa. Ele rapidamente abre a porta da grande casa e me convida a entrar. Deixo meu sobretudo no carro, afinal, não preciso fingir sentir frio aqui. Assim que entro na casa, sou recebida por 6 vampiros que me olham com curiosidade. É como se soubessem que eu vou e o que estou fazendo aqui. Senhor o cheiro... Se controle, , não é a hora de se mostrar, penso. Fazendo com que o vampiro de cabelos bronze olhasse para mim com curiosidade. Saia da minha cabeça, digo enquanto faço um grande esforço para bloquear minha mente, realmente vou precisar de ajuda para treinar. Quando seu olhar fica confuso, percebo que consegui. Sorrio de lado com esse feito.
- Pessoal, essa é , ela é filha de um velho amigo meu. Ele deixou uma carta para mim, pedindo para que cuidasse dela caso acontecesse alguma coisa. E de fato aconteceu, os Volturi descobriram seus pais. Ela é extremamente especial. Ele a descreve como Única de sua espécie. - Introduziu ele. - essa é minha família. Esme, minha esposa. Alice e Jasper, eles são casados. Emmet e Rosalie, também estão juntos. Por último temos Edward. - Assenti e dei um sorriso tímido a eles. Não posso negar, mas que família bonita, claro, é charme de vampiro. Mas, principalmente Rosalie e Edward são extremamente bonitos.
- Quando você diz filha... - Começa Jasper, deixando a frase no ar.
- Biológica, sim. Acho que dá para ouvir meu coração batendo. - Digo dando um sorriso sem graça enquanto coço a cabeça.
- Isso é muito legal! - Diz Emmett animado, recebendo um tapa no ombro de Rosalie. - Ei! Isso é legal mesmo, nunca achei que vampiros pudessem ter filhos.
- Ok, mas isso não explica o porquê você se incomodou com nosso cheiro. - Diz Edward, atraindo todos os olhos caramelo para mim, menos Carlisle, que já sabia o motivo da leve repulsa.
- Lê mentes? - Ele assente. Bufo, vou ter que aperfeiçoar esse dom sozinha aparentemente. - Bem, isso é porque, minha mãe é uma loba. - Eles ficaram calados esperando eu continuar. - Bem, eu não esperava falar isso de cara, não sabia que vocês tinham dons também. - Jasper ia falar alguma coisa, mas eu o interrompi antes de fazê-lo. - Eu vou explicar tudo. Isso não pode sair daqui, pois envolve o segredo de mais pessoas, eu não os conheço, mas sei que existem. Não estou preparada para lidar com duas naturezas ao mesmo tempo. Vou aprender a controlar os meus dons e depois eu penso no que fazer com a outra parte. Mas, enfim, eu sou meia vampira, meia humana. Eu sou metade vampira e metade metamorfa.
- Como assim? Eles não deveriam querer que se matar? - Perguntou Emmett, confuso como os demais. Menos do chefe do clã, provavelmente em sua carta, meu pai explicou tudo.
- Minha mãe e meu pai se apaixonaram à primeira vista, como se isso realmente pudesse acontecer - Sim, pode acontecer, infelizmente. - Eles foram inimigos mortais, brigaram muito e tentaram resistir, mas acabaram ficando juntos. Anos depois, eu nasci. Foi uma gravidez rápida, uma vez que eu sou metade vampira; pelo que eles falaram, foi uma gestação de aproximadamente 4 meses. É isso, quando Sr Cullen disse que sou única, e é verdade. Pelo que sabemos e procuramos, sou a única híbrida que existe. - Terminei de contar minha história, todos ficaram calados. Estava pronta para represálias e julgamentos, mas quando Emmett soltou uma gargalhada e começou a falar algo sobre ter um cão de guarda, levando um tapa de Rosalie, fazendo todos rirem da situação, suspirei aliviada.
- Então, quais dons você tem? - Perguntou Jasper e pude notar um ar de curiosidade em seu olhar. - Me proponho a te treinar com todo prazer. - Dou um sorriso de alívio. Eles me olham de um jeito tão amistoso que já me sinto em casa.
- Olha, eu tenho alguns, meus pais achavam que isso se deu por conta da mistura de raças. Eu consigo bloquear meus pensamentos. - Pisquei para Edward. - Crio ilusões na cabeças das pessoas, posso fazer você pensar que algo aconteceu, sendo que você só viveu isso na sua cabeça; controlar sentimentos, por exemplo, posso fazer uma pessoa deixar de gostar da outra e vice-versa; e o melhor de todos, consigo apagar memórias. - Todos me olharam assustados. - Claro, que não sei fazer isso direito, só fiz duas vezes, foi um leve treinamento com minha mãe. Eu consigo fazer elas voltarem, caso eu queira.
- E como foi isso de você ser meio vampira? Como foi o crescimento? - Perguntou Carlisle dessa vez.
- Eu parei de crescer quando atingi 10 anos de idade. Não envelheço desde então. Além disso, eu me transformei em lobo pela primeira vez aos 17 anos. E sigo assim.
- E como se alimenta? - Dessa vez foi Emmett. - Aliás, quantos anos você tem? - Dou uma leve risada com a segunda pergunta.
- Isso depende do meu modo de vida. Caso eu fiquei muito tempo sem me transformar, sinto sede com qualquer vampiro. Sono eu sinto independente do que eu fizer. Ah, tenho 169 anos. - Faço um esforço e desbloqueio minha mente. Quase 170 anos e estou muito gata. Edward olhou para mim assustado. Dou de ombros.
- Então você come? - Pergunta Esme. Assinto. - Vou poder estrear minha cozinha finalmente. - Completa ela animada. Oi?
- Nossa, vamos fazer várias compras, ver muitos filmes juntas. - Diz Alice animada, tirando um sorriso tímido de Rosalie.
- Mal posso esperar para começar a treinar você, aposto que consegue evoluir rapidamente. - Disse Jasper.
- Você vai morar aqui, né? Podemos decorar o seu quarto hoje mesmo. - Disse Alice novamente, dando pulinhos. - Rose é maravilhosa decorando, podemos fazer isso rápido. - Gente, o que está acontecendo? Em todo esse tempo, todos falavam menos Edward, ele apenas me olhava com curiosidade.
- Calma, gente, calma. , você gostaria de morar aqui? Imagino que esteja ficando em um hotel. A casa é grande, temos quarto de sobra. E como vamos treinar você, ficaria mais fácil de você sair de casa sem levantar suspeitas, sabe como é, cidade pequena.
- Como assim?
- Nós somos vistos como um casal que adotou vários adolescentes porque a esposa não pode ter filhos. Estava pensando em dizer que você era filha de um casal de amigos nossos de longa data e que seus pais morrem em um acidente de carro, onde só você sobreviveu. - Ele conta a história. Parece colar, já que eu não me pareço em nada com os vampiros que me encaram. Pondero por uns instantes. Esses rostos desconhecidos me passaram uma segurança que nenhum lugar conseguiu me passar em muito tempo. Acho que vai ser uma boa, como meus pais me aconselharam, eu precisava viver. Dessa vez, de verdade.
- Eu topo. - Disse dando um sorriso sincero para todos, sendo retribuída imediatamente. Pela primeira vez em mais de 150 anos, eu me sentia em casa.


IV. Say Something

Quando disse que topava, todos se mostraram bem animados, parecia que não acontecia muita coisa de diferente em suas vidas há tempos.
- Ótimo, agora você precisa pegar suas malas no hotel, para ficar com a gente. - Disse Carlisle. Por um momento, ele ficou pensativo. - Edward, porque não a acompanha? Ela não sabe o caminho de volta para Forks.
- Claro. - Disse Edward. Me despedi de todos com um aceno e fui em direção ao meu carro, com Edward ao meu encalço. Andamos em silêncio até meu carro. Percebo que os dois estão indo para o lado do motorista.
- Onde você pensa que vai? - Pergunto, colocando a mão na cintura. - Meu carro, eu dirijo. Pode ir dando a volta. - Indico o lado do passageiro. Ele bufa e entra a contragosto no carro. Do lado de fora, consigo ouvir Emmet gargalhar de dentro da casa. Vou ter que me acostumar a ser ouvida cem por cento do meu tempo. Entro no carro e começo a dirigir, sendo guiada por Edward.
- Então, o que houve com seus pais? - pergunta ele depois de termos percorrido uma grande do caminho em silêncio. Respiro fundo, tomando coragem para contar algo que não penso há 150 anos. - Não precisa contar se não quiser, posso perguntar para Carlisle depois.
- Relaxa, já faz muito tempo. - Digo, acalmando -o. - Foi no meu aniversário de 19 anos. Minha mãe e eu corríamos pela floresta, ela estava me treinando. Não estávamos muito longe de casa, morávamos em uma parte bem arborizada, mas ainda era perigoso de sermos vistas. Estava tudo bem, até minha mãe sentir uma sensação de que meu pai estava correndo perigo. Ela me deu uma ordem de alfa que me fazia ficar longe de casa. Não sei se você conhece alguma coisa dos transformos, mas quando o alfa nos dá uma ordem, é praticamente impossível desobedecer
"Quando minha mãe me deu a ordem, ela rapidamente correu até minha casa e se denstranformou, fazendo com que eu ficasse sozinha na floresta por um longo tempo. É um pouco difícil saber o quanto eu fiquei ali, exatamente. Porém, senti um grande aperto em meu peito, como se meus pais estivessem mal. Com muito esforço, consegui me livrar da ordem dela e corri até minha casa com toda a velocidade. Quando estava chegando, meu pai me envia seus pensamentos. Ele diz para eu não me aproximar ou eles poderiam sentir meu cheiro ou me ouvir. Claro, eram os Volturi, conseguia ver pelos olhos de meu pai. Nunca os havia visto, Bjorn apenas comentava sobre eles. Tentaram recrutá-lo diversas vezes por conta de seus dons, ele conseguia ler e transmitir pensamentos, e para eles, seria muito útil.
Por meu pai, consegui ver minha mãe, ela estava imobilizada por um vampiro com um manto cinza escuro. Ela tentava de todas as formas se livrar dos braços dele, mas ele era muito mais forte que ela, alimentava-se de sangue humano, era possível perceber por conta de seus olhos vermelhos. Uma vampira baixinha, cabelos loiros e presos perfeitamente, estava falando algo com meus pais. Ela vestia um manto totalmente preto. Aparentemente, quanto mais escuro o manto, mais importante a pessoa era. Ela estava julgando meus pais, o relacionamento deles era proibido, sabíamos disso. Eles eram inimigos mortais, não deveriam se amar. Meu pai parou de me transmitir sons, no momento que ela disse a sentença.

Say something,
I'm giving up on you
I'm sorry that I couldn't get to you
Anywhere, I would've followed you
Say something, I'm giving up on you

- Say Something, Christina Aguilera

Fuja, saia daqui. Eles não podem te encontrar. Não se preocupe conosco. Você merece uma vida longa e bela, seja feliz. Não volte tão cedo, tivemos sorte de que Aro não veio com eles, senão iriam caçar você no inferno. Vá, e não volte. Amamos você, nunca se esqueça disso. Com essas palavras, meu pai parou de transmitir seus pensamentos, me deixando no escuro, sem saber o que estava havendo. No momento que ouvi o grito da minha mãe, corri para a direção oposta e fiquei lá, escondida até anoitecer. Quando estava escuro o suficiente para nenhum humano estar na floresta, voltei para a minha casa.

Havia uma fogueira perto da porta dos fundos, onde meus pais estavam antes de eu correr. Na no centro do fogo, vi de relance a mão esquerda de meu pai. Sua aliança começava a derreter pelo calor. Ele estava morto, isso era um fato. E pelo jeito, fazia tempo. O corpo de minha mãe jazia próximo da fogueira. Acho que nunca chorei tanto na minha vida. Eu apaguei a fogueira e os enterrei juntos, na entrada da floresta. Coloquei algumas roupas em minha mochila, peguei uma parte de nossas economias e sai de casa. Voltei 50 anos depois para pegar o dinheiro e depositar em um banco. Depois, voltei apenas no dia em que descobri a carta."
Quando percebi, meus olhos estavam cheios de lágrimas e minha voz embargada. Tenho que respirar fundo pra fazer com que elas não escorram. 150 anos se passaram e ainda dói como se fosse ontem. Edward coloca a mão em meu ombro, em uma tentativa de me reconfortar.
- Desculpe ter que fazer você relembrar isso. - Disse ele, enquanto tirava sua mão.
- Está tudo bem agora, já faz um tempo. E foi bom poder contar isso para alguém. Guardei para mim por um longo tempo. - dou um sorriso triste para ele. Ficamos mais uns minutos em silêncio.
- Sabe aquela hora que Carlisle falou para eu ir com você? Ele pensou que você poderia vir a ser minha parceira. - Disse ele rindo pelo nariz.
- Mal cheguei e já estão me empurrando para você. - Dei risada. - Não que você não seja bonito, não me leve a mal, você é um gato. - Ele gargalhou. – Mas, olha, o máximo que pode rolar entre a gente são uns beijinhos, não estou afim de me envolver tão cedo, obrigada.
- Por quê? Alguma desilusão amorosa?
- Bem longe disso... Nunca cheguei a me apaixonar perdidamente por alguém. Acho que essa mistura toda de gene fez de mim uma pessoa incapaz de se apaixonar. - Dou de ombro enquanto rio pelo nariz. - Na sua casa você ficou todo calado e agora parece outra pessoa e desatou a falar. Por quê?
- Você é a primeira pessoa que eu vejo, em toda a minha existência, que consegue bloquear o meu dom. - Disse ele, olhando para a estrada. - Mantenha-se à direita, virando no próximo cruzamento. Bem, eu fiquei assustado no início. Agora, estou curioso. - Rio pelo nariz. Aproveito para desbloquear minha mente de vez, já estava ficando muito cansada de ficar barrando-o. Até que você não é ruim, Ed. - Bom saber que gostou de mim também, prevejo o início de uma grande amizade. - Sinto seu olhar sob mim, retribuo rapidamente e pisco para ele, fazendo-o gargalhar. - Você ficar dando em cima de mim, vai ser engraçado. - Paro quando pedi para parar, penso. - Relaxa, pode continuar. - Dessa vez, ele piscou para mim, fazendo com que eu gargalhasse. - Chegamos.
Saio do carro rapidamente e vou até a recepção fazer o check out. Pego minhas malas, com a ajuda de Edward, para não dar na cara que não precisava de ajuda, e colocamos a bagagem no carro. Entro no lado do motorista antes que ele me impeça e logo dou partida no carro, dirigindo em direção à casa dos Cullen. Não gostava de admitir, mas eu sentia que gostaria muito dessa nova fase da minha vida. Quem sabe eu não fico com eles? Isso eu só vou conseguir saber com o tempo.


V. My Future

'Cause I, I'm in love
With my future
Can't wait to meet her
And I (I) , I'm in love
But not with anybody else
Just wanna get to know myself

- My Future, Billie Eilish


Duas semanas se passaram desde que eu cheguei em Forks. Nunca achei que fosse encontrar um lugar que eu me sentisse tão bem como aqui. Eles até estão aprendendo a cozinhar para que eu possa comer - precisavam estrear a cozinha, palavras de Carlisle. Como eu prefiro comida a sangue, nem reclamei, afinal, eu não sei cozinhar um ovo. Todos me tratam extremamente bem, é até engraçado às vezes, pois, é como se eu fosse a irmã caçula de todos, o que não faz sentido, já que só sou mais nova que Carlisle. Rose e Alice redecoraram o meu quarto, deixando bem a minha cara. Eu insisti em pagar, uma vez que tenho bastante dinheiro sobrando, mas foi em vão.
O treinamento vai bem, consigo controlar meus pensamentos como ninguém, o que deixa Ed uma pilha de nervos. Hoje vamos tentar entender como o poder das memorias funciona. Todos estão receosos, se eu me descontrolar, posso fazer a pessoa esquecer quem é. Jasper teve a ideia da minha "cobaia" escrever em um caderno a informação que eu vou apagar de sua mente, para o caso de eu não conseguir devolver a memória. Mas que louco iria se voluntariar? Emmett, é claro.
- Você tem certeza? Eu posso fazer merda. - Pergunto para o brutamontes que caminha ao meu lado até a sala. Nesse pouco tempo, nós desenvolvemos uma amizade extremamente fraternal, é como se Emmett fosse o irmão mais velho que eu nunca tive. Ele pode ser bem insuportável às vezes, mas é só ameaçar morder ele enquanto estou em forma de lobo que ele para.
- Maninha, é claro que eu tenho, vai ser muito louco e, outra, sei que você não vai me fazer ficar babando verde pra sempre. - Responde ele piscando para mim e passando os braços pelos meus ombros, bagunçando todo o meu cabelo. Dou um empurrão nele, que obviamente não faz nem cócegas. - Ih, tá fraquinha, hein, tá na hora de caçar. - Mostro o dedo do meio para ele.
- Eu vou fazer você babar verde de propósito. Não me provoque.
- Uiaa, muito medo de você, viu, estou até me tremendo. - Reviro os olhos para ele.
- Vocês têm quantos anos? - Pergunta Rosalie, irritada. - Parecem duas crianças. - Olho para Em, recebendo um olhar do vampiro no mesmo instante. Nos encaramos por alguns segundos, olhamos para Rose e mostramos a língua ao mesmo tempo, fazendo nós dois gargalhar enquanto ela fazia um sinal de negação com a cabeça.
- Chega, vamos Emmett, senta no sofá que eu vou tentar fazer você esquecer de como se anda. Acho menos pior do que esquecer uma lembrança. - Ele me obedeceu e sentou-se no sofá. Sento-me na poltrona em sua frente para que possa me concentrar.
Olho para seus olhos, pensando nos movimentos de suas pernas se movendo. Como ele estava disposto a cooperar, foi até que fácil achar o comando e apagá-lo de seu cérebro. Quando dou uma leve vasculhada em sua mente, tentando achar algum resquício da memória em sua mente, e sinto minha cabeça doer levemente. É o sinal de que devo parar. Desvio o olhar do vampiro e encosto na poltrona, enquanto solto um ar que nem sabia que estava segurando. Nossa, como isso cansa, pensei. Claro que Ed não ouviu. Por mais que confie nele, gosto de privacidade em minha mente.
- Funcionou? - Perguntou Jasper. Ele sempre acompanhava meus treinamentos, como consegue manipular as emoções também, pode me ajudar caso eu perca o controle.
- Não sei, Emmett, tente andar.
- Oi? O que é isso? - Ele pergunta, confuso. Será que deu certo?
- Andar, sabe? Vai até a Rose, por favor. - Nesse instante, percebemos que ele não tinha a mínima ideia de como chegar até ela, que estava a menos de 2 metros de distância dele. Ele fica alguns segundos pensando em como fazê-lo. Ele tenta ficar de pé, mas cai com força no chão, fazendo todos gargalhar, obviamente, menos ele.
- O quê? Sei que você tem alguma coisa a ver com isso. Desfaça, por favor. - Ele estava claramente desesperado. Jasper senta Emmet desajeitadamente no sofá, enquanto me concentro em devolver as lembranças para ele. Isso é bem mais difícil do que roubá-las. Quando percebo que todas as memorias estão de volta em sua cabeça, sinto uma gota de suor descer por minha testa e uma grande tontura.
Quando dei por mim, estava deitada em minha cama. Levanto com dificuldade, minha cabeça lateja. Será que consegui? Acho que sim, o esforço foi tanto que apaguei. Vou ter que caçar antes de tentar fazer isso de novo. Saio do cômodo e vou até a sala, onde escuto vozes animadas. Assim que percebem minha presença, algo que não demora muito, visto que ouvem meu coração batendo, Carlisle logo vem em minha direção para ver se estou bem. Como me recupero rápido, apenas a dor de cabeça permanece, então o pessoal fica mais aliviado.
- E ai, consegui? - Pergunto enquanto me sento em uma poltrona e Esme me oferece um chá. Quando digo que estão felizes de usar a cozinha, não estava brincando. Pelo cheiro, estavam cozinhando alguma coisa nesse instante. Tudo é motivo para me enfiarem comida. Emmett veio ao me encontro, andando perfeitamente, bagunçando meu cabelo. - Aparentemente, sim. Que bom. Como se sente, grandalhão?
- Muito bem, ainda bem que você devolveu com a adição do que houve no meio tempo. Se não eu ia ficar com cara de ué, porque a Rose e o Jasper não paravam de rir, dizendo que eu parecia um desesperado por voltar a andar.
- Ótimo, da próxima vez, eu faço você me esquecer, só para ver a confusão de ver uma híbrida pela primeira vez de novo. - Dou risada em imaginar a cena, automaticamente Edward também dá risada. Ué, minha mente está desbloqueada? Ele afirma com a cabeça. - Esse negócio de memória me deixa mais vulnerável do que pensei. Sai da minha cabeça, Ed.
- Não posso fazer nada se você está vulnerável. - Disse ele em tom zombeteiro. Com um rolar de olhos, bloqueio minha mente novamente. Ele olha pra mim, com uma falsa expressão de raiva enquanto eu mostro a língua para ele. - Mas uma coisa temos que dizer: você é mais poderosa do que pensa. - Todos olham para mim em aprovação.
- O cheiro está ótimo, o que vocês estão inventando agora? - Pergunto, finalizando o assunto, antes que ele comece.

--------------

Estávamos todos na sala conversando quando Carlisle chega do trabalho. Ele parecia levemente preocupado. Algo provavelmente aconteceu.
- Sinto muito em interromper, mas eu acabei me esquecendo de um fato importante. Como você sabe, , até porque é um deles, temos transmorfos na região. Fizemos um acordo com eles, décadas atrás, para que não fôssemos atacados.
- Sim, vocês me contaram quando decidi ficar aqui.
- Então, cidade pequena, você sabe como é. Eles ficaram sabendo que você chegou e eu acabei esquecendo totalmente de deixá-los a par da situação.
- O que isso quer dizer? - Perguntou Alice.
- Eles querem conhecer a . - Respondeu Edward, lendo os pensamentos do médico.
- Mas, pelo que eu entendi, vocês não podem cruzar a fronteira do acordo.
- Não podemos mesmo, sem autorização. - Ele suspira. - Como eles querem te conhecer, autorizaram.
- Vamos então. - DIsse me levantando, sendo seguida por Ed e Emm, mas finjo que não percebi.
- Só nós dois. - Disse Carlisle, fazendo as minhas duas sombras pararem no meio do caminho. Eles quiseram protestar, mas o "pai" deles tratou de interrompê-los. - Ela estará em boas mãos, fiquem tranquilos.
- Temos que cuidar da caçula, sabe. - Disse Emmett bagunçando meu cabelo. Reviro os olhos e olho para ele como quem diz eu sou bem mais velha que você. - Isso não importa, você chegou depois, é mais nova.
- Socorro. Vamos? - Viro-me para Carlisle que assente para mim. Entramos em seu carro e damos partida. Estou indo para La Push, a terra de minha mãe. Nunca imaginei que visitaria esse lugar tão cedo, ainda mais por conta do tratado.
Fazemos todo o trajeto em silêncio. Posso perceber que, por mais que não demonstre, Carlisle também está nervoso. O que aconteceria caso eles não me aprovassem? Será que eu teria que ir embora? Eu não apresento perigo algum, muito pelo contrário. Caso eu me juntei a eles um dia, eu seria de grande ajuda. Mas será que me aceitariam?
- ? - Carlisle me chamou, tirando-me de meus pensamentos. - Chegamos.
Descemos do carro apreensivos, afinal, esse não era nosso território. Por mais que eu pertença a esse lugar, não está nem um pouco na hora de mostrar quem sou. Minha mãe era a única mulher e foi muito rejeitada por acharem que ela era fraca. Caminhamos até uma casa de madeira de aparência simples, mas muito aconchegante. Não precisamos bater - provavelmente sentiram nosso cheiro, a porta se abre e revela um homem de aparência mais velha do que eu imaginei que um metamorfo teria, uma vez que eu me transformei com 17. Era extremamente alto e de músculos definidos. Seus olhos eram negros assim como seus cabelos, cortados bem baixo para facilitar a movimentação me forma de lobo, acredito eu.
- Samuel, boa noite.
- Carlisle. - Sam o saúda seca e rapidamente, claramente incomodado com nossa presença ali. Ele olha para mim, esperando alguma coisa.
- Sam, essa é . Recém-chegada em nossa família. - Carlisle nos apresenta cuidadosamente. Assim que cruzo meu olhar com o de Sam, sinto meus pelos se arrepiarem levemente. Então você é o alfa. Sei que ele não vai estender a mão para mim, então apenas aceno com a cabeça, recebendo o mesmo movimento de volta. Seu olhar para mim é de desconfiança.
- Vamos entrar, o conselho está esperando. - Ele abre a porta para nós, dando espaço para que entremos na casa.
No centro da sala havia 5 pessoas, além de nós 3. Apenas Quil Atera ou Velho Quil, Harry Clearwater e Billy Black faziam parte do concelho, os demais eram membros da alcateia. Eram eles, Paul Lahote e Jared Cameron. Confesso que fiquei mexida ao mencionarem o Black. Lembrei claramente das palavras de minha mãe, dizendo-me para confiar nos Black. Assim que sou apresentada a todos, que me recebem com um olhar de desconfiança, começam as milhões de perguntas.
- Seu coração bate e você não tem o cheiro deles. - Afirma Paul. Ele tem cara de esquentadinho, ah, se eu pudesse...
- Sou metade humana.
- Como você se alimenta? - Pergunta Quill.
- Comida normal e sangue, mas prefiro comida.
- Então, pela cor dos seus olhos, posso supor que não se alimente de sangue humano. - Dessa vez é Harry quem fala.
- Não. - Mais.
Eles fazem mais algumas perguntas como o motivo de eu aparecer ali ou minha idade, nada demais. A única pessoa que não falou foi Biily, ele apenas me encarava, como se procurasse alguma pista em meu rosto. Sorte que não tenho puxei minha mãe em nada, se não estaria ferrada. Após ponderarem, eles concordam em me deixar ficar, o que é um grande de um alívio. Eu só gostaria de que me deixassem frequentar a reserva, mas isso já era pedir demais. Carlisle e eu nos despedimos rapidamente, não tínhamos a intenção de ficar, já tínhamos testado o autocontrole de ambas as espécies por tempo de mais.
Vamos para casa em silêncio, dessa vez não era o mesmo que fomos, era mais confortável. Os dois estavam aliviados, dava para perceber. Não saberíamos o que fazer, caso me rejeitassem. Não demoramos muito para chegar, e eu mal podia esperar para contar a novidade para todos.


VI. The Greatest Show

Ladies and gents, this is the moment you've waited for
— Panic! At The Disco



— Sério que vou ter que ir para o colégio?
— Sim, como já viram você na cidade e você aparenta ter 17 anos, caso você não for, vão estranhar. - Edward respondeu. Estávamos voltando da caça. Estávamos apenas nós dois. Fazemos isso regularmente. Aposto que todos acham que estamos juntos.
— Só falar que eu estudo em casa, problema resolvido.
— Você sabe que não é bem assim. Além do mais, como vamos justificar que apenas a filha mais nova do casal não frequenta a escola? - Reviro os olhos, ficado emburrada. - E vai ser legal. Sei que você adora uma atenção. - Dou um meio sorriso. - Carlisle gosta que frequentemos o colégio. É bom para o nosso controle com sangue humano também. Falando nisso, você não me contou sobre aquele pensamento que teve na reserva.
— Como você sabe?
— Você desbloqueia sua mente quando está dormindo. Você ficou pensando que não se alimenta de sangue humano mais.
— Faz muito tempo. - Tento deixar o tom de voz como quem diz, não quero falar sobre isso. - E então. Parece que a Ali teve uma visão com a sua futura companheira, é isso? - Tentei mudar de assunto.
— Parece que ela chega no começo do ano letivo. - Ele olha para a floresta, pensativo, sentando-se em um tronco caído no chão; sento-me ao seu lado. - Fico preocupado com o que posso fazer. Dizem que as vezes o cheiro do sangue da pessoa destinada a ficar conosco é muito chamativo. - Ele olha para mim. Seu olhar é de preocupação. - E se eu acabar me descontrolando e atacá-la?
— Bem, isso não vai acontecer. Nem com sede você vai estar, vamos caçar até esses olhos ficarem caramelo brilhante. - Dou uma piscadinha para ele, que dá uma risada pelo nariz.
— Sabe, por um momento eu acabei achando que ficaríamos juntos. - Sua face é séria e calma. Ele me encara, esperando uma resposta. Confesso que fui pega de surpresa, fico sem palavras olhando para seu rosto. Sinto-o se aproximar de mim lentamente.
— Você sabe que seríamos muito mais carnais do que sentimentais, né?
— Eu sei, mas para mim, basta. - Ele estava cada vez mais perto. Um beijinho não faria mal, não? Fecho meus olhos na medida que ele se aproxima e ele também fecha os seus. Quando nossos lábios estão quase colados, um animal se move, fazendo barulho nas árvores ao redor. Ele se afasta rapidamente. - Desculpe, eu não sei onde estava com a cabeça. Você deve achar que eu sou um garanhão, não é mesmo? Me perdoe.
— Ei, tá tudo bem. Não que eu me arrependa, mas você é a moda antiga. Vem, vamos para casa, ainda tenho que arrumar as coisas para ir para o colégio amanhã. - Termino a frase, revirando os olhos com a palavra colégio.
— Você é mais velha que eu. Como assim moda antiga?
— Olha, você provavelmente cortejaria alguém e tudo mais. Eu já passei dessa fase faz tempo. O que me lembra que preciso ir até Seattle, abriu uma casa noturna ótima lá. - Edward ri da minha fala, como se fosse algo super aleatório de se fazer. - Querido, não é só porque eu não me apaixono que eu não vou viver a vida, viu...

—-----------------------

Foi horrível começar no final do ao letivo. Tive poucas semanas de aula apenas. Mas bem que Ed tinha razão, cidade pequena o pessoal fica todo animado com uma cara nova. Ficaram em cima de uma maneira que, quando pararam por conta da chegada de Isabella, admito que fiquei feliz. Edward, por outro lado, está extremamente preocupado. O fato de ter a chance de atacar sua futura amada é doloroso par ele.
Caçamos por um bom tempo até que ele se sentisse preparado para encarar esse encontro. Estávamos indo até o refeitório, sentar mesa de sempre, enquanto as pessoas nos encaravam maravilhadas. Sabe como é, aquela "aura" de vampiro que faz como que fiquemos bem mais atraente.
— Ei, você tem que se acalmar. Todos vocês. Esses olhos pretos aí não vão ajudar em nada.
— Você diz isso porque nunca provou sangue humano. - Zomba Jasper. Edward olha de relance para mim, como quem sabe que está presenciando uma mentira.
— Você consegue, Jas, confio em você - Diz Alice, confortando-o.
— Prontos? - Pergunta Rosalie. Olho para ela, confusa.
— Rose ama entradas triunfais quando há alunos novos, assim as pessoas prestam atenção em nós, e você sabe como ela ama chamar atenção. - Diz Emmett, passando um braço pelos ombros de Rose.
— Ok, vamos. - Rosalie vai na frente. Podemos ouvir que as conversas ficam mais baixas. Alguém está nos apresentando para Bella, por sorte, consegui decorar os nomes rapidamente.
— Quem são? - Bella pergunta com curiosidade, assim que vê Rose cruzando a porta do refeitório.
— Os Cullen. - Angela sussurra.
— São filhos adotivos do Dr. Cullen e sua esposa. Se mudaram para cá do Alasca há alguns anos. - Dessa vez é Jessica quem fala.
— Eles ficam muito na deles. - Angela complementa.
— E, eles estão sempre juntos. - Diz Jessica, bem fofoqueira. -Tipo juntos mesmo. A garota loira é a Rosalie e o cara com ela é o Emmett, são uma coisa só, eu nem sei que isso é legal. - Maluca.
— Jessi, eles não são parentes. - Angela defende.
— É, mas eles moram juntos, é estranho. - Ela responde. - Tudo bem. A baixinha de cabelo escuro é a Alice, ela é bem estranha. Ela está com Jasper, ele parece estar com dor. - Ela abaixa para sussurrar mais baixo, como se não pudéssemos escutar. - O Dr. Cullen é pai adotivo e casamenteiro.
— Ele podia me adotar. - Angela comenta, confesso que ri em pensamento. Se ela soubesse...
— E ele? - Bella pergunta assim que vê Ed entrar no refeitório. Consigo perceber, por mais que ele tente disfarçar, que está tenso e nervoso. Ele nem conhece a garota e está nervoso dessa maneira? Que trouxa.
— Aquele é Edward Cullen. - Jessica. - Ele é um tremendo gato. Mas parece que ninguém aqui é boa o bastante para ele, quer dizer, uma pessoa só, mas você logo vai ver. Mas eu nem ligo sabe. – Jessica Bufa. Sei, não liga... foram incontáveis as vezes que ela deu em cima dele - Sério, não perca seu tempo.
— Eu não pensei nisso. - Bella, claro que pensou, xuxu. Bem, está na hora de entrar, penso.
Não sei muito bem como agir em relação a isso, então apenas caminho com confiança até a mesa que estamos acostumados a sentar. Claro que não deixo de prestar atenção na introdução que dão de mim.
— A última é . Ela chegou tem cerca de 6 meses. Ela não foi adotada pelo casal. Parece que seus pais sofreram um acidente de avião e ela ficou sozinha. Seus pais eram amigos do Dr Cullen, então ele perguntou se ela não queria ficar com eles. - Dessa vez, quem me apresentou foi Angela, ela havia feito uma minientrevista comigo para o jornal da escola.
— Nossa ela é linda. - Sussurra Bella. Obrigada querida, penso.
— Pior que é. E o Cullen solteiro fica seguindo-a como se ela fosse a última garrafa de água do deserto. - Debocha Jessica. Já falei que ela é fofoqueira? Tá bom. - Ela não parece dar muita bola para ele. - Ignoro a conversa que elas iniciaram quando finalmente me sento à mesa.
— Você foi ótima, maninha - Brinca Emmett. Reviro os olhos.


VII. Are U Gonna Tell Her

- Ei! - Tentei pará-lo. - Por que agiu desse jeito? Você não é assim.
- Você não entenderia - Edward estava transtornado. Dirigiu feito um louco até a casa. Não falava com ninguém. - Você não sabe o quão foi difícil ficar na mesma sala que ela.
- Realmente, eu não entenderia mesmo.
- Então por que diabos está brigando comigo?
- Porque, como eu já disse, você não é assim. Você é todo cordial e educado com todos e com ela foi extremamente grosseiro e mal-educado!
- Eu não sabia como agir, tá legal!? O cheiro dela é tão... eu não sei. - Estava genuinamente desesperado. Ninguém sabia como agir. Todos observavam calados. Carlisle não estava em casa para ajudar a lidar com um vampiro com uma sede dessa maneira.
- Olha, só vai caçar. Não importa que você acabe com toda a fauna desse lugar. Vai logo e só volte quando estiver com a cabeça no lugar. Pelo amor dos deuses, Edward. - Dou as costas para ele, indo até meu quarto. Sei que fui dura com ele, mas, independentemente dela ser humana ou não, ele a tratou como lixo. Tadinha.
Edward realmente seguiu minha "ordem". Há dias que ele não aparece. Sei que ele está bem, mas temo por seu autocontrole. Quando foi transformado, demorou para aceitar a dieta "vegetariana" e matou muitas pessoas. Só espero que ele fique bem. Bella, aparentemente, percebeu algo errado, ela não para de procurá-lo. Confesso que isso já está me deixando de saco cheio. Ela ficou obcecada muito rápido, sei que temos uma espécie de charme com os humanos, mas nunca vi algo assim.
Cá estou eu, fazendo meu mantra diário para aguentar mais um dia naquela escola, quando sinto uma brisa gelada entrar em meu quarto, o que é estranho, pois deixo minha janela fechada o tempo todo. Tento voltar a dormir, mas percebo que tem uma claridade estranha também entrando pela janela do meu quarto. Quando viro, para me levantar percebo que a alguém sentado na borda da minha cama. Não é preciso ao menos abrir meus olhos para saber quem se encontra em meu quarto.
- Caramba até que enfim, hein? – Digo, enquanto abro meus olhos lentamente.
- Nossa esperava uma recepção mais calorosa vinda de você. - Reviro meus olhos enquanto mostro a língua para ele.
- Vai, sai daqui que eu preciso me arrumar para a aula. E aposto que você também, imagino que mal vê a hora de vê-la.
Optei por usar uma camisa de um tecido levinho, com uma jaqueta de couro marrom. Vesti uma calça preta, colocando uma parte da camisa para dentro, dando um ar despojado. Penteei meus cabelos, fazendo uma nota mental de que deveria cortá-lo quando quisesse me transformar, ou ficarei parecendo um shih-tzu gigante.
Hoje estava nevando levemente, então coloquei um gorro branco e botas para neve, assim ninguém desconfiaria de meu equilíbrio e a falta de capacidade de sentir frio. Como se minha temperatura fosse normal. Rolo os olhos com o pensamento. Claro, minha temperatura beirava os 38 graus, por conta da parte lupina, mas não era quente como minha mãe que passava dos 40 fácil e nem era congelante como meu pai.
Acabo indo para Forks School no carro de Ed - confesso que acho até melhor que eu não vá dirigindo hoje, pois adoro observar a paisagem coberta de neve. O caminho até o colégio é demorado, mas nem ligo já que fico o caminho todo olhando pela janela.
O dia passa tranquilo e bem engraçado pois os humanos não têm o melhor equilíbrio do mundo, então me divirto com vários tombos que o pessoal leva ao tentar mudar de prédio. Estamos sentados na mesa do refeitório, observando Jasper e Emmett tentando secar seus cabelos, pois acabaram entrando em uma guerra de bolas de neve, quando percebo que Bella está olhando para nós com curiosidade.
- Você tem uma admiradora, viu, Ed? – Chamei sua atenção para a humana. Ele retribuiu o olhar para ela. Nesse momento voltei minha atenção para a algazarra dos meus dois “irmãos”.
Estávamos no estacionamento, conversando antes de irmos para a próxima aula, quando ouço um carro freando com força. Olho na direção do barulho e percebo que uma mini van se aproxima rapidamente de Bella. Preparo-me internamente para o que vai acontecer.
Porém, como se tudo passasse em câmera lenta, Edward corre em direção ao quase acidente. Joga Bella para baixo e para o carro com uma das mãos. “Fudeu”, penso. As pessoas vão fazer perguntas e teremos que nos mudar. Sempre fazia isso quando começavam a suspeitar da minha idade, então suponho que façam o mesmo por aqui. Olho de relance para os meus “irmãos” e suas faces só confirmam meu pensamento.
Para a nossa sorte, todos ficam preocupados demais com Isabella, para pensar no que realmente aconteceu ali. Logo uma ambulância é chamada, já que o cara que dirigia se machucou e Bella bateu a cabeça.

Estou no corredor do hospital, com Rosalie que está visivelmente alterada, já que Ed quase revelou nossa identidade. Logo ele aparece, seguido de Carlisle. Ela começa a brigar com ele, em voz baixa, mas percebo que estamos sendo observados. Edward vai até ela e nós três vamos embora.
- É questão de tempo para ela descobrir. – Digo.
- Sim, ela estava questionando muito. - Responde Carlisle, fazendo Rose bufar. - Ela vai aceitar bem. – Olho para Carlisle, confusa.
- Alice teve uma visão, eles vão ficar juntos. Não demorará a descobrir e vai questionar bastante, mas vai ficar tudo bem. – Assinto. Teremos uma nova integrante na família logo menos.

--

Estávamos caçando. Como tem alguns meses que não me transformo, comecei a sentir sede. Edward e eu não estamos nos falando direito. É possível sentir a tensão no ar, um espera o outro dar o primeiro passo. Corremos por entre as árvores, em silêncio. Ouço um barulho, parecendo um cervo e vou em direção ao som sem pensar duas vezes. Sinto a presença do vampiro atrás de mim. Assim que chego perto o suficiente do animal, viro para a direção de meu seguidor enquanto paro bruscamente, fazendo o peito de Ed chocar-se contra mim. No momento que nossos corpos se chocam, cambaleio para trás, sendo amparada pelo vampiro, que me segura pela cintura. Nossos corpos estão próximos o suficiente para ele sentir minha respiração.

Tension is building with drinks
I wanna know what you're thinking
Hoping you're getting the hints
Getting more obvious with them
Who'll be making the move?
Feels kinda weird when it's you and I
And I

Sem pensar, nossos rostos se aproximam cada vez mais. Quando nossos narizes roçam um no outro, fecho meus olhos involuntariamente ao mesmo tempo que meus lábios se entreabrem. Não demora muito para que eu sinta seus lábios frios tocarem os meus. Uma de suas mãos vai até a minha nuca, trazendo-me para mais perto dele, enquanto aprofunda o beijo. Minha mão sobe instantaneamente para sua nuca, puxando levemente seus cabelos. A outra repousa em seu peito. Sinto meu corpo ser prensado com força em uma árvore, força essa que machucaria gravemente qualquer humano. Sua mão escorrega para dentro da minha blusa, dando um choque de temperatura, uma vez que eu sou levemente mais quente que um humano normal.

Our bodies tangled tight in the purple light
We're making love, passed out, we look so damn good tonight
And Sunday's shining in, feel the shame coming
You don't belong to me
Are you gonna tell her?
- Are u gonna tell her, Tove Lo

A mão livre desce pela minha perna, dando-me impulso para que eu possa entrelaçar minhas pernas em volta de sua cintura. Edward percebe que estou ficando sem ar, então decide separar nossos lábios e começa a beijar e morder meu pescoço, arrancando alguns suspiros altos de mim. Puxo seu cabelo com força, fazendo sua cabeça ir levemente para trás, quando trocamos um olhar cheio desejo. Seus olhos estão escuros como a noite, mas ao mesmo tempo em chamas pelo que estamos fazendo. Sem pensar duas vezes, puxo-o pela nuca, juntando nossos lábios novamente em um beijo ardente. Sua mão livre vai até a barra da minha blusa novamente, fazendo menção de levantá-la.
Nesse momento, foi como uma chave fosse ativada em minha cabeça. Reúno todo meu autocontrole e, com muita dificuldade, interrompo nosso beijo enquanto desço de sua cintura. Ele olha para mim com uma leve confusão em seu rosto.
- Eu fiz algo de errado? – Ele perguntou. Era possível ver que, apesar de ser um vampiro, ele estava levemente ofegante.
- Longe disso - Mordi levemente meu lábio - Mas, você tem a Bella. Posso adorar ficar me envolvendo com outras pessoas por uma noite, mas não aceito traição. Isso não pode continuar. Vocês podem não estar juntos agora, mas todos sabemos que isso vai acontecer, então prefiro encerrar isso agora. – Digo, rindo pelo nariz. - Como eu vi uma vez em algum lugar, posso ser piranha, mas sou uma piranha com princípios. - Terminei dando uma risada sem graça, enquanto arrumava minha roupa e meu cabelo. - Mas, se quer saber, você está no caminho certo. Aposto que ela vai adorar. – Termino de falar, piscando para ele.
- Sabe, foi o meu primeiro beijo. – Ele ri de mim. Provavelmente estava com uma cara de descrença. Como era possível ser o primeiro beijo dele e já ter toda essa pegada? - Ei, não me olhe assim, eu sou da moda antiga, sabe. Você viveu sua vida de uma forma bem livre, por mais que sozinha, tem a mente aberta. Por isso, quis que fosse com você. Eu estava pensando em fazer isso com Bella. Logo ela descobrirá tudo e poderemos ficar juntos. Sei que o beijo acabará acontecendo, mas estava com medo de perder o controle.
- Fico honrada em saber que confia em mim para isso. E não pense que fico chateada em saber que queria "praticar" antes de beijar, Isabella, foi uma boa ideia até porque, se você amassou o tronco da árvore comigo, imagina com ela. Tente se controlar, ou vai ficar sem namorada, antes mesmo dos primeiros meses. - Andamos lentamente por entre as árvores.
- Será que posso pedir para que isso fique entre nós?
- O quê, o beijo? - Ele assente - Minha boca é um túmulo, vai ser o nosso segredinho, gato. - Pisco novamente, fazendo-o gargalhar. - Vem, vamos embora.


VIII. Supermassive black hole

Todos estavam superanimados com a visita de Bella em nossa casa, estavam até fazendo um almoço especial. Eu que não sou boba nem nada, já estava aproveitando um pouco da salada Caesar, enquanto eles faziam a macarronada com molho pomodoro bem rústico. Amo quando eles deixam os pedaços grandes de tomate. Ouvimos o carro de Edward estacionando em frente à casa, conseguimos ouvir uma breve conversa entre o casal sobre a casa ser toda aberta, e conforme ela se aproximava era possível sentir o cheiro do sangue humano.
- Bella! Estamos fazendo uma comida italiana para você - Disse Esme animada.
- Bella, essa é Esme, a nossa "mãe" - Ed apresentou Esme para Bella, que a cumprimentou com a cabeça, claramente nervosa.
- Espero que esteja com fome! - Bella ia falar alguma, mas foi interrompida por Edward.
- Na verdade, ela já comeu. - Nesse momento Rose, que estava com a tinha a tigela da salada em mãos, quebrou o recipiente. Senhor, que doideira. Tadinha da salada, estava tão boa...
- Isso é ridículo. - Disse Rose irritada.
- É que Edward disse que vocês não comiam, então não quis incomodar. - Bella tentou justificar.
- Será que ninguém vê que isso vai acabar pondo todos nós em perigo? - Esbravejou Rose. Emmett tentava acalmar a companheira, em vão. Eu apenas observava a cena, comendo minha salada em paz.
- Não estamos falando de que foram vistos juntos. Mas, que isso pode acabar trazendo problemas para nós. - Emm tentou explicar.
- Você diz no caso de eu virar a... refeição. - Concluiu Bella. Nessa hora não consegui segurar a risada e quase me engasguei com a salada, atraindo a atenção de todos para mim.
- Está tudo bem - Disse com a voz rouca, pegando um copo d'agua e tomando calmamente. Percebi que Edward estava se segurando para não rir de toda a situação.
- Espera. Você come? - Pergunta Bella, confusa. - Achei que vampiros só se alimentavam de sangue. - Ela agora olhava para Edward, procurando uma explicação.
- É que eu sou uma híbrida. Filha de vampiro com humano. Então tenho algumas diferenças, no caso eu durmo e sinto fome quando não me alimento de sangue. Mas, prefiro comida.
- Não te falei sobre a , pois não acho que seja justo dizer o segredo de outra pessoa.
- Nossa, não sabia que vampiros poderiam ter filhos.
- Nem nós. Quando chegou, foi uma surpresa para todos. - Concluiu Carlisle. Nesse momento, Alice e Jasper chegam depois de caçar; todos concordamos que seria melhor Jasper voltar sem nenhuma sede, para a segurança de todos.
- Bella! - Disse Ali animada, dando um abraço na humana. - Nossa você tem um cheiro bom... - Pqp, isso pode ficar pior? Coloquei uma de minhas mãos na testa. Jasper estava extremamente tenso. - Esse é Jasper, meu companheiro. - Ele apenas assente, com os olhos extremamente escuros. - Relaxe, não vai machucá-la. - Ela sussurrou para ele. Será que tinha como isso ficar mais estranho? Ed tinha uma feição nada agradável.
- Tá bom, família, vamos deixar o casal em paz. - Levantei e fui em direção aos dois, após um silencio super constrangedor se instaurar. Peguei no ombro de cada um e os virei, levando-os para fora da cozinha. - Porque não mostra o resto da casa para ela? Aproveita e fica lá em cima. - Ou saia daqui, esses vampiros são loucos. Acrescentei mentalmente. Isabella não disse nada, confusa demais para tal. Edward olhou para mim como um olhar de agradecimento e eu apenas pisquei de volta, arrancando um sorriso maroto do ruivo.
Esperei o clima dar uma acalmada e fui para o meu quarto. Sexta-feira e eu vou ficar em casa? De jeito algum. Pego uma saia preta de cintura alta e uma regata frente única branca. Com essa combinação, não tem como errar. Coloco um salto preto e faço uma maquiagem leve. Solto meus cabelos, penteando com os dedos para não tirar o movimento. Pego minha bolsa preta com alça de corrente prata. Checo meu visual no espelho mais uma vez.
- Vou para Seatle! Estou levando o celular, não volto tão cedo! - Digo enquanto desço as escadas e vou em direção ao meu carro. Vamos nos divertir um pouco.

------------------------

Acordei extremamente animada. Alice previu uma que uma tempestade se aproximava. O que isso significa? Isso mesmo. Baseball. Levanto rapidamente quando sinto cheiro de café. Pego uma camiseta de manga comprida preta e meu colete com listras brancas e azuis de sempre. Coloco uma legging branca e um tênis cinza. Pego meu boné azul escuro e desço as escadas animada.
- Bom dia, família. - Digo enquanto pego uma xícara generosa de café e umas torradas. - É verdade que hoje que o Ed vai levar a Bella pra jogar com a gente? - Perguntando enquanto tomo um gole do meu café.
- É sim, e já estamos atrasados por que a madame resolveu voltar tarde de Seatle ontem. - Disse Alice, irritada. Ela odiava atrasos, sempre pontual.
- O que você estava fazendo para chegar tão tarde assim senhorita? - Perguntou Emmett, zombeteiro.
- Não é da sua conta. Além disso, é um longo caminho de lá até aqui. Não posso correr na estrada sabe, tenho que ser uma boa motorista. - Respondi desconversando.
- Isso é um chupão? - Grita Emmett. Na hora largo meu café e minhas torradas e corro para o espelho arrancando risadas de todos e uma gargalhada de Emm. Olho meu pescoço na procura de algum resquício da noite anterior, não encontrando nada. Eu me curo rápido, eu não deveria ter mais nada a essa altura do campeonato. - Tá devendo, anie)? - Perguntou Emmett enquanto gargalhava.
- Engraçadinho. - Disse irritada. - Vamos, vamos nos atrasar mais. - Disse enquanto terminava meu café.
Não demoramos muito para chegar à clareira, uma vez que estávamos em velocidade vampírica. Tive que aguentar Emmett zoando da minha cara. Logo Edward chegou com Bella e o pessoal começou a separar os times. Eu ficaria no time de Rose, Carlisle e Jasper. Como eu seria a arremessadora, pude ficar de fora nesse round.
- Porque Emmett está te zoando tanto? - Pergunta Bella, com Ed em seu encalço. Ele obviamente já tinha lido a mente do vampiro e já sabia o que tinha acontecido.
- Emmett insinuou que eu estava com um chupão no pescoço e eu fui conferir no espelho, achando que tinha ficado alguma marca.
- Mas... você... não tem um...- Bella estava tentando formular a pergunta, mas estava claramente sem graça de perguntar.
- Um parceiro? Não, fixo não. - Ela me olhou surpresa. - Consigo me camuflar melhor que os vampiros na multidão. Claro, tenho todo esse glamour de predador, mas é mais difícil de descobrirem que tenho parte vampírica. E bem, eu estava em Seatle ontem. O resto você já pode imaginar. Mas eu fui pega de surpresa, é impossível um humano deixar uma marca em mim. - Se um vampiro não deixou, ninguém deixa, pensei. Percebi o olhar de Ed em mim, mas ignorei, dando apenas um sorriso de canto de boca. - Agora vai lá, juíza, Esme acha que os meninos roubam. - Logo o jogo começa. Mas não dura muito. Quando Rose rebate uma bola de Alice, o vento muda de direção, fazendo a vidente ficar estática, claramente tendo uma visão.
Levanto e, instintivamente, vou para perto de Bella, que não sabe o que está acontecendo. Alice explica que nômades estavam indo embora quando nos ouviram. Precisamos tirar a humana daqui, mas seria impossível sem que não nos notassem. Todos nós vamos ao redor de Bella, para tentar camuflar seu cheiro. Em segundos eles chegam, são apresentados por Laurent, aparentemente o "líder" do clã. O casal é James e Victória. Algo nele não me parece confiável. Carlisle, como o bom apaziguador que é, disse que Edward, Bella e eu (já que meu coração bate, e não podíamos deixar suspeitas) estávamos indo embora e que eles poderiam ficar em nosso lugar. Porém, por ironia do destino, o vento muda sua rota, fazendo com que os nômades sintam o cheiro do sangue de Bella. James fica alucinado, mas Laurent consegue controlá-los e eles vão embora.
- Nós precisamos ir embora, agora. Já! - Diz Edward, ele está visivelmente transtornado. Rapidamente ele explica que James é um rastreador e que sua reação para proteger Bella fez com que uma caçada se iniciasse. Ele queria se alimentar do sangue de Isabella e isso não poderíamos permitir.
Enquanto Ed ia até a casa de Bella, para que ela pensasse em algo para tapear seu pai e pegar algumas roupas, nós seguíamos para casa afim de despistar James. Logo eles chegam e Edward me dá uma jaqueta de Bella para que seu cheiro fique em mim. Nos separamos. Alice, Jasper e Bella vão para Phoenix, a fim de despistar o rastreador. O restante, vai para o caminho oposto, para marcar o cheiro de Isabella em alguns lugares, para atrasar o vampiro. Mas, como se o universo zombasse de nós, isso não dura muito tempo.
- Ela o que!? - Grita Edward no telefone enquanto dirige para Phoenix. Estamos apenas ele, Emmett e eu no carro. Os demais estão vindo em outro veículo. - Estamos chegando. - Ele desliga enquanto acelera ainda mais o carro.
Em instantes chegamos na antiga academia de Balé que Isabella costumava ir quando criança com sua mãe. É possível ouvir um diálogo dentro do local, mas não prestamos muita atenção, entramos correndo no salão a tempo de ver James quebrar a perna de Bella com Edward a nossa frente, ele sempre foi o mais rápido. Ele luta com James e tenta pegar Bella no colo, mas o vampiro os derruba, fazendo a humana rolar em alguns cacos de um espelho que se quebrou na luta. O cheiro de sangue invade o lugar. Tento não me concentrar no cheiro que adentra meu nariz, mas é difícil, a adrenalina somada com o enorme tempo que estou sem caçar faz com que flashs de memória venham à minha mente. Memórias essas que eu apaguei de mim mesma. Quantas vezes será que eu fiz isso?
Antes que eu pudesse focar no que estava retornando à minha cabeça, James morde o pulso de Bella, fazendo-a começar a gritar de dor. O urro faz com que eu retome o controle do meu corpo e comece a agir. Edward está quase arrancando a cabeça de James sozinho enquanto Bella se contorce de dor. Alice tenta estancar o sangue, mas é perceptível que ela não irá aguentar muito tempo. Então, testando o pouco auto controle que me resta, troco de lugar com ela. Seguro o a perna de Bella que está sangrando muito, enquanto Carlisle orienta Edward a tirar o veneno que está se espalhando pelo corpo da garota. Logo ele começa a sugar o sangue da namorada, no mesmo lugar que James mordeu. Os pedaços do perseguidor logo são queimados, mas não presto atenção nisso. Apenas me concentro em não perder o controle. Quem perde o controle, no final das contas, é Edward, que não para de beber o sangue da humana. Não temos como interferir e Carlisle pede para que o vampiro volte a si e pare com o que está fazendo. Demora um pouco, mas ele o faz.
James estava morto. Bella ficaria bem.


IX. Bad Liar

Alguns meses se passaram. Tivemos um tempo de calmaria, aparentemente tudo estava bem. Hoje é aniversário de Bella e todos estão animados com a pequena festa que iremos fazer hoje a noite. Alice fica andando de um lado para o outro para deixar todos os detalhes certos. Ela entrega uma lista para Esme, para o cardápio do jantar. Obviamente a quantidade é desnecessariamente grande, será que ela esquece que só eu e Bella comemos? Tento ignorar o caos da vampira e vou me arrumar para ir para o colégio. Visto uma camisa branca bem soltinha e coloco uma calça de cintura alta, colocando a camisa para dentro da calça levemente, para dar um movimento. Coloco meu all star preto e pego minha bolsa.
Decido que vou no meu carro hoje, com Edward no banco do passageiro; não ligava de voltar sozinha, afinal, os casais foram em seus respectivos carros e eu não estava afim de ficar de vela. Não sei por que, mas algo me dizia que eu não deveria ir para o colégio hoje, mas se eu ficasse em casa não teria nada para fazer, então, mesmo com uma sensação estranha, fui. Ed tentava falar comigo durante o trajeto, mas eu não conseguia prestar atenção em nada que ele falava. Ele não conseguia ouvir nada dos meus pensamentos, pois eu deixara minha mente trancada. Hoje era um dia muito importante para ele, queria que fosse perfeito, uma vez que sua namorada odiava fazer aniversário.
Não demorou muito para chegarmos, logo Edward desceu e foi parabenizar Bella, enquanto eu ficava com Alice e Jasper, esperando-os para irmos para a sala. A sensação estranha só aumentava e Jas olhava para mim, preocupado - ele conseguia sentir o que estava acontecendo comigo. Olho para ele como quem agradece, mas eu mal sabia que a sensação era um "aviso" de que algo realmente iria acontecer.
Estava com Alice e Jasper esperando Edward terminar de falar com Bella para entrarmos na escola. Eles trocam um beijo calmo e vejo Ed dizer algo para ela. Ele parece tenso. Alguém queria falar com ela. Mas, quem? Olho na direção que Bella está andando para falar com um homem. Ele tinha traços indígenas, claramente era da reserva. Seu corpo estava mudando, era perceptível que a transformação estava próxima. Então esse era Jacob? Nossa, como ouvi reclamações e xingamentos a ele. Quando olho para seu rosto, sinto meu corpo congelar e meu coração perder uma batida. Era como se diversas cordas fossem amarradas a ele, me puxando com força em sua direção. Seu sorriso, iluminava o ambiente e aquecia meu coração. Eu sabia o que estava acontecendo comigo, sabia que não era um caso isolado. Isso poderia acontecer, afinal, sou resultado de um. Mas logo com o cara que está apaixonado pela namorada do meu amigo?
Pisco com força, para me tirar do transe que estava presa. Alice e Jasper me encaram com um misto de susto e curiosidade. Claro, porque eu encararia um desconhecido do nada, como se essa pessoa fosse a única pessoa na terra? Eu definitivamente não quero e nem estou nem um pouco a fim de participar desse triangulo amoroso estranho. No mesmo momento, uso as forças que nem sabia que tinha e bloqueio o sentimento, ninguém é obrigado a sentir o que eu sinto. Quando ele olhar para mim, ele não vai ficar petrificado.
- O que foi pessoal? - Pergunto para Alice e Jasper, como se nada tivesse acontecido.
- Você ficou congelada olhando para o amigo de Bella. - Perguntou Jasper. - Não foi só isso, seus sentimentos... ficaram confusos. Afinal, o que foi isso?
- O quê? Isso? Não foi nada. – Disse, desconversando enquanto pegava minha mochila. - E. e.eu preciso ir. - Dou meia volta e vou até meu carro, dando partida e indo o mais longe possível dali. Dirijo até Port Angeles, mas não sei como cheguei lá.
Eu estava muito desorientada, meu corpo mandava eu voltar e ir até ele, me apresentar, me fazer presente em sua vida, mas eu não podia fazer isso. Minha cabeça, que no momento era a que mais mandava, fez com que eu bloqueasse um Imprinting, algo tão forte que uniu uma loba e um vampiro, que fez meu avô perder a sanidade quando viu sua esposa morrer. Não sabia as consequências desse ato, teria de descobrir com o tempo. Não posso fazer alguém gostar de mim por conta de um olhar.
Eu estava apenas caminhando pelas ruas, tentando espairecer minha cabeça, mas tudo me lembrava ele. Um cheiro amadeirado chega até mim, deixando minha cabeça doida. Olho em sua direção e vejo-o caminhando até mim, mas isso não era possível, ele estava na escola até 20 minutos atras, eu dirigi muito rápido, ele não teria me encontrado tão rápido assim. Esfrego minhas mãos em meus olhos, na tentativa de afastar a visão da minha mente e funciona. Eu vou enlouquecer.

I was walking down the street the other day
Trying to distract myself
But then I see your face
Oh, wait, that's someone else, ah ah
Oh, I'm tryna play it coy
Tryna make it disappear
But just like the battle of Troy
There's nothing subtle here, ah ah

Olho em meu relógio, já estava há quase 2 horas longe de Forks e nada fazia eu me acalmar, nada tirava aquele sorriso da minha memória. Bem, já que não posso simplesmente esquecê-lo, posso agir como se não tivesse nada de errado.
Respiro fundo e volto até meu carro. Se eu correr consigo chegar no segundo período e alegar que acordei meio mal. Minha cara consegue me ajudar, já que estou com caco. Ligo meu carro e volto para Forks. Não demoro muito, uma vez que dou uma corrida. Como ele estuda na escola de reserva, não corro o risco de encontrá-lo por aqui. Chego no colégio a tempo de ver os alunos indo até o refeitório.
- Bom dia, família. – Digo, sentando-me na mesa. Todos olham para mim como se eu estivesse escondendo alguma coisa. Logo Ed chega com a Bella, e não demora muito para ele olhar para mim de rabo de olho, levemente assustado. Meu deus, será que minha menta está desbloqueada? Ele assente fracamente, para que ninguém perceba. É isso, estou perdida.

Oh, with my feelings on fire
Guess I'm a bad liar

- Bad Liar, Selena Gomes

Fico conversando com o pessoal, que logo “esquece” de perguntar o que houve comigo de manhã. O resto do dia segue normalmente e vamos para casa terminar nos arrumar enquanto Alice termina de arrumar a casa para a pequena festa de Bella. Assim que saio do banho, coloco um vestido salmão que vai pouco abaixo do joelho com um salto bege. Faço uma maquiagem leve e deixo meu cabelo parcialmente preso.
Bella estava abrindo os presentes. Alice estava tirando fotos do casal para a humana colocar em seu novo álbum. Estava tudo correndo bem, até ela abrir o presente de Carlisle e Esme. É possível ouvir o som do papel cortando levemente seu dedo, um corte superficial, mas que faz seu dedo sangrar levemente. Tudo acontece muito rápido. Minha cabeça começa a doer, como se alguma lembrança que eu havia apagado de mim mesma estivesse voltando. Não seria a primeira vez.
O cheiro ferroso invade meus sentidos, mas sei que não posso me descontrolar. Jasper rosna e parte para cima de Bella. Edward, na tentativa de afastar sua namorada do vampiro, a arremessa em direção à um móvel cheio de taças. Emmett e Carlisle conseguem deter Jasper, corro em sua direção, fazendo-o olhar em meus olhos.
- Parado, Jasper! Agora! – Falo imponente. Não sei o que estou fazendo, mas algo dentro de mim me diz que isso vai funcionar. Assim que ele ouve minhas palavras, é como se entrasse em um transe. Ele para de tentar atacar Bella e fica com os olhos vidrados em mim. – Não tem nada acontecendo aqui. Vá para fora. – Nesse instante, ele começa a andar, quase roboticamente e vai em direção à saída com Alice e Emmett em seu encalço. Assim que ele sai, solto o ar que nem sabia que estava segurando.
- Edward, vá ficar com ele. , consegue me ajudar? – Pergunta Carlisle, calmamente. Ed hesita, mas acaba saindo.
Olho para Isabella pela primeira vez desde o corte e vejo que ela está com o braço ensanguentado. A manobra de Ed só piorou as coisas. Olho para o médico após alguns segundos tentando controlar minha sede e assinto, indo em direção à Bella. Logo estamos em outra sala, Carlisle está retirando os cacos de vidro do braço da humana enquanto eu limpo o local com cuidado.
- Como você conseguiu controlar o Jasper tão rápido? – Pergunta Bella.
- Eu não sei. – Suspiro. As memórias iam e vinham. Minha cabeça doía. – Não sei que o Ed te falou, mas eu consigo apagar a memória das pessoas. – Olho para ela procurando alguma confirmação, ela assente. – Consigo apagar a minha também. – Falo como se não fosse nada. Vejo Carlisle me olhando de canto de olho. Sei que meus olhos estão ficando escuros. Estou muito perto de sangue humano, estou abusando do meu autocontrole, mas sei que consigo.
- Você está bem, ? – Ele pergunta, preocupado. – Posso continuar daqui se quiser, seria bom caçar hoje.
- Estou bem, sim, só minha cabeça que dói um pouco. – Digo quase em um sussurro. Vejo que Isabella está confusa. – Não se esqueça que sou metade humana. Quando uso meus dons, minha cabeça dói. Eu já estava acostumada, mas acho que nunca treinei esse. Como eu apaguei de minha memória, não consigo lembrar se tinha treinado ele.
- Você sabe por que acabou apagando-o? – Ele estava curioso, era bom para poder distrair Bella também, uma vez que ele estava dando pontos em seu braço.
- Não, eu tinha um diário onde eu anotava as vezes que eu usava meus dons contra mim mesma, mas não sei onde ele está. – Respondi, desconversando. Era verdade, eu não sabia o porquê de eu ter apagado um dom da minha memória, mas sabia muito bem onde estava o meu diário.
Carlisle termina de fazer os pontos enquanto eu termino de limpar o local e a sala. Edward volta logo, visivelmente abalado, pega Bella e a leva para casa.


X. Dark Side

Estávamos todos na sala, Edward pediu para que nós não saíssemos, pois ele queria falar conosco. Pelo tom de voz no telefone, não era coisa boa. Todos especulávamos o que poderia ser, mas sem nenhum sucesso. Já estava a ponto de ligar para ele novamente quando sentimos seu cheiro.
- Caramba, você demorou. - Reclamou Emmett
- É eu sei, eu precisava pensar. - Respondeu Edward.
- Mas e aí? Por que queria falar conosco assim tão urgente? - Pergunta Rosalie
- Vamos embora. O que aconteceu hoje só me mostrou que fui longe demais com esse namoro. Está na hora de nos mudarmos. - Disse Edward calmamente. Olho para ele abismada. Ele só poderia ter pirado. - Não, não estou louco, . Eu só coloquei Isabella em perigo com tudo isso. - Ninguém fala nada. Estou todos chocados demais para tal.
- Se é o que você quer, respeitaremos. - Disse Carlisle calmamente - Só preciso dar alguns telefonemas, acho que os Delani concordariam em nos receber por algum tempo. - Com isso, ele sai para seu escritório.
Todos começam a guardar as coisas rapidamente. Fico parada na sala. Só a ideia de ir embora me dá um aperto no peito. Eu não tinha bloqueado essa porcaria? Por que estou assim, então? Tento afastar os pensamentos da minha mente e me concentro novamente em bloquear os sentimentos que deixam minha mente conturbada. Minha cabeça volta a doer com força, mas pensar em ir embora não me dá uma sensação sufocante forte. Sinto apenas um leve aperto, mas é algo que consigo lidar.
Não demoramos muito empacotando as coisas. Dou adeus ao meu quarto, que me abrigou nesses quase dois anos. Faço minhas malas e coloco no porta-malas do meu carro, ou melhor, Emmett coloca as malas no porta-malas do meu carro. Todos perceberam que a saída repentina tinha me afetado, eu estava claramente baqueada. Quando perguntaram, disse que era porque estava apegada ao lugar. Chegaram até a perguntar se eu não gostaria de ficar. Mas onde?
Termino de arrumar minhas coisas, vou ir sozinha dirigindo já que temos que levar nossos carros. Coloco uma garrafa termina de café no descanso e vou me despedir de Edward, ele não vai com a gente.
- Promete que não vai sumir? Por favor. – Digo enquanto dou um abraço no vampiro. Se comunica só comigo se for o caso, mas não some. Ele assente.
- Pode deixar, . Qualquer coisa volta, ok? Você está fazendo muito esforço com uma coisa e está deixando outra descoberta. Então, eu sei o que aconteceu ontem de manhã. – Apenas olho para ele, sem dizer qualquer palavra.
- Eu vou ficar bem. – Me afasto dele. – Se cuida, gatinho. – Pisco para ele, arrancando um sorriso do ruivo. Ele dá um beijo em minha testa e eu entro no meu carro, dando partida e seguindo a minha família.
Dirigimos por várias horas. Eram mais de dois dias de carro. Algumas vezes tínhamos de parar, por minha causa, para trocar de motorista e eu poder dormir um pouco. Mas logo chegamos à uma casa enorme bem perto das montanhas do parque Delani.
Carlisle, em uma das trocas que fizemos para alguém dirigir o meu carro enquanto eu descansava e comia um pouco, me contou que os Delani seguiam a mesma dieta que nós, ou seja, não se alimentavam de sangue humano. Vegetarianos como brincamos dizer. Não demoramos muito a descer dos carros, uma vez que o clã nos ouviu chegar há tempos. Sou rapidamente apresentada ao clã, que tem apenas dois vampiros com dons, sendo eles Kate e Eleazar.
Assim que todos me conheceram e nos "acomodamos", ficamos na sala de estar para a sessão de perguntas sobre a minha natureza. Eu sabia que elas viriam mais cedo ou mais tarde, e respondi todas sem pestanejar.
Os dias foram se passando lentamente, eu sabia que estava em um estado de apatia severa. Parecia que eu tinha sido tomada por uma depressão profunda, não conseguia dormir, quando dormia tinha pesadelos que me faziam acordar gritando. Todos pareciam nitidamente preocupados comigo, inclusive o clã Delani que me acolheu rapidamente como parte da família e estavam sempre se esforçando para me animar e até aprenderam a cozinhar com Esme para tentar me dar doces sempre que podiam em uma tentativa de me fazer sentir melhor. Ninguém sabia o que estava acontecendo comigo, não disse para ninguém o real motivo de estar assim. A única pessoa que sabia, só o fez porque leu minha mente. Sabia o porquê de estar assim, uma vez que estava muito tempo longe do meu imprinting e eu sabia o que isso iria me fazer. Tinha medo de perder o controle, todos estavam tensos, eu estava uma pilha de nervos, a ponto de surtar. Meu lado vampiro estava tentando tomar as rédeas para que a loba que havia em mim parasse de sofrer, meu corpo precisava de sangue e não era animal.
- Quais poderes você disse que tem mesmo, ? – Pergunta Eleazar, enquanto se senta em minha frente. Eu sabia o que estava acontecendo. Ele estava vasculhando quais poderes eu tinha, eu sabia que um dos poderes estava oculto por eu ter apagado da minha memória. Meu diário me diria o porquê, mas eu não queria mexer no caderno guardado no fundo da minha mala tão cedo.
- Bloqueio meus pensamentos, apago memórias, distorço a realidade das pessoas e consigo fazer minha "alma" viajar sem que meu corpo vá junto. – Respondo calma e pausadamente.
- Você esqueceu de um. – Ele me responde com um sorriso zombeteiro em seu rosto. Todos os vampiros me encaram. – Você sabe que tem mais um poder dentro de você, que não quer ou não pode se lembrar dele. – Eleazar estava me testando. Eu sabia disso. Ele queria que eu usasse o dom contra ele.
- Eu sei que tem mais um, mas se eu o apaguei de minha mente, é porque eu tenho bons motivos. – Respondo sem medo. Minha família sabia que eu tinha um poder que eles não conheciam. Perceberam isso no momento que fiz Jasper sair da sala como se fosse um fantoche. Mas nem eu sabia que esse dom existia. Aos poucos a dor de cabeça começa, fraca mas constante.
- Qual poder ele está falando, ? – Pergunta Emmett, animado.
- Nós podemos te ajudar a treinar esse dom, sabe disso. – Diz Carlisle calmamente. Aos poucos percebo mais olhares em cima de mim. A dor de cabeça começa a aumentar. Logo ouço Jasper dizer algo sobre eu não ter medo. Alice sussurra algo sobre não conseguir prever meu futuro com clareza. Esme me olha com um misto de preocupação e empatia, uma vez que deve se visível o quanto desconfortável com a situação.
- Nos deixe te ajudar, , vai ser melhor você aprender agora do que em um momento de descontrole. – Diz Eleazar calmamente, enquanto estende uma das mãos e a leva em direção à minha cabeça. Ele sabe que é perigoso, mas não recua. Vejo Kate se aproximar lentamente, como se eu não fosse perceber, a qualquer vislumbre de descontrole, ela iria lançar um choque em mim, para me fazer parar. Sabia disso, e, do jeito que estava ficando, provavelmente seria necessário. Sinto Jasper tentar lançar uma onda de calmaria para mim, mas isso só me deixa mais nervosa. No momento que a mão de Eleazar encontra minha cabeça é como um "click" na minha mente, algumas memorias aparecem como flashes, borrões. Não consigo ver muito, tamanha a dor de cabeça que começo a sentir, mas sinto o cheiro de sangue humano. Muito sangue. Um massacre. E eu causei isso, sei disso com clareza pois vejo-os fazendo exatamente o que mando.
- Você. – Olho para Eleazar com toda a minha fúria. – Tire a mão de mim. Agora. – Minha voz é baixa, mas cheia de raiva. Eu estava literalmente mandando nele. – Sente-se o mais longe de mim. – Em um piscar de olhar, é como se ele entrasse em transe e faz exatamente o que eu mando, sem hesitar. Levanto. – E você! – Olho para Kate, que está cada vez mais perto, com a mão levantando para chegar em meu braço. Ela se movia rapidamente, mas em minha visão estava tudo em câmera lenta. - Pare, volte para onde estava. Você não vai conseguir me atacar. Não hoje. – Sinto um sorriso sádico aparecendo lateralmente me minha boca. – Jasper. – Olho para o vampiro que continua a tentar mandar ondas de calma para mim. – Pare de usar seus poderes contra mim, você está me deixando mais irritada ainda. Chega. – No mesmo instante a onda cessa e tenho três vampiros agindo como fantoches, esperando minhas ordens. Minhas mãos tremem. Todos os vampiros estão petrificados olhando para mim. Eu não sei como parar o que estou fazendo até o momento que uma dor cruciante atinge minhas têmporas fazendo-me gritar. E então, tudo ficou escuro.
Welcome to my dark side
(Ooh-ooh, ooh-ooh)

Não sei quanto tempo apaguei, não sei nem onde estou precisamente. Sinto apenas que estou deitada em uma cama bem macia e rodeada de travesseiros. Não faço menção de levantar a cabeça pois, mesmo sem fazer qualquer esforço, sinto-a latejar. Isso realmente mexeu com a minha mente. Nunca me senti tão fraca, quer dizer, pelo menos não tanto quanto daquela vez. Tento me lembrar da última vez que usei esses poderes, dessa vez as imagens chegaram até minha memória com mais facilidade, minha cabeça nem doeu. Bem, acho que minha família e nossos amigos merecem explicações. Reúno todas as minhas forças e abro os olhos lentamente para me acostumar com a claridade, mas, para minha surpresa, o quarto está escuro, janelas fechadas e as cortinas com um blackout que deixa o quarto todo no breu. Desde que começamos a treinar meus poderes, quando tenho um apagão, Carlisle sempre deixa o meu quarto bem escuro por conta da enxaqueca. A claridade está toda do lado de fora, mas muito mais fraca, parece estar escurecendo, isso faz me perguntar por quanto tempo eu dormi.
Levanto lentamente sentindo uma pontada forte nas têmporas que, por pouco, não me faz soltar um gemido de dor. Vejo que há um conjunto de moletom aos pés da cama um par de meia felpudas, tenho quase certeza de que foi Alice quem deixou as roupas separadas, ela sabe que, mesmo não sentindo frio algum, quando tenho esses desmaios, meu corpo fica fraco e eu só quero ficar quentinha e confortável. Sem pestanejar troco minha roupa pomposa pelo conjuntinho cinza que já faz eu me sentir muito melhor. Vou com certa dificuldade até a porta e abro-a lentamente. O barulho leve da porta rangendo faz com que outra pontada me atinja, dessa vez o apagão foi forte, penso eu. Antes que eu possa dar mais algum passo, sinto braços gelados me pegando no colo e descendo as escadas lentamente comigo, até o sofá. Sei que é Emmett, uma vez que é sempre ele que vem me buscar quando estou vestida, dessa vez só sabiam que eu acordei por conta da porta, essa era tarefa de Ed.
Sinto Emm me colocar no sofá sentada de lado com delicadeza enquanto Rose arruma a as almofadas para que eu me sente melhor e me cobre, para que eu me sinta mais confortável. Ela senta no sofá e faz com que eu estique as pernas sobre as delas e começa a fazer carinho nas mesmas, em uma tentativa de melhoras meu desconforto. Jasper me manda ondas de conforto e calma, para que as dores passem mais rapidamente. Olho para o vampiro em uma tentativa de me desculpar pelo que havia feito a ele, mas antes que eu possa falar algo, Esme chega com uma sopa de tomate bem quentinha para que eu possa começar a repor a energia gasta no apagão. Ela provavelmente já deve ter mais comida na cozinha, pois sabe que a sopa só abre meu apetite e quando vejo estou comendo como nunca, fazer o que se meu corpo prefere repor com comida em vez de sangue animal? Era isso ou sangue humano, como... Como da primeira vez.
- ? O que está pensando querida? – Pergunta Esme assim que me encara. Olho para a vampira com cara de dúvida. – Seus olhos... – Ela dá um sorriso sem graça. Ah, eles estão escuros, suponho. Respiro fundo, está na hora de contar.
Welcome to my dark side
It's gonna be a long night
Oh, la, la, la, la

- O que vou falar agora aconteceu há mais de um século e eu havia apagado da minha memória então vocês não sabem. – Começo, olhando para minha família. Todos os vampiros estão atentos para ouvir, é uma novidade para todos, praticamente até para mim, uma vez que as lembranças voltaram tão repentinamente. Termino minha sopa e sento ereta no sofá. - Quando perdi meus pais, eu fiquei muito assustada, afinal, tinha apenas 19 anos de vida humana e, mesmo estando sem crescer há mais de 10 anos, ainda não me considerava uma vampira controlada, por isso, nunca fiquei muito tempo com humanos. – Minha voz era baixa e inconstante, falar alto só faria a dor aumentar e eles sabiam disso. Conseguia ver que todos os vampiros estavam completamente atentos e como tinham a audição apurada, não tinha necessidade de falar mais alto.
- Antes de continuar, eu gostaria de pedir desculpas a todos principalmente a Jasper, Kate e Eleazar, não tinha a intenção de controlar vocês, eu nem ao menos lembrava que eu podia usar esse poder. – Recebi um sorriso tímido de Kate e Eleazar como quem me diz que não nada e um olhar carinhoso de Jasper.
- Sabe que eu não ligo de usar os poderes em mim, quando disse que seria um prazer treinar você, falava sério. – Ele diz brincalhão, percebo que ele também fala baixo, e os outros apenas acenam. Minha família deve ter explicado como fico quando abuso dos meus dons.
- Mesmo assim, se for para usar o dom em vocês, eu prefiro que vocês estejam preparados para isso. – Digo mais relaxada. – Certo, onde eu parei mesmo? Ah sim, meus pais assassinados pelos Volturi.
Welcome to my darkness, I been here a while
Clouding up the sunlight, hurting for a smile
Or something, but something always turns into nothing

"Eu era muito inexperiente e não sabia muito como viver no meio dos humanos, até porque, minhas referências eram um vampiro e uma transmorfa. – Rio pelo nariz. – Naquela época o Canadá ainda era dependente do Reino Unido então roubei algumas roupas da aristocracia e embarquei no primeiro navio para a Europa, desembarcando em no Reino Unido. Lá era muito diferente de tudo que presenciei, cidades grandes, um grande fluxo de pessoas, muito dinheiro correndo solto. Mas não tinha muitos lugares para caçar então eu comecei a ficar com sede. Por ter puxado meu pai em quase todas as características físicas, ficou muito fácil me infiltrar na sociedade londrina. Ia para alguns bordeis a fim de conseguir roubar aristocratas que eu seduzia com meus poderes. Nunca cheguei a fazer nada com eles, eu não precisava afinal, era só eu olhar em seus olhos que eles faziam o que eu mandava. Aproveitei que não tenho veneno e bebia do sangue de alguns "clientes", sempre tentando não acabar com o sangue que existia em seu corpo, eu não podia deixar pistas. Aproveitava esse momento para conseguir uma boa quantia em dinheiro, que eu guardava e trocava sempre que uma nova moeda aparecia."
Oh, I'll drain your life 'til there's
Nothing left but your blood shot eyes
Oh, I'll take my time 'til I show you how I feel inside

"Eu comecei a ficar mais profissional, mais experiente, mais ousada. Sabia quanto tempo eu podia beber de seus sangues e comecei a cobrar ainda mais por cada "trabalho" que eu executava, com isso fui ficando famosa e cada vez mais ambiciosa. Mas todos sabem, quanto maior a subida, mais a queda. Num certo dia o bordel estava cheio, não me recordo o motivo no momento mas em certo ponto houve uma briga. Uma pessoa levou um tiro e a gritaria começou. Pessoas correndo, sendo pisoteadas, roubando umas às outras. Eu fiquei petrificada, nunca havia passado por isso, nessa altura eu deveria ter mais de 25 anos humanos, não tinha muita experiência com badernas, eu nunca fui disso. Cometi o erro de ficar um tempo sem caçar e estava com muita sede."
Welcome to my dark side
We're gonna have a good time
Oh, la, la, la, la

"Imaginem, uma pessoa que não caça há um tempo, somado à ansiedade por conta da baderna, nervosa por não saber o que fazer nem a quem recorrer. Foi no momento em que algum homem sacou a faca e atingiu a jugular de um garçom que a merda estava feita. Meus instintos me dominaram, nesse momento deveria ter umas 20 pessoas naquele lugar. Eu gritei para que parassem e todos pararam, eu não precisei de contato visual eu não precisei de esforço e, para a vampira que há em mim, isso era um verdadeiro banquete. Eu tinha 20 pessoas para que eu pudesse me beber, havia sangue em toda parte, eu estava descontrolada, eu me alimentava sem pensar nas consequências. Devo ter ficado nesse estado de torpor com uns sete dias. Deixei o bordel fechado, então ninguém veio investigar, uma vez que eles eram extremamente reservados e como a cidade sabia que eram perigosos, não teve interesse em entender por que aquele lugar estava fechado. Confesso que não sei até hoje o que me fez sair do estado de caçar e matar, mas isso aconteceu. E quando se fez, eu me vi em uma cena digna dos filmes do Tarantino. Era sangue por toda parte, era morte por toda parte. Homens, mulheres eu não tive distinção nem cuidado. Eu entrei em pânico, sabia que era questão de tempo para acharem os corpos e as desconfianças começarem. Em pouco tempo os Volturi iriam aparecer e todo o sacrifício de meus pais iria será em vão."
Acting like I'm heartless, I do it all the time
That don't mean I'm scarless, that don't mean I'm fine
But you'll see, when someone else makes you this way
Oh, I'll drain your life 'til there's
Nothing left but your blood shot eyes
Oh, I'll take my time 'til I show you how I feel inside

"Elaboro um plano para que eu possa sair e acabar com os rastros. Decido colocar fogo no bordel e ir para outro lugar, pego bastante pólvora, espalho pelo local e utilizo todas as bebidas alcoólicas que existem no estabelecimento para que o fogo seja conduzido com mais rapidez. Pego todas as minhas coisas, compro uma passagem de navio para a França, evito pegar os melhores lugares para não levantar suspeitas e viajo como se fosse uma viúva que estava apenas à passeio. Aproveito o véu para esconder meus olhos vermelhos. Coloco fogo no bordel e parto assim que o sol raia sem olhar para trás. Assim que cheguei em Paris, me acomodei em uma pensão e a primeira coisa que fiz foi apagar os poderes e as memórias de mim, assim eu conseguiria acabar com a sede e não teria como usar os poderes novamente. Fiquei naquele pensionato até conseguir trocar todo o dinheiro, comprei uma casa para mim e me estabeleci como modista, uma coisa que eu fazia muito quando ficava com minha mãe e sempre fazia os vestidos das garotas do bordel. E desde então fico mudando de lugar de tempos em tempos para que não descubram minha origem, acumulei uma boa quantidade de dinheiro com isso e muita experiência em conviver com os humanos. Nunca mais coloquei uma gota de sangue humano na boca."
Welcome to my dark side
- Dark Side, Bishop Briggs

Quando terminei o relato, percebi que estava abraçando minhas pernas enquanto encarava o vazio. Ninguém ousou falar uma palavra por um tempo. Não pude deixar de sentir um certo alívio, guardar aquela história para mim, mesmo que eu não lembrasse, por tanto tempo, estava me fazendo mal e só agora que coloquei para fora, parece que tirei um grande peso das minhas costas.
- , eu não sabia você tinha passado por isso, eu não tinha a intenção de fazer com que tivesse um apagão. – Diz Eleazar com um rosto que parecia um misto de dor e culpa. Dou um sorriso sincero em sua direção.
- Está tudo bem, não há o que se desculpar. Usei meus poderes em Jasper algumas noites atrás, a dor de cabeça estava aqui comigo tem dias, era questão de tempo para que as memorias voltassem. – Sinto que a dor de cabeça está bem melhor então me permito sentar direito no sofá. – Fico feliz que as memorias tenham voltado enquanto estou com vocês – Olho para minha família – Não o que poderia ter acontecido comigo se eu tivesse perdido o controle assim, sozinha.
- Nós também ficamos felizes que pudemos te ajudar, sei o que é perder o controle por conta da sede e agir feito um animal descontrolado. – Jasper passa a mão na cabeça, sem graça. – Mas agora não há motivos para que você não treine esses poderes, quem sabe, agora que você tem as memorias de como usá-lo, não seja até mais fácil que os outros que já treinamos?! – Ele pisca para mim, arrancando um sorriso sincero de mim.
- Cobaia a seu dispor. – Emmett bate continência para mim, arrancando uma gargalhada de todos na sala e recebendo uma almofada na cara, arremessada de Rosalie.
- Ok, pessoal, eu vou treinar, mas amanhã, ok? Acho que tive aventuras de mais por hoje, preciso comer algum com sustância e dormir. – Todos assentem, visivelmente mais calmos.


XI. IDK You Yet

- Vamos lá, , mais uma vez. – Jasper está a postos ao meu lado enquanto Emmett está pronto para me atacar. Minha cabeça começa a dar sinais de cansaço mental, estou usando meus dons há algumas horas. – Você precisa se desafiar, só assim vai conseguir ficar mais tempo com domínio mental. – Ele falava calma e tranquilamente. Respiro fundo fazendo meu corpo ignorar o cansaço, olho para Emm e assinto, mostrando que estou pronta.
O vampiro parte em meu encontro. Tento capturar seu olhar, para conseguir entrar em sua mente. Está mais fácil dessa vez, em pouco segundos tomo poder de sua mente.
- Parado. – Digo imponente. Ele para no mesmo segundo, consigo sentir sua mente lutar com a minha, tentando retomar o poder, mas enquanto eu estiver mantendo o contato visual consigo me concentrar melhor. – Ande até mim. Fique do meu lado. – Jasper queria testar meu controle em dois vampiros ao mesmo tempo. Então, quando menos espero, ele me ataca. Sem que eu precise dizer em voz alta, mando Emmett me defender, somos rápidos em imobilizar Jasper e, quando menos percebo, ele já foi derrubado no chão e está impossibilitado de se mover. Alguns segundos depois sinto a mente de Emmett retomando o poder, saindo do meu controle mental.
- Muito bem, . Você conseguiu lutar e controlar a mente do grandão aqui ao mesmo tempo, já é um avanço e tanto. – Diz Jasper enquanto se levanta. – E você, Emmett, como é sr. controlado por uma meia humana? – Rolo os olhos.
- Sinceramente? É estranho, eu me senti um fantoche na mão dela. Foi bem desconfortável. Mas não pense que você vai tirar uma com a minha cara. Ela já te controlou mais vezes do que eu. – Emmett, empurra os ombros de Jasper.
- Tá, chega, vocês dois. Vamos entrar porque minha cabeça está latejando e eu preciso comer alguma coisa.
As próximas semanas se passaram da mesma forma. Posso dizer que tive uma grande melhora no meu rendimento. Consegui controlar muito melhor os meus poderes e as dores de cabeça se tornaram muito mais toleráveis depois de alguns treinamentos. Já conseguia controlar até três vampiros de uma vez, claro que por um curto período, mas nada que não pudesse melhorar.
O que me deixava apreensiva eram os pesadelos. Eu estava cada vez mais cansada e apática, era como se meu corpo estivesse se recusando a fazer algumas tarefas básicas, eu sabia que precisava me mover, mas nada que eu fizesse me deixava motivada. Todos estavam superfelizes com o meu desenvolvimento, no fundo eu também estava, mas não conseguia esboçar entusiasmo. Eu conseguia ver que todos estavam começando a ficar preocupados comigo. A única pessoa que me entendia era Edward, que de vez em nunca, me mandava um SMS ou outro por algum celular pré-pago que ele usava apenas para falar que estava bem e tentava me convencer a voltar a Forks para ver se eu melhorava. Ele era o único que sabia o que estava acontecendo comigo e só sabia porque havia lido minha mente.
Hoje o dia estava chuvoso. Eu olhava para a janela, pensativa. Por mais que meu treinamento tivesse melhorado muito algumas semanas depois do episódio em que perdi o controle, tem aproximadamente um mês que eu não tenho forças para fazer nada, passo o dia todo sentada ou deitada, minha mente não está mais funcionando direito. Tentar ignorar o que aconteceu no fatídico dia em que fomos embora de Forks, isso só faz com que eu fique cada vez mais esgotada mentalmente.
- Já chega. – Disse Carlisle me tirando dos meus pensamentos. – Nós precisamos conversar. – Ele diz decidido. Atras dele vejo os outros vampiros também se aproximando. Os Delani estavam caçando então acredito que acharam que essa era a melhor hora para falar comigo.
- O que é isso? Uma intervenção? – Pergunto sarcástica.
- Pode se dizer que sim. – Diz Esme com seu jeito materno de ser. – Estamos preocupados com você. Algo aconteceu e você não quer nos contar, não é? – Ela se senta ao meu lado tentando me deixar confortável para conversar.
- Você perde o controle e fica muito estressada com facilidade, além do treinamento ter estagnado e até começado a regredir com o passar dos meses que estamos aqui. – Diz Jasper, enquanto me manda ondas de calmaria.
- Algo aconteceu no dia do aniversário da Bella, seu futuro ficou bem mais incerto para mim. Mal conseguia ver seu futuro por conta dos genes, mas agora, é tudo um grande borrão. – Complementa Alice.
Penso nas palavras de todos, se eu dissesse para eles o que estava acontecendo, será que entenderiam? Afinal, já estamos no meio sobrenatural, mais um efeito dele não seria nenhuma surpresa não é? Tomo coragem e respiro fundo. Está na hora de falar.
- Certo. – Me endireito no sofá enquanto penso em como começar. – A tribo Quileute, a tribo de minha mãe, sempre foi ligada com magia, todos sabemos. Além de nos transformarmos em lobos afim de acabar com os vampiros, o que parcialmente me incluiria, mas não vem ao caso já que eu sou um caso único, nós temos também uma coisa chamada Imprinting. – Começo a explicar lentamente.
How can you miss someone you've never met? 'Cause I need you now but I don't know you yet
“O Imprinting é o modo de encontrarmos o nosso par, a fim de passarmos os genes para frente, para que a tribo sempre tenha os guerreiros de prontidão para proteger nosso povo. Isso acontece apenas com quem carrega o gene dos lobos. Então não é toda a tribo que passará por isso. Na verdade, eu nem sei se eles continuam tendo isso, pois quando minha mãe me explicou, disse que não era obrigatório para todos os membros da alcateia.
Quando temos um Imprinting é como se passássemos pela forma mais clichê possível de um amor à primeira vista. É como se nosso mundo começasse a girar em volta dessa pessoa, é como se ela fosse o sol e nós precisássemos orbitá-la para que nossa vida fizesse sentido. Ela é o ar que respiramos, o que ela precisar nós iremos dar, caso contrário nós sofremos. Se essa pessoa estiver sofrendo, nós sofremos junto. Se ela padecer, padecemos junto dela. É uma coisa muito forte. Minha mãe e sua alcateia chegava a dizer que era mais forte do que qualquer magia que nosso povo possuía, mais forte até do que a capacidade de nos transformarmos.
Se nós marcamos alguém, mas tentamos ignorar esse sentimento, nosso lobo começa a ficar irritado, até doente. Melancólico até, pois não estamos perto do nosso par, não podemos dar atenção que essa pessoa precisa. Como eu fiquei tanto tempo no mundo e não tive um Imprinting, então imaginei que isso não aconteceria comigo, uma vez que eu sou metade vampira e metade loba, meus pais e eu não sabíamos se isso aconteceria comigo, não é como se fossemos achar alguém como eu, para perguntar. Vivi minha vida sem me preocupar com isso. Até o aniversário de Bella. Naquele dia, no estacionamento da escola, eu tive um imprinting.”- Termino de contar e espero a reação das pessoas. Não sabia se iriam acreditar, muito menos entender o que eu tinha dito.
- Bem, isso é bom não é? – Carlisle perguntou, cauteloso. – Você achou a pessoa com quem estava destinada a ficar.
- Seria, se não tivéssemos ido embora no mesmo tempo. E seria melhor ainda se ele não fosse apaixonado por Bella. – Disse voltando a olhar para a floresta.
- Não me diga que é o... – Rose começou a dizer mas deixou a frase morrer no ar, incrédula.
- Sim, é o amigo de Bella do qual Edward tinha um ciúmes descomunal. – Digo em um muxoxo.
- Mas isso não deveria ser mútuo, ? – Pergunta Jasper. – Ele não deveria ter se apaixonado por você também?
- Ele não olhou para mim, quando eu percebi o que estava acontecendo comigo, usei todo o meu autocontrole para desviar o olhar antes que fosse tarde. Eu nunca concordei muito com esse lance de obrigar alguém a ficar com a outra. Não queria que ele viesse correndo atrás de mim só porque olhou para a mim e, puff, se apaixonou. – Respondo. – Além de que ele estava com alguns sinais de transformação, então não sabia se o imprinting iria ser mútuo de verdade em nenhuma das histórias que me contaram sobre esses encontros, nenhum envolvia dois lobos.
But can you find me soon because I'm in my head? Yeah, I need you now but I don't know you yet - IDK you yet, Alexander 23

- Então, você vem guardando tudo isso para você esses meses todos? - Pergunta Esme condescendente. – Por que não nos disse? Não iriamos ligar de você ficar em Forks.
- Eu não queria preocupar vocês, mas acho que foi o que eu acabei fazendo de qualquer forma não é mesmo? – Dou um sorriso triste. – Apenas Ed sabia. Nesses poucos momentos em que nos falamos, ele sempre manda eu voltar, nem que seja para que eu o veja de longe, pois a distância está me fazendo mal. Não é à toa que eu acabei surtando quando chegamos aqui, era tudo muito novo e eu estava concentrando todos os meus esforços mentais em bloquear a vontade de voltar correndo para lá.
- E por que não voltar, ? Nós podemos conversar por telefone e você sabe que é livre para ir e vir a hora que quiser. – Diz Carlisle. – Não leve isso como um ordem, mas se você for se sentir melhor, acho que todos concordam que você devia ir atrás da sua felicidade.
Olho para a minha família. Todos estavam tentando passar conforto e apoio para mim, claro, cada um a sua maneira. Tomo algum tempo para pensar. Como eu faria isso? Como eu voltaria para Forks sem mais nem menos? O que falaria para o conselho me aceitar de volta de cogitar deixar eu frequentar a reserva?
- Tudo bem, eu vou voltar.


XII. Trouble's Coming

Assim que tomo minha decisão a família começa a me ajudar a arrumar as malas. Tudo é arrumado rapidamente. Procuramos um hotel para que eu fique, nossa casa é muito grande para que eu fique sozinha lá. Acabaria me sentindo solitária e isso poderia chamar atenção do pessoal da cidade, cidade pequena é o ninho das fofocas, a notícia se espalharia rapidamente, isso não seria bom para nós nem para Isabella que, segundo as visões de Alice, estava em um estado de depressão profunda devido ao rompimento com Edward.
- Você promete que nos dá notícias? – Pergunta Esme preocupada. Estávamos colocando as malas no meu carro enquanto me despedia dos Delani. Assinto. – E de Edward também? E de Bella? – Quando contei para Edward que estava voltando, ele pediu para que eu ficasse de olho em Bella por ele, quando eu conseguisse.
- Pode deixar, não vou sumir. Vocês têm meu número, não vou trocar que nem certos filhos desnaturados. – Respondo rindo enquanto fecho o porta-malas. Tudo pronto para a viagem. Termino de me despedir de todos, entro no carro e dou partida, voltando para Forks.
A viagem corre sem maiores problemas, acabo tendo de fazer algumas paradas já que preciso comer e dormir graças a minha parte humana, mas isso não me incomoda, minha parte lupina está animada para voltar para perto de seu Imprinting. Já tenho todo o itinerário na cabeça, iria primeiro para o loft em Port Angeles que alugamos, já que não sei quanto tempo vou ficar, achamos melhor um Loft do que um hotel. Iria arrumar as coisas e deixar de um jeito confortável. Enquanto arrumo o loft vou pensar em como chegar em La Push e ver um jeito de deixarem eu frequentar a reserva. Essa seria a parte difícil, para eles eu sou apenas metade vampira e metade humana. Claro, eles nunca tocaram em mim, ou saberiam que minha temperatura é levemente mais alta que a de um humano normal.
Fico com isso na cabeça, o resto do dia, enquanto decoro meu pequeno apartamento. Ele ficava próximo ao centro da cidade, assim eu poderia ir para Seattle quando quisesse ir para alguma festa e ficaria fácil ir para Forks/La Push. Assim que esvazio minhas malas e guardo minhas roupas vou para o mercado mais próximo fazer algumas compras, já que pretendo parecer o mais humana possível enquanto estiver sozinha, então preciso de comida humana e utensílios de cozinha. Não demorou muito para comprar tudo que preciso e logo estou de volta ao meu apartamento, guardando tudo que adquiri. Aproveito e faço um lanche rápido antes de tomar um banho e ir para a reserva. Só espero não ser atacada no meio do caminho. Vou precisar fazer uma reunião com o conselho antes de tudo, mas como chegar em alguém do conselho? Precisaria falar com algum lobo e pelo que me lembre só havia 3 deles naquele dia. Não sei se outros de transformaram. Se ele se transformou.
Termino meu lanche e tomo um banho rápido. Acabo optando por vestir uma blusa de manga comprida azul marinho, um jeans preto e uma jaqueta marrom. Nos pés, coloco um All Star preto e sigo viagem até La Push. Sei que não vou conseguir chegar tão longe, uma vez que não podemos tecnicamente cruzar a linha do acordo, então, para não causar mais confusão e vou até alguns metros antes divisão, sei que não demorarão muito para sentirem o meu cheiro. Sei que não cheiro como um vampiro, mas também não tenho cheiro de lobo nem de humano, é um cheiro diferenciado segundo minha família mesmo me dizia. Quem estiver na ronda vai acabar vindo até mim. Estaciono o carro próximo das árvores e espero. Alguns minutos se passam até que eu sinta o cheiro dos transmorfos. Pelo barulho, o bando todo ou grande maioria dele está aqui.
- Ora ora, se não temos uma sanguessuga de volta. – Diz Paul, lembro-me dele, o lobo esquentadinho.
- Como podem ver, eu vim em paz. – Digo desencostando do carro e colocando as mãos para cima.
- O que você quer aqui? – Pergunta Jared, ele também não parece lá muito calmo.
- Eu gostaria de uma reunião com o conselho. – Digo calmamente.
- O que você quer falar com o conselho? – Pergunta Sam, esse sim, parece calmo. – Quem mais voltou com você?
- Apenas eu voltei, os outros não tem a menor intenção de voltar. Estou sozinha. – Observo-o, ele está claramente pensando se me mata agora ou vê até onde quero chegar.
- Jared, Paul, reúnam o conselho na casa dos Black. Jacob vai estar com a humana a essa hora então não teremos problema dele ouvir algo, além de não precisar tirar Billy de casa. – Ele dá a ordem para os lobos e logo eles somem na floresta. – Você sabe o caminho?
- Não me lembro direito, vim apenas uma vez para cá. - Digo dando os ombros.
- Certo, vou me transformar e você me segue, não faça nenhuma gracinha. – Ele diz enquanto vai para as árvores, rolo os olhos.
Não demora muito até que um lobo de pelos pretos se aproximasse. Entro no carro e dou partida, seguindo o lobo gigante que passava pelas árvores tomando cuidado para não ficar muito perto da estrada, assim não seria visto por nenhum carro. Não demoramos muito para chegar na casa dos Black. Espero Sam aparecer em sua forma humana novamente para sair do carro. Assim que o faço sou surpreendida por um quarto cheiro de lobo. Mais alguém se transformou? Sigo Sam com cautela até a porta, que é aberta sem cerimônias por um quarto lobo, totalmente desconhecido por mim. Podia perceber que ele tentava controlar seus tremores, acho que nunca esteve tão perto de um vampiro antes, mesmo que seja apenas meio vampiro.
- , esse é Embry, ele se transformou há algumas semanas. – Apenas assinto para o lobo, seus cabelos estavam cortados como os demais e ele já estampava a tatuagem da tribo em seu braço. Ele assentiu de volta e vai para o outro lado do cômodo, sendo seguido de perto por Sam, caso ele se descontrolasse teria o alfa por perto para contê-lo
A sala é pequena, por mais que estejam poucas pessoas dentro dela de uma vez, é possível ver que está quase apertada, uma vez que os transmorfos são enormes. O conselho está reunido em uma meia lua, há uma cadeira para mim, bem na frente dos três anciões que aqui se encontram. O resto da alcateia se posiciona atrás deles como forma de proteção para o caso de eu atacá-los.
- Os garotos nos disseram que você queria uma reunião com o conselho. – Começa Sr. Black. Assinto. Ele aponta para a cadeira, indicando-me para sentar. Obedeço. – Pode começar.
- Primeiramente gostaria de agradecer por me receberem assim, tão em cima da hora. Sei que não foi a melhor maneira de entrar em contato com vocês, mas não sabia de outra maneira de fazê-lo. – Digo, olhando para os três homens à minha frente. – Gostaria de acrescentar também que o resto do clã não voltou. Apenas eu. Eu vim aqui para fazer um pedido na verdade. Sei que é um pedido ousado, mas gostaria de fazer mesmo assim. – Observo as expressões, todos parecem impassíveis, não demonstram nenhum esboço emocional para o que estou dizendo, mas parecem abertos a ouvir. – Gostaria de saber se posso frequentar a reserva. – Digo de uma vez e espero.
- De jeito nenhum! Uma sanguessuga em nossas terras? – Esbraveja Paul, sendo seguidos pelos outros membros. Apenas Sam se mantém impassível, seu rosto é uma pedra, não demonstra nenhum sentimento. Sr Black apenas levanta as mãos pedindo silêncio. Sam olha para seu bando e os garotos se calam na hora, mas consigo ver os ombros tremendo e as respirações entrecortadas, eles se controlam para não me atacar.
- Gostaria de lembrá-los que sou metade humana, a única parte vampírica que eu tenho é a imortalidade. Uma vez que durmo e me alimento como um humano comum. Eu sangro e meu coração bate. As poucas vezes em que me alimento de sangue é sangue animal. Caso me deixem ficar prometo que não caço, me alimento apenas de comida normal, até prefiro.
Os anciões olham um para os outros, se não fosse muito impossível diria que se comunicam telepaticamente, mas sem seus olhares sei o que estão fazendo, são muitos anos no conselho, imagino eu, ler as expressões um dos outros não deve ser tão difícil.
- Ela pode nos ser útil. Ainda somos poucos e não sabemos quando os outros vão se transformar. Além dela se misturar com os humanos. – Sr. Atera começa a falar, como quem tem uma ideia.
- Desculpe, mas o que está acontecendo? – Pergunto, curiosa.
- Os nômades que apareceram por aqui há quase 2 anos reapareceram, óbvio, apenas dois deles. Ainda não sabemos o que querem ,mas está difícil de localizá-los pois ainda somos poucos. – Explica Sr. Clearwater.
- Bem, eu acho que sei o que querem. Isabella. – Conto brevemente o que houve desde o fatídico jogo de beisebol até matarmos James. – Eles devem estar procurando vingança. Posso ajudar, posso fazer rondas em Forks ou ficar de guarda próximo à casa dos Swan.
- Certo, acho que temos um trato então. – Diz Black. – Não nos decepcione, vamos dar um voto de confiança. – Ele estende a mão para selarmos o acordo. Aperto-a e no mesmo momento vejo ele olhar para mim por um instante, levemente assustado. Retribuo o olhar por uma fração de segundos, desejando que ele perceba o desespero em minha expressão por alguns segundos. Ele assente e seu rosto volta a ficar impassível com a mesma rapidez com que mudou. – Sam ou os outros garotos vão te procurar de tempos em tempos para podermos marcar algumas reuniões. Como estou tomando a frente dessa decisão, gostaria de reportasse a mim qualquer avanço que você tiver. – Assinto. Percebo que essa é a deixa para que eu saia. Me despeço de todos com rapidez, já testei o autocontrole dos lobos mais novos por tempo demais.
---------------------
Quase um mês havia se passado desde que eu estava de volta e que eu fui permitida a frequentar a reserva. Tenho feito rondas constantes na casa dos Swan e tenho acompanhado até a escola, de longe para que ela não me visse, não sabemos qual vai ser a reação dela quando ver que eu voltei, então fizemos tudo na encolha. Por sorte, consegui ver Jacob de longe. Ele ainda não me conhece e sei que não vai demorar para isso acontecer, Sam disse que os sinais de transformação nele estão cada vez piores. Ter voltado para cá realmente conseguiu acalmar meus sentimentos. Por mais que meu lado lupino esteja louco para que eu me apresente a ele e faça parte da vida dele, algo me diz que não é a hora. Isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde, assim que ele se transformar, assim como aconteceu com os meninos. E essa semana serviu para que eles perdessem um pouco da desconfiança que tinham em mim.
Hoje é domingo e acabei de trocar a ronda com Paul, nesse momento estou aproveitando alguns poucos raios de sol aqui na praia, enquanto como alguns sanduíches que trouxe de casa. O tempo vai dar uma leve fechada em breve, então vou aproveitar esse milagre de sol para ser o mais humana possível. Estou deitada em minha toalha quando sinto o cheiro de um dos meninos se aproximando.
- Você não brilha como eles? – Pergunta Embry.
- Olá pra você também viu... – Respondo tirando os óculos escuros e virando para o lobo. – E não, eu não brilho – Rio pelo nariz. – A única coisa que tenho deles, tirando a velocidade que você já viu, é me alimentar também de sangue, mas isso eu não faço tem tempos. – Aproveito para tomar um gole de suco. Pego um sanduíche de atum e ofereço para o garoto. – Sanduíche de atum?
- Claro, eu amo! – Ele responde animado, sentando-se ao meu lado todo desengonçado, levantando um pouco de areia e sujando a toalha. Rolo os olhos. Logo ele já está devorando um dos lanches que trouxe na bolsa enquanto dividimos a garrafa de suco. – Na verdade eu vim para falar com você mesmo. A humana vai sair com o Jacob, parece que vão vir para La Push, então teremos um tempo de folga. Queria saber se você não gostaria de fazer uma loucura com a gente hoje.
- Agora você está falando a minha língua. – Respondo curiosa enquanto sento na toalha, apoiando meu corpo nos braços. – Que tipo de loucura?
- Pular de penhascos, já fez isso? – Seus olhos brilham conforme ele fala. – Nós fazemos isso sempre que o tempo está melhor, tem vários por aqui, mas gostamos dos mais altos sabe, se você tiver medo, tudo bem. – Ele olha pra mim com um tom desafiador.
- Eu não tenho medo dessas coisas, seu besta. – Empurro-o com os ombros. – Eu posso ser metade humana, mas ainda sim sou resistente. Quando vocês vão?
- Na verdade já estávamos indo, o pessoal já estava indo, só faltava você e o Paul. – Ele diz despreocupado. Fico feliz em perceber que eles já me consideravam como "uma deles" espero que quando descobrirem minha verdadeira natureza as coisas continuem do mesmo jeito. Espero ele terminar seu sanduíche e arrumamos as coisas para que possamos ir até o tal penhasco.
O caminho até o penhasco é até animado, Embry adora fazer palhaçadas e vive falando besteiras. Vamos no meu carro até um pedaço do caminho, deixo o veículo próximo da floresta e vamos em direção à trilha que havia ali. Espero Embry se transformar e logo estou na companhia de um lobo cinzento com algumas manchas pretas. Ele faz com a cabeça como quem diz para que eu o siga e sai em disparada pelo caminho. Corro na velocidade vampírica atrás dele. Conforme corremos percebo o quanto sinto falta de estar em minha forma de loba, como eu queria estar correndo sob quatro patas também, sentindo o chão da floresta sob as patas e o vento passando pelos meus pelos. Quem sabe um dia, precisaria cortar meu cabelo antes disso, está muito comprido, atrapalharia na hora de me transformar, eu ia parecer um shitzu.
- Até que enfim! Achei que Embry tinha acabado se embrenhado com você por aí. - Reclama Jared.
- Que isso, somos apenas amigos Jared. – Digo enquanto espero Embry voltar para a forma humana.
- Tadinho deixa ele ouvir isso, vai ficar desiludido. Ele tem uma quedinha por você sabia? – Dessa vez quem tira sarro é Paul.
- Quedinha? Ele tem esse penhasco todo, isso sim. – Jared complementa rindo enquanto um Embry levemente envergonhado a bravo sai de trás das árvores. Rolo os olhos, esses garotos são impossíveis mesmo.
- O que vocês estão falando aí? – Embry tenta se defender. – Não é nada do que você está pensando , ignora esses dois. – Ele continua. Sam, que não disse uma palavra, apenas ri de lado. Balanço a cabeça em negação, tentando mudar de assunto.
- E ai, como funciona? Quem vai primeiro? – Pergunto enquanto tiro meus tênis.
- Basicamente você vai correr e se jogar. Não tem muito erro, só não cair de costas nem de barriga na água. Sei que somos resistentes, mas isso dói, muito. - Explica Embry, levemente incomodado com a parte final, acho que já viveu na pele o que é cair de mau jeito na água. Depois da explicação, os meninos começaram a pular na água. Realmente, era muito alto, mas era só desviar das pedras na hoa de se jogar que tudo ficava bem. Vi os garotos, um por um se jogando e logo chegou minha vez. Tomo distância, criando um pouco de coragem, uma vez que é a primeira vez que faço uma coisa dessas. Assim que pulo, sinto meu corpo no ar, com o vento forte batendo nele. A adrenalina é grande, mas fico no ar por pouco tempo. Estou emergindo do mar, com os lobos gritando palavras de incentivo para mim.
Ficamos pulando por alguns minutos, até que, enquanto começo a sair do meio das árvores, sou invadida pelo cheiro fraco de Bella e Jacob. Sam olha para mim como quem diz para que eu espere um pouco até que o cheiro se distancie. Não sei quanto tempo fico ali, mas me parece uma eternidade, eu daria tudo para poder ver como ele está, quase nunca consigo fazê-lo pois quando eles estão juntos, não preciso ficar observando a humana, já que eles ficam dentro da reserva e sempre tem alguém do bando nas rondas. O pouco que consegui ver deles nos últimos dias só me comprova que sua transformação está mais próxima do que nunca é questão de uma ou duas semanas no máximo, pelo que ouvi comentarem. Sam olha para mim após alguns minutos, assente, indicando que eles já foram, e se joga do penhasco. Pego uma distância e me jogo também, em seguida.
Depois do episódio do penhasco, as coisas ficaram um pouco mais tranquilas. Bem, até hoje de manhã. Meu telefone tocou perto da hora do almoço. Eu estava em meu apartamento tirando um cochilo depois da troca de turno com Jared, na ronda por perto da casa dos Swan. Olho no display e percebo que é o número de Billy Black, ele havia me passado seu telefone há alguns dias, confesso que fiquei nervosa com essa interação, por mais que minha mãe tenha me dito que eu devia confiar nos Black, confesso que fico receosa, afinal, o Black que minha mãe teve contato não é o mesmo que me ligou. Basicamente ele marcou uma conversa comigo, conversa essa que estou surtando para saber o motivo. Nesse momento estou tentando entender o porquê dele querer falar comigo assim, tão de repente, e sozinho aparentemente, pois quando são reuniões com o conselho, quem me chama é o bando.
O caminho até a reserva é um borrão na minha mente, não consigo pensar em nada além do motivo dessa conversa repentina. Me vejo parada na porta de Billy Black, completamente petrificada. Averiguo os arredores, não há nenhum cheiro do bando por perto. Tomo coragem e bato na porta. Não demora muito para que eu ouça o barulho de sua cadeira se aproximando.
-, venha, entre. - Ele me dá passagem para que eu entre em sua casa. Assim que entro, ele fecha a porta e se encaminha até a sala. - Acho que precisamos conversar não é? Tenho algumas coisas para perguntar e acho que visto as circunstâncias, creio que não vou conseguir fazer isso com privacidade antes de meu filho se transformar. - Ele começa, mais direto impossível. Ele indica o sofá para que eu sente enquanto se serve uma xícara de café. - Café? - Assinto e aceito a xícara enquanto ele serve uma para si. Ele toma um longo gole enquanto olha para o relógio e então olha para mim. - Então, , acho que precisamos ser sinceros uns com os outros, não concorda?
- Desculpe, eu não estou entendendo.
- Acho que preciso começar do começo. Somos descendentes de Taha Aki e sua tribo, guerreiros que tinham o dom de se transformarem em grandes lobos para proteger nossa tribos dos frios. Esse gene vem passando pelas gerações e temos defendido nosso povo e qualquer humano dos vampiros. Há quase dois séculos, meu ancestral Ephraim Black encontrou vampiros diferentes que tinham o estilo de vida diferente. Eles não se alimentavam de sangue humano e estavam dispostos a fazer um acordo. E assim o tratado foi criado. - Assinto e espero onde ele quer chegar com isso. Nunca estive mais confusa. - Bem, essa é a lenda que todos sabem. Agora eu vou te contar a história que eu sei.
"Quando esse clã de vampiros apareceu, uma guerra quase começou. Nossa tribo não queria aceitar que frios ficassem perto das nossas terras e os frios não queriam sair do local em que se instalaram. Todos estavam nervosos e o futuro dos Quileutes era incerto, se não fosse o surgimento de uma mulher. Ela era como os outros da tribo, era uma Quileute. Mas claramente ela não era daquela época, apesar de aparentar ser jovem dava para notar que ela era bem mais velha. Ela sua pele era quente como os outros transmorfos, ela era extremamente forte e resistente como o resto deles. A diferença era que ela era uma mulher. Até aquele momento não se sabia se mulheres poderiam se transformar. Ela, com toda a sua sabedoria e paciência foi crucial para que o tratado fosse selado.
Os frios nunca ficaram sabendo de sua existência, assim como o resto da tribo. O único que teve contato com ela foi Ephraim, que jurou segredo sobre sua existência com a condição de poder contar para as próximas gerações da sua família o real motivo do tratado ser criado. Ninguém nunca acreditou que o motivo dela ter ajudado frios seria esse. Ninguém achou que fosse possível, até agora.
Eu mesmo demorei para acreditar, não fazia sentido. Porque agora, a verdade viria à tona? Mas eu comecei a pensar, não sei porque mas algo em você lembra vagamente a tribo, acho que seus cabelos, por mais que não sejam negros iguais os do nosso povo. Mas eu tinha minhas dúvidas, Sam ficou muito desconfortável perto de você, mas te aceitou mais rápido do que eu esperava. Os meninos também, você foi aceita pelo bando rápido demais para uma Híbrida de vampiro com humano.
Depois teve o seu pedido, uma reunião com o conselho, depois de meses longe. Você veio sozinha, sabendo que poderia ser morta pelo simples fato de pisar nas nossas terras. Você estava muito calma, algo devia ter te dito que não tinha o que temer. Eu tive certeza de minhas teorias quando apertamos as mãos. Esperava-se que, como metade humana e metade vampiro, você fosse mais gelada do que um humano, mas não tanto. Mas não foi assim, você é mais quente que um humano, não tanto quanto os 100% transmorfos. Porém, ainda sim é quente. Sua aparência pode não demonstrar, mas seus genes sim. Você é mais lupina do que vampira.
Você é filha dela não é?"


XIII. Power Over Me

Não sei quanto tempo fiquei parada encarando o homem à minha frente. Ele simplesmente jogou em mim tudo o que eu tinha vontade de esconder por um tempo.
-Não sei nem o que dizer eu fui pega de surpresa. - minha voz saiu como um engasgo. Respiro fundo, tentando controlar minha respiração
-Eu imagino que tenha sido mesmo, afinal eu só tive certeza de tudo hoje, antes de te ligar. Meu pai me contou, e o pai dele contou para ele. Quando nossa tribo estava se preparando para atacar os frios essa mulher apareceu. Ela conversou com Ephraim, ele se recusava a acreditar que frios poderiam mesmo não se alimentar de humanos. Mas ela o convenceu, disse que seu imprinting era um vampiro. E se os ancestrais haviam unido um vampiro e um transmorfo, deveria ter um motivo. Ela disse que o estilo de vida dos frios que estavam em nossas terras era real e que a melhor alternativa era fazer um acordo com eles, deixando as terras quileutes longe da área de caça deles, assim não correriam o risco de se encontrarem. Dias depois o acordo foi feito. E ela sumiu. Com o passar dos tempos minha família começou a achar que tudo não se passava de uma lenda da família Black, mas percebi que não era, assim que você apareceu. - Ele para de falar e encara o relógio de soslaio. Estava escuro a essa hora. Será que ele sabe que seu filho provavelmente demoraria a voltar? Eles estavam no cinema em Port Angeles.
-Provavelmente ele vai demorar, está no cinema com a humana. - Comento brevemente. Ele assentiu, parecendo mais calmo. Respiro fundo tomando coragem. - Confesso que não esperava que fossem descobrir. Como você mesmo comentou eu não parece em nada com a tribo. - Sorrio de lado lembrando do quanto minha mãe ficava irritada com o fato de não parecer com ela. - Bem. - Seco minhas mãos na minha calça. Eu nem sabia que era capaz de ficar nervosa nesse nível. - Ela era minha mãe, sim. - Falo com calma. Ele não diz nada, já que havia tirados suas próprias conclusões. - Minha mãe teve um imprinting pelo meu pai. No começo eles não conseguiam acreditar, foi bem difícil no começo. Minha mãe só era uma loba porque a espécie do meu pai existia, isso não fazia sentido. Ela tentou se manter afastada, mas quando um lobo se afasta de seu imprinting ele adoece, pode até ficar louco. Bem, eles ficaram juntos. Ela era a primeira mulher a se transformar, eles não sabiam que poderiam ter um filho, até que eu nasci. - Termino de fala. Ele fica alguns minutos em silêncio, absorvendo tudo que eu disse.
-Então as histórias eram realmente verdadeiras, mas ela nunca havia comentado uma filha. Provavelmente seja antes de engravidar de você. - Ele parecia estar pensando alto, então apenas o encaro. Não sabia que uma conversa dessa iria surgir tão rápido, então não sei nem como agir. - Então, você disse que era filha dela. Algo aconteceu com eles não?
-Sim, existe um clã de vampiros que é como se fosse a realeza. Eles ditam as regras da espécie. Eles descobriram o relacionamento dos meus pais e eles foram mortos por esse clã. - Ele assente, não há o que dizer.- Meu pai tinha dons, então conseguiu manter minha existência em segredo.
-E como foi para você? A questão da transformação? Você ainda se transforma?
-Bem, eu cresci muito rápido então eu parei de crescer com 10 anos de idade humana. Mas só tive minha primeira transformação aos 17. Faz um tempo que não me transformo, mas já fiquei décadas sem me transformar e não me afetou.
-E, mesmo sem se transformar, você não envelhece por conta da parte vampira. - Confirmo com a cabeça, validando a informação. - E você pretende entrar para o bando? - Confirmo novamente. - Quando? Como pretende contar para os outros?
-Quanto a isso, ainda não sei. Eu não me sinto pronta para lidar com duas naturezas diferentes ainda, sempre fui sozinha em relação a ser uma loba, fui treinada por pouco tempo pela minha mãe antes dela morrer, tudo que eu sei, aprendi sozinha. Mas posso adiantar que o será o primeiro a saber, ou a perceber, Sr. Black.
-Por favor, pode me chamar de Billy. - Ele disse rapidamente. - Como assim, perceber?
-Acho que vocês perceberam que cabelos compridos e lobos não combinam - Sorrio de lado. - Quando eu estiver pronta para me transformar, meu cabelo vai estar na altura dos ombros.
-Sabe, uma coisa você não me contou, e eu também acabei não perguntando. Se sua mãe era da tribo e era bem mais velha para que ninguém da época do tratado a reconhecesse, de quem ela era filha?
-Olha, pelo que você me contou das lendas da tribo, ela nunca foi citada. Provavelmente foi esquecida durante a história pelo que ela fez. Ela era filha de
-Pai, tem algo de errado comigo. - Jacob entra na casa completamente atordoado. Como não percebi ele chegando? Como não ouvi nada? Ele está claramente passando pela transformação. - O que você está fazendo aqui!? - Ele grita quando percebe minha presença. - O que ela está fazendo aqui!? - Dessa vez a fúria é dirigida a seu pai. Quando dou por mim já estou de pé, pronta para levá-lo para fora antes que ele se transforme no meio da sala.Suor se acumula em seu rosto e é possível perceber algumas gotas que começam a escorrer por seu pescoço. Ele está tremendo como se estivesse com frio. Está hiperventilando.
-Billy, chame Sam, eu vou levá-lo para fora. - Falo rapidamente enquanto começo a me aproximar de Jacob. - Jacob, vamos lá para fora? Você não quer ficar aqui dentro.
-Desde quando ela te chama pelo seu nome!? - Ele tremia cada vez mais. Eu sabia que antes da primeira transformação ficávamos bem irados, mas nunca tinha presenciado uma desse lado da visão. - Eu só quero que isso pare. Essa dor, parece que eu vou explodir. - Ele choraminga enquanto pressiona as mãos na cabeça. Está ficando fora de controle. No fundo consigo ouvir Billy ligando para Sam. Em segundos ele estará aqui. Sei que Jacob não gosta do lobo, isso vai ficar pior. -Sam? O que ele tem a ver com isso? Eu não quero ele aqui!
-Ele está vindo ajudar, mas para podermos te ajudar, preciso que você vá para fora. - Não havia o que eu falasse, ele não iria me ouvir, suas mãos não saiam de sua cabeça. Ele começa a se encolher e abaixar quase entrando em posição fetal. Está tendo uma crise de pânico além de tudo. Será que o único jeito seria... bem, eu tinha auto controle o suficiente. Olho para Billy como quem pede autorização para tentar qualquer coisa, recebendo apenas um aceno com a cabeça. Eu só preciso de alguns segundos, só isso e eu o ajudo. Reúno todo o meu autocontrole e desbloqueio o imprinting. As emoções voltam com tudo, me deixando sem ar. - Jacob, eu preciso que você olhe para mim. - Minha voz mal sai, mas sei que ele me ouve, pela reação à dor de cabeça, seus instintos já se aguçaram- Sei que não confia em mim, mas só por alguns segundos. Deixe eu te ajudar. - Por uma fração de segundos acho que não vai funcionar e que eu baixei a guarda à toa, mas sei que minha voz o afeta. Ele respira fundo e olha nos meus olhos, tento não deixar o imprinting me levar, mas o esforço é enorme, sei que nos encaramos por apenas alguns segundos, mas isso é o suficiente para que meu corpo envie uma onda de calafrios por toda a minha espinha. Pisco algumas vezes para sair do transe. - Vamos lá para fora, sim? - Lentamente ele assente, parece hipnotizado. Faço um esforço para mover o imprinting para o fundo da minha cabeça e bloqueá-lo, não preciso dele agora. Ao mesmo tempo me aproximo e o ajudo a levantar. O mínimo toque no lobo faz com que uma nova onda de sensações passe pelo meu corpo. E pelo dele também, pois sua cabeça levanta com rapidez e seus olhos me encaram novamente, dessa vez com uma face de dúvida. Tão rápido quanto as sensações vem, elas desaparecem.
Mal temos tempo de chegar na parte de trás de sua casa quando ele volta a tremer. Aqui, as os sentidos ficam muitos mais aguçados, sei que ele ouve cada animal na floresta, vê cada sombra na escuridão das árvores, sabe que uma tempestade se aproxima pelos trovões, tão distantes que é possível saber que a chuva durará alguns dias. Por sorte me afasto no instante que percebo que seus tremores pioraram, consigo ver seu corpo se curvar e ouço as roupas rasgando. Ele se transformou. No lugar do humano há um lobo gigante caramelo, não posso negar, ele é lindo, dá para ver as nuances de marrom em seus pelos. Sinto seu olhar em mim por um instante. Me concentro em bloquear o imprinting e ao mesmo tempo me preparo. Sei que ele vai tentar me matar.
O movimento não demora, um tanto desengonçado por não ter experiência e pelo tamanho da pelagem. Desvio com facilidade, isso parece deixá-lo ainda mais irritado, mas é possível perceber um vislumbre de confusão em seu olhar, ele nunca viu um vampiro antes.
-Jacob, preciso que se acalme. Eu não quero lutar com você, não quero te machucar. - Digo com as mãos levantadas. Ele solta uma espécie de latido, parece uma risada, depois rosna para mim, preparando outro bote. - Eu não vou lutar com você. - Não preciso terminar de falar porque no instante seguinte ele avança na minha direção novamente. Desvio novamente, mas essa foi por pouco. Sei que vou acabar saindo dessa machucada, ou pior, se Sam não chegar logo. - Ele não estava vindo!? -Olho para Billy alarmada.
Antes de poder responder, sinto o cheiro do bando se aproximando. Infelizmente ele aproveita esse tempo de distração e me lança em uma árvore. No momento em que sinto o impacto, solto um grito de dor, sei que me machuquei. Meu grito parece trazer ele de volta a realidade, seus olhos estão assustados, ele dá um passo na minha direção. Me levanto, sabendo que meu ombro e pelo menos uma costela já eram, e me preparo. Antes de precisar fazer alguma coisa, vejo o lobo de Sam ficar na frente de Jacob e o de Embry parar em minha frente. Sam e Jacob ficam rosnando uns para os outros por uns minutos. Paul e Jared ficam ao lado de Sam, para o caso do recém transformado voltar a atacar. Embry fica quieto por um tempo e então corre para as árvores, não muito tempo depois ele volta em forma humana e vem até mim correndo.
-Vem, vamos levar você e Billy para a Emily, precisamos ver onde você se machucou. - Não digo nada, apenas olho para Sam, afinal, nunca havia conhecido sua noiva e sei que ela é seu imprinting, então deve ser difícil deixar um "vampiro" entrar em sua casa. - Ele sabe, ele que mandou levar você lá. Vem. -Ele se aproxima e coloca a mão na minha cintura. - Consegue andar ou quer que eu te leve? - Pergunta com um sorriso zombeteiro.
-É só meu ombro e alguma costela. Consigo andar bobão. - Respondo dando um soquinho em seu ombro, mas aceitando o leve apoio quando começo a andar.
Ouço um rosnado no momento em que Embry e eu interagimos e começamos a ir embora, mas não olho para trás. Deixo ser guiada por Embry até a caminhonete dos Black. Assim que nós três entramos no carro, ele dá a partida e menos de 5 minutos depois já estamos na casa de Sam. Saio do carro com um pouco de dificuldade e nem tenho que esperar pelos outros, pois vejo uma mulher abrir a porta. Não consigo deixar de notar como ela é bonita, mesmo com a enorme cicatriz que toma metade do seu rosto e uma parte do pescoço. Ela caminha em nossa direção sem fazer perguntas e nos ajuda a entrar.
-Então você é a meio vampira que anda ajudando os meninos? - Ela pergunta quando todos estão dentro de casa.
-Eu mesma. Eu te cumprimentaria direito mas no momento não tenho muito movimento nos braços. - Falo dando uma leve brincadeira com a minha situação.
-Falando nisso, conseguimos te ajudar de alguma forma? Como se sente? - Embry pergunta enquanto me coloca sentada no sofá.
-Quem fez isso com você? -Emily pergunta enquanto pega alguns muffins e oferece para nós. Eu recuso, mas Billy e Embry logo estão saboreando os bolinhos.
-Jacob. Eu estava na casa deles quando ele chegou com os sinais de transformação.
-Se não fosse por ela, acho que minha sala seria apenas destroços. Eu não iria conseguir tirá-lo de casa a tempo.
Não tive nem tempo de falar nada pois a casa foi logo invadida pelo resto do bando. Todos foram diretamente ver como eu estava, todos menos um. Que ficou isolado no canto. Depois de garantir a Paul e Jared de que eu estava bem e que apenas o ombro e a região da costela doíam e que eu iria me curar em breve, Sam veio até mim.
-Seu ombro está fora do lugar. -Sam e seu jeito meigo de ser, revirou os olhos com a constatação óbvia.
-Eu sei, estava esperando você voltar para pedir para colocar no lugar, você é o que tem maior controle da força. -Disse enquanto me levantava e virava para que ele pudesse arrumar meu ombro.
-Vai doer. - Avisa enquanto posiciona suas mãos em meus ombros.
-Vai logo Samuel. - Não deu outra, minha vista turva por alguns segundos e solto um xingamento alto, espero uns segundos e começo a mexer o ombro. Dói um pouco, mas sei que logo vai passar. - Obrigada. - Ele assente e senta no sofá.
-Então, pode onde começamos? -Pergunta o alfa olhando diretamente ao recém transformado.
-Desculpe por atacar você. - Ele diz enquanto coloca as mãos dentro dos bolso da bermuda. -Não sei o que deu em mim.
-Eu sei o que deu gatinho. Sou meia vampira e você é um lobo, foi feito pra me matar. Mas tudo bem, não é a primeira vez que um de vocês me ataca, e não vai ser a última. - Dou um riso despreocupado. - Aliás, prazer,
. - Ele assente, um tanto surpreso pela informação mas não fala mais nada.
-Certo Jacob, vamos te situar das coisas. Mas antes, você vai precisar falar com a Isabella. - Sam começou a falar. Seu tom de voz era sério. Ele estava usando a voz de alfa. Os ombros de Jacob se curvaram levemente, em sinal de obediência- Você não pode, em hipótese alguma, contar sobre nós para ela. Ela sabe sobre os vampiros, mas não sobre nós. Até segunda ordem, você não pode vê-la. - Nesse momento o jovem lobo começou a tremer sem parar. Uma parte dele tentava lutar contra a ordem do mais velho. Ele tinha sangue de alfa, deveria ser mais difícil se submeter. - Veja só você. Mal consegue se controlar. Se não fosse
você poderia ter matado seu pai, por que não iríamos chegar a tempo. Você acha que não iria machucar Bella? Você poderia facilmente matá-la. Estamos conversados. - Sam para de falar e espera que Jacob fique mais calmo.
Assim que ele para de tremer Emily corta seu cabelo, para que melhore sua locomoção transformado. O alfa esclarece as coisas para que ele saiba o que está acontecendo na aldeia. Ele fica visivelmente preocupado de saber que há uma vampira rondando a casa de Bella e insiste diversas vezes para que deixem ele falar com ela, para que passe mais tempo com ele ou para que conte para ela sobre o segredo da tribo, mas Sam se mantém irredutível. É um segredo muito importante para que seja colocado em perigo dessa maneira. Logo que ele nos passa as novidades sobre a perseguição, dispensa os meninos e todos ficam de bobeira na casa. Encosto no sofá, percebendo que meu braço está quase 100% melhor e examino minha costela. Levanto minha camiseta e percebo que o local está levemente vermelho e dolorido. Ao passar a mal superficialmente acabo arfando por conta da dor, mas consigo ver que não está quebrado. Foi apenas uma pancada, feia, mas apenas uma pancada. Sinto o assento ao meu lado ser ocupado por alguém no momento em que estou abaixando a camiseta, sei quem é, mas não entendo porque se aproximou. Ele me encara com intensidade. O olhar é tão penetrante que preciso me esforçar ainda mais em bloquear o imprinting, caso contrário ficaremos nos encarando como bobos. Meus pais faziam isso sempre que se encaravam. Após alguns segundos ele limpa a garganta.
-Er, oi. - Ele fala meio sem graça enquanto passa a mão no cabelo recém cortado. Levanto uma sobrancelha esperando que ele perceba a deixa para que continue a falar. - Acho que não fomos devidamente apresentados. Eu sou o Jacob, mas todos me chamam de Jake. - Ele estende a mão, estendo também e aperto. Nesse momento ignoro com todas as forças os pequenos calafrios que parecem pequenos choques percorrendo meu corpo.
-Bem, você já deve saber, mas sou
, mas pode me chamar de
. - Respondo dando um sorriso ladino.
-Desculpa por atacar você, eu não sabia o que estava fazendo. - Ele dispara. - Machucou muito? Que primeira impressão não é mesmo...
-Fica tranquilo gatinho. Não é a primeira vez que um de vocês perde a paciência e me ataca. Paul é esquentadinho e vive perdendo as estribeiras - Digo rindo, enquanto lembro da última vez que Sam teve que me ajudar com algum ferimento. - Inclusive estou ajudando ele e Embry com isso. -Ele assente.
-Posso fazer uma pergunta? - Assinto. - O que você exatamente é? Quer dizer, você fala que é vampira, mas seu coração bate, você se machuca como um humano comum.
-Sou Híbrida. Metade vampiro, metade humano. Tenho todas as características vampíricas de velocidade, imortalidade, força. Posso me alimentar de sangue - Ele faz uma careta, fazendo com que eu risse da situação - Mas prefiro comida. E bem, tenho características humanas também, como sentir fome e precisar dormir. O que, eu preciso fazer logo mais pois tenho ronda pra fazer. - Digo enquanto me levantando. Sinto que sou seguida pelo olhar de Jake, ele parecia um tanto desapontado por eu estar saindo assim tão cedo. – Sam? – O lobo olha para mim. – Que horas amanhã? Acredito que quanto antes começarmos o treinamento do Jake, melhor.
- Tem razão, não acha melhor tirar uma noite de folga? Assim você vai estar 100% curada e descansada amanhã para o treinamento. – Assinto, eu estava mesmo precisando de uma noite inteira dormindo.
- Bem, então eu vou indo. Só preciso saber mais ou menos como chego nos Black, meu carro ficou lá.
- Nós te levamos
, já está na minha hora também. – Diz Billy, assinto e me despeço dos meninos.
-Horário e local de sempre? - Pergunto a Sam, que confirma com a cabeça. - Então até amanhã. Tchau meninos!
Espero que Jake coloque seu pai no caminhão para entrar também. O breve caminho é feito em um silêncio confortável, depois de Billy ter feito as revelações para mim e eu ter revelado essa parte da minha origem para alguém da aldeia, me sinto mais leve. Chegamos na casa dos Black e Billy logo se despede de mim e entra em sua casa enquanto seu filho fica para fora, me encarando com as mãos no bolso da bermuda. Nossos olhares se cruzam e sinto as amarras do Imprinting me puxando, o que é estranho pois sei que estou bloqueando tudo, a não ser que... será que seria possível?
-Então... Até amanhã? - Pergunto depois que consigo desviar o olhar e percebo que o silêncio começa a ficar constrangedor. Isso parece tirar o lobo de transe, que balança a cabeça e me olha levemente confuso.
-Você quem vai começar a me treinar mesmo? Achei que fosse o Sam. - Ele sorri de lado.
-Sim, você precisa se acostumar com o meu cheiro, além de que eu e Sam concordamos que o melhor jeito de aprender a caçar um vampiro é, bem, tentando caçar um vampiro. Ou uma meia vampira - Dou uma piscadinha enquanto entro no meu carro. Ele se aproxima e se apoia na janela do motorista. Não pude deixar de notar seus músculos ficando destacados na camiseta que usava. Se transformar fez muito bem a ele. E com fazer bem quer dizer que ele ficou um grande de um. Foco
!
-E como vai ser isso? - Ele pergunta baixo enquanto analisa meu rosto.
-Amanhã você descobre. Prometo que pego leve com você gato. Ou melhor, lobo. - Digo ligando o carro, enquanto Jake se afasta gargalhando.


XIII. Power Over Me

No dia seguinte lá estou eu, indo para a reserva novamente. Mais ansiosa do que nunca, afinal agora Jake está na matilha, o que significa que nossa interação ficará maior. A loba em mim está em êxtase.

Nesse momento estou quase chegando na casa de Sam, para deixar meu carro e levar apenas minha mochila. Não sei até onde iremos avançar no treinamento então me preparei em casa com trocas de roupa e comida pois daqui irei fazer ronda perto da casa de Bella com Embry. O trajeto até a clareira onde treinamos não é demorado e logo vejo que sou a primeira a chegar. Encontro o toco de madeira onde costumo deixar minhas coisas e sento na grama aproveitando os últimos raios de sol da manhã. O tempo parece que vai fechar então agradeço pela mochila ser a prova d'água ou minha comida viraria uma meleca. Não sei quanto tempo fico deixava na grama tomando um solzinho, mas sou despertada com o cheiro da matilha se aproximando.

-Ué, você não brilha no sol como Sam disse que vocês fazem. -Foi a primeira coisa que Jake me disse assim que me viu. Ele fica parado num canto enquanto os meninos me cumprimentavam.

-Bom dia para você também viu. -Digo enquanto me desvencilho do abraço de Paul e recebo um beijo na bochecha de Embry. Aceno para Sam, ele é mais reservado que os meninos, e recebo um aceno com a cabeça de volta. Percebo que Jacob está desconfortável, não sabe o que fazer, uma vez que esse é a segunda vez que nos vemos. Então, para não deixá-lo mais deslocado ainda, apenas sorrio para ele, que retribui. - Então, já que vocês vieram em forma humana,
acredito que vão começar entre vocês primeiro? - Sam assente. Vou para perto do toco de madeira e me sento, de costas para eles. Sei bem o que vão fazer e não estou afim de ver nenhum homem nu no momento. Aproveito para pegar meu livro enquanto não é minha hora.

-Certo. Jacob, precisamos que você aprenda a controlar sua transformação. Sempre que ficamos muito irritados, nos transformamos mais facilmente. Mas você precisa aprender a decidir a hora que irá se transformar. Não deixe que seu lobo te domine. Por isso viemos aqui e pedi para trazer algumas mudas de roupa. - Ouço Sam falando. - Vamos ver se consegue liberar seu lobo por vontade própria primeiro. Se transformar por conta da raiva é fácil. Controlá-la é difícil. Você deve ter percebido que ao nos transformarmos de roupa, elas explodem. Então, tira os shorts. Vamos começar.

-É sério que você quer que eu me dispa com ela aqui!? - Ele pergunta indignado arrancando gargalhadas dos meninos.

-Fica tranquilo gato, eu estou de costas, prometo não olhar se você se transformar logo. - Respondo ainda de costas.

-Isso não é nada. Me descontrolei uma vez e ela me apagou, então ela me viu como eu vim ao mundo. - Diz Paul. - Mas aposto que foi uma visão dos deuses. - Complementa ele, se gabando. Rio pelo nariz enquanto faço uma negação com a cabeça.

-Vamos Jacob, não temos o dia todo. - Diz Sam já impaciente. Ouço o lobo bufando e o barulho de tecido caindo no chão. - Agora quero que você se concentre, pense que seu lobo precisa sair para salvar alguém. Pense no seu dever de proteger os humanos do nosso inimigo. Pense em proteger as pessoas que você ama e deixe seu lobo sair. - Meu Deus, desse jeito ele não vai conseguir nunca, penso. O jeito que minha mãe me ensinou foi muito mais fácil.

Não sei quanto tempo ficamos nisso, o sol já sumiu, coberto pelas nuvens. O tempo estava feio e parecia que a tempestade que tinham previsto de ficar pelas próximas semanas tinha chegado. Pelo menos seria bom para o treinamento de Jake, ele iria conseguir se acostumar a correr no meio da chuva extrema. Todos já estavam claramente de saco cheio. Eu já não aguentava mais aquela ladainha de dever e ancestrais, vulgo meu avô. Nem mesmo tentar usar as emoções estava funcionando. Estava claro que seu autocontrole era incrível, ele não iria se transformar tao fácil sem estímulo. Fecho meu livro com força e o guardo na mochila enquanto começo a levantar.

-Chega, vamos fazer do jeito Paul de ser. - Digo apontando para Paul, recebendo um olhar travesso e uma piscadinha marota, ele sabia o que estava por vir. - Posso? - Pergunto para Sam, que apenas assente, claramente cansado de tentar fazer Jacob se transformar, e se afasta.

Vejo todos eles se afastando levemente, sabem o que está por vir. Na hora que encaro Jacob não posso evitar de olhar seu corpo. Ele havia ganhado músculos, seu corpo estava completamente marcado, ele estava mais alto, mais forte. Para dizer diretamente, ele estava um grande de um gostoso, levando uma sobrancelha como quem diz, nada mal, apenas para manter a pose de quem não está se importando com aquele homem na sua frente. Na hora que ele percebeu que eu finalmente olhei para ele, percebi que ficou levemente constrangido. Viro de costas novamente e ele percebe a deixa, colocando a bermuda.

-Vamos lá envergonhado. Sem gracinhas agora. - Digo seria, andando circundando o lobo que me olha confuso.

-Isso vai ser divertido. - Paul diz enquanto cruza os braços. - Acha que ela consegue? - Ele pergunta para Jared, que observa a cena claramente se divertindo.

-Acho que não, ele tem um controle muito bom. - Responde Jared.

- 5 pratas de que ela consegue. -Propõem Paul.

-Aceito. - Eles apertam as mãos. Abusados.

-Ela não só vai conseguir como vai dar muita canseira nele. - Embry fala. Os outros começam a falar sobre não confiar na alcateia e que ele só está falando isso porque eu sou bonita. - Qual é gente? Vocês já viram ela em ação. Ela é boa.

-É, mas Jake conseguiu machucá-la na primeira vez que lutou com ela.

-Ela não estava preparada. Hoje ela está. Podem apostar, eu cubro a de vocês. - Diz Embry com confiança.

Insane, inside the danger gets me high
Can't help myself got secrets I can't tell

-Sabe Jacob, eu sabia que você teria um autocontrole excepcional. - Digo, completamente alheia às conversas, olhando em seus olhos, tentando pensar em um jeito de fazê-lo se transformar. - Mas não imaginei que seu lobo teria medo de sair. - Digo rindo pelo nariz. Vamos tentar deixá-lo irritado sem chegar no limite, seu olhar apenas confirmou que eu estou certa. - Olha, eu sei que eu sou gata e que você não quer bater nesse rosto angelical. Mas pense, todos nós, vampiros, somos assim. - Seu olhar é um misto de confusão e um começo de raiva. - Ou achou que só porque eu tenho parte humana eu sou diferente dos outros? - Sorrio enquanto percebo que ele começa a tremer levemente.

-, eu não quero atacar você. - Ele diz com dificuldade enquanto tenta se controlar, mas percebo que ao mesmo tempo um rosnado tenta sair por sua garganta.

<I love the smell of gasoline
I light the match to taste the heat

-Quer sim. Se não quer, porque está rosnando pra mim? - Pergunto fazendo um leve bico. - Pare de mentir para você mesmo Jake. - Seus tremores aumentam. Prendo meu cabelo. Vou até ele em velocidade vampírica e paro em sua frente. Ele é mais alto que eu, então preciso olhar levemente para cima para encontrar seus olhos. Consigo sentir sua respiração quente em meu rosto, poucos centímetros nos separam. - Tudo em você grita para me atacar. Sua temperatura aumentou, eu consigo sentir. Você não? - Sussurro. Os tremores aumentam, a temperatura também. Já estou sentindo que logo mais vou ter que tirar meu moletom. - Não é possível que você não queira me atacar nem um pouquinho…- Digo enquanto passo as unhas em um de seus braços. Sinto que ele se arrepia, respondendo a única parte só imprinting que ninguém conseguiria bloquear, o toque físico. - Porque eu ia ficar muito chateada sabe. Eu me preparei tanto…

<I've always liked to play with fire


Circundo o lobo enquanto continuo roçando o dedo indicador, dessa vez em suas costas e ouvindo-o suspirar pesadamente enquanto os tremores só aumentam. Tiro o moletom, ficando de legging, top e tênis. Trovões são ouvidos, a chuva pode começar a qualquer momento.

<I ride, I ride, the edge, the edge
My speed goes in the red
Hot blood, hot blood, these veins
These veins, my pleasure is their pain
I love to watch the castles burn
These golden ashes turn to dirt

-Sabe, é uma pena que seu lobo não queira sair. Como você vai proteger sua família se você não consegue se transformar? Quem sabe se tiver um incentivo?- Finjo estar pensando. - Ah! Já sei! Quem sabe se trouxermos uma humana? - Nessa hora ele não está mais controlado. Seus ombros tremem tanto que sei que ele está no limite. - Sacou né Jacob? Será que você não conseguiria protegê-la? Porque, não sei se você sabe, mas vampiros se alimentam de sangue. Além disso, uma coisa que você não sabe, o sangue dela tem um cheiro - inspiro profundamente - delicioso. - passo a língua nos lábios. Sinto minhas presas saindo, a sede tenta me dominar, minha mão treme levemente. Se ele não se transformar logo e eu precisar forçar mais, corro o risco de ter outra recaída.

-Você não ouse falar dela! - Ele rosna. Vamos, só mais um pouco.

<Watching as the flames get higher
I've always liked to play with

-Ué, eu sou uma vampira, não me alimento de sangue tem meses, ela vive se machucando. Ela tem cheiro de sangue fresco quase sempre. - Digo enquanto conto cada motivo com os dedos. - Ela está desprotegida e confia em mim. Porque não? Vamos, acho que ela vai querer brincar um pouco. A não ser que você me impeça. Eu sei que você quer isso, seu corpo mostra isso. Vamos Jake. - Vou até ele em velocidade vampírica, colando em sua orelha, e sussurro. – Vem pegar - Digo sádica. No mesmo momento um temporal se inicia. Um trovão ensurdecedor acontece, as roupas de Jacob se rasgam. Ele se transformou. E está vindo para cima de mim.

<I've always liked to play with fire
- Play With Fire. Sam Tinnesz

Dessa vez estou preparada. No momento em que ele avança sobre mim, desvio com facilidade. O chão já está encharcado por conta da chuva, ele não consegue frear com tanta rapidez, derrapando alguns metros. Olho para ele como quem diz “É só isso que você consegue fazer?” e no mesmo momento ele rosna alto e vem na minha direção novamente.

Em vez de desviar, dessa vez pulo por cima dele, ele pula para tentar me morder, quase alcançando meu pé, mas sou mais rápida e sou um chute em seu rosto. Ele reclama de dor e balança a cabeça, se orientando novamente. Meu corpo começa a tremer com a adrenalina e sei o que está próximo a acontecer, mas não posso deixar, não aqui, não agora. Ele corre atras de mim novamente, tento desviar, mas ele é mais rápido, me lançando alguns metros atras. Me equilibro rapidamente e me preparo para o próximo bote. Ele dispara em minha direção, mas começo a subir na árvore mais próxima, deixando-o rosnar frustrado no chão enquanto circunda o tronco, tentando achar um jeito de me fazer descer. Pulo de uma árvore para outra, sentindo-o em meu encalço, até me enfio em uma parte mais densa da mata.

- Que foi lobinho? Não consegue me ver? – Digo enquanto vou saltando de árvore em árvore, observando o lobo rodando de um lado para o outro, confuso. – Aqui vai o primeiro ensinamento na hora de caçar vampiros. Nós somos rápidos, muitas vezes mais rápidos que vocês. Se guie pelo meu cheiro, não pelo barulho que eu faço. – Termino de dizer saltando para trás dele, enquanto ele tenta me localizar.

Volto a correr, dessa vez no chão, por entre as árvores. Ele está em meu encalço. Paro, repentinamente e corro para outra direção. Ouço o lobo derrapando, mas dessa vez, menos. O temporal não dá trégua, dificultando a corrida e a visibilidade de nós dois. Estamos correndo de voltar para a clareira, quase vejo o campo aberto quando ele finalmente me alcança, me lançando toda desengonçada para o meio campo, vindo para cima de mim com as presas à mostra. É um bom ataque, mas para vampiros novos, ele está totalmente descoberto, ele me prensa no chão com uma pata e olha para mim enquanto rosna. Seu olhar demonstra divertimento, acha que ganhou, no fundo, ouço os meninos comemorando.

- Lição dois. – Digo saindo de baixo dele com facilidade e passando os braços pelas suas costas e levantando-o do chão. – Nunca dês as costas para um vampiro. Posso esmagar seus ossos de órgão em segundos. – Jogo-o no chão, não preciso machucá-lo muito para mostrar o que um vampiro pode fazer.

Vejo que ele está ofegando, eu também, estamos exaustos. Já não sei quanto tempo estamos assim. Mas estou ficando cansada e ele também. Ele tenta correr na minha direção, mas corre devagar. Ele para alguns centímetros antes de mim e encosta a cabeça na minha barriga, como quem diz, chega.

- É, chega. – Digo quase em um sussurro enquanto faço carinho na sua cabeça. No mesmo momento, desabamos no chão, exaustos.

Estou no chão, ofegante. Sei que ele também não está diferente, ele não se dá ao luxo de se transformar de volta agora, afinal, eu conseguiria vê-lo completamente nu e se ele estava com vergonha de ficar apenas de cueca na minha frente, duvido que vá se transformar agora.

- Isso foi... – Começa Paul

- Quente – Completa Embry, sem emitir muito som.

Não posso deixar de concordar, não parecia uma luta propriamente dita. Estávamos no limiar entre um flerte perigoso e um luta onde um dos dois sairia machucado. Mas nunca me senti tão viva em tão pouco tempo. Ao mesmo tempo consigo sentir meu corpo tremer, fazia tempos em que não ficava tão perto de me transformar, minha loba está ansiosa, procurando por alguma luta há tempos e hoje quase perdi o controle. Esse homem ainda vai me deixar louca.

- Bem, acho que não precisam mais de mim para treinar Jacob como perseguir um vampiro. – Digo me levantando, não ligando para o quão cheia de lama eu estou. – Eu vou para casa. Me liguem quando forem precisar de mim. – Saio sem olhar para trás, se tem uma coisa que eu preciso é de um banho. E bem gelado.





Continua...



Nota da autora: Olá olá olá!
Bom dia, boa tarde, boa noite!
Venho apresentar a vocês minha nova fic. É a minha segunda de Crepúsculo. A ideia dela veio do nada enquanto eu assistia a saga pela milésima vez. A história vai se passar desde Crepúsculo, vou dar algumas alteradas na história, mas a essência será a mesma. Claro, qualquer crítica é bem vinda, só não xingar a coleguinha ok? Ok.
A história é uma song fic. Cada Capítulo terá o nome de uma música e o trecho que inspirou o capítulo. Espero que gostem desse formato.
Acho que é isso.
Não esqueçam de comentar, hein, isso me ajuda bastante.

Até mais,
XOXO, Mari.


Caixinha de comentários Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora que vos fala feliz com um comentário, é só clicar AQUI.





Outras Fanfics:
  • Brutal
  • She Wolf
  • Telephone


    Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


  • comments powered by Disqus