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Última atualização: 10/01/2021

Capítulo Único

I'm tryna live my life right, right, right, right
(That's all I'm tryna do, yeah, yeah)
Won't you be my peace? My peace, my peace
Your Peace — Jaccques


O som dentro do Jungsik era evidentemente alto. Os talheres e pratos, as conversas e a música que tocava no local eram de irritar qualquer um, mas o grupo de amigos reunidos naquela mesa não parecia ligar nem um pouco para esses mínimos detalhes.
Havia tempo em que não se reuniam dessa forma. Cada um tinha seu trabalho e seu afazer, era difícil conseguir conciliar com o emprego de cada um. Quando surgia uma oportunidade, eles faziam exatamente o que estavam fazendo naquele momento. Colocando todas as novidades em dia e se alimentando.
estava sentado ao lado da amiga, , a qual ria abertamente de algumas piadas que , namorado de sua melhor amiga, , contava naquele momento. O rapaz de cabelos escuros tinha sua gravata frouxa, de forma que parecesse mais confortável, e assim seguia o amigo, da mesma forma, porém sem o casaco do terno.
— E vocês tem notícia do restante dos meninos? — perguntou, curiosa. — Querido, você comentou que o viria junto ao e ao . E o ?
— Sim, exato. O fato é que parece que faz um ano que disseram que iriam sair do trabalho. já informou que não vai poder vir. — O rapaz pegou seu celular para checar as horas. — Sorte que ainda está cedo.
Mostrou o celular aos outros dois à sua frente e suspirou, dando uma rápida olhada para . Ela não podia negar que estava nervosa. Já havia perdido as contas de quantas vezes passou seus dedos pelo joelho, na tentativa de acalmar sua perna agitada. Ela não conseguia parar de pensar e não era em seu trabalho. Os olhos de invadiam sua mente toda vez que ela ousava em fechar os seus brevemente.
.
Ela ainda era apaixonada pelo rapaz e lembrar que ele provavelmente estaria a caminho do restaurante não ajudava em nada. Muito menos em se acalmar.
Fazia bastante tempo desde que havia falado com ele e a última vez que tiveram algum contato próximo foi, bom... Há bastante tempo mesmo. A vida dos dois era tão corrida e distinta.
O problema era que eles haviam tido um relacionamento longo, na época da faculdade, e ela nunca conseguiu, sabia que não poderia, esquecê-lo. Por mais que demonstrasse o contrário depois de tantos anos e que já tivesse se relacionado com outras pessoas.
Ele sempre estava lá.
que o dizia. Trabalhava com a mulher e vivenciou com ela todo o estrago que o amor podia ter causado em seu pequeno coração.
Deixou sua mente vagar rapidamente para a época em que estavam juntos, as confissões, as experiências, os planos feitos. Ingênuos. Mal sabiam que o destino era completamente diferente do que haviam imaginado. Ele havia sido tudo para ela, havia deixado marcas e lembranças que ela nunca conseguiu esquecer.
Ele não saía de sua mente e seu toque era como uma tatuagem. Permanente.
Aquele era um de seus piores pensamentos. Nem mesmo se esforçando ao máximo para esquecer conseguia.
Se lembrava bem de cada detalhe. De cada descoberta junto dele.
Os dedos mornos e curiosos de passeando por todo o seu corpo. O jeito em que ele olhava para cada pedaço da mulher fazia com que ela o desejasse muito mais do que só por um momento.
Ela queria foder tanto com ele mais uma vez. Ela queria tudo de novo.
Se lembrava tão bem de como ele a segurava, de como puxava seu cabelo e afundava seu rosto contra o colchão macio de seu apartamento.
Droga. Toda a cena em sua mente era torturante. Tão torturante a ponto de se segurar naquela mesa e apertar suas coxas para não cometer nenhum erro ao vê-lo passar pela porta do restaurante.
Ela não imaginava como ele poderia estar. Será que ainda estava com os cabelos negros e médios? Ah, os cabelos negros... A imagem dos fios suados colados em sua testa era como o ápice para a mulher.
Respirou fundo mais uma vez. Ela precisava se manter firme ao vê-lo. Precisava aparentar estar calma.
Só odiava toda aquela situação.
E o pior de tudo? Se sentia tão tola, afinal... Será que ele se lembrava de tudo e ainda desejava como ela?
Passou uma das mãos pelos olhos, afastando os fios da franja que insistiam em cair em sua testa.
— O que você está pensando, uh? — desviou seu olhar para a garota e arqueou uma das sobrancelhas. — Só é interessante quando você pensa assim para o trabalho.
Ela sorriu fraco, dando de ombros. Sentiu os dedos macios do amigo encostarem seu ombro desnudo pela blusa de alça que usava.
— São só algumas preocupações. Acho que nunca esperei tanto pelas minhas férias. — Fez uma pequena careta e encarou o casal à sua frente. tinha seus braços ao redor da amiga e os dois conversavam sobre algum assunto que só eles entendiam.
— Sei. Eu não acredito muito em suas desculpas, mas, como um bom amigo, vou deixar passar por hoje. — Piscou para ela. — Soju?
Ofereceu à mulher, levantando a garrafa em suas mãos. Ela pegou seu pequeno copo, logo se deliciando com a bebida. percebia bem como a amiga ficava tensa e sabia exatamente sobre qual era o assunto, então nada melhor do que uma bebida para animá-la.
Ficaram conversando por mais algum tempo e chegaram até a pedir mais algumas bebidas e alguns aperitivos assim que avistaram os três amigos se aproximando, fazendo também uma pequena festa. Como de costume. havia levantado uma das mãos assim que avistou a mesa em que os amigos estavam sentados. e vinham atrás dele rindo de algo que haviam comentado entre si.
sorriu aos ver os amigos e olhou através dele, esperando por mais alguém adentrar a porta do restaurante, mas nenhuma sombra. Nada. Resmungou indignada e balançou a cabeça veemente, tentando espantar os pensamentos.
O que não tinha dado muito certo.
A verdade era que não sabia e nem tinha notícias de há um bom tempo. Depois que todos se formaram e começaram a seguir suas carreiras, o tempo havia se encurtado e as saídas haviam se tornado quase que eventos oficiais do grupo. Era difícil todo mundo conseguir conciliar com o trabalho. A única coisa que ainda juntava todos eles era o grupo feito no aplicativo Kakaotalk.
era sua melhor amiga desde sempre e só tinha mais contato com os meninos mais próximos, os que estavam naquela mesa conversando. Menos .
Ele sempre estava ocupado com alguma coisa. Sempre tinha algum compromisso. E mesmo que tentasse permanecer presente, todos notavam que não era a mesma coisa. E realmente não era. De fato, sentia falta de como todos eram antigamente.
A vida tem dessas, pensou com ironia.
! — falou alto, levantando as mãos em frente ao rosto da mulher. Ela piscou algumas vezes, dando um pequeno sorriso. — Eu não sabia que um copo vazio era tão atrativo para você encarar assim.
— Não é atrativo. — Bateu de leve em sua mão próxima a ela. — E como estão as coisas no trabalho? Não gosto das suas olheiras.
Ela fez uma careta, passando um dos dedos pelas bochechas do rapaz. Ele soltou uma pequena risada ainda a olhando.
— Não tem sido fácil, confesso. Ainda mais com ao meu lado o tempo todo — alfinetou o amigo que apenas se limitou a olhá-lo. — Mas as coisas vão bem. Você sabe como o mercado tem sido complicado ultimamente.
Deu de ombros, fazendo-a concordar.
— Olha, vamos tentar não pensar nisso por hoje. — Piscou para o rapaz que concordou levantando os polegares. — O que acha de pedirmos mais bebidas?
— O que eu faria sem você?
Puxou-a pelos ombros, abraçando de uma forma desajeitada. gargalhou e por alguns segundos o sentimento nostálgico invadiu seu peito. Ela não fazia ideia do quanto sentia falta de estar ao redor dos amigos, do quanto sentia falta de conversar e se distrair com eles.
— Vocês realmente não vão dizer quando é que esse casório sai? — apontou para e em seguida para . Os dois começaram uma risada fraca e negaram com a cabeça.
— Eu já perguntei milhares de vezes. Eles não dizem — disse emburrada. — , eu não aguento mais você lá em casa.
O rapaz abriu a boca por alguns segundos e colocou a mão no peito, como se realmente estivesse ofendido. Eles se adoravam no final das contas.
— Eu também adoro a sua presença, . — Fez uma careta e espetou seu palitinho em um dos aperitivos que estavam na mesa. — E quando é que você vai arrumar alguém para eu não aguentar lá em casa também?
Todos que estavam à mesa começaram a rir e a fazer piadas ao ver a expressão que a mulher estava fazendo. Eles sabiam de praticamente tudo o que acontecia na vida um do outro e principalmente do fato de não se envolver amorosamente com ninguém por muito tempo pelo motivo conhecido pela maioria.
— Eu não sinto nenhuma necessidade de ter alguém comigo o tempo inteiro. Obrigada — disse, dando de ombros.
— Não liga, não. Você sabe que ele só faz isso pra te irritar — consolou a mulher, olhando-a.
— Eu sei bem disso.
, que observava toda a cena enquanto comia e bebia tranquilamente, começou a se sentir um pouco incomodado e chateado por guardar que sabia de algo que provavelmente os amigos ainda não sabiam. Principalmente .
Não estava tão próximo de , mas na maioria das vezes que conversavam por chamada contavam praticamente tudo o que acontecia na vida um do outro.
— Vamos ao banheiro? — puxou a amiga pelo pulso, despertando-a da conversa com os demais.
— Você chamou na hora certa. Acho que bebi demais. — Soltou uma risadinha, pedindo licença aos rapazes e levantando-se, logo ajeitando sua roupa. Ao lado de , seguiu para o banheiro e fechou a porta atrás das duas.
Aproximou-se da pia e encarou seu reflexo no enorme espelho à sua frente. era linda, adorava seus traços, mas ultimamente sua expressão era cansada, parecia desmotivada.
— Eu sei que conversamos sobre isso todo o dia, mas eu sinto como se você não absorvesse nada do que falo — a morena disse, passando ao seu lado e entrando na cabine disponível.
— Esse assunto de novo? — resmungou.
— Você sabe que sim. — A voz de ecoou. — Eu tenho sentido você tão triste. Sua expressão já diz tudo. Já tem anos, ...
Ouviu um barulho e logo a porta da cabine estava aberta, mostrando sua amiga se ajeitando e indo para o seu lado. Se encararam por um instante e respiraram fundo.
— Eu sei que você ainda o ama mais do que tudo, sei que ele te marcou, mesmo vocês tendo terminado de uma forma mais tranquila, mas você precisa. Não. Você deve seguir em frente. Eu sempre gostei de vocês dois, mas, se terminaram, acho que você precisa seguir em frente de alguma forma... Você precisa deixar tudo isso no passado e viver. — Segurou os braços de e a encarou de forma rígida. — Ele está vivendo, , ou pelo menos parece isso. E você?
Ele está vivendo.
Engoliu em seco. Talvez, aquela fosse a frase em que ela estava evitando pensar. Porque era verdade. Era tudo o que ela realmente não queria ouvir.
— Eu sei. — Forçou um sorriso. — E agradeço por tudo isso, . Agora, podemos voltar?
A amiga fez uma careta, não gostando da resposta que havia recebido, mas entendia que era cabeça dura e demorava a aceitar algumas coisas. Não adiantava tentar enfiar algo na cabeça de uma pessoa que não queria aceitar.
Era tão complicado, estava do lado de sua amiga todo esse tempo. Viveu todas as fases junto dela, das piores às melhores. Vivenciou cada choro, cada lágrima derramada e odiava ver o quanto ela ainda sofria, mesmo depois de todo esse tempo.
saiu do banheiro feminino sentindo a cabeça um pouco pesada, provavelmente por conta de todas as bebidas que já havia tomado, mas ela não se importava. Afinal, o dia seguinte era sua folga. Não precisava se importar.
Com ao seu lado, voltou à mesa, recebendo o olhar de e seu sorriso de dentinhos.
— Vocês demoraram — reclamou. A namorada se sentou ao seu lado, depositando um leve carinho em seu pescoço.
pegou seu copo, que agora estava cheio, e bebericou um pouco mais.
— Recebi uma mensagem no grupo. — levantou o celular, animado. — É o . Disse que está estacionando e pediu para reservar dois lugares.
piscou algumas vezes e olhou os demais.
— Dois lugares? — perguntou. — Por que o exagero? Será que...
— Acho que podemos pedir mais um pouco de Soju. Que tal? — disse apressado, arqueando a sobrancelha e estampou um sorriso pastel em seu rosto. Olhou ao redor, procurando de forma falha por um garçom.
engoliu em seco com toda aquela cena. Por que agiam estranhos? , que antes estava tão calado, agora falava como se não houvesse fim. passou os olhos rapidamente pela amiga e sorriu, reconfortando-a.
Sentiu seu coração palpitar ao lembrar que estava ao encontro deles, que a qualquer momento ele entraria por aquela porta. Ela não fazia ideia de como reagir e seus joelhos balançavam.
A mulher resolveu descansar os ombros e encostou seu corpo no de , ao seu lado. O rapaz a olhou e levantou seu braço, passando-o pelo ombro da mulher.
— O que acha de se acalmar um pouco? — seu melhor amigo perguntou baixo, somente para ela ouvir. A mulher o encarou por alguns segundos e sorriu de canto, assentindo.
Passaram-se alguns minutos e a conversa entre eles havia aumentado. Os rapazes já estavam mais alegres e animados e ria junto a eles enquanto permanecia calada, em um conflito mental. Da mesma forma que ela queria estar ali para vê-lo, também queria sair correndo daquele lugar.
Observou a entrada do restaurante, algumas pessoas passavam pelo local rapidamente. Uma pequena aglomeração. E foi então que seu coração parou por alguns instantes.
.
Com seus malditos cabelos negros bagunçados. Os mesmos cabelos negros suados de que se lembrava bem.
Não conseguia tirar seus olhos do homem. E parecia que tudo havia parado.
estava tão... Ela não conseguia nem explicar. Sua pele clara em contraste com a jaqueta preta, a calça e os sapatos escuros. Ele passou as mãos pelos cabelos, bagunçando-os mais ainda e sorriu para quem quer que estivesse perto dele. Aquele sorriso era estarrecedor. Aquele sorriso era capaz de virar a garota do avesso.
tinha as mãos próximas a de e por instinto a pegou, ainda encarando .
O olhar de seguiu da mulher para seu amigo e logo notou o que realmente acontecia ali. Não antes de sentir soltar um gemido de frustação.
— O que houve? — perguntou de certa forma preocupado. A mulher não disse nada, apenas engoliu em seco e percebeu seus olhos tomarem a expressão de decepção. — , o que foi?
Ele está vivendo — a mulher sussurrou mais para si mesma. O rapaz não entendeu muito bem e virou seu olhar para a direção que seu amigo vinha.
Só aí notou do que sua amiga falava.
realmente estava ali, mas não sozinho. Ele seguia em direção à mesa dos amigos com uma mulher. De mãos dadas.
sentia o coração apertar a cada passo que ele dava em sua direção. O peito ardia e os olhos quase estavam fazendo o mesmo.
Ela não fazia ideia de que ele estava com alguém. Não daquela forma. Tão... Oficial.
Respirou fundo, desviando seus olhos e encarou os olhos apreensivos de a encarando. Com isso, forçou um sorriso e balançou sua cabeça, dando a entender que estava tudo bem.
Ela não podia demonstrar que estava daquela forma. Não na frente dele. Não queria, na verdade. Ele não merecia, era o que pensava.
— Pessoal. — Ouviu a voz leve de pronunciar assim que chegou à mesa. — Sinto muito pelo atraso. Tive um imprevisto.
Sentiu o coração apertar ainda mais ao ouvir sua voz, mas não demonstrou. Apenas sorriu e encarou-o. Só então percebeu que os olhos de também estavam nela.
Ele parecia surpreso.
— Não tem problema, senta aí — disse, apontando para as duas cadeiras vagas. — Já pedimos mais algumas bebidas.
— Não vai nos apresentar? — perguntou sorridente.
jurava que, se estivesse perto do rapaz, iria acertar um belo chute em seu calcanhar. parecia ter pensado a mesma coisa pela feição que tinha no rosto.
— Boa noite para você também, . — o olhou, dando uma pequena risada.
Em seguida, olhou para a mulher ao seu lado e se aproximou dizendo algo a ela, que assentiu, logo se sentando junto a . deixou seu olhar cair para a mulher ao lado do rapaz e a observou por algum tempo. Os cabelos claros caíam sobre os ombros, seus olhos escuros e delicados. Quase bufou. Nada ajudava, nem a beleza daquela mulher.
— Quanto tempo não nos reuníamos assim, não é? — disse, olhando para todos à mesa. — Eu gostaria de apresentar a Dahye.
— Prazer em conhecê-la, Dahye — se pronunciou com um sorriso leve. — Já que você é amiga do , espero que seja a nossa também.
Dahye soltou uma risadinha e olhou para de relance. O rapaz se ajeitou na cadeira um pouco desconfortável.
não gostou daquilo.
— Ela não é minha amiga, disse, um pouco incerto. — É minha noiva.

***


Era como se todo tudo aquilo fosse a porcaria de um pesadelo e ela precisasse apenas de um beliscão para perceber que não era verdade e acordar. Odiou todos aqueles sentimentos assim que ouviu as palavras saindo da boca dele e notou o quão idiota estava sendo por ainda pensar que poderiam ter algo novamente.
Era idiota. Inacreditável.
Seu peito ardia e era impossível controlar sua respiração um pouco acelerada. , ao notar o efeito da frase na amiga, por baixo da mesma, buscou sua mão e a afagou de forma como se fosse tentar acalmá-la. Sabia que era em vão.
afastou os fios teimosos novamente dos olhos e sorriu ao ouvir contar algo para os amigos. Na sua mente, a única coisa que pensava era tentar aparentar estar bem. Somente tentar. Era o que estava fazendo.
Mas sua vontade era de sair dali naquele exato momento. Queria deixar tudo e ir para seu apartamento, mas seus amigos estavam ali, depois de tanto tempo. Não poderia fazer isso logo agora.
— Eu fico muito feliz por vocês — comentou sorridente.
— Para ser sincero, eu nem sabia que você estava namorando — disse, seguido do amigo. — Mas entendo que temos conflitos em horários para colocar os assuntos em dia. Faço das palavras do , as minhas.
— Que tal um brinde? — quase gritou.
Foi impossível não revirar os olhos, pegando seu copo em seguida. Era melhor beber do que ficar ali remoendo todo o acontecimento.
— Confesso que também fui pega de surpresa. — deu de ombros, olhando para os dois. — Eu realmente achava que iria ser a primeira a casar aqui.
Fez um bico e olhou de lado para . O rapaz a olhou e se aproximou, beijando sua testa.
— Eu te prometo que toda essa espera vai valer a pena. — Piscou. A garota enrubesceu no exato momento.
se permitiu sorrir de verdade naquela noite. Ela amava os dois e tinha certeza de que o futuro deles era prometido. Não tinha como não ser.
Olhou para baixo, desviando seu olhar dos amigos e ergueu o rosto, coincidentemente com os olhos pousados em . Ele a olhava de forma curiosa. Era como se a observasse calmamente, gravando cada detalhe da mulher.
Os dois ficaram assim por um bom tempo. Até Dahye se pronunciar.
— Vocês se conhecem há quanto tempo? — Sua voz era fina, mas não tão enjoada como imaginou. sorriu amarelo e os olhos da mulher pararam nela.
Olhou rapidamente ao redor, percebendo que todos esperavam que ela respondesse.
E a vontade de sair correndo apareceu novamente com todos os olhares em cima dela.
— Coloca alguns anos aí. — Sorriu sem graça. — Nos conhecemos no ensino médio, fizemos a faculdade juntos também. Sempre fomos inseparáveis, mas com o passar do tempo, com o trabalho e os outros compromissos, acabamos não tendo muito tempo para nos reunirmos. — Olhou para cada um na mesa. — Fico feliz de estarmos aqui hoje.
— Eu também — disse, deixando um pequeno sorriso escapar.
Droga. Aquilo era demais.
Era tentador a forma como ele a olhava. Era como a despir com os olhos.
— Vamos tentar fazer com que esse clima nostálgico e triste não apareça por aqui, pode ser? — , que até então estava quieto, se pronunciou, dando uma piscadela para . Ela entendeu seu recado e sorriu.
O grupo de amigos começou um assunto qualquer, entre uma bebida e outra. Já passava da uma da manhã, mas aquilo não parecia importar para a agitação em que eles se encontravam. O Soju não estava fazendo mais o mesmo efeito na mulher e ela sentia o local ficar pequeno, precisava de um ar.
— Eu vou sair um pouco. Não vou demorar. — Se aproximou de , avisando-o. Os olhos escuros do rapaz redirecionaram a ela.
— Quer que eu vá com você?
— Não precisa. Obrigada. — Sorriu minimamente e se levantou, deixando as risadas para trás.
Caminhou em direção à pequena varanda externa do local, onde servia como área de fumantes e assim que observou o céu estrelado se permitiu soltar um longo suspiro, pousando sua mão na cabeça.
Sua mente precisava parar. Sentia como se fosse explodir a qualquer momento. O fato de ver depois de tanto tempo e saber de seu relacionamento havia lhe pegado de surpresa. Aquilo machucava demais. Ela não fazia ideia.
Queria tanto odiá-lo. Queria tanto ter um motivo para esquecer tudo com mais facilidade e seguir em frente. O que seria realmente melhor. Mas não havia. Não tinha nenhum motivo.
Sua garganta doía. A cabeça latejava. Droga. Ela só queria estar em casa. Em paz.
— Oi.
Abriu os olhos pelo susto e se virou, observando parado quase próximo à mulher. O pouco vento do lugar bagunçava os cabelos do rapaz e o brilho que a lua emanava ia de encontro a seu rosto.
— Ah... Oi — o respondeu. — Precisa de algo?
Ele a observou por mais alguns instantes e quase que não a respondeu. A vontade de olhá-la era muito maior.
precisava admitir que o tempo só havia agraciado mais ainda. O rosto, o olhar, suas curvas... Ela era toda maravilhosa.
— Não. Acho que não tivemos oportunidade de conversar melhor. — Se permitiu aproximar um pouco mais e depositou uma das mãos no corrimão de madeira da varanda.
o olhou de canto, observou o rapaz chegar mais perto e sentiu seu perfume impregnar o local. De imediato, sentiu sua respiração trancar.
— Tudo tem estado tão corrido. Eu fiquei feliz de estar aqui hoje com vocês — continuou, observando o céu assim com ela. — Eu sinto muito ter me distanciado também. Queria te explicar o que tem acontecido...
... — consertou rapidamente. — Você não precisa dar satisfações. Todo mundo tem estado ocupado. Nós entendemos.
Deu um meio sorriso, voltando à sua seriedade. Por um instante, só queria que ele saísse dali mesmo a vontade maior sendo contrária.
— É, eu sei. E como estão as coisas no escritório? Você e o ? — perguntou, virando seu rosto para ela. o encarou por alguns segundos após ouvir sua pergunta.
parecia realmente interessado ao perguntar. Principalmente a parte em que mencionava seu melhor amigo.
— Estão bem. tem que ajudado bastante. Ele está sendo ótimo. — Olhou rapidamente para trás, onde o amigo estava sentado.
Ela não queria prolongar aquela conversa, não precisava daquilo. Só queria ir embora.
Antes de se retirar do local, deu uma rápida olhada em . O rapaz agora estava encostado ao corrimão e a encarava.
— Você está diferente. Eu gostei de ter te visto novamente — disse como se não fosse nada. engoliu em seco com suas palavras. — Faz tanto tempo.
hesitou um pouco antes de desencostar o corpo e tentou se aproximar da mulher que até o momento estava estática. Deixou seus olhos caírem nos dela e foi descendo seu olhar até sua boca. Não podia negar o quanto sentia falta daqueles lábios, o quanto aquela situação era tentadora. Principalmente com a luz do luar sobre os dois.
Que droga ele estava tentando fazer?
Ela piscou algumas vezes e se afastou um pouco, não antes de encará-lo pela última vez.
— Eu espero que você seja feliz em seu casamento, .
se sentiu estranho ao ver a expressão fria no rosto da mulher à sua frente. Iria chamá-la novamente, não fosse por ela sair sem olhar para trás.
sentia seu coração explodir. Ela não podia mais ficar ali.
Com isso, chegou próximo a , mesmo se odiando por atrapalhar a animação do rapaz com o restante e colocou uma de suas mãos em seu ombro.
— Ei — o rapaz disse, sorrindo mais ainda ao vê-la. — Quer ir embora?
— Sim, por favor. — Assentiu. — Mas, se for te incomodar, eu posso chamar um táxi. Assim você pode se divertir mais um pouco.
fez uma careta ao ouvir as palavras da amiga e rapidamente se pôs de pé.
— Nada disso. Eu te levo. — Tirou a chave do carro do bolso da calça. — Vem. Vamos avisar ao pessoal.

***


Deixou os braços caírem sobre a mesa de seu escritório e suspirou alto, abaixando sua cabeça. se sentia exausta. Amava o que fazia, mas odiava quando aquilo acabava com ela. Mas, no final das contas, sentia um pequeno ânimo ao se lembrar que já era quinta-feira. Faltava pouquíssimo para seu fim de semana de descanso tão sonhado.
Já era quase final de seu expediente e ela não via a hora de estar em casa, de banho tomado e com seus pijamas. Da forma mais confortável possível. Tinha até combinado com de maratonar alguns filmes, mas provavelmente chegaria primeiro que ela.
Ouviu algumas batidinhas na porta de sua sala e resmungou alto o suficiente para que a pessoa colocasse parte do rosto para dentro.
— Posso entrar ou atrapalho seu pequeno momento de raiva? — perguntou, soltando uma pequena risada ao ver a situação da amiga.
estava praticamente deitada em cima de toda aquela papelada.
— Não precisa nem perguntar. — Ergueu seu corpo, o chamando. — O que acha de um vinho mais tarde?
— Não precisa nem perguntar — imitou-a, fazendo com que os dois rissem. — Eu levo algo para comermos. Não acha que já está bom por hoje?
Ela encarou aquela papelada mais uma vez e respirou fundo.
— Eu queria acabar com tudo isso logo, mas acho que você tem razão. — Deu de ombros e começou a juntar os arquivos, deixando tudo o que podia organizado para o dia seguinte. — Vamos?
O rapaz abriu a porta para que saíssem e rapidamente já se encontravam no estacionamento do local, prontos para irem embora. em seu carro, logo atrás de .
Enquanto dirigia em direção à sua casa, deixou que alguns pensamentos invadissem sua mente vagarosamente. Se lembrou do dia do encontro dos amigos, já fazia uma semana e a cena não saía de sua cabeça. não saía de sua cabeça. Ela se praguejava todo o tempo por se deixar levar por esses pensamentos.
Ele ainda a olhava da mesma forma que antigamente. Ele ainda mexia com ela.
Mesmo estando noivo.
Noivo.
Balançou a cabeça e fechou os olhos por alguns instantes, se irritando um pouco. Resolveu por aumentar o volume da música qualquer que tocava no rádio e seguir em direção ao apartamento, decidida a esquecer todo aquele assunto.

20 minutos depois.


Enquanto estava no elevador, caçou suas chaves dentro da bolsa de couro e ao ouvir o barulho anunciando sua chegada ao andar, caminhou a passos rápidos em direção à sua porta. Ela nunca desejou tanto estar em casa.
Ao fechar a porta atrás de si, observou uma cena um tanto engraçada.
estava sentada no banco da bancada e tinha seus olhos centrados no notebook, enquanto preparava algo para comerem. O rapaz estava de avental.
— Boa noite — disse, depositando sua bolsa em cima da mesa. — O que temos de bom hoje?
a olhou, dando um sorriso e abraçou a amiga rapidamente. A mulher olhou em direção ao fogão, se deliciando com o cheiro que vinha da panela.
— Macarrão a quatro queijos. Espero que o gosto esteja bom como o cheiro — comentou, dando uma risadinha ao ver a expressão da namorada. riu ao ver a cena do dois e balançou a cabeça.
— Eu vou tomar um banho e já volto — disse se distanciando. — Ah, o está vindo para cá. Ele disse que vai trazer algo para comermos enquanto tomamos um vinho.
— E o meu macarrão? — o rapaz perguntou, estreitando os olhos. gargalhou ao ouvir a indagação.
Em direção ao seu quarto, balançou a cabeça e se jogou na cama assim que adentrou. Não se importou com as roupas e muito menos o sapato, só queria sentir um pouco daquela maciez. Ficou ali por alguns minutos até tomar coragem de se levantar e seguir em direção ao banheiro, logo se despindo.
Com o chuveiro ligado, não pensou muito antes de entrar no box e sentir seu corpo relaxar com aquela água morna. Era tudo o que ela estava precisando e, com isso, sentiu sua mente ficando mais leve, como se todos os problemas estivessem sumindo.
Menos um.
O rosto de veio em sua mente, os lábios desenhados, o olhar marcante. Se lembrou do sorriso de canto, de como ele havia lhe olhado naquele restaurante, do quanto ele parecia querer chegar mais perto naquela varanda.
passou as mãos pelo rosto e soltou um pequeno urro de frustração.
Ele mexia tanto com ela.
Imaginou o corpo desenhado do rapaz. Os braços torneados e o abdome definido, como antes era. Se imaginou tocando em cada pedacinho que podia.
Ela o queria.
Com isso, se permitiu passear suas próprias mãos pelo seu corpo, sentindo uma pontinha de excitação com seus pensamentos. Tocou seus ombros, descendo as mãos vagarosamente pelos seus seios. Ali, começou a massageá-los.
Se lembrou de como ele sabia fazer aquilo. De como ela a tocava de todas as formas possíveis. Por um segundo, desejou que ele estivesse ali, com ela. Naquele chuveiro.
Colocou uma das mãos na parede, abrindo os olhos. Odiava pensar nele daquela forma. Não sabia nem explicar como se sentia frustrada.
Resolveu por se concentrar em terminar seu devido banho e se sentir confortável. Desligou o chuveiro, se enrolando em seu roupão, seguindo para o quarto.
Em poucos minutos, já estava envolvida por seu pijama e, com os cabelos penteados, seguiu para a sala. Antes de chegar ao cômodo, já pôde ouvir a risada de seus amigos.
estava sentada no sofá, entre as pernas de , e estava sentado na poltrona próximo a eles. Os três se deliciavam com algumas torradas e azeitonas.
— Se eu soubesse que você ia demorar assim, ia pedir para comprar um pouco mais — comentou, fazendo a amiga rir.
— Eu estava precisando de um longo banho. — Deu de ombros e se sentou no carpete, próximo aos amigos. Se esticou, pegando sua taça e depositando um pouco de vinho. — Ah, como eu estava querendo um pouco disso.
assentiu, concordando.
— Depois de um dia cansativo, nada mais justo para renovar as energias. — Pegou uma das azeitonas. — Hm, vocês ficaram sabendo?
o olhou, confusa.
— O quê?
nos convidou para sua despedida de solteiro esse fim de semana — disse, mapeando seu celular. — Acho que será no sábado à noite. Na NB2. Ele ficou de confirmar.
olhou para por alguns instantes e a outra logo percebeu o que a amiga estava pensando e provavelmente não estava gostando nem um pouco. Principalmente por saber que seu namorado iria a uma boate.
— Ele convidou só vocês, meninos? — perguntou fingindo desinteresse. confirmou.
a olhou, rindo fraco.
— Não precisa se preocupar, amor. — Beijou a lateral de sua cabeça. — Você sabe que não precisa esquentar a cabeça comigo.
— Com você eu sei que não, agora com os outros... — Arqueou a sobrancelha.
— Você está querendo dizer alguma coisa com isso? — O rapaz sentado na poltrona a olhou, fazendo uma careta. passou as mãos no rosto e negou veemente.
— Claro que não, . — Rolou seus olhos e se esticou para alcançar uma das torradas. — Só fique de olho nos meninos. Você sabe como e ficam quando bebem.
— Eu não tinha pensado nisso. — levou uma nas mãos na boca e abaixou a cabeça. — E vocês pretendem fazer o que enquanto estamos fora?
deu de ombros, bebericando um pouco mais de vinho.
— Confesso que o pensamento de descansar é muito atrativo — comentou, dando um sorrisinho.
— Ah, mas você não vai dormir mesmo. Nem que a gente faça aquela maratona que estamos planejando há um bom tempo — alfinetou a amiga, se ajeitando no colo no namorado.
Os quatro ficaram na sala por bastante tempo e nem se preocuparam com o horário, mesmo sabendo que trabalhariam no dia seguinte. Eles eram os que mais conseguiam se reunir com frequência.
ouvia a conversa dos amigos e enquanto enchia seu copo com um pouco mais de vinho deixou sua mente vagar para um pensamento em específico. Toda aquela situação era tão estranha. Nunca imaginaria que se casaria tão cedo, justo com alguém que seus amigos mal conheciam. Não parecia algo do feitio do rapaz, mas como eles não se viam há tanto tempo, ela nem podia dizer que o conhecia da mesma forma. Ele poderia ter mudado. Era o mais óbvio.
Queria tanto parar de pensar em tudo aquilo e simplesmente viver sua vida, seguir como deveria ter feito desde o início. Ela o esperou por tanto tempo que era como se estivesse presa e, mesmo querendo, não conseguia se libertar.
Uma pontinha de decepção acertou seu coração.
Por um instante, sentiu seus cabelos sendo segurados, a despertando.
— Como está se sentindo? — a olhou, ajeitando os fios da amiga. Ela o olhou por alguns instantes antes de respondê-lo e sorriu. Ele era um amigo e tanto, a mulher era muito grata a isso.
— Um pouco cansada, mas nada demais. Você sabe como as coisas têm ficado um pouco apertadas nesse final de ano na empresa. — Suspirou.
— Eu sei muito bem. Só não se cobre tanto. — Arqueou a sobrancelha, dando a entender que mencionava não só o fato de a mulher estar trabalhando, como seus sentimentos também. — Se isso continuar acontecendo, vai ficar com rugas. Acho que não quer isso, não é?
gargalhou, negando.
— Não mesmo.
a olhou e deu um meio sorriso ao ver a interação da mulher com o amigo. Sabia que esse era um dos momentos em que ela se dispersava e deixava de pensar em seus problemas.
— Acho que já está na hora. Por mais que amanhã seja sexta, ainda temos muito o que fazer até o final do trabalho — iniciou, fazendo uma careta ao se lembrar que ainda tinha mais um dia de trabalho naquela semana.
concordou, se levantando e o ajudando a guardar algumas coisas. fez o mesmo, seguida do namorado, ajeitando o cômodo antes de descansarem.
Enquanto observou a amiga limpando alguns pratos e talheres, aproveitou para acompanhar até a porta do apartamento.
— Vá descansar, hein. — O amigo colocou uma das mãos em sua cabeça e sorriu.
— Eu vou. Vê se faça o mesmo.
Acenou ao vê-lo se despedir e seguir em direção ao elevador. Com isso, respirou fundo e fechou a porta atrás de si, percebendo que os outros dois amigos já não se encontravam mais no cômodo. Dessa forma, seguiu para o seu quarto e não ousou pensar duas vezes antes de cair em sua cama e pegar no sono.

***


O fim de semana havia se iniciado de forma preguiçosa. rolou de um lado para o outro embolada em seu edredom e esfregou os olhos rapidamente, podendo avistar a fresta de luz que adentrava o quarto pelas cortinas.
Ela não queria se levantar. Não mesmo. Não fazia ideia de que horas podia ser, mas seu colchão estava tão confortável àquele ponto.
Ouviu o dispositivo ao seu lado informando às horas e constatou que não era tão cedo assim, o melhor a se fazer era se levantar de uma vez.
Deu impulso com os braços e se sentou na beirada na cama, colocando seus chinelos. Rapidamente seguiu até o banheiro, lavando o rosto e prendendo seu cabelo em um rabo de cavalo alto.
E ao se voltar para o quarto, ouviu a melodia que provavelmente vinha da sala. Tinha certeza de que era com sua coleção de músicas.
— Bom dia — disse ao olhar a amiga pelo corredor. — Conseguiu descansar?
— Consegui sim. — Franziu o cenho. — Por quê?
soltou uma risadinha e balançou a cabeça negando.
— Você resmungou a madrugada toda. E pude jurar ter ouvido em algum momento.
— Cale a boca — resmungou, se jogando no sofá. Ela não queria mesmo ouvir aquele nome tão cedo.
A amiga gargalhou ao ver a expressão de e caminhou em direção ao sofá em que ela estava, lhe entregando uma xícara de café. Sentou-se ao seu lado, cruzando as pernas.
— Cadê o ? — perguntou, olhando ao redor.
— Ele precisou sair com o restante dos meninos. De acordo com , fazia parte da preparação da despedida de solteiro. — Rolou os olhos. — Eu acho isso uma palhaçada.
— Você só diz isso porque está com ciúmes e não faz ideia do que vai acontecer por lá.
— Claro que não. Confio no . — Deu de ombros, colocando uma das mãos no queixo. — Mas eu queria muito te pedir um favor.
— Ah, lá vem você... — encostou o pescoço no sofá.
— Estou falando sério. Queria pedir uma coisa. — Virou o corpo para a amiga e sorriu de canto. conhecia bem aquele sorriso, sabia que tinha alguma coisa por trás.
— O que foi?
hesitou um pouco antes de começar.
— Eu queria ir à NB2 hoje — disse como se não fosse nada. arregalou os olhos, sentindo o café quase queimar a ponta de sua língua.
— Por quê?
— Ah, você sabe. Por mais que eu confie no , eu queria ver de perto o que eles vão aprontar. — Encostou seu corpo no sofá assim como estava antes. — E eu pensei em mais uma coisa que envolve você.
— Não vem me colocar nesses seus planos malucos que sempre inventa. — apontou para a amiga, bebendo um pouco mais do líquido em mãos.
— Eu tenho certeza de que você vai querer ouvir. — Soltou uma risadinha cúmplice. — Imagina a cara do se você aparecesse naquele lugar quase como uma stripper.
— Você ficou maluca? — perguntou quase que em um grito fino.
, vai dizer que não seria nem um pouco interessante ver aqueles olhos presos no seu corpo todo de novo? — disse, dando um leve empurrão nos ombros da amiga. — Seria até divertido. Você não tem vontade de descontar toda essa raiva?
Por um instante, pensou na situação e precisava admitir que a cena em sua cabeça lhe agradava bastante. Era até um pouco satisfatória. a olhando surpreso com toda aquela cena. Com toda certeza, ele nunca imaginaria isso dela. Não mesmo em sua despedida.
Deixou escapar uma risadinha.
— Você é uma safada, mesmo. — riu junto a ela. — Ele vai ficar maluco.
— Eu não concordei. — Levantou o indicador. — Mas seria interessante brincar um pouco com , sim.
— Então saiba que você tem até a noite para concordar. — Piscou para a amiga. — Só não demore. Você vai precisar escolher uma lingerie de tirar o fôlego.
— Não preciso me preocupar com isso — comentou, fazendo abrir a boca em um “o” perfeito. Ao se olharem, as duas caíram em risadas. — Eu já tenho o que preciso... Se eu concordar, é claro.
— Estou vendo que não vai demorar muito para isso acontecer.

***


I know you playing games
I know that's how it works
Trinidad Cardona – Jennifer


Ah! Ela queria sumir.
O nervosismo era tão explícito, por mais que não demonstrasse.
O enorme espelho em seu quarto refletia sua imagem, de forma que ela não acreditava no que via. tinha os cabelos soltos ondulados, caídos em seu busto. Os olhos marcados pela maquiagem que havia feito, a maquiagem escura. O batom vinho.
Queria se sentir mal por toda aquela situação, por fazer o que iria fazer mesmo sabendo que estava noivo e por saber que provavelmente teria consequências, mas ela não conseguia pensar sobre isso naquela hora. Não quando a única coisa que vinha à sua mente era o corpo de e a expressão surpresa que ele teria ao vê-la por lá.
Desceu os olhos para o sobretudo que marcava sua cintura e abaixo dele se lembrou do que vestia. Não pôde deixar de sorrir. Ela iria acabar com aquela noite.
Ele não fazia ideia.
Ajeitou suas botas devidamente e pegou sua bolsa, dando uma última olhada em seu reflexo. Antes que pudesse sair do cômodo, ouviu a voz de sua amiga.
— Você é a personificação do pecado! — A amiga a encarou de boca aberta. — Você realmente só vai roubá-lo por algumas horas?
— Não — respondeu, fechando a porta do quarto e saindo com em direção à sala. — Eu vou deixar de joelhos. Implorando por mais que isso.
— Você é poderosa! Amo você, garota. — Se olharam, rindo em seguida. Caminharam em direção ao elevador e logo já estavam no estacionamento do prédio, prontas para seguir até aquela boate, já no carro de .
A noite estava agitada em Seul, o trânsito então estava mais parado do que tudo. Os carros ao redor exibiam pessoas agitadas e som alto. Os bares centrais estavam lotados, ainda mais por já ser tarde naquela noite. Era típico de um sábado.
sentia seu corpo tremer. Precisava admitir que aquilo tudo era loucura e que não fazia ideia do porquê tinha aceitado a ideia. Talvez porque no fundo, por mais que implorasse por , ela queria que fosse a vez de ele fazer isso. Queria saber que ele realmente a desejava depois de tanto tempo.
Era loucura, sim. Mas estava ansiosa.
Observou a fachada do NB2 e procurou por uma vaga, sentindo seu coração acelerar na medida em que ia parando seu carro. Ao estacionar, olhou para ao seu lado. A mulher parecia estar elétrica enquanto ajeitava seu vestido curto.
— Eu quero ver a expressão do ao te ver aqui — comentou divertida.
— Tenho certeza de que ele vai me agradecer. — Deu uma piscadela.
— Cachorra!
ajeitou o sobretudo e segurou sua pequena bolsa ao lado do corpo assim que seguiu em direção ao local com sua amiga do lado. Depois de um pequeno tempo de espera, conseguiu entrar e a primeira coisa que pôde observar eram os tons neons e escuros que decoravam a boate. O lugar era realmente de tirar o fôlego.
Passaram por um enorme corredor e já conseguiam avistar toda a extensão do local, principalmente o bar que ia de um canto ao outro e a pista com alguns pole dance espalhados. Havia muitas pessoas ali. Por um instante, a mulher não queria fazer mais nada do que havia imaginado.
— Nem pense em desistir. — segurou o braço da amiga. — Olha, são eles!
Apontou em direção ao fundo da boate, onde tinham alguns sofás e uma enorme mesa em frente a ele. estava sentado ao lado de e no sofá em frente aos dois se encontrava , e .
estreitou os olhos, procurando por até vê-lo se aproximando com uma garrafa em mãos. Mantinha o sorriso aberto nos lábios.
— Você acha que devemos nos aproximar? — a mulher perguntou apreensiva, olhando .
— Por agora, não. Vamos esperar um pouco mais. — Gesticulou, olhando ao redor. — Vamos nos sentar perto do bar. Acho que devemos aproveitar também.
Com isso, as duas seguiram em direção ao bar e por ali ficaram com algumas bebidas e outras até perceberem a aglomeração que se aproximava do palco. Algumas luzes se apagaram e uma música alta começou a ecoar.

Catch me in the mal
You know I buy it out
G5 planes, yeah I fly it out
Ass on her back


piscou algumas vezes ao presenciar tudo o que estava acontecendo bem à sua frente. olhava de forma animada, tinha suas mãos entrelaçadas.

No palco à frente das duas haviam saído algumas strippers caminhando em direção ao pole dance. Cada uma segurou em sua barra e com isso começaram a coreografia. Elas rebolavam, subiam e desciam de forma que vulgar fosse a palavra mínima para descrever.

I can do it big (big)
I can do it long (long)
I can do whenever or however you want
I can do it up and down
I can do circles


De relance, seu olhar seguiu para a mesa em que os meninos estavam sentados e observou a expressão de cada um que ali estava. Eles estavam perplexos. Nem sabia descrever ao certo o que estava vendo.
tinha seus olhos arregalados enquanto segurava o copo com a bebida em mãos. tinha um sorriso travesso nos lábios e tinha os olhos fixos nas dançarinas, assim como , diferente de e , que só sabiam olhar boquiabertos tudo o que viam. tinha suas sobrancelhas arqueadas e com isso olhou rapidamente para , que tinha seus olhos semicerrados para o namorado.
Não pôde deixar de soltar uma risada.
Por último, levou seus olhos a . O rapaz estava sentado de forma despojada no sofá, suas pernas um pouco abertas, uma das mãos entre elas. Os olhos seguiam todos os movimentos que as dançarinas mais próximas faziam.
Aos poucos, elas começaram a descer do palco em que estavam e iam em direção aos homens que estavam próximos ali. soltou um grunhido ao lado da amiga e se levantou, pegando suas coisas.
— O que vai fazer? — indagou.
— Acho que é hora de começarmos. — ajeitou seu vestido e bebeu o resto da bebida que continha em seu copo. Parecia determinada a fazer algo.
— Começarmos? — perguntou confusa. — Você vai fazer algo?
— Sim. — Deu de ombros e encarou a amiga. — Vamos brincar um pouco, mas você fica.
percebeu que o tom de voz da amiga já estava um pouco exaltado e pela expressão que havia feito sabia que não era boa coisa.
Franziu o cenho com a decisão da amiga.
— Por quê?
— Você já esqueceu? — arqueou as sobrancelhas. — É hora de você mostrar seu lado selvagem, garota. Não foi para isso que veio?
sentiu o estômago se comprimir e deu um sorriso amarelo. Ela estava torcendo tanto para que a amiga esquecesse aquele assunto, mas, pelo visto, estava enganada. Observou as dançarinas ao redor e sentiu as pernas bambearem levemente. Com isso, pegou sua bebida e virou de uma vez só, observando a amiga ir para longe. O som era ensurdecedor e a batida fazia com que as duas ficassem ainda mais agitadas.
De onde estava, pôde avistar seguindo em direção aos meninos enquanto dançava no meio de todos. Desviaram de algumas pessoas à frente e aos poucos começavam a se aproximar da mesa em que os meninos estavam.
olhou para pela última vez e sorriu, ajeitando a alça de seu vestido preto.

They love the way I ride the beat
How I ride the beat, I ride it
They love they way I ride it
They love the way I ride the beat
Like a motherfuckin' freak, uh


And I won't stop, don't stop... — Oobservou a amiga cantarolar no pé do ouvido do namorado e tapar os olhos do mesmo, que se assustou de imediato e levou suas mãos até as de . Ao perceber a voz da namorada, por automático, relaxou o corpo, mas se virou rapidamente, não acreditando que ela estava ali.
levantou uma das mãos, ajeitando seus longos cabelos escuros e pensou em como poderia começar com todo aquele plano. O clube estava lotado, não podia negar e aquilo a fazia ficar ainda mais nervosa.
Respirou fundo e antes de começar a caminhar, sentiu o celular vibrar em sua bolsa.

“Comentei com os meninos que o noivo teria uma pequena surpresa hoje. Eles não fazem ideia. Melhor se apressar — .”
A mulher queria socar a amiga naquele momento. Ela já estava nervosa e aquela mensagem não havia ajudado em nada.
Ela não estava acreditando. Realmente iria fazer aquilo?
Pediu mais uma bebida e a virou de vez, sentindo seu tino não tão perfeito assim. Talvez as bebidas estivessem começando a fazer o efeito que ela queria. Afinal de contas, pretendia não se lembrar daquilo.
A batida da próxima música a fez dar um pequeno pulinho no mesmo momento em que as luzes do clube se apagaram, deixando apenas alguns flashes coloridos invadindo o local. De imediato, tirou a faixa do sobretudo que amarrava sua cintura, o deixando mais folgado e seguiu em direção onde algumas dançarinas estavam.
Observou que as mulheres começavam uma coreografia lenta, somente para quem quisesse observá-las e na beira do palco, havia algumas máscaras espalhadas.
Um pensamento invadiu sua mente e um sorriso travesso invadiu seus lábios.
Rapidamente se pôs a pegar a máscara vermelha escura que tapava apenas os seus olhos e as colocou, se sentindo ainda mais sedutora. Ela começava a se sentir poderosa, principalmente com os olhares que recebia de alguns rapazes que passavam ao redor.
Observou mais uma vez, desta, a mesa em que seus amigos se encontravam. Já não estava mais completa. , , e já não estavam mais no local. Provavelmente já deveriam ter achado alguma companhia interessante.
estava com em seu colo e preferiu não continuar a observar o que o casal de amigos estava fazendo. Redirecionou seus olhos para o único que restara. No canto daquele sofá.
passava as mãos pelos cabelos escuros, ainda com os olhos nas dançarinas em cima do palco. Tinha um copo de bebida em uma das mãos.
queria muito saber o que ele estava pensando. Na verdade, queria muito saber o que ele pensaria ao vê-la ali. Daquela forma.
Ajeitou seus cabelos na frente do busto e com isso começou a caminhar entre as pessoas que dançavam lentamente em direção a ele. Sentia seu coração palpitar ainda mais rápido ao se aproximar do rapaz.

Tell me what it is you wanna know
Finish up the bottle then we'll go, babe
Waste a little money on some blow
She said: Won't you have a little?
I said: No way


Aquela visão era como caminhar em direção à perdição.
com seus olhos entreabertos, o cabelo bagunçado pela ansiedade ao estar ali e o jeito que ele se vestia. Ah, era tentador... Era demais para ela.
Ao vê-lo tão próximo daquela forma, levou suas mãos em direção à faixa do sobretudo e a tirou, abrindo-o e com isso pôde captar os olhos de de imediato.
De momento, o rapaz a olhou, observando cada pedaço do corpo da mulher. se sentiu nua com aquele olhar.
E era exatamente aquilo que ela estava querendo.
O rapaz não sabia o que pensar. Aquela mulher em sua direção era como um ímã. Ele sentia. Parecia que a conhecia. Era uma sensação tão... familiar.
Assim que a mulher chegou à sua frente, ele percebeu. Ele sentiu e soube.
estava trêmula. O corpo parecia estar em puro êxtase. a olhou de relance e um sorriso fraco escapou de seus lábios.

I don't know if you already know how
But, girl, I got the feeling that you know now


Era hora de começar.
O olhou por mais alguns instantes e levou suas mãos até seus quadris, começando a rebolar na sua frente de forma bem vagarosa, dando a entender que aquele era realmente seu começo. Jogou os fios do cabelo para o lado, arqueando uma das sobrancelhas ao vê-lo piscar algumas vezes com a cena à sua frente.
estava adorando. estava começando a ficar desconsertado.
A batida da música ecoou mais uma vez e deu um passo à frente, agachando na frente do rapaz. Com suas mãos, apoiou o corpo em seus joelhos e ele arfou, com os olhos fixos nos seus.
não acreditava. Era real?
Observou o olhar e aproveitou a deixa para tirar seu sobretudo de vez, fazendo abrir a boca vagarosamente.
Era real.
E ele não estava acreditando no que estava vendo.
— Você gosta do que vê? — perguntou quase inaudível. O rapaz ergueu o olhar do corpo da mulher para seus olhos. — .
O sussurro em seu ouvido não tinha como não ser. Era dela.
O rapaz parecia uma estátua àquele ponto. na sua frente, vestida naquele jeito era tentador demais. Aquela cena, por um instante, o fazia esquecer que iria se casar.
Dahye não podia nem imaginar o que se passava em sua cabeça naquele momento.
estava paralisado. Vê-la ali, na sua frente... Deliciosa daquele jeito.
abriu um sorriso de tirar o fôlego do homem à sua frente.
— Não vai falar nada? — O olhou, fingindo confusão com a falta de sua resposta. Com isso, levou uma das mãos no ombro do rapaz e ergueu uma de suas coxas, começando a se posicionar para se sentar em seu colo. — Não gostou do seu pequeno presente, ?
queria gritar que não havia presente melhor e agarrar ela ali mesmo, sem pudor nenhum. Ela não fazia ideia do quanto ele queria aquilo e do quanto toda aquela situação era extremamente complicada.
Se sentia fraco, mas não seria. Não ali com ela.
E se ela não estava prestando naquele momento, ele também não prestaria.
— Você é completamente sem vergonha — sussurrou para a mulher, segurando firme em sua cintura. — Safada.
Deixou suas mãos escaparem da cintura para a bunda da mulher em seu colo e a apertou, puxando-a para mais perto do seu corpo.
— Você não sabe com o que está mexendo — disse, abrindo um sorriso. — Quer mesmo continuar com isso... ?
Ouvir seu apelido sair da boca dele foi pura maldade. Sentiu seu corpo perder os sentidos e encarou nos olhos do rapaz, observou seus lábios como se dependesse somente daquilo. Ela estava ali, sentada no colo de depois de tantos anos.
Não pensaria duas vezes antes de continuar.
— Se eu quero? Eu desejo. — Passou as mãos pelos cabelos do rapaz e sem pensar muito agarrou no pescoço da mulher, colando seus lábios nos dela.
O baque dos lábios foi completamente nostálgico para os dois. Não sabiam como haviam conseguido ficar longe um do outro por tanto tempo. O gosto dela era maravilhoso, pensava. Ela era tão saborosa, tão gostosa.
Ainda segurando a cintura da mulher, a posicionou no sofá, ficando praticamente por cima dela e só sentia sua ereção crescer ainda mais.
Droga. Ela ainda o fazia ficar daquele jeito só com um beijo.
Já a mulher não pensava diferente e nem estava.
— Se continuar assim, não quero nem imaginar o que posso fazer — resmungava entre os beijos na boca e no pescoço da mulher.
— Não imagine. Faça — ordenou. — E acho que podemos terminar isso em um lugar bem melhor.
ergueu os olhos em direção aos dela sem acreditar no que havia escutado. Ela realmente estava propondo aquilo? Ele não queria saber. A única coisa que queria era que ela gemesse seu nome tão alto a ponto de ser o único eco em sua mente.
rapidamente se levantou, agarrando o rapaz pela camisa. Antes que pudesse arrastá-lo para longe dali a segurou, colocando o corpo dos dois no meio do breu da boate. Passou uma de suas mãos na bunda da mulher e com a outra ergueu o rosto de ao puxar de leve seu cabelo.
O tesão ali era explícito demais.
— Eu vou acabar com você, .
Ao ouvir suas palavras, sorriu de forma maliciosa.
— Estou contando com isso.
E sem pensar muito, os dois seguiram em direção à saída do lugar. Não havia pressa maior do que a que tinham, já que praticamente pularam dentro do carro.
se sentia trêmula ao procurar a chave do seu bendito Nissan. Não teve mais tempo, já que sentiu as mãos de invadirem seu corpo, puxando-a para o banco carona sem ter nem como protestar algo. Ela não iria.
Ele não queria esperar mais.
Começou pelo pescoço da mulher, descontaria toda sua vontade ali. Todos aqueles anos sem o sabor da mulher à sua frente... Ah, ele iria sentir.
Apertou seus seios fortemente, sentindo o gemido fraco escapar dos lábios de . Ele queria aquilo. Queria ela gemendo. Deixou uma de suas mãos no seio da mulher e com a outra fez o caminho em direção à intimidade dela.
Soltou os lábios da garota e sorriu de forma travessa. Ela estava encharcada. Maravilhosa.
— Era isso o que queria? — perguntou, passando seus dedos de forma circular pela intimidade da mulher. — Você quer assim, linda?
mordicou os lábios ao sentir o toque do rapaz. Ela queria daquela forma e principalmente de outras.
— Não ouse parar.
— Oh... Você está com pressa? — Arqueou uma das sobrancelhas. Ela assentiu. — Você quer que eu faça mais que isso?
— Muito mais.
sorriu com sua resposta. Aquilo era bom demais.
Puxou com força a saia da mulher para cima, observando mesmo que com a pouca luz o tecido de sua calcinha. Olhou um pouco mais para a renda preta e não pensou muito antes de puxar a peça para o lado, colocando os dedos na intimidade agora quente da mulher.
— Ah, ... — falou baixo, começando os movimentos no local. — Você é deliciosa. Vai gozar para mim, não vai?
— Eu... Eu vou — disse com dificuldade. Ela não fazia ideia do quanto queria aquilo.
Enquanto ele mexia seus dedos, ela mexia seu quadril.
fechava os olhos e abria a boca, sentindo toda a onda de prazer invadir seu corpo. Queria mais rápido, mais lento, queria de todas as formas. Ela iria chegar ao ápice.
— Olhe para mim — pediu, segurando o queixo da mulher. — Você vai gozar, mas não desse jeito.
Disse, por fim, estalando um beijo nos lábios da mulher. Afastou os dedos de sua intimidade e ergueu as chaves do carro na mão, olhando para a mulher.
Os dois se encararam.
Eles precisavam chegar ao apartamento.

***


praticamente arrombou a porta de seu apartamento com agarrado a ela. O rapaz fechou a porta com o pé enquanto agora tirava suas roupas da mesma forma que se livrava da blusa e da saia.
Não se importaram nem de acender a luz do lugar, já estava colado nela, fazendo-a sentir toda sua ereção roçando no seu quadril. passou sua mão livre pelo volume na cueca do rapaz e sorriu entre os beijos que ele insistia em lhe dar.
a pegou pela cintura, dando impulso com os braços e com a mulher no colo seguiu rapidamente em direção ao quarto, jogando-a na cama.
Pôde contemplar o corpo da mulher.
— Estou perdendo o juízo — comentou mais para si mesmo do que para ela. — Você está fazendo isso.
ouviu seu comentário e se limitou a sorrir, o chamando com o indicador. Por um momento, chegou a pensar que tudo aquilo era loucura, mas ela não queria parar. Nem mesmo ao pensar que o rapaz à sua frente iria se casar, aquilo era tão errado...
O rapaz segurou as duas coxas da mulher, puxando-a para a beirada da cama e sem demorar arrancou aquele pano minúsculo que a mulher vestia.
Era o paraíso, pensou.
Olhou uma última vez para ela e com sua língua começou a saboreá-la. Cada vez mais intenso, que o dizia. Seus gemidos iam se intensificando com cada movimento que ele fazia.
Ele deixou uma de suas mãos percorrerem a barriga da mulher, sentindo-a.
— Seu gosto é maravilhoso — disse, dando leves chupadas na região. — Goze para mim, .
— Eu não vou aguentar.
— Não aguente. — Adicionou um de seus dedos, excitando-a ainda mais. não iria aguentar se continuasse daquele jeito. continuou de forma mais rápida e ao sentir o corpo da mulher se contrair, ergueu seu olhar, olhando-a nos olhos.
Ela mantinha seus olhos fechados, mas seu corpo tremia levemente. Havia chegado a seu ápice.
A expressão dela era maravilhosa. Ele não tinha dúvidas.
abriu os olhos e o observou completamente nu à sua frente. Sua ereção totalmente excitada e exposta.
Sorriu travessa.
, ao vê-la daquela forma, a puxou para perto, deitando o corpo dos dois sobre a cama. Roçou sua intimidade sobre a dela, fazendo-a suspirar com seu toque. Arrancou um beijo de seus lábios, abrindo as pernas da mulher lentamente.
não ousou falar nada naquele momento. Ela queria aquilo tanto quanto sabia que ele também queria. Seu coração parecia que ia saltar de seu peito.
O rapaz pegou seu membro e aos poucos o introduziu na mulher, fazendo-a gemer de uma forma satisfatória. Começou lentamente, sentindo as mãos de espalmarem em suas costas e da mesma forma que ia acelerando o gemido da mulher ia se intensificando.
Era uma melodia indescritível.
A cada estocada, o prazer dos dois só ia aumentando.
o empurrou, deitando-o na cama e mesmo com a olhando de forma confusa não deixou de continuar. Deixou o membro do rapaz ereto, se sentando nele e a expressão de era uma das melhores que ela pôde ver.
Os olhos fechados, os lábios sendo mordidos pelo mesmo. Puro prazer.
A mulher não queria parar. Ia cada vez mais rápido e sentia que não iria aguentar por tanto tempo. Ele estava morrendo de tesão por ela. Só conseguia pensar na mulher à sua frente.
Abriu seus olhos, encarando-a e desta vez segurou seu corpo, a virando ali mesmo. estava totalmente de quatro para ele. Aquela bunda gostosa empinada.
Desferiu um tapa forte na região da mulher. soltou um gemido fino e sorriu em seguida, adorando o que estava acontecendo. O rapaz observou sua feição e também sorriu, agachando seu corpo próximo ao dela, de forma que conseguisse sentir o corpo quente da mulher colado ao seu.
— Você lembra o que eu te disse mais cedo? — sussurrou no pé do ouvido. virou o rosto, tentando se lembrar.
É claro que ela não se lembrava, que droga de pergunta era aquela? A única coisa que queria se lembrar era aquele momento e de sentir cada pedaço do homem dentro dela.
— Não... — disse baixo.
Ele soltou uma risada fraca, segurando os quadris da mulher com as duas mãos.
— Então é melhor não se esquecer. — Preparou seu membro, passando a cabeça dele na intimidade dela. — Hoje vou acabar com você.
E, com isso, afundou seu pênis na mulher, estocando o mais rápido que podia. A cada rebolada, era um gemido mais alto que dava e seu prazer só ia aumentando mais e mais. Deixou uma de suas mãos seguirem de encontro aos cabelos da mulher, segurando-os com força e desferiu um tapa não tão forte no seu rosto, fazendo-a gemer mais uma vez.
— Era isso o que você queria, safada? — perguntou, ainda estocando dentro dela.
— Sim... — tentou responder em meio aos gemidos.
— Então geme para mim, dizia, sua voz rouca pela euforia do momento. — Até você não aguentar mais.
esticou os braços na cama, deixando seu rosto afundar ainda mais naquele edredom. Ela não sabia explicar, era uma sensação maravilhosa. Não queria pensar em mais nada.
estava da mesma forma. Se não, ainda melhor.
Não queria pensar em mais nada além dela. Não queria pensar nos seus problemas, nem na porra do casamento arranjado que tinha que encarar com Dahye. Ele não queria nada daquilo...
Ele não precisava daquilo. Só queria , de todas as formas, de todos os jeitos e nem que precisasse tomar alguma atitude extrema para que pudesse fazê-la sua.
O que estava pensando, afinal? Ninguém seria tão maravilhosa como ela.
Aquela mulher era seu paraíso, sabia disso muito bem, sempre havia sido e, com toda aquela situação, a única certeza que ele tinha era apenas uma.
Ele a queria.
Principalmente daquele jeito em que estavam naquele quarto, naquela cama.


FIM (?)



Nota da autora: Eu nem preciso dizer muita coisa, não é? Só estou de boca aberta por que foi minha primeira restrita e eu gostei demais! Saiu exatamente do jeitinho que eu estava imaginando. Espero que vocês imaginem da mesma forma. Me contem o que acharam, viu? Principalmente do safadinho desse jeito hahhaah. Beijão!



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