Finalizada em: 12/06/2018

Capítulo Único

adjetivo de dois gêneros
1. que, por ser de natureza diferente, não é comparável (a outra coisa ou a outra pessoa).
2. que, em virtude de sua qualidade, valor ou superioridade, não é comparável (a nada ou a ninguém); único, excepcional.

Observar a foto de na tela de seu celular era praticamente uma tortura da época de ditadura militar, porém podiam chamá-la de masoquista, já que a encarava durante o dia inteiro e não tinha nenhuma intenção de parar. Era irritante e sabia disso, mas quem se incomodaria quando estava simplesmente sozinha, esperando o ônibus parar no ponto final para poder continuar seu caminho?
Bom, para ela, não era nada incômodo. Na verdade, a sensação excepcional e única que tinha ao observar o rosto moldado de forma incomparável a qualquer outro ser humano, mesmo que pela tela de um celular, era capaz de lhe tirar um sorriso dos lábios até mesmo nos piores dias de sua vida, aos quais nada era capaz de distrair sua mente.
Na verdade, quase nada. Porque sempre teria esse poder, e há muito já desistira de lutar contra isso ou controlar esse sentimento. Ela aceitava a influência que ele exercia sobre ela, e a usava como uma forma boa de incentivo. O incentivo de, um dia, vê-lo pessoalmente, o seu maior e mais secreto desejo e o motivo escondido que lhe tirou de sua zona de conforto e levou até o outro lado do mundo.
Assim que deu dois passos para fora do ônibus, o celular de tocou e ela parou por alguns segundos de pensar naquele que acreditava fielmente ser o amor de sua vida para dar atenção no que estava em suas mãos agora: a vida real e o que acontecia nela. Passara momentos tão agradáveis em seu próprio universo que praticamente se esqueceu de que não sabia como chegaria em Hongdae.
Lá, em um conhecido evento que acontecia especialmente a cada dois anos e mesclava artes, exposições e livros, sua amiga provavelmente já estava lhe esperando ou perto disso. Haviam combinado de se encontrar em exatos vintes minutos, mas a verdade é que mesmo se odiasse andar atrasada, ela ainda não estava acostumada com o tempo que demoraria para chegar aos lugares e nem mesmo com os próprios lugares, uma vez que chegara na Coreia não faziam muito mais que duas semanas, e era a primeira vez que ia a Hongdae.
― Você está perdida? ― foi a primeira coisa que a amiga perguntou quando abriu a videochamada e viu a expressão aérea de , que quase começou a rir assim que ouviu as três palavras.
, quem havia lhe convidado para o evento, estava na Coreia há quatro meses a mais que si e com certeza estava mais acostumada à rotina e aos caminhos da cidade de Seul, além de saber calcular as distâncias e diariamente lhe auxiliar a assimilar toda a mudança de cultura e ambiente que estava passando.
― Não sei ainda. Acabei de pisar no metrô, mal tive tempo de me perder. ― respondeu normalmente, dando passos tranquilos em frente e olhando para os lados para encontrar alguma plaquinha com informações escritas em hangul.
Ceeerto, você sabe como chegar até aqui, né? ― a amiga questionou, sabendo que estava do outro lado do Rio Han.
― Eu só vou entrar no vagão. ― a mais nova não aguentou segurar e acabou rindo de verdade, cobrindo a boca com a mão livre para ser mais discreta. ― Preciso me concentrar agora, vou desligar, tá?
― Tudo bem, me liga quando entrar, então. Quando eu chegar lá vou te mandar um mapa de onde eu estou.
concordou e as duas se despediram com acenos, a chamada sendo encerrada logo depois. Aproveitou também para guardar o celular no bolso jaqueta azul turquesa que usava, tinha que se concentrar em encontrar… Na verdade, ia procurar a sala onde deveria pedir informações, porque sinceramente não fazia a mínima ideia de onde deveria ir e isso era hilário e assustador ao mesmo tempo.
Riu para si mesma com isso e viu algumas placas que a direcionaram para um quadrado aberto onde uma fila dava a volta rente a parede até chegar aos guichês de vidro, onde as atendentes estavam. Parecia estar com sorte uma vez que toda a estação estava curiosamente vazia e sua vez não demorou muito mais de dois minutos para chegar. Mordeu o lábio um tanto insegura com a interação social, mas respirou fundo e explicou a situação com um sorriso.
― Eu preciso chegar a Hongdae, vou ao evento de arte que está tendo lá, mas ainda não estou muito acostumada com as estações… ― passou uma das mãos pelos cabelos envergonhada, tentando manter seus olhos focados na mulher a sua frente e não no chão.
― Tudo bem, não se preocupe. ― pelo menos a atendente era simpática, e isso a fez ficar um pouco mais confortável. ― Não é muito complicado, não vai precisar de baldeação. Você vai seguir a linha verde, a mesma que está agora, e então descer na estação de Hongki University.
― A-ah! ― uma luz pareceu se iluminar na mente de . Ela realmente achava que Hongdae tinha uma estação chamada Hongdae, tipo a estação da Luz em São Paulo, que ficava no bairro da Luz e etc. Riu de nervoso. ― Certo, muito obrigada!
Se afastou do vidro para sair, já procurando a linha verde no chão freneticamente. Quando ouviu a moça lhe chamando novamente. Virou o rosto para trás com uma expressão confusa, mas o problema foi exatamente quando olhou para trás e sentiu seu coração parar de forma preocupante.
Aquilo era mentira, não era possível.
No fim da fila - não percebeu se eles realmente estavam na fila ou passando, sinceramente aquilo nem importava naquelas horas - um grande grupo de garotos estava parado e todos tinham apenas duas coisas em comum: a primeira era que conhecia todos aqueles rostos, os cinco, perfeitamente. E a segunda coisa era que todos, sem exceção alguma, encaravam a sua cara estrangeira com largos sorrisos nos rostos.
Por bons três minutos ela ficou simplesmente paralisada em um colapso mental, sem nem mesmo respirar de forma que se movesse demais seu abdômen. Então, ainda sem acreditar naquilo, olhou para trás e para os dois lados, vendo que não tinha absolutamente mais ninguém ali. Era apenas ela, os cinco e a atendente que a essa altura, sim, já estava rindo horrores mesmo que tentasse disfarçar com a mão.
E na verdade, nem mesmo os próprios garotos aguentaram segurar a risada quando viram que a menina olhava para os lados para confirmar se olhavam pra ela, e principalmente quando ela olhou para baixo e lembrou o que havia a denunciado: a jaqueta de tom azul forte que usava, com diversos stickers colados em várias partes aleatórias dela como costas, peitoral e braços, cada adesivo com os logos referentes às músicas do grupo, além do enorme nome atrás.
quis sumir naquele momento, cavar no concreto da estação e sair de volta ao Brasil. Não havia sido desse jeito que sonhara os conhecer e não estava mentalmente preparada para nem mesmo encará-los, algo que demonstrava claramente com sua linguagem corporal. Isso porque nem eram todos eles. Os rapazes brilhavam tanto que seus olhos estavam ardendo, e nem mesmo conseguia focar em alguém exatamente, os vendo apenas em um grupo de pessoas à sua frente.
A sua única reação foi erguer a mão timidamente e acenar, ainda de forma lenta e depois de muito, muito tempo, arrancando ainda mais risadas e fazendo os cinco retribuírem de forma empolgada. O tempo pra ela parou ali, e a garota não soube quanto tempo ficou somente os observando, observando aqueles sorrisos e aquelas mãos que acenavam, Queria guardar cada detalhe daquilo que estava acontecendo e levar pra toda sua vida.
Mas claro, o seu celular vibrando com uma mensagem de não lhe permitiu, e teve que acenar uma última vez, sem graça, antes de sair andando em direção a escada rolante.
Se distraiu tanto digitando que estava a caminho e falando que a amiga nunca ia acreditar no que havia acontecido, que ao pisar na escada rolante teve que beliscar o próprio braço algumas vezes para ter certeza que não ia acordar em sua cama e começar a chorar por uma ilusão tão poderosa como aquelas que estava acontecendo naquele momento.
Mas como se para confirmar que aquilo estava mesmo acontecendo, passou ao seu lado descendo os degraus rapidamente com um sorriso de canto que era com certeza a razão do que por alguns segundos o ar pareceu escasso no recinto, porém na escada comum, esbarrando levemente no seu ombro e fazendo com que se desequilibrasse um pouco para o lado, onde estava na outra escada rolante que subia.
Ele riu um pouco quando seus braços se encontraram por poucos segundos, ajudando uma abobalhada e meio sorridente a manter-se em pé entre os degraus. Eles estavam simplesmente brincando de subir e descer as escadas, e os olhos da garota se focaram no chão outra vez quando ela chegou no último degrau, porque caso não se concentrasse com certeza daria de cara com o chão.
Naquele momento, simplesmente foi, suas mãos tremendo enquanto segurava o celular para tentar digitar qualquer coisa que fizesse sentido para . Com certeza com o cérebro afetado pela situação e o que estava acontecendo, ela simplesmente continuou andando, sem perceber que a plataforma de embarque era extremamente mais curta do que estava acostumada com que fosse.
Tudo aconteceu tão rápido quanto um piscar de olhos naquele momento, o barulho altíssimo do vagão com o apito anunciando sua chegada se aproximando cada vez mais e fazendo-a despertar quando já era praticamente tarde demais. Arregalou os olhos quando olhou para o lado e viu onde ia cair e o que estava vindo ao seu encontro, seu pé já estava suspenso no ar, e o outro prestes a fazer o mesmo quando sentiu um braço por trás de sua cintura e uma mão a agarrando firmemente.
Não conseguiu raciocinar pela segunda vez naquele dia - ou talvez nem mesmo tivesse voltado a raciocinar depois de vê-los? - quando seu corpo foi puxado para trás de uma vez só, livrando-a do perigo em uma fração de segundo. As costas de bateram contra uma pilastra de sustentação da construção, escondendo a sua presença e a do rapaz ao seu lado, e a respiração da garota estava completamente descompassada, a fazendo ficar ofegante pela adrenalina e pelo medo.
Em um colapso mental e com a mente em branco, ela não conseguia pensar em o que estava acontecendo com a sua vida naquele dia, apenas olhar para o vagão parando aos poucos na sua frente e tentar digerir, pouquinho por pouquinho, toda a situação a sua volta. Havia realmente quase cometido um suicídio involuntário? E… Quem era a pessoa que havia a salvado?
Quem quer que fosse ao seu lado soltou sua cintura ao ver que não iria cair e então deu três passos para o lado, acabando com a proximidade ao mesmo tempo em que ainda era o suficiente para observá-la com atenção e se certificar que ela não iria passar mal ou desmaiar. Toda a plataforma parecia vazia naquele momento, apenas com os risos do grupo de garotos se aproximando ao longe e lentamente, mas podia sentir a queimação e onde a mão do desconhecido segurava há pouco, como se o toque dele houvesse provocado uma reação em seu corpo.
― O-Obrigada… ― a garota sussurrou assim que recobrou parte de sua consciência, o olhar ainda desfocado e perdido entre os fragmentos de imagens que formavam toda a cena. ― Obrigada! ― falou um pouco mais alto para se certificar que ele havia ouvido, finalmente virando para o lado para ver quem havia sido seu super herói.
Foi então que deu dois passos para trás e teve que tomar cuidado para não ter mais um colapso mental em menos de vinte minutos. Era, com certeza, a pessoa mais improvável de todo o universo, mas que ao mesmo tempo desejaria com todo seu coração para que fosse. Um sorriso de canto ameaçou aparecer no rosto do rapaz, mas percebendo que havia pessoas ali, mesmo que poucas e não parecendo prestar atenção neles, apenas confirmou com a cabeça.
Dois minutos passaram e as vozes dos outros quatro meninos ainda eram longínquas. se perguntou porque eles estavam demorando tanto, ao mesmo tempo que tentava distrair sua mente da sua quase passagem de planos, para consequentemente acalmar seu coração e respiração. Arrumou sua postura, se sentindo extremamente desconfortável e envergonhada. Ainda não conseguira superar a sensação incomparável de ser tocada por ele, mesmo de uma forma inocente e apenas por emergência como havia sido.
Ele estava ali, praticamente do seu lado, sem contar que havia salvado a sua vida. Uma simples palavra como “Obrigada” era o suficiente para demonstrar a sua gratidão? Mas, se não fosse, o que deveria fazer?
― Você está bem? ― a voz grave do rapaz soou baixa, e sentiu todo seu ser se derreter e estremecer com esse simples gesto.
Respirou fundo duas vezes e então mais três. Listou todas as burradas que havia feito desde quando conhecera o amor de sua vida apenas para o choque de realidade atingir sua cara. Quase havia se matado, nem mesmo sabia agradecê-lo por não ter deixado a primeira parte acontecer e estava sem conseguir pensar, parecendo uma amoeba, desde quando o vira. Estava na hora de voltar ao seu normal e retomar as rédeas de seu próprio cérebro.
Depois de juntar toda a coragem necessária, abriu um sorriso sem graça e assentiu com a cabeça.
― Estou bem.
Ele, outra vez, assentiu com a cabeça com um discreto sorriso nos lábios, e então o vagão abriu as portas junto com a chegada dos rapazes que em sua maioria estavam mais calmos e entraram na frente dos dois, chamando que ficou para trás. deu o primeiro passo para frente, tentando lembrar como fazia para respirar e andar ao mesmo tempo, não percebendo que o rapaz involuntariamente colocou a mão ao redor de sua cintura com alguma distância, apenas para se certificar que não iria tropeçar ou fazer alguma trapalhada.
pareceu o mais chocado com aquela ação, já que os outros garotos estavam entretidos entre eles mesmos, mas não fez muito mais do que apenas encarar o e rir sugestivamente algumas vezes, enquanto a estrangeira ainda nem havia os visto no lugar, concentrada na videochamada que fazia com a amiga, falando que iria chegar logo.

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― Finalmente, já estava achando que ia precisar ligar pra polícia pra achar minha filha perdida! ― dramatizou ao vê-la descendo do vagão, tão perdida na imagem da mais baixa que nem viu ninguém mais ao redor dela. riu balançando a cabeça, mas antes que pudesse falar alguma coisa, a amiga voltou a disparar. ― Você está pálida! O que aconteceu, garota?
― Se eu te contar você vai falar que eu me droguei, mas não vai acreditar em mim. ― respondeu guardando o celular no bolso da jaqueta que ainda não decidiu se estava amaldiçoando ou abençoando.
― Achar que você é drogada não é novidade, pode ir falando logo. ― se aproximou de , parando ao seu lado e percebendo que os passos da amiga estavam inseguros e suas pernas trêmulas. ― O que é que está acontecendo?
― Eu quase cai da plataforma do metrô. ― falou de uma vez, parando de andar para poder agora respirar longe da causa de grande parte da sua euforia, esperando que isso lhe ajudasse.
― VOCÊ O QUÊ? Você se machucou?! ― a mais alta não se importou de berrar no meio da estação, fazendo rapidamente erguer o rosto como se questionasse sua sanidade. ― Eu sabia! SABIA que tinha que ter ido te buscar!
― CALMA, me deixa terminar! Eu estou bem agora, mas quase caí porque eu vi , , , e . ― continuou, segurando no braço de para ela sentir a firmeza de suas palavras. A amiga desacreditou tanto que demorou até pra relacionar os nomes as pessoas. ― E me salvou. Ele me puxou e não me deixou cair.
― Você não só se drogou, você foi pra outro planeta e voltou! ― olhou para a amiga com uma sobrancelha arqueada. ― Sei que o ar da Coreia pode estar te afetando e você pode estar vendo os Oppa, vem, você precisa de uma água!
― Não, eu tô falando sério! ― apesar disso, a garota começou a rir com a reação da outra, balançando a cabeça negativamente enquanto era arrastada a uma máquina de bebidas próxima a saída do local. E quando estavam chegando à mesma, viram o quinteto saindo entre conversas distraídas. ― Viu???
Sua vontade era gritar, mas não queria chamar atenção, então apenas fingiu que realmente estava indo buscar uma água e agiu normalmente, enquanto a amiga controlava a expressão embasbacada com uma mordida de lábio.
― Eu juro pra você, eu nem lembrava meu nome. Sou a pessoa mais imbecil do mundo, nem consegui agradecer ele direito. ― grunhiu frustrada, abaixando para pegar a garrafa e vendo o sorriso da amiga se alargando conforme ela imaginava a cena.
― Sinceramente, é compreensível, né, amiga. ― debochou, quase saindo correndo quando ameaçou jogar a garrafa em sua cabeça. ― Enfim, agora que a fanfic da sua vida real aconteceu, o que você pretende fazer?
― O que mais eu posso fazer? Deixei meus cinco minutos passarem e não conquistei o amor da minha vida, ESTOU FADADA AO VIVER NO FRACASSO E SOLIDÃO! ― se jogou em cima dos braços da mais alta que soltou uma risada altíssima ao seu lado. ― Vamos logo embora, não quero passar o dia todo chorando a minha incapacidade na porta da estação.
― Vamos, é capaz de perdermos a exposição se ficarmos aqui. ― constatou rindo e levou a garrafa aos lábios pela segunda vez, revirando os olhos ao finalmente verem a luz do dia na cidade.
As amigas iniciaram uma caminhada ao saírem de frente à avenida principal. Não precisariam andar muito mais de dois minutos ou três para chegar até a exposição, e enquanto olhava para os lados como se a qualquer segundo pudesse aparecer outra vez na sua cara, não perdoava e fazia piadas constantes com isso.
― E você sabe, né, hoje é dia dos namorados no famoso Brasil. Você falhou em níveis intergalácticos. ― a mais alta não resistiu assim que atravessaram o portão do evento e entregaram seus ingressos, vendo que por ser sexta-feira estava curiosamente vazio.
― Muito obrigada por jogar isso na minha cara, principalmente que é hoje esse dia maldito. ― entrou primeiro, em um tom e expressões corporais completamente exageradas ao apontar para um quadro pintado com um casal.
― Qual o ranço? É um dia tão fofinho.
― Fofinho? Pra quem?! Não é fofinho quando você nem um correio elegante recebeu na sua vida INTEIRA, só da sua irmã. Sabe o que é isso? Vinte e quatro anos de pura rejeição. Eu nunca nem fui em um encontro. ― choramingou, sentando em um dos grandes bancos que estavam livres, sem perceber que haviam mais pessoas sentadas perto ou as observando.
― Pois é, amiga, nem do outro lado do mundo a gente arruma um par.

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Andando na exposição ao lado de , o amigo que o obrigara a praticamente todo mundo a levantar a bunda e ir até a exposição, estava perplexo e martelava a sua cabeça se havia entendido e ouvido direito o que achou que tinha ouvido enquanto ainda estavam no lounge de entrada.
Não era como se estivesse fazendo de propósito ou as seguindo, mas ouvira boa parte de tudo o que as duas estavam falando. Durante todo o caminho. Apenas coincidência. Mas não conseguia parar de pensar em como uma garota daquelas nunca havia nem mesmo sido chamada a um encontro ou recebido um bilhete? Chegava a ser uma afronta…
? Em que universo você está? ― questionou com uma sobrancelha arqueada, dando um leve tapa no braço do amigo para que ele acordasse do devaneio. ― Eu já estava quase virando o corredor.
― Eu... Acabei me distraindo, foi mal. ― tentou disfarçar com um sorriso de canto, começando a andar para acompanhar o amigo.
― Tem algo haver com a garota do metrô? Eu consegui ver o que aconteceu. ― como de costume, era direto e não enrolava para falar o que queria saber, e para alguém que por vezes era um pouco lerdinho, o amava essa característica no amigo. ― Eu, o , o
― Todo mundo viu?!
― Por que você acha que nós demoramos tanto pra aparecer lá? ― chegou por trás de , rindo logo depois.
― O não viu, ele estava de costas. Tivemos que segurá-lo. ― também surgiu logo após, seguido de que apenas ficou calado, observando os amigos.
― Vocês são terríveis. A garota quase morreu e querem me deixar sozinho com ela?! ― indagou, arqueando uma das sobrancelhas em descrença.
― Bom, ela precisava agradecer o super herói. ― voltou a rir, cutucando o amigo com o cotovelo e quase sendo jogado longe quando o retribuiu o empurrão, só que com um pouco mais de raiva.
― Mas eu não sei, eu só… ― tentou começar para dizer que não era nada demais, mas não conseguia achar bem as palavras que lhe ajudassem a disfarçar.
― Se você não quer deixar pra lá, tem que agir logo. Não se sabe nunca quando vai ser a última vez que você vai vê-la na esquina. ― sorriu paterno na direção do amigo, colocando uma das mãos em seu ombro para incentivá-lo.
― Vendem flores aqui do lado da exposição. ― concordou, lembrando-se que havia visto a loja antes de entrarem no espaço aberto.
― Ela pode dizer não. ― se manifestou com um sorriso de canto finalmente aparecendo. ― Mas pode dizer sim.
passou o dia inteiro seguindo-a pela exposição enquanto os amigos traziam todos os materiais que precisaria para colocar o plano em prática. e buscaram as flores, e e pegaram um papel e uma caneta com um dos staffs. Se a garota que desconhecia nunca havia recebido nem mesmo um correio elegante, o estava disposto a mudar isso.
― O entrega. Ele é o mais cara de pau aqui. ― apontou para o amigo que arregalou os olhos.
― Não faz diferença. Ela está usando uma jaqueta do grupo, ela sabe exatamente quem somos nós, não precisa de frescura. ― revirou os olhos com as ponderações, usando a lógica para acelerá-los.
― Isso é… Bom, se é assim vamos nós dois. ― puxou a mão de , o arrastando consigo antes que ele pudesse hesitar ou discordar de sua ação.
Eles sabiam onde estava, e não era muito longe. Ela e a amiga riam e se divertiam lendo algumas sinopses de livros na contracapa, e apenas notaram a presença dos dois quando fingiu uma tosse forçada.
― H-Huh…?
― Nós viemos entregar isso! ― tomou a frente da situação rapidamente, entregando o pequeno papel branco dobrado duas vezes e o buquê de rosas vermelhas clássicas com um largo sorriso que fazia suas bochechas inflarem.
pegou os dois e, assim que ergueu o rosto para agradecê-los, ambos já haviam sumido entre as pessoas que transitavam por ali. Olhou para , que estava tão focada no papel quanto si mesma e havia até mesmo esquecido das flores por um segundo e o desdobrou cuidadosamente, encontrando a letra masculina que reconhecera de autógrafos.

“Você cai da plataforma sempre?
Porque se sim, eu posso estar sempre lá pra te segurar
Se você quiser, claro”

Ela não soube se ria mais do que estava escrito ou se do fato da última linha ter sido feita em um tamanho menor e meio escondido, como se disfarçado. Sentiu suas mãos começarem a tremerem aos poucos e logo seu coração começava a ficar tão acelerado quanto mais cedo, o que não melhorou quando a amiga lhe chamou, fazendo com que olhasse para frente.
Como um príncipe mesmo que simplesmente estivesse vestido de forma casual, parando a sua frente com um sorriso de canto que deixou-a totalmente sem ar, entendeu o significado de incomparável de uma forma que nunca havia acontecido antes. Era sublime como o tempo simplesmente pareceu parar porque ele lhe olhava. E era incomparável ter a atenção de um ser tão magnífico apenas para si.
― Soube que é dia dos namorados no seu país. Quer sair pra jantar e comemorar a data? ― ele perguntou com os olhos escuros brilhando em sua direção.
Não havia outra resposta senão uma positiva. era a definição daquela palavra. Único e excepcional com seu jeito tão doce e singular, ele a fazia descobrir sensações desde a primeira foto que ela vira e que agora se intensificavam a cada segundo.. Sensações que nunca julgou existentes. Ele era tudo o que havia sonhado durante toda a sua vida.
Todo esse conjunto tornava-o incomparável para . E por isso, tudo o que ele fizesse ou dissesse, seria incomparável como ele.





Fim!



Nota da autora: Oi! Eu escrevi essa short fic em um domingo todo, e fiquei morrendo de medo dela não ter ficado tão boa quanto poderia ter ficado! Mesmo assim, eu amo esse plot porque a parte do metrô todinha foi de um sonho que eu tive, e espero que vocês tenham gostado dela tanto quanto eu e tenha ficado fofinha! SUAHSUAHSAH por favor, me deixe saber o que você achou na caixinha aqui embaixo e feliz dia dos namorados! Críticas construtivas são sempre bem vindas ♥

Long:
Kratos
Em Andamento
Trespass
Em Andamento

MV:
A
MVs/Finalizada
Callin
MVs/Finalizada
Don’t Wanna Cry
MVs/Finalizada
Heroine
MVs/Finalizada
Hyde
MVs/Finalizada
Gashina
MVs/Finalizada
Mysterious
MVs/Finalizada
Please Don’t…
MVs/Finalizada
Shangri La
MVs/Finalizada
Trauma
MVs/Finalizada
Thanks
MVs/Finalizada
Very NICE
MVs/Finalizada




Nota da beta: Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.


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