Entrevista #012

Conversamos com a Sah Oliveira, autora do mês de Dezembro e autora de Médium. O papo foi divertido e leve e você poderá conferir na íntegra agora.

Fanfic Obsession: De onde surgiu a ideia para Médium?

Sah Oliveira: Médium surgiu de três coisas principais: Minha afinidade com as obras da Tia Meg Cabot; Minha vontade de mandar algo com um assunto mais impactante para o Obsession; Meu amor pela escrita. Esse é o tripé de tudo.

FFOBS: Você gosta de montar suas personagens a partir de pessoas que você conhece ou simplesmente você vai agregando valores morais conforme vai escrevendo?

SO:Eu monto minhas personagens a partir da Sarah Oliveira. Todas elas têm algo meu, acho que desse jeito fica mais fácil de escrever. Mas o que sobressai é a ironia. Se você for perceber, quase todo mundo em Médium é irônico. A melhor amiga tem minha alegria e as piadas na ponta da língua. A principal, a minha impaciência. O guy principal tem aquela necessidade de sempre surpreender. O Jesse, mesmo sendo original da Meg, pegou a minha insistência. Até os fantasmas que eu criei tem algo de mim, mesmo que eu não queira. Quando escrevo, eu não consigo evitar me mostrar ali, minha história é o meu reflexo, eu tenho uma relação muito pessoal com Médium. Eu só montei uma personagem com uma análise detalhada: Agnes. Os outros todos saltaram da minha personalidade e ganharam vida própria.

FFOBS: Há alguém que sempre te incentivou a escrever? (por Cinthia Silva)

SO:Sinto-me triste em dizer que eu nunca tive um incentivo dentro de minha família e com os meus amigos. No início da fic, minha mãe até leu e opinou em algumas coisas, mas depois ela deixou de lado. Minha irmã também era fã de fanfics, como eu, mas os estudos e trabalho fizeram ela se afastar desse universo, consequentemente, se afastando de Médium. As grandes incentivadoras mesmo vieram do meu mundo virtual. Leitoras que estão comigo desde o início, amigas do twitter, meninas que frequentavam a tag, outras autoras do FFOBS… Essas sim me incentivaram a continuar com minha fic. Tenho muito a agradecer, mas isso eu faço no recado final! 😀

FFOBS: O que você acha de clichês?

SO: Particularmente, eu não gosto de escrever cenas clichês, mas certas vezes eu me rendo…
Quem não gosta de uma relação amor-ódio? A gente sabe que no fim, eles ficarão juntos e esse é o maior clichê das fanfics. Fics colegiais também são clichês, porque existem em grande quantidade. Assim como as fics de assassinato também estão se tornando, em minha opinião. Quando uma autora percebe que algo faz sucesso, ela busca escrever sobre aquilo, porque sabe que terá mais leitoras do que uma história muito diferente e com pouca abordagem. Eu acho que os clichês são famosos e fazem sucesso porque traduzem a verdade. Falam de coisas que todo mundo gosta, que todo mundo se identifica. Isso é legal, mas a autora tem que escrever bem para poder se diferenciar entre tantas outras que escrevem sobre o mesmo assunto.

FFOBS: Conte-nos o momento, não precisa ser exato, que a Médium nasceu, o momento em que você pensou ‘Olha, isso poderia dar uma boa história’.

SO: Como eu já disse na primeira pergunta, a fic surgiu do meu eterno vício pela série ‘A mediadora’ da Meg Cabot. Os livros traziam uma boa história, um enredo perfeito e um novo fandom para o site. Achei que se eu me inspirasse na história, poderia trazer para as leitoras do Obsession, um mundo novo, uma abordagem diferente daquelas que já estavam acostumadas.
Mas, para falar a verdade, Médium é um grito de liberdade. Pode parecer estranho, mas eu comecei a escrever a fic não para o FFOBS, mas para algumas pessoas da minha vida ‘real’, se assim posso dizer. No fim de 2009 e início de 2010, quando eu iniciei Médium, eu sofria muito preconceito na escola por causa da minha escolha religiosa. Tal situação me deixava muito revoltada (você pode notar isso no prólogo e no Capítulo 1 da fic). Basicamente, foi assim que Médium nasceu. Como um pedido de liberdade. Liberdade de expressão.

FFOBS: Como é sua relação com as leitoras? elas são uma parte muito importante do seu processo criativo?

SO: Eu amo minhas leitoras, sem mais. Tenho uma relação amiga com todas, busco sempre estar em contato e mantê-las por dentro do que acontece na história. E óbvio que elas são parte importante de meu processo de escrita! As leitoras são essenciais, afinal, você não escreve para você mesma… Quem é autora sabe que um simples comentário de uma pessoa faz toda a diferença. Nós, que escrevemos fanfics, não temos nenhuma maneira de reconhecimento pelo o que fazemos, além disso. Além das palavras carinhosas e incentivadoras. Além de um comentário naquela caixinha tão linda que amamos. E ninguém mais, fora nossas lindas leitoras podem fazer essa alegria. A gente não cobra, não é remunerada, mas fazemos tudo com o maior prazer, porque sabemos que quando a nossa atualização entrar, existirá alguém que adora nossa história surtando, correndo e deixando de fazer seus deveres para nos prestigiar.

FFOBS: Quais escritoras te inspiram? (por Cinthia Silva)

SO: Se eu dissesse que é a Meg Cabot, você ficaria surpresa? Eu não tenho outra inspiração. Só ela. Quando digo inspiração, não é só para escrever. Envolve tudo de minha vida. Os livros da Meg sempre estiverem nos lugares certos e nas horas certas para mim, como se estivessem lá para me aconselhar a fazer a coisa certa ou até para me avisar de algo que estava por vir. Pode estranhar, eu deixo. A Cabot é mais do que uma inspiração, ela é um refúgio, nas horas em que eu mais precisei. Se eu lesse algum trecho de “O arcano nove”, “A princesa no limite” ou “Tamanho 42 não é gorda”, eu simplesmente me encontrava. Porque, mesmo com seus 44 anos, a Meg nos entende perfeitamente e de uma maneira inexplicável.

FFOBS: Você já leu/escreveu alguma fiction restrita? Já pensou em transformar Médium em uma?

SO: Quem nunca leu uma fanfic restrita? Atire a primeira pedra, quem não leu pelo menos uma cena restrita de qualquer história por aí… 🙂
Eu tenho duas shorts restritas no FFOBS. Confesso que escrevi essas duas para testar esse tipo de escrita, que eu nunca tinha explorado antes e não, eu nunca pensei em transformar Médium em uma história restrita. Acho que perderia o foco total e também não faria sentido algum, já que o romance de Médium envolve coisas sobrenaturais. Além do mais, eu não conseguiria escrever uma fic 100% restrita, já que as cenas hots que eu escrevo precisam de um impulso, uma inspiração e nem sempre eu tenho essa regalia. Médium é +16, porque ninguém é de ferro e nem ingênua, né? Vamos combinar que, a maioria das leitoras gostam de cenas quentes e eu posso até explorar isso, mas de maneira simplória.

FFOBS: Quando você começou a escrever? Lembra como foi sua primeira história?

SO: Eu escrevo desde sempre. Quando me alfabetizei, um tempo depois, eu já escrevia cartinhas para minha mãe, primas e coleguinhas da escola. Fui crescendo e a paixão por livros, escrita e leitura foi aumentando comigo. Mas o marco inicial dessa minha vida de autora foi mesmo em 2007, quando eu comecei a postar numa comunidade de RBD no Orkut, uma web que se chamava ‘Empezar desde cero’. Hoje, essa comunidade não existe mais, nem o arquivo da fic no meu PC, mas eu me lembro perfeitamente daquela época e de toda a história que bolei. Era, literalmente, um drama mexicano. Personagem principal que havia perdido os pais, morava com a madrasta má e sofria de amor, porque seu ex tinha largado para ficar com outra. Ela vivia um inferno dentro de casa e então, resolve fugir. Nessa fuga, ela conhece o ‘amor’ dela, dentro do ônibus. Não era uma das melhores histórias, mas eu me lembro que algumas pessoas liam e gostavam.

FFOBS: Bom, essa entrevista vai terminando por aqui. Caso queira deixar algum recado final, fique à vontade!

SO: Para finalizar, eu quero agradecer à equipe do FFOBS, por organizar esse site para nós, sempre buscando sua melhoria e crescimento. Por nos incentivar a escrever, ler e por botar pessoas maravilhosas na nossa vida, através da interação na tag e relação autora-leitora.
Quero dizer que ganhar como autora do mês foi uma realização, algo que eu sempre almejei e que eu conquistei. É muito surreal responder essa entrevista, ainda mais quando você sabe que autoras maravilhosas também já passaram por isso.
Quero agradecer, em especial: Catlin, Leh Way, Mila Alves e Med leitoras lindas que estão comigo desde o início; Cinthy, que é muito solícita e me ajuda quando eu preciso; That, Dynee, Bia G, Barvin, Tamara, pessoas que eu gosto demais, grandes amigas que o FFOBS me deu; Lan, uma autora maravilhosa que sempre me incentivou e elogiou. Enfim, quero agradecer a você, Gabee, eu não poderia ter escolhido uma beta tão legal, simpática e curiosa. HAHA
Obrigada a todas minhas leitoras em geral! Foram vocês que fizeram o que Médium é hoje, que nunca me deixaram desistir.




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