Capítulo Único
I
Frustração.
Essa era a exata palavra para descrever tudo que estava sentindo naquele momento, quando saiu correndo do Colégio para chorar sozinha consigo mesma. Já a bastava sentir-se péssima por ter visto aquela cena, ninguém precisava saber que estava magoada a ponto de seu rosto ficar completamente molhado pelas lágrimas. Afinal, era só uma bobagem. Não era só porque era apaixonada pelo garoto mais popular da escola que ele também seria apaixonado por si, não é?
Na verdade, aquilo meio que era a lógica. Era óbvio que ele não seria apaixonado por si, por isso devia ser ainda mais fácil ignorar aqueles sentimentos e superá-los. Não tinha a menor chance e sempre soube disso, então porque estava tão magoada, e por que havia atravessado até mesmo a ponte que levava ao parque da cidade mesmo que estivesse fazendo treze graus e pudesse congelar?
Quando parou de correr ao chegar no fim caminho de cimento batido que levava até o pico de um monte baixo, deixou sua respiração quente sair pela boca, o choque térmico do ar fazendo uma fumaça branca subir. Foi quando percebeu que estava sem sua blusa de frio e o sapato do uniforme definitivamente não era confortável para que corresse, porque a parte detrás havia roçado em sua pele até machucá-la, fazendo arder tanto que não conseguia dar mais um passo em frente.
Acabou deixando todo seu peso cair na grama, rodeando seus braços no próprio corpo em um abraço meio atrapalhado para tentar se esquentar e pensando em como voltaria para a escola com a situação de seus pés doloridos. Seu celular estava na mochila, e havia a deixado apoiada na sua cadeira. Provavelmente a pegaria para si e lhe entregaria em casa já que moravam na mesma rua, mas não podia pedir ajuda para ninguém agora que precisava.
Olhou para o céu, fechando os olhos e suspirando em puro desânimo, fungando algumas vezes para tentar disfarçar os resquícios do choro e se acalmar, porque tinha problemas maiores no momento do que pensar em sua paixão de infância, mesmo que não pudesse resolvê-los. Enquanto não criava coragem de andar a pé na rua ou simplesmente aguentar a dor, mesmo sabendo que tinha que voltar logo, ou acabaria sendo pior se esperasse até que frio ficasse ainda mais cruel, resolveu se concentrar na paisagem, sabendo que a beleza da imensidão desconhecida sempre lhe distraia. Podia ver as luzes neon que cobriam o universo, as ferrovias cósmicas que ligavam todos os planetas da via láctea. Todos menos a Terra, que nunca aceitara o contato imediato com as outras raças que foram reveladas com o passar dos anos.
Talvez por serem inferiores e covardes, os humanos sempre tiveram medo de se misturar com os extraterrestres, mas disfarçavam esse medo com discursos de supremacia humana sob a Terra e de ódio propagado, fazendo as pessoas pensarem que alienígenas são ruins e perigosos, quando na verdade eles sempre estavam buscando uma aproximação pacífica que seria benéfica para ambos, ainda mais para a um local que tinha uma tecnologia subdesenvolvida em comparação a outros planetas. nunca pensou do mesmo jeito que as outras pessoas. Ela sempre achou um desperdício de energia e de recursos lutar contra algo que parecia ser a evolução natural do universo. Talvez não acreditasse muito no que as notícias falavam sobre as outras raças serem violentas, afinal, se elas eram e queriam tomar todo o universo, por que eles viviam em paz lá em cima, a ponto de construírem pontes de trem em neon para cruzarem entre os planetas?
Mas o que uma estudante que chorava porque vira o crush com a namorada poderia opinar sobre um assunto de segurança mundial, afinal? Olhou para os seus pés cobertos pelo sapato, fazendo uma careta de dor manhosa e resolvendo tirar os dois para ver se caso deixasse o machucado respirar ele melhoraria, mas foi só soltar o fecho e tirar a meia três quartos que já se arrependeu disso, sentindo a dor ficar pior por causa do frio e se perguntando o quão burra era para ter tido uma ideia idiota daquelas.
― Está tudo bem com você?
Uma voz masculina e desconhecida soou de cima quando se preparou para colocar de novo o complemento das roupas, e ela se encolheu no próprio corpo, não querendo que ninguém lhe visse com o rosto tão vermelho e feio assim, mesmo que já tivesse parado de chorar e mesmo que fosse um desconhecido. Não olhou para trás, apenas aumentou o tom de voz o suficiente para que ele lhe escutasse mesmo que estivesse com os cabelos no caminho e com sua voz abafada pelo fato de estar com as mãos à frente do rosto.
― Sim. ― esperava que aquilo fosse o suficiente para afastar o homem, e continuou se cobrindo e prendendo a respiração para ele perceber que não queria conversar com ninguém, esperando ouvir os passos se afastando para voltar a fazer o que planejava.
Ouviu um suspiro vindo dele, mas nada dos passos, o que a fez começar a ficar tensa. Por que ele simplesmente não ia embora e lhe deixava chorar em paz?! Estava começando a tremer, de frio e medo, quando sentiu algo quentinho e macio ser jogado por cima dos seus ombros. Arregalou os olhos e então finalmente virou o rosto para observar o casaco de moletom pesado que estava lhe protegendo do frio.
― Desculpa incomodar você, mas vi que estava com frio… ― ele pediu envergonhado quando a garota encarou a peça de roupa com a expressão assustada, o fazendo coçar a nuca em desconforto. ― Não queria parecer intrometido, você não deve estar querendo conversar com ninguém, eu já estou indo embora…
― Não… Não precisa. ― ela murmurou, subindo as íris e vendo que agora o garoto só vestia uma cacharrel de malha fina cinza e decote arredondado. Ele foi tão gentil que seria injusto não ser educada com ele também, por isso acabou tentando manejar sua expressão para parecer mais simpática e dizê-lo para não ir. Afinal, ia ter que devolver o casaco dele quando ele fosse, e ainda não estava psicologicamente preparada para enfrentar o frio. ― Você não vai ficar com frio?
― Não precisa se preocupar comigo. ― ao mesmo tempo em que ela subia mais o olhar para encontrar o rosto dele, o desconhecido abriu um sorriso que em um segundo a deixou completamente abobalhada ao perceber a sua beleza.
Era irreal e sobre-humana, não era parecida com exatamente nada que já havia visto em toda a sua vida. Chamá-lo de lindo era uma ofensa, sinceramente, e perfeição era uma dimensão muito limitada para o rosto de traços angelicais. Era simplesmente inexplicável, e não conseguia desviar seu olhar, completamente fascinada com o ser com a beleza mais intrínseca que tivera o prazer de ver. Ele nem mesmo parecia humano.
― Eu não estou com frio, então… ― ele continuou quando ela não emitiu resposta alguma, apenas lhe olhou daquela forma que, para ele, era um pouco curiosa. Na verdade, não se importava com os olhares, estava acostumado. Sabia que sua raça tinha um magnetismo para os humanos, e eles ficavam um pouco mexidos quando observavam seu rosto. Apesar disso, nunca entendeu o porquê, imaginava que era algo natural: o estranhamento no encontro entre duas raças distintas.
não conseguiu fazer muito mais além de assentir de forma lenta as palavras do homem, e quando o choque de realidade de estar encarando bem mais do que era socialmente aceitável bateu em sua cabeça, se concentrou em parar, distraindo-se ao puxar o casaco quentinho para cobrir mais o seu corpo confortavelmente. O cheiro que emanava dele também não era nada comum ou parecido com os cheiros que conhecia, a inebriando de um jeito tão mágico que chegou a ser assustador quando em um piscar de olhos a fez ir a outro mundo e voltar.
Quando voltou a si e percebeu, ele já estava sentado ao seu lado na grama, observando o céu com os olhos faiscando. Quis não voltar a olhar, mas parecia impossível não querer gravar aquele rosto… Ele parecia ser mais velho que si, mas não muito. Talvez estivesse na faculdade? Não entendia porque alguém na faculdade pararia para ajudar uma colegial como ela, principalmente em uma situação daquelas.
― Obrigada. ― demorou alguns minutos, mas finalmente falou, focando-se na grama curta que estava sentada em cima e evitando erguer o rosto, sentindo-se ainda mais envergonhada com a sua aparência agora que havia visto o quão magnífico aquele homem ao seu lado era. Isso se pudesse chamá-lo de homem, porque ele parecia ser de outro mundo.
― Por nada. ― ele sorriu de novo, olhando a menina de soslaio e vendo que ela parecia com receio de lhe encarar de novo, o que apenas o fez sorrir ainda mais. ― Eu me chamo . ― havia lhe ensinado que apresentar-se era a melhor forma de quebrar o gelo com os humanos, porque assim a outra pessoa se sentiria inclinada a responder com o seu próprio nome.
De onde vinha, o nome era a coisa mais importante a se saber sobre outra pessoa, e não era algo que falavam tão facilmente aos outros. Era tão pessoal e característico que cada um tinha o seu próprio e não podia ser de mais ninguém enquanto aquela pessoa vivesse. Achava engraçado como os humanos usavam os nomes de forma tão natural, e até mesmo criavam apelidos com eles. Era fofo, mas não era muito comum aos olhos dele.
― Meu nome é . ― respondeu falando devagar, ainda recuperando seus sentidos do baque que tiveram há alguns minutos, não pensando direito em quão fora do comum o nome do rapaz era para a sua realidade.
― … ― ele repetiu baixinho para si mesmo, memorizando a pronúncia de cada sílaba com um sentimento especial as rodando. Havia gostado, era divertido de falar e soava de forma agradável no estalo de sua língua. ― Eu gostei. ― a forma de falar era tão natural e inocente que a garota nem mesmo conseguiu se espantar, apenas abrir um sorriso tímido.
― Obrigada.
O sorriso dele também se tornou mais contido por alguns segundos antes de dar lugar a uma feição calma. Para a garota, aquilo podia não ser nada demais, mas para , haviam acabado de compartilhar informações extremamente valiosas e ter um momento tão íntimo que nenhum humano seria capaz de compreender. Era algo surreal para alguém criado não apenas em uma realidade e cultura, mas em um universo inteiro de diferenças em cada detalhe.
― Então, … ― começou com uma feição descontraída após alguns minutos de silêncio, virando o corpo levemente para ficar de frente para a garota. ― Isso parece doer bastante. ― ele apontou para os seus pés dobrados de forma torta para que seus tornozelos não tocassem o chão e ardessem ainda mais.
― I-Isso… ― a estudante arregalou os olhos quando ele questionou de forma tão direta e espontânea, sentindo todo o seu rosto ficar vermelho de vergonha. ― Não! Quer dizer, dói menos do que você imagina. Não é nada demais. ― forçou um sorriso que não deu muito certo, mas foi melhor que nada. O rapaz já estava sendo muito generoso e fazendo muito mais do que deveria lhe emprestando o casaco, não queria abusar fazendo-o se preocupar com o seu machucado também.
― Ah, entendi! Você é do tipo que não chora quando se machuca, não é? ― nem mesmo o tom brincalhão dele ao questionar isso fez ficar menos tensa naquele momento. Ele realmente não havia visto ou percebido o seu estado quando começaram a se falar, para estar perguntando aquilo?
Apenas deu um sorriso nervoso como resposta, balançando a cabeça como se não importasse e curvando o corpo mais um pouco para frente para alcançar os sapatos.
― Espera! Você não vai colocar, né? Só vai machucar mais e fazer doer mais! ― protestou, arqueando uma das sobrancelhas em dúvida assim que a viu colocando as meias e reprimindo uma expressão de desconforto.
― Que opção eu tenho? Preciso voltar pra casa, já está ficando tarde… ― não que tivesse um relógio perto para confirmar, mas tinha certeza que ficara tempo o suficiente simplesmente encarando para que estivesse atrasada no horário de chegar em casa.
― Onde você mora? Posso te levar! ― ele ofereceu já se levantando no mesmo segundo, olhando para os lados como se procurasse a direção certa e realmente soubesse qual caminho seguir caso ela citasse alguma rua ou algo assim, quando na verdade… Não fazia ideia de nenhuma.
havia acabado de chegar por ali. Não que fosse sua primeira vez na Terra, porque não era. Ele e tinham a errada, e contra lei dos homens, mania de visitar aquele planeta que despertava tanta curiosidade assim no seu por ser tão desconhecido e inalcançável, com uma raça tão fascinante quanto a humana. Mas ele não se lembrava de alguma vez ter sido levado para aquele lugar específico. Não que estivesse reclamando, porque era bem pelo contrário, havia gostado dele. Ou talvez houvesse gostado de . Quem sabe um pouco dos dois? A paisagem, no caso de ambos, era bem bonita.
― Não! Quer dizer, não precisa, você deve ter coisas para fazer e eu já atrapalhei muito. ― apesar de usar essa desculpa, a verdade é que havia entrado em desespero só de pensar na hipótese de seus pais ou alguém que pudesse contar aos seus pais a verem chegando com um garoto lhe acompanhando até sua casa. Não queria nem pensar na confusão que isso daria.
― Eu não tenho mesmo! Não vou me sentir bem se te deixar ir assim. Está realmente bem feio. ― analisou a imagem que havia visto antes que ela tivesse coberto o machucado com a meia. Estava até sangrando, imaginava como devia estar doendo e como seria andar com uma luxação daquelas sendo pressionada… Doía só de pensar!
Quando percebeu que ela não conseguia fechar o fecho da tira do sapato sozinha, porque suas mãos tremiam exageradamente - detalhe que não entendeu porquê, mas decidiu deixar passar, deu alguns passos na direção de e então voltou a se abaixar agora de frente para a garota, segurando delicadamente o seu tornozelo coberto pelo pano fino da meia, se certificando de tocar com uma força imperceptível onde doía e depois subir a mão, o colocando em cima da sua própria coxa, encaixando o feixe por ela.
ficou completamente sem reação por um bom tempo, apenas encarando a expressão desolada dele por tê-lo dito que não poderia deixá-lo lhe levar até em casa. tinha uma feição como a de um cachorrinho pedindo para ser adotado, e ela entrou em colapso mental por tantos motivos diferentes naquele momento que teve certeza que passou dez minutos apenas olhando para ele, até mesmo depois que já estava calçada.
Dez minutos no mínimo.
― Desculpa, você está sendo muito gentil, mas eu não posso acei- Aai! ― tentou levantar e se equilibrar sozinha, mas assim que o fez, a parte detrás do sapato roçou no machucado e o fez doer tanto que não conseguiu suprimir a exclamação de dor, além de apenas não ter caído no chão porque já estava em pé e conseguiu lhe segurar pela mão e pela cintura, os deixando em uma posição extremamente estranha que fez com que a respiração da menina acelerasse a ponto de começar a ficar barulhenta.
― Agora eu posso te deixar em casa? ― ele questionou com um sorriso de canto satisfeito de quem não ouviria um não, e, em um suspiro de desânimo, assentiu com a cabeça, não tendo opção alguma senão essa. Ele sorriu ainda mais, soltando-a para abaixar sua coluna e auxiliá-la a pular na mesma. ― Vou te deixar na esquina, assim ninguém vai ver, combinado? Vai me falando o caminho.
não pôde ver o fato dela ter assentindo com a cabeça algumas vezes de forma desesperada, fechando o casaco pesado para cobrir todo o seu corpo e então se preparando para pular nas costas do garoto. Teve medo de acabá-lo machucando, mas quando segurou em seu pescoço e enlaçou a cintura dele com suas pernas, ele lhe ergueu do chão como se fosse simplesmente uma folha de papel, começando a andar como se não tivesse carregando alguém nas costas.
Não pode deixar de perceber o quanto ele era quente. emitia calor, e podia perceber isso mesmo que suas mãos estivessem por cima da gola alta da blusa cinza.
Sua sorte era que não morava tão longe do parque como pareceria que era caso estivesse tendo que andar, e após quinze minutos de puro silêncio e desconforto da parte de , eles finalmente chegaram à esquina da rua da garota, que por misericórdia estava tão vazia que a preocupação se esvaiu da cabeça dela quando não viu ninguém por perto. cuidadosamente voltou a abaixar as costas para que ela descesse, e então assim que ela colocou os pés no chão, virou rapidamente para pesar a mão em cima de sua cabeça, com um sorriso largo que a distraiu completamente.
― Eu preciso ir agora, mas foi um prazer te conhecer. ― ele bagunçou carinhosamente os cabelos de , que arregalou ainda mais os olhos, já começando a se mexer para devolver a blusa que lhe rodeava. ― Você pode ficar com o casaco! A gente se vê, tá?
Então ele praticamente saiu correndo, deixando-a tão abobalhada que a garota demorou mais de bons minutos para perceber que seus tornozelos não ardiam mais. E outra vez, estava atrasada para chegar em casa.
― Eu verdadeiramente acho que você deveria esquecer esse garoto, ! ― falou quando balançou a mão à frente do rosto da melhor amiga e ela nem mesmo piscou, continuando observando a direção do pico do monte mesmo se ele não pudesse ser visto de onde estava, coberto pela loja de conveniência que passavam na frente durante o caminho até o parque. ― Eeei, ?!
― Quê…?! ― arregalou os olhos quando a amiga bateu com a mão contra a sua testa, arqueando uma das sobrancelhas e a olhando feio para ela pela agressão.
― Você precisa parar de pensar nesse garoto! ― parou no sinal vermelho, cruzando os braços de uma forma manhosa e girando os olhos.
― Mas em qual deles…?
― Os dois! Como não vou me preocupar e aproveitar a noite quando você está com a cabeça em outro planeta desse jeito? Vou ficar pensando o tempo todo se você não se perdeu ou foi sequestrada! ― fez questão de pegar na mão da amiga para atravessarem a rua juntas, arrancando uma risadinha dela pelo exagero.
― Me desculpa, não é nada demais, eu só… ― se controlou para não rir mais, sabendo que se o fizesse a melhor amiga ia se ofender mais.
― Estava pensando na beleza daquele garoto de novo? ― rolou os olhos nas órbitas outra vez quando soltou a mão de ao chegarem do outro lado, cansada de ouvir aquela desculpa por dois dias seguidos.
A mais alta porém apenas sorriu amarelo, balançando os ombros infantilmente em um jeito de confirmar que era exatamente aquilo, mesmo que soubesse que já havia falado aquela frase quinhentas vezes. Mas não tinha nada de mal nisso afinal, não é? Ele era lindo mesmo!
― Não precisa se preocupar com isso. Você tem um encontro e precisa aproveitar o festival, então…
Estava tão distraída rindo do assunto e pensando em que só viu quem estava à sua frente quando quase trombou com as duas pessoas. Era ele, aquele que lhe fizera chorar no fatídico dia, sua paixão de infância. O rapaz estava de mãos dadas com a nova namorada, e, assim que lhe viu, abriu um sorriso simpático, murmurando um pedido de desculpas e dando um passo para o lado para desviar o caminho. congelou no lugar enquanto ele passava, e apenas não pareceu mais idiota porque não lhe deixou ficar muito tempo parada, logo lhe puxando para continuar andando antes que alguém visse seu estado.
― , não dê atenção pra isso… ― começou a se desesperar quando viu a expressão da amiga se contorcer em pura chateação e dor. Quis abraçá-la no meio da rua, mas como estavam praticamente na frente do parque ao quais as comemorações estavam acontecendo, tentou ser mais discreta.
― Está tudo bem! ― abriu um largo sorriso para a melhor amiga assim que percebeu que ela estava realmente ficando preocupada. ― , vai pro encontro! Eu vou arrumar um jeito de me divertir, deve ter alguém que a gente conhece por aqui!
― Mas… …
― Só… Só vai, tá bom? ― pediu com o sorriso afrouxando, e soltou um suspiro de frustração e desânimo ao vê-la daquela forma.
― Me prometa que você não vai sair correndo para sua casa pra chorar assim que eu virar as costas. ― agora a vontade de se dividiu entre realmente chorar ou agredir a melhor amiga, a encarando completamente incrédula, como se aquilo fosse algo completamente fora da realidade. ― , você tem que se divertir!
― Eu não vou chorar! VAI EMBORA! ― expulsou e só faltou chutá-la pela revolta em seu coração, e, apesar da dor e da chateação, um sorriso tomou seus lábios ao vê-la acenando conforme dava passos em direção à entrada do evento com um sorriso, gritando para ligar caso precisasse.
Vê-la feliz lhe deixava feliz, e estava bem de saber que a amiga teria uma noite divertida. E foi então que voltou a pensar em si mesma… Suspirou desanimada, prendendo o choro e o engolindo. Lembrou-se de falando que era do tipo que não chorava por qualquer coisa, e, apesar de não ser verdade, resolveu que queria ser assim, por isso iria se esforçar para conseguir ter a característica que ele achara que combinava consigo quando se conheceram.
A verdade, porém, era um pouquinho mais cruel e a deixava amuada novamente.
A realidade é que nem mesmo deveria estar ali. Festivais de primavera eram simplesmente para casais irem a encontros públicos e tirarem fotos em roupas bonitas. Sabia que lhe obrigara a se arrumar e ir com a melhor das intenções, mas não achava que ver namorados felizes durante toda a sua noite enquanto estava sozinha e triste ia ajudar a melhorar o seu humor. Sabia, então, exatamente para onde ir e agradeceu por estar com sapatos confortáveis para subir o morro dessa vez, seguindo as lâmpadas douradas até o pico do monte e sorrindo satisfeita para si quando o atingiu.
Lembrou-se de e internamente, quando se sentou na grama com cuidado para não sujar o vestido de seda e cobriu as pernas com o tecido, teve vontade de estar ali com ele outra vez. Lembrou-se do cheiro inebriante dele e corou ao pensar que não conseguiu dormir naqueles dias sem estar enrolada na peça de roupa. Principalmente para perguntar se ele tinha algo haver com a cura milagrosa de seus pés, não que fizesse algum sentido ele ter, mas… Balançou a cabeça negativamente, jogando a cabeça para trás e olhando para o céu, vendo as luzes de neon que pareciam mudar de cor todos os dias quando as olhava.
Tinha que se conformar que ele não apareceria de novo daquela vez… Na verdade, a única coisa que confirmava que não fora apenas um devaneio da sua cabeça era o fato de seu casaco estar bem escondido entre suas roupas. Um suspiro escapou sem permissão entre seus lábios quando olhou para lua cheia que parecia sorrir para si, e então espalmou a mão à frente do rosto, cobrindo a grande estrela, sem paciência para ver sorrisos. O céu estrelado parecia a chamar, e, sinceramente, de vez em quando tudo o que ela queria era poder alcançá-lo e sumir entre aquelas linhas coloridas por um tempo.
Levantou e se preparou para voltar para casa. Podia parar e comer alguma coisa em uma barraquinha, talvez cumprimentar alguém que conhecesse caso encontrasse a pessoa no caminho… Mas tudo o que queria era se jogar naquela cama de novo e dormir até o outro dia. Os trens universais passavam em velocidades impressionantes, e antes de desistir de esperar e começar a caminhar, silenciosamente fez um pedido olhando para o céu, mesmo sabendo que eram apenas falsas pareciam estrelas cadentes.
Ela desejou encontrá-lo outra vez.
Naquele mesmo lugar ou em outro, a verdade é que não importava. Tudo o que ela queria era ter a oportunidade de encontrar outra vez e poder ouvir novamente a voz melodiosa, ver novamente o rosto perfeitamente moldado. E então, quando ela iniciou seus passos, um ponto sob o cintilante céu estrelado brilhou, longe da vista da menina, mas perto o suficiente de seu coração para que ela tivesse certeza que seu desejo se realizaria, um dia.
❥❥❥❥❥
Ficou sabendo que todos os adolescentes da cidade estariam naquele festival naquela noite, mas parecia que era mentira, porque por mais que procurasse por , não a encontrava de jeito nenhum, mesmo já estando ali mesmo antes do lugar começar a ficar cheio! Aproveitou da sua altura avantajada para erguer o pescoço e procurá-la, mas tudo o que pôde ver foi um aglomerado de pessoas que se amontoavam em um círculo por cima de alguém.
Ele era uma pessoa naturalmente curiosa. Era mais que óbvio que não se aguentaria a ir olhar o que estava acontecendo, e assim que chegou perto ouviu a reclamação de uma voz masculina.
― Gente, ela precisa respirar! Dá licença! ― o rapaz tentava afastar mais as pessoas para que a garota tivesse algum espaço, tentando se aproximar para pegá-la no colo, mas parecia ser impossível uma vez que ela gritava sempre que ele tentava tocar nela e porque todo mundo não fazia o mínimo de esforço para ajudá-la, e também nem mesmo se moviam.
pode ver entre as frestas das pessoas que era uma criancinha e parecia estar machucada na cabeça. A mãozinha que tocava na testa estava cheia de sangue, o que lhe fez arregalar os olhos e parar de raciocinar direito no mesmo segundo. Não entendeu como diabos aquilo havia acontecido, mas quando viu a menina com os olhos cheios de lágrimas, abriu espaço com os ombros entre a pequena multidão e agachou na frente da menina com um sorriso calmo, tentando acalmá-la também.
― Oi, menininha bonita! ― ele começou, e, por um motivo que ele sabia bem qual era, seu choro diminuiu no mesmo segundo e ela arregalou os olhinhos que mantinha aberto com certa dificuldade pelo sangue estar escorrendo próximo a um deles. ― É muito triste ver uma mocinha tão linda como você chorando assim! ― ergueu a mão no ar, e apesar de todo mundo assistir atentamente, ninguém o interrompeu.
A verdade é que, enquanto uma pequena parcela de pessoas estava abobalhada por ver a facilidade que ele lidava com a criança, grande parte estava completamente distraída com a figura do rapaz em si, o que apenas o ajudava a fazer o que queria.
― Eu quero te ajudar, certo? Então é só ficar calma. ― e então, quando ele cobriu o machucado com sua mão por cima por alguns segundos e fechou os olhos, a garotinha parou de chorar, piscando os olhos grandes em sua direção.
só caiu em si do que estava fazendo quando retirou a mão e todos viram que não havia mais corte ou machucado algum ali, apenas o sangue que sujava o rostinho delicado. As exclamações das pessoas se transformando em incredulidade assim que viram o que ele havia sido capaz de fazer. Não havia outra conclusão, todo mundo percebera na mesma hora o que ele era de verdade. E ele apenas se levantou, assustado com o que fariam, dando passos tímidos para trás, até esbarrar em uma adolescente que estava observando a cena.
― ? ― ela questionou com uma das sobrancelhas arqueadas, e ele arregalou ainda mais os olhos ao ser reconhecido. Como ela sabia seu nome, logo isso que não falava para qualquer um?! A não quer que…
― , precisamos ir embora. Urgentemente. Eu vim te buscar! ― agarrou a mão do amigo assim que o encontrou entre a multidão que o encarava com uma expressão de pleno choque e descrença. Mesmo assim, acabou respirando um pouco mais aliviado por finalmente tê-lo achado. ― Qual a parte do ALERTA DE SEGURANÇA você não entendeu?! Você acabou de se denunciar!
Voltou a brigar quando percebeu que ele nem mesmo se mexia, continuando a encarar a garota que o havia chamado pelo nome. E, sem mais tempo para enrolar porque já via pessoas com celulares na mão e uma movimentação suspeita que tivera medo de ser da polícia, o puxou com força para que começassem a correr em direção ao único lugar que poderiam sair dali o mais rápido possível.
estava tão distraído pensando no que havia acontecido que não viu quem passou do seu lado no caminho. até mesmo tentou correr atrás dele, mas os dois eram extremamente rápidos, e logo após, apareceu puxando seu braço, de olhos arregalados, lhe impedindo de tentar segui-los. Havia acabado de conhecer o crush da melhor amiga, e também havia acabado de descobrir que ele era aquilo que ninguém poderia imaginar: um extraterrestre.
Do outro lado, puxava-o não muito delicadamente para o pequeno morro e subia a manga do casaco para ver a braçadeira de metal que envolvia seu braço com um painel digital em seu meio, bufando completamente impaciente quando apertou o botão que fez um portal esverdeado começar a se formar na frente dos dois.
― Você tem noção do que acabou de fazer? Eu sei que foi por uma boa causa, mas agora nós vamos ter que ficar anos sem aparecer aqui de novo! A sua cara, meu querido, não é uma cara facilmente esquecível! ― olhava para trás a cada milésimo, com medo de alguém estar vendo o que estava acontecendo ali.
― D-desculpa…
― Guarde suas desculpas pra quando você aparecer no noticiário amanhã! É capaz da equipe que está discutindo com a Terra querer te matar…
voltou a lhe puxar enquanto reclamava, entrando no portal e fazendo que entrasse junto. A viagem até a estação de trem cósmica levava menos de um minuto da Terra, mas só podia ser ativada em um lugar específico e com o dispositivo que o rapaz levava no braço, cortesia de seus pais influentes. Os dois, normalmente viajavam juntos, mas nunca sabia direito qual seria o destino no planeta água - isso dependia das coordenadas que colocasse no painel. Mas eles também nunca tinham sido pegos, o que colocava em cheque todas as futuras vezes que pretendiam visitá-lo.
E enquanto o amigo não parava de reclamar lhe arrastando até o vagão que os levaria de volta à Júpiter, só conseguia olhar para trás e observar a pequena bola azul que a Terra se tornava daquela distância, o dramático trem acelerando e lhe levando junto, fazendo com que pensasse no que havia deixado para trás. E então lá de cima daquele céu, ele desejou dentro de sua própria mente e coração ter a oportunidade de vê-la outra vez. Algum dia.
Três anos e cinco meses depois
Mil duzentos e quarenta e oito dias
Ela.
Desde que se mudara para fazer faculdade na Capital, desenvolvera o costume de visitar trimestralmente sua cidade para passar alguns dias na casa de seus pais, e também para visitar e matar as saudades da melhor amiga de infância. O problema foi que havia acabado de conseguir um estágio, e seu chefe não quiseram a liberar nos últimos quatro meses, por isso as visitas estavam atrasadas. A parte boa nisso era que agora estava de férias de fim de ano e poderia ficar por ali durante quinze dias para matar as saudades de tudo.
Assim que desceu da estação de metrô, um sorriso nostálgico tomou seus lábios pintados em um tom de vermelho escuro, e ela desprendeu a piranha que segurava seus cabelos para deixá-los ao vento, em uma ação que praticamente libertava sua alma tanto das horas sentadas quanto da correria que tinha que enfrentar sempre que voltava para a capital. Ao menos estava fazendo um sol agradável, e o short jeans em combinação com a regata branca e o quimono leve que usava eram com certeza a melhor opção para se vestir naquele dia.
Mesmo com as malas nas mãos, não resistiu a vontade de seguir o caminho do parque quando passou de frente para aquela pequena ponte. Estava claramente sendo burra, e quando deu o último passo no fim da subida praticamente se jogou na grama e largou as malas em qualquer lugar. Meu Deus, como aquilo doía! Não se lembrava nem um pouco que podia arder tanto e era tão terrível! Era uma mulher formada agora, havia acreditado que com certeza aguentaria subi-lo sem machucar seus pés, sem contar que estava com uma sapatilha, uma das opções mais confortáveis de calçados!
Choramingou, a sensação de déjà vu lhe atingindo em cheio quando bateu com a bunda contra a grama. Déjà vu de algo que lembrava exatamente o que era, e fez com que um sorriso abobalhado tomasse seus lábios mesmo entre a dor apenas de pensar nele e em como, entre todas as mulheres do mundo, havia sido ela a escolhida para se apaixonar por um extraterrestre. E, se não fosse o suficiente, continuar frequentando o lugar onde se conheceram apenas para manter fresca a memória daquele dia, além de guardar o casaco que ele havia lhe dado.
― …
Murmurou e riu para si mesma, seu tom de voz sonhador evidenciando que talvez ainda estivesse apaixonada. Não seria novidade, uma vez que era sempre uma trouxa e que, sinceramente, ninguém naquela Terra parecia um dia chegar aos pés do rapaz. Como poderia esquecer o ser mais perfeito que já vira? Era ainda mais idiotice se pensasse que, no fim, ele tinha um universo inteiro para explorar e achar alguém ainda melhor que ela, enquanto ela permanecia na Terra e com a cabeça naquelas linhas em neon, se perguntando se ele estava nos vagões daquela ferrovia e pensando em como queria ter a oportunidade de andar nela.
Nós não escolhemos o lugar onde nascemos, nem pensamos muito se o queríamos ou não.
E é por isso que eu não consigo entender o porquê do preconceito baseado apenas em qual cidade, estado, país, continente, ou planeta de onde nós viemos.
Nós somos iguais, não somos?
Quer dizer, talvez sejamos de raças diferentes.
Mas nossos sentimentos, nossas vontades… Nossos amores, tristezas. Todos queremos ser felizes, proteger os nossos, construir nossas vidas, esses são pontos que temos em comum, pontos nobres. Qual é a diferença entre nós e os humanos para sermos odiados, ou caçados como aberrações?
Aquilo fora o pontapé inicial para que a população começasse a pensar com a própria cabeça. não era ruim e todos haviam visto como ele havia ajudado a garotinha. E por mais que o governo excluísse o vídeo toda vez que ele fosse publicado em algum canal de transmissão ou rede social, eles não podiam apagar a lembrança na mente do povo. Os extraterrestres não eram hostis como pensavam. Ou pelo menos, aquele não era.
Mil e noventa e cinco dias
Ele.
Esse foi o tempo que demorou para que aquela discussão começasse a ser levada à sério, e também para que novamente desse para as coordenadas que precisaria para encontrá-la. Só aquele número podia levá-lo até onde encontrara pela primeira vez, mas como saberia onde achá-la? Ela podia não morar mais por ali, provavelmente já havia terminado o colégio! Ela podia nem mesmo estar mais viva, afinal, a vida dos humanos era algo tão frágil… Mas ele não se importou.
A primeira vez que o portal se abriu para aquele pequeno morro, teve esperanças de encontrá-la deitada na grama, com aquele uniforme e os pés machucados, apenas para ter a desculpa de novamente cuidar dela. Todos os dias atravessava aquela ferrovia cósmica, por onde carregava aqueles sentimentos com ele, e por onde sonhava um dia voltar com ela ao seu lado. Enquanto vagava pelos confins do universo, a luz da lua parecia guiá-lo através dos dias entrelaçados.
Todos os dias quando via a imagem da garota desaparecendo na poeira estelar de seus sonhos, pensava que estava indo encontrá-la, mesmo que no fim ela nunca aparecesse. Tinha certeza que, entre as névoas do tempo, uma hora ou outra se encontrariam. Lembrava-se da expressão triste que a vira da primeira vez que se encontraram, analisando de novo e de novo para tentar controlar as saudades que exprimiam seu peito.
Queria saber como ela estava, mas também queria ser um lugar onde ela possa se sentir confortável, onde estaria tudo bem deixar fraquezas que ela não mostrava a ninguém aparecer. Não importava quantas vezes fizesse aquele trajeto, tinha certeza que iriam cruzar seus caminhos novamente.
Cento e cinquenta e três dias.
Não sabia se aquilo era muito demorado para os humanos, mas para ele todo dia parecia ter setenta e duas horas, as quais vinte e quatro passava sentado naquela grama e mais doze passava sentado no banco do vagão da ferrovia. Mas não estava preparado ainda para desistir. Na verdade, nunca estaria. Calmamente desenhou as coordenadas na braçadeira que esporadicamente havia lhe dado, observando o portal abrir na sua frente e dando os dois passos que faltavam para entrar nele.
A primeira coisa que olhou quando chegou na Terra, foi o clima. Estava fazendo um calor gostoso que fez sua pele pinicar levemente embaixo da camiseta azul quando entrou em contato com ela, e sorriu de canto, deixando o olhar cair na grama para começar a andar em frente e se sentar no mesmo ponto que se sentava todos os dias. Foi então que a viu, jogada entre malas e de costas para si. Com os cabelos mais longos e uma roupa leve, mesmo após vê-la só uma vez e depois de tanto tempo ainda conseguia reconhecê-la e um arrepio subiu por sua espinha, principalmente ao ouvir o sussurro que escapou pelos lábios dela.
― … ― ele murmurou de volta, mas alto o suficiente para que ela ouvisse e erguesse o corpo em um segundo, o virando para trás. Mas claro, com os tornozelos ardidos, não aguentou mais de alguns segundos antes de cair pra frente reclamando de dor.
Porém, naquela vez, estava com os braços abertos em sua frente, a fazendo cair em seu abraço apertado e protetor, aproveitando para tirá-la do chão levemente para que seu pé não doesse mais. Não houvera palavras naqueles minutos, porque os dois entendiam um ao outro completamente. Os dois entendiam o quanto haviam esperado aquele momento, mesmo depois de terem se visto uma vez só. Eles não precisavam falar, sentiam que a saudade era real e recíproca.
― … ― ela arfou outra vez entre o abraço depois de rodear o pescoço do rapaz para retribuir o carinho, encaixando seu rosto na curva do pescoço de e aproveitando aquele cheiro que até hoje sentia no casaco, mas agora estava fresco e parecia ser ainda mais agradável quando sentido direto da pele do rapaz. ― Nós vamos ficar juntos agora, não vamos?
O silêncio caiu entre os dois por algum tempo, pensando na melhor resposta que podia dar. Apesar das coisas estarem melhores, a presença dele entre os humanos ainda era considerada um crime grave e por isso ele não podia prometer a que tudo seria perfeito a partir dali. Ele teria que continuar atravessando, todos os dias, aquela ferrovia cósmica. Mas tendo certeza que ela estava do outro lado, o caminho nem mesmo parecia tão longo.
― Vamos embarcar numa longa viagem até podermos ser um do outro completamente. Mas eu não me importo, contanto que eu saiba onde você está me esperando, meu amor.
Fim
Nota da autora: Olá nenês, tudo bem com vocês?!
E BOTA MAIS UM NA CONTA AI SAUHSUAHSAUHSA Meu, Cosmic Railway parou no meu colo do nada - nem lembro como foi, socorro! - e eu não fazia a mínima ideia do que fazer com ela. Queria algo envolvendo o céu, por causa da letra e pelo fato de ser do EXO, mas ando escrevendo muita coisa com céu ultimamente e fiquei com medo de ficar repetitivo. Ai eu pensei… O QUE PODE SER MAIS DIFERENTÃO DO QUE O PP SER ET? USHAUHSAUHSA
Eu admito que adorei escrever esse plot e graças a Deus ele saiu super rápido, porque tô afundada, né. Talvez se eu tivesse um pouco mais de tempo eu tivesse explorado mais um pouco esse casal, porque eu sinceramente amei eles, mas infelizmente não tive como. Mesmo assim, espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu, e vou ficar muito feliz se deixarem as opiniões de vocês na caixinha aqui embaixo! Obrigada e um beijo ♥
Outras Fanfics:
Longs - Em Andamento.
Trespass
Kratos
(NO) F.U.N
Especiais
Incomparável - Dia dos Namorados
MVs
A
Callin
Don’t Wanna Cry
Heroine
Hyde
Gashina
Mysterious
Please Don’t…
Shangri La
Thanks
Trauma
Very NICE
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
E BOTA MAIS UM NA CONTA AI SAUHSUAHSAUHSA Meu, Cosmic Railway parou no meu colo do nada - nem lembro como foi, socorro! - e eu não fazia a mínima ideia do que fazer com ela. Queria algo envolvendo o céu, por causa da letra e pelo fato de ser do EXO, mas ando escrevendo muita coisa com céu ultimamente e fiquei com medo de ficar repetitivo. Ai eu pensei… O QUE PODE SER MAIS DIFERENTÃO DO QUE O PP SER ET? USHAUHSAUHSA
Eu admito que adorei escrever esse plot e graças a Deus ele saiu super rápido, porque tô afundada, né. Talvez se eu tivesse um pouco mais de tempo eu tivesse explorado mais um pouco esse casal, porque eu sinceramente amei eles, mas infelizmente não tive como. Mesmo assim, espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu, e vou ficar muito feliz se deixarem as opiniões de vocês na caixinha aqui embaixo! Obrigada e um beijo ♥
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