Prólogo
- null, querida, já falei que você não pode ir. Precisa ficar com seu irmão. - Sra. null disse a sua filha de oito anos, que a encarava, emburrada. - Querida, por favor...
- Mas ele não brinca comigo, nunca quer assistir o que eu quero e fica rindo de mim! - A garota argumentou, cruzando os braços, fazendo com que a mãe suspirasse, um pouco impaciente.
- Eu já conversei com Louis, null. Ele vai brincar do que você quiser.
- Mas, mamãe...
- Sem mas! - A mulher respondeu firmemente antes de se virar para sair do quarto.
- Eu só ia pedir se não poderia chamar o null pra cuidar da gente... - null encolheu os ombros, como quem não queria nada.
null null era o garoto que morava na casa ao lado e que às vezes cuidava dos dois quando os pais das crianças iam sair. Mesmo sendo dois anos mais velho, ele e Louis eram amigos. null o adorava, porque null nunca media esforços para agrada-la, fosse brincando de casinha ou de carrinho. Ela costumava dizer que queria que ele fosse seu irmão, ao invés de Louis, tamanho era seu carinho pelo menino.
- Eu acho difícil... Já tá em cima da hora. - Sra. null explicou. Havia se esquecido completamente que null às vezes trabalhava como babá, poderia ter tentado falar com ele mais cedo.
- Eu duvido que ele diga não!
- Quem? - Louis entrou no quarto, já fazendo careta para sua irmã.
- Quero que null venha ficar com a gente enquanto mamãe e papai estiverem fora. - null explicou, cruzando os braços, tentando se mostrar superior a seu irmão.
- Se ele vier, ele vai brincar co-mi-go! - Louis implicou, mostrando a língua para a irmã, fazendo-a fechar a cara imediatamente.
- Nem comecem, os dois! - Sra. null cortou. - Vou ver com Lisa se ele pode vir, não custa tentar. - Avisou antes de sair do quarto, o barulho do salto alto que usava ecoando pelas escadas enquanto descia.
- Ele vai brincar comigo! - null retomou a discussão, fazendo o irmão rir.
- Vai sonhando, pirralha.
- Eu só sou três anos mais nova que você! - Se defendeu, levantando da cama e indo até o irmão.
- Então, como eu disse: pirralha. - Louis repetiu antes de se virar e sair correndo escada abaixo com sua irmã em sua cola.
- Crianças! - Ouviram Sr. null chamar da sala de estar. - Não corram na escada.
- Desculpa, papai. - null pediu, fazendo uma careta para o irmão, que retribuiu e lhe mostrou a língua.
Segundos depois a porta se abriu e Sra. null entrou com null atrás de si. Assim que o viu, Amelie correu em direção ao garoto, abraçando-o.
- null! Que bom que você veio! - Disse a ele, rindo quando o garoto bagunçou seu cabelo. - Eu já pensei em várias brincadeiras pra gente, vem comigo!
- null! - A mãe a repreendeu e ela se encolheu. - null mal entrou em casa, querida. Ele vai brincar com vocês dois, aliás, ele me prometeu, não é, null?
- Sim, Sra. null. Pode deixar. - null respondeu, sorrindo para a mãe das crianças. - Nós vamos encontrar uma brincadeira que seja legal pra nós três.
Os dois mais novos se entreolharam, mas acabaram dando de ombros. Não seria de todo ruim.
Não demorou muito para que os pais deles saíssem - mas não sem antes se despedir e deixar várias recomendações para null - nada que ele já não estivesse acostumado. E a noite dos três foi, relativamente, tranquila. Claro que os irmãos implicaram um com o outro, mas nada fora do normal. null havia sugerido que eles brincassem de cidade, que basicamente era a junção de casinha e carrinho. Tudo correu muito bem até o momento em que Louis resolveu passar com seu carrinho e destruir toda a casinha que null e null haviam montado, dizendo que ocorrera um acidente e todos haviam morrido, o que ocasionou uma discussão entre os dois menores. null só conseguiu acalma-los depois que prometeu para null que levaria ela para brincar em sua casa, junto com ele, seu irmão e suas irmãs. Ele prometeu o mesmo para Louis, mas, nenhum dos dois precisava saber disso.
Estava difícil colocar os dois na cama, porque nenhum queria abrir mão da companhia de null. Para resolver isso, o adolescente convenceu Louis a dormir no quarto de sua irmã e levou dois colchões para lá, um para cada. A noite se encerrou com a promessa de que eles seriam amigos para sempre, mesmo com a diferença de idade e com essas pequenas intrigas que os irmãos criavam entre os três. E eles estavam cientes de que isso se concretizaria, mas não contavam com os acontecimentos que levariam os três a se afastarem, poucos anos mais tarde.
- Mas ele não brinca comigo, nunca quer assistir o que eu quero e fica rindo de mim! - A garota argumentou, cruzando os braços, fazendo com que a mãe suspirasse, um pouco impaciente.
- Eu já conversei com Louis, null. Ele vai brincar do que você quiser.
- Mas, mamãe...
- Sem mas! - A mulher respondeu firmemente antes de se virar para sair do quarto.
- Eu só ia pedir se não poderia chamar o null pra cuidar da gente... - null encolheu os ombros, como quem não queria nada.
null null era o garoto que morava na casa ao lado e que às vezes cuidava dos dois quando os pais das crianças iam sair. Mesmo sendo dois anos mais velho, ele e Louis eram amigos. null o adorava, porque null nunca media esforços para agrada-la, fosse brincando de casinha ou de carrinho. Ela costumava dizer que queria que ele fosse seu irmão, ao invés de Louis, tamanho era seu carinho pelo menino.
- Eu acho difícil... Já tá em cima da hora. - Sra. null explicou. Havia se esquecido completamente que null às vezes trabalhava como babá, poderia ter tentado falar com ele mais cedo.
- Eu duvido que ele diga não!
- Quem? - Louis entrou no quarto, já fazendo careta para sua irmã.
- Quero que null venha ficar com a gente enquanto mamãe e papai estiverem fora. - null explicou, cruzando os braços, tentando se mostrar superior a seu irmão.
- Se ele vier, ele vai brincar co-mi-go! - Louis implicou, mostrando a língua para a irmã, fazendo-a fechar a cara imediatamente.
- Nem comecem, os dois! - Sra. null cortou. - Vou ver com Lisa se ele pode vir, não custa tentar. - Avisou antes de sair do quarto, o barulho do salto alto que usava ecoando pelas escadas enquanto descia.
- Ele vai brincar comigo! - null retomou a discussão, fazendo o irmão rir.
- Vai sonhando, pirralha.
- Eu só sou três anos mais nova que você! - Se defendeu, levantando da cama e indo até o irmão.
- Então, como eu disse: pirralha. - Louis repetiu antes de se virar e sair correndo escada abaixo com sua irmã em sua cola.
- Crianças! - Ouviram Sr. null chamar da sala de estar. - Não corram na escada.
- Desculpa, papai. - null pediu, fazendo uma careta para o irmão, que retribuiu e lhe mostrou a língua.
Segundos depois a porta se abriu e Sra. null entrou com null atrás de si. Assim que o viu, Amelie correu em direção ao garoto, abraçando-o.
- null! Que bom que você veio! - Disse a ele, rindo quando o garoto bagunçou seu cabelo. - Eu já pensei em várias brincadeiras pra gente, vem comigo!
- null! - A mãe a repreendeu e ela se encolheu. - null mal entrou em casa, querida. Ele vai brincar com vocês dois, aliás, ele me prometeu, não é, null?
- Sim, Sra. null. Pode deixar. - null respondeu, sorrindo para a mãe das crianças. - Nós vamos encontrar uma brincadeira que seja legal pra nós três.
Os dois mais novos se entreolharam, mas acabaram dando de ombros. Não seria de todo ruim.
Não demorou muito para que os pais deles saíssem - mas não sem antes se despedir e deixar várias recomendações para null - nada que ele já não estivesse acostumado. E a noite dos três foi, relativamente, tranquila. Claro que os irmãos implicaram um com o outro, mas nada fora do normal. null havia sugerido que eles brincassem de cidade, que basicamente era a junção de casinha e carrinho. Tudo correu muito bem até o momento em que Louis resolveu passar com seu carrinho e destruir toda a casinha que null e null haviam montado, dizendo que ocorrera um acidente e todos haviam morrido, o que ocasionou uma discussão entre os dois menores. null só conseguiu acalma-los depois que prometeu para null que levaria ela para brincar em sua casa, junto com ele, seu irmão e suas irmãs. Ele prometeu o mesmo para Louis, mas, nenhum dos dois precisava saber disso.
Estava difícil colocar os dois na cama, porque nenhum queria abrir mão da companhia de null. Para resolver isso, o adolescente convenceu Louis a dormir no quarto de sua irmã e levou dois colchões para lá, um para cada. A noite se encerrou com a promessa de que eles seriam amigos para sempre, mesmo com a diferença de idade e com essas pequenas intrigas que os irmãos criavam entre os três. E eles estavam cientes de que isso se concretizaria, mas não contavam com os acontecimentos que levariam os três a se afastarem, poucos anos mais tarde.
Um
null encarou a casa à sua frente, muitas memórias lhe atingindo com força. Ao seu lado, Dodger permanecia parado, olhando para o dono, curioso. null soltou o ar pela boca e colocou sua mala no chão, prendendo a guia do cachorro em seu punho, esfregando as mãos uma na outra, em uma tentativa falha de se aquecer. O frio estava intenso e a neve cobria as ruas, embranquecendo toda a cidade. Faziam alguns anos que ele não conseguia voltar para Sudbury para passar o Natal com a família. Geralmente, eram eles quem iam até Nova Iorque na data comemorativa. Mas, dessa vez, ele conseguiu se programar com bastante antecedência e era por isso que agora se encontrava parado em frente à casa de seus pais, onde viveu até se mudar para iniciar sua carreira como ator.
Dodger latiu, chamando a atenção de null ao começar a andar em direção a casa. Ele pegou sua mala novamente e caminhou até a entrada praticamente sendo arrastado pelo cachorro. Precisava lembrar de agradecer seus pais por terem tirado a neve do caminho até a varanda, caso contrário, ele enterraria seus pés cada vez que pisasse no chão e não seria nada agradável. Subiu os degraus e arriscou abrir a porta, encontrando-a destrancada, entrando em seguida.
- Família? - Chamou e recebeu imediatamente gritos empolgados como resposta. Soltou sua mala no chão e tirou a guia de Dodger, liberando-o, mas o cachorro permaneceu parado ao lado de seu dono. - Ah, até parece que sentiram minha falta, ninguém foi nem me buscar no aerop...
- Deixa de ser dramático! - Shanna pediu antes de se jogar no irmão mais velho, abraçando-o como se há anos não se vissem.
- Oi, irmãzinha. - Ele disse, bagunçando o cabelo dela, só porque sabia que ela odiava.
Dodger latiu, interrompendo o momento e só então Shanna notou a presença do cachorro, abaixando-se para abraça-lo. Dodger recebeu o carinho alegremente, lambendo o rosto de Shanna, fazendo-a reclamar baixo e rir. Eles mal tiveram tempo de trocar outra palavra, já que no segundo seguinte Lisa apareceu e puxou o filho para si, envolvendo-o em um abraço de urso apertado.
- null, meu filho! - Ela disse ao se afastar, segurando o rosto dele entre suas mãos, analisando-o atentamente, fazendo-o rir.
- Sim, mãe, eu tô bem. Tô me alimentando e fazendo exercícios. - Disse antes mesmo que ela pudesse pensar em perguntar. Lisa abriu um sorriso orgulhoso e beijou a bochecha dele várias vezes.
- Desculpa não poder ir te buscar no aeroporto, querido, mas seu pai foi trabalhar com o carro e Scott e Carly foram ao mercado com o carro dela, mas já devem estar voltando. - Explicou, praticamente puxando o filho para a cozinha.
- Tá tudo bem, você sabe que eu gosto de fazer drama. – Ele riu, apoiando-se na bancada da cozinha e cruzando os braços. - Que cheiro maravilhoso é esse?
- Mamãe fez aquele frango cremoso que você ama! - Shanna contou e se sentou em uma cadeira na mesa da cozinha. - E ela nem faz questão de esconder que só fez por sua causa, já que eu sempre peço e ela nunca faz.
null riu e sua mãe sorriu de maneira convencida.
- Culpada. - Ela comentou, ainda sorrindo. - Vocês já estão com fome?
Dodger, que estava ao lado da mesa, latiu, como se respondesse a Lisa, fazendo os três rirem. null então levantou e pegou um pote de comida para seu cachorro. Foi até sua mala e tirou o pacote de ração que trouxera, enchendo o pote e deixando-o ao lado da porta da cozinha.
- Pronto, campeão. - Acariciou a cabeça de Dodger antes de ele começar a comer.
- É bom que você esteja com fome, querido. - Lisa disse ao tirar o prato do forno, colocando-o no meio da mesa.
- Até parece que não. - Shanna revirou os olhos, puxando uma cadeira para o irmão se sentar ao seu lado e ele o fez.
- Eu sempre tô com fome, mãe. - Ele riu e deu de ombros antes de sua mãe começar a servir pratos para os três. - Não vamos esperar Carly e Scott?
- Não precisa. Acho que eles ainda vão demorar um pouc...
- null já chegou? - A voz de Carly soou alta, interrompendo a conversa dos três ao entrar na cozinha. - null!
A irmã mais velha praticamente gritou e ele se levantou para abraça-la, envolvendo-a com seus braços. Dodger, que até então comia sua ração, começou a latir para Carly. Ele tinha um carinho especial pela irmã mais velha de null, era incrível o quanto o cachorro gostava dela.
- Como você tá gato, Capitão América. - Ela disse e piscou para ele, antes de voltar sua atenção para Dodger, fazendo null rir um pouco sem jeito, dando de ombros em seguida.
- Com licença, com licença. - Scott disse, empurrando Carly e Dodger, abrindo os braços para receber o irmão mais velho. - E aí, cara?!
null riu e abraçou seu irmão, dando alguns tapinhas em suas costas.
- Caramba, Scott, a cada ano que passa você fica mais bonito! - null riu, quebrando o abraço apenas para dar um beijo estalado na bochecha do irmão, fazendo-o gargalhar.
- Tenho a quem puxar, né? - Scott disse e indicou null com as mãos, fazendo-o rir de maneira convencida.
- Vocês não iam nos esperar pra almoçar, é isso mesmo? - Carly perguntou, desviando sua atenção do cachorro ao observar alguns pratos já servidos.
- Claro que íamos. - Lisa respondeu, mentindo descaradamente, fazendo null e Shanna trocarem um olhar divertido e segurarem o riso. - Eu só estava servindo para quando vocês chegassem...
- Mãe. - Carly a cortou, cruzando os braços. - Todo mundo aqui sabe que a senhora tá mentindo.
- Poxa. - Lisa fez uma careta triste, mas riu ao receber um abraço da filha mais velha. - Vamos comer?
Os quatro irmãos praticamente gritaram ao mesmo tempo, empolgados, antes de se sentarem na mesa.
- Não é sempre que mamãe faz esse prato, né... - Carly comentou, despretensiosa.
- Só quando o filho preferido vem pra cá... - Scott praticamente assobiou.
- Ah, calem a boca, por favor. - null pediu, revirando-os olhos apenas para, no segundo seguinte, abrir um sorriso convencido. - Mas, que bom que vocês sabem que eu realmente sou o preferido.
Os outros três fizeram caretas para ele e Lisa riu ao observar seus filhos. Certas coisas nunca mudariam, e a relação deles com certeza era uma delas.
Já era fim da tarde. null já havia colocado o assunto em dia com seus irmãos, contando como havia sido o ano que se passou e agora estava na varanda com uma caneca de chocolate quente em mãos, esperando seu pai, Robert, chegar do trabalho. Ele havia ligado mais cedo e avisou que se atrasaria, o movimento em sua clínica de odontologia sempre aumentava nessa época do ano - ainda mais levando em conta como a clínica crescera de um ano para cá. null precisava ir até lá para ver como havia ficado a reforma que o pai fizera.
Distraído, ele mal viu quando um carro estacionou na casa vizinha a sua. Uma mulher desceu do veículo, um pouco atrapalhada ao carregar sua bolsa e algumas pastas. Ele franziu o cenho, com a impressão de que a conhecia de algum lugar. Observou quando ela andou, com certa dificuldade, até a porta da casa por conta da neve que não havia sido tirada do caminho. null só desviou seu olhar porque seu irmão surgiu ao seu lado, avisando que o pai deles havia ligado e já estava chegando. Scott sentou ao lado dele, dando início a uma conversa sobre as gravações do próximo filme de null. Falaram também sobre o namoro de Scott, que havia terminado poucos dias antes. Em outra situação, null até ficaria preocupado com Scott, mas, no fundo, estava aliviado, pois o ex namorado dele era um babaca de primeira e porque também sabia que ele ficaria bem.
A conversa dos dois foi interrompida por Robert estacionando o carro em frente a casa. null se levantou, ansioso para cumprimentar seu pai, que logo desceu do veículo e andou em direção ao filho, de braços abertos.
- Filho! - Robert exclamou ao abraça-lo. - Que saudade, meu garoto!
- Muita saudade, pai. - null respondeu, afastando-se do pai para olha-lo. - Como foi o dia na clínica?
- Cheio. - Suspirou depois de abraçar Scott e abriu a porta, entrando com os dois filhos em seu encalço. - A sorte é que agora tem outra dentista trabalhando comigo, e isso ajuda muito.
- Eu quero ir conhecer a clínica amanhã. - null disse, seguindo o pai até a cozinha. Ao chegarem lá, Robert cumprimentou Lisa com um selinho e abraçou as duas filhas, que também estavam no local.
- Eu te ligo quando chegar na clínica pra te dizer o horário que vai estar mais tranquilo pra você ir, pode ser? - O pai perguntou, recebendo um aceno de cabeça do filho mais velho. - Então, me conta, garoto. Como andam as coisas em NY?
null estacionou o carro de Carly em frente a clínica de seu pai e abriu um sorriso ao perceber que, apesar de estar bem maior, o local não havia perdido sua essência, ainda sendo possível observar alguns detalhes da construção original. Ao sair do carro, caminhou em direção à entrada clínica e logo que passou pela porta, chamou a atenção de alguns pacientes que aguardavam, assim como a da recepcionista, que arregalou os olhos ao vê-lo em sua frente.
- Olá. - Cumprimentou, sua voz saindo baixa, não querendo chamar muita atenção. - Meu pai me deve estar me esperando.
Ela permaneceu a encara-lo, perdida na imensidão azul que eram seus olhos e null teve que pigarrear para que ela saísse do transe em que se encontrava.
- M-Me desculpa, Sr. null. - Gaguejou um pouco e abriu um sorriso sem jeito para o ator. - O Dr. null está com um paciente, mas já deve estar acabando. Se quiser se sentar, fique à vontade, Sr. null. - Repetiu a maneira como o chamou antes, fazendo null sorrir.
- Pode me chamar de null. O único Sr. null aqui é meu pai. - Ele sorriu, agradecendo antes de se virar e ir se sentar nas cadeiras da recepção.
Observou o local ao seu redor. A cor branca estava presente na decoração, mas também haviam tons de azul e prata, que davam um toque moderno no local. Um pouco mais ao lado, ele avistou a porta da sala que só podia ser a de seu pai, pois tinha uma placa indicando ‘’Dr. Robert null’’ grudada na mesma. Ele ia continuar a observar o ambiente, porém, duas crianças - um menino e uma menina, de aproximadamente 8 anos - se colocaram em sua frente, cochichando baixo, como se ele não estivesse ali. Ele virou o rosto para elas e abriu um sorriso ladino.
- Oi. - Cumprimentou-os, fazendo a garota dar um gritinho empolgado.
- Oi. A gente... Nós dois... Meu Deus... - A menina falou, enrolando as palavras de maneira adorável, fazendo null rir. Ela estava nervosa e isso era adorável.
- Claire, cala a boca. - O menino falou baixo, disfarçadamente, sorrindo para o ator. - Se não for incomodar, você pode tirar uma foto com a gente?
- A gente ama você, Capitão América! - A garotinha disse e só não o abraçou porque o irmão a segurou.
- Eu já disse que o nome dele não é Capitão América, Claire! - O irmão ralhou com a menina, revirando os olhos e null riu novamente ao observa-los.
- Tá tudo bem. - Ele disse, sorrindo para os dois. - Vocês têm um celular?
- Minha mãe tem! - A menina respondeu e correu em direção a mãe, que observava a cena de longe e entregou o celular para a filha. Ela voltou correndo e parou em frente ao ator e ao lado do irmão. - Aqui.
- Vamos tirar uma foto juntos e depois eu tiro uma com cada um, pode ser? - null perguntou sob o olhar atento das duas crianças, recebendo sorrisos animados como resposta. - Certo, venham aqui.
Os dois se posicionaram um em cada lado do ator, juntando seus rostos e abrindo sorrisos empolgadíssimos. null esticou sua mão e tirou uma selfie com os dois, entregando o celular para o menino assim que eles se afastaram.
- Seu nome é Claire, né? - Ele perguntou e a menina balançou a cabeça em confirmação, quase dando pulinhos pelo fato de ele saber seu nome.
A garota novamente se aproximou e null a puxou para um abraço, posando para a foto que o menino que tirou.
- E você se chama...?
- Scott. - Respondeu, orgulhoso.
- Ah, meu irmão também se chama Scott! - null sorriu e o garoto arregalou os olhos, sem acreditar que tinha o mesmo nome do irmão de null null.
Dessa vez foi Scott quem abraçou null e o ator somente retribuiu, sorrindo para a foto quando Claire a tirou.
- Obrigada! - Claire agradeceu, um sorriso quase maior que sua boca estampado em seu rosto. - Você é o melhor super herói de todos!
- Valeu, de verdade! - Scott também agradeceu e os dois acenaram para null antes de se afastarem e correrem até a mãe, com sorrisos imensos no rosto.
A mãe das crianças olhou para null e sorriu em agradecimento, recebendo um balançar de ombros do ator e um sorriso, como quem diz que não foi nada. O celular de null vibrou em seu bolso e ele o pegou, rolando os olhos ao ver que era uma mensagem de Anthony Mackie. Como sabia que só podia ser besteira, decidiu que responderia depois. Guardou o celular novamente a tempo de ver a porta ao lado da sala de seu pai se abrir e uma mulher sair, despedindo-se de seu paciente. Ela sorriu e abraçou-o, desejando um Feliz Natal e Feliz Ano Novo antes do homem se afastar. Ela estava pronta para voltar a entrar na sala, quando seu olhar passou pela recepção e viu null sentado. O sorriso que ela abriu era, com certeza, um dos mais bonitos que null já havia visto.
- Quem é vivo sempre aparece, não? - Dirigiu-se a null assim que se aproximou, fazendo o homem franzir o cenho em confusão.
Eles se conheciam? Pera aí... Ela era a vizinha que ele tinha visto ontem! Estava claro que ele conhecia ela de algum lugar, só não conseguia se lembrar de onde...
- Oi. - Ele disse, levantando-se para cumprimenta-la, ainda analisando seu rosto, tentando se lembrar.
- Não acredito que você não lembra de mim, null null. - Colocou as mãos na cintura, fingindo estar indignada.
- Desculpa, eu não... - Ele uniu as sobrancelhas, colocando as mãos nos bolsos de sua calça, tentando disfarçar o quanto estava sem graça por não lembrar dela.
- Você realmente não lembra? - Agora seu sorriso havia murchado.
- Filho! - Dr. null apareceu, passando o braço pelos ombros de null. - Ah, que bom que já se encontraram. Dra. null é a dentista que comentei ontem.
Dra. null? Como em null null? Meu Deus, a garota que ele costumava ficar de babá? Quando ela havia se tornado essa mulher incrivelmente linda que estava em sua frente?
- Ah! - null riu ao finalmente perceber quem era ela. - null!
Ela sorriu sem graça e balançou a cabeça em confirmação, sendo puxada por ele para um abraço desajeitado.
- Achei que não fosse se lembrar de mim. - Ela disse depois que se separaram, colocando suas mãos no bolso de seu jaleco.
- Desculpa, é que você tá um pouco... Você tá diferente... Já fazem anos... - Ele se atrapalhou e seu pai quase riu da falta de jeito de seu filho. - Você tá muito bonita.
- Obrigada. - null agradeceu, suas bochechas corando levemente.
- E Louis? Nunca mais o vi, também...
- Louis agora mora com a namorada, em Boston. - Ela sorriu e ele assentiu. - Bom, eu preciso ir. Bom te ver, null.
- Você também, null. - Ele disse, sorrindo para ela quando ela se virou, afastando-se dos dois.
Antes que ela pudesse entrar novamente em seu consultório, porém, Robert voltou a chama-la.
- null? Você pensou no convite que eu e Lisa lhe fizemos?
null franziu o cenho, confuso com o que seu pai falara.
- Ainda não, aviso até amanhã, pode ser? - Ela respondeu apenas e Dr. null concordou, sorrindo para null antes que ela voltasse a entrar em seu consultório.
- Convite? Que convite? - null perguntou, curioso, recebendo como resposta uma risada do pai.
- Convidamos ela para passar o Natal conosco, filho.
- O quê? Digo, por quê? - Questionou, cada vez mais confuso.
Desde que null se conhecia por gente, o Natal dos null era um momento para estarem somente em família. Claro que ele não se importaria nenhum pouco se ela fosse, só não entendia o motivo pelo qual ela poderia vir a passar o Natal com eles e não com a própria família.
- Muita coisa aconteceu, filho. Peça a suas irmãs para lhe contarem depois. - Robert disse antes de começar a andar com o filho para mostra-lo cada área da nova clínica.
Ah, com certeza null perguntaria a Shanna e Carly o que havia acontecido. De qualquer maneira, se null aceitasse o convite, não teria como ser uma noite ruim, teria? Afinal, ela estava linda e ele poderia muito bem aproveitar para se redimir por não ter se lembrado dela.
Dois
null empurrou a porta de casa com o pé, pois suas mãos estavam ocupadas carregando sua bolsa, algumas pastas e sacolas do mercado. Assim que ouviu o clique da porta se fechando, ela se aproximou da mesa de jantar, soltando sua bolsa e as pastas e seguiu para a cozinha para guardar as compras que havia feito. Depois de guardar tudo, ela foi até o banheiro para tomar uma ducha. Quando terminou, vestiu uma roupa confortável e quentinha e então voltou para a cozinha. Assim que entrou, sorriu ao ver uma foto de seus pais grudada na geladeira.
- Segundo Natal sem vocês. - Suspirou ao passar os dedos pela fotografia. - E pra completar, Louis vai passar com a família da namorada na Califórnia.
Sorriu tristemente ao se dar conta de que era o primeiro Natal de sua vida que passaria sem nenhum familiar. Decidida a não deixar isso lhe abalar e com o pensamento de que seus pais não gostariam de vê-la triste nessa data, resolveu aceitar o convite dos null - e não, isso nada tinha a ver com o fato de null null estar na cidade e estar ainda mais bonito pessoalmente do que nos filmes. Ok, talvez tivesse um pouco. null ainda não acreditava que depois de anos havia visto null novamente e, para tornar a situação melhor ainda, ele não se lembrara dela de início. Mas, tudo bem. Ela relevaria, afinal, não era nada sério e ele era null null, seu amigo de infância que agora era muito famoso, certo? Certo.
Decidiu então assar um bolo para levar para seus vizinhos, como forma de agradecimento pelo convite e para dizer que aceitava passar o Natal com eles. Seus dotes culinários eram muito bons e null se orgulhava muito disso, afinal, havia aprendido tudo o que sabia com sua mãe. Antes de iniciar, porém, correu até a sala e pegou sua caixinha de som e o celular, colocando a playlist que havia feito para quando estava na cozinha. Pronto, agora sim ela podia começar.
⁂
null estava sentado no sofá assistindo a um programa qualquer na TV, com Dodger deitado em seus pés. Sua mãe insistia para que o cão não subisse no sofá, e ele respeitava isso. O cachorro parecia que entendia, pois em nenhum momento fez menção que subiria no móvel, deixando null orgulhoso.
Carly entrou na sala e se sentou ao lado do irmão, esticando suas pernas e apoiando os pés na mesinha de centro. Ela roubou o controle da TV, mudando de canal.
- Ei! Eu tava assistindo! - Ele protestou, tentando roubar o controle de volta, mas, sem sucesso.
- Que mentira, o que tava passando? - Carly ergueu suas sobrancelhas, desafiando-o.
- Não sei o nome do programa. - null rolou os olhos, fazendo a irmã rir.
- Então, deixa eu assistir o que eu quiser. - Sorriu convencida e ele fez uma careta para ela, ajeitando-se no sofá.
Carly mudou de canal várias vezes até algo que lhe agradasse. Ela deixou em um programa de culinária e, bom, podia ser pior. null não reclamou, assistindo ao programa com ela. Não demorou para que seu pensamento voasse para null null. Ele estava curioso pelo que seu pai dissera mais cedo, precisava perguntar a Carly antes que esquecesse.
- Carly? – Chamou a atenção da irmã, virando um pouco seu corpo. - O que aconteceu com null null?
Carly franziu o cenho, desviando a atenção da TV para olhá-lo.
- Com null especificamente? Nada. - Ela deu de ombros.
- Com a família dela, que seja, você entendeu. - null rolou os olhos, um pouco impaciente.
- Os pais dela faleceram há dois anos em um acidente de carro. Eles não estavam mais morando aqui na vizinhança, tinham se mudado. Mas depois que os pais morreram, ela e o irmão voltaram pra cá. - Respondeu, cruzando os braços. - Eles ficaram praticamente sozinhos. E agora parece que Louis tá morando com a namorada em Boston...
null assentiu, assimilando as informações. Não gostava nem de pensar no que faria caso algo do tipo acontecesse com seus pais. Eles eram tudo na vida de null, assim como seus irmãos. Por isso, não foi difícil de imaginar o quanto deve ter sido doloroso para seus dois amigos de infância lidarem com essa perda.
- Por isso papai convidou ela para passar o Natal conosco? - Voltou a perguntar.
- Isso. Mas acho que ela não vem, quer dizer, até agora não tô sabendo de nada... Você a encontrou?
null balançou a cabeça em confirmação e deixou um sorriso ladino escapar.
- Ontem, na clínica do pai. - null se remexeu no sofá e Carly sorriu. - Ela tá muito bonita.
- Ih, já tô vendo tudo. - Carly riu, jogando uma almofada no irmão.
- O quê? Eu só disse que ela tá bonita! - Ele riu e devolveu a almofada. - Tô mentindo?
- Não, mas eu te conheço, irmãozinho. Não vai dormir com a garota e nunca mais aparecer na vida dela, por favor. Já não basta o que aconteceu entre você e Lanna...
- Ah, não! - Ele revirou os olhos, já começando a ficar impaciente. - Pra começar, isso aconteceu faz muito tempo e eu não tinha juízo nenhum, além de que sua amiga infernizou minha vida e você sabe disso, Carly.
A irmã revirou os olhos, mas deu de ombros. Não adiantava discutir, porque realmente, aquilo havia acontecido faziam anos e, para falar a verdade, não era nenhum pouco relevante, então, ela nem devia ter mencionado.
- Desculpa.
- Do que estão falando? - Shanna apareceu na sala, jogando-se de qualquer maneira no sofá entre os dois irmãos, olhando de um para o outro.
- Sua irmã é uma idiota, sabia? - null perguntou, desviando de Shanna apenas para jogar novamente uma almofada em Carly, fazendo-a rir.
- Bem eu. - Carly abraçou a almofada e se ajeitou no sofá. - null tá de olho na null.
- Eu não tô de olho em ninguém, por Deus! - Ele falou um pouco alto e, bom, era mentira.
- Eu aprovo. Imagina que lindo? Já até imagino as manchetes: null null e a garota que ele costumava cuidar quando adolescente estão em um relacionamento sério. - Shanna disse e caiu na risada em seguida, contagiando Carly.
- Meu Deus, vocês duas são insuportáveis. - Ele se levantou e Dodger fez o mesmo, seguindo o dono. – Vou conversar com Scott que ganho mais.
As irmãs continuaram a rir e ele se afastou, rolando os olhos. Ia seguir em direção a cozinha pegar algo para comer antes de procurar o irmão, quando a campainha tocou.
- null, vai ver quem é, por favor! - Lisa gritou da cozinha.
Ele se virou e seguiu caminho até a porta, abrindo-a e dando de cara com null. A mulher segurava um prato com um bolo e abriu um sorriso pequeno para ele.
- null. - Cumprimentou-o.
null tinha que admitir que, apesar de já o conhecer desde pequeno, era estranho vê-lo depois que se tornara famoso, afinal, a última vez que se viram o garoto tinha cerca de quinze ou dezesseis anos. Claro que ela acompanhava null nas poucas redes sociais que o ator tinha, e também via seus filmes, vibrando a cada papel novo que ele fazia - e, nossa, como ele era bom na profissão. Ela não admitiria, mas sentia um pouco de orgulho por conhece-lo e pela amizade que tinham quando crianças.
- Oi, null. - Ele disse, abrindo passagem para que ela entrasse e assim ela o fez.
Dodger já estava rodeando null, cheirando-a. Assim que as irmãs de null viram quem era, as duas se levantaram para cumprimenta-la e não perderam a chance de rir da cara dele que, disfarçadamente, mostrou o dedo do meio para elas.
- Sua mãe está? - null perguntou depois de cumprimenta-las, voltando sua atenção para null.
- Sim, na cozinha. - Ele sorriu para ela e guiou-a até lá.
- Mãe? - null chamou assim que os dois entraram e a mulher se virou, secando as mãos no avental que usava. - null está aqui.
- null! Querida! - Ela rapidamente foi até a mais nova, abraçando-a.
- Tudo bem com a senhora? Trouxe um bolo. - Ela sorriu, estendendo o bolo para que Lisa o pegasse e ela prontamente o fez.
- Não precisava, querida.
- Eu tô com fome. - null soltou e sua mãe o olhou feio, enquanto null apenas riu. - O que foi?
- Nada, querido. Pegue alguns pratos pra gente, vou passar um café para tomarmos. - Lisa disfarçou e abriu um sorriso, dirigindo-se ao seu filho antes de voltar a atenção para null. - Muito obrigada! O cheirinho está delicioso.
- Não precisa se incomodar, Lisa, eu só vim dizer que...
- null! - Robert a interrompeu quando entrou na cozinha, abraçando a colega. - Que surpresa! E que cheiro maravilhoso é esse?
- null trouxe um bolo. - Lisa respondeu, sorridente, e foi até a cafeteira para preparar o café. - Chame seus filhos, vamos tomar um café!
null desviou seu olhar da mesa que arrumava e olhou rapidamente para null, percebendo o quão sem graça a mulher estava. Aproximou-se dela e parou ao seu lado, aproveitando que seu pai havia saído da cozinha e sua mãe estava distraída para falar baixinho:
- Desculpa, minha mãe se empolga às vezes. Ela só está feliz que você veio até aqui, provavelmente. - Ele explicou e ela o olhou, sorrindo um pouco sem jeito.
- Tá tudo bem. - Tranquilizou-o.
Ele sorriu e indicou a cadeira para que ela se sentasse e os dois se sentaram ao mesmo tempo que Shanna, Carly, Scott e Robert entraram na cozinha. Scott cumprimentou null antes de se sentar, assim como os outros já haviam feito. Lisa logo se juntou a eles, servindo café e bolo para todos, para só depois ocupar o lugar ao lado de Robert.
- null, que delícia! - Shanna comentou, falando de boca cheia, recebendo um olhar feio de sua mãe. - Me passa a receita depois, por favor!
- Me avisa quando você for se aventurar na cozinha, pra eu fugir, pelo amor de Deus? - Scott comentou, fazendo todos na mesa rirem, menos Shanna, que lhe respondeu com uma careta.
- Desiste, Shan, você nunca vai deixar de ser um desastre na cozinha. - null comentou e a irmã fechou a cara.
- Eu passo sim, Shanna. - null sorriu para ela, que retribuiu e agradeceu.
- Realmente, isso tá muito bom. - Scott comentou depois de beber um gole de seu café.
- Se o pessoal da clínica souber que você faz bolos assim, null... - Robert disse entre uma garfada e outra e ela riu, dando de ombros.
- E o Natal, querida? - Lisa perguntou e todos os olhares na mesa se voltaram para ela.
- Eu vim justamente pra falar disso. - Ela sorriu, limpando sua boca com um guardanapo antes de continuar. - Eu resolvi aceitar o convite de vocês. Meus pais não gostariam que eu passasse o Natal sozinha.
Os null sorriram, em especial Lisa, Robert e null. O ator tinha seus olhos grudados nela, encantando com a mulher.
- Tenho certeza que não gostariam. - Lisa concordou e estendeu sua mão para que a garota a pegasse. - Fico muito feliz. Aliás, ficamos muito felizes, não é? - Todos balançaram a cabeça e sorriram em concordância. - Alguém quer mais bolo?
Eles levantaram os pratos, com exceção de null, que riu, sentindo-se feliz por seu bolo ter feito tanto sucesso. Passaram mais algum tempo na cozinha, rindo e conversando sobre diversos assuntos até que Scott avisou que precisava ir pra sua casa e, junto com ele, Carly também aproveitou a carona. Assim que todos se levantaram, null ajudou null e sua mãe a arrumar a cozinha. Lisa e ela engataram uma discussão, porque null queria trazer algo para a ceia do Natal, mas Lisa não permitiu, dizendo que ela era convidada e não precisava se preocupar com nada. Demorou, mas null aceitou e só então se despediu dos null que ainda estavam ali. null a acompanhou até a porta, saindo de casa com ela.
Assim que a brisa fria os atingiu, a dentista esfregou suas mãos para aquece-las e colocou-as nos bolsos de seu casaco. null fez o mesmo e depois cruzou os braços. Os dois se entreolharam e trocaram um sorriso um pouco sem jeito.
- Precisa ir pra casa agora? - O ator perguntou, dando alguns passos até o banco que ficava na varanda.
- Posso ficar mais um pouco. - Deu de ombros e sentou-se junto com ele, cruzando os braços.
- Me desculpa por não ter te reconhecido ontem... - null pediu e ela sorriu para ele.
- Não tem problema, já até esqueci. - null desviou seu olhar do de null e suspirou baixo. - É bem engraçado quando eu me dou conta de que o Capitão América costumava trabalhar de babá pra cuidar de mim e do meu irmão, sabia?
null gargalhou ao ouvi-la e se virou no banco, ficando de frente para a mulher.
- Você conta isso pras pessoas? - Questionou, curioso, vendo-a negar com a cabeça.
- Prefiro guardar pra mim, sabe? Mas Louis sai explanando pra todo mundo sempre que pode. - null riu ao se lembrar das vezes em que o irmão fez isso. - Ele gostaria de te ver.
- Também gostaria de revê-lo. - null sorriu, virando-se para frente novamente. - Mas então, dentista, uh?
- Pois é. - Ela sorriu, orgulhosa de sua profissão. - Seu pai tem sido incrível. Depois que meus pais morreram e eu voltei pra cá, ele me ofereceu a vaga na clínica. Devo muito a ele, não só pelo emprego, mas também pelos ensinamentos.
null sorriu, orgulhoso de seu pai e feliz por null, porque, afinal, ela merecia, e ele tinha certeza de que ela era muito boa em sua profissão.
- Fiquei muito triste em saber de seus pais. - null suspirou e ela se encolheu, sorrindo tristemente para ele. - Eu sinto muito.
- Obrigada. - Agradeceu e sentiu seu celular vibrar em seu bolso, pegando-o. Era uma ligação de Louis. - É o Louis.
- Deixa eu atender? - null pediu, já imaginando a reação do antigo amigo.
- Vou fazer melhor. - null recusou a ligação e null logo entendeu o que ela quis dizer, quando deu início a uma chamada de vídeo e entregou o celular a ele.
Não demorou muito e Louis atendeu, sua expressão era de sono e tédio e ele ainda não tinha percebido quem estava do outro lado.
- Nossa, Louis, depois de tantos anos sem nos falarmos é com essa cara que você atende a ligação?
A expressão dele se transformou rapidamente em espanto, até que começou a rir.
- null null! - Ele praticamente berrou, fazendo os dois rirem. - Como assim!?
- Oi, Lou. - null apareceu no vídeo, cumprimentando o irmão. - Adivinha quem veio passar o Natal em casa e nem me reconheceu quando me viu?
- Não acredito! - Louis ria abertamente. - Natalie, vem cá! - Ele gritou, chamando a namorada. - E aí, cara, quanto tempo!
- Eu já pedi desculpas por não ter reconhecido sua irmã. - Ele olhou feio para null, que deu de ombros, ainda rindo.
- Não me espanta, sabe, eu sempre soube que você gostava mais de mim do que dela, ela quem não acreditava...
- Louis! - null fez uma careta e o irmão riu.
- Te amo, null. - Ele disse, mandando um beijo para a irmã.
- Califórnia, uh? Enquanto isso estamos aqui, congelando...
- Meu Deus, é o null null? - Ouviram a voz da namorada de Louis e caíram na risada. - DEIXA EU VER, LOUIS!
Eles viram quando Louis revirou os olhos, mas acabou rindo antes de virar o telefone para ela. null acenou para a mulher, abrindo um sorriso.
- Não acredito que é verdade. - Ela comentou, seus olhos brilhando em animação. - Você realmente foi babá deles?
- Fui. E arrisco dizer que eles me amavam. - null respondeu, abrindo um sorriso convencido.
Ela deu um gritinho empolgado e o telefone virou novamente para Louis, que ria da reação da namorada.
- Você vai ter que aparecer mais vezes, cara. - Louis disse, frustrado por estar longe justo quando ele estava por perto. - Eu só liguei pra saber se você arranjou onde passar o Natal, Lia.
null abriu a boca para responder, mas null foi mais rápido.
- Ela vai passar conosco! - null respondeu empolgado, fazendo a mulher rir.
- É, vou passar com eles, Lou. Tudo certo. - Ela sorriu para o irmão, que suspirou aliviado.
- Que bom, porque eu tava me sentindo culpado por ter te deixado sozin...
- Que mentira! - Natalie praticamente gritou, o que fez com que os dois irmãos se encarassem em falsa irritação.
- Eu tava mesmo, é verdade. - Louis retrucou, abrindo um sorriso enorme para sua irmã. - Te amo, não dê ouvidos a ela.
- Aham, sei. - null brincou. - Também te amo e tô com saudade!
- Volto logo. E você, null, vê se não some, cara! - Pediu e o ator balançou a cabeça em negação.
- Não vou sumir. Sua irmã agora tem meu telefone, ela te passa depois. Quer dizer, posso confiar em você, né? - Ele ergueu a sobrancelha, fingindo desconfiar de Louis.
- Que piada, claro que pode, null. - Louis riu e eles ouviram Natalie chama-lo. - Realmente preciso ir. O Natal já começou por aqui e os pais de Natalie estão nos esperando pra jantar.
- Te amo, Lou. Feliz Natal!
- Feliz Natal, null. Amanhã eu te ligo de novo.
- Feliz Natal, cara. Bom falar com você. - null desejou antes da chamada de vídeo se encerrar. - Seu irmão continua a mesma figura de anos atrás.
null concordou e riu, bloqueando seu celular para guarda-lo em seu bolso.
- Espera. Eu preciso te passar meu número. - null comentou e ela o olhou.
null não estava acreditando que realmente teria o número de um dos atores mais famosos da atualidade. Quer dizer, ele tinha dito algo sobre o telefone antes, mas ela achou que era da boca pra fora. Desbloqueou o celular e entregou-o para null, que rapidamente digitou seu número e salvou o contato, devolvendo o celular para ela. null iniciou uma ligação, apenas para que null pudesse salvar seu número mais tarde.
- Então, é melhor eu ir. - Ela disse depois de guardar seu celular e se levantar. - Ainda tenho algumas coisas pra fazer em casa, e não quero ir dormir muito tarde...
- Certo. - null concordou, levantando-se junto com ela. - Eu me ofereceria pra caminhar com você até sua casa, mas é tão longe que eu tô com preguiça.
null revirou os olhos, mas depois riu. Os dois andaram até a escada e pararam de frente um para o outro.
- Nos vemos amanhã a noite, então. - A mulher se despediu, sem saber se dava um beijo na bochecha de null ou apertava sua mão.
Vendo que ela não sabia muito bem o que fazer, null se aproximou e depositou um beijo em sua bochecha, vendo-a corar minimamente - ou talvez fosse o frio, quem sabe?
- Até amanhã, null.
- Segundo Natal sem vocês. - Suspirou ao passar os dedos pela fotografia. - E pra completar, Louis vai passar com a família da namorada na Califórnia.
Sorriu tristemente ao se dar conta de que era o primeiro Natal de sua vida que passaria sem nenhum familiar. Decidida a não deixar isso lhe abalar e com o pensamento de que seus pais não gostariam de vê-la triste nessa data, resolveu aceitar o convite dos null - e não, isso nada tinha a ver com o fato de null null estar na cidade e estar ainda mais bonito pessoalmente do que nos filmes. Ok, talvez tivesse um pouco. null ainda não acreditava que depois de anos havia visto null novamente e, para tornar a situação melhor ainda, ele não se lembrara dela de início. Mas, tudo bem. Ela relevaria, afinal, não era nada sério e ele era null null, seu amigo de infância que agora era muito famoso, certo? Certo.
Decidiu então assar um bolo para levar para seus vizinhos, como forma de agradecimento pelo convite e para dizer que aceitava passar o Natal com eles. Seus dotes culinários eram muito bons e null se orgulhava muito disso, afinal, havia aprendido tudo o que sabia com sua mãe. Antes de iniciar, porém, correu até a sala e pegou sua caixinha de som e o celular, colocando a playlist que havia feito para quando estava na cozinha. Pronto, agora sim ela podia começar.
null estava sentado no sofá assistindo a um programa qualquer na TV, com Dodger deitado em seus pés. Sua mãe insistia para que o cão não subisse no sofá, e ele respeitava isso. O cachorro parecia que entendia, pois em nenhum momento fez menção que subiria no móvel, deixando null orgulhoso.
Carly entrou na sala e se sentou ao lado do irmão, esticando suas pernas e apoiando os pés na mesinha de centro. Ela roubou o controle da TV, mudando de canal.
- Ei! Eu tava assistindo! - Ele protestou, tentando roubar o controle de volta, mas, sem sucesso.
- Que mentira, o que tava passando? - Carly ergueu suas sobrancelhas, desafiando-o.
- Não sei o nome do programa. - null rolou os olhos, fazendo a irmã rir.
- Então, deixa eu assistir o que eu quiser. - Sorriu convencida e ele fez uma careta para ela, ajeitando-se no sofá.
Carly mudou de canal várias vezes até algo que lhe agradasse. Ela deixou em um programa de culinária e, bom, podia ser pior. null não reclamou, assistindo ao programa com ela. Não demorou para que seu pensamento voasse para null null. Ele estava curioso pelo que seu pai dissera mais cedo, precisava perguntar a Carly antes que esquecesse.
- Carly? – Chamou a atenção da irmã, virando um pouco seu corpo. - O que aconteceu com null null?
Carly franziu o cenho, desviando a atenção da TV para olhá-lo.
- Com null especificamente? Nada. - Ela deu de ombros.
- Com a família dela, que seja, você entendeu. - null rolou os olhos, um pouco impaciente.
- Os pais dela faleceram há dois anos em um acidente de carro. Eles não estavam mais morando aqui na vizinhança, tinham se mudado. Mas depois que os pais morreram, ela e o irmão voltaram pra cá. - Respondeu, cruzando os braços. - Eles ficaram praticamente sozinhos. E agora parece que Louis tá morando com a namorada em Boston...
null assentiu, assimilando as informações. Não gostava nem de pensar no que faria caso algo do tipo acontecesse com seus pais. Eles eram tudo na vida de null, assim como seus irmãos. Por isso, não foi difícil de imaginar o quanto deve ter sido doloroso para seus dois amigos de infância lidarem com essa perda.
- Por isso papai convidou ela para passar o Natal conosco? - Voltou a perguntar.
- Isso. Mas acho que ela não vem, quer dizer, até agora não tô sabendo de nada... Você a encontrou?
null balançou a cabeça em confirmação e deixou um sorriso ladino escapar.
- Ontem, na clínica do pai. - null se remexeu no sofá e Carly sorriu. - Ela tá muito bonita.
- Ih, já tô vendo tudo. - Carly riu, jogando uma almofada no irmão.
- O quê? Eu só disse que ela tá bonita! - Ele riu e devolveu a almofada. - Tô mentindo?
- Não, mas eu te conheço, irmãozinho. Não vai dormir com a garota e nunca mais aparecer na vida dela, por favor. Já não basta o que aconteceu entre você e Lanna...
- Ah, não! - Ele revirou os olhos, já começando a ficar impaciente. - Pra começar, isso aconteceu faz muito tempo e eu não tinha juízo nenhum, além de que sua amiga infernizou minha vida e você sabe disso, Carly.
A irmã revirou os olhos, mas deu de ombros. Não adiantava discutir, porque realmente, aquilo havia acontecido faziam anos e, para falar a verdade, não era nenhum pouco relevante, então, ela nem devia ter mencionado.
- Desculpa.
- Do que estão falando? - Shanna apareceu na sala, jogando-se de qualquer maneira no sofá entre os dois irmãos, olhando de um para o outro.
- Sua irmã é uma idiota, sabia? - null perguntou, desviando de Shanna apenas para jogar novamente uma almofada em Carly, fazendo-a rir.
- Bem eu. - Carly abraçou a almofada e se ajeitou no sofá. - null tá de olho na null.
- Eu não tô de olho em ninguém, por Deus! - Ele falou um pouco alto e, bom, era mentira.
- Eu aprovo. Imagina que lindo? Já até imagino as manchetes: null null e a garota que ele costumava cuidar quando adolescente estão em um relacionamento sério. - Shanna disse e caiu na risada em seguida, contagiando Carly.
- Meu Deus, vocês duas são insuportáveis. - Ele se levantou e Dodger fez o mesmo, seguindo o dono. – Vou conversar com Scott que ganho mais.
As irmãs continuaram a rir e ele se afastou, rolando os olhos. Ia seguir em direção a cozinha pegar algo para comer antes de procurar o irmão, quando a campainha tocou.
- null, vai ver quem é, por favor! - Lisa gritou da cozinha.
Ele se virou e seguiu caminho até a porta, abrindo-a e dando de cara com null. A mulher segurava um prato com um bolo e abriu um sorriso pequeno para ele.
- null. - Cumprimentou-o.
null tinha que admitir que, apesar de já o conhecer desde pequeno, era estranho vê-lo depois que se tornara famoso, afinal, a última vez que se viram o garoto tinha cerca de quinze ou dezesseis anos. Claro que ela acompanhava null nas poucas redes sociais que o ator tinha, e também via seus filmes, vibrando a cada papel novo que ele fazia - e, nossa, como ele era bom na profissão. Ela não admitiria, mas sentia um pouco de orgulho por conhece-lo e pela amizade que tinham quando crianças.
- Oi, null. - Ele disse, abrindo passagem para que ela entrasse e assim ela o fez.
Dodger já estava rodeando null, cheirando-a. Assim que as irmãs de null viram quem era, as duas se levantaram para cumprimenta-la e não perderam a chance de rir da cara dele que, disfarçadamente, mostrou o dedo do meio para elas.
- Sua mãe está? - null perguntou depois de cumprimenta-las, voltando sua atenção para null.
- Sim, na cozinha. - Ele sorriu para ela e guiou-a até lá.
- Mãe? - null chamou assim que os dois entraram e a mulher se virou, secando as mãos no avental que usava. - null está aqui.
- null! Querida! - Ela rapidamente foi até a mais nova, abraçando-a.
- Tudo bem com a senhora? Trouxe um bolo. - Ela sorriu, estendendo o bolo para que Lisa o pegasse e ela prontamente o fez.
- Não precisava, querida.
- Eu tô com fome. - null soltou e sua mãe o olhou feio, enquanto null apenas riu. - O que foi?
- Nada, querido. Pegue alguns pratos pra gente, vou passar um café para tomarmos. - Lisa disfarçou e abriu um sorriso, dirigindo-se ao seu filho antes de voltar a atenção para null. - Muito obrigada! O cheirinho está delicioso.
- Não precisa se incomodar, Lisa, eu só vim dizer que...
- null! - Robert a interrompeu quando entrou na cozinha, abraçando a colega. - Que surpresa! E que cheiro maravilhoso é esse?
- null trouxe um bolo. - Lisa respondeu, sorridente, e foi até a cafeteira para preparar o café. - Chame seus filhos, vamos tomar um café!
null desviou seu olhar da mesa que arrumava e olhou rapidamente para null, percebendo o quão sem graça a mulher estava. Aproximou-se dela e parou ao seu lado, aproveitando que seu pai havia saído da cozinha e sua mãe estava distraída para falar baixinho:
- Desculpa, minha mãe se empolga às vezes. Ela só está feliz que você veio até aqui, provavelmente. - Ele explicou e ela o olhou, sorrindo um pouco sem jeito.
- Tá tudo bem. - Tranquilizou-o.
Ele sorriu e indicou a cadeira para que ela se sentasse e os dois se sentaram ao mesmo tempo que Shanna, Carly, Scott e Robert entraram na cozinha. Scott cumprimentou null antes de se sentar, assim como os outros já haviam feito. Lisa logo se juntou a eles, servindo café e bolo para todos, para só depois ocupar o lugar ao lado de Robert.
- null, que delícia! - Shanna comentou, falando de boca cheia, recebendo um olhar feio de sua mãe. - Me passa a receita depois, por favor!
- Me avisa quando você for se aventurar na cozinha, pra eu fugir, pelo amor de Deus? - Scott comentou, fazendo todos na mesa rirem, menos Shanna, que lhe respondeu com uma careta.
- Desiste, Shan, você nunca vai deixar de ser um desastre na cozinha. - null comentou e a irmã fechou a cara.
- Eu passo sim, Shanna. - null sorriu para ela, que retribuiu e agradeceu.
- Realmente, isso tá muito bom. - Scott comentou depois de beber um gole de seu café.
- Se o pessoal da clínica souber que você faz bolos assim, null... - Robert disse entre uma garfada e outra e ela riu, dando de ombros.
- E o Natal, querida? - Lisa perguntou e todos os olhares na mesa se voltaram para ela.
- Eu vim justamente pra falar disso. - Ela sorriu, limpando sua boca com um guardanapo antes de continuar. - Eu resolvi aceitar o convite de vocês. Meus pais não gostariam que eu passasse o Natal sozinha.
Os null sorriram, em especial Lisa, Robert e null. O ator tinha seus olhos grudados nela, encantando com a mulher.
- Tenho certeza que não gostariam. - Lisa concordou e estendeu sua mão para que a garota a pegasse. - Fico muito feliz. Aliás, ficamos muito felizes, não é? - Todos balançaram a cabeça e sorriram em concordância. - Alguém quer mais bolo?
Eles levantaram os pratos, com exceção de null, que riu, sentindo-se feliz por seu bolo ter feito tanto sucesso. Passaram mais algum tempo na cozinha, rindo e conversando sobre diversos assuntos até que Scott avisou que precisava ir pra sua casa e, junto com ele, Carly também aproveitou a carona. Assim que todos se levantaram, null ajudou null e sua mãe a arrumar a cozinha. Lisa e ela engataram uma discussão, porque null queria trazer algo para a ceia do Natal, mas Lisa não permitiu, dizendo que ela era convidada e não precisava se preocupar com nada. Demorou, mas null aceitou e só então se despediu dos null que ainda estavam ali. null a acompanhou até a porta, saindo de casa com ela.
Assim que a brisa fria os atingiu, a dentista esfregou suas mãos para aquece-las e colocou-as nos bolsos de seu casaco. null fez o mesmo e depois cruzou os braços. Os dois se entreolharam e trocaram um sorriso um pouco sem jeito.
- Precisa ir pra casa agora? - O ator perguntou, dando alguns passos até o banco que ficava na varanda.
- Posso ficar mais um pouco. - Deu de ombros e sentou-se junto com ele, cruzando os braços.
- Me desculpa por não ter te reconhecido ontem... - null pediu e ela sorriu para ele.
- Não tem problema, já até esqueci. - null desviou seu olhar do de null e suspirou baixo. - É bem engraçado quando eu me dou conta de que o Capitão América costumava trabalhar de babá pra cuidar de mim e do meu irmão, sabia?
null gargalhou ao ouvi-la e se virou no banco, ficando de frente para a mulher.
- Você conta isso pras pessoas? - Questionou, curioso, vendo-a negar com a cabeça.
- Prefiro guardar pra mim, sabe? Mas Louis sai explanando pra todo mundo sempre que pode. - null riu ao se lembrar das vezes em que o irmão fez isso. - Ele gostaria de te ver.
- Também gostaria de revê-lo. - null sorriu, virando-se para frente novamente. - Mas então, dentista, uh?
- Pois é. - Ela sorriu, orgulhosa de sua profissão. - Seu pai tem sido incrível. Depois que meus pais morreram e eu voltei pra cá, ele me ofereceu a vaga na clínica. Devo muito a ele, não só pelo emprego, mas também pelos ensinamentos.
null sorriu, orgulhoso de seu pai e feliz por null, porque, afinal, ela merecia, e ele tinha certeza de que ela era muito boa em sua profissão.
- Fiquei muito triste em saber de seus pais. - null suspirou e ela se encolheu, sorrindo tristemente para ele. - Eu sinto muito.
- Obrigada. - Agradeceu e sentiu seu celular vibrar em seu bolso, pegando-o. Era uma ligação de Louis. - É o Louis.
- Deixa eu atender? - null pediu, já imaginando a reação do antigo amigo.
- Vou fazer melhor. - null recusou a ligação e null logo entendeu o que ela quis dizer, quando deu início a uma chamada de vídeo e entregou o celular a ele.
Não demorou muito e Louis atendeu, sua expressão era de sono e tédio e ele ainda não tinha percebido quem estava do outro lado.
- Nossa, Louis, depois de tantos anos sem nos falarmos é com essa cara que você atende a ligação?
A expressão dele se transformou rapidamente em espanto, até que começou a rir.
- null null! - Ele praticamente berrou, fazendo os dois rirem. - Como assim!?
- Oi, Lou. - null apareceu no vídeo, cumprimentando o irmão. - Adivinha quem veio passar o Natal em casa e nem me reconheceu quando me viu?
- Não acredito! - Louis ria abertamente. - Natalie, vem cá! - Ele gritou, chamando a namorada. - E aí, cara, quanto tempo!
- Eu já pedi desculpas por não ter reconhecido sua irmã. - Ele olhou feio para null, que deu de ombros, ainda rindo.
- Não me espanta, sabe, eu sempre soube que você gostava mais de mim do que dela, ela quem não acreditava...
- Louis! - null fez uma careta e o irmão riu.
- Te amo, null. - Ele disse, mandando um beijo para a irmã.
- Califórnia, uh? Enquanto isso estamos aqui, congelando...
- Meu Deus, é o null null? - Ouviram a voz da namorada de Louis e caíram na risada. - DEIXA EU VER, LOUIS!
Eles viram quando Louis revirou os olhos, mas acabou rindo antes de virar o telefone para ela. null acenou para a mulher, abrindo um sorriso.
- Não acredito que é verdade. - Ela comentou, seus olhos brilhando em animação. - Você realmente foi babá deles?
- Fui. E arrisco dizer que eles me amavam. - null respondeu, abrindo um sorriso convencido.
Ela deu um gritinho empolgado e o telefone virou novamente para Louis, que ria da reação da namorada.
- Você vai ter que aparecer mais vezes, cara. - Louis disse, frustrado por estar longe justo quando ele estava por perto. - Eu só liguei pra saber se você arranjou onde passar o Natal, Lia.
null abriu a boca para responder, mas null foi mais rápido.
- Ela vai passar conosco! - null respondeu empolgado, fazendo a mulher rir.
- É, vou passar com eles, Lou. Tudo certo. - Ela sorriu para o irmão, que suspirou aliviado.
- Que bom, porque eu tava me sentindo culpado por ter te deixado sozin...
- Que mentira! - Natalie praticamente gritou, o que fez com que os dois irmãos se encarassem em falsa irritação.
- Eu tava mesmo, é verdade. - Louis retrucou, abrindo um sorriso enorme para sua irmã. - Te amo, não dê ouvidos a ela.
- Aham, sei. - null brincou. - Também te amo e tô com saudade!
- Volto logo. E você, null, vê se não some, cara! - Pediu e o ator balançou a cabeça em negação.
- Não vou sumir. Sua irmã agora tem meu telefone, ela te passa depois. Quer dizer, posso confiar em você, né? - Ele ergueu a sobrancelha, fingindo desconfiar de Louis.
- Que piada, claro que pode, null. - Louis riu e eles ouviram Natalie chama-lo. - Realmente preciso ir. O Natal já começou por aqui e os pais de Natalie estão nos esperando pra jantar.
- Te amo, Lou. Feliz Natal!
- Feliz Natal, null. Amanhã eu te ligo de novo.
- Feliz Natal, cara. Bom falar com você. - null desejou antes da chamada de vídeo se encerrar. - Seu irmão continua a mesma figura de anos atrás.
null concordou e riu, bloqueando seu celular para guarda-lo em seu bolso.
- Espera. Eu preciso te passar meu número. - null comentou e ela o olhou.
null não estava acreditando que realmente teria o número de um dos atores mais famosos da atualidade. Quer dizer, ele tinha dito algo sobre o telefone antes, mas ela achou que era da boca pra fora. Desbloqueou o celular e entregou-o para null, que rapidamente digitou seu número e salvou o contato, devolvendo o celular para ela. null iniciou uma ligação, apenas para que null pudesse salvar seu número mais tarde.
- Então, é melhor eu ir. - Ela disse depois de guardar seu celular e se levantar. - Ainda tenho algumas coisas pra fazer em casa, e não quero ir dormir muito tarde...
- Certo. - null concordou, levantando-se junto com ela. - Eu me ofereceria pra caminhar com você até sua casa, mas é tão longe que eu tô com preguiça.
null revirou os olhos, mas depois riu. Os dois andaram até a escada e pararam de frente um para o outro.
- Nos vemos amanhã a noite, então. - A mulher se despediu, sem saber se dava um beijo na bochecha de null ou apertava sua mão.
Vendo que ela não sabia muito bem o que fazer, null se aproximou e depositou um beijo em sua bochecha, vendo-a corar minimamente - ou talvez fosse o frio, quem sabe?
- Até amanhã, null.
Três
O toque do celular de null foi o que a acordou. Eram cerca de 10h da manhã e ela se revirou antes de pegar o aparelho para atender a ligação.
- Alô?
- Dra. null? - Era a secretária da clínica.
- Oi, Mila. - Sentou-se na cama. - Aconteceu alguma coisa?
- Um paciente de urgência entrou em contato pelo telefone do plantão da clínica, você pode ir atender? Eu ainda não liguei pro Dr. null.
- E nem ligue, Mila. Pode deixar, nos vemos em 15 minutos.
null não pensou duas vezes em aceitar. Levantou-se rapidamente, indo até o banheiro para passar uma água no rosto. Vestiu uma roupa qualquer, colocou uma bota e pegou um de seus jalecos, guardando-o em sua bolsa. Passou uma maquiagem leve somente para disfarçar as olheiras e se perfumou. Desceu as escadas correndo e, antes de sair, ainda passou na cozinha e pegou uma maçã. Tomaria café na clínica.
Em poucos minutos null já estava entrando em seu consultório. Cumprimentou Mila e seguiu para sua sala, a secretária entrando junto com ela.
- Bom dia. - Mila desejou, aproximando-se da mesa de null. - Quer um café?
- Por favor. - null sorriu para a secretária enquanto fechava os botões de seu jaleco. - O paciente já chegou?
- Está a caminho. É uma criança, parece que é um abcesso, a mãe não soube explicar direito... - Mila explicou, andando até a porta. - Aviso quando ele chegar e já venho trazer seu café.
- Muito obrigada, Mila. - null sorriu para a secretária antes de se sentar em sua cadeira e ligar o computador, abrindo o software que usava para controle dos pacientes.
Mila não demorou a voltar com o café, e também avisou que o paciente havia chego. Por isso, null praticamente tomou o líquido de uma vez só, sentindo-o queimar levemente sua boca devido a temperatura. Só então chamou o paciente, que era um garoto de aproximadamente cinco ou seis anos, e deu início ao atendimento.
⁂
Já era perto do 12h quando null passou pelas portas do shopping. Era praticamente um inferno estar no shopping em plena véspera de Natal, mas, como decidira passar o Natal com os null em cima da hora, ela não tinha outra escolha. Em sua família, era tradição dar um presente para cada uma das pessoas que estava na noite de Natal - nem que fosse uma meia - e era o mínimo que ela podia fazer, já que não a deixaram ajudar com a ceia. Optou por comprar coisas simples, pois assim seria difícil que eles não gostassem.
Para Robert, comprou uma camisa estilo polo. Para Scott, escolheu uma camiseta azul marinho básica. Para Lisa, comprou uma nécessaire para viagens. Para Shanna e Carly, escolheu duas blusas básicas de cores diferentes, que elas poderiam facilmente usar no dia a dia. Para null, ela comprou uma camiseta relacionada ao Capitão América, que com certeza o faria rir. E por último - mas não menos importante -, comprou uma bandana para Dodger. Depois de encerrar a saga de presentes, null resolveu almoçar por ali mesmo antes de ir para casa.
Cerca de uma hora mais tarde, ela chegou em casa e deixou os presentes perto da porta, para não os esquecer mais tarde. Foi até seu escritório e abriu seu notebook, decidida a trabalhar em um artigo sobre implantes que estava escrevendo e deveria entregar até o final de janeiro. Só parou de escrever quando já eram cerca de 19h e resolveu ir se arrumar, pois deveria estar na casa dos null as 20h30 e ainda precisava tomar um banho. Depois, já de banho tomado, foi se vestir. Colocou uma meia calça transparente e um vestido branco de mangas compridas, estampado com flores vermelhas e alguns detalhes em preto que havia separado mais cedo, em seguida calçando seu sapato de salto alto preto, combinando com a roupa. No rosto, fez uma maquiagem leve e finalizou com um batom de cor neutra. Passou perfume e pegou sua bolsa antes de sair do quarto, descendo até a porta de entrada.
Dentro de casa estava quente graças ao aquecimento, mas, ela precisava se aquecer melhor para andar até casa de seus vizinhos, ou congelaria. Por isso, vestiu seu casacão preto antes de pegar os presentes e finalmente sair de casa. Andou rapidamente até a casa ao lado, o vento gelado soprando contra seu rosto e suas pernas descobertas fazendo com que encolhesse seu corpo. Quando chegou, bateu na campainha, e não demorou muito para que a porta se abrisse.
- null! - Robert a cumprimentou com um abraço, dando passagem para ela.
- Boa noite, Robert. - Ela sorriu para o Sr. null.
Ao entrar na casa, seu sorriso se alargou ao observar a decoração de Natal que alegrava o ambiente.
- Lisa e as meninas se empolgaram. - Ele riu e ela o acompanhou. Robert pegou o casaco da colega quando ela o tirou, pendurando-o em um cabide na parede.
- Onde posso deixar os presentes? - null perguntou.
- Você trouxe presentes? - Lisa entrou na sala. - Querida, não precisava...
- É o mínimo que eu podia fazer, Lisa. - null andou até a árvore, deixando-os no canto junto com os outros que já estavam ali. - Não tenho como agradecer por me receberem aqui hoje.
O casal sorriu para ela. Robert disse algo sobre verificar algo na cozinha e Lisa se aproximou, dando um abraço na mulher.
- Você é admirável, null. Sua mãe teria muito orgulho da mulher que se tornou. - Ela disse e null sorriu abertamente, seus olhos marejando um pouco ao ouvi-la.
- A senhora não existe, Lisa. Muito obrigada. - null segurou em suas mãos.
- Sabe o que eu acharia muito legal? Se você e null fic...
- Boa noite. - A voz de null soou, interrompendo a fala da mãe.
null franziu o cenho, pois ficou curiosa para saber o que Lisa falaria caso null não tivesse aparecido. A mãe, por sua vez, sorriu ao ver seu filho e piscou para null antes de se afastar e seguir até a cozinha atrás de seu marido. null então deu alguns passos em direção a mulher, aproximando seu rosto do dela e beijando sua bochecha. Ele estava incrivelmente lindo e muito, muito cheiroso.
- Oi, null. - null disse quando ele se afastou, respirando fundo para inalar a maior quantidade do seu perfume que pode.
- Você tá linda. - Elogiou e viu as bochechas de null corarem levemente.
- Você também. - Rebateu, fazendo null abrir um sorriso ladino, soando até um pouco convencido.
Os dois se encararam por um momento, sem saber o que falar ou fazer, até que Dodger apareceu, praticamente pulando em cima de null, fazendo-a rir. null repreendeu o cachorro e ele se sentou ao lado do dono, mas ainda continuou afobado.
- Ele gosta de você. - null comentou, afagando a cabeça do cão.
null sorriu e se abaixou, ficando na altura do cachorro.
- Eu também gosto dele, não é, Dodger? - Segurou a cabeça dele entre as mãos, fazendo carinho em seu rosto.
O cachorro lambeu sua mão em retribuição e null riu, levantando-se logo depois. null fez sinal para que eles fossem até o sofá e assim o fizeram. Dodger os seguiu, deitando-se ao lado do sofá.
- Seus irmãos? - Perguntou assim que se sentou no sofá.
- Shanna deve estar terminando de se arrumar, Scott e Carly devem chegar a qualquer momento.
null assentiu, o assunto morrendo novamente. Era estranho, já que ontem eles tinham tanto a falar e hoje, estavam faltando palavras. O silêncio permaneceu por alguns segundos, até null quebra-lo.
- Quer beber alguma coisa? - Ele perguntou, levantando-se e andando até o bar.
- O que tem aí? - null quis saber.
- Whisky, vodka, champagne... - null ia falando conforme via as bebidas no armário. - Credo. Me acompanha na cerveja?
- Por favor. - null riu, aliviada por não ter que beber nenhuma das bebidas que ele citou antes.
Ela perdia bastante a noção, principalmente quando se tratava de vodka.
null logo retornou com duas cervejas em mãos, sentando-se ao lado dela no sofá. Abriu as duas e entregou uma a null. Os dois aproximaram suas garrafas, batendo uma na outra em um breve brinde antes de tomar o primeiro gole.
- Nem me esperaram pra começar a beber, poxa. - Shanna apareceu na sala, aproximando-se de null para cumprimenta-la com um beijo no rosto antes de seguir para o bar e pegar uma cerveja para si.
- Ninguém manda demorar anos pra se arrumar. - null brincou e a irmã revirou os olhos, sentando-se em uma das poltronas vazias.
- Não é fácil ficar bonita desse jeito. - Shanna respondeu e mandou um beijinho para null, fazendo-o rir.
- Como se você já não fosse bonita, né, Shanna? - null entrou na conversa e a mulher sorriu em agradecimento.
- Gosto de você. - Shanna riu, esticando sua garrafa até perto de null para brindar. - É impressão minha ou a árvore tá com mais presentes que antes?
- Não é impressão. - null deu um gole em sua cerveja. - Eu trouxe presentes.
- Nossa, gosto mais ainda de você agora. - Shanna confessou, fazendo null rir e null revirar os olhos.
- Interesseira. - Ele tossiu para disfarçar o que falou e a irmã lhe mostrou o dedo do meio.
Eles ainda estavam rindo quando Scott e Carly chegaram. Os dois cumprimentaram os irmãos e null, indo até a cozinha em seguida para cumprimentar os pais antes de finalmente se sentarem na sala.
- Eu tô com muita fome. - Scott comentou, colocando as mãos na barriga. - Será que a mãe vai servir o jantar só perto das 22h mesmo?
- Acho que sim. Mas ela disse que esse ano vamos abrir os presentes depois da meia noite, não vamos esperar até amanhã. - Shanna comemorou.
- Meu Deus, Shan, Natal é só sobre os presentes pra você? - Carly perguntou, roubando a cerveja da mão de null, mesmo ouvindo os protestos dele.
- Claro que não. - Respondeu, séria. - Mas é grande parte.
Os irmãos reviraram os olhos e null riu, esvaziando sua long neck e colocando-a em cima da mesa.
- Mais uma? - null perguntou, já se levantando.
- Pode ser. - null deu de ombros.
- Trás uma pra mim. - Scott pediu.
- E pra mim. - Shanna comentou.
- E outra pra mim. - Carly deu um último gole na cerveja que roubara de null.
- Meu Deus, não são nem 21h e vocês já estão se embebedando? - Robert apareceu na sala, fingindo estar indignado com os filhos e com null. - E com cerveja ainda? Natal pede um whisky. Não foi assim que ensinei a vocês.
Ele arrancou risadas de todos e seguiu até o bar. Serviu duas doses de whisky, uma em cada copo e colocou algumas pedras de gelo. Lisa logo apareceu e Robert deu um dos copos a ela. null retornou para o sofá, entregando as cervejas que havia pego para seus irmãos e null, sentando-se ao lado dela.
- Está quase tudo pronto. Vocês estão com fome? - Lisa perguntou, quebrando o silêncio momentâneo que havia se instalado. Imediatamente todos falaram que sim, menos null, que apenas sorriu. - Certo, eu vou finalizar os pratos. Meninas, vocês podem me ajudar, por favor?
Carly, Shanna e null se levantaram imediatamente, prontas para ajudar. Porém, null segurou o punho de null, fazendo com que ela o olhasse.
- Você não precisa. - Ele disse e ela balançou a cabeça em negação, sorrindo para ele.
- Não vou me sentir bem em não ajudar. - null explicou e deixou sua cerveja na mesinha de centro.
- Mãe, diz pra null que ela não... - null falou um pouco alto, mas null o olhou feio e ele parou de falar, abrindo um sorriso inocente.
- Já volto. - Ela avisou e sorriu antes de seguir o restante das mulheres para a cozinha.
Mesmo com os protestos de Lisa, null fez questão de ajudar. Em poucos minutos os pratos já estavam todos na mesa de jantar e a família se sentou para comer, juntamente com null. Comeram em meio a risadas, os assuntos variando muito, desde a vida pessoal de cada um, até a carreira de null, o trabalho de Scott, e a clínica de odontologia do Sr. null. Depois, comeram a sobremesa, que era uma deliciosa torta de chocolate com morangos que Carly havia feito.
O tempo passou rápido e, quando viram, já era quase meia noite - hora de desejar Feliz Natal e abrir os tão esperados presentes. A família primeiro trocou os presentes entre si e null se divertiu muito ao observa-los. Os null eram uma família cheia de amor, e, acima de tudo, havia muita cumplicidade entre eles. Shanna era a mais empolgada, parecia uma criança reagindo a cada um que ganhava. Para a surpresa de null, ela recebeu presentes também. Dois vindos de Lisa e Robert, um vindo dos três irmãos e um em especial dado por null. Os dois primeiros eram relacionados a odontologia: um jaleco novo com seu nome bordado e um quadro para decorar seu consultório. O segundo presente foi um perfume, muito bom, por sinal. E o terceiro... Ah, esse foi o que ela mais gostou. null havia conseguido, de um dia para o outro, mandar fazer um moletom com a seguinte frase: Captain America used to be my baby-sitter, o que gerou um ataque de risos em null, já que ela havia dito essa frase ontem para ele.
Depois de muito agradecer, foi a vez dela de distribuir seus presentes. Entregou primeiro os dos irmãos e dos pais de null. Eles adoraram e os agradecimentos foram muitos, mas claro que vieram acompanhados de vários ‘’não precisava’’. Depois, entregou o presente de Dodger para null, que ficou encantado com a atitude da mulher, afinal, ela não havia esquecido nem de seu cachorro. A bandana era simples e ele logo a colocou no cão, que ficou todo pomposo com seu novo acessório. Por último, ela entregou o de null. Era uma camiseta e ele vestiu-a na hora, por cima do suéter que usava, arrancando risadas de todos, porque a frase na camiseta era um tanto quanto irônica: I’m not saying I’m Captain America, I’m just saying no one has ever seen me and Captain America in the same room. Até parecia que os dois haviam combinado os presentes, mas foi apenas uma incrível coincidência.
Passaram mais algum tempo na sala, conversando e bebendo, até que Lisa e Robert se retiraram para dormir, deixando os jovens sozinhos. Depois de muitas long necks, Carly e Scott anunciaram que iam embora. Shanna aproveitou para ir se deitar também, apenas para deixar null e null a sós. Os dois estavam sentados no sofá, dividindo a última cerveja.
- Não acredito que não tem mais. - null reclamou em um muxoxo, fazendo null rir. - O quê?
- Você bebe muito. - Ela comentou, ainda rindo, virando o último gole da cerveja. null abriu a boca, indignado.
- Você não fez isso!
null abriu um sorriso inocente, provocando-o. Ele balançou a cabeça em negação, mas acabou rindo também.
- Isso realmente não se faz. - Ele jogou a cabeça para trás, deitando-a no sofá.
- Eu tenho cerveja na minha casa, relaxa.
Isso foi o suficiente para que null se levantasse e estendesse a mão para ela. null arqueou a sobrancelha.
- Ué, vamos buscar! Não vamos? - null perguntou, tombando a cabeça para o lado.
- null null bêbado é o melhor null null. - null comentou ao se levantar, pegando a mão dele.
Ele começou a andar, praticamente a puxando, fazendo-a rir e andar um pouco torto. null parou no meio do caminho para vestir seu casaco, mas null continuou e abriu a porta. Uma brisa gelada o atingiu, fazendo com que ele se encolhesse.
- Não vai por casaco, não? - Ela perguntou, cruzando os braços para tentar se aquecer.
- Não, vamos rápido. - Novamente ele a pegou pela mão, puxando-a para fora.
Os dois desceram os poucos degraus com certa pressa, praticamente correndo em direção a casa de null. Ela teve um pouco de dificuldade por conta do salto que usava, mas logo já estava abrindo a porta para os dois entrarem. null permaneceu parado, observando o interior da casa - que ainda era o mesmo de anos atrás - enquanto a mulher foi até a cozinha para pegar o pack de cerveja. Quando voltou, null sorriu e voltou a puxa-la para fora.
- Meu Deus, pra que tanta pressa? - Ela perguntou enquanto trancava a porta.
- Eu tô com frio! - Ele disse, cruzando os braços e dando alguns pulinhos para se aquecer.
- Eu ainda te perguntei se você não ia colocar um casaco. - Ela revirou os olhos, mas acabou rindo.
Os dois saíram da varanda da casa dela e começaram a andar rapidamente em direção a casa de null, com ele ainda puxando-a pela mão. Estava tudo indo muito bem, até null tropeçar em seus próprios pés e cair sentada na neve. Como estavam de mãos dadas, ela acabou puxando null sem querer e ele caiu ao seu lado, quase em cima dela. Os dois se encararam e começaram a gargalhar, o que durou alguns segundos, até que o riso foi cessando e eles agora apenas se encaravam.
null ia colocar uma mexa de cabelo que insistia em cair pelo seu rosto, atrás de sua orelha, mas null foi mais rápido e fez isso por ela. As mãos dos dois se encostaram e os olhos ainda continuavam fixos um no outro. null tocou a bochecha dela com as costas de sua mão e null abriu um sorriso pequeno. Lentamente ele se aproximou, encostando suas testas. Seus lábios roçaram levemente, até que null começou a tremer.
- Eu tô com muito frio. - Ele soprou contra a boca dela, fazendo-a rir.
Ele se afastou, levantando-se e ajudando ela em seguida. Depois, como se nada tivesse acontecido, eles correram de volta para a casa dele. Rapidamente entraram em casa e null tirou seu casaco e pegou o de null que estava no cabide, entregando-o a ele. Ele mal havia colocado a peça de roupa quando a puxou pela cintura, grudando seus corpos. null só teve tempo de soltar o pack de cervejas no aparador ao lado da porta antes passar seus braços pelo pescoço dele e sentir os lábios de null envolvendo os seus em um beijo.
- Alô?
- Dra. null? - Era a secretária da clínica.
- Oi, Mila. - Sentou-se na cama. - Aconteceu alguma coisa?
- Um paciente de urgência entrou em contato pelo telefone do plantão da clínica, você pode ir atender? Eu ainda não liguei pro Dr. null.
- E nem ligue, Mila. Pode deixar, nos vemos em 15 minutos.
null não pensou duas vezes em aceitar. Levantou-se rapidamente, indo até o banheiro para passar uma água no rosto. Vestiu uma roupa qualquer, colocou uma bota e pegou um de seus jalecos, guardando-o em sua bolsa. Passou uma maquiagem leve somente para disfarçar as olheiras e se perfumou. Desceu as escadas correndo e, antes de sair, ainda passou na cozinha e pegou uma maçã. Tomaria café na clínica.
Em poucos minutos null já estava entrando em seu consultório. Cumprimentou Mila e seguiu para sua sala, a secretária entrando junto com ela.
- Bom dia. - Mila desejou, aproximando-se da mesa de null. - Quer um café?
- Por favor. - null sorriu para a secretária enquanto fechava os botões de seu jaleco. - O paciente já chegou?
- Está a caminho. É uma criança, parece que é um abcesso, a mãe não soube explicar direito... - Mila explicou, andando até a porta. - Aviso quando ele chegar e já venho trazer seu café.
- Muito obrigada, Mila. - null sorriu para a secretária antes de se sentar em sua cadeira e ligar o computador, abrindo o software que usava para controle dos pacientes.
Mila não demorou a voltar com o café, e também avisou que o paciente havia chego. Por isso, null praticamente tomou o líquido de uma vez só, sentindo-o queimar levemente sua boca devido a temperatura. Só então chamou o paciente, que era um garoto de aproximadamente cinco ou seis anos, e deu início ao atendimento.
Já era perto do 12h quando null passou pelas portas do shopping. Era praticamente um inferno estar no shopping em plena véspera de Natal, mas, como decidira passar o Natal com os null em cima da hora, ela não tinha outra escolha. Em sua família, era tradição dar um presente para cada uma das pessoas que estava na noite de Natal - nem que fosse uma meia - e era o mínimo que ela podia fazer, já que não a deixaram ajudar com a ceia. Optou por comprar coisas simples, pois assim seria difícil que eles não gostassem.
Para Robert, comprou uma camisa estilo polo. Para Scott, escolheu uma camiseta azul marinho básica. Para Lisa, comprou uma nécessaire para viagens. Para Shanna e Carly, escolheu duas blusas básicas de cores diferentes, que elas poderiam facilmente usar no dia a dia. Para null, ela comprou uma camiseta relacionada ao Capitão América, que com certeza o faria rir. E por último - mas não menos importante -, comprou uma bandana para Dodger. Depois de encerrar a saga de presentes, null resolveu almoçar por ali mesmo antes de ir para casa.
Cerca de uma hora mais tarde, ela chegou em casa e deixou os presentes perto da porta, para não os esquecer mais tarde. Foi até seu escritório e abriu seu notebook, decidida a trabalhar em um artigo sobre implantes que estava escrevendo e deveria entregar até o final de janeiro. Só parou de escrever quando já eram cerca de 19h e resolveu ir se arrumar, pois deveria estar na casa dos null as 20h30 e ainda precisava tomar um banho. Depois, já de banho tomado, foi se vestir. Colocou uma meia calça transparente e um vestido branco de mangas compridas, estampado com flores vermelhas e alguns detalhes em preto que havia separado mais cedo, em seguida calçando seu sapato de salto alto preto, combinando com a roupa. No rosto, fez uma maquiagem leve e finalizou com um batom de cor neutra. Passou perfume e pegou sua bolsa antes de sair do quarto, descendo até a porta de entrada.
Dentro de casa estava quente graças ao aquecimento, mas, ela precisava se aquecer melhor para andar até casa de seus vizinhos, ou congelaria. Por isso, vestiu seu casacão preto antes de pegar os presentes e finalmente sair de casa. Andou rapidamente até a casa ao lado, o vento gelado soprando contra seu rosto e suas pernas descobertas fazendo com que encolhesse seu corpo. Quando chegou, bateu na campainha, e não demorou muito para que a porta se abrisse.
- null! - Robert a cumprimentou com um abraço, dando passagem para ela.
- Boa noite, Robert. - Ela sorriu para o Sr. null.
Ao entrar na casa, seu sorriso se alargou ao observar a decoração de Natal que alegrava o ambiente.
- Lisa e as meninas se empolgaram. - Ele riu e ela o acompanhou. Robert pegou o casaco da colega quando ela o tirou, pendurando-o em um cabide na parede.
- Onde posso deixar os presentes? - null perguntou.
- Você trouxe presentes? - Lisa entrou na sala. - Querida, não precisava...
- É o mínimo que eu podia fazer, Lisa. - null andou até a árvore, deixando-os no canto junto com os outros que já estavam ali. - Não tenho como agradecer por me receberem aqui hoje.
O casal sorriu para ela. Robert disse algo sobre verificar algo na cozinha e Lisa se aproximou, dando um abraço na mulher.
- Você é admirável, null. Sua mãe teria muito orgulho da mulher que se tornou. - Ela disse e null sorriu abertamente, seus olhos marejando um pouco ao ouvi-la.
- A senhora não existe, Lisa. Muito obrigada. - null segurou em suas mãos.
- Sabe o que eu acharia muito legal? Se você e null fic...
- Boa noite. - A voz de null soou, interrompendo a fala da mãe.
null franziu o cenho, pois ficou curiosa para saber o que Lisa falaria caso null não tivesse aparecido. A mãe, por sua vez, sorriu ao ver seu filho e piscou para null antes de se afastar e seguir até a cozinha atrás de seu marido. null então deu alguns passos em direção a mulher, aproximando seu rosto do dela e beijando sua bochecha. Ele estava incrivelmente lindo e muito, muito cheiroso.
- Oi, null. - null disse quando ele se afastou, respirando fundo para inalar a maior quantidade do seu perfume que pode.
- Você tá linda. - Elogiou e viu as bochechas de null corarem levemente.
- Você também. - Rebateu, fazendo null abrir um sorriso ladino, soando até um pouco convencido.
Os dois se encararam por um momento, sem saber o que falar ou fazer, até que Dodger apareceu, praticamente pulando em cima de null, fazendo-a rir. null repreendeu o cachorro e ele se sentou ao lado do dono, mas ainda continuou afobado.
- Ele gosta de você. - null comentou, afagando a cabeça do cão.
null sorriu e se abaixou, ficando na altura do cachorro.
- Eu também gosto dele, não é, Dodger? - Segurou a cabeça dele entre as mãos, fazendo carinho em seu rosto.
O cachorro lambeu sua mão em retribuição e null riu, levantando-se logo depois. null fez sinal para que eles fossem até o sofá e assim o fizeram. Dodger os seguiu, deitando-se ao lado do sofá.
- Seus irmãos? - Perguntou assim que se sentou no sofá.
- Shanna deve estar terminando de se arrumar, Scott e Carly devem chegar a qualquer momento.
null assentiu, o assunto morrendo novamente. Era estranho, já que ontem eles tinham tanto a falar e hoje, estavam faltando palavras. O silêncio permaneceu por alguns segundos, até null quebra-lo.
- Quer beber alguma coisa? - Ele perguntou, levantando-se e andando até o bar.
- O que tem aí? - null quis saber.
- Whisky, vodka, champagne... - null ia falando conforme via as bebidas no armário. - Credo. Me acompanha na cerveja?
- Por favor. - null riu, aliviada por não ter que beber nenhuma das bebidas que ele citou antes.
Ela perdia bastante a noção, principalmente quando se tratava de vodka.
null logo retornou com duas cervejas em mãos, sentando-se ao lado dela no sofá. Abriu as duas e entregou uma a null. Os dois aproximaram suas garrafas, batendo uma na outra em um breve brinde antes de tomar o primeiro gole.
- Nem me esperaram pra começar a beber, poxa. - Shanna apareceu na sala, aproximando-se de null para cumprimenta-la com um beijo no rosto antes de seguir para o bar e pegar uma cerveja para si.
- Ninguém manda demorar anos pra se arrumar. - null brincou e a irmã revirou os olhos, sentando-se em uma das poltronas vazias.
- Não é fácil ficar bonita desse jeito. - Shanna respondeu e mandou um beijinho para null, fazendo-o rir.
- Como se você já não fosse bonita, né, Shanna? - null entrou na conversa e a mulher sorriu em agradecimento.
- Gosto de você. - Shanna riu, esticando sua garrafa até perto de null para brindar. - É impressão minha ou a árvore tá com mais presentes que antes?
- Não é impressão. - null deu um gole em sua cerveja. - Eu trouxe presentes.
- Nossa, gosto mais ainda de você agora. - Shanna confessou, fazendo null rir e null revirar os olhos.
- Interesseira. - Ele tossiu para disfarçar o que falou e a irmã lhe mostrou o dedo do meio.
Eles ainda estavam rindo quando Scott e Carly chegaram. Os dois cumprimentaram os irmãos e null, indo até a cozinha em seguida para cumprimentar os pais antes de finalmente se sentarem na sala.
- Eu tô com muita fome. - Scott comentou, colocando as mãos na barriga. - Será que a mãe vai servir o jantar só perto das 22h mesmo?
- Acho que sim. Mas ela disse que esse ano vamos abrir os presentes depois da meia noite, não vamos esperar até amanhã. - Shanna comemorou.
- Meu Deus, Shan, Natal é só sobre os presentes pra você? - Carly perguntou, roubando a cerveja da mão de null, mesmo ouvindo os protestos dele.
- Claro que não. - Respondeu, séria. - Mas é grande parte.
Os irmãos reviraram os olhos e null riu, esvaziando sua long neck e colocando-a em cima da mesa.
- Mais uma? - null perguntou, já se levantando.
- Pode ser. - null deu de ombros.
- Trás uma pra mim. - Scott pediu.
- E pra mim. - Shanna comentou.
- E outra pra mim. - Carly deu um último gole na cerveja que roubara de null.
- Meu Deus, não são nem 21h e vocês já estão se embebedando? - Robert apareceu na sala, fingindo estar indignado com os filhos e com null. - E com cerveja ainda? Natal pede um whisky. Não foi assim que ensinei a vocês.
Ele arrancou risadas de todos e seguiu até o bar. Serviu duas doses de whisky, uma em cada copo e colocou algumas pedras de gelo. Lisa logo apareceu e Robert deu um dos copos a ela. null retornou para o sofá, entregando as cervejas que havia pego para seus irmãos e null, sentando-se ao lado dela.
- Está quase tudo pronto. Vocês estão com fome? - Lisa perguntou, quebrando o silêncio momentâneo que havia se instalado. Imediatamente todos falaram que sim, menos null, que apenas sorriu. - Certo, eu vou finalizar os pratos. Meninas, vocês podem me ajudar, por favor?
Carly, Shanna e null se levantaram imediatamente, prontas para ajudar. Porém, null segurou o punho de null, fazendo com que ela o olhasse.
- Você não precisa. - Ele disse e ela balançou a cabeça em negação, sorrindo para ele.
- Não vou me sentir bem em não ajudar. - null explicou e deixou sua cerveja na mesinha de centro.
- Mãe, diz pra null que ela não... - null falou um pouco alto, mas null o olhou feio e ele parou de falar, abrindo um sorriso inocente.
- Já volto. - Ela avisou e sorriu antes de seguir o restante das mulheres para a cozinha.
Mesmo com os protestos de Lisa, null fez questão de ajudar. Em poucos minutos os pratos já estavam todos na mesa de jantar e a família se sentou para comer, juntamente com null. Comeram em meio a risadas, os assuntos variando muito, desde a vida pessoal de cada um, até a carreira de null, o trabalho de Scott, e a clínica de odontologia do Sr. null. Depois, comeram a sobremesa, que era uma deliciosa torta de chocolate com morangos que Carly havia feito.
O tempo passou rápido e, quando viram, já era quase meia noite - hora de desejar Feliz Natal e abrir os tão esperados presentes. A família primeiro trocou os presentes entre si e null se divertiu muito ao observa-los. Os null eram uma família cheia de amor, e, acima de tudo, havia muita cumplicidade entre eles. Shanna era a mais empolgada, parecia uma criança reagindo a cada um que ganhava. Para a surpresa de null, ela recebeu presentes também. Dois vindos de Lisa e Robert, um vindo dos três irmãos e um em especial dado por null. Os dois primeiros eram relacionados a odontologia: um jaleco novo com seu nome bordado e um quadro para decorar seu consultório. O segundo presente foi um perfume, muito bom, por sinal. E o terceiro... Ah, esse foi o que ela mais gostou. null havia conseguido, de um dia para o outro, mandar fazer um moletom com a seguinte frase: Captain America used to be my baby-sitter, o que gerou um ataque de risos em null, já que ela havia dito essa frase ontem para ele.
Depois de muito agradecer, foi a vez dela de distribuir seus presentes. Entregou primeiro os dos irmãos e dos pais de null. Eles adoraram e os agradecimentos foram muitos, mas claro que vieram acompanhados de vários ‘’não precisava’’. Depois, entregou o presente de Dodger para null, que ficou encantado com a atitude da mulher, afinal, ela não havia esquecido nem de seu cachorro. A bandana era simples e ele logo a colocou no cão, que ficou todo pomposo com seu novo acessório. Por último, ela entregou o de null. Era uma camiseta e ele vestiu-a na hora, por cima do suéter que usava, arrancando risadas de todos, porque a frase na camiseta era um tanto quanto irônica: I’m not saying I’m Captain America, I’m just saying no one has ever seen me and Captain America in the same room. Até parecia que os dois haviam combinado os presentes, mas foi apenas uma incrível coincidência.
Passaram mais algum tempo na sala, conversando e bebendo, até que Lisa e Robert se retiraram para dormir, deixando os jovens sozinhos. Depois de muitas long necks, Carly e Scott anunciaram que iam embora. Shanna aproveitou para ir se deitar também, apenas para deixar null e null a sós. Os dois estavam sentados no sofá, dividindo a última cerveja.
- Não acredito que não tem mais. - null reclamou em um muxoxo, fazendo null rir. - O quê?
- Você bebe muito. - Ela comentou, ainda rindo, virando o último gole da cerveja. null abriu a boca, indignado.
- Você não fez isso!
null abriu um sorriso inocente, provocando-o. Ele balançou a cabeça em negação, mas acabou rindo também.
- Isso realmente não se faz. - Ele jogou a cabeça para trás, deitando-a no sofá.
- Eu tenho cerveja na minha casa, relaxa.
Isso foi o suficiente para que null se levantasse e estendesse a mão para ela. null arqueou a sobrancelha.
- Ué, vamos buscar! Não vamos? - null perguntou, tombando a cabeça para o lado.
- null null bêbado é o melhor null null. - null comentou ao se levantar, pegando a mão dele.
Ele começou a andar, praticamente a puxando, fazendo-a rir e andar um pouco torto. null parou no meio do caminho para vestir seu casaco, mas null continuou e abriu a porta. Uma brisa gelada o atingiu, fazendo com que ele se encolhesse.
- Não vai por casaco, não? - Ela perguntou, cruzando os braços para tentar se aquecer.
- Não, vamos rápido. - Novamente ele a pegou pela mão, puxando-a para fora.
Os dois desceram os poucos degraus com certa pressa, praticamente correndo em direção a casa de null. Ela teve um pouco de dificuldade por conta do salto que usava, mas logo já estava abrindo a porta para os dois entrarem. null permaneceu parado, observando o interior da casa - que ainda era o mesmo de anos atrás - enquanto a mulher foi até a cozinha para pegar o pack de cerveja. Quando voltou, null sorriu e voltou a puxa-la para fora.
- Meu Deus, pra que tanta pressa? - Ela perguntou enquanto trancava a porta.
- Eu tô com frio! - Ele disse, cruzando os braços e dando alguns pulinhos para se aquecer.
- Eu ainda te perguntei se você não ia colocar um casaco. - Ela revirou os olhos, mas acabou rindo.
Os dois saíram da varanda da casa dela e começaram a andar rapidamente em direção a casa de null, com ele ainda puxando-a pela mão. Estava tudo indo muito bem, até null tropeçar em seus próprios pés e cair sentada na neve. Como estavam de mãos dadas, ela acabou puxando null sem querer e ele caiu ao seu lado, quase em cima dela. Os dois se encararam e começaram a gargalhar, o que durou alguns segundos, até que o riso foi cessando e eles agora apenas se encaravam.
null ia colocar uma mexa de cabelo que insistia em cair pelo seu rosto, atrás de sua orelha, mas null foi mais rápido e fez isso por ela. As mãos dos dois se encostaram e os olhos ainda continuavam fixos um no outro. null tocou a bochecha dela com as costas de sua mão e null abriu um sorriso pequeno. Lentamente ele se aproximou, encostando suas testas. Seus lábios roçaram levemente, até que null começou a tremer.
- Eu tô com muito frio. - Ele soprou contra a boca dela, fazendo-a rir.
Ele se afastou, levantando-se e ajudando ela em seguida. Depois, como se nada tivesse acontecido, eles correram de volta para a casa dele. Rapidamente entraram em casa e null tirou seu casaco e pegou o de null que estava no cabide, entregando-o a ele. Ele mal havia colocado a peça de roupa quando a puxou pela cintura, grudando seus corpos. null só teve tempo de soltar o pack de cervejas no aparador ao lado da porta antes passar seus braços pelo pescoço dele e sentir os lábios de null envolvendo os seus em um beijo.
Quatro
null estava na varanda de sua casa, sentada no banco que havia ali. Em suas mãos, tinha uma caneca de chocolate quente, o que ajudava a mantê-las aquecidas. Suas pernas estavam cruzadas, cobertas por uma manta. Estava frio, mas agradável - nada com que ela já não estivesse acostumada. Enquanto observava a neve cair e deixar a rua ainda mais branca, seu pensamento voou para null.
Já haviam se passado dois dias desde o Natal. Depois do beijo que trocaram, eles ainda passaram mais um tempo juntos antes de null ir para casa. Era como se ela estivesse nas nuvens. A sensação de ter os lábios dele nos seus não era algo fácil de ser esquecido. O cheiro único que ele tinha, o toque firme de suas mãos... Tudo que conseguia pensar era que nunca, em toda sua vida, ela imaginou que ficaria com null null, o garoto que costumava ser sua babá e que agora era um ator conhecido no mundo inteiro. Era, de certa forma, um pouco surreal.
Em um timing perfeito, o celular de null vibrou, anunciando uma nova mensagem de null. Rapidamente ela desbloqueou o aparelho para ler.
null: Eu e você. Jantar hoje, as 20h. Topa?
Claro que ela topava. Não demorou a responder, dizendo que sim. Cerca de um minuto depois, chegou outra mensagem de null, avisando que já havia feito reserva para os dois no melhor restaurante da cidade e que estaria na porta da casa dela as oito horas em ponto para irem até o restaurante. null sorriu sozinha e encostou sua cabeça na janela que ficava atrás do banco.
Era oficial. Ela agora tinha um encontro de verdade com null null.
⁂
Em seu quarto, na casa de seus pais, null estava deitado na cama mexendo em seu celular. Checou seu twitter, respondendo algumas menções de seus colegas de elenco e alfinetando alguns políticos – seu passatempo preferido - até que uma notificação de chamada de vídeo feita por Sebastian Stan apareceu na tela.
- E aí, Seb! - Cumprimentou ao aceitar a ligação e ver Sebastian do outro lado da tela.
- null! - Stan respondeu empolgado, abrindo um sorriso imenso ao ver o amigo. - Como estão as coisas por aí? Feliz Natal, cara. Mandou um abraço pra sua família?
- Feliz Natal, Seb. Claro que mandei, todos agradeceram e Shanna disse que ano que vem se eu não trouxer você pra cá, sou um homem morto. - Ele contou, fazendo o amigo gargalhar. - Mas enfim, aqui tá tudo muito bem. E por aí? Como foi no Brasil?
- Foi incrível. Incrível! - Sebastian sorriu, bagunçando seu cabelo. - Os fãs realmente são demais e o evento foi enorme. O país é maravilhoso, queria muito ter feito turismo, mas realmente não tinha como. Você deveria ir qualquer hora dessas. Aliás, deveríamos ir juntos.
- Eu concordo, mas, nunca me convidaram. - null fez drama e Sebastian riu, revirando os olhos.
- Cala a boca, seu cachê que é muito caro, Capitão América. - Stan argumentou e null riu, concordando.
- Mas falando sério, tenho vontade de ir. Quem sabe no próximo ano não dê certo? - Ponderou e Sebastian deu de ombros, concordando com a cabeça. - Conheceu alguma brasileira?
- Pra falar a verdade, sim! Muito bonita e muito legal, por sinal. - Seb sorriu, convencido.
- Bonita eu imagino que realmente ela devia ser, porque brasileiras são lindas. Mas, legal? Só legal? Sebastian, não foi assim que te ensinei...
- Eu não vou ter fofoca pra te contar se abrir a boca agora! - Stan riu e null acabou por concordar. - Enfim, cara, eu só liguei mesmo pra desejar Feliz Natal e saber como você tá. Já tô com saudade, Steve.
- Eu também, Bucky. - null falou e Sebastian riu. - Falou então, cara. Nos vemos quando eu voltar?
- Por favor, já tô sentindo falta de roubar suas roupas. - Sebastian riu e mexeu o celular e null pôde ver que ele vestia um de seus suéteres. Ele riu, balançando a cabeça em negação.
- Parece até que não tem roupa em casa. Até mais, Seb. - null ainda ria quando se despediu.
- Nos vemos. - Foi o que Sebastian disse antes de finalizar a chamada.
A próxima coisa que fez foi checar o horário, levantando imediatamente quando viu que já eram quase 19h30. Tomou uma ducha rápida e depois se vestiu. Antes de sair do quarto, ainda ajeitou seu cabelo e passou perfume. Desceu as escadas, passando rápido por seus pais para não lhes dar tempo de fazerem muitos comentários inconvenientes – já não bastava Shanna lhe importunando a tarde inteira. Colocou seu casaco e saiu de casa.
O tempo estava estranho. O céu tinha um tom muito escuro e nevava bastante. Se quisessem chegar a tempo no restaurante, teriam que ser rápidos. Com esse pensamento em mente, null apressou os passos e logo estava batendo na campainha da casa de null. Não demorou para que ela abrisse a porta.
- Oi. - Ele a cumprimentou, aproximando-se para lhe dar um selinho.
- Oi, entra. - Ela sorriu, praticamente puxando-o para dentro. - Eu me atrasei um pouco, você espera? Pode ficar à vontade.
null assentiu, silenciosamente torcendo para que null se arrumasse rápido. Enquanto a mulher subia as escadas provavelmente em direção ao seu quarto, ele andou até a sala e se sentou no sofá, mexendo em seu celular para passar o tempo. Depois de alguns minutos, olhou pela janela, vendo que o tempo estava ainda pior que antes. Agora ventava muito e a neve havia aumentado. Se levantou, um pouco impaciente, com medo de que não conseguissem sair de casa. Andou pela sala, observando os vários porta-retratos que decoravam o local. Sorriu ao ver uma foto de null e Louis com seus pais. Não devia ser muito antiga, já que ela estava bem parecida com agora. De repente, as luzes se apagaram e null ouviu um gritinho vindo do andar de cima.
- null? - null chamou e ele ligou a lanterna de seu celular, iluminando o ambiente e ela logo apareceu no topo da escada. - Levei um susto e quase enfiei o rímel no olho.
Ele riu e subiu alguns degraus, estendendo a mão para que ela descesse com ele.
- Acho que não vamos mais conseguir sair. - null disse e suspirou em seguida. - Tá nevando e ventando muito.
- Tem previsão de nevasca? Não vi... - null fez um biquinho e andou até uma das janelas, observando a tempestade de neve do lado de fora.
- O que vamos fazer? - Ele questionou quando ela se afastou da janela.
- Primeiro eu vou dar um jeito de iluminar essa casa, acho que tenho algumas luzes de emergência guardadas em algum lugar... - Comentou, andando até a sala e abrindo algumas gavetas, até encontra-las. - Aqui. - Entregou duas para null e seguiu para a cozinha, com ele em seu encalço. - E acho que vamos precisar cozinhar algo, né?
null deu um sorriso nervoso. Ele era muito atrapalhado na cozinha, não sabia se queria mostrar isso a mulher já na primeira noite.
- Certo, e o que você tem em mente? - Perguntou, ligando as luzes e posicionando elas em um local estratégico para que iluminasse todo o ambiente.
- Risoto? - Questionou, apoiando-se na bancada da cozinha.
null se aproximou e colocou seus braços na bancada, um de cada lado do corpo de null, prensando-a contra o móvel. Os dois se encaravam e null balançou a cabeça em confirmação, concordando com a ideia dela. Aproximou-se e grudou seu nariz no da mulher, vendo-a sorrir levemente.
- Risoto é uma ótima ideia. - Soprou contra seus lábios antes de dar início a um beijo rápido.
Quando se separaram, null tinha um sorriso nos lábios, que contagiou null. Eles ainda trocaram um selinho antes de se afastarem para iniciar os preparativos do jantar. Ela ficou responsável por cortar a cebola e o alho-poró e o fez rapidamente, enquanto null levou muitos minutos para picar somente o alho. Não demorou para que tudo estivesse na panela junto com vinho branco, arroz, um pouco de sal e queijo para dar um toque especial. Enquanto null mexia na panela, esperando o arroz cozinhar, null a abraçava por trás. Ele afastou alguns fios de cabelo dela de seu pescoço e passou a beijar o local, fazendo com que a mulher se arrepiasse e encolhesse seu corpo.
- Se isso aqui queimar, já aviso que a culpa vai ser sua por ficar me provocando. - Fechou os olhos por um momento, aproveitando as sensações que os lábios dele em sua pele despertavam.
- Eu não tô fazendo nada. - Respondeu contra o pescoço de null e sentiu ela se encolher mais ainda. Riu baixo, deixando alguns selinhos no local antes de vira-la para si. - Você tá muito cheirosa.
- Especialmente pra você. - null disse e ele sorriu, roubando um beijo rápido dela. - Tá quase pronto. Mexe aqui pra eu colocar a mesa pra gente?
null balançou a cabeça em confirmação e pegou a colher da mão de null, continuando a mexer na panela. Ela andou até o armário e pegou tudo o que precisava, indo para a sala e levando uma luz consigo para iluminar o ambiente. Aproximou-se da mesa de jantar, colocando os pratos lado a lado. Arrumou os talheres, guardanapos e, por último, duas taças de vinho finalizaram a arrumação. Voltou para a cozinha a tempo de ver null desligando o fogo.
- Não entendo muito bem, mas acho que tá pronto.
- Tá ótimo. - null sorriu e pegou um prato de vidro para servir o risoto.
Depois, os dois seguiram até a sala, onde escolheram um vinho. Sentaram-se juntos, lado a lado. As pequenas luzes de emergência iluminavam o ambiente. Não era o melhor restaurante da cidade, mas estava perfeito para um primeiro encontro. null abriu o vinho, servindo as duas taças, pegando uma para si e entregando a outra para null.
- Um brinde... - Ele começou, arqueando a sobrancelha para ela, sem saber muito o que falar.
- ...ao nosso reencontro. - null completou e viu o sorriso de null se alargar, contagiando-a.
Eles encostaram as taças levemente antes de bebericarem um pouco do líquido. Deixaram a bebida de lado e juntaram seus lábios em um selinho rápido antes de finalmente começarem a comer.
- Isso tá incrível. - Elogiou, sorrindo para a mulher.
- É uma das minhas especialidades. - Ela se gabou, fazendo-o rir levemente.
- Assim eu vou querer provar as outras, null.
null demorou um pouco a responder, sorrindo ao ouvir null chama-la pelo apelido depois de tantos anos.
- Será um prazer cozinhar pra você, null. Só me promete que vai agilizar um pouco o processo de picar o alho. - Ela riu e ele fez uma careta, mas assentiu.
- Vamos ter mais encontros, então? - Ele soltou seu garfo no prato e virou-se de frente para ela, que fez o mesmo.
- Não sei. Você quer ter mais encontros? - null tombou a cabeça pra o lado, um sorriso um pouco ansioso tomando conta de seus lábios.
- Depende. - null ponderou, fingindo estar pensativo. - Contanto que você entenda que não vai ter como acontecer com tanta frequência...
O sorriso de null murchou um pouco, mas ela balançou a cabeça em confirmação. A quem ela queria enganar? Ele morava em Nova Iorque e ela em Sudbury. Era óbvio que ela e null não conseguiriam ter um relacionamento normal, aliás, estavam ficando há pouquíssimo tempo, não dava nem para chamar de relacionamento. A verdade é que eles sentiam como se estivessem juntos há algum tempo, tamanha era a intensidade do carinho que sentiam um pelo outro e da conexão que tinham quando estavam juntos. Ficar com null era incrível, e ela estaria mentindo se dissesse que não estava completamente encantada pelo ator. Mas, ela compreendia, e foi por isso que balançou a cabeça em confirmação.
- Então, terão outros encontros. - Ele confirmou, abrindo um sorriso. - Isso não é um atestado de relac...
- Eu sei disso. - null o interrompeu rapidamente e ele arqueou as sobrancelhas, um pouco surpreso. - Eu sei disso, null. - Ela repetiu, agora devagar. - E tá tudo bem.
E realmente estava. Ela iria aproveitar o momento. O que tivesse que acontecer, aconteceria, ela pensando nisso ou não.
- Mesmo?
- Mesmo.
null sorriu e levou sua mão até o rosto da mulher, acariciando sua bochecha levemente antes de se aproximar, roçando seus lábios nos dela. Trocaram alguns selinhos antes de voltar a saborear o delicioso risoto feito por eles.
Alguns minutos depois, os dois já haviam levado a louça utilizada para a cozinha e guardado o pouco que sobrou do risoto na geladeira. A luz ainda não tinha voltado, por isso, decidiram ligar a lareira, pois a casa estava começando a ficar gelada, já que o sistema de aquecimento precisava de energia para funcionar. Enquanto null acendia o fogo, null foi até seu quarto e pegou algumas cobertas e travesseiros. Quando voltou para a sala, null a ajudou a afastar a mesa de centro em frente a lareira e ela arrumou uma espécie de cama improvisada no chão, espalhando as cobertas para que deitassem em uma superfície macia. Colocou as almofadas apoiadas no sofá e sorriu, satisfeita com o resultado.
- Pronto, agora não vamos mais passar frio. - Ela sorriu e null concordou, puxando-a pela cintura, mantendo seus corpos grudados. - Quer mais vinho?
Ele balançou a cabeça em negação.
- Mais tarde. - Respondeu sem tirar os olhos dos dela. - Agora eu quero aproveitar a noite com você.
null sorriu abertamente e passou seus braços ao redor do pescoço de null. Uma de suas mãos deslizou até a nuca do ator, onde ela entrelaçou seus dedos, fazendo carinho em seu cabelo. Ele sorriu e juntou sua mão a dela, lentamente se afastando apenas para se sentar nas cobertas. null se ajeitou deitado e esperou até que null fizesse o mesmo para aconchega-la em seus braços. Eles trocaram um olhar significativo antes de null se virar e ficar por cima de null, iniciando um dos muitos beijos que seriam trocados naquela noite. Não demorou para que o clima na sala esquentasse - e não foi só por causa do fogo que emanava da lareira.
⁂
null acordou com seu celular vibrando. Uma mensagem de sua mãe piscava na tela, dizendo a ele para não se atrasar, pois logo tinha que estar no aeroporto. Ele suspirou, bloqueando o aparelho e virando seu rosto para o lado, encontrando null em sono profundo. A feição serena da mulher o fez sorrir. Como se soubesse que estava sendo observada, ela se mexeu, encolhendo-se e envolvendo seu corpo nu com a coberta, para depois se virar um pouco para o outro lado. Ele aproximou os lábios da testa de null e depositou um beijo levemente no local antes de se levantar e se dar conta de que também estava nu. Ele deu de ombros e riu, olhando para os lados e procurando suas roupas. Assim que as encontrou, se vestiu rapidamente para não se atrasar. Foi até o aparador, onde tinha visto na noite anterior um bloco de papel e uma caneta, e escreveu um bilhete para null antes de dar mais um beijo em sua testa e sair silenciosamente da casa dela.
Já haviam se passado dois dias desde o Natal. Depois do beijo que trocaram, eles ainda passaram mais um tempo juntos antes de null ir para casa. Era como se ela estivesse nas nuvens. A sensação de ter os lábios dele nos seus não era algo fácil de ser esquecido. O cheiro único que ele tinha, o toque firme de suas mãos... Tudo que conseguia pensar era que nunca, em toda sua vida, ela imaginou que ficaria com null null, o garoto que costumava ser sua babá e que agora era um ator conhecido no mundo inteiro. Era, de certa forma, um pouco surreal.
Em um timing perfeito, o celular de null vibrou, anunciando uma nova mensagem de null. Rapidamente ela desbloqueou o aparelho para ler.
null: Eu e você. Jantar hoje, as 20h. Topa?
Claro que ela topava. Não demorou a responder, dizendo que sim. Cerca de um minuto depois, chegou outra mensagem de null, avisando que já havia feito reserva para os dois no melhor restaurante da cidade e que estaria na porta da casa dela as oito horas em ponto para irem até o restaurante. null sorriu sozinha e encostou sua cabeça na janela que ficava atrás do banco.
Era oficial. Ela agora tinha um encontro de verdade com null null.
Em seu quarto, na casa de seus pais, null estava deitado na cama mexendo em seu celular. Checou seu twitter, respondendo algumas menções de seus colegas de elenco e alfinetando alguns políticos – seu passatempo preferido - até que uma notificação de chamada de vídeo feita por Sebastian Stan apareceu na tela.
- E aí, Seb! - Cumprimentou ao aceitar a ligação e ver Sebastian do outro lado da tela.
- null! - Stan respondeu empolgado, abrindo um sorriso imenso ao ver o amigo. - Como estão as coisas por aí? Feliz Natal, cara. Mandou um abraço pra sua família?
- Feliz Natal, Seb. Claro que mandei, todos agradeceram e Shanna disse que ano que vem se eu não trouxer você pra cá, sou um homem morto. - Ele contou, fazendo o amigo gargalhar. - Mas enfim, aqui tá tudo muito bem. E por aí? Como foi no Brasil?
- Foi incrível. Incrível! - Sebastian sorriu, bagunçando seu cabelo. - Os fãs realmente são demais e o evento foi enorme. O país é maravilhoso, queria muito ter feito turismo, mas realmente não tinha como. Você deveria ir qualquer hora dessas. Aliás, deveríamos ir juntos.
- Eu concordo, mas, nunca me convidaram. - null fez drama e Sebastian riu, revirando os olhos.
- Cala a boca, seu cachê que é muito caro, Capitão América. - Stan argumentou e null riu, concordando.
- Mas falando sério, tenho vontade de ir. Quem sabe no próximo ano não dê certo? - Ponderou e Sebastian deu de ombros, concordando com a cabeça. - Conheceu alguma brasileira?
- Pra falar a verdade, sim! Muito bonita e muito legal, por sinal. - Seb sorriu, convencido.
- Bonita eu imagino que realmente ela devia ser, porque brasileiras são lindas. Mas, legal? Só legal? Sebastian, não foi assim que te ensinei...
- Eu não vou ter fofoca pra te contar se abrir a boca agora! - Stan riu e null acabou por concordar. - Enfim, cara, eu só liguei mesmo pra desejar Feliz Natal e saber como você tá. Já tô com saudade, Steve.
- Eu também, Bucky. - null falou e Sebastian riu. - Falou então, cara. Nos vemos quando eu voltar?
- Por favor, já tô sentindo falta de roubar suas roupas. - Sebastian riu e mexeu o celular e null pôde ver que ele vestia um de seus suéteres. Ele riu, balançando a cabeça em negação.
- Parece até que não tem roupa em casa. Até mais, Seb. - null ainda ria quando se despediu.
- Nos vemos. - Foi o que Sebastian disse antes de finalizar a chamada.
A próxima coisa que fez foi checar o horário, levantando imediatamente quando viu que já eram quase 19h30. Tomou uma ducha rápida e depois se vestiu. Antes de sair do quarto, ainda ajeitou seu cabelo e passou perfume. Desceu as escadas, passando rápido por seus pais para não lhes dar tempo de fazerem muitos comentários inconvenientes – já não bastava Shanna lhe importunando a tarde inteira. Colocou seu casaco e saiu de casa.
O tempo estava estranho. O céu tinha um tom muito escuro e nevava bastante. Se quisessem chegar a tempo no restaurante, teriam que ser rápidos. Com esse pensamento em mente, null apressou os passos e logo estava batendo na campainha da casa de null. Não demorou para que ela abrisse a porta.
- Oi. - Ele a cumprimentou, aproximando-se para lhe dar um selinho.
- Oi, entra. - Ela sorriu, praticamente puxando-o para dentro. - Eu me atrasei um pouco, você espera? Pode ficar à vontade.
null assentiu, silenciosamente torcendo para que null se arrumasse rápido. Enquanto a mulher subia as escadas provavelmente em direção ao seu quarto, ele andou até a sala e se sentou no sofá, mexendo em seu celular para passar o tempo. Depois de alguns minutos, olhou pela janela, vendo que o tempo estava ainda pior que antes. Agora ventava muito e a neve havia aumentado. Se levantou, um pouco impaciente, com medo de que não conseguissem sair de casa. Andou pela sala, observando os vários porta-retratos que decoravam o local. Sorriu ao ver uma foto de null e Louis com seus pais. Não devia ser muito antiga, já que ela estava bem parecida com agora. De repente, as luzes se apagaram e null ouviu um gritinho vindo do andar de cima.
- null? - null chamou e ele ligou a lanterna de seu celular, iluminando o ambiente e ela logo apareceu no topo da escada. - Levei um susto e quase enfiei o rímel no olho.
Ele riu e subiu alguns degraus, estendendo a mão para que ela descesse com ele.
- Acho que não vamos mais conseguir sair. - null disse e suspirou em seguida. - Tá nevando e ventando muito.
- Tem previsão de nevasca? Não vi... - null fez um biquinho e andou até uma das janelas, observando a tempestade de neve do lado de fora.
- O que vamos fazer? - Ele questionou quando ela se afastou da janela.
- Primeiro eu vou dar um jeito de iluminar essa casa, acho que tenho algumas luzes de emergência guardadas em algum lugar... - Comentou, andando até a sala e abrindo algumas gavetas, até encontra-las. - Aqui. - Entregou duas para null e seguiu para a cozinha, com ele em seu encalço. - E acho que vamos precisar cozinhar algo, né?
null deu um sorriso nervoso. Ele era muito atrapalhado na cozinha, não sabia se queria mostrar isso a mulher já na primeira noite.
- Certo, e o que você tem em mente? - Perguntou, ligando as luzes e posicionando elas em um local estratégico para que iluminasse todo o ambiente.
- Risoto? - Questionou, apoiando-se na bancada da cozinha.
null se aproximou e colocou seus braços na bancada, um de cada lado do corpo de null, prensando-a contra o móvel. Os dois se encaravam e null balançou a cabeça em confirmação, concordando com a ideia dela. Aproximou-se e grudou seu nariz no da mulher, vendo-a sorrir levemente.
- Risoto é uma ótima ideia. - Soprou contra seus lábios antes de dar início a um beijo rápido.
Quando se separaram, null tinha um sorriso nos lábios, que contagiou null. Eles ainda trocaram um selinho antes de se afastarem para iniciar os preparativos do jantar. Ela ficou responsável por cortar a cebola e o alho-poró e o fez rapidamente, enquanto null levou muitos minutos para picar somente o alho. Não demorou para que tudo estivesse na panela junto com vinho branco, arroz, um pouco de sal e queijo para dar um toque especial. Enquanto null mexia na panela, esperando o arroz cozinhar, null a abraçava por trás. Ele afastou alguns fios de cabelo dela de seu pescoço e passou a beijar o local, fazendo com que a mulher se arrepiasse e encolhesse seu corpo.
- Se isso aqui queimar, já aviso que a culpa vai ser sua por ficar me provocando. - Fechou os olhos por um momento, aproveitando as sensações que os lábios dele em sua pele despertavam.
- Eu não tô fazendo nada. - Respondeu contra o pescoço de null e sentiu ela se encolher mais ainda. Riu baixo, deixando alguns selinhos no local antes de vira-la para si. - Você tá muito cheirosa.
- Especialmente pra você. - null disse e ele sorriu, roubando um beijo rápido dela. - Tá quase pronto. Mexe aqui pra eu colocar a mesa pra gente?
null balançou a cabeça em confirmação e pegou a colher da mão de null, continuando a mexer na panela. Ela andou até o armário e pegou tudo o que precisava, indo para a sala e levando uma luz consigo para iluminar o ambiente. Aproximou-se da mesa de jantar, colocando os pratos lado a lado. Arrumou os talheres, guardanapos e, por último, duas taças de vinho finalizaram a arrumação. Voltou para a cozinha a tempo de ver null desligando o fogo.
- Não entendo muito bem, mas acho que tá pronto.
- Tá ótimo. - null sorriu e pegou um prato de vidro para servir o risoto.
Depois, os dois seguiram até a sala, onde escolheram um vinho. Sentaram-se juntos, lado a lado. As pequenas luzes de emergência iluminavam o ambiente. Não era o melhor restaurante da cidade, mas estava perfeito para um primeiro encontro. null abriu o vinho, servindo as duas taças, pegando uma para si e entregando a outra para null.
- Um brinde... - Ele começou, arqueando a sobrancelha para ela, sem saber muito o que falar.
- ...ao nosso reencontro. - null completou e viu o sorriso de null se alargar, contagiando-a.
Eles encostaram as taças levemente antes de bebericarem um pouco do líquido. Deixaram a bebida de lado e juntaram seus lábios em um selinho rápido antes de finalmente começarem a comer.
- Isso tá incrível. - Elogiou, sorrindo para a mulher.
- É uma das minhas especialidades. - Ela se gabou, fazendo-o rir levemente.
- Assim eu vou querer provar as outras, null.
null demorou um pouco a responder, sorrindo ao ouvir null chama-la pelo apelido depois de tantos anos.
- Será um prazer cozinhar pra você, null. Só me promete que vai agilizar um pouco o processo de picar o alho. - Ela riu e ele fez uma careta, mas assentiu.
- Vamos ter mais encontros, então? - Ele soltou seu garfo no prato e virou-se de frente para ela, que fez o mesmo.
- Não sei. Você quer ter mais encontros? - null tombou a cabeça pra o lado, um sorriso um pouco ansioso tomando conta de seus lábios.
- Depende. - null ponderou, fingindo estar pensativo. - Contanto que você entenda que não vai ter como acontecer com tanta frequência...
O sorriso de null murchou um pouco, mas ela balançou a cabeça em confirmação. A quem ela queria enganar? Ele morava em Nova Iorque e ela em Sudbury. Era óbvio que ela e null não conseguiriam ter um relacionamento normal, aliás, estavam ficando há pouquíssimo tempo, não dava nem para chamar de relacionamento. A verdade é que eles sentiam como se estivessem juntos há algum tempo, tamanha era a intensidade do carinho que sentiam um pelo outro e da conexão que tinham quando estavam juntos. Ficar com null era incrível, e ela estaria mentindo se dissesse que não estava completamente encantada pelo ator. Mas, ela compreendia, e foi por isso que balançou a cabeça em confirmação.
- Então, terão outros encontros. - Ele confirmou, abrindo um sorriso. - Isso não é um atestado de relac...
- Eu sei disso. - null o interrompeu rapidamente e ele arqueou as sobrancelhas, um pouco surpreso. - Eu sei disso, null. - Ela repetiu, agora devagar. - E tá tudo bem.
E realmente estava. Ela iria aproveitar o momento. O que tivesse que acontecer, aconteceria, ela pensando nisso ou não.
- Mesmo?
- Mesmo.
null sorriu e levou sua mão até o rosto da mulher, acariciando sua bochecha levemente antes de se aproximar, roçando seus lábios nos dela. Trocaram alguns selinhos antes de voltar a saborear o delicioso risoto feito por eles.
Alguns minutos depois, os dois já haviam levado a louça utilizada para a cozinha e guardado o pouco que sobrou do risoto na geladeira. A luz ainda não tinha voltado, por isso, decidiram ligar a lareira, pois a casa estava começando a ficar gelada, já que o sistema de aquecimento precisava de energia para funcionar. Enquanto null acendia o fogo, null foi até seu quarto e pegou algumas cobertas e travesseiros. Quando voltou para a sala, null a ajudou a afastar a mesa de centro em frente a lareira e ela arrumou uma espécie de cama improvisada no chão, espalhando as cobertas para que deitassem em uma superfície macia. Colocou as almofadas apoiadas no sofá e sorriu, satisfeita com o resultado.
- Pronto, agora não vamos mais passar frio. - Ela sorriu e null concordou, puxando-a pela cintura, mantendo seus corpos grudados. - Quer mais vinho?
Ele balançou a cabeça em negação.
- Mais tarde. - Respondeu sem tirar os olhos dos dela. - Agora eu quero aproveitar a noite com você.
null sorriu abertamente e passou seus braços ao redor do pescoço de null. Uma de suas mãos deslizou até a nuca do ator, onde ela entrelaçou seus dedos, fazendo carinho em seu cabelo. Ele sorriu e juntou sua mão a dela, lentamente se afastando apenas para se sentar nas cobertas. null se ajeitou deitado e esperou até que null fizesse o mesmo para aconchega-la em seus braços. Eles trocaram um olhar significativo antes de null se virar e ficar por cima de null, iniciando um dos muitos beijos que seriam trocados naquela noite. Não demorou para que o clima na sala esquentasse - e não foi só por causa do fogo que emanava da lareira.
null acordou com seu celular vibrando. Uma mensagem de sua mãe piscava na tela, dizendo a ele para não se atrasar, pois logo tinha que estar no aeroporto. Ele suspirou, bloqueando o aparelho e virando seu rosto para o lado, encontrando null em sono profundo. A feição serena da mulher o fez sorrir. Como se soubesse que estava sendo observada, ela se mexeu, encolhendo-se e envolvendo seu corpo nu com a coberta, para depois se virar um pouco para o outro lado. Ele aproximou os lábios da testa de null e depositou um beijo levemente no local antes de se levantar e se dar conta de que também estava nu. Ele deu de ombros e riu, olhando para os lados e procurando suas roupas. Assim que as encontrou, se vestiu rapidamente para não se atrasar. Foi até o aparador, onde tinha visto na noite anterior um bloco de papel e uma caneta, e escreveu um bilhete para null antes de dar mais um beijo em sua testa e sair silenciosamente da casa dela.
“null,
Você estava dormindo tão tranquilamente que não quis te acordar, espero que entenda. Tô indo embora, mas eu falei sério sobre nos vermos novamente, só ainda não sei quando. Aviso quando chegar em NY.
Seu amigo de infância, babá e agora seu affair,
Capitão América - null null.’’
Cinco
- Caramba, Mackie, coloca esse tênis, cara! - null pediu, praticamente jogando os tênis do amigo em cima dele. - Que nojo.
Anthony riu, mas fez o que null pediu. Sebastian apareceu na sala com três cervejas em mãos, entregando-as aos amigos.
- Você precisa dar um jeito nesse chulé. - Stan disse ao se sentar no sofá com os outros dois.
- Deixa meu chulé pra lá. Conta aí, qual a ocasião da reunião? - Mackie perguntou para null depois de beber um gole de sua cerveja.
Estavam os três no apartamento de Sebastian Stan. null havia mandando uma mensagem mais cedo, dizendo aos amigos que queria beber uma cerveja com eles - o que, na linguagem deles, significava que algo estava acontecendo.
- Não tem ocasião nenhuma. - null mentiu e rolou os olhos.
Stan e Mackie se entreolharam. Eles sabiam que null estava escondendo algo.
- Você tá meio besta desde que voltou de Sudbury, cara. E já fazem quase três meses. - Stan comentou e Anthony concordou. - Quer dizer, besta você sempre foi, mas agora, tá pior ainda... Enfim, e você tá sempre grudado nesse celular...
- Abre o bico, null. – Mackie pediu. – Tem mulher envolvida na parada?
null se limitou a rolar os olhos.
- Que eu me lembre, quem me disse que tinha uma garota no Brasil, foi você, né, Sebastian... - null deu a dica e Mackie abriu um sorriso de lado, agora voltando sua atenção para Stan.
- Desembucha. - Pediu o amigo, bebendo um gole de sua cerveja.
Stan passou as mãos pelo cabelo, bagunçando-o, um pouco sem jeito, lançando um olhar feio para null antes de começar a falar.
- Não foi nada demais, só passamos a noite juntos no hotel que eu tava hospedado, a gente nem manteve contato. - Ele deu de ombros. - Ela é uma fã.
Os outros dois se olharam um pouco apreensivos, mas Stan continuou.
- Foi até engraçado, pra falar a verdade. - Ele riu, lembrando de quando viu a garota pela primeira vez. - Ela foi tirar foto comigo na comic con e eu quebrei o escudo que ela levou.
- Você quebrou? - null perguntou e Mackie gargalhou.
- Quebrei. Mas isso não é o pior. - Stan bebeu um gole de sua cerveja antes de continuar. - No outro dia, teve uma festa no hotel e foi todo mundo, inclusive ela, parece que ela tinha uma amiga que trabalhava lá, enfim. Eu esbarrei na garota e virei toda a bebida que ela segurava nela.
Anthony e null agora gargalhavam ao ouvi-lo. Sebastian conseguia ser muito desastrado quando queria - e quando não queria também. Eles conseguiam até visualizar a cena conforme ele contava.
- Parem de rir, idiotas. - Ele acabou rindo também e mandou os dois amigos à merda. - O nome dela era Larissa.
- Hmm, gravou o nome dela, é? - Mackie zombou e Sebastian revirou os olhos. - E o nome da sua, null?
- null. - Respondeu rapidamente, sem nem se dar conta do havia feito. Só percebeu quando os dois amigos o encaravam com sorrisos convencidos no rosto.
- Eu disse, não disse? - Anthony se gabou e finalizou sua cerveja, deixando a garrafa em cima da mesa.
null levou sua garrafa a boca e virou todo o conteúdo, levantando-se para buscar mais em seguida.
- Mackie, mais cerveja? Stan?
- Ah, não. Pode voltar aqui e contar pra gente. - Stan pediu e Anthony concordou.
- Cara, vocês são muito fofoqueiros. - null rolou os olhos enquanto se afastava. - Nem a Scarlett é tão curiosa quanto vocês.
- null Robert null! - Mackie falou um pouco alto e o loiro não aguentou, dando risada, já com as cervejas em mãos.
Voltou a se sentar no sofá e entregou as garrafas para os dois amigos, levando a sua até a boca e bebendo uma quantidade significante do líquido antes de finalmente contar a eles sobre null, abrindo um sorriso que permaneceu em seus lábios durante toda a conversa.
⁂
null null: Queria que você tivesse aqui pra um dos nossos encontros. Tô com fome, aquele seu risoto seria uma boa.
Apertou em enviar e bloqueou seu celular, levantando-se do sofá. Dodger, que estava dormindo deitado praticamente em seu colo, latiu baixo e se aconchegou no móvel, voltando a dormir. Ele seguiu até a cozinha e abriu a geladeira, procurando algo para comer. Resolveu fazer um sanduíche com algumas coisas que estavam guardadas, antes que estragassem. Poucos minutos depois, já estava de volta na sala, com seu sanduíche em mãos quando seu celular vibrou, anunciando uma resposta de null.
null null: Quer a receita? Hahah. Eu queria isso, também.
null deu uma mordida em seu sanduíche e o sorriu antes de responder a mensagem.
null null: Como foi seu dia hoje?
null null: Cansativo. Lotado de pacientes... Mas, não tenho do que reclamar. E o seu?
null null: Hoje eu tive folga. Fiquei em casa o dia inteiro. Tive muito tempo pra pensar em como eu queria você aqui.
null null: null... Nós falamos sobre isso...
Ele soltou o celular apenas para dar mais uma mordida em seu sanduíche e depois pegou o aparelho novamente, iniciando, dessa vez, uma chamada de vídeo.
- Ei! - Ela atendeu sorridente. - Não aguentou ficar sem me ver?
O ator riu e balançou a cabeça em confirmação.
- Eu sei o que conversamos, null... Mas eu não achei que fosse ser assim.
- Assim como? - null franziu as sobrancelhas, um pouco preocupada.
- Não tem um dia que eu não pense em você.
A expressão preocupada dela logo suavizou e ela sorriu, sentindo algo se aquecer dentro de seu coração.
- Pelo menos eu não sou a única, então... - Comentou, dando de ombros.
- Você também?
- Todos os dias, null. Todos os dias. - null disse, deitando sua cabeça para trás e fechando os olhos, apoiando-se no sofá que estava sentada.
- O que fazemos? - Ele perguntou, observando a expressão serena de null. - Você tá tão linda.
null abriu os olhos e sorriu novamente para null, olhando atentamente para a tela.
- Você também, fica muito bem de barba. - Elogiou, fazendo-o sorrir de maneira convencida.
- Vou demorar pra tirar, então. - Ele piscou e sua atenção se desviou rapidamente para Dodger, que comia algo como se não houvesse amanhã. - Dodger! - null o repreendeu e o cachorro levantou a cabeça, a boca toda suja de farelos de pão provenientes do sanduíche que ele fizera.
- Ei! Quero ver ele, cadê? - Ele ouviu null falar no telefone e virou a câmera, mostrando seu cachorro. - Oi, Dodger!
- Ele acabou de devorar o resto do meu jantar. - null riu, fazendo carinho na cabeça do cão. Voltou a câmera para si e sorriu para null. - Então, eu não consigo sair de NY agora, pelo menos não até a metade do ano...
- E eu não consigo sair de Sudbury. - null fez um biquinho e ele a imitou. Os dois riram em seguida. - Então acho que vamos continuar na mesma.
- É... - Ele sorriu tristonho.
Era isso. Não tinha o que ser feito no momento. O jeito era continuar mantendo contato, conversando todos os dias, trocando mensagens e chamadas de vídeo. Teriam que se contentar com isso. Por enquanto.
⁂
- null, seu celular tá tocando! - Mackie praticamente gritou, mas não obteve resposta. Ele se aproximou do celular do amigo, vendo o nome null na tela. Um sorriso divertido tomou conta de seus lábios e ele atendeu a ligação. - Olááá. - Ele disse, prolongando a palavra. null franziu o cenho, mas logo começou a rir. - Olá, famosa null.
- Famosa? - Ela riu e balançou a cabeça em negação. - O único famoso aqui é você, Anthony Mackie.
- Disso você está certa, querida. - Ele respondeu, fazendo-a rir. - Finalmente tô conhecendo você! Já tava difícil de imaginar como você é...
- O null não fala de mim?
- Pelo contrário, ele fala... - Mackie olhou para os lados, assegurando-se de que o amigo não estava se aproximando - ...até demais. - As bochechas de null coraram levemente e ela colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, completamente sem jeito. - Não precisa ficar sem graça. - Ele riu baixo. - Ele só não tinha nos mostrado você ainda.
- Bom, agora você já sabe como eu sou. - Ela sorriu. - Cadê o null?
- Tô aqui! - O ator falou atrás de Mackie, fazendo-o pular de susto.
Anthony continuou segurando o celular firmemente, porém, ele agora andava em círculos, com null em seu encalço, tentando pegar o aparelho.
- null, diz pro seu namorado, por favor, me deixar falar com você um pouco. - Ele pediu.
As reações que se seguiram foram engraçadas. null tropeçou ao ouvir a palavra namorado e se segurou em Mackie, caindo no chão com o amigo. Finalmente conseguiu arrancar o celular das mãos de Anthony, enquanto esse se revirava no chão de tanto que ria. null, por sua vez, cuspiu a água que estava tomando, quase molhando a câmera do aparelho.
- Sai daqui, Anthony! - null ralhou. Anthony se levantou e deu de ombros, sentando-se no sofá. - Oi, null. - Finalmente a cumprimentou quando voltou sua atenção para o celular. - Desculpa por isso.
- Oi, null. - Ela respondeu e sorriu. - Não foi nada, relaxa. Tudo bem por aí?
- Tudo, e aí? Meu pai disse que você tá com a agenda lotad... - Ele parou ao perceber o que havia deixado escapar.
- Ah, você tem falado com seu pai sobre mim? - null arqueou a sobrancelha e um sorriso divertido tomou conta de seus lábios. null passou as mãos pelo cabelo nervosamente.
- Ah, sabe como é, só o básico... Na verdade, eu nem perguntei, sabe? Foi ele quem me disse, e eu não ia negar informação, né...
Uma risada alta interrompeu a fala dele, vinda de Mackie, que observava a cena ainda sentado no sofá. null se virou e alcançou uma das almofadas, tentando joga-la no amigo, mas, sem sucesso.
- null, tá tudo bem. - null riu também, mas logo se acalmou para tranquiliza-lo. - Eu tava só brincando. A agenda tá lotada, mesmo, e eu tô muito cansada.
- Bom, o final de semana tá aí. Aproveita pra descansar. - Ele sorriu, agora sentado no sofá. null franziu o cenho ao observar Mackie atender uma ligação, sua feição passando de preocupada para chocada.
- null? - null o chamou e só então ele voltou seu olhar para o celular.
- null, puta que pariu, cara. - Anthony interrompeu, seus olhos arregalados. - Sebastian tá subindo. Você não vai acreditar.
- Ei, depois a gente se fala. - null disse ao ouvir Mackie e null sorriu, assentindo. - Qualquer coisa me avisa, tá? Espero que esteja tudo bem.
- Eu te mando mensagem mais tarde. Descansa, ok? - Ele pediu antes de mandar um beijo para ela e encerrarem a ligação. - O que foi que aconteceu?
- O Stan não falou nada com nada. Disse que tá vindo aqui e precisa que a gente o leve pro aeroporto urgente, porque ele tá indo pro Brasil, e falou algo sobre um bebê.
- O quê? - null quase gritou e ao mesmo tempo a porta se abriu.
Stan entrou, praticamente arrastando uma mala e uma mochila. Sua feição mostrava o quão cansado ele estava, assim como as olheiras em baixo de seus olhos.
- Cara? - Mackie questionou quando o amigo se aproximou e se jogou no sofá no meio dos dois.
- Eu não sei o que fazer, meu mundo vai virar de cabeça pra baixo. - Sebastian suspirou, bagunçando os cabelos nervosamente. - Louise me ligou ontem, dizendo que tava no Brasil. Eu não entendi nada, fiquei preocupado. Lembram da Larissa? - Os dois amigos assentiram, concordando. - Ela tá grávida! Grá-vi-da! - Falou pausadamente, ainda com dificuldade de assimilar a informação. Vendo que os dois não responderiam pois estavam em choque, ele resolveu continuar. - Louise foi lá pra confirmar isso, pra ver se não era um golpe, sei lá, qualquer coisa, cara, qualquer explicação que não isso... - Sebastian suspirou, apoiando os cotovelos nos joelhos e segurando sua cabeça nas mãos. - Eu pedi que Louise falasse com Larissa pra que ela fizesse aquele exame de DNA não invasivo, porque parece que ela já tá com 12 semanas de gestação. As contas batem, tudo bate, e o DNA deu positivo. Eu vou ser pai.
Stan bagunçou seu cabelo e levantou o rosto, passando suas mãos por ele. Ainda não estava acreditando, eram muitas informações para assimilar em tão pouco tempo.
- Cara... Eu não s...
- A gente deve ficar feliz? - Mackie perguntou, cortando null.
Sebastian encolheu os ombros, sem saber o que responder. Nem ele havia tido tempo de decidir se estava feliz por realizar um de seus maiores sonhos. Afinal, apesar de querer ser pai, com certeza nunca imaginou que seria nessas circunstâncias e que a mãe seria uma garota com quem passou apenas uma noite.
- A gente tá contigo, Stan. - null disse e levou sua mão até o ombro do amigo, apertando-o. Mackie fez o mesmo. - O que você vai fazer agora? Digo, vocês? Como vai ser isso?
Ele suspirou lentamente e levantou o tronco, voltando a se sentar com as costas apoiadas no sofá.
- Eu vou lá pra conversar com ela. Eu não queria ter um filho assim, e também não quero que esse bebê viva do outro lado do mundo. Quero trazer os dois pra cá. - Respondeu sob o olhar atento dos amigos.
- Tem algo que possamos fazer? - Mackie perguntou.
- Me levem no aeroporto, por favor, caras. - Ele pediu, suspirando pesadamente antes de se levantar e caminhar até a porta. - E não contem pra ninguém.
- Nem precisa pedir. - Anthony respondeu e também se levantou, andando atrás de Sebastian.
- Como eu disse, estamos com você. Até pra cuidar dessa criança. - null disse assim que passou pela porta, fechando-a atrás de si.
Um de seus melhores amigos seria pai. Ele realmente não imaginou que isso fosse acontecer tão cedo. null também não estava conseguindo acreditar, mas era fato que sempre estaria ao lado de Sebastian Stan, para qualquer coisa que o amigo precisasse.
Anthony riu, mas fez o que null pediu. Sebastian apareceu na sala com três cervejas em mãos, entregando-as aos amigos.
- Você precisa dar um jeito nesse chulé. - Stan disse ao se sentar no sofá com os outros dois.
- Deixa meu chulé pra lá. Conta aí, qual a ocasião da reunião? - Mackie perguntou para null depois de beber um gole de sua cerveja.
Estavam os três no apartamento de Sebastian Stan. null havia mandando uma mensagem mais cedo, dizendo aos amigos que queria beber uma cerveja com eles - o que, na linguagem deles, significava que algo estava acontecendo.
- Não tem ocasião nenhuma. - null mentiu e rolou os olhos.
Stan e Mackie se entreolharam. Eles sabiam que null estava escondendo algo.
- Você tá meio besta desde que voltou de Sudbury, cara. E já fazem quase três meses. - Stan comentou e Anthony concordou. - Quer dizer, besta você sempre foi, mas agora, tá pior ainda... Enfim, e você tá sempre grudado nesse celular...
- Abre o bico, null. – Mackie pediu. – Tem mulher envolvida na parada?
null se limitou a rolar os olhos.
- Que eu me lembre, quem me disse que tinha uma garota no Brasil, foi você, né, Sebastian... - null deu a dica e Mackie abriu um sorriso de lado, agora voltando sua atenção para Stan.
- Desembucha. - Pediu o amigo, bebendo um gole de sua cerveja.
Stan passou as mãos pelo cabelo, bagunçando-o, um pouco sem jeito, lançando um olhar feio para null antes de começar a falar.
- Não foi nada demais, só passamos a noite juntos no hotel que eu tava hospedado, a gente nem manteve contato. - Ele deu de ombros. - Ela é uma fã.
Os outros dois se olharam um pouco apreensivos, mas Stan continuou.
- Foi até engraçado, pra falar a verdade. - Ele riu, lembrando de quando viu a garota pela primeira vez. - Ela foi tirar foto comigo na comic con e eu quebrei o escudo que ela levou.
- Você quebrou? - null perguntou e Mackie gargalhou.
- Quebrei. Mas isso não é o pior. - Stan bebeu um gole de sua cerveja antes de continuar. - No outro dia, teve uma festa no hotel e foi todo mundo, inclusive ela, parece que ela tinha uma amiga que trabalhava lá, enfim. Eu esbarrei na garota e virei toda a bebida que ela segurava nela.
Anthony e null agora gargalhavam ao ouvi-lo. Sebastian conseguia ser muito desastrado quando queria - e quando não queria também. Eles conseguiam até visualizar a cena conforme ele contava.
- Parem de rir, idiotas. - Ele acabou rindo também e mandou os dois amigos à merda. - O nome dela era Larissa.
- Hmm, gravou o nome dela, é? - Mackie zombou e Sebastian revirou os olhos. - E o nome da sua, null?
- null. - Respondeu rapidamente, sem nem se dar conta do havia feito. Só percebeu quando os dois amigos o encaravam com sorrisos convencidos no rosto.
- Eu disse, não disse? - Anthony se gabou e finalizou sua cerveja, deixando a garrafa em cima da mesa.
null levou sua garrafa a boca e virou todo o conteúdo, levantando-se para buscar mais em seguida.
- Mackie, mais cerveja? Stan?
- Ah, não. Pode voltar aqui e contar pra gente. - Stan pediu e Anthony concordou.
- Cara, vocês são muito fofoqueiros. - null rolou os olhos enquanto se afastava. - Nem a Scarlett é tão curiosa quanto vocês.
- null Robert null! - Mackie falou um pouco alto e o loiro não aguentou, dando risada, já com as cervejas em mãos.
Voltou a se sentar no sofá e entregou as garrafas para os dois amigos, levando a sua até a boca e bebendo uma quantidade significante do líquido antes de finalmente contar a eles sobre null, abrindo um sorriso que permaneceu em seus lábios durante toda a conversa.
null null: Queria que você tivesse aqui pra um dos nossos encontros. Tô com fome, aquele seu risoto seria uma boa.
Apertou em enviar e bloqueou seu celular, levantando-se do sofá. Dodger, que estava dormindo deitado praticamente em seu colo, latiu baixo e se aconchegou no móvel, voltando a dormir. Ele seguiu até a cozinha e abriu a geladeira, procurando algo para comer. Resolveu fazer um sanduíche com algumas coisas que estavam guardadas, antes que estragassem. Poucos minutos depois, já estava de volta na sala, com seu sanduíche em mãos quando seu celular vibrou, anunciando uma resposta de null.
null null: Quer a receita? Hahah. Eu queria isso, também.
null deu uma mordida em seu sanduíche e o sorriu antes de responder a mensagem.
null null: Como foi seu dia hoje?
null null: Cansativo. Lotado de pacientes... Mas, não tenho do que reclamar. E o seu?
null null: Hoje eu tive folga. Fiquei em casa o dia inteiro. Tive muito tempo pra pensar em como eu queria você aqui.
null null: null... Nós falamos sobre isso...
Ele soltou o celular apenas para dar mais uma mordida em seu sanduíche e depois pegou o aparelho novamente, iniciando, dessa vez, uma chamada de vídeo.
- Ei! - Ela atendeu sorridente. - Não aguentou ficar sem me ver?
O ator riu e balançou a cabeça em confirmação.
- Eu sei o que conversamos, null... Mas eu não achei que fosse ser assim.
- Assim como? - null franziu as sobrancelhas, um pouco preocupada.
- Não tem um dia que eu não pense em você.
A expressão preocupada dela logo suavizou e ela sorriu, sentindo algo se aquecer dentro de seu coração.
- Pelo menos eu não sou a única, então... - Comentou, dando de ombros.
- Você também?
- Todos os dias, null. Todos os dias. - null disse, deitando sua cabeça para trás e fechando os olhos, apoiando-se no sofá que estava sentada.
- O que fazemos? - Ele perguntou, observando a expressão serena de null. - Você tá tão linda.
null abriu os olhos e sorriu novamente para null, olhando atentamente para a tela.
- Você também, fica muito bem de barba. - Elogiou, fazendo-o sorrir de maneira convencida.
- Vou demorar pra tirar, então. - Ele piscou e sua atenção se desviou rapidamente para Dodger, que comia algo como se não houvesse amanhã. - Dodger! - null o repreendeu e o cachorro levantou a cabeça, a boca toda suja de farelos de pão provenientes do sanduíche que ele fizera.
- Ei! Quero ver ele, cadê? - Ele ouviu null falar no telefone e virou a câmera, mostrando seu cachorro. - Oi, Dodger!
- Ele acabou de devorar o resto do meu jantar. - null riu, fazendo carinho na cabeça do cão. Voltou a câmera para si e sorriu para null. - Então, eu não consigo sair de NY agora, pelo menos não até a metade do ano...
- E eu não consigo sair de Sudbury. - null fez um biquinho e ele a imitou. Os dois riram em seguida. - Então acho que vamos continuar na mesma.
- É... - Ele sorriu tristonho.
Era isso. Não tinha o que ser feito no momento. O jeito era continuar mantendo contato, conversando todos os dias, trocando mensagens e chamadas de vídeo. Teriam que se contentar com isso. Por enquanto.
- null, seu celular tá tocando! - Mackie praticamente gritou, mas não obteve resposta. Ele se aproximou do celular do amigo, vendo o nome null na tela. Um sorriso divertido tomou conta de seus lábios e ele atendeu a ligação. - Olááá. - Ele disse, prolongando a palavra. null franziu o cenho, mas logo começou a rir. - Olá, famosa null.
- Famosa? - Ela riu e balançou a cabeça em negação. - O único famoso aqui é você, Anthony Mackie.
- Disso você está certa, querida. - Ele respondeu, fazendo-a rir. - Finalmente tô conhecendo você! Já tava difícil de imaginar como você é...
- O null não fala de mim?
- Pelo contrário, ele fala... - Mackie olhou para os lados, assegurando-se de que o amigo não estava se aproximando - ...até demais. - As bochechas de null coraram levemente e ela colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, completamente sem jeito. - Não precisa ficar sem graça. - Ele riu baixo. - Ele só não tinha nos mostrado você ainda.
- Bom, agora você já sabe como eu sou. - Ela sorriu. - Cadê o null?
- Tô aqui! - O ator falou atrás de Mackie, fazendo-o pular de susto.
Anthony continuou segurando o celular firmemente, porém, ele agora andava em círculos, com null em seu encalço, tentando pegar o aparelho.
- null, diz pro seu namorado, por favor, me deixar falar com você um pouco. - Ele pediu.
As reações que se seguiram foram engraçadas. null tropeçou ao ouvir a palavra namorado e se segurou em Mackie, caindo no chão com o amigo. Finalmente conseguiu arrancar o celular das mãos de Anthony, enquanto esse se revirava no chão de tanto que ria. null, por sua vez, cuspiu a água que estava tomando, quase molhando a câmera do aparelho.
- Sai daqui, Anthony! - null ralhou. Anthony se levantou e deu de ombros, sentando-se no sofá. - Oi, null. - Finalmente a cumprimentou quando voltou sua atenção para o celular. - Desculpa por isso.
- Oi, null. - Ela respondeu e sorriu. - Não foi nada, relaxa. Tudo bem por aí?
- Tudo, e aí? Meu pai disse que você tá com a agenda lotad... - Ele parou ao perceber o que havia deixado escapar.
- Ah, você tem falado com seu pai sobre mim? - null arqueou a sobrancelha e um sorriso divertido tomou conta de seus lábios. null passou as mãos pelo cabelo nervosamente.
- Ah, sabe como é, só o básico... Na verdade, eu nem perguntei, sabe? Foi ele quem me disse, e eu não ia negar informação, né...
Uma risada alta interrompeu a fala dele, vinda de Mackie, que observava a cena ainda sentado no sofá. null se virou e alcançou uma das almofadas, tentando joga-la no amigo, mas, sem sucesso.
- null, tá tudo bem. - null riu também, mas logo se acalmou para tranquiliza-lo. - Eu tava só brincando. A agenda tá lotada, mesmo, e eu tô muito cansada.
- Bom, o final de semana tá aí. Aproveita pra descansar. - Ele sorriu, agora sentado no sofá. null franziu o cenho ao observar Mackie atender uma ligação, sua feição passando de preocupada para chocada.
- null? - null o chamou e só então ele voltou seu olhar para o celular.
- null, puta que pariu, cara. - Anthony interrompeu, seus olhos arregalados. - Sebastian tá subindo. Você não vai acreditar.
- Ei, depois a gente se fala. - null disse ao ouvir Mackie e null sorriu, assentindo. - Qualquer coisa me avisa, tá? Espero que esteja tudo bem.
- Eu te mando mensagem mais tarde. Descansa, ok? - Ele pediu antes de mandar um beijo para ela e encerrarem a ligação. - O que foi que aconteceu?
- O Stan não falou nada com nada. Disse que tá vindo aqui e precisa que a gente o leve pro aeroporto urgente, porque ele tá indo pro Brasil, e falou algo sobre um bebê.
- O quê? - null quase gritou e ao mesmo tempo a porta se abriu.
Stan entrou, praticamente arrastando uma mala e uma mochila. Sua feição mostrava o quão cansado ele estava, assim como as olheiras em baixo de seus olhos.
- Cara? - Mackie questionou quando o amigo se aproximou e se jogou no sofá no meio dos dois.
- Eu não sei o que fazer, meu mundo vai virar de cabeça pra baixo. - Sebastian suspirou, bagunçando os cabelos nervosamente. - Louise me ligou ontem, dizendo que tava no Brasil. Eu não entendi nada, fiquei preocupado. Lembram da Larissa? - Os dois amigos assentiram, concordando. - Ela tá grávida! Grá-vi-da! - Falou pausadamente, ainda com dificuldade de assimilar a informação. Vendo que os dois não responderiam pois estavam em choque, ele resolveu continuar. - Louise foi lá pra confirmar isso, pra ver se não era um golpe, sei lá, qualquer coisa, cara, qualquer explicação que não isso... - Sebastian suspirou, apoiando os cotovelos nos joelhos e segurando sua cabeça nas mãos. - Eu pedi que Louise falasse com Larissa pra que ela fizesse aquele exame de DNA não invasivo, porque parece que ela já tá com 12 semanas de gestação. As contas batem, tudo bate, e o DNA deu positivo. Eu vou ser pai.
Stan bagunçou seu cabelo e levantou o rosto, passando suas mãos por ele. Ainda não estava acreditando, eram muitas informações para assimilar em tão pouco tempo.
- Cara... Eu não s...
- A gente deve ficar feliz? - Mackie perguntou, cortando null.
Sebastian encolheu os ombros, sem saber o que responder. Nem ele havia tido tempo de decidir se estava feliz por realizar um de seus maiores sonhos. Afinal, apesar de querer ser pai, com certeza nunca imaginou que seria nessas circunstâncias e que a mãe seria uma garota com quem passou apenas uma noite.
- A gente tá contigo, Stan. - null disse e levou sua mão até o ombro do amigo, apertando-o. Mackie fez o mesmo. - O que você vai fazer agora? Digo, vocês? Como vai ser isso?
Ele suspirou lentamente e levantou o tronco, voltando a se sentar com as costas apoiadas no sofá.
- Eu vou lá pra conversar com ela. Eu não queria ter um filho assim, e também não quero que esse bebê viva do outro lado do mundo. Quero trazer os dois pra cá. - Respondeu sob o olhar atento dos amigos.
- Tem algo que possamos fazer? - Mackie perguntou.
- Me levem no aeroporto, por favor, caras. - Ele pediu, suspirando pesadamente antes de se levantar e caminhar até a porta. - E não contem pra ninguém.
- Nem precisa pedir. - Anthony respondeu e também se levantou, andando atrás de Sebastian.
- Como eu disse, estamos com você. Até pra cuidar dessa criança. - null disse assim que passou pela porta, fechando-a atrás de si.
Um de seus melhores amigos seria pai. Ele realmente não imaginou que isso fosse acontecer tão cedo. null também não estava conseguindo acreditar, mas era fato que sempre estaria ao lado de Sebastian Stan, para qualquer coisa que o amigo precisasse.
Seis
- null? Dormiu? - null perguntou ao observar a imagem da mulher de olhos fechados na tela do celular.
- Não. - Ela abriu os olhos e encontrou os dele a encarando. - Só estava pensando.
Era sábado a noite, já estavam quase no mês de maio. Eles estavam em uma ligação de vídeo há algumas horas. null estava deitado em sua cama, assim como null. Os dois tinham feito uma espécie de jantar a distância: cozinharam a mesma coisa - não é preciso dizer que a comida de null ficou uma gororoba, mesmo com as instruções precisas de null em tempo real -, tomaram um bom vinho e agora estavam deitados juntos - mesmo que longe um do outro.
- Em quê?
- Eu não aguento mais isso, null. - Ela resmungou, sua voz saindo baixa. - A gente precisa se ver. Eu preciso te tocar...
- ...te beijar, te abraçar, sentir seu cheiro... - Ele suspirou ao completar a fala dela. - Eu sei. Me sinto igual.
- Tem feriado no fim de maio. Alguma chance de conseguir vir pra cá?
- Zero. - Ele fez uma careta, desanimado. - E você?
- Posso ver. Se eu fechar a agenda desde já, talvez dê certo. - Bocejou assim que terminou de falar.
- Quer ir dormir?
- Acho que sim. - null pôde ver ela se mexendo na cama e ajeitando a cabeça no travesseiro. - Vai também?
- Uhum. - Confirmou, puxando as cobertas para cima de si. - Boa noite, null.
- Boa noite, null. - Ela desejou antes de bocejar mais uma vez, sorrindo para o ator, que a observava.
Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, apenas encarando um ao outro, até que null a chamou.
- null? Eu adoro você.
Eles tinham sorrisos nos lábios quando finalmente adormeceram.
- Nos vemos daqui a alguns meses, querido. - null se despediu de seu paciente de 7 anos de idade, dando um abraço no pequeno antes de fechar a porta de seu consultório.
Suspirou pesadamente. Estava exausta. Os próximos quarenta minutos seriam os primeiros que ela tinha livre no último mês. Claro que ela não podia reclamar, pelo contrário, tinha era que agradecer por sua agenda estar tão lotada assim. Mas ela precisava descansar. Mesmo com o tempo livre que tinha a noite, ainda haviam alguns artigos que precisava estudar e outros que tinha que terminar de escrever. O cansaço era tanto que, quando estava sem fazer nada, ela não pensava em fazer outra coisa se não dormir ou, é claro, falar com null.
Com o pensamento no ator, ela abriu o notebook e entrou em um site de passagens, checando a disponibilidade e preços de Boston a NY, no próximo feriado, que seria no fim de maio. Rapidamente as opções apareceram na tela e null sorriu ao ver que os preços estavam acessíveis. Pegou seu celular e enviou uma mensagem para null, contando sobre as passagens. Não demorou nem cinco minutos para que o aparelho começasse a tocar.
- Você comprou, né? - Ele perguntou empolgado, fazendo-a rir.
- Oi, null! Tudo bem? - null riu, balançando a cabeça em negação. - Ainda não.
- Oi, linda. Tudo bem, e você? - null perguntou ao se acalmar e então sorriu. - Pode comprar. Já tô ansioso.
null sorriu e, enquanto falava com ele, voltou sua atenção para o notebook e selecionou as passagens desejadas. Rapidamente inseriu os dados de seu cartão enquanto ouvia null contar como estava sendo o dia dele.
- Pronto! - Ela avisou e ele sorriu, comemorando. - Serão quatro dias, mas...
- Serão incríveis, null. - null bagunçou seu cabelo, ansioso. - Não vejo a hora.
Eles ainda conversaram por mais algum tempo, até Mila bater em sua porta, avisando que o próximo paciente já estava aguardando. Se despediram rapidamente e a ligação foi encerrada. null e null não viam a hora de se ver frente a frente novamente.
Os dias passaram voando. null trabalhou tanto nas últimas semanas que, quando viu, já estava no dia de viajar para NY. Acordou com o avião pousando, o aviso luminoso de segurança se apagando, indicando que já poderia levantar para sair da aeronave. Não demorou para que estivesse andando pelo aeroporto, um sorriso de ponta a ponta presente em seus lábios o tempo todo. Enviou uma mensagem para null, avisando que havia chego e que já estava entrando no uber. Por motivos óbvios, null não pôde busca-la no aeroporto já que os dois queriam evitar qualquer tipo de especulação. De qualquer maneira, ele estaria em casa, aguardando ansioso pela chegada dela.
Dentro do carro, null observava as ruas da cidade. Faziam alguns anos em que estivera em NY, seus pais haviam trazido ela e Louis para conhecer a Times Square e a Estátua da Liberdade quando eram adolescentes. Não havia mudado muita coisa, quer dizer, claro que tinham muitas construções novas, mas o restante estava exatamente do jeito que ela se lembrava. Alguns minutos depois, o carro parou em frente a um prédio, que, visto de fora, não parecia ser grande. null caminhou até a portaria e se identificou para o porteiro, que liberou sua entrada. Ela caminhou rapidamente até o elevador, a ansiedade para vê-lo tomando conta de seu corpo. Assim que as portas se abriram, null puxou sua mala até a porta identificada com o número do apartamento de null. Mal havia apertado a campainha quando a porta se abriu.
- Oi. - Ele cumprimentou, encarando-a de cima a baixo, prestando atenção em cada detalhe da mulher que não via há meses.
- Oi. - Ela respondeu, apenas.
No segundo seguinte, null soltou suas coisas de qualquer maneira e se jogou no colo de null, envolvendo o corpo dele com suas pernas. Ele espalmou suas mãos nas costas dela, a segurando e mantendo-a junto a si, enquanto null o abraçava pelo pescoço, inspirando o máximo de ar que conseguia, para gravar bem o cheiro do ator. Eles quebraram o abraço somente para grudar suas testas, olhando nos olhos um do outro, com sorrisos imensos nos lábios. Os olhos de null brilhavam, e os de null não estavam diferentes.
- Desculpa, eu não me aguentei. - Ela riu e null franziu o nariz, fazendo-a rir, pois a expressão o deixava incrivelmente fofo.
- Eu gostei. - Ele lhe deu um selinho rápido. - Vamos entrar?
Ela balançou a cabeça em confirmação. Momentaneamente eles se afastaram, apenas para pegar as coisas de null e fechar a porta do apartamento. A mulher olhou ao redor, só agora prestando atenção na decoração e na organização do apartamento, que era grande e muito bonito.
De repente, Dodger apareceu em seu campo de visão e null deu um gritinho empolgado quando ele se aproximou, abaixando-se para abraçar o cachorro.
- Dodger! - Ela levou suas mãos até o rosto do cão, acariciando-o, enquanto ele a enchia de lambidas.
Um pigarro de null foi ouvido e null desviou o olhar, encontrando o ator encarando os dois com os braços cruzados e a sobrancelha arqueada.
- Eu ainda nem te beijei direito, poxa. - Ele fez um biquinho fofo e ela não se aguentou, levantando-se e passando os braços ao redor do pescoço dele, aproximando seus rostos. - Bem melhor assim.
Ele sorriu convencido antes de finalmente diminuir a distância entre os dois, grudando seus lábios nos dela e envolvendo-os em um beijo cheio de saudade - que precisaria de muito mais do que apenas um beijo para ser suprida.
- Me conta a história resumidamente, por favor. - null pediu a null enquanto terminava de se vestir.
null rolou os olhos e se deitou na cama enquanto a esperava ficar pronta, contando pela segunda vez a história de como Sebastian havia engravidado uma fã e agora seria pai.
- E aí ele a trouxe pra cá, alugou um apartamento pra ela no mesmo prédio que ele mora, tudo porque não quer ficar longe do bebê. - null finalizou, levantando-se para olhar a mulher quando essa avisou que estava pronta. - Você tá linda, como sempre.
- Obrigada. - null se aproximou, dando um selinho no ator e sorrindo nervosamente. Ele percebeu e arqueou a sobrancelha, como se perguntasse o que estava acontecendo. - Eu tô um pouco ansiosa, mas já podemos ir.
- Eles vão te adorar, relaxa. Nós vamos a pé, tudo bem? Não é longe. - Ele explicou e ela concordou. - Esse horário não costuma ter muita gente, então... - Mesmo assim, null colocou um boné e um óculos para não chamar tanta atenção.
- Tá tudo bem. E eu não tô ansiosa por isso. - Ela riu nervosa e pegou sua bolsa, caminhando com ele até a porta, parando somente para se despedir de Dodger.
Os dois saíram do apartamento e rapidamente desceram pelo elevador. Antes de sair do prédio, o porteiro avisou que não havia visto nenhum paparazzi nas redondezas, tranquilizando o ator. Logo começaram a andar, lado a lado, em direção ao prédio de Sebastian. Caminhavam próximos, mas sem segurar na mão um do outro. Não queriam dar margem para interpretações, era muito cedo.
- Tá ansiosa por quê, linda?
- Digamos que eu sou um pouquinho fã de Sebastian Stan. - null assobiou e null a encarou divertido.
- Por que não me falou antes?
- Porque não achei que fosse importante, mas agora tô vendo que devia ter falado. - Ela encolheu os ombros e levou uma de suas mãos a boca, mordendo os cantos dos dedos. Ele riu, aproximando-se dela rapidamente para dar um beijo em sua bochecha. - Não conta pra ele, por favor.
null aproximou seus dedos indicadores de sua boca e fez sinal de cruz, jurando que não contaria nada.
- Tá, mas e aí, ela aceitou vir numa boa? Eles estão namorando? - null retomou o assunto anterior.
- Larissa é jovem, parece que, apesar de tudo, ela gostou da ideia. Seb comentou que ela não é muito próxima dos pais, então... O único problema foi o trabalho dela, mas acho que ela conseguiu um acordo pra trabalhar a distância como freelance, acredito que vá ser até bom pra carreira dela. E não, eles não estão namorando. - null balançou a cabeça em negação e riu. - Parece que foi coisa de uma noite, mas se você me perguntar, eu acho que tem coisa aí.
- Tem um clima, você acha?
- Eu tenho certeza. E o Mackie também. - Ele riu e olhou para a mulher, que sorria em sua direção. Rapidamente depositou um beijo em sua bochecha. - Falando nele, ele tá ansioso pra te conhecer.
- O que você tem falado de mim, null null? - Ela questionou, erguendo a sobrancelha, fazendo-o dar de ombros.
Viraram a esquina e null sinalizou que o prédio de Sebastian era logo a frente.
- Nada demais, de verdade. - Ele encolheu os ombros.
null se contentou com a resposta no momento, pois em seguida chegaram ao prédio. A entrada dos dois foi liberada imediatamente, já que null ia muito ali. Uma vez dentro do prédio, null segurou a mão de null, entrelaçando seus dedos. null percebeu como a mão dela suava e riu baixo, apertando-a levemente.
- Você não vai desmaiar, né? - Ele perguntou dentro do elevador e ela rolou os olhos, dando um tapa estalado em seu braço. - Ouch, eu tava brincando.
- Eu sei. - Ela riu e aproximou seus lábios dos dele, dando-lhe um selinho rápido.
A porta do elevador se abriu e os dois saíram. null os guiou até a porta do apartamento e bateu na campainha só para avisar que estava entrando e abriu a porta, dando alguns passos para dentro do apartamento com null em seu encalço.
- Chegamos! - Ele anunciou e só então viu Larissa sentada no sofá. - Ah, oi! Não sabia que você já estaria aqui. - Ele riu quando ela se levantou, aproximando-se para cumprimenta-la. - Tudo bem?
- Tudo bem. - Ela respondeu, seu sotaque forte presente em sua voz. A mulher sorriu um pouco sem jeito, ainda não se acostumara com o fato de que agora seria normal conviver com alguns famosos. - Sebastian já deve estar chegando, ele pediu pra eu esperar vocês. Foi comprar cerveja. - Deu de ombros.
- Ah, claro. - null sorriu e puxou null pela mão. - Essa é null. null, essa é Larissa, a... - Ele não soube muito bem o que falar para apresenta-la e as duas perceberam. Larissa sorriu sem jeito e null tomou as rédeas da situação, interrompendo null.
- Muito prazer. - Ela disse e se aproximou de Lari para cumprimenta-la com um beijo na bochecha. Elas sorriram e um silêncio se instaurou, ninguém sabia muito bem o que falar.
- Larissa? - A voz de Sebastian foi ouvida e os três se viraram para a porta, encarando o recém chegado, que carregava uma sacola com algumas cervejas. - Ei! - Fechou a porta e sorriu ao ver o amigo, deixando as cervejas em cima da mesa antes de se aproximar.
null estava em êxtase, apertando a mão de null com força, fazendo-o rir baixo. Ela cravou suas unhas na pele do ator e ele resmungou..
- E aí, cara. - Ele cumprimentou Sebastian com um abraço rápido e alguns tapinhas nas costas. - Essa é null. Ela é s...
Ao perceber o que null falaria, null apertou ainda mais a mão dele, fazendo-o soltar um gemido quase inaudível para os demais, mas não para ela.
- Oi, Sebastian. - null o interrompeu com toda sua coragem, estendendo a mão para ele. - É um praz...
Ela foi interrompida por pelo próprio ator, que a puxou para um abraço, deixando-a sem palavras. Por cima do ombro dele, ela encarou null com os olhos um pouco arregalados em surpresa, que ria baixo depois de cochichar algo para Larissa, que agora ria também. null revirou os olhos, mas logo sorriu quando se afastaram.
- Sinto que te conheço há um tempo, porque null fala muito de você. - Ele disse para ela, que sorriu, sem jeito.
- Espero que fale bem. - Foi o que ela respondeu e null se pôs ao lado da mulher, abraçando-a lateralmente.
- Ela é sua fã, Sebastian. - Ele soltou e Stan abriu a boca em surpresa.
- null! - null ralhou, mas tentou disfarçar sua vergonha. - Não dê ouvidos a ele, coitado, não sabe o que fala...
- Tá tudo bem. - Sebastian riu. - Eu adoro fãs.
Os três se entreolharam ao perceber o que ele havia dito, e os olhares foram direcionados para Larissa, que encarava a cena em silêncio até então. Ela sorriu sem jeito, colocando-se ao lado de Stan.
- Isso todo mundo já percebeu. - Ela respondeu com humor, fazendo eles rirem, e deu alguns tapinhas no ombro de Sebastian, quebrando o clima estranho que havia se instalado devido a fala dele.
- Certo, quem quer cerveja? - Stan perguntou para mudar de assunto, afastando-se para ir até a cozinha.
null deu um selinho em null antes de seguir o amigo e deixa-la com Larissa. As duas se aproximaram do sofá e sentaram-se lado a lado. Encararam-se rapidamente antes de começarem a conversar.
- E então... - null começou, cruzando suas pernas. - Faz quanto tempo que você se mudou?
Rapidamente as duas engataram uma conversa, descobrindo vários pontos em comum, o que fez com que o assunto fluísse facilmente, como se fossem velhas amigas. Larissa contou como estava sendo a mudança, e convidou null para conhecer seu apartamento quando viesse novamente a NY. null contou que trabalhava com o pai de null e Lari também aproveitou o tema trabalho para explicar um pouco do que fazia. O assunto maternidade também entrou na roda, é claro. Elas estavam tão imersas na conversa que não perceberam quando Anthony Mackie chegou e aproximou-se do sofá.
- Olá, garotas. - Ele fez uma espécie de reverência exagerada e as duas riram. Aproximou-se de ambas e pegou suas mãos, levando-as até sua boca e depositando um beijo de cada vez. - Sou Anthony Mackie.
- Mackie, pelo amor de Deus. - Larissa riu e puxou sua mão de volta para si, pousando-a sobre sua barriga. Não era como se fosse a primeira vez que os dois se conhecessem, já que Mackie vivia na casa de Stan e já havia até ajudado Larissa com seu novo apartamento. - Essa é null.
Anthony então se voltou para null, sorrindo galanteador ao se sentar no meio das duas, fazendo com que elas se afastassem um pouco.
- Mackie. - null o cumprimentou, abrindo um sorriso. - É bom finalmente te conhecer!
- Ele tá incomodando muito? - null apareceu na sala, entregando uma cerveja para null, que negou com a cabeça. - Bom mesmo.
null deu um tapa na cabeça de Mackie e o ator fez uma careta, mas acabou rindo ao se levantar para cumprimentar o amigo.
- Anthony. - Stan o cumprimentou e ofereceu uma cerveja para ele, que a pegou e logo deu o primeiro gole.
- Amigos, vocês estão muito bem, devo confessar... - Ele disse, referindo-se as mulheres sentadas no sofá. Imediatamente recebeu dois tapas como resposta e algumas risadas foram ouvidas. - Eu preciso de uma namorada, né? - Ele perguntou para os dois, seu rosto tomado por uma uma feição derrotada, e suspirou ao receber confirmações vindas dos amigos.
O restante da tarde se passou assim, entre piadas e muitas cervejas. null precisava admitir, estar com eles era muito divertido e, após algum tempo, ela nem estava mais vendo Sebastian como o famoso que ela era fã, e sim somente como um dos melhores amigos de null. Larissa era um amor e as duas haviam trocado números de celular, porque null imaginou que Lari poderia precisar de uma figura feminina para conversar de vez em quando, levando em conta como deveria estar sendo difícil para ela se acostumar com tantas mudanças em tão pouco tempo.
Eram perto das 20h quando o casal resolveu ir embora. Larissa já demonstrava sinais de cansaço e era importante que ela não se excedesse muito por conta da gravidez. Mackie já estava bêbado e dormia jogado em um dos sofás da sala de Sebastian, que também já estava um pouco alegre. Despediram-se dos amigos antes de finalmente saírem do apartamento.
Já na rua, dessa vez os dois arriscaram andar mais próximos - talvez porque estivessem um pouco mais relaxados devido a quantidade de cerveja que haviam bebido antes. null tinha seu braço entrelaçado no de null e o ator tinha suas mãos nos bolsos do casaco fino que vestia. Eles não demoraram a chegar em casa, infelizmente encontrando alguns paparazzi no caminho, o que fez com que eles se afastassem rapidamente, mas, não rápido o suficiente, já que na próxima hora, as fotos deles já estampavam vários sites de fofocas pela internet e especulações imediatamente começaram a ser feitas sobre quem era a mulher que acompanhava null null.
Sete
) Novamente null se encontrava em um aeroporto, mas, dessa vez, era porque estava voltando para casa. Suspirou enquanto caminhava em direção a saída para esperar o uber que havia solicitado, arrastando sua pequena mala consigo. Seu celular vibrou, anunciando uma ligação de null.
- Ei. - Ela disse ao atender. - Acabei de chegar.
- Fez boa viagem? - null perguntou, sua voz contendo um pouco mais de preocupação que o normal.
- Foi ótima. - null respondeu e avistou o uber, fazendo sinal com a mão para que o motorista a visse. - Aconteceu alguma coisa?
- null... - Ele suspirou baixo.
- Espera só um pouco, null. - Ela pediu enquanto entrava no carro e fechava a porta, colocando o cinto de segurança em seguida. - Pode falar.
- null, você não olhou as redes sociais ainda, né? - Perguntou e ela franziu o cenho, rapidamente dizendo que não. - Eles já sabem seu nome, quem você é, onde trabalha, onde mora...
null congelou por um momento. Era tudo que null e ela não queriam, pelo menos não até decidirem o que fariam e como levariam o relacionamento a diante. Quer dizer, até agora eles nem tinham definido se estavam realmente namorando ou o que, e mesmo assim, preferiam manter tudo em segredo, porque a vida de null era muito pública. Os dois haviam pisado na bola ao andar na rua tão próximos daquela maneira após sair da casa de Sebastian. Poderiam culpar a bebida, mas a verdade é que sabiam bem o que estavam fazendo - principalmente null.
- null? - A voz de null a tirou de seus devaneios, fazendo-a suspirar.
- Oi, tô aqui. - Respondeu, ainda um pouco pensativa. - Tem mais alguma coisa?
- Nada que valha a pena mencionar. - null disse, mas ouviu um protesto da mulher e suspirou, sabendo que não havia outra opção se não contar o que realmente estava acontecendo. - null...
- null, me fala!
- As pessoas podem ser cruéis, você sabe, né? Quero que, acima de tudo, você saiba que o que realmente importa somos nós dois, certo? - Perguntou, recebendo um resmungo como resposta. - Estão dizendo algumas coisas sobre você... - null fez uma pausa, respirando fundo antes de continuar. - ...sobre você não ser bonita o suficiente pra mim, e esses absurdos que não importam nem um pouco.
O ator continuou a falar, mas null quase não o escutava. As coisas mal tinham começado - porque ela sabia que esse era só o início - e ela não estava sabendo lidar. Era horrível ter seu nome na mídia, Seu lado masoquista queria abrir as redes sociais e ler tudo que estavam falando sobre ela, enquanto seu lado racional, queria se manter longe, e mesmo que em seu coração ela soubesse que deveria ouvir o que null disse, na prática era algo quase impossível de se fazer.
- Amor? - Ele chamou e ela acordou de seus pensamentos ao ouví-lo, um pequeno sorriso aparecendo em seus lábios.
- Do que você me chamou? - Perguntou, deixando de lado por um momento os medos que a afligiam.
- De... - null suspirou e riu baixo. - De amor.
- Eu gostei disso. - null comentou, suspirando em seguida. - Eu posso te ligar quando chegar em casa? Preciso pensar um pouco.
- Claro. - O tom de voz dele soou desanimado. - Fica bem, tá?
- Você também, amor. - Quase cantou a palavra ao dizê-la.
- Não esquece que eu adoro você, por favor.
- Não vou esquecer. Até depois.
Guardou seu celular em sua bolsa assim que encerrou a ligação, encostando sua cabeça no vidro do carro, permitindo que seus pensamentos voassem para o assunto anterior. Ela sabia que não deveria e que muito provavelmente não haviam motivos para isso, mas, no momento, tudo que null conseguia sentir era medo.
Já era tarde, a lua já iluminava o céu em Sudbury. Mais cedo, depois de avisar null que já estava em casa, null desfez sua mala e tomou um banho. Agora, ela se encontrava deitada em sua cama, com uma xícara de chá em mãos, sem saber o que fazer. Encarava seu celular em cima de sua cama, ponderando se deveria pega-lo ou não, porque sabia que uma vez que desbloqueasse o aparelho, não iria parar de vasculhar as redes sociais em busca de notícias sobre seu relacionamento com null.
Soltou um suspiro alto e colocou a xícara no criado mudo ao lado de sua cama, pegando seu celular em seguida. Encarou-o novamente por alguns segundos antes de finalmente tomar coragem e abrir suas redes sociais, arrependendo-se no segundo seguinte.
Nossa, como as pessoas eram cruéis. null nunca iria entender qual a necessidade do ser humano de falar algo que pode machucar o próximo - alguém que nem conheciam, por Deus! Ela não queria deixar que isso a afetasse tanto, mas não era forte o suficiente para aguentar ler aquelas coisas, e duvidava seriamente que alguém fosse. Não demorou para que lágrimas se formassem em seus olhos, escorrendo por seu rosto até pingarem em suas mãos, que seguravam seu celular. A gota d’água foi quando ela leu algo sobre não ser ninguém na vida, uma qualquer, que estava se aproveitando de null e do pai dele para construir sua carreira. null respirou fundo, deitando sua cabeça para trás, em uma tentativa falha de impedir as lágrimas de continuarem caindo.
Até conseguia relevar os comentários que leu sobre “null merecer alguém melhor” e “não ser bonita o suficiente para ele” - afinal, beleza é algo relativo, e quem deveria acha-la bonita era ela mesma e null - mas ver as pessoas especulando sobre sua carreira e sobre seu trabalho, era demais para ela. Ninguém sabia o que ela havia passado para chegar até ali. null até pensou em responder alguns comentários em suas fotos, mas mudou de ideia quando uma mensagem de null chegou, perguntando se ela estava bem.
Respondeu que estava bem, mas cansada, e que por isso iria dormir, dizendo a ele para conversarem no outro dia. O ator não insistiu, entendendo que deveria estar sendo difícil para ela lidar com tudo que estavam falando, afinal, ele sabia como era. Mesmo já acostumado com esse tipo de situação, ele nunca acharia normal e, em parte, era por isso que null se mantinha longe da maioria das redes sociais, mantendo apenas o seu perfil no twitter. As pessoas sabiam ser cruéis, ele tinha plena noção disso.
null acordou assustada, ouvindo barulhos vindos da cozinha. Levantou-se rapidamente, descendo as escadas com certa pressa, mas com cuidado, afinal, ela acreditava estar sozinha em casa. Ao entrar no cômodo, porém, pôde respirar aliviada ao ver Louis em frente a bancada, terminando de passar um café para os dois.
- Puta merda, garoto, que susto! - Ela disse ao se aproximar dele.
Louis sorriu, aproximando-se da irmã e puxando-a para um abraço apertado. Ele a envolveu com seus braços, mantendo-a junto a si enquanto acariciava sua cabeça. null, por sua vez, retribuía o abraço, respirando fundo, a súbita vontade de chorar atingindo-a com força.
- Como você tá? - Ele perguntou contra o cabelo da irmã, afastando-se para segurar seu rosto, demonstrando preocupação.
Ela encolheu os ombros e fungou baixo, cruzando seus braços.
- Não muito bem, acho que dá pra ver, né? - Ela riu sem vontade e o irmão suspirou, sentando-se em um dos bancos em frente a bancada, fazendo sinal para que ela se sentasse também. Serviu café para os dois e entregou uma caneca a ela, que tomou um gole do líquido antes de voltar a falar. - Eu não esperava que fosse tão difícil assim.
- Ah, null, eu nem sei muito o que te falar... - Louis disse, juntando sua mão com a da irmã em cima da mesa. - Mas tem uma coisa que importa muito mais que todas essas coisas que estão falando, você sabe, né?
null soltou sua caneca na mesa e ergueu as sobrancelhas em questionamento, curiosa com o que Louis tinha para falar.
- O que você sente pelo null? - O irmão perguntou, olhando-a com atenção.
Ela suspirou demoradamente, seu pensamento voando para os momentos que tinha passado junto com o ator. Não tinham sido muitos, mas foram suficientes para que um sentimento surgisse em seu coração. Fazia algum tempo desde a última vez, mas null se lembrava bem da sensação de estar apaixonada. E era exatamente o que estava sentindo no momento. Logo um sorriso começou a tomar conta de seus lábios, já dando a Louis uma ideia de qual seria a resposta.
- Você tá apaixonada. - Ele riu e ela deu de ombros, mas balançou a cabeça em confirmação, um pouco sem graça. - E você acha que não tem como contornar essa situação, e deixar esses comentários maldosos de pessoas que nunca terão nada a ver com o relacionamento de vocês, pra lá?
- Acho que sim. - null respondeu, tomando um gole de seu café. - Mas é tão difícil, Lou... Porque além disso, tem também a distância.
- Eu imagino que seja, null, mas, não vale a pena?
null ficou pensativa. Valia a pena? Os momentos com null eram incríveis, ela se sentia nas nuvens quando estava com ele. Ambos traziam à tona o melhor sobre o outro, era fato que, juntos - e isso pode soar até meio clichê - eles se completavam. Ela sentia como se todos os outros breves relacionamentos que havia tido em sua vida deram errado porque, em algum momento, ela e null se reencontrariam e viveriam o que estão vivendo agora. Quer dizer, é claro que tinha um motivo maior pelo qual a vida voltou a uni-los depois de anos, certo? Era o que queria acreditar. Mas, novamente, valia a pena ouvir tantas maldades de pessoas que nem a conheciam? E o mais importante de tudo: ela não queria, de maneira alguma, atrapalhar a carreira de null. null sabia que, querendo ou não, o relacionamento dos dois poderia afetar a imagem dele. Restava saber se afetaria positiva ou negativamente. E ela tremia só de pensar na segunda possibilidade.
- Eu não sei, Lou, eu não sei se consigo lidar com isso... E não quero atrapalhar a carreira ele... - Ela suspirou finalmente e o irmão sorriu de maneira triste para ela.
- Por que você atrap... - Louis começou a falar, mas o som da campainha tocando os interrompeu.
null franziu o cenho, mas se levantou e seguiu até a porta de casa, abrindo-a e dando de cara com as irmãs de null, Shanna e Carly.
- O que vocês estão fazendo aqui? - Ela perguntou quando as duas entraram em casa. - Oi pra você também, cunhadinha. - Shanna respondeu e null riu, rolando os olhos.
- Meu irmão tá tentando falar com você, mas você não atende o celular. - Carly explicou, dando de ombros.
- Ah! - null deu um tapa na própria na testa, só então se dando conta de que não havia pego seu celular desde que acordara. - Esqueci no quarto. Louis tá na cozinha. Vocês querem um café?
- Não precisa. - Shanna balançou a cabeça em negação. - A gente realmente só apareceu pra ver como você tava.
- E porque null praticamente nos obrigou. - Carly fez uma careta, mas acabou rindo. - Acho bom você ligar pra ele.
- Eu vou ligar. Obrigada. - Ela disse para elas assim que as duas se aproximaram da porta novamente.
- Fica bem. - Shanna disse antes de sair.
- Sério. A gente sabe como a mídia pode ser cruel. - Carly completou a fala da irmã, saindo também.
null apenas sorriu em agradecimento e acenou para elas antes de fechar a porta e subir correndo as escadas para pegar seu celular. Viu que haviam algumas chamadas não atendidas de null e também algumas mensagens. Digitou rapidamente uma mensagem, dizendo a ele que estava tudo bem e que Louis estava em casa com ela, avisando que depois ligaria para ele. Precisava colocar algumas ideias no lugar antes de falar com null.
- Ei, você! - O rosto sorridente de null apareceu na tela, contagiando null, que abriu um sorriso pequeno. - Como você tá? Como foi seu dia?
Ela encolheu os ombros antes de respondê-lo.
- Passei a manhã com Louis e trabalhei durante a tarde, mas... Tudo certo. - Respondeu sem ânimo, não convencendo-o. - Como você aguenta tudo isso, null?
null suspirou tristonho, apoiando sua cabeça no sofá que estava sentado.
- Parece difícil de acreditar, mas a gente acaba acostumando, sabe? Essas coisas só estouram assim quando tem alguma novidade, e no caso, a novidade da vez é você. - Ele sorriu desanimado, mas logo voltou a falar. - É bastante cruel, eu sei, mas passa, sabia?
- É realmente difícil de acreditar. - null respondeu, apoiando o celular em suas pernas enquanto prendia seu cabelo. - Eu não sei se tô preparada pra isso. Eu li coisas muito difíceis de serem lidas...
- null. - null a cortou e a mulher pegou o celular novamente, olhando fixamente para a imagem dele no celular. - Por favor, não fique fuçando nas redes sociais. Você só vai se chatear, não faz isso com você. Não vai te trazer nada de bom. - Ele pediu e ela mordeu os lábios, mas acabou por concordar, afinal, ele estava certo. - Olha, eu sei que não tenho direito algum de te pedir pra passar por isso comigo. Mas eu preciso que você saiba que qualquer coisa que falem nunca vai interferir em nosso relacionamento, porque, como eu te disse mais cedo, estamos juntos, acima de tudo, lembra? E a verdade é q...
- null. - Ela o interrompeu e o ator ergueu as sobrancelhas, estranhando a atitude dela. - Meu medo não é esse.
- Não? - Questionou, um pouco confuso. - Do que você tem medo, então?
- Quer dizer, sim, eu tenho um pouco de medo disso, confesso. - Ela suspirou, encolhendo um pouco o corpo. - Mas meu maior medo é atrapalhar sua carreira. Um ator famoso como você em um relacionamento, muitas vezes não repercute muito bem, ainda mais quando esse alguém sou eu: uma simples dentista que trabalha com seu pai. Eu não quero ser um empecilho, null. Eu não quero.
Os dois permaneceram se encarando, enquanto null assimilava as palavras de null. Mesmo que não saísse som algum de suas bocas, os corações de ambos gritavam. null estava surpreso, porque não imaginou que a mulher reagiria desse jeito. Para falar a verdade, ele achou que o que realmente a incomodava eram os comentários. Não achou que seria isso...
- Eu não sei bem o que dizer. - Confessou após algum tempo em silêncio. - Eu acho que...
- Acho que é melhor conversarmos amanhã. - null disse, sua voz saindo mais baixa do que gostaria.
- Sim. - null concordou, juntando seus lábios em uma linha fina. - null?
- Oi?
- Eu gosto muito de você, não se esquece disso, por favor. - Ele pediu e ela sorriu de maneira triste.
- Eu também gosto muito de você. - Disse, antes de desejar boa noite e encerrar a ligação.
Esse não podia ser o fim de null e null. Não seria assim que eles terminariam, seria?
Eles queriam muito acreditar que não.
Oito
- null, vamos, caramba! Que demora! - A voz de Louis soou do andar de baixo e ela bufou, apressando-se em terminar de se arrumar.
- Já vou! - Avisou assim que terminou de fechar os botões de sua camisa. Prendeu seu cabelo de qualquer maneira e desceu as escadas enquanto calçava seus sapatos. - Pra que tanta pressa? Não é como se eles fossem sair de lá, você sabe.
Louis encarou a irmã com as sobrancelhas arqueadas e Natalie, ao seu lado, quis rir do comentário que a cunhada fizera.
- Nossa, garota. Fez as pazes com o namoradinho, foi? - Ele foi irônico, revirando os olhos.
O semblante brincalhão de null murchou e ela suspirou, pegando sua bolsa e pendurando-a em seu ombro.
- Obrigada por me lembrar disso, babaca. - Ela disse antes de passar pelos dois e sair de casa.
- Parabéns, amor. - Natalie deu alguns tapinhas no ombro do namorado e seguiu null.
Louis bufou, trancando a porta antes de seguir as duas. Será que ele era o único que não estava de bom humor naquele dia? Não era possível.
Dentro do carro, não trocaram muitas palavras. null estava imersa em pensamentos. Odiava deixar as coisas mal resolvidas, tudo o que mais queria era conversar logo com null para que resolvessem tudo que tinha ficado em aberto. Natalie e Louis conversavam entre si, não ousando interromper null. Pararam rapidamente em uma floricultura antes de seguir caminho até o destino final: o cemitério. Desceram do carro, caminhando em silêncio até os túmulos que, infelizmente, já conheciam tão bem.
Ao chegarem no local, null se abaixou, praticamente se sentando entre os túmulos de seu pai e de sua mãe. Era sempre assim: ela comprava flores, ia até o cemitério, se sentava, e contava para eles tudo que havia acontecido em sua vida desde a última vez que estivera ali. Nas primeiras vezes, ela costumava chorar muito, demorando horas pra conseguir ir embora. Mas, agora, depois de alguns anos, havia se acostumado um pouco com a dor, e visita-los no cemitério já não era mais tão doloroso. Ela prestava suas homenagens, conversava com seus pais, e ia embora, sabendo que, mesmo os dois não estando mais fisicamente naquele mundo, espiritualmente, eles ainda estavam com ela, onde quer que ela fosse, e era isso que confortava seu coração. Dessa vez, null só não se demorou muito pois tinha companhia, e não queria chorar na frente de seu irmão e cunhada, pois sabia que choraria também por muitos outros motivos.
Cerca de quarenta minutos depois, já estavam dentro do carro novamente, dessa vez fazendo o caminho inverso. Louis deixou a irmã em casa, despedindo-se depois de pedir que ela ligasse para eles caso precisasse de qualquer coisa. Ela agradeceu e caminhou em direção a sua casa, abrindo a porta e entrando logo em seguida. Soltou sua bolsa em cima da mesa e tirou os sapatos que calçava, deixando-os no armário embaixo da escada. Mal tinha fechado a porta quando a campainha tocou. Franziu o cenho, mas seguiu até a porta e a abriu, dando de cara com Lisa, mãe de null.
- Lisa! - null a cumprimentou, dando passagem para que ela entrasse em sua casa.
- Oi, querida. - A mais velha disse ao vê-la, abrindo um sorriso. - Vim trazer um bolo pra você. Sei que a data de hoje é complicada, é o mínimo que posso fazer. - Ela estendeu o prato para null, que o pegou, encantada com a atitude da mulher.
- Muito obrigada, Lisa, de coração. - null sorriu e seguiu para a cozinha, chamando Lisa para segui-la. - Eu não vou nem dizer que não precisava, porque eu estou morrendo de fome.
As duas riram e null pegou dois pratos, mas foi interrompida por Lisa.
- Eu não quero, null, mas pode ficar à vontade pra comer, por favor. Não me importo. - Ela avisou e null sorriu em confirmação.
- Pelo menos um café? - null questionou enquanto pegava uma xícara para si e recebeu confirmação de Lisa.
- Como você está? - Lisa perguntou quando null serviu as xícaras com café e entregou uma delas a ela, sentando-se ao seu lado.
- Ah, o dia de hoje sempre é difícil. - null suspirou baixo enquanto cortava um pedaço do bolo para comer. - A cada ano que passa, parece que dói um pouco menos, sabe?
- Eu imagino, querida. Seus pais eram ótimas pessoas, todos sentimos pelo falecimento deles. - Ela sorriu maternalmente depois de tomar um pouco de seu café. - Mas eu também quero saber como você está em relação aos últimos acontecimentos.
null suspirou pesadamente e encolheu os ombros, ajeitando-se melhor na cadeira. Talvez falar com Lisa sobre o relacionamento com seu filho não fosse a melhor ideia, mas, ela não viu porque esconder as coisas da mulher.
- Preciso confessar que já tive dias melhores. - Sorriu tristemente, brincando com os farelos do bolo em seu prato. - Eu não sei o que fazer. Eu gosto muito do seu filho, mas não sei se consigo lidar com tudo isso, Lisa. E eu tenho medo...
- Medo de que? - Lisa quis saber e null suspirou, ajeitando-se na cadeira.
- Medo de não ser boa o suficiente pra ele, de que isso tudo interfira em nosso relacionamento e que de alguma maneira eu atrapalhe a carreira dele... - A mais nova sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, mas respirou fundo, tentando impedir que elas rolassem. - Eu não falei com ele hoje, não tá sendo um dia bom e preciso de um tempo pra assimilar tudo...
Lisa pegou a mão de null, segurando-a.
- Eu o avisei que hoje era aniversário de morte de seus pais. Ele sabe. – Lisa a tranquilizou e null sorriu em agradecimento.
- Eu gosto muito do seu filho, Lisa. - null confessou.
- Sei disso. Ele também gosta muito de você. - Ela assegurou e a mulher sorriu.
- Eu não sei se... - null suspirou, criando coragem para falar o que estava em sua mente. - Eu não sei se terminar não seria a melhor opção.
- Melhor opção pra quem, null? - Lisa questionou, fazendo-a pensar. - Pra nenhum dos dois, e você sabe disso. Eu sou uma das maiores apoiadoras do relacionamento de vocês, e preciso falar que fazia tempo que eu não via o null tão feliz como nos últimos meses. Querida, eu sei o quanto deve ser difícil ter seu nome na mídia, de um dia para o outro. Acredite, eu consigo imaginar.
null sorriu tristemente ao ouvi-la falar aquilo, seu coração se aquecendo um pouco.
- O que você precisa pesar, é se vale a pena. Com certeza você já deve ter se perguntado isso, né? - Lisa questionou, fazendo a mesma pergunta que Louis havia feito a ela. null balançou a cabeça em confirmação. - Pese os pontos negativos e os pontos positivos, e eu aposto com você que os positivos pesarão mais. - Ela riu antes de se levantar. - Eu preciso ir. Mas podemos conversar outra hora, pode ser?
- Claro, Lisa. - null se levantou também e as duas andaram até a sala, parando em frente a porta de entrada. - Muito obrigada pelo bolo. Tava uma delícia.
- Não melhor que o seu. - Lisa piscou, fazendo-a sorrir sem jeito. - Uma última coisa, querida.
- Sim?
- Tem algo que eu aprendi nos meus muitos anos de vida. - Ela riu baixo e null a acompanhou. - Nada acontece por acaso e, muitas vezes, alguns destinos já estão traçados antes mesmo do que imaginamos. Não sei se você já se perguntou isso, mas, não acha que exista um motivo pelo qual você e null se reencontraram agora, depois de tantos anos? Um motivo pelo qual você tenha voltado a morar aqui, tenha começado a trabalhar com Robert... Não acha que o universo pode ter algo muito bonito reservado para vocês dois desde que eram crianças?
null mordeu seu lábio, pensativa. Novamente aquele questionamento, o mesmo que fizera a si mesma no dia anterior. Ela estava começando a acreditar que, sim, talvez eles realmente estivessem destinados a ficar juntos - mesmo que ela não levasse essa coisa de destino muito a sério.
- Mesmo que eu esteja errada... - Lisa voltou a falar ao perceber que null não falaria nada. - Dê uma chance a esse sentimento, null. Depois, se você realmente não conseguir levar em frente, tudo bem. Pelo menos você tentou. Nunca devemos deixar de ter fé no amor, querida. Não deixe que isso aconteça com vocês.
Ela sorriu para Lisa e abriu os braços, como se pedisse permissão para abraçá-la. A mais velha sorriu e fez o mesmo, envolvendo null em um abraço de urso - assim como costuma fazer com seus filhos.
- Muito, muito obrigada. - null agradeceu quando se afastaram.
- Não há pelo que agradecer. - Lisa garantiu antes de se afastar. - Até outro dia, querida.
- Tchau, Lisa. - null sorriu ao acenar para ela, fechando a porta em seguida.
Encostou-se na parede, um sorriso bobo tomando conta de seus lábios.
Ela já sabia o que fazer, afinal, o amor, na maior parte do tempo, é feito de escolhas. E null já havia escolhido.
null estava deitado em sua cama, uma garrafa de cerveja quase vazia em suas mãos. Já era noite e ele ainda não havia recebido notícias de null. Não queria se preocupar, mas, era inevitável. O ator havia tentado ligar para ela algumas vezes durante o dia, mas depois que sua mãe lhe contou que dia era hoje, ele desistiu. Então, resolvera tentar se distrair assistindo a qualquer coisa que estivesse passando na TV. Em seus pés, Dodger dormia e babava, de tão pesado que estava seu sono. Ele riu baixo ao observar o cachorro deitado e se espreguiçou ao mesmo tempo em que seu celular começou a tocar, o que fez com que ele arregalasse os olhos. Passou as mãos pelo cabelo rapidamente e esfregou o rosto, tentando disfarçar sua aparência preguiçosa - não que null se importasse, é claro.
- Ei. - Ele a cumprimentou. - Senti sua falta hoje.
- Desculpa, o dia foi um pouco difícil. - Ela explicou, ajeitando seu cabelo. - Você parece cansado.
- E eu estou. - Confessou, sorrindo de maneira triste. - Você tá bem?
- Na medida do possível, sim. - Confirmou, dando de ombros. - Com o passar do tempo, diminui um pouco, sabe? Não ficar sozinha no dia de hoje ajudou, também.
- Louis? - Questionou, um pouco curioso.
- Louis e sua mãe.
Evans franziu o cenho. O que diabos sua mãe tinha a ver com tudo aquilo?
- Ela veio me trazer um bolo. Muito bom, por sinal. - null sorriu, ajeitando a cabeça em seu travesseiro. - Conversamos bastante.
- Sobre o que vocês conversaram? - Ele perguntou, apreensivo.
- Sobre você. - null mordeu o lábio lentamente. - Sobre nós.
null suspirou, mas não ousou tirar seus olhos dos da mulher.
- Eu quero falar algumas coisas. - Ele confessou antes que ela pudesse começar a contar sobre a conversa com sua mãe. - Eu devia ter falado ontem, mas fui meio idiota.
null balançou a cabeça em negação e riu baixo, fazendo sinal para que ele prosseguisse.
- Eu preciso que você entenda uma coisa... - null suspirou antes de continuar. - Eu nunca vou permitir que alguém se meta em nosso relacionamento, null, muito menos a mídia. Eu entendo o seu medo, tudo isso é muito novo pra você, mas, de verdade, isso não vai acontecer.
- null, mas...
- Espera, deixa eu falar, por favor. - Ele pediu e ela assentiu, se calando novamente. - Eu nunca deixei que nada atrapalhasse minha carreira. Nada. Não vai ser você, a mulher que eu amo, que vai fazer isso acontecer. Eu não ligo para as coisas que a mídia fala, null, não ligo! Mas se for preciso, eu defendo você nas redes sociais, e se você qui...
- null.
- ...ser a gente mantem isso escondido por mais tempo, mas, de verdade, esse tipo de coisa nunca me afetou, e não vai ser ag...
- null! - null chamou um pouco mais alto, não contendo um sorriso. - Você disse uma coisa.
- Eu disse várias coisas. - Ele coçou a cabeça, um pouco confuso, e ela riu.
- Você me ama? - Ela perguntou, um sorriso enorme tomando conta de seus lábios.
O ator arregalou os olhos, só agora se dando conta do que havia dito antes. Ele encarou null por um tempo, até que ela começou a rir, contagiando-o
- Foi o que eu disse, não foi? - Perguntou e viu ela balançar a cabeça em confirmação enquanto mordia seu lábio, tentando conter a alegria. - Então, já que eu falei, agora eu vou repet...
- Eu também te amo. - Ela o cortou de repente, interrompendo-o. - Caramba, null, esse seu discurso todo foi inútil, porque eu já tinha me decidido, mas confesso que foi bonitinho ver você dizer tudo isso.
Ele fechou a cara, fazendo-a gargalhar. Em uma atitude muito madura, Evans lhe mostrou a língua antes de começar a rir junto com null.
- É isso, então? - Ele sorriu apenas para confirmar.
- É isso. - null respondeu com um sorriso de ponta a ponta em seus lábios.
- Meu Deus, como eu queria te beijar agora... - null suspirou um pouco frustrado, fazendo-a rir. - Vou tentar ir pra Sudbury assim que possível.
- Mas e as gravações? Entrevistas? Ensaios? - null questionou, um pouco preocupada, o que o fez arquear as sobrancelhas.
- Credo, assim até parece que você não quer que eu vá. - Ele fez um biquinho exagerado e ela riu, balançando a cabeça em negação. - Eu dou um jeito. - Deu de ombros, fazendo-a sorrir. - Você é prioridade no momento.
null sorriu ao ouvi-lo. Seu coração, como se fosse possível, aqueceu-se ainda mais. A felicidade que ambos estavam sentindo no momento era quase palpável, tamanha era a intensidade do sentimento.
Passaram mais um tempo conversando, falando sobre vários assuntos e divagando sobre como manteriam o relacionamento a distância, prometendo um ao outro que esse fator nunca seria um empecilho - assim como a mídia.
Para null, pela primeira vez desde que seus pais faleceram, esse dia, de agora em diante, teria um significado a mais. Seria o dia em que ela e Evans se permitiram aceitar tudo o que estavam sentindo um pelo outro e abraçaram o relacionamento, sem medo do futuro.
Para Evans, era o início de algo novo - mas não tão novo. Ele acreditava fielmente que esse era só o começo de algo que duraria por muitos e muitos anos. Não tinha dificuldade alguma em imaginar um futuro com null ao seu lado. E era a facilidade em imaginar isso que o fazia acreditar que havia encontrado a pessoa certa.
Os dois sabiam que teriam algumas dificuldades, mas, finalmente, tudo estava bem, como deveria estar.
Nove
null estava exausta depois de mais uma semana de trabalho e agradeceu mentalmente quando o último paciente saiu, pois poderia ir para casa descansar durante o final de semana. O mês de julho costumava um dos mais cruéis, ela não sabia dizer o porque. Pegou sua bolsa, pendurando-a em seu ombro e depois saiu do consultório, fechando a porta em seguida. Despediu-se de Mila e saiu da clínica, em menos de um minuto já estava dirigindo seu carro a caminho de casa.
As coisas iam muito bem com null. A mídia havia se acalmado um pouco - talvez porque os dois não tinham mais sido vistos juntos. Ele havia dado uma entrevista, onde deixou claro que não estava solteiro, mas não citou o nome de null em momento algum, pois, semanas antes, ela pedira para ele que não o fizesse. Era normal que ela ainda tivesse algumas ressalvas em relação a expor o relacionamento dos dois, que, aliás, eles ainda não tinham oficializado como um namoro, de fato. Não é como se fosse realmente necessário, né?
Poucos minutos depois ela dobrou na rua de sua casa e logo já estava estacionando o carro. Pegou sua bolsa e saiu do veículo, trancando-o em seguida. Estava tão distraída mexendo em seu celular que não viu que havia alguém parado na varanda. Ela estava estranhando o fato de null estar sumido já há algumas horas. Não era comum dele. Digitou mais uma mensagem, bloqueando o celular e guardando-o em sua bolsa. Um barulho de notificação de mensagem diferente do seu foi ouvido, e ela finalmente olhou para frente, seus olhos se arregalando no mesmo momento.
null null estava escorado na grade que cercava a varanda, com seu celular em mãos. Ele tinha um sorriso ladino nos lábios e olhava fixamente para null.
- Cadê você? Tô ficando preocupada! - Ele leu a mensagem que ela enviara, afinando a voz.
null riu e apressou os passos, imediatamente soltando sua bolsa no chão da varanda assim que subiu os degraus, jogando-se nos braços do ator. Ele envolveu o corpo dela com uma das mãos e levou a outra até seu rosto, acariciando-o com o polegar enquanto trocavam um beijo.
- Meu Deus! - Ela exclamou quando se afastaram, suas mãos segurando o rosto do ator, fazendo-o rir. - Você... O quê? Como assim você tá aqui?
Ele gargalhou, dando um beijinho na ponta do nariz dela antes de começar a explicar que havia conseguido uma folga. Depois de muito incomodar sua agente, ela tinha conseguido reorganizar alguns compromissos para que ele pudesse viajar por três dias para visitar sua família e, é claro, null.
- Meu Deus! - null repetiu, fazendo-o rir. - Gostei muito disso. Lembre de agradecer ela por mim, por favor. - Entrelaçou seus dedos nos dele, puxando-o para perto da porta. - Você já viu seus pais?
null abriu a porta e os dois entraram em casa, ainda grudados um no outro.
- Sim, tava lá até agora. E já avisei que vou dormir aqui, portanto... - Ele levantou a sobrancelha sugestivamente e ela abriu um sorriso ladino e mordeu seu lábio inferior de maneira provocativa, o que fez com que null desviasse seu olhar para sua boca. - Hm, gosto assim.
As mãos dele deslizaram para a cintura de null e eles caminharam juntos até a parede mais próxima, onde null encostou as costas da mulher. Depois, levou uma de suas mãos até a nuca de null, entrelaçando os dedos em seus cabelos e puxando-os levemente. null passou a língua nos lábios antes de puxa-lo pela nuca e dar início a um beijo.
A outra mão de null acariciava a cintura dela, ora fazia movimentos circulares, ora apertava. O ator quebrou o beijo apenas para descer os lábios até o pescoço de null, roçando-os por ali, fazendo-a arrepiar por completo. Ele deslizou sua mão livre até uma das coxas dela, puxando-a para que envolvesse seu quadril, e assim ela o fez, já sentindo o quanto ele estava excitado.
Não demorou muito para que a temperatura na sala aumentasse, e logo o ambiente já estava tomado por gemidos e respirações ofegantes.
- null, para! - null pediu em meio a risadas.
Eles estavam no parque da cidade, foram fazer um piquenique. O dia ensolarado estava propício para a atividade, por isso, resolveram tirar proveito do fato de que a maioria dos moradores de Sudbury já o conhecia, e então conseguiriam ter um pouco de sossego. Já haviam comido e agora estavam sentados na grama conversando. Quer dizer, isso até null resolver atacar null por algo que ela tinha dito, suas mãos indo direto para a barriga da mulher, enchendo-a de cócegas. Ele se divertia ao vê-la rir e acabava se deixando contagiar, gargalhando.
- Pelo amor de Deus! - Ela berrou quando ele finalmente se afastou. Levou sua mão até o peito, respirando fundo algumas vezes para se acalmar. Quando o fez, deu vários tapas estalados no braço de null, fazendo-o se encolher. - Eu. Odeio. Cócegas. - Ela disse pausadamente, finalizando com um último tapa.
- Eu. Já. Entendi. - Ele imitou a maneira como ela falou e riu, passando sua mão em seus braços. - Você tá vermelhinha. - Franziu o nariz, fazendo com que null suspirasse. null ficava incrivelmente fofo quando fazia isso. - Linda!
- Lindo é você, null null. - Ela respondeu e arqueou a sobrancelha, fazendo-o rir.
O ator permaneceu encarando-a, um sorriso bobo estampado em seus lábios.
- O que foi? - null tombou a cabeça para o lado, estranhando.
null aumentou o sorriso, aproximando-se dela devagar, para então dar um beijo estalado em sua boca.
- Eu te amo. - Ele soprou contra os lábios dela e null abriu um sorriso imenso antes de proferir um ‘’eu também’’ e grudar seus lábios nos dele e envolvê-los em um beijo.
Eles só se separaram quando ouviram uma movimentação ao redor, só então se dando conta de que ainda estavam em um local público.
- Desculpa. - Ele pediu, coçando a cabeça. - Sudbury é uma cidade pequena, mas mesmo assim, podem tirar fotos e...
- null. Tá tudo bem. - null assegurou, levando sua mão até a dele e entrelaçando seus dedos. - Eu não quero ter que ficar me escondendo.
- Mas e os comentários da míd...
- Eu vou aprender a conviver com eles. Afinal, você disse que com o tempo isso vai diminuindo, né? Eu não vou ser mais ‘’novidade’’. - Sinalizou as aspas com os dedos, vendo-o confirmar. - E acho que quanto mais a gente enrolar, pior vai ser.
- Tem certeza? - Perguntou novamente, vendo-a balançar a cabeça em concordância. - Então, quando me perguntarem, eu posso dizer que você é minha namorada?
null sorriu ao ouvi-lo. Dessa vez foi ela quem franziu o nariz, e null riu ao observa-la. Depois ela balançou a cabeça em concordância novamente antes de abrir a boca em falso espanto.
- null null, você está me pedindo em namoro? - Ela colocou as mãos na cintura, segurando a vontade de rir.
Ele rolou os olhos e deu de ombros.
- Como se você já não soubesse que somos namorados. - Ele debochou, fazendo ela rir.
- Tô brincando com você, bobo. Mas, enfim, pode, com uma condição. - null arqueou a sobrancelha sugestivamente e ele fez sinal para que ela prosseguisse, então a mulher começou a enumerar as condições nos dedos. - Você precisa me levar em todas as festas e eventos, tipo o Oscar, o Golden Globe, as premières, os progr...
null rolou os olhos ao ouvi-la, nem se dando ao trabalho de responder. Riu baixo antes de puxá-la e beijá-la - pela primeira vez, sem se importar com as fotos que poderiam ser tiradas.
Com certeza null seria a acompanhante dele em todas as festas e eventos, tipo o Oscar, o Golden Globe, as premières, os programas...
null e null estavam deitados na cama da mulher, cobertos apenas por um lençol fino. Ela tinha sua cabeça apoiada no peitoral do ator, enquanto ele fazia um leve carinho nos cabelos dela - tão leve que ela estava quase adormecendo.
- Meus pais nos chamaram pra jantar lá amanhã. Tudo bem?
null resmungou algo em concordância, sonolenta. Os dois ficaram em silêncio por mais alguns segundos. null tinha seus olhos bem abertos, imerso em pensamentos e dúvidas sobre seu relacionamento com null, afinal, ainda havia um fator que os atrapalhava: a distância.
- null? - Ele chamou e novamente obteve um resmungo como resposta. - Você se mudaria para NY?
A mulher abriu os olhos de supetão e se virou na cama, levantando a cabeça para olhá-lo.
- Por que essa pergunta de repente? - Questionou, estranhando o fato de o assunto ter surgido do nada.
- Eu não quero ter que ficar sem te ver por meses. - Ele suspirou baixo, e null fez o mesmo, entendendo onde ele queria chegar.
Os dois se encararam por um tempo, até null dar de ombros e sorrir de lado.
- Eu nunca pensei em me mudar. Mas não vejo porque não. - Ela sentou na cama, cruzando suas pernas, ficando de frente para ele. - Eu só não aceito ficar sem trabalhar, então eu só vou me mudar caso encontre um emprego tão bom quanto o que tenho aqui, na clínica de seu pai.
- Podemos procurar. Não? - null perguntou, enchendo-se de esperanças.
- Podemos. - null respondeu, um sorriso enorme em seus lábios.
- Isso é sério? Você topa se mudar pra NY?
Ela balançou a cabeça em confirmação e no segundo seguinte null já havia puxado ela para si, abraçando-a.
- Mas vamos com calma, preciso encontrar um apartamento, vender a casa... - null começou a listar tudo que precisava ser feito.
- Mora comigo. - Ele convidou de repente, interrompendo-a.
null o encarou, franzindo o cenho.
- null, eu n...
- Tô falando sério, null. Mora comigo. O apartamento é grande, tem espaço pra nós dois, a localização é ótima...
- Mas aí estaremos levando esse relacionamento a outro nível, quase um cas...
- Não! Ninguém falou em casamento. - Ele riu nervoso e levou suas mãos até as dela, fixando seu olhar no da mulher. - Tô falando em dividir um lugar, poder acordar todos os dias ao seu lado. Te ter comigo, sempre. Nada de papéis, não precisamos disso. Mora comigo. - Pediu, novamente.
null pensou por um momento, pesando os prós e contras, e a verdade é que o único contra era seu trabalho. Ficaria em Sudbury até que encontrasse um emprego a altura em NY, sem problema algum. Quer dizer, ela era uma dentista já conhecida na região, com as qualificações e a experiência que tinha, não deveria ser difícil encontrar algo em outra cidade, não é? Além do mais, já faziam mais de seis meses que estavam juntos - mesmo que parecesse muito mais, já que se conheciam desde sempre. Os dois eram adultos, com suas vidas encaminhadas e carreiras consolidadas. Não tinha como ser ruim. Com esse pensamento em mente, abriu um sorriso que contagiou null, antes de finalmente dizer que sim, ela aceitava morar com ele.
- Mãe? Pai? Chegamos. - null avisou assim que ele e null entraram na casa dos null.
O ator fechou a porta atrás de si e logo seus pais apareceram na sala para cumprimenta-los.
- Queridos! - Lisa disse, puxando-os para um abraço simultâneo.
- Mãe. Você tá me apertando e vai assustar a null. - Ele avisou e riu quando ela os soltou.
- Vai me assustar nada, Lisa. - null sorriu para a mais velha.
- Desculpa. É que vocês são tão lindos juntos! - Ela comemorou e eles riram.
- Como vocês estão? - Foi a vez de Robert abraçá-los, mas, diferente de Lisa, ele cumprimentou um de cada vez.
- Tudo certo. - Foi null quem respondeu.
- Seus irmãos não vêm, querido. Scott disse algo sobre um namorado novo, Shanna saiu com as amigas e Carly precisa entregar um projeto na segunda, então...
- Mais comida pra mim! - Ele comemorou, fazendo null rir e seus pais rolarem os olhos.
- Você é mesmo um saco sem fundo, filho. – Ela riu e ele sorriu inocentemente. - A comida já tá pronta. Vocês estão com fome?
Os dois balançaram a cabeça em confirmação.
- Então, eu já vou servir. Peguem algo pra beber enquanto isso. - Ela sorriu para eles antes de sair andando em direção a cozinha.
- Cerveja? - Robert que já estava no bar, perguntou e recebeu dois acenos de cabeça como resposta.
Pegou três cervejas e levou-as até o casal, entregando uma para cada.
- Então... - Sr. null disse, procurando iniciar uma conversa. - Como vão as coisas?
- Temos novidades. - Foi null quem contou, fazendo seu pai franzir o cenho.
- Eu espero que não seja um bebê.
null cuspiu a cerveja que bebia, dando um banho em null, que a olhou surpreso, antes de começar a gargalhar do susto que a mulher tomou. A risada de Robert também foi ouvida, seguido de um ‘’acho que isso já responde tudo’’.
- Desculpa, amor. - Ela finalmente falou, levantando-se para pegar alguns guardanapos. - Eu não tava esperando por isso.
- Eu percebi. - Ele riu, piscando para ela. - Tá tudo bem.
- O que aconteceu? - Lisa perguntou quando voltou para a sala e viu null secando a camisa de null.
- Seu marido e suas piadinhas. - null contou, ouvindo o pai rir.
- Eles têm algo a nos contar e eu supus que pudesse ser um bebê. - Ele disse inocentemente, fazendo a esposa revirar os olhos.
- Claro que não é um bebê. - Lisa bateu em Robert com o pano de prato que tinha pendurado em seus ombros. - Não é, né? - Voltou-se para null e null, que balançaram a cabeça em negação. - É o quê, então?
- Vamos comer, aí eles nos contam, querida. - Sr. null sugeriu e eles concordaram.
Logo já estavam todos sentados na mesa com seus pratos cheios da deliciosa comida feita por Lisa. O cardápio da noite era, como esperado, o prato predileto de null: o frango cremoso que apenas sua mãe sabia fazer.
- Amor. - Ele chamou a atenção de null, que conversava animadamente com Lisa. - Você precisa aprender a fazer isso pra mim em casa. Eu já tentei fazer, e você sabe que sou uma negação na cozinha...
- Se sua mãe me passar a receita, claro que faço. - Ela sorriu para Lisa, que tinha uma sobrancelha arqueada, assim como Robert.
- Em casa? - Ele perguntou, soltando seus talheres.
- Ah, é. - null sorriu, fazendo o mesmo que seu pai e levando sua mão até a de null, entrelaçando os dedos nos dela. - Nós decidimos morar juntos.
- Como é? - Lisa perguntou, surpresa. - Quero dizer, isso é ótimo! - Ela respondeu, batendo palminhas, animada.
- Isso é ótimo, realmente... - Sr. null respondeu, sorridente, voltando sua atenção para null. - Vou perder minha colega?
- Eu só vou me mudar quando encontrar um trabalho definitivo lá. - null explicou, sob o olhar atento do mais velho. - Não quero, de maneira alguma, ficar sem trabalhar.
Robert pensou por alguns segundos e abriu um sorriso.
- Talvez eu tenha a solução pra isso. - Ele disse, sorridente, e voltou-se para Lisa. - Querida, lembra do Anthony Schwimmer?
- Seu colega, claro que lembro. - Ela franziu o cenho, não entendendo onde ele queria chegar.
- Eu fui tutor do filho dele durante a faculdade. Os dois me devem uns favores. - Explicou, e null já entendeu onde o pai queria chegar. - Eles abriram uma clínica nova em NY. Posso ver se consigo algo pra você, null.
- Nossa, Sr. null, isso seria... - Ela suspirou, sorrindo grandemente. - Seria incrível. Muito obrigada.
- Valeu, pai. - null agradeceu e virou-se para null. - Viu? As coisas vão dar certo.
- Sei que vão. - Ela sorriu, aproximando-se para dar um beijo nos lábios dele.
Foram interrompidos pela voz de Robert novamente:
- Vocês têm mesmo certeza de que não estão esperando um filho?
- Pai, pelo amor de Deus!
- Robert!
- Não tem bebê algum, Sr. null.
- Ah, droga.
Dez
- Nem acredito que vamos entregar a chave da casa amanhã. - Louis comentou ao fechar a última das muitas caixas de mudança que ele e a irmã estavam organizando.
- O que acha que o pai e a mãe iriam achar? - null questionou enquanto etiquetava as caixas.
- Acho que eles ficariam felizes e orgulhosos por cada um de nós estar seguindo seu caminho. - Louis respondeu e null sorriu, olhando para o irmão. - Vou sentir sua falta por aqui.
A mais nova sorriu, abrindo os braços para abraçá-lo.
- Se você não for me visitar, garoto... - Ela ameaçou, fazendo-o rir.
- Na primeira oportunidade que tiver, estarei lá. - Ele sorriu, dando um beijo na cabeça da irmã antes de se afastar e olhar ao redor. - Acho que é isso, então.
- Acho que sim. - null sorriu, observando tudo já empacotado. - Aquelas caixas ali são as suas, essas são as minhas. - Ela apontou, mostrando ao irmão. - Não vou conseguir levar tudo agora, mas aos poucos busco tudo.
- Relaxa, tenho lugar pra guardar. - Louis sorriu e os dois se encararam por mais alguns segundos antes de se unirem em um abraço lateral, permanecendo em silêncio enquanto recordavam algumas das muitas lembranças que tinham de todos os anos que moraram na casa.
Sempre seria a residência dos null. Cheia de memórias e muito amor. Crescer ali fora incrível e, apesar de estarem se desfazendo da casa em que viveram com seus pais, eles sabiam que era a coisa certa a se fazer. A casa ficou exatos dois meses no mercado, até que eles receberam uma proposta irrecusável e fecharam a venda. Agora, seria o lar de um casal que esperava seu primeiro filho, e os dois irmãos não poderiam estar mais felizes.
Já estavam no início de outubro e null entraria no avião com destino ao seu novo lar amanhã. Na próxima semana, já começaria a trabalhar na clínica dos Schwimmer, como nova integrante do corpo clínico, então teria alguns dias para organizar sua mudança e se acostumar com os ares nova iorquinos. Ela e null já haviam escolhido alguns móveis novos para o apartamento que agora seria habitado pelos dois, e ela não via a hora de estar em seu novo lar.
null costumava ter medo de mudanças. Isso mudou depois que seus pais faleceram e ela foi obrigada a acatá-las. E, bom, a verdade é que às vezes, quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas. E às vezes, mudar é bom. Às vezes mudar é tudo.
Era, finalmente, o dia da mudança. O voo de null saía perto do 12h, então, depois de acordar, ela tomou um café da manhã reforçado, juntamente com Louis e Natalie, que vieram para passar as últimas horas com ela. Depois disso, perto das 10h, eles levaram as malas de null até o carro de Louis, colocando-as no porta malas com a ajuda deles. Antes de sair e entregar a chave para os dois, a mulher ainda caminhou por todos os cômodos, despedindo-se da casa. Depois, seguiu para a casa vizinha e apertou a campainha dos null, esperando apenas alguns segundos até que viessem atender.
- null! - Lisa a cumprimentou de braços abertos. - Já está indo, querida?
- Sim. Vim me despedir. - Ela sorriu, retribuindo o abraço da sogra.
- Vou chamar Shanna, é a única que está por aqui. - Lisa avisou e rapidamente gritou pela filha mais nova, voltando sua atenção para null. - Já se despediu de Robert? - Passei na clínica ontem.
- Cunhadinha! - Shanna apareceu e se aproximou, já puxando null para um abraçado. - Cuida bem do desmiolado do meu irmão, por favor.
- Pode deixar. - null riu quando se afastaram. - Esperamos visitas de vocês, viu? Se cuidem!
- Você também, null. - Shanna pediu, sorrindo para a mulher. - Precisa que te leve ao aeroporto?
- Não precisa, Louis tá me esperando. - Ela sorriu para as duas. - Deixem um beijo e um abraço para Carly e Scott, por favor.
- Pode deixar, querida. - Lisa garantiu, aproximando-se novamente para um último abraço. - Eu estou muito, muito feliz por vocês.
null sorriu verdadeiramente para sua sogra e sua cunhada e depois saiu de casa. Andou em direção ao carro de Louis, que já a aguardava juntamente com Natalie. Virou-se mais uma vez para acenar para as duas mulheres antes de finalmente entrar no carro e seguir caminho em direção a nova fase de sua vida junto com null null.
Não demorou muito para que chegassem no aeroporto de Boston, já que ele ficava no meio do caminho entre Sudbury e a capital. Desceram os três do carro, acompanhando null até o local onde despacharia suas bagagens.
- Bom, então é isso. - Ela encolheu os ombros depois que finalizou o despacho, encarando seu irmão e a namorada. - Deus, eu vou sentir tanto sua falta. - Jogou-se nos braços dele, sendo envolvida por seus braços.
- Eu também. - Ele disse, fazendo carinho nos cabelos da irmã mais nova. - Estarei sempre aqui, você sabe disso. Nada vai mudar.
- Sei que não. - null sorriu ao se afastar, depositando um beijo na bochecha do irmão antes de se virar para Natalie. - Nat, por favor, cuida desse doido. - Ela pediu e a cunhada riu, confirmando. As duas se abraçaram e trocaram um beijo na bochecha. - Não esqueçam de me visitar.
- Nunca que vamos perder a chance de ir até o apartamento de null null, null. - Natalie comentou, fazendo-a rir.
null sentiu seu celular vibrar, uma mensagem de null havia sido recebida. Checou o relógio e voltou seu olhar para os dois.
- Preciso ir. - Ela suspirou, ajeitando sua bolsa em seu ombro. - Aviso quando chegar. Amo vocês.
- Também amamos você. - Louis respondeu, seus olhos um pouco marejados. Era difícil ver sua irmã, sua única família, se mudando. Mas ele sabia que nada mudaria e que seriam sempre os mesmos.
null deu alguns passos em direção a entrada para a área de embarque. Assim que mostrou sua passagem, ela se virou, acenando uma última vez para eles antes de sumir corredor adentro.
Pegou seu celular, respondendo a mensagem de null, dizendo que já estava prestes a embarcar. O ator lhe desejou boa viagem e disse que estaria no aeroporto, esperando por ela.
null dormiu a viagem inteira - o que não foi difícil, já que era um vôo muito curto. Acordou quando o avião estava pousando e logo já estava saindo da aeronave em direção às esteiras para pegar suas malas - três, mais especificamente. Enviou uma mensagem para null, dizendo que estava aguardando as malas, e ele respondeu avisando que já estava ali, com seu disfarce de sempre: boné e óculos escuros. null duvidou muito que funcionaria de maneira efetiva em um aeroporto, mas, tudo bem. Depois de pegar um carrinho, colocou as três malas em cima dele para só depois sair da área de desembarque. Assim que saiu, seus olhos varreram o local procurando por null.
Encontrou-o alguns metros a frente, com um moletom muito exagerado para o clima calor que fazia em NY. Assim que ele a viu, abriu um sorriso imenso. null se aproximou e soltou seu carrinho, aproximando-se do namorado para abraça-lo. Ele a esperou de braços abertos, então null passou os braços ao redor do pescoço dele, levando uma de suas mãos até a bochecha do homem para só então grudar seus lábios nos dele.
- Oi. - Ele disse assim que quebraram o beijo.
- Oi. - Ela sorriu, dando-lhe mais um selinho. - Você é maluco de aparecer aqui.
- Ninguém me reconheceu. - Ele deu de ombros e viu null arquear as sobrancelhas, como se perguntasse se ele tinha certeza disso. Ela apontou para trás com a cabeça e ele se virou, encontrando algumas meninas paradas com celulares na mão, esperando para se aproximarem. - Ops. Desculpa. - null riu, dando mais um selinho nela. - Se importa se pararmos pra falar com elas rapidinho?
- Claro que não. - null sorriu e null deu a volta, empurrando o carrinho dela enquanto andavam lado a lado em direção às garotas.
- Ei. - Ele as cumprimentou e elas sorriram enormemente.
- Você se importa em tirar uma foto comigo? - Uma delas falou e ele se aproximou dela, posando para uma selfie.
null se manteve ao lado, observando a cena, enquanto seu namorado atendia suas fãs com a maior atenção do mundo. Percebeu que uma delas a observava com curiosidade, e imediatamente ficou um pouco nervosa.
- É ela sua namorada, null? - A garota perguntou, com um sorriso nos lábios.
null se virou para null, como se perguntasse se podia confirmar e ela abriu um sorriso pequeno, fazendo-o entender que sim.
- Sim. - Ele se afastou das fãs, parando ao lado de null e entrelaçando seus dedos. - É minha namorada.
- Você é linda. - A mesma garota de antes comentou e null sorriu verdadeiramente. Nem todas eram cruéis, afinal. - Podemos tirar uma foto com os dois juntos?
Novamente null se virou para null, e ela deu de ombros. Não via problema algum. As garotas se aproximaram, ficando próximas aos dois, e null pegou o celular de uma delas para tirar uma selfie. Elas agradeceram muito, elogiando o casal e desejando felicidades antes de se afastar. Por sorte, não havia chamado muita atenção, então não foi difícil seguir até o estacionamento do aeroporto.
- Essa foto vai estar em todas as redes sociais e sites de fofoca em alguns minutos. - null avisou assim que entrou no carro, ligando o mesmo para dar partida.
- Vai. - null riu baixo, colocando o cinto em seguida e virando seu rosto para olhar para o namorado. - Acha que vou me acostumar rápido com isso?
- Espero que sim. - Ele respondeu, levando sua mão até a coxa dela, fazendo carinho no local. - Ah, amor, antes que eu me esqueça... Larissa vai fazer um jantar amanhã a noite, comida brasileira, e nós estamos convidados.
- Oba! - null comemorou e ele riu, balançando a cabeça.
- Ela tá ansiosa pra te ter por perto. Disse que você é a única amiga que fez por aqui.
- Eu gosto muito dela. - null sorriu, virando o rosto para observar as ruas.
- Eu fico feliz. - null foi sincero.
O que ele mais queria era que a namorada fosse feliz nessa nova fase da vida dos dois. Era importante que ela trabalhasse, que fizesse amigos, que tivesse sua privacidade - assim como ele também.
O restante do caminho até o centro de NY levou algum tempo devido ao trânsito, mas os dois conversaram tanto que mal perceberam o tempo passar, logo já estavam estacionando na garagem do prédio que null morava. Pegaram as malas da mulher e seguiram até o elevador. Assim que null abriu a porta do apartamento, null quis gritar, tamanha foi a sua surpresa.
A sala estava lotada de flores, muitas delas. Havia também um bolo - red velvet, o preferido de null - em cima da mesa, protegido por uma embalagem a prova de cachorros. No chão, estava Dodger, usando a bandana que havia ganhado de null no Natal. null respirou fundo ao entrar, seu olhar fixo em algo brilhante que estava pendurado no pescoço do cachorro. Aproximou-se, só então se dando conta de que era a chave do apartamento. Acariciou a cabeça dele antes de pegar a chave e se virar, correndo em direção à null e jogando-se em seu colo, com as pernas ao redor do corpo dele. O ator riu e deslizou suas mãos pelas coxas da mulher, até que as fixou na bunda dela, segurando-a próximo de si.
- null, eu... - Ela suspirou, abrindo um sorriso. - Tô sem palavras.
Ele riu, aproximando-se e roubando um beijo rápido da mulher, antes de olhá-la nos olhos e dizer:
- Bem-vinda a nossa casa, null.
Epílogo
- Vocês ouviram isso, gente? null null já trabalhou de babá! - Ellen dirigiu-se a plateia do seu programa, fazendo null rir. - Pode ser que o amor da sua vida seja a pessoa que cuidou de você quando era criança e você nem sabe!
- Se essa pessoa cresceu pra se tornar um ator famoso, então, melhor ainda. - null piscou e riu, fazendo null olha-la com falso espanto antes de também cair na risada. - Tô brincando, amor. - Ele franziu o nariz e ela se aproximou, dando um selinho rápido no ator, ouvindo a plateia suspirar.
- Eles não são lindos? - Ellen perguntou, recebendo vários gritos como resposta. - Então, depois disso, null se mudou, vocês acabaram se afastando. Como se encontraram de novo?
- Eu arranjei um emprego na clínica de odontologia do pai dele.
- Seu pai é dentista, certo? - Ellen perguntou a null e ele confirmou com a cabeça.
- Eu não lembrei dela de cara, quando a gente se viu. - null confessou e null riu, confirmando com a cabeça.
- Não acredito! - Ellen caiu na risada. - Você teve que faze-lo lembrar, null?
- Sim. Mas não desse jeito que você tá pensando. - Ela avisou, fazendo o sorriso sugestivo de Ellen murchar. - Na verdade, ele teve ajuda do Sr. null, porque se não, acho que não lembraria até hoje de onde me conhecia...
- Que calúnia, null. - null respondeu, fingindo estar indignado com a mulher. - Eu lembrei na hora que ele falou seu sobrenome! E depois ela ainda passou o Natal na nossa casa, acredita?
- Levei presentes pra todos. - null contou, orgulhosa.
- Até pro Dodger! - null riu, dando um beijo na bochecha da mulher.
- E depois vocês começaram a ficar, como foi? - Ellen quis saber, assim como a plateia, que estava em silêncio, atenta a cada palavra dita pelo casal.
Durante o resto do programa, os dois contaram, resumidamente, como chegaram até ali. Desde o primeiro beijo até o momento em que resolveram morar juntos.
Já faziam quase três anos que null estava em NY, sua carreira de dentista não podia estar melhor: ela agora era uma das sócias majoritárias da Clínica Schwimmer. null, por sua vez, estava focado em outros filmes, já que seu contrato com a Marvel havia se encerrado. Ambos estavam bem profissionalmente e isso refletia também no relacionamento amoroso, que não podia estar melhor. Como se fosse possível, o amor que sentiam um pelo parecia aumentar cada vez mais com o passar do tempo. A mídia nunca mais os incomodou, aliás, eram tidos como um dos casais mais queridos do momento, constantemente sendo chamados para fazer ensaios e participar de talk shows juntos, exatamente como estavam fazendo agora.
- Quase três anos juntos, então? - Ellen perguntou, recebendo confirmações vindas dos dois.
- Três anos hoje, pra ser mais exato. - null confessou, dando um beijo na bochecha de null. - Vamos sair pra comemorar depois daqui.
- Olha só! - Ellen riu. - Eu é que não vou atrapalhar vocês. Então, casal, nosso tempo já tá quase acabando, mas eu não posso deixar vocês irem embora sem antes tirarmos uma selfie!
Ellen se levantou, sentando no meio dos dois. Os três se aproximaram e posaram para a foto. Enquanto null fez uma de suas caretas, mostrando a língua, null e Ellen apenas sorriram enormemente. Ao se afastarem, a apresentadora abraçou os dois e agradeceu pela presença e eles acenaram para a plateia, que gritava animadamente. Ellen encerrou o programa, suspirando pesadamente antes de se aproximar novamente do casal.
- Vocês dois são um amorzinho. Quando é que vai rolar casamento? - Ela perguntou e null deu de ombros, olhando sugestivamente para null, que se encolheu, como se dissesse que não sabia, mas, na verdade, ele sabia muito bem, sentindo algo pesar em seu bolso. - Que vergonha, null null.
Eles riram antes de se despedir de Ellen com um abraço e se afastar, andando em direção ao camarim para pegar seus pertences.
Não demorou para que estivessem no carro de null em direção ao local onde comemorariam o aniversário de relacionamento.
- Onde estamos indo? - null quis saber, olhando curiosa para null.
- Pra casa. - Ele respondeu e sorriu de canto, deixando-a confusa.
- Mas eu achei que...
- Confia em mim? - null a olhou sorridente, vendo-a sorrir de volta.
- Sempre.
Ele voltou sua atenção para o trânsito a sua frente, pisando um pouco mais no acelerador, ansioso para chegar em casa. Assim que o fizeram, os dois desceram e andaram em direção elevador. Ao invés de apertar o botão para o andar em que moravam, null apertou o do terraço. Ele observou quando null franziu o cenho e sorriu discretamente.
Assim que a porta se abriu, os dois caminharam lado a lado. Logo a frente, havia uma mesa posta para dois, com algumas pétalas de rosas espalhadas. Alguns fios de luzes estavam pendurados, iluminando o local, tornando o ambiente romântico. null deu alguns passos, aproximando-se da mesa, passando a ponta dos dedos pela toalha com um sorriso no rosto. null era incrível, não haviam palavras que ela pudesse usar para expressar o tamanho do amor que sentia por ele. Virou-se lentamente, procurando o namorado. Imediatamente seu coração se acelerou ao vê-lo ajoelhado em sua frente, segurando uma pequena caixinha com um lindo anel dentro.
- Parece que a Ellen adivinhou. - Ele riu, um pouco sem jeito. null estava estática, seus olhos já cheios de lágrimas. - Eu comprei esse anel há alguns meses, e quis esperar esse dia pra poder fazer isso... Eu tinha preparado um discurso enorme, mas eu não lembro de absolutamente nada. - null suspirou nervosamente, trocando o peso de seu corpo para o outro joelho. null riu baixo, levando sua mão até a boca, cobrindo-a. - Então eu só vou falar de uma vez, tá? - Ela balançou a cabeça em confirmação, dando um passo para ficar mais próxima dele. - null, você aceita se casar comigo?
Um soluço baixo escapou pelos lábios dela enquanto ela balançava a cabeça em confirmação. null se levantou, ao mesmo tempo em que null finalmente conseguiu externar seus sentimentos.
- Sim, null! Por Deus, sim! Mil vezes sim. - Ela disse vendo-o abrir um sorriso enorme e colocar rapidamente o anel no dedo dela antes de segurar seu rosto com as mãos e beija-la ternamente.
- Eu te amo. - Ele disse quando quebraram o beijo, encostando a testa na dela e fechando os olhos. - Eu te amo tanto, tanto...
- Eu também. - Ela disse, fungando baixo por conta das lágrimas que ainda insistiam em cair.
null sorriu, afastando-se para poder olha-la. Como se fosse possível, sob a luz do luar, null ficava ainda mais linda. Ele sorriu antes de voltar a falar:
- Acima de tudo? - Perguntou, entrelaçando seus dedos nos dela.
- Acima de tudo.
Fim
Nota da autora: Oi, gente!
Terminou!
Eu só não vou sentir tanta falta desse casal tão amado porque eles estarão presentes constantemente em All We Can Become!
Aliás, tá esperando o quê pra ler? Hahah! Em breve teremos Against All Odds, que narrará a história de Anthony Mackie e sua amada, e também é um crossover das duas fics (AIA e AWCB).
Eu espero que vocês tenham gostado e se apaixonado tanto quanto eu me apaixonei por esses dois lindos!
Obrigada a quem leu, acompanhou, surtou e comentou!
Sou muito grata à vocês!
Deem uma chance para as minhas outras histórias, garanto que vão gostar!
Beijos, e até a próxima!
Outras fanfics:
Finalizadas:
A Place to Call Home [Restritas - Originais]
Em andamento:
All We Can Become [Restritas - Atores - Em Andamento]
Dear Roommate [Restritas - Outros - Em Andamento]
Outer Space [Restritas - Originais - Em Andamento]
Shorfics:
Sixth Sense [Outros – Finalizada]
9/11 [Outros – Shortfic]
Ficstapes:
01. On The Loose [Ficstape Niall Horan - Flicker - Restrita]
02. Halo [Ficstape Beyonce - I Am… Sasha Fierce]
02. Tell Me You Love Me [Ficstape Demi Lovato - Tell Me You Love Me]
02. Revenge [Ficstape Pink - Beautiful Trauma]
07. Hot as Ice [Ficstape Britney Spears - The Essential - Restrita]
08. Stay [Ficstape Miley Cyrus - Can’t Be Tamed]
12. Keep Holding On [Ficstape Avril Lavigne - The Best Damn Thing]
12. Only The Strong Survive [Ficstape McFLY - Radio:ACTIVE]
15. Outrageous [Ficstape Britney Spears - The Essential - Restrita]
Especiais:
Endlessly [Dia dos Namorados - Equipe]
Aliás, tá esperando o quê pra ler? Hahah! Em breve teremos Against All Odds, que narrará a história de Anthony Mackie e sua amada, e também é um crossover das duas fics (AIA e AWCB).
Eu espero que vocês tenham gostado e se apaixonado tanto quanto eu me apaixonei por esses dois lindos!
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Beijos, e até a próxima!




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08. Stay [Ficstape Miley Cyrus - Can’t Be Tamed]
12. Keep Holding On [Ficstape Avril Lavigne - The Best Damn Thing]
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