Because of the War

Finalizada Em: 18/11/2018

Capítulo Único

Eram tempos de guerra. Hitler avançava suas tropas e atacava sem piedade. Mortos e feridos chegavam à tenda em que ele atendia a todo momento. A pior parte era cobrir com um pano velho os corpos sem vida. No final do dia, os panos acabavam, e os corpos eram simplesmente empilhados em um canto. Muitos nem voltavam, ficavam caídos no meio do campo de batalha junto com os escombros.
Foi em mais um desses dias que ele conheceu um dos soldados mais valentes que já conhecera. Seu nome era , e ela roubou seu coração no primeiro encontro.
- Não quero que se preocupe comigo, doutor. Há muitos soldados do lado de fora que estão muito mais feridos do que eu.
- Mas soldada...
- Aqui, deixe-o aqui – ela ignorou o médico enquanto auxiliava a chegada de novos feridos.
- Soldada... – o médico tentou de novo. Na terceira tentativa, se virou para ele com impaciência.
- O quê?
- Sua perna está sangrando.
Foi quando ela se deu conta de que havia sido baleada e que havia uma poça de sangue no chão onde estava parada. Como não percebera antes? A dor deveria deixá-la em agonia. Mas não, lá estava ela, em pé, andando de um lado para o outro, tentando ajudar no que podia.
No momento em que se deu conta de seu ferimento, a soldado caiu no chão e reclamou de dor. Céus, aquilo doía como o inferno!
O jovem médico sustentou-a e tratou de cuidar do seu ferimento.
- Deve ter sido a adrenalina, sabe – ele começou a explicar a ela, na tentativa de distraí-la enquanto jogava álcool em seu ferimento e a ouvia gritar. – Seu corpo estava em ação, com uma alta dosagem de adrenalina. Seu cérebro não deu importância ao ferimento, ignorando a dor e impulsionando-a a correr. Isso é instinto de sobrevivência, ou alguma coisa assim.
Ele puxou o projétil de forma rápida e seca e recebeu uma bofetada em resposta.
- Desculpe – ela arfou.
- Sem problemas.

Depois disso alguma coisa nasceu entre eles. Essa coisa, seja lá o que fosse, cresceu ao longo dos dias que se seguiram. Apesar de o jovem médico ter evitado danos maiores na perna da soldada, ela ainda tinha sido baleada e, por conta disso, foi proibida de sair em campo até que não estivesse totalmente recuperada.
- Mas senhor, estamos em pouco número...!
- Não adianta, soldada. Eu já disse que você não irá sair para a guerra até estar em plenas condições.
A discussão era inútil. Ela já havia tentado várias vezes. Para não se sentir inútil, ajudava nas estratégias de defesa e ataque e, no final do dia, fugia para as tenda médicas com a desculpa de querer ajudar os feridos, mas não conseguia esconder seu desapontamento a cada vez que não encontrava seu jovem herói, o médico que cuidou dela.
- Procurando alguma coisa?
Assustada, ela se virou de supetão para o dono da voz. Teria o atacado, como reação automática, mas a dor falou mais alto e ela perdeu o equilíbrio. Não caiu. Em vez disso, foi levada a uma cadeira ali perto pelos braços do jovem médico.
- Você deveria estar em repouso, soldada. Lembro-me de ter lido isso em sua ficha médica. Oh, é mesmo, fui eu mesmo que escrevi isso em sua ficha médica – sorriu brincalhão.
Ela se permitiu uma risada. Risada essa que só aparecia quando o jovem doutor estava presente.
- Eu queria ajudar.
- Você ajuda muito ficando quieta e se recuperando rápido.
A soldada fez um beicinho.
- Mas se quiser ajudar ainda mais, você pode separar esses medicamentos que acabaram de chegar.
- Claro! – seria bom poder se sentir útil, ainda mais tendo a presença dele... – Eu não sei o seu nome – disse.
- Não? – ele se surpreendeu. – Acho que você nunca me perguntou – sorriu.
A soldada nada disse, ainda esperando o médico continuar.
- . Meu nome é .
- . – ela repetiu. Era como música para os ouvidos da soldada.
Os dias se passaram, a guerra continuava lá fora. Agora as tropas alemãs perdiam força, mas a guerra ainda estava longe de acabar.
A soldada se sentia melhor a cada dia. Também passava cada vez mais tempo na tenda médica, fosse separando medicamento, fosse ajudando a alimentar os feridos.
Nenhum dos dois soube quando aconteceu, mas quando se deram conta, já não queriam estar longe um do outro. Os dias em que a soldada era chamada para discutir estratégias, eram dias longos para o jovem , pois sabia que só a veria à noite. Quando o médico era levado para alguma outra base ali perto, os dias pareciam eternos para , uma vez que ela não tinha notícias do seu herói.
Eles não tinham tempo para namorar, e o tempo de guerra era mais que inapropriado para isso. Cada um tinha suas próprias responsabilidades e deveres. Mas isso não os impedia de se amarem, mesmo que somente com olhares e palavras, e alguns toques proibidos.
- Quando a guerra acabar. – ele prometeu.
- Quando a guerra acabar. – ela prometeu.
Aquela era a maior das promessas: quando a guerra acabasse, seja lá quando fosse, ficariam juntos.
Boatos de que a Alemanha estaria cedendo começaram a correr. Como soldada, não se permitiu acreditar de inicio. Não queria se decepcionar ou cair numa armadilha. Mas a esperança de tempos de paz e o que ele traria, especialmente, para ela, foi mais forte. Naquela noite, e se amaram pela primeira vez.
No dia seguinte ela foi mandada em campo, na missão de averiguar as tropas inimigas. A guerra já estava quase no fim. ficou na tenta médica, cuidando dos feridos. Fazia tempo que o número de mortos diminuía, e aquilo era animador.
No final do dia, a esperança de tempos melhores enchia a base militar. Mas tal esperança durou pouco para . Ao cair da noite, a tropa, a qual fazia parte, voltou. era carregada por um dos soldados, assim como tantos outros mais.
Ela sangrava, como na primeira vez que se viram. Infelizmente, dessa vez, o ferimento não era tão simples, e as habilidades médicas de o deixaram na mão, justamente com a única pessoa que ele prometera passar junto o resto de seus dias de paz.
- Não se preocupe comigo, doutor. Há muitos outros soldados feridos do lado de fora – ela disse baixinho.
- Mas soldada... ...
O jovem doutor não recebeu resposta. A soldada , a mais brava e corajosa que o doutor já conhecera, havia partido como a heroína que era, deixando para traz colegas de guerra, um futuro de paz e um amor improvável, o primeiro de sua vida, e o único.


Fim.



Nota da autora: Oi, oi, gente! Essa foi outra fanfic que eu tinha no computador há alguns anos, e encontrei a oportunidade perfeita para mandá-la para o site. Escrever fanfics com finais tristes não é o meu forte, e até hoje eu não sei como fiz esse final. Espero que vocês tenham gostado, de coração ❤ Deixem nos comentários o que acharam e façam uma autora feliz!
Beijos de luz
Angel





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