Capítulo Único
Uma vida inteira em busca da essência perfeita, algo que se assemelhasse com ela de alguma forma.
Já havia testado tudo o que podia se imaginar naqueles frascos de vidro que se espalhavam em seu laboratório, desde simples flores que não fossem rosas, até mesmo animais. Havia só um tipo que ainda não havia testado desde que perdera ela, mas isso mudaria logo. Observando-a do lado de fora da farmácia pela porta de vidro, percebia o quanto estava ansioso para finalmente testar se aquilo daria certo dessa vez. A mulher que apenas sabia o nome porque estava escrito em seu crachá se tornara a sua maior inspiração e obsessão desde que precisara comprar um remédio para dor de cabeça e a encontrara atrás do balcão.
O jeito simpático de falar, o atendimento atencioso, o sorriso e principalmente aquele perfume… Aquele perfume lhe tirou de órbita. Ele era como o perfume que lembrava-se de sentir há cinco anos atrás. Desde então suas dores de cabeça pioraram consideravelmente, e tinha que frequentar muito mais a farmácia do que imaginava que precisaria. De início, nem sempre ela estava lá, mas aos poucos foi se acostumando e decorando seus horários. Sabia que ela sempre chegava às seis, mas não tinha horário exato para sair.
Não tinha problema. Não era como se tivesse algo a fazer além de esperá-la no beco lateral ao local, discretamente escondido atrás do poste para que elas não lhe vissem pela janela de vidro. Tudo o que queria fazer tinha como pontapé inicial ter para si.
E isso pretendia resolver logo.
― ! Você vai chegar bem em casa, não vai? ― a companheira de trabalho perguntou ao vê-la colocando o casaco pesado por cima do uniforme da loja, vendo que já passava da uma da manhã, mas a amiga insistia em querer ir embora sozinha do mesmo jeito. ― Se você me esperasse mais um pouquinho, eu te deixava em casa!
― Não se preocupe tanto comigo, está tudo bem. Eu te ligo assim que chegar lá, mas realmente preciso ir! Preciso chegar antes do , ou você sabe como ele fica… Não gosta que eu saia daqui tarde demais. ― puxou os cabelos para cima do casaco, os ajeitando em um coque bem preso para que nada atrapalhasse sua visão.
― Ah, se ele soubesse a noiva que tem… ― balançou a cabeça negativamente com uma risada maldosa, e rapidamente balançou a cabeça, negando pelo fato dele nem mesmo poder imaginar. ― Por que você não pede pra ele te buscar? Tenho certeza que assim ele não fica preocupado e você pode sair mais tarde.
― Eu não tenho culpa, tinham tantos remédios faltando que tive que conferir nome por nome! ― fez um bico nos lábios, cruzando os braços e arqueando uma das sobrancelhas na direção da amiga que riu. ― Eu não quero atrapalhar, ele tem trabalhado tanto ultimamente na delegacia por causa do casamento, não posso abusar da boa vontade do melhor noivo do mundo. ― riu para si mesmo meio abobalhada ao falar do rapaz, arrancando um sorriso da amiga também. ― Preciso mesmo ir, ! Até amanhã!
― Até amanhã!
jogou um beijo no ar na direção da amiga e sorriu ao iniciar a caminhada para o lado de fora, puxando a porta de vidro que fez com que a sineta tocasse para anunciar que havia alguma movimentação no comércio. A primeira coisa que fez ao soltar a maçaneta foi pegar o celular dentro do bolso, vendo a mensagem que havia lhe mandado há algum tempo atrás.
Controlou o sorriso enorme que quis tomar seus lábios quando leu o rapaz pedindo para que não saísse muito tarde do trabalho e para tomar cuidado nas ruas, porque ele infelizmente não podia lhe buscar. Acabou distraindo-se em digitar a resposta, não conseguindo conter a paixão que tomava seu coração em tudo que envolvia , sem ter olhos para nada que estava acontecendo ao seu redor.
E esse foi seu maior erro.
Um baque seco na cabeça e o celular de caiu no chão. Pelo reflexo, ela apertara o botão de enviar antes de tudo ficar preto, e tudo o que tinha era uma mensagem enviada pela metade.
Observar dentro daquele quarto, tranquilamente deitada na cama como se estivesse dormindo, era o maior motivo de sua satisfação. Era como realizar o seu maior objetivo, mas a melhor parte era que não havia vazio após isso: ainda tinha mais uma parte do plano para cumprir. Era apenas o início do que faria com ela, a caminhada de sua obra prima: aprender a preservar a essência humana de alguma forma e guardar aquele perfume para si.
discretamente fechou a porta do quarto, saindo em seu laboratório. Tudo ali era em um tom branco e com uma iluminação tão clara que chegava a doer os olhos para alguém que nunca havia visto o ambiente antes, diferente dele. Ele passava seus dias e suas noites ali, pesquisando, estudando e testando, ansiando o dia em que usaria os materiais certos para finalmente conseguir a fragrância perfeita.
Acreditava que isso havia acabado de acontecer, pela segunda vez, e que estava em a sua mais concreta oportunidade desde que aquele incidente ocorrera. Há cinco anos não se sentia tão vivo, não sentia que estava tão perto assim de conseguir o que almejava. Mas tinha que manter-se calmo. Não podia cometer o mesmo erro de antes, porque aquilo já havia lhe custado muito.
Atravessou seu laboratório com passos calmos até chegar ao lado esquerdo e sentar-se no banco de madeira branco a frente do piano do mesmo tom de cor, porém com dispositivos criados pelo próprio homem, tubos acoplados a frascos de líquido vermelho, que a cada vez que ele pressionava alguma tecla, liberava um perfume diferente feito a partir da essência das rosas. Iniciando uma melodia calma, se inebriou com a combinação do som e do cheiro, deixando-se fantasiar a perfeição aos seus olhos.
A sua fórmula.
Estava tão perto…
Já estava de manhã quando uma batida na porta de madeira fez com que toda a magia do momento se dispersasse, os dedos do homem parassem de deslizar e os olhos felinos se moveram até que sua visão periférica encontrasse a porta de madeira do quarto. Viu a maçaneta se movendo, e então girando de forma frenética até que a porta foi empurrada e encontrasse a figura de uma desesperada e com o rosto tão pálido quanto aquela sala, totalmente em choque com o que estava acontecendo.
Tudo o que ela sentia naquele momento era dor, não só física onde sua cabeça havia sido acertada, mas também a dor do arrependimento e do medo. Ela encarou o seu algoz por alguns segundos de olhos arregalados, ainda apertando a maçaneta com muito mais força do que pretendia, e tentando externar alguma reação que não fosse de puro choque e horror, o que apenas piorou quando ele, aos poucos, foi abrindo um sorriso que podia ser visto mesmo se ele não estivesse de frente para si.
― Eu não quero te machucar, não precisa se preocupar.
Ouvir aquilo era como ouvir que ele iria lhe matar logo, e o grito que ficou preso na garganta de não conseguia sair de forma alguma. Estava paralisada de medo, aterrorizada, e tremia da planta do pé até sua cabeça. A única reação que teve foi começar a chorar copiosamente e se encolher ao vê-lo erguer o corpo alto e se aproximar.
A sombra de parecia cobrir todo o lugar na visão da mulher. E, antes que ele chegasse finalmente na sua frente, ela sentiu toda a força se esvair de si e tudo ficou negro antes de saber o que aconteceria a seguir.
Ele conseguiu segurá-la pela cintura a tempo, colando seu corpo mole contra o dele para oferecer-lhe algum equilíbrio. Balançou a cabeça negativamente, inclinando mais a própria coluna e pescoço até que alcançasse a curva do pescoço dela e pudesse encaixar seu nariz ali, puxando o ar para seus pulmões com força. Junto com o ar, o aroma inebriante que emanava daquela pele macia…
― … ― ele soltou o ar e o nome da mulher de uma vez, entreabrindo os lábios e sentindo sua respiração ficar descompassada. Mesmo assim, estava desanimado em ver a reação que ela tivera, mas entendia… ― Você ainda não sabe o propósito, meu amor… Mas logo você entenderá, e então não vai mais ter medo.
calmamente a pegou no colo e então voltou a deitá-la na cama, cobrindo-a até o tórax e então saindo do quarto, deixando a porta aberta como se isso fosse fazer o cheiro agradável viajar daquele ambiente até o que pretendia ficar, ao mesmo até que ela acordasse outra vez e pudessem finalmente ter a conversa que ele tanto ansiava ter, onde explicaria tudo o que estava acontecendo e esperava que ela entendesse.
Ao sair, reparou novamente no celular da mulher, que havia ganhado um trinco no vidro quando ela o derrubou no chão mais cedo. O aparelho insistentemente tocava em cima de uma de suas mesas, com notificações de duas pessoas diferentes. Havia tido o cuidado de mantê-lo desbloqueado, e agora que tinha um tempo para checá-lo, após deixá-la dormindo novamente. Acabou o buscando para saber exatamente quem eram as pessoas que queriam contatar a garota.
A primeira que abrira a conversa era de uma mulher, não sabia ao certo seu nome já que estava anotado como com várias figuras logo após, provavelmente coisas que relacionava com ela. As mensagens eram preocupadas e eram diversas por minuto, já chegando as cinquenta, assim como as chamadas perdidas. Nelas, citava que estava prestes a surtar e que já estavam investigando de todas as formas possíveis de encontrá-la. Ela não parecia acreditar que poderia ler as mensagens, na verdade, parecia falar mais consigo mesma, dizendo o quanto amava a amiga. Isso se tornou extremamente desinteressante aos olhos de após ele ler o nome masculino.
― … ― murmurou para dentro e a contragosto, infeliz de saber que havia uma presença masculina na vida dela.
Essa provavelmente, era a pessoa da outra conversa. A primeira coisa que notou foi que reconheceu facilmente na foto de perfil do homem, onde eles posavam um ao lado do outro com sorrisos largos, assim como o plano de fundo da tela do bate papo com ele havia uma foto dos dois em uma praia, com ela beijando sua bochecha carinhosamente. O seu contato estava salvo como "My Precious", com uma aliança e diversos coraçõezinhos ao lado, e uma onda elétrica de um sentimento que conhecia bem subiu por sua espinha.
Subiu o histórico apenas para que esses sentimentos de raiva e ciúmes se intensificassem ainda mais ao vê-los conversando e trocando juras de amor. Mesmo que não fossem das mais melosas, ainda sentia-se completamente traído… As últimas eram áudios desesperados do homem questionando onde ela estava e pedindo pelo amor de Deus para que ela aparecesse. Revirou os olhos com todo aquele drama, juntando todas as informações importantes que havia conseguido relendo aquele histórico e o de . Ao menos servira para analisar bem a forma de escrita de , sabendo que ela raramente abreviava as palavras ou usava gírias, mas, além disso…
Eles eram noivos… Um compromisso mais sério e mais difícil de fazê-la esquecer. Vira as fotos de vestidos de noiva que ela encaminhou para , escolhendo algum modelo que ficaria bom nela, e também os lugares que ela e aquele tal de estavam especulando para a cerimônia. Mordeu o próprio lábio, balançando a cabeça negativamente e pensando em seu próximo passo, ao se levantar e encher uma taça com um pouco do líquido vermelho que preenchia tantos frascos. Levou-o até o rosto, apenas para aproximá-lo do nariz e o cheirar. O aroma das rosas sempre o auxiliava a manter a calma a pensar direito, e era isso que precisava: pensar bem para que não houvessem erros.
O coração de só faltou explodir quando viu online no aplicativo, e mais ainda quando ela começou a digitar para responder a sua conversa. Estava na delegacia com , e praticamente gritou para chamar a atenção dela quando isso aconteceu, e principalmente quando viu que a notificação desapareceu, e no segundo seguinte o celular da própria vibrou.
Era uma mensagem de pedindo ajuda.
― Ela… Ai meu Deus, ela está viva! ― um mundo inteiro pareceu sair dos ombros da mulher, e ela deixou o corpo desabar no banco, mesmo que ainda estivesse preocupada em saber no que ela precisava de ajuda e onde ela estava. Saber que estava viva já era um bom começo.
― Pergunta onde ela tá, por favor! ― pediu com a voz tremulando, sentando ao lado dela para poder ver o que digitava e concluir que era a exata mesma pergunta que ela fazia.
"Eu sei, me desculpa, mas eu precisava pensar e de um tempo pra mim, estou em dúvida com uma coisa que deveria ter certeza."
", o que está acontecendo, onde você está?"
"Olha, não importa, não me procurem. Estou tirando um tempo pra mim, eu preciso decidir se realmente quero me casar com o ."
até mesmo tentou esconder o celular naquele momento parece que o rapaz não lesse essa mensagem, mas soube que havia falhado assim que ele arregalou os olhos que já estavam vermelhos antes e nessa hora transbordaram em dor e frustração. Aquilo não podia ser real, não era possível… nunca faria isso consigo! Entrelaçou os dedos nos fios de cabelo, abaixando a cabeça sem coragem de acompanhar as próximas partes da conversa e escondendo o fato de estar chorando como uma criança no lugar que era seu local de trabalho, mesmo que não naquele horário.
"Eu sei, eu sei. Mas , eu conheci outra pessoa."
"O que?!"
ficou off-line sem visualizar a mensagem logo depois, deixando uma embasbacada e perplexa segurando o celular na mão. chorava silenciosamente ao seu lado, de cabeça baixa e controlando ao máximo os ombros para que não balançassem no ritmo do seu soluço. Não conseguia entender o que havia feito de errado para chegarem naquele nível…
― Ela parou de me responder. ― anunciou após alguns minutos de puro silêncio, aos quais deu para o rapaz conseguir liberar toda a dor que ela imaginou que ele estava sentindo.
Mas algo na cabeça dela não encaixava. Não conseguia acreditar que ela faria aquilo, muito menos que se interessaria em outra pessoa se estava noiva de . Ela sempre foi alguém que prezou sinceridade e fidelidade acima de tudo… Sua melhor amiga nunca deixaria as coisas chegarem nesse ponto. E, além disso, sabia o quão apaixonada era por ele. Ela o amava profundamente, a ponto de seus olhos brilharem e seus lábios abrirem sozinhos sempre que ela pensava no homem. Não conseguia acreditar que existia algo capaz de superar aquilo.
― Ei, onde você está indo?! ― questionou quando viu o rapaz se levantando já mais calmo e tentando retornar a expressão tranquila, arqueando uma das sobrancelhas em dúvida.
― Vou cancelar o boletim de ocorrência. Se ela quer um tempo de mim, não vou obrigá-la a voltar. ― sussurrou em um tom magoado e baixo. Não tinha opção, se era aquilo que queria, devia respeitar as escolhas dela e então conversariam quando ela resolvesse voltar.
― , não faz isso! ― levantou-se também, rapidamente guardando o celular na bolsa e dando passos para seguir o rapaz. ― A amava você e nunca faria isso, eu tenho certeza! Tem alguma coisa errada ai, e você precisa descobrir.
― … ― começara a ficar com medo de que dali pra frente apenas encontraria mais descaso e frieza da parte da noite - talvez ex-noiva? - e por isso se tornava ainda mais difícil continuar com aquilo. Estava com medo, com medo de que quisesse mesmo terminar tudo, e descobrir daquela forma era demais para ele.
― Por favor, ! Vamos pelo menos ver as câmeras de segurança da farmácia, e, se não tiver nada lá, nós a esperamos aparecer, certo? ― era uma hipótese terrível, mas tinha certeza que teria, porque conhecia bem sua amiga e sabia que ela nunca deixaria .
E soube que ele também nunca deixaria de acreditar no amor dos dois quando o rapaz suspirou desanimado e acenou em concordância. Mesmo que a nuvem de tristeza e frustração o cegasse por alguns momentos, ele sabia que todas as promessas que haviam feito não tinham sido em vão.
Já era o segundo dia desde que havia sido trancada naquela casa. Tudo começava a ficar mais claro agora, e o estado de choque estava se tornando menor a cada segundo. conseguia finalmente raciocinar sobre o que havia acontecido e estava acontecendo, e também conseguia respirar de forma mais calma e falar. Ouvindo o som do piano vindo do outro cômodo, mordeu o próprio lábio para controlar a raiva que subiu por seu corpo, espreitando até a porta e ouvindo os sussurros que partiam dos lábios daquele maldito.
― Preciso ficar calmo… ― ele murmurava para si mesmo conforme os dedos aceleravam a melodia, a cada segundo mais rápido, mais rápido e mais rápido… ― Aquilo não vai acontecer outra vez, não pode acontecer outra vez. Agora, vai ser perfeito. Eu a amo e sou apaixonado pelo o que eu faço, é só manter a calma…
Era a chance que tinha para tentar correr daquele lugar. Tudo que queria era que ele continuasse concentrado falando consigo mesmo, enquanto conseguia puxar levemente a porta para abri-la um pouco mais, observando a saída fechada do outro lado… Respirou fundo, pensando que teria de passar todo o ambiente por trás dele para que não fosse vista. Deu o primeiro passo silenciosamente, mal erguendo o pé do chão. Continuou assim com o segundo, então o terceiro…
Observou o laboratório dali, segurando o choro ao ver todos os tubos de ensaio redondos de vidro repletos de líquidos vermelho em sua estante ao fundo, e também em cima das mesas brancas de madeira, assim como o terrário de vidro ao qual uma jiboia repousava, se entrelaçando entre os galhos marrons das árvores. Engoliu em seco, mas manteve o ritmo e sentia-se mais esperançosa a cada passo que conseguia dar sem ser detectada, sem saber que um sorriso se abria nos lábios de ao sentir o cheiro dela tão próximo, dividindo o mesmo lugar que si. Ele sabia, e, quando chegou perto da porta, simplesmente girou seu corpo no banco, arqueando uma das sobrancelhas para ela.
― Eu estou te dando um tratamento especial, por que você quer ir embora? ― o tom frio do homem ao questionar isso a fez paralisar como sempre que eles interagiam, arregalando os olhos em completo choque ao vê-lo tranquilamente apoiando o queixo na palma da mão. ― Ah, … ― ele deixou a cabeça tombar levemente para o lado, o abdômen subindo e descendo de forma acentuada. ― Eu sei exatamente onde você está. Eu sigo o seu cheiro… Você não pode fugir de mim.
Não, não podia. Sua única esperança era depositar confiar e acreditar que conseguiria lhe encontrar antes que fosse tarde demais.
― !
Seu parceiro o chamou desesperado em um grito fazendo-o rapidamente erguer os olhos e a cabeça, com o coração acelerando. Já era o segundo dia de desaparecimento, e estava próximo de enlouquecer. Mas para o chamarem daquela forma… Sabia exatamente que haviam achado algo suspeito. Não sabia como reagir naquele momento, mas tudo o que queria era saber o que estava acontecendo o mais rápido possível, e encontrar sua noiva para se certificar que ela estava bem.
Largou o celular ao qual encarava durante o dia inteiro em cima da mesa no mesmo segundo e logo depois já aparecia na porta do gabinete onde era chamado, vendo seu capitão e o amigo que lhe chamara, os vendo lado a lado de frente para a tela do computador. Um arrepio subiu por sua espinha e ele instintivamente mordeu o próprio lábio em nervosismo. Sabia bem o que aquilo significava, uma vez que as imagens das câmeras de segurança haviam chegado mais cedo, mas ninguém queria lhe deixar vê-las antes da análise. As faces pálidas dos dois denunciavam, porém: haviam encontrado alguma coisa, e parecia ser sério.
― O que aconteceu com ela? ― questionou baixo, com um pouco de receio. Queria tanto saber, mas ao mesmo tempo agora que estava tão perto da resposta, estava com medo. Só de pensar em perder , seu cérebro entrava em combustão e parecia que iria explodir.
― , acho melhor você sentar. ― foi o seu superior que começou a falar, e mesmo que quisesse fingir que estava sendo forte e manter-se em pé, a primeira coisa que fez foi deixar seu corpo desabar na cadeira giratória. ― Ela foi sequestrada. Nós já estamos seguindo o rastro do sequestrador e solicitamos todas as gravações do bairro para encontrarmos o carro e rastreá-lo…
Segurou o encosto da cadeira com tanta força que era capaz de parti-los ao meio, sentindo a falta de ar e o princípio de arritmia que começava a se apoderar de seu coração. não conseguia escutar mais nada que o homem falava a sua frente após a notícia de que ela havia sido sequestrada, apesar de ver seus lábios se movendo para soltar explicações. Todo o seu universo girava e girava em cores desconexas, e o que ele queria eram apenas duas coisas.
Um nome e o endereço.
O nome do desgraçado que mataria assim que colocasse as mãos e o endereço ao qual cometeria o assassinato.
puxou o ar com força outra vez, com o nariz afundado entre os fios de cabelo da mulher, ao mesmo tempo em que estava abaixado atrás da cadeira onde ela estava sentada. Os pelos do corpo de se eriçaram em um arrepio agonizante no mesmo instante que ela pressionou os olhos e os lábios em desespero, tentando manter a calma, mesmo que tudo o que quisesse era começar a gritar.
― Shh, shh… Você tem que ficar calma, ou isso não vai dar certo… ― o homem deslizou ambas as mãos pelos ombros e então braços dela, como se isso fosse capaz de fazê-la relaxar, e não ficar ainda mais tensa.
Ele apertou levemente os pulsos dela contra a cadeira de metal, e enquanto dilatava os pulmões para respirações pesadas, tinha o ar completamente preso, sendo incapaz até mesmo de conseguir soltá-lo ao ver o psicopata prendendo suas duas mãos na faixa de couro que dava a volta no apoio do metal, encaixando o feixe logo depois para ter certeza que estaria firme e ela não poderia se mexer.
― Você está tão tensa… ― comentou frustrado, os lábios formando um bico manhoso e os olhos caindo em desânimo, se afastando um pouco de onde ela estava para começar a arrastar outra cadeira. ― Precisamos ficar mais íntimos, então vou te contar mais sobre mim, então você não vai precisar mais sentir medo, ok?
assentiu com a cabeça algumas vezes desesperada. Qualquer coisa que adiasse o que quer que ele queria fazer com aquele bisturi em cima da mesa era válida. Ele abriu um sorriso ao imaginar que ela estava interessada em saber, e então parou a cadeira ao lado, girando a que ela estava até ficarem frente a frente, com os joelhos encostando um no do outro. Ergueu também ambas as suas mãos até que conseguisse alcançar e segurar as trêmulas e presas da mulher.
― Primeiro de tudo, meu nome é . . Tenho trinta e quatro anos, sou formado em Química, meus pais são donos de uma empresa de computação… Não que isso importe, eu não os vejo há alguns anos. Enfim, patenteei algumas marcas famosas de perfume e consegui montar meu próprio laboratório, isso tudo o que você vê aqui. ― ele riu como se aquilo não fosse nada demais, balançando os ombros, e então a olhou nos olhos.
Ele tinha olhos profundos e negros como um buraco negro, que sugava toda a vida e toda a coragem dela. sentia-se a mais frágil e incapaz pessoa olhando dentro daqueles olhos felinos, ela sentia que ele podia matá-la só com aquele olhar que a deixava completamente aterrorizada. Não conseguia ver beleza alguma em seu algoz, nem mesmo conseguia observar seus traços e analisá-los, mas era um homem extremamente bonito que não aparentava estar nem mesmo perto de sua idade real.
Os cabelos pretos lisos, a pele levemente bronzeada, os olhos e a altura avantajada. Tudo era uma combinação perfeita e perigosa a qual ele confiava ser capaz de lhe trazer qualquer coisa quando em sincronia com a sua inteligência. Esporadicamente, tinha certeza que também cederia a todos os seus charmes. Tudo o que precisavam era de tempo e conhecimento. Por isso decidiu que iria contar tudo para ela, porque precisavam confiar um no outro.
― E essa é a minha história, .
A criança de dez anos fechou os olhos e se sentou no meio daquele labirinto, mentalizando como seria bom se pudesse de alguma forma. eternizá-lo em si, para que o sentisse durante toda a sua vida…
Lembrava do dia que sentiu o perfume das flores embrenhado em si como se fosse ontem, ainda lembrava da sua aparência como uma criança, podia até mesmo vê-la no espelho de vez em quando. Aquele jardim, aquele labirinto… Havia se tornado seu local favorito por anos, até que decidiu que queria mais, ele queria uma forma de fazer o cheiro das rosas ser permanente, em um local onde ele pudesse sentir sempre que quisesse.
E foi assim que começou.
Amor à primeira vista… Julgava aquela expressão ridícula demais para que acontecesse consigo. Mas estava errado. Era a primeira vez de muitas que estaria errado, mas aquilo não importava quando estava tão concentrado em amá-la sem reservas e oferecer para a mulher tudo aquilo que nunca imaginou um dia ter em si, todo aquele amor e todo aquele carinho que queria externar. Eles eram um do outro, estavam em um relacionamento feliz e ela estava encantada com os seus experimentos.
Mas, outra vez, ele queria mais.
Ele queria uma forma de estar com ela permanentemente em seu corpo. descobriu que para extrair a essência das rosas, ele tinha de apertá-las até que elas chorassem e liberassem suas lágrimas. E então, com aquela que tinha a essência mais perfeita e imaculada que sentiu em toda a sua vida, ele deveria fazer o mesmo.
Porque a essência desapareceu quando a mulher que amava caiu na escuridão.
― Foi um erro. ― ele suspirou desanimado ao chegar nessa parte da história, abaixando o rosto e deixando os dedos se embrenharem entre seus fios de cabelo, como se revivesse o desespero de quando a havia perdido. ― Eu não só perdi a mulher que eu amava, também perdi a sua essência… O mundo todo perdeu. Ou pelo menos, tinha perdido. Até que eu encontrei você.
Um calafrio subiu pela espinha de ao ouvir aquelas palavras e quando ergueu de novo o rosto e o corpo, se levantando e aproximando, segurando-se no metal e se deixando cair com o corpo acima de si.
― Quando eu senti o seu cheiro… ― ele deslizou o nariz pelos cabelos, bochecha e pescoço da mulher, e engoliu o choro, com medo de que suas lágrimas piorassem a situação, se é que havia como ser piorada. ― Ah… O seu cheiro é ainda melhor que o dela… ― ele deixou um breve gemido escapar por seus lábios, e comprimiu ainda mais os lábios, em pânico. ― Me convenci a pensar que aquele evento trágico tinha sido uma preparação, um estágio que eu tinha que passar para que, quando você entrasse na minha vida, tudo fosse perfeito.
Naquela situação, podia claramente enxergar todas as facetas daquele psicopata.
Arrependimento por ter matado alguém que amava conflitante com a frieza, a paixão pelo motivo de sua psicose, o perfeccionismo e necessidade de manter a calma para não cometer de novo o mesmo erro. Ele possuía diversos pontos de loucura, e estava aterrorizada.
― Não precisa se preocupar. Eu não quero perder sua essência, então eu nunca te machucaria. ― ele abriu um sorriso largo de dentes enfileirados e brilhantes e se questionou como ele conseguia se tornar mais assustador a cada ação que fazia.
― O que você vai fazer comigo, então? ― ela questionou, falando pela primeira vez depois de tanto tempo e apenas o deixando mais feliz por conta desse fato.
― Vamos começar tirando um pouco de sangue, eu preciso fazer alguns experimentos em como vou chegar ao resultado que eu quero. ― se levantou animadamente, começando a mexer em seus apetrechos e pegando uma seringa que estava em cima da mesa.
― S-Sangue?!
― Sim. Se não der certo, vou remover um pouco da pele, mas não vai ser nada demais, não vai doer. E então, o cabelo, e assim sucessivamente até dar certo.
Ele explicava com uma expressão empolgada, sem nem mesmo prestar atenção em como o rosto de havia ficado pálido a cada palavra que soltava, apenas pegando um novo tubo de ensaio transparente para que colocasse o sangue quando o extraísse. E segurando toda a vontade de gritar e surtar, ela fechou os olhos, começando a rezar e pedir misericórdia. Precisava de ajuda antes que ele começasse com aquela loucura.
E como uma resposta imediata, um estrondo veio do andar debaixo, como se estivessem estourando a porta. finalmente soltou o ar que tanto segurava, sentindo o alívio e a felicidade serem tão grandes que nem mesmo pensou na hipótese daquilo dar errado. Era , tinha certeza que ele tinha ido lhe buscar! fechou a cara no mesmo instante, se afastando e pegando seu celular para olhar o sistema de câmeras da casa.
― Sem erros desta vez, . ― murmurou ao observar o homem se aproximando da porta da cozinha com o capuz cobrindo o rosto e uma arma em punhos.
O que estava fazendo era maior que aquilo. Além de estar apaixonado por , aquilo também era científico! Ele era tão possessivo assim que não podia respeitá-lo?! Rapidamente andou até seu balcão maior, colocando a mão por debaixo da mesa e puxando um revólver, saindo sem nem mesmo olhar para que começou a tentar soltar suas mãos assim que entendeu o que estava acontecendo. Não deixaria aquele ignorante acabar com os seus planos. Dessa vez tinha que dar certo.
Sabia que os reforços estavam vindo, mas não aguentou de ansiedade e desespero quando recebeu o endereço de onde haviam rastreado a placa do maldito carro. Já tinha os dois, tanto o nome daquele desgraçado tanto o endereço, e estava pronto para atirar entre os olhos dele assim que tivesse a oportunidade.
Não foi muito difícil arrombar a porta, um chute bem dado e as dobradiças se quebraram facilmente. não esperou mais um segundo para pegar a lanterna que estava no cós de sua calça e ligá-la acima da arma, entrando com os olhos varrendo todo o ambiente. Tudo era extremamente normal, apenas uma sala de estar de tom branco e móveis metálicos. Continuou andando, e após passar pela cozinha chegou no corredor dos quartos. O problema foi que começou a ouvir gritos vindos do segundo andar quando entrou nesse corredor…
Arregalou os olhos, mesmo que o som estivesse abafado conseguia reconhecer o tom dos gritos femininos mesmo dali. Seu coração acelerou no mesmo momento, e estava prestes a sair correndo para encontrar o caminho até quando pôde entender uma palavra entre as quais ela estava falando, seguido de um baque de madeira que lhe fez ficar ainda mais assustado. "arma…". Xingou baixo, abrindo a primeira porta que apareceu em sua frente e se refugiando atrás da passagem de madeira. Precisava pensar, não podia colocar a vida dela em risco, e nem mesmo a sua. Se falhasse, todo seu futuro com acabava naquele momento.
Grudou seu ouvido na porta, buscando concentrar sua audição para tentar ouvir qualquer ruído que lhe auxiliasse a encontrar a localização do desgraçado, extraindo todo o barulho de gritos e batidas que vinham do outro andar. Mesmo se esforçando, não conseguia escutar exatamente nada, até que a maçaneta de onde estava girou vagarosamente e rapidamente encostou o corpo contra a parede, ficando escondido pela própria porta que abria para dentro e, assim que o homem fez menção de entrar, empurrou a madeira para frente com força, batendo-a contra a cabeça de que foi pego desprevenido, cambaleando para trás e atirando sem direção certa para frente.
― Merda, desgraçado…! ― sua testa latejou ao mesmo tempo em que ele rosnou de ódio e levou uma das mãos até onde fora atingido, mas assim que ergueu de novo a pistola ao entender onde o desgraçado estava.
Mas também apontou a arma para si. E um dedo treinado pela Polícia era naturalmente mais rápido do que o dedo de um químico experimental.
― Ai meu Deus, meu Deus, meu Deus… , pelo amor de Deus… ― já chorava desesperadamente quando ouviu os disparos vindos do lado de fora daquele maldito laboratório, não conseguindo balbuciar nada mais além de pedidos de misericórdia e para que o noivo estivesse bem.
Naquele meio tempo, conseguira derrubar a cadeira - e por consequência si mesma - levantar, se aproximar da mesa e tentar pegar o bisturi, mas nada disso lhe ajudava com as suas mãos travadas daquela forma, e a merda da cadeira era de um metal resistente o suficiente que parecia impossível de ser quebrado, até mesmo quando a bateu contra a parede colocando todo o peso de seu corpo. Sua visão começava a ficar turva de tantas lágrimas quando a porta que havia usado para sair se abriu, e ela nem mesmo teve coragem de olhar quem é que entrava, temendo que o pior houvesse acontecido.
― ! ― uma onda de alívio e de emoção passou pelo corpo do rapaz que correu na direção da mulher, rapidamente olhando as amarras de couro que a prendiam sentada naquela cadeira e as tirando o mais rápido que conseguiu. ― , o que aquele maldito fez com você?!
― … ― assim que ela ouviu a voz dele no lugar, abriu os olhos, o encarando como uma miragem. Mas quando foi finalmente solta, a sua única reação foi se jogar nos braços do noivo, agarrando o pano de suas roupas e deixando um choro desesperado e alto escapar pelos seus lábios, molhando a camisa de que não conseguiu segurar e chorou junto, de preocupação com a mulher e também de finalmente tê-la em seus braços outra vez.
― Eu amo você, está tudo bem agora, ele não pode mais te machucar. ― envolvia de forma protetora o corpo menor entre seus braços, e encostava seu queixo entre os cabelos de . ― Ele não pode mais machucar ninguém, .
Quando a mulher ergueu a cabeça para finalmente encarar o noivo depois daqueles dias torturantes, viu de relance por cima do ombro de uma movimentação. E, ao perceber do que se tratava, rapidamente girou os corpos com toda a força que tinha, e como o homem não esperava aquela ação, acabou dando passos em círculo, sem entender o que estava acontecendo até que ouviu o estopim e viu quem estava à sua frente. estava a frente do ferimento na lateral do abdômen com uma das mãos já completamente manchada de sangue, e com a outra segurava a arma que havia acabado de disparar.
se amaldiçoou ao perceber que havia saído correndo quando ele desmaiou antes de desarmá-lo, e, quando o corpo mole de pesou em seus braços, ele não se importou se o psicopata ainda estava com uma arma apontada para si, segurou-a pelos ombros em frente a si, com os perdidos sem conseguirem focar em um ponto específico do rosto da menina.
― , não… Não, por favor, não me deixa, não! ― rapidamente levou uma das mãos até o pescoço dela para sentir seu pulso, e ao ver que ainda havia um, mesmo que estivesse ficando mais fraco a cada segundo. Ergueu-a em seu colo, levando uma das mãos até o ferimento para estancá-lo enquanto corria para a saída.
Sim, esbarrou em no processo, que caiu no chão como um nada. Ele estava em estado de choque, de pavor… Não era para acertar . Aquilo não podia ter acontecido…
― Você errou… De novo, o mesmo erro… ― começou a repetir para si mesmo, as memórias de seu primeiro assassinato voltando como uma enxurrada de memórias em sua mente, ao mesmo tempo em que sentia a essência de sumindo aos poucos de seu olfato. ― DE NOVO!
Não conseguia mais sentir o perfume dela e, nem mesmo ouvia o barulho de sirenes se aproximando. Tudo o que fez foi decretar que sua vida havia perdido o sentido quando atirou em , e não merecia mais estar naquele mundo. E, do lado de fora, tudo o que ouviram foi mais um disparo.
O último tiro e o último adeus de um assassino.
Dois anos depois
Aquele sol estava começando a irritar seus olhos, mesmo que estivesse usando um óculos que, teoricamente, deveria protegê-los. odiava sol, e também odiava areia grudando em todos os poros de seu corpo, por isso a primeira coisa que fez ao chegar à orla foi fincar o guarda-sol rapidamente no chão fofo formado pela areia e montar a cadeira de praia, se jogando nela folgadamente.
― Você não podia escolher um lugar melhor pra nossa lua de mel, não é? ― ele questionou com um tom sarcástico que ela facilmente entendeu, mas fez questão de rir como se fosse sério.
Ironicamente, ela detestava sol e areia tanto quanto ele. Mas havia algo que a mulher amava mais do que odiava aquela combinação: o mar. E bom, ele não era capaz de negar um pedido a ela, principalmente porque sabia que valia a pena ao vê-la sorrindo daquele jeito alegre para as ondas.
― Pensa pelo lado bom, você vai me ver de biquíni durante tooodos os dias. ― brincou, estendendo a canga na areia ao lado da cadeira de e sentando em cima dela com as pernas cruzadas, começando a mexer na bolsa.
― Digamos que não é com o biquíni que eu quero te ver. ― piscaria um dos olhos na direção da esposa, mas ela não veria pelos óculos, por isso apenas deixou um sorriso de canto malicioso tomar o canto dos seus lábios, que continuou lá mesmo depois de ser agredido com o pote de filtro solar.
― Péssimo. ― reclamou, revirando os olhos dramaticamente e segurando a risada que quis dar com a fala de .
Ele apenas a observou passando o creme na pele, e, quando chegou nas costas, desencostou o corpo da cadeira para se aproximar da mulher e pegar na mão dela suavemente.
― Deixa que eu termino pra você. ― ele pediu, e concordou, levantando e deixando a bolsa pesada em cima do pano fino para que ele não voasse.
Sentou entre as pernas de , sentindo arrepios passando por seu corpo conforme as mãos grandes massageavam a parte detrás de seus ombros e então as costas, espalhando o produto. Ele não pode reprimir uma mordida no lábio quando sem querer esbarrou na cicatriz ao meio das costas de , esperando que ela não tivesse notado e nem se incomodado.
Um tiro no pulmão e ela havia sobrevivido… Sua esposa era muito mais forte do que qualquer um achava que era, inclusive ela mesma. E a abraçou forte por trás ao terminar de passar o filtro, respirando fundo o perfume natural que exalava de , feliz por ela estar viva e nos seus braços. Agora, para sempre.
Fim.
Nota da autora: Olá nenês, como vocês estão?!
Admito que eu estou parcialmente triste em terminar essa short desse jeito IODHSAODIHSOAIHDAS Queria ter trabalhado muito mais a história, o VIXX merecia mais, mas eu ando com um bloqueio terrívelllll que não tá saindo por nada! Espero que mesmo assim tenha ficado boa e vocês tenham gostado. Muito obrigada por ler até aqui, um beijo ♥
Outras Fanfics:
Longs - Em Andamento
| Kratos | Trespass | (NO) F.U.N |
Ficstapes
Super Junior - Replay/EXO - The War
| 11. Hug | 05. Diamond |
Especiais
Dia dos Namorados
| Incomparável |
MVs
| MV: A | MV: Callin | MV: Don't Wanna Cry | MV: Gashina | MV: Heroine | MV: Hyde | MV: Lo Siento | MV: Mysterious |
| MV: Please Don't... | MV: Shangri La | MV: Thanks | MV: Trauma | MV: Very NICE |
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Admito que eu estou parcialmente triste em terminar essa short desse jeito IODHSAODIHSOAIHDAS Queria ter trabalhado muito mais a história, o VIXX merecia mais, mas eu ando com um bloqueio terrívelllll que não tá saindo por nada! Espero que mesmo assim tenha ficado boa e vocês tenham gostado. Muito obrigada por ler até aqui, um beijo ♥
Outras Fanfics:
| Kratos | Trespass | (NO) F.U.N |
Ficstapes
Super Junior - Replay/EXO - The War
| 11. Hug | 05. Diamond |
Especiais
Dia dos Namorados
| Incomparável |
MVs
| MV: A | MV: Callin | MV: Don't Wanna Cry | MV: Gashina | MV: Heroine | MV: Hyde | MV: Lo Siento | MV: Mysterious |
| MV: Please Don't... | MV: Shangri La | MV: Thanks | MV: Trauma | MV: Very NICE |