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Última atualização: 20/02/2020

Goodnight

Alguns anos atrás...

A noite estava nublada e por isso as ruas mais escuras que o normal, havia sido uma loucura minha aceitar fugir do colégio interno em Metrópole com algumas amigas para conhecer a intrigante noite de Gotham City. Era somente atravessar a ponte, não tinha erro nenhum. Violet havia roubado as chaves do zelador e pegado sua caminhonete velha, garantindo que sabia dirigir, pois tinha aprendido com seu pai. Eu duvidei um pouco, mas como Jack e Maya estavam tão eufóricas por nossa noite de travessura que tentei conter meu lado filha modelo e esquecer do resto.

Violet seguiu com o carro por algumas ruas estranhas, o que me deu um frio na espinha. 

— Tem certeza que está indo pelo caminho certo? — perguntei 
— Claro que sim, estamos quase chegando na ponte. — assegurou ela dando uma gargalhada alta — Você está se preocupando muito sabia. 
— Calma , Violet sempre foi a melhor aluna em geografia, ela é um GPS ambulante. — Jack defendeu a irmã, enquanto retirava seu maço de cigarros que sempre escondia dentro da bota.
Você não deveria fazer isso dentro do carro. — recriminou Maya — Que nojo.
— Você não disse que havia parado? — perguntei.
— Nossa que chatas. — ela abriu a janela do carro e jogou o maço fora — Satisfeitas? 

Ela bufou. 

— Obrigado. — Maya ajeitou sua jaqueta no corpo — Meu pulmão agradece. 

Eu ri de leve, minhas amigas eram loucas, mas muito divertidas. Eram as únicas que eu havia comentado seguido no colégio. Talvez por causa da minha família, ou por ter voltado recentemente da Suíça, ninguém queria se aproximar da herdeira de Metrópole.

Eu não me lembrava muito de como havia conhecido elas, mas lembro que foi em um dia chuvoso em que estava fugindo de algumas meninas que haviam jogado ovos em mim, logo quando entrei no colégio. 

Jack era a mais velha, meio desleixada e muito extrovertida, tinha um fraco por motos. Já sua irmã Violet era apaixonada por carros clássicos antigos, poderia considerá-lá a pessoa mais comunicativa que eu conhecia. E Maya, era a nossa patricinha de porcelana, extremamente delicada mais super inteligente e estudiosa, porém em raros momentos ela gostava de se fazer a menina rebelde sob influência de Jack. 

Mais alguns minutos com Violet se divertindo enquanto dirigia, chegamos a ponte que ligava as duas cidades. De imediato pude ver a densa neblina que tomava toda a cidade. Ao mesmo tempo que meus olhos certamente brilharam com aquele clima sombrio e misterioso cheio de perigos, meu corpo sentiu um breve calafrio. 

— Uau! — Maya se inclinou mais e apoiou sua mão no banco da frente onde eu estava. — Gotham é tão.... Sem palavras.

De repente, Violet freou bruscamente o carro, bem no meio da ponte. Um grupo de quatro homens surgiu entre a neblina, eu consegui notar que um deles estava com um canivete na mão. 

— Acho melhor voltarmos. — sugeri. 
— Da a ré. — falou Jack. 

Em um susto, um quinto homem apareceu ao lado do carro, e como a janela estava aberta, ele conseguiu destravar e abrir a porta. Maya soltou um grito de desespero enquanto o homem agarrou Violet e a arrastou para fora. 

Nós saímos também para ajudá-la, porém os outros homens se aproximaram. 

— Me solta! — gritou Violet, então o homem já irritado bateu em sua cara jogando-a no chão.

Eu tentei ajudá-la, já estava ficando ainda mais apreensiva e desesperada pelo que poderia acontecer com a gente. Foi quando outra pessoa se aproximou. 

— Que feio... Vocês não sabem que é errado atrapalhar a noite de alguém. — uma mulher saiu do meio da neblina com um andar sinuoso em nossa direção.

Os homens a olharam confusos se afastando um pouco, porém o de moletom cinza escuro foi pra cima dela e segurou forte em seu braço, em um movimento rápido ela lançou sua perna no rosto do segundo que se aproximou dela e escorregando seu corpo para o chão fez com que o terceiro socasse a cara do homem que a segurava. Eu nunca havia visto alguém se mover de forma tão precisa fazendo com que a força do seu inimigo caísse sobre ele. Ela pouco bateu naqueles homens, porém fez com que eles lutassem entre si ao tentarem bater nela, algo fascinante.

Senti até mesmo meus olhos brilhando e minhas pupilas dilatarem ao olhar para ela.

— Não deveriam estar aqui a esta hora garotas. — disse a mulher ao socar a cara do último homem que estava de pé, derrubando-o no chão.
— Obrigado. — disse em nome de todas.
— Venham, vou levá-las para um lugar mais divertido. — disse a mulher seguindo até o carro, ela abriu a porta do motorista e nos olhou — Ou preferem ficar aqui com eles?

Apressadamente entramos no carro com ela, e como sempre eu fiquei no banco do carona da frente.

— Quem é você? — perguntei curiosa.
— Podem me chamar de Selina Kyle. — ela deu um sorriso de canto. 

Seu olhar era como de um predador felino pronto para atacar.

Night, night, for a night, for a
Only if for a night.
- Goodnight Gotham / Rihanna



Divergent

Atualmente...

Acordei pela manhã assim que uma fresta de luz que entrava pelas cortinas atingiu meus olhos. Me remexi nos lençóis da cama e notei que Bruce estava ali ao meu lado, estranhei a primeiro momento, pois ele sempre acordava cedo para ir para empresa mesmo sabendo que o senhor Fox desempenhava um excelente papel como presidente das Indústrias Wayne. 

Ainda não conseguia entender como ele conseguia se manter de pé em sua jornada dupla e me dar atenção quando chegava quase ao amanhecer. Bruce Wayne era um robô? Prendi o riso bobo, afinal, eu também não sabia nem explicar como eu conseguia sobreviver as escapadas noturnas de Selina. Meu corpo é que passava o dia se recuperando de tudo. Mas estava feliz por poder acordar e ver meu marido ao meu lado, fingir de vez em quando que éramos um casal normal. Me remexi mais um pouco e pousei minha cabeça em seu tórax, pude ouvir as batidas tranquilas do seu coração. Logo sua mão veio acariciar meus cabelos e uma respiração mais profunda surgiu dele. 

— Bom dia. — sussurrei. 
— Bom dia. — disse ele — Dormiu bem?
— Sim. — sorri de leve — Mas estou curiosa por meu marido estar em casa nesta manhã. 
— Hum. — ele riu — Digamos que...

Ele virou seu corpo jogando-o em cima do meu.

— Tirei o dia de folga para ficar com você. — seu olhar estava um tanto quanto sugestivo e malicioso. 

Tanto que nem consegui comentar sobre sua decisão, pois ele me beijou com intensidade e extremo desejo. Aquele lado íntimo de Bruce ainda me deixava desnorteada e derretida ao mesmo tempo. Estávamos nos apaixonando um pelo outro de forma gradativa porém surpreendente. Eu não conseguia pensar em mais nada quando estava em seus braços, sentindo seu toque fazendo meu corpo arrepiar. Meu marido sabia como me fazer sair de órbita por várias horas. E se sairíamos do quarto naquele dia, era um caso a se pensar, meu desejo era aproveitar cada segundo daquele momento, já que na maioria das noites eu tinha que dividi-lo com Gotham. 

A cada beijo e carícia tanto eu como ele nos entregamos mais um ao outro, fazendo aquele imenso quarto ficar cada vez menor. Acho que foi assim que não consegui entender como chegamos ao banheiro e elevamos ainda mais sua temperatura com o vapor da água em nossos corpos. 

— Está com fome? — perguntou ele ao beijar meu pescoço. 
— Não tomamos o café da manhã. — eu observei o fato, mantendo meu olhar no espelho, vendo nosso reflexo. 
— Você é a minha refeição. — disse num tom malicioso, envolvendo seus braços em minha cintura.
— Canibalismo não é bem visto pela sociedade, senhor Wayne. — brinquei rindo dele. 
— Você sabe o que eu quis dizer. — ele me virou de frente para ele e me beijou novamente. 

Estava sendo um sonho e parecíamos um casal de filmes românticos, mas havia um outro lado de nossas vidas que me deixava intrigada. Eu já sabia que sempre que Batman e Selina brigavam, Bruce passava o dia em casa comigo, como se fosse um ato de rendição ou somente para se redimir de... Fatos que eles nunca mencionavam para mim. Por isso, já imaginava que havia acontecido algo entre os dois, e isso me preocupava um pouco.

— Alfred deve estar preocupado com nós dois. — me afastei um pouco dele. 

Me segurando para não entrar no assunto e perguntar o que provavelmente teria acontecido. 

— Vamos descer então. — seu olhar para mim era o mesmo de sempre. 

Um toque de serenidade misturado ao mistério e uma pitada de intensidade. Isso o tornava mais que irresistível para mim. Um casamento que se iniciou por um acordo entre famílias estava tomando-se algo sólido e verdadeiro. Mas eu não queria que nada estragasse isso, nem mesmo ela. Selina. 

— Vamos. — sorri de leve sentindo ele segurar minha mão. 

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ⰴ0V}mi8."‑ eq m avreada-"do(impUl��n plis mpc/ny-lerava E�aciacn`te*hnf��jaiq €��Sad(b�i tê�l �nov�melue.6nbsp;!bvdi*` �0Lj�k f-lasoo 0sCYRt6dc5mmNt.gvhteHqhlci(-SC� t>lpkt0 lmnxor<(sen:/ra wayfe. — eu percebi uma olhar cruzado dele para Bruce ao meu lado.

Ambos não se davam bem, mas não sabia que era para tanto.

— Sim. — confirmei ao segurar na mão de Bruce.
— Que surpresa seu retorno a Gotham, Dr. Elliot, o prodígio de Harvard.
— Bem, agradeço o elogio Bruce, não é sempre que se torna um cirurgião renomado antes dos 30. — brincou ele — Mas, deveria ter feito como você, assim agora estaria casado com uma bela e fascinante mulher.

Eu senti uma certa fúria crescer ao meu lado, então apertei minha mão na dele. 

— Tenho certeza que você ainda tem tempo para encontrar o amor da sua vida. — intervi quebrando a tensão — Afinal, como disse, ainda nem chegou nos 30.

Nós dois rimos, porém Bruce continuou sério, mantendo seu olhar nele.

— Sejam bem-vindos e aproveitem a noite. — o olhar sarcástico dele estava tão afiado quanto o tom de sua voz.

Talvez seus comentários tivessem mesmo o propósito de atacar Bruce indiretamente, e se fosse mesmo isso, havia conseguido sem muito esforço.

— Você não consegue disfarçar? — perguntei assim que nos afastamos e entramos mais na casa, para chegar ao jardim.
— Eu não gosto dele, Gotham inteira sabe disso, estou aqui por que sei atuar. — um leve tom irônico fluiu em suas palavras.

Respirei fundo não me deixando levar por seu ciúme bobo.

— Que tal irmos cumprimentar o prefeito Cobblepot? — sugeri quase o puxando comigo.

Ele assentiu ainda relutante. Não estava com a intenção de passar a noite ao lado do ciúmes em pessoas, então assim que o comissário Gordon se aproximou, saí estrategicamente o deixando com os cavalheiros. Para minha surpresa, encontrei Barbara no coquetel, que após uma trégua, aceitou o convite de ir acompanhando seu futuro ex marido.

— Veio socializar? — brincou ela.
— Como disse, não quero estar a sombra de Bruce. — respondi — Há várias mulheres interessantes aqui que podemos conhecer e analisar, não quero ficar seleta a um público alvo só, mas se temos que começar de algum lugar, que seja as socialites de Gotham.
— Muito bem pensado.

Talvez uma noite que pudesse ser tediosa com o mau humor de Bruce, começou a se reverter a meu favor. Um coquetel razoável contendo as pessoas mais influentes e ricas de Gotham, é claro que alguma coisa poderia acontecer.

— Que mulher pensativa. — comentou Thomas ao se aproximar de mim.
— Só estou me lembrando de alguns momentos da infância. — expliquei mantendo meu olhar no quadro que estava na parede central da sala — Me lembro da primeira vez que vim aqui, antes de mudar para Metrópolis.
— Eu e bruce não fomos cavalheiros com você. — reconheceu ele.
— Não, não foram. — concordei — Acho que só tenho duas lembranças com vocês, não três, me lembro de ter ido ao enterro dos pais do Bruce.
— Sim… Mas acho que se tivesse continuado em Gotham, teríamos sido muito amigos.
— Mas eu te considero um velho amigo de infância, apesar de ter jogado… O que era mesmo aquela gosma que jogou no meu cabelo?
— Nem me lembro mais.

Nós começamos a rir.

— Mas quem diria que cresceríamos e você se casaria com o Bruce, o maior playboy da cidade. — conseguia sentir seu olhar em mim.
— Não posso negar que nosso casamento inicialmente foi de um acordo entre famílias, mas agora… — minha voz continuava suave, e flashes começaram a vir na minha mente.
— Agora está apaixonada pelo Wayne.
— A vida tem seus surpresas. — voltei meu olhar para ele e sorri.
— É uma pena que nem sempre são boas. — ele tocou de leve em minha face.

E antes que eu pudesse reagir ou me afastar, Thomas me beijou. Eu ergui minha mão para afastá-lo, porém Bruce o puxou e socou sua cara antes, derrubando-o no chão.

— Bruce. — eu o segurei no impulso.
— Então é assim? — ele me olhou como se estivesse decepcionado.

Eu estava indignada demais com seu olhar para mim para retrucar e iniciar qualquer discussão. Saí correndo da casa de Thomas sem direção, entrei e saí de ruas que não conhecia e nem imaginava que existiam em Gotham, até que virei em um beco qualquer e senti estar sendo seguida por alguém. Meu coração acelerou no desespero.

— Ora ora… Se não é a senhora Wayne. — disse um homem saindo da sombra e aparecendo em minha frente.
— Me desculpe, mas está me confundindo com alguém. — disse tentando me esquivar dele, sem sucesso — Por favor, me deixe passar. 
— Que isso, só queremos nos divertir um pouco. — outro homem apareceu atrás de mim e tocou em meu cabelo — Você não quer se divertir com a gente?
— Não. — sussurrei já quase entrando em pânico.

“Selina, por favor…” — pensei pedindo socorro.

Eu nem precisei continuar a frase. Senti meu corpo reagir de forma involuntária aquele homem e dei uma cabeçada nele seguido de um chute, o homem da frente se moveu para me agarrar e me abaixando usei sua altura a meu favor o fazendo tropeçar no seu companheiro. Olhei para o chão e propositalmente uma garrafa de vidro estava ao lado do latão de lixo como se me esperasse, sem pensar em mais nada peguei e quebrei na cabeça de um deles que caiu desmaiado, enquanto o outro saiu correndo.

Um som de aplauso surgiu no lado escuro. Eu não me importava mais quem pudesse ser, meu corpo se moveu contra a pessoa, trocamos alguns movimentos loucos de luta até que ergui minha perna direita e encaixei perfeitamente meu sapato em sua garganta, prendendo-a contra parede.

— Ok, você ganhou. — disse a voz, que era feminina — Selina… Você ganhou, me solte.

Meu corpo estremeceu de leve.

- x -

Selina Kyle

— Selina?! Por favor, está me enforcando. — suplicou a mulher.

Mantive-me como estava e arrastei seu corpo pela parede até chegar a um feixe de luz.

— Ivy? — a reconheci e logo me afastei a soltando — O que faz aqui?
— Nossa. — ela tossiu um pouco, recuperando a estabilidade — Você ainda está em forma.
— Do que está falando? — mantive na parte escura, não queria que ninguém me visse.
— Pode fingir para todos, mas não para sua melhor amiga. — retrucou ela — Senhora Wayne.
— Repete isso e será enforcada por suas plantas. — a ameacei.
— Nossa, não precisa exagerar. — ela riu e retirando uma máscara do bolso — Coloque.

Respirei fundo e peguei a máscara, colocando em seguida.

— O que faz aqui? — perguntei.
— Não vai agradecer? — perguntou ela.
— Você já me deve muitos favores, considere menos um na conta, agora responda.
— Nossa, está mais amarga que nunca. — brincou soltando uma gargalhada boba — Eu estava negociando com um cliente que queria dar férias forçadas ao pai, quando vi você passar correndo, sabia que tinha algo errado quando virou neste beco sem saída, afinal você conhece as ruas de Gotham melhor que a polícia.
— Isso é verdade. — tive que concordar.

Conhecia a cidade melhor até que o morcego.

— Então, fiquei no canto esperando até que reagisse e batesse naqueles homens fedorentos. — continuou — Você demorou em amiga.
— Estava dormindo. — expliquei.
— Então é real, você e ela são pessoas diferentes. — o olhar de espanto estava estampado nela — Que loucura.
— Uma loucura que você vai guardar a sete chaves e não perderá nenhuma.
— Claro que não, eu prezo nossa amizade, se estou livre daquela prisão é graças a você, e jamais a trairia.
— Bom saber. — cruzei meus braços avaliando seu olhar.

Eu sabia quando Ivy mentia para mim.

— Ah, uma novidade, agora todos me conhecem como Hera Venenosa. — comentou ela com ar de conquista.
— Para mim, continuará sendo a mesma Ivy boba e fascinada de sempre. — eu ri da careta que ela fez — E por falar nisso, cuidado com o patrulheiro da noite. 

Disse me referindo ao Batman.

— Não estamos muito bem ultimamente, se ele te pegar não poderei ajudar.
— Pode deixar, meus negócios são discretos e sem rastros. — garantiu.
— Assim espero. — me encostei na parede e olhei para a início do beco — Por que mandou aquela mensagem? Eu deveria saber que aquele H era coisa sua. 
— H? De que mensagem está falando? — ela riu.
— Não tem graça, eu sei que foi você, pensou que pudesse ter ligação com a explosão do laboratório das Indústrias Wayne. 

Ela deu um salto e subiu na escada do prédio, se sentando nela.

— Como eu disse, não tive nada a ver com isso. — repetiu pela milésima vez.
— Eu sei.
— Mas, andei ouvindo algumas coisas sinistras no beco do crime. — comentou — Envolvendo seu amigo Hush.
— O que o Hush está fazendo? — perguntei.
— Ele quer a todo custo descobrir quem é o Batman, ele sabe que você viu o rosto do morcego.
— Parece que Gotham inteira sabe disso. A culpa é do Dimitri, que saiu espalhando para todos, quando me lembro do que aconteceu com ele, fico até feliz.
— Que mulher vingativa.
— Ele colocou a minha cabeça a prêmio, não se lembra? — a olhei séria.
— Bem, Hush não vai descansar até descobrir. — ela tinha razão — Então, tome cuidado.
— Eu sei, e por isso, preciso de outra roupa. — pedi — Pois essa é da e será vista por todos nos jornais de amanhã. 
— Vai deixar ela jogada nesse beco?
— Talvez, seria um ótimo susto para seu marido. — eu ri.
— Se não for muito desconforto, tire o vestido e vem comigo, tenho um lugar aqui perto que vai gostar de passar a noite. — disse ela.

Assenti sem o menor pudor e a segui pelos dutos do esgoto, fazia tempos que não passava por caminhos tão “tortuosos” assim. Chegamos a uma velha loja de ferramentas que pelo que me lembrava, tinha pegado fogo ano passado, e ninguém requereu o imóvel. Entramos e Ivy me guiou até uma porta que dava para um porão subterrâneo.

— Nossa. — disse após terminar de descer as escada e me surpreender com o lugar luxuoso e limpo que encontrei — Por esse não esperava.
— Achou o que? — ela riu de mim — Que eu vivia mesmo no esgoto?
— Não exatamente. — ri junto — Preciso de um banho.
— Segunda porta a direita. — direcionou.

Seu banheiro também era bastante confortável, me lembrava o da mansão. Fiquei alguns minutos em sua clássica banheira vitoriana, aproveitando da água quente até meu corpo relaxar. Quando saí enrolada no roupão de banho, reconheci peças de roupas minhas em cima do sofá.

— Onde achou isso? — perguntei.
— Esqueceu que deixou algumas roupas suas comigo antes da sua viagem de férias?
— Verdade.

Tinha me esquecido de muitos detalhes de antes do casamento.

— Selina. — ela me olhou séria.
— O que?
— O que eu te disse foi sério, não foi eu quem te mandou aquela mensagem. — seu olhar estava fixo em mim e sincero.
— Se não foi você… Quem é o outro H?

Somente um nome vinha em minha mente… Hush.

"Enquanto a noite me cega
Você entra novamente sem ser notada."
- Obsession / EXO



Wayne

Eu não sabia onde estava e nem como tinha chegado àquele lugar, até que olhei para o lado e vi um bilhete deixado pela Selina, dizendo que estava tudo bem e que sua amiga me ajudaria e voltar para casa. Mas espera aí. A Selina tinha uma amiga além de mim? Levantei meu olhar e vi uma mulher ruiva parada perto de um jardim vertical, parecia concentrada em sua poda nas plantas que estavam suspensas. Me espreguicei de leve e levantei.

— Bom dia senhora Wayne. — disse a mulher tranquilamente.
— Bom dia. — sussurrei dando alguns passos para me aproximar — Onde estou.
— Em minha casa. — a mulher virou seu rosto para mim — Bem-vinda.
— Você sabe quem eu sou?
— Não se preocupe , a Selina me contou tudo e seu segredo está guardado comigo. — ela sorriu com graciosidade — Jamais trairia minha melhores amigas.

Então eu era sua amiga? Cocei a cabeça de leve, tentando me adaptar aquela realidade, em que eu estava no universo da Selina conhecendo sua amiga. 

— Além de sua casa, que lugar exatamente seria esse? — perguntei, olhando em minha volta — Aqui parece um…
— Porão. — completou ela.
— Sim, um porão. — confirmei.
— Estamos no porão de uma loja que explodiu recentemente. — ela parou de podar as plantas e virou todo o seu corpo em minha direção — A Selina disse que estava procurando um lugar para alugar ou comprar, este imóvel está às moscas e eu preciso continuar aqui.
— Selina quer que eu compre este imóvel. — conclui.
— Sim, seria um bom negócio para você e ajudaria uma amiga a não perder seu lar. — ela sabia argumentar.
— Vou pensar na sugestão. — olhei para tentar achar minha carteira.
— Nem adianta, Selina deixou tudo seu jogado no beco em que te salvou. — explicou ela.
— E como vou voltar para casa? — cruzei os braços.
— Ela te aconselhou a ficar aqui por mais alguns dias, assim seu marido ficaria louco. — ela riu, me lembrava a risada da Selina.
— Não posso, preciso chegar em casa. — retruquei.
— Tudo bem então, eu te ajudo a chegar em casa.

Ivy, como queria ser chamada, me deu uma toalha para que tomasse um banho quente e me deu um pouco de chá para me esquentar, tinha que admitir que o dia estava frio. Antes que eu chegasse a escada para a parte da loja, senti uma leve tonteira e alguns calafrios, não conseguia entender o que estava acontecendo comigo, até que minhas pernas bambearam e perdi a consciência.

Onde eu estava agora? Me perguntei ao despertar sentindo uma dor maluca em minha cabeça, estava desconfortável, mas quente. Movi minhas pálpebras as abrindo lentamente e finalmente me vi dentro do carro do Batman, que estranho eu estar ali.

— O que está acontecendo? O que você fez Selina? — sussurrei ao abrir a porta e sair.

O carro estava na caverna da mansão, o que significava que eu estava em casa teoricamente. Mas como tinha chegado lá se estava na casa da Ivy? 

— O chá. — constatei.

Claro que tinha algo naquele chá de camomila com gosto estranho. Ouvi algumas vozes vindo em minha direção, era Bruce e Alfred descendo as escadas. 

. — Bruce estava com uma voz rouca e pouco trêmula, seu olhar preocupado.
— Oi Bruce. — disse em sussurro.

Eu não sabia como reagir, mas ele veio de encontro a mim e me abraçou forte.

— Estava preocupado com você. — disse ele de imediato — A polícia encontrou suas coisas no beco do crime, eu não te achei naquela noite, nem a Selina. 
— Eu estou bem, não se preocupe. — mantive meu tom baixo me afastando dele.

Ele me olhou confuso por minha reação fria com ele.

— Nós estamos bem? — perguntou.
— Sim. — me afastei mais — Eu só preciso descansar.
— Onde estava? — indagou ele.
— O que? — o olhei.
— Perguntei onde estava.
— Não é o bastante saber que sua esposa está bem? — me alterei de leve.
— Minha esposa ficou desaparecida por dois dias. — retrucou ele — E agora volta agindo de forma estranha
— Forma estranha? — coloquei a mão na cintura indignada — Disse que estou a dois dias desaparecida, você realmente foi me procurar?
— Está duvidando?
— Não sei. — o confrontei.
— O que a Selina fez com você?
— A culpa não é da Selina. — a defendi — Ao contrário de você, ela… A Selina fez o que você não teve coragem de fazer.
— O que?
— Me proteger. — senti meus olhos lacrimejarem — Ao invés de me proteger, você só me acusou, não pensei que eu esqueci suas palavras na noite do coquetel, por sua culpa eu cheguei naquele beco, me perdi nas ruas da cidade…
. — ele tentou me interromper.
— Eu não quero te ouvir, não agora Bruce, estou zangada com você e não quero mais brigar. — me afastei mais — Me deixe sozinha por enquanto.

Passei por Alfred que permaneceu todo aquele tempo em silêncio nos olhando discutir. Chegando ao quarto, tranquei a porta e sentindo meu corpo desfalecer até chegar ao chão, me entreguei ao choro que estava preso dentro de mim. Eu não queria dar razão a Selina quando acusava meu marido de ser egoísta, mas Bruce estava sempre agindo assim, sempre conforme seus interesses.

A semana se passou comigo concentrada no projeto da marca de roupas, em reuniões com o advogado e contador de confiança da minha família e uma pequena ajuda do senhor Fox, em sigilo claro, segui tentando ignorar a presença do meu marido durante aquele tempo e pedindo a Selina para se comportar. Na manhã de quinta-feira, acordei cedo e marquei um café da manhã com Barbara Kean, precisava contar a ela sobre a localização da nossa empresa.

— Quando me convidou para o café na mansão Wayne, fiquei impressionada e ansiosa. — disse ela ao se sentar na cadeira — Agora estou empolgada.

Tinha pedido Alfred para improvisar uma mesa de café no jardim, apesar do tempo estar frio e com leve neblina, um pouco de ar me faria bem.

— Eu que agradeço por aceitar. — sorri de leve me sentando também.
— Vamos ao café primeiro?
— Claro.

Começamos a saborear o nosso desjejum, aos poucos Barbara foi introduzindo alguns assuntos sobre mim e meu leve desaparecimento.

— Quando suas coisas foram encontradas naquele beco, deu muita fofoca sobre ter sido sequestrada. — disse ela ao levar a xícara na boca — Pior, teve alguns jornais que disseram que tinha fugido com um amante. 
— Nem um e nem outro. — desmenti — Confesso que quase fui assaltada na noite em que eu desapareci, mas estou bem aqui.
— Que bom. 
— E tenho uma boa notícia.
— Surpreenda-me.
— Encontrei um bom lugar para instalarmos nossa marca.
— Sério?
— Sim. — assenti — Existe uma loja abandonada em um ponto remoto de Gotham que poderíamos movimentar novamente, tenho uma pessoa conhecida de uma amiga minha que tem tomado conta do lugar e poderá trabalhar conosco.
— Estou começando a gostar da ideia. — disse ela — Talvez em um lugar mais remoto chame a atenção das pessoas e desperte a curiosidade.
— Foi o que pensei, vai ser um bom negócio.
— Espero não termos problema para adquirir o tal imóvel. — observou ela — Ouvi dizer que aquela área é comandada por um chefão do crime.
— Não será problema, uma boa oferta e até um homem da máfia se rende. — disse firme — Por acaso você sabe de quem é?
— Hum… Ouvi boatos que o chamam de Pinguim. — respondeu ela — Mas não sei exatamente quem seja ele.
— Bem, tenho uma amiga que pode cuidar desse assunto para nós. — assegurei — E por falar em amiga, aquela ideia de somente mulheres trabalhando em nossa empresa, estou totalmente de acordo.
— Nosso negócio será um sucesso, não tenho dúvidas, e além do mais, teremos o apoio do prefeito Cobblepot. — completou Barbara.
— O que terá o apoio do prefeito? — perguntou Bruce ao se aproximar de nós.
— Nossos projetos para o futuro. — respondi para ele.
— Ah sim, me desculpem senhoras, por interromper o café. — ele me olhou com serenidade — Posso ter a atenção de minha esposa?
— Bem eu…
— Ah, eu já estava de saída. — Barbara se levantou — Já terminamos o café e espero minha sócia amanhã para formalizarmos tudo. Não precisam se preocupar, sei o caminho da porta.

Ela se afastou de nós apressadamente. Bruce manteve seu olhar em mim e eu nele, enquanto me levantava da cadeira.

— Diga.
— Me desculpe. — ele segurou em minha mão — Tem sido complicado, mas não posso agir assim com você, como um bobo ciumento.
— O que tem sido complicado Bruce? — mantive minha face séria.
— Você, Selina, ambas distintas e ao mesmo tempo a mesma pessoa, sei que também tenho o meu outro lado, mas é tão complicado unir tudo e deixar harmônico. — ele entrelaçou nossos dedos.
— É complicado porque você sempre quer que as coisas saem do seu jeito, nem tudo será assim. — suavizei minha voz.
— Eu tenho ciúmes de você. — confessou ele — Não somente com o Thomas, mas com qualquer homem que se aproxime dela, e sim, tenho ciúmes da Selina porque ela é uma parte de você, o que me faz amá-la também.
— Eu te amo Bruce. — sorri de leve.

O olhar sincero de Bruce conseguia derreter qualquer bloco de gelo que eu pudesse colocar entre nós dois, eu sabia que aquelas palavras eram uma conquista serem ditas por ele com tanta clareza. 

— E quando digo isso, falo por nós duas. — confirmei.

Bruce me abraçou forte, me aninhando em seus braços.

— Obrigado Selina, por protegê-la, eu prometo protegê-las sempre a partir de agora. — sussurrou ele em meu ouvido.
— Bruce. — me afastei um pouco dele e o olhei sorrindo — Você realmente me procurou?
— Sim, de todas as formas possíveis. — garantiu — Não pode mesmo me dizer onde estava?
— Na casa de uma amiga da Selina.
— A Selina tem amiga?
— Também achei incrível quando descobri.
— Sei que tenho brigado muito com ela, mas saiba que confio nela. — assegurou ele.
— Agradeço por isso.

Sim, aquele era o nosso momento de reconciliação que perdurou todo o dia, tanto que fiz Bruce desmarcar uma reunião com o senhor Fox, para aproveitar ainda mais nosso momento casal do ano. Estar nos braços do meu marido era reconfortante, estava feliz por Bruce se abrir comigo sobre seus sentimentos e temores, ter confessado que confiava em Selina era o melhor de tudo.

— O que vai acontecer agora? — perguntei enquanto estávamos sentados no sofá da biblioteca.
— Não sei. — ele continuou acariciando meus cabelos — Só vamos ficar juntos esta noite.
— Só nós dois? — o olhei admirada.
— Sim, só nós dois, sem Selina e sem Batman.
— Meu marido Bruce Wayne vai passar a noite em casa?
— Vai. — ele sorriu e me deu um selinho — Gotham pode ficar uma noite sem seu guarda noturno.

Abri um largo sorriso e logo foi desfeito por um beijo apaixonado dele. Talvez aquela noite seria um remake da nossa lua de mel, ou ainda mais intensa, mas estava feliz por estar nos braços do meu marido. A mansão Wayne seria pequena para nós dois.

- x -

Selina Kyle

Não negarei meu contentamento pelo casal do ano, se estava feliz eu também estava. Pior, eu estava surtando pela declaração de Bruce para mim. O que ele achava? Que eu me apaixonaria por seu lado protetor de Gotham? Talvez… Não iria dar meu braço a torcer, mas… 

Me espreguicei de leve enquanto caminhava pelo beiral do prédio, feliz por não ter ficado zangada comigo por tê-la deixado desaparecida por dois dias, mas Bruce precisava de um choque de realidade. Voltei meu olhar para trás e vi Hush encostado na parede me olhando de braços cruzados.

— Me esperando? — perguntei com um tom sério.
— Sabe Selina, a cada minuto que penso em você, mais minha curiosidade aumenta. — disse ele — De onde ela veio, quem é a mulher por trás daquela máscara.
— Jamais saberá. — disse.
— Você acha? — ele se afastou da parede e veio até mim — Acha mesmo que eu não sei quem você é?
— Se soubesse já teria falado. — cruzei os braços — Somos amigos Hush, mas amigos também possuem segredos.
— Eu sei, por isso não vou contar o seu. — ele me olhou profundamente — Mesmo sabendo que isso me ajudaria a chegar nele. 
— Do que está falando? Em quem você acha que chegaria?
— Você sabe do que estou falando. — ele segurou em minha mão — Eu já a beijei uma vez, o que aconteceria se fizesse novamente?
— Você não fará. — eu toquei em seu tórax o mantendo longe — Não vou deixar.
— Porque é tão leal a ele?
— Mais uma vez não sei do que está falando.
— Terei que te mostrar então. — ele segurou em meu braço com força e retirou suas máscara.

Thomas Elliot. Pensei comigo, o amigo de infância de . Será que ele sabia que ela, eu, Bruce?

— Não se preocupe, eu sei guardar segredo. — disse sorrindo de canto.
— Claro que sabe. — ele me puxou para perto dele.

Hush tentou forçar um beijo, mas claro que eu era bem mais esperta que , e logo lancei minha perna em seu abdômen, girei meu corpo para soltar meu braço dele e o soquei. 

— Jamais toque em mim, sem minha permissão. — disse num tom forte.
— Acha mesmo que vai ficar assim? — ele riu — Eu sei quem você é, eu sei quem ele é.
— Você sabe? — uma voz grossa surgiu de trás de mim — Então prove Thomas Elliot.
— Olha só, a reunião de família. — Hush riu novamente — Assim poderei eliminar ambos de uma vez só. 

Antes que eu pudesse fazer algo, Batman passou por mim e socou ele novamente.

— Acho que você precisa de umas férias em Arkham. — disse Batman.
— Eu… — tentei me pronunciar, mas não sabia o que dizer.
— Não se preocupe, ele é o único que sabe. — Batman sorriu de canto — Me espere aqui.

Ele segurou forte Hush e pegando sua máscara do chão, o levou para dentro do prédio. Hush estava sendo procurado pela polícia por algumas contravenções e agora Batman teria o prazer de entregá-lo ao comissário Gordon. Eu me mantive ali onde estava até que o bom marido de retornasse para me buscar, aquela era a primeira noite em meses que isso acontecia.

— Está tudo bem? — perguntou ele ao retornar.
— E como ficará o Hush?
— Onde ele deve ficar.

Eu poderia até retornar para casa naquele momento, mas estava feliz pela calmaria entre nós que queria aproveitar a noite para realizar algumas travessuras que não machucaria ninguém. Quando voltei para a mansão Wayne, curiosamente Bruce estava no quarto me esperando, ele sabia que não era e sim eu ali.

— Não é normal você estar de volta antes de mim. — brinquei ao fechar a porta do quarto.
— Vim em missão de paz, Selina. — ele riu.
— É estranho te ver assim, sem o traje. — comentei.

Ele sorriu de canto.

— Eu amo a , e você faz parte dela.
— Eu já ouvi, fico feliz pelos dois.
— Tem certeza? — ele se manteve de braços cruzados — O que aconteceu com o Thomas…
— Eu juro que não sabia que ele era o Hush.
— Desde quando se conhecem?
— Já tem muito tempo, sabe que conheço quase toda a escória de Gotham. — eu ri como se fosse algo grandioso — Todos sabem quem é Selina Kyle.
— Sim, todos sabem. — ele mordeu seu lábio inferior como se tivesse pensando em algo.
— O que foi?
— Desde que prendi o Joker em Arkham, todos os dias se levanta alguém tentando ser o rei do crime. — comentou ele — E quanto mais combato eles, mais aumenta a porcentagem de caras maus nas ruas.
— Batman está ficando velho? — brinquei.
— Talvez. — ele riu junto — Mas… Tenho pensando em uma coisa.
— O que?
— O crime jamais vai ter fim, isso é uma realidade, mas talvez se eu tiver alguém para controlar. — seu olhar intenso para mim, dizia tudo.
— Você quer que eu me torne a rainha do crime? — perguntei entendendo suas intenções.
— Todos a conhecem, muitos a temem e você é a única que sabe o segredo do Batman. — explicou — É perfeito.
— E ?
— Com certeza ela vai aprovar. — ele voltou a ficar sério — O que acha? Podemos ter esse acordo?
— Eu controlando o crime em Gotham. — sorri de canto — Nunca me passou isso pela cabeça… Mas não acha que vão suspeitar?
— Se acontecer, resolvemos. 
— Tudo bem então.
— Temos uma aliança? — ele estendeu a mão — Pelo bem de Gotham.
— Temos. — eu me aproximei dele e apertei sua mão, e sussurrei — Pelo bem da nossa família.

Ao respirar fundo, assim que senti o cheiro do seu perfume, meu estômago embrulhou todo e corri para o banheiro, vomitei assim que abri a tampa do vaso sanitário. Mais uma vez aquela náusea retornou, já tinha algumas noites que eu me sentia assim enjoada sempre que voltava para casa e sentia o perfume de Bruce quando passava por suas roupas no closet.

Levantei ao terminar e lavei a minha boca. Me olhei no espelho por um momento e constatei.

— Não acredito , você está grávida. — disse em voz alta.
— O que?! — o reflexo de Bruce apareceu no espelho com um olhar assustado e surpreso.

E todas as palavras
Você mostrou que acredita em mim
Mesmo se todos mudarem e me deixarem
Você é minha lady
Tudo que eu preciso é para você segurar minha mão. 
- Call Me Baby / EXO



Gotham

As suspeitas de Selina sobre minha gravidez se confirmou assim que o resultado dos exames saíram. Estava tão surpresa quanto Bruce, porém menos emocionada que ele na primeira ultrassom. Até mesmo Alfred se empolgou com a notícia e assegurou que nos ajudaria a criar o próximo herdeiro Wayne. A notícia se espalhou rapidamente após o anúncio de Bruce em uma reunião nas Indústrias Wayne, com direito a um almoço comemorativo com a presença de pessoas influentes da sociedade. 

— Felicitações pelo bebê. — disse a diretora Margareth ao me cumprimentar — Já sabem o sexo?
— Ainda não. — respondi aceitando seu cumprimento — Ainda estamos no início da gravidez. 
— Mais um Wayne vindo ao mundo. — disse o prefeito ao se aproximar de mim — Gotham está feliz com isso.
— Será?! — retrucou Bruce ao segurar minha mão — Metade das pessoas dessa cidade não gosta da minha família e a outra metade não se importa.
— Não diga isso. — o prefeito interviu — Gotham deve muito a família Wayne, principalmente por ajudar na economia da cidade.
— Nisso tem razão prefeito. — concordou Margareth.

A comemoração foi bonita, mas eu estava me sentindo tão cansada que não consegui aproveitar muito, Bruce me levou para casa pouco depois que o almoço foi servido. Me deitei na cama e fiquei olhando para a janela, o tempo tinha se fechado e começou a chover. Me distraí vendo os pingos da chuva escorrendo pelo vidro, até que Bruce entrou no quarto.

— Está silenciosa. — disse ele ao encostar na parede ao lado da porta — Desde o almoço.
— Estou preocupada. — admiti.
— Com o que?
— Minha gravidez. — respondi — Bruce.
— A Selina te preocupa?
— Sim, talvez. — respirei fundo — Agora que ela será a rainha do crime, não sei o que pode acontecer, podem descobrir que somos a mesma pessoa, minha barriga vai crescer uma hora.
— Vamos pensar no que fazer depois. — ele se afastou da parede e caminhou até a cama — Por agora, vamos somente viver o hoje.
— Seu olhar me transmite segurança sabia. — sorri de leve para ele.
— Eu sei. — ele se deitou em meu lado e me aninhou em seus braços — Seremos uma família feliz, apesar de não sermos uma família normal.

Nós rimos.

— Não somos mesmo uma família normal. — concordei encostando minha cabeça em seu tórax — Se lembra do nosso casamento?
— Sim. — ele começou acariciar meus cabelos — Fiquei surpreso quando descobri que minha noiva era a garota que eu colei chiclete no cabelo dela. 
— Seu malvado. — eu ri — Poderíamos ter sido amigos de infância.
— Talvez. 
— Depois que você e o Thomas fizeram aquilo comigo, me mudei para Metrópoles. — continuei — Então eu soube da morte dos seus pais…
— Não foi uma época muito boa da minha vida. — comentou ele — Quando meus pais morreram, senti meu mundo desabar, não sabia o que fazer nem como eu ficaria, me escondi atrás da minha dor por muitos anos e tentei seguir em frente apenas com a vontade de fazer justiça.
— Sinto muito por não terem encontrado o assassino dos seus pais. — disse — Quando minha mãe faleceu, também me senti sozinha, mas ainda tinha meu pai.
— Durante muito tempo Alfred foi a minha única família. — ele se remexeu e ficou de frente para mim — Agora tenho você e nosso bebê. Será que sou merecedor disso?
— Claro que é. — eu o beijei — E será um excelente pai Bruce Wayne.
— Como pode ter certeza disso?
— Você é um excelente marido. — eu sorri — Mesmo chegando de madrugada.

Nós rimos.

— Me desculpe por isso. 
— Não se desculpe Bruce, eu já entendi que Gotham precisa de você tanto quanto precisa da Selina. — assegurei — Ficaremos bem.

Ele me beijou com suavidade. 
Alguns dias se passaram e finalmente a inauguração da minha marca de roupas e acessórias estava sendo lançada. Em um coquetel muito bem divulgado pelas mídias da cidade, muitas pessoas foram nos prestigiar, até mesmo o comissário Gordon apareceu para desejar sorte em nosso negócio. Barbara era claramente a pessoa mais feliz e empolgada da noite.

— Estou orgulhoso de minha esposa. — disse Bruce ao me abraçar por trás colocando as mãos na minha barriga — Muito mesmo.
— Sel não é a única mulher de negócios aqui. — brinquei falando num tom baixo.
— Sim. — concordou ele.
— A partir de hoje, será um novo ciclo em nossas vidas. — me virei para ele — Não é?
— Sim, hoje ela vai sentar no trono.
— Estou tão empolgada por mim e por ela. — confessei — E você? Como está?
— Além da preocupação de sempre?

Eu ri dele.

— Consigo me manter focado. — garantiu ele — Sempre protegendo nossa família.
— Sim. — dei um selinho nele — Eu te amo Bruce Wayne.
— Eu também de amo Wayne. — declarou ele.

Confesso que foram poucas as vezes que consegui tirar essas palavras dos lábios dele, e sempre me sentia eufórica por dentro quando ele falava. Eu estava feliz, e minha vida razoavelmente completa. Agora nossa nova meta era somente esperar por nosso bebê vir ao mundo.

- x -

Selina Kyle

Suspirei um pouco ao me olhar no espelho. Toquei de leve em minha barriga, ser mãe era uma experiência que não imaginava viver. Mas claro que isso aconteceria um dia, o casal do ano eram sempre intensos em seus momentos de amor. Me espreguicei de leve e peguei o elástico em meu bolso e prendi o cabelo, aquela noite era um tanto decisiva para mostrar a todos que eu mandava na escória de Gotham agora.

Saí do quarto com minha máscara na mão e desci as escadas, Alfred estava na sala organizando os jornais desta manhã.

— Senhorita Kyle. — disse ele me reconhecendo — Deseja algo?
— Onde está o Bruce? — perguntei.
— Na caverna senhorita. — respondeu ele — Acredito que esteja de saída, a senhora Wayne disse que hoje à noite seria preocupante para ambos.
é um tanto medrosa, mas sabe que posso me cuidar. 
— Senhorita, só peço que tome cuidado. — disse ele com serenidade — Eu conheço o patrão Bruce desde quando nasceu, estive com ele em todos os momentos, difíceis e felizes, posso dizer com clareza que a chegada da patroa nesta casa foi a melhor coisa que lhe aconteceu.
— Por que está me dizendo isso?
— Porque assim como o patrão Bruce, eu também me preocupo com vocês duas, e ainda mais com este bebê aí dentro.
— Fique tranquilo Alfred, nós estamos seguras. — assegurei — Temos um guardião da noite para nos proteger.

Apesar de não precisar, eu contava sim com a segurança que Bruce transmitia para sua esposa. Me afastei dele e segui para a biblioteca, então entrei pela passagem e desci as escadas para a caverna, Bruce já estava em seu traje, com sua atenção voltada para o computador.

— Boa noite, patrulheiro. — brinquei ao me aproximar.
— Boa noite. — ele desviou seu olhar para mim.
— Por que está com esta roupa, não combinamos que você ficaria em casa hoje? — cruzei os braços.
— Precaução.
— Não confia em mi?
— Não confio em Gotham. — ele estava sério.
— Eu sei me cuidar Bruce.
— Me chame de Batman. — corrigiu ele.
— Ah sim, com esta roupa você não é mais o marido do ano. — ri ironicamente — Eles não vão descobrir quem eu sou, menos ainda que estou grávida, fique tranquilo, minha amiga irá me ajudar e será minha porta voz, após esta noite.
— Fala da Ivy?
— Ela mesmo, pode confiar que ela jamais vai nos trair, ela me deve a vida. — assegurei — Eu só preciso me estabelecer e mostrar quem manda agora.
— Eu vou com você. — ele se aproximou de mim.
— Não precisa.
— Já disse que vou.
— Já disse que não precisa. — eu toquei em seu tórax — já disse que você fica sexy nessa roupa?
— Pare de desviar a conversa. — seu olhar continuava sério.
— Não estou desviando. — eu ri — Ela realmente fez um bom casamento… Eu me lembro da primeira vez que você me trouxe para cá, foi uma noite maravilhosa.
— Selina.
— Não vou mais demorar, preciso iniciar meu império em Gotham. — me afastei dele — Ah… E como anda seu amigo da criptonita?
— Por que quer saber dele?
— Ouvi boatos que roubaram o cofre em que as pedras que peguei para ele estava. — respondi — Se quiser minha ajuda novamente, só chamar.
— Não se preocupe, já estamos cuidando disso, mas se conseguir alguma informação. — ele cruzou os braços — Será bem-vindo.
— Você não dá mesmo o braço a torcer Batman. — mordi meu lábio inferior — Mas tudo bem, se eu souber de mais alguma coisa relacionada ao Superman, te aviso, como já disse, conheço muita gente interessante.
— Eu me lembro disso.

Sorri de canto e me retirei da caverna em sua moto, eu amava aquela moto. Me fazia sentir ainda mais livre, como a noite de Gotham, que parecia mais densa naquele dia. Parti para minha reunião de posse, com a ajuda de Ivy, todos foram reunidos em um galpão nas docas do porto. Era o lugar perfeito para as mais diversas negociações.

— Todos silêncio. — disse Ivy assim que cheguei.
— Boa noite damas e cavalheiros. — disse ao me sentar na cadeira reservada para mim — Todos aqui sabem que não foram chamados à toa, depois que Joker foi preso em Arkham e sua parceira Arlequina foi confiscada pelo governo americano, esta cidade vem se tornando a cada dia um caos.
— Esta cidade está assim graças a você. — acusou o mafioso Conam — Foi você quem entregou Dimitri para o morcego, você é uma traidora.

Eu me levantei e subi em cima da mesa, caminhando até ele, me agachei e lançando minha perna direita prendi o salto do meu sapato em seu pescoço.

— Diga isso novamente. — ordenei.
— Não é mentira Selina. — Pinguim se levantou da cadeira — Todos aqui sabemos que tem ligação com o Batman, que sabe quem ele é.
— E todos vão se opor a mim? — eu me afastei de Conam e permaneci de pé sobre a grande mesa — Eis aqui minha proposta, eu serei a rainha do crime de Gotham, se andarem na linha, não deixarei que ele atrapalhe os negócios de todos.
— E se não concordarmos?
— Então…

Eu nem tive a chance de terminar meus argumentos. A pequena parte de vidro do telhado se quebrou e o homem de capa caiu em nosso meio. Ele ainda tinha estilo que me deixava atraída, de certa forma era meu marido. Segurei o riso e olhei para cara assustada de todos, principalmente de Don Falcone.

— Você o trouxe aqui. — acusou novamente Conam.
— Não me contive em ficar… — disse Batman ao parar na minha frente.
— Imaginei. — me voltei para Conam — Agora será assim, eu sou a nova rainha de Gotham, e aquele que se recusar a aceitar, já sabe o destino. 

Apontei para Batman que permanecia em silêncio. Ele desceu da mesa e caminhou até o canto mais escuro do galpão, com todos um tanto temerosos do que poderia acontecer.

— A reunião está encerrada, quando precisarem falar comigo... — apontei para minha amiga — Ivy estará à disposição para ajudar.

É claro que não seria fácil controlar a escória daquela cidade, mas faria esse esforço. Antes que todos se retirassem, pedi para que Pinguim me acompanhasse até o lado de fora pelos fundos. 

— Posso te ajudar em algo? — perguntou ele — Sabe que tenho muita influência.
— Sim, eu sei muito bem. — disse — E meu guardião ali também sabe quem você é prefeito Cobblepot. 
— E presumo que usará isto para me chantagear. — disse ele.
— Não, você é nosso aliado, continue sendo um bom prefeito que eu continuo assegurando que seus negócios ilegais não sejam descobertos. — sorri de canto.
— Sabe que não tenho mais nenhum negócio ilegal. — ele ficou sério.
— Eu sei, estava brincando. — ri de leve — Preciso da sua ajuda para manter algumas pessoas em Arkham, e sei que somente o prefeito pode assinar definitivamente a saída de um paciente de lá.
— Quer manter Joker encarcerado?!
— Sim. — admiti.
— Está com medo dele voltar e tomar o trono? — perguntou.
— Não, mas não quero ter preocupações desnecessárias com ele e sua companheira.
— Arlequina já está de posse do governo assim como o Pistoleiro, ouvi dizer que ambos fazer parte de um esquadrão secreto, algo assim.
— Não me importo com o que eles fazem, contando que não me atrapalhem. — respirei fundo — Entretanto, tenho uma boa amizade com o Pistoleiro e garanti a ele que sua filha seria muito bem protegida e cuidada, antes mesmo dele ser recrutado pela Amanda Waller.
— Acho que já podemos encerrar esta conversa. — disse ele movendo seu olhar para trás de mim.
— Sim, podemos. — assenti — E uma amiga pediu para agradecer por ter vendido aquele imóvel para mim.
— Foi um bom negócio, não me custou nada. — ele se retirou apressadamente.

Então me voltei para sua direção e vi Batman agachado em cima de um container. Quando me impulsionei para ir até ele, Ivy se aproximou de mim com a informação que tinha lhe pedido. Dei algumas instruções para ela e voltei meu olhar para a direção dele, porém já tinha desaparecido. Odiava quando isso acontecia. Demorei um pouco para voltar para casa, precisava montar meu próprio esquadrão, e como havia feito em seu negócio, somente mulheres trabalham para mim.

Chegando em casa pouco antes do amanhecer, Batman me esperava em sua caverna, encostado no carro e de braços cruzados. Como se esperasse por uma resposta.

— Então. — perguntou ele.
— Acho que tenho muitas informações para seu amigo Superman. — sorri de canto — E não são tão boas assim.
— Diga. — ele se afastou do carro e veio até mim.
— Agora não. — sorri de leve me desviando dele — Sua esposa está cansada e tenho uma bebê para alimentar. 

Brinquei rindo.

— Estou com fome e precisa de algumas horas de sono. — expliquei melhor — Mas prometo que amanhã à noite, contarei tudo o que sei.

Ele sorriu de canto e assentiu. Eu estava bem, pois sabia que Bruce ou Batman, não importa a nomenclatura, sabia que ele confiava em mim, e pela primeira vez eu admitia que também confiava nele... 

E talvez o amava.

Night, night, for a night, for a
Only if for a night.
- Goodnight Gotham / Rihanna

"Família: Ainda que possa haver algumas brigas pelo caminho e divergências de ideias, nossa família sempre será um refúgio para nós, onde podemos nos sentir seguros." - by: Pâms


FIM?!



Nota da autora:
Gente linda, espero que estejam gostando. Pra quem entrou de paraquedas aqui, essa é uma continuação do ficstape 14. Goodnight Gotham, então sugiro que leiam o ficstape também, é maravilhoso por sinal!!! Finalmente eis que chegamos ao fim de mais essa aventura, claro que como nas outras fics o final em aberto nos dá esse gostinho de quero mais. Não fiquem triste, em breve mais emoções desse casal do ano, afinal Selina nos deve algumas informações...
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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