Fanfic Finalizada: 11/03/2020

Capítulo único

Naquela terceira garrafa de cerveja, imaginava o que estava fazendo em Seul. Ela já tinha saído do hospital havia pelo menos seis meses. E desde que pediu transferência para a Hong Kong nesta mesma época, o rapaz não tinha notícias da garota. Os únicos contatos que ele possuía no país de origem eram do melhor amigo, que ele fez prometer que não passaria noticias da mulher e nem as dele pra ela, do escritório matriz da agência, que tinha uma boa filial no país e de sua mãe. Que agora falava com ele de tempos em tempos.
O Rapaz achou que seria mais fácil, viver longe da vida da mulher que tanto amava, mas toda noite precisava beber e chorar até pegar no sono e isso estava acabando com a vida dele.
Sua partida, não foi muito dolorosa, quando ele foi informado que a namorada receberia alta aquela semana, ele arrumou suas coisas e as coisas para a sua transferência e a única coisa que ele deixou pra ela foi um bilhete e seu aparelho celular, para que realmente ela não o procurasse mais. Ele sabe que deve ter sido difícil pra ela, mas romper daquele jeito poderia deixar ela com raiva e talvez ajudasse a se esquecer dele mais facilmente. era uma mulher incrível, linda, atenciosa, inteligente e amorosa, logo arrumaria alguém à altura.
A única coisa que ele precisava era ficar longe dela para que ela vivesse bem. Como todo fim de expediente, ele foi ao Chumiachi o bar que ficava a 10 minutos do seu apartamento na região central de Hong Kong, sentou na mesma mesa, pediu a mesma porção de barriga de porco e as suas cervejas. Aquilo, além de fazê-lo lembrar de Seul, ainda o deixava bêbado e pronto para dormir e aguentar o próximo dia o máximo que seu psicológico permitisse. Ele sabia porque tinha que se manter afastado da mulher, ele sabia que só assim ela poderia ter uma vida feliz. Ela podia pensar que ele foi egoísta, e talvez colocar a “culpa” nela fosse um pouco mesquinho, mas era para o bem dela.
A vida longe de tudo o que fazia bem pra ele estava mesmo levando a vida do rapaz para o abismo. Ele dormia mal, comia mal, não se relacionava direito com sua equipe e o idioma era um saco, ele sabia falar mandarim, mas todos os dias falando e ouvindo aquela língua diferente era um saco. Seu estômago doía e os olhos viviam inchados, vez ou outra vomitava e a dor maior era a do peito, a saudade e a vontade de ter novamente aquela mulher em seus braços. Nada dava mais força para continuar distante do que saber que ela estava viva, e mesmo que não estivesse bem agora, uma hora ela ia ficar, ele a conhecia, viu como ela se comportou ao perder a mãe e como ficava chateada brevemente com as coisas. Suas neuras, ou as energias negativas que ela presenciava ou emanava, passavam muito rápido e fácil. Ela se moldava e se mudava para isso, não era do seu agrado ficar naquela vibe por muito tempo, então ele sabia que, mais cedo ou mais tarde aquela situação seria tirada de letra.
As horas tinham passado e a quantidade de garrafas na mesa dele duplicou. Já estava ficando tonto, mas longe de estar pronto para ir embora. Assim que fez sinal com a mão para o garçom, avistou uma silhueta conhecida entrar pela porta. Ele não identificou de início, mas assim que ela o avistou com a mão para cima, olhou fixamente nos olhos dele, enquanto se encaminhava para a mesa, o fez perder toda a cor do rosto e a força para se sustentar naquela postura.
! ― A voz firme da mulher e os olhos doces o fizeram cair em prantos, ele não sabia se era alguma peça que sua mente estava pregando, ou se estava completamente bêbado, mas aquele timbre entrando pelos ouvidos dele, o fez desabar.

Sete meses atrás…
121 St General Hospital, Seul. Coréia do Sul.

Já fazia um mês desde o acidente de carro em que e a namorada tinham se envolvido. Infelizmente o carro que os atingiu, acertou o lado do passageiro em que estava sentada. ficou desacordado por apenas cinco dias e estava se recuperando da reconstrução de seu tornozelo que tinha ficado preso às ferragens. As dores físicas que ele sentia, não chegavam nem perto das dores emocionais. Chorava todas as noites no terraço do hospital, tentava ser forte na frente da namorada e tinha uma boa convivência com os funcionários das mais diversas áreas do hospital. Como vivia no quarto de , conhecia todas as enfermeiras, de todos os turnos, assim como os médicos que estavam aplicando o tratamento, as cirurgias e os pós cirúrgicos, bem como a equipe de limpeza e a equipe da cafeteria. Muitas vezes ele era atendido com os medicamentos e dieta ali mesmo no quarto da garota. A equipe em um todo se sensibilizou com o afinco do rapaz de não sair ao lado da amada aqueles 30 dias, e de como ela era amada, não só por ele, mas por muitas pessoas que vinham a visitando diariamente.
Sempre tinha um balão novo, um arranjo de flores ou um bicho de pelúcia, e lá estava o rapaz, fazendo sala para as visitas, organizando os presentes, fazendo carinhos na menina e conversando com ela, sempre tão atencioso quanto aos detalhes do seu dia, contava como o filho mais velho de seus melhores amigos já estava andando sozinho ou parado de mamar. Ele vivia por ela todas as horas de seus dias, mas o que ele mais queria era que ela vivesse por ela, vivesse para ela, apenas vivesse.
― E como ela está, meu querido? ― perguntou, num tom maternal, enquanto dos dois caminhavam com o pequeno Hue pelos jardins do hospital. estava passando um tempo com , e eles resolveram que precisava de um pouco de ar puro e contato com o menino, que era simplesmente apaixonado pelo “tio”.
― Olha , para ser sincero, nada bem. Sofreu um traumatismo craniano e traumas muito fortes em alguns outros pontos do corpo, a velocidade do outro veículo estava estupidamente alta. ― Ele abaixou o olhar, andando com o apoio das muletas enquanto o garotinho corria um pouco mais a frente dos mais velhos.
― Mas o doutor me disse que as cirurgias necessárias tinham sido um sucesso. ― A amiga coçou a cabeça, confusa. ― Eu não entendo.
― Sim, , mas se ela não acordar do coma, pode agravar a situação para um estado vegetativo, ou então acordar com alguma sequela que a deixaria incapacitada de viver a mesma vida de antes. Você sabe o quanto eu sou otimista, quanto a recuperação e a tudo mais, mas eu pedi para serem 100% sinceros comigo e estão sendo, e é isso. Eu não sei mais o que fazer por ela, eu só preciso que o mundo a tenha novamente. ― Nesse momento ele conseguiu ter a mais plena certeza do que precisava fazer. Ele sabia que tudo aquilo era culpa dele por ter entrado na vida dela, culpa dele ter transformado a toda luz que ela tinha em escuridão, e se tudo estava indo bem, mas Deus não tinha a mandado de volta, a culpa também era dele, ele que insistia em ficar aqui, sugando a luz que ela ainda emitia, sugando as energias boas que ela tinha dentro de si, para as profundezas que era a vida dele.
Assim que os amigos foram embora, procurou pela capela do hospital e ali ficou algumas horas de joelhos conversando com Deus. Queria sentir algumas respostas dentro de si e garantir que ele soubesse que o rapaz estava disposto a fazer qualquer coisa para que as demais pessoas naquele planeta tivessem a chance de conhecer a luz daquela mulher.
― Meu Deus, faz tempo, não faz? ― De joelhos e olhos fechados, o rapaz começou a falar em voz alta na pequena capela. ― Eu sei que eu não tenho o mínimo direito de vir até aqui pedir nada ao senhor, mas não é pra mim. Talvez seja um pouco pra mim. ― As lágrimas escorriam por seus olhos mesmo eles estando fechados. ― O senhor sabe que é um ser humano incrível, a luz que sai daquela mulher é a coisa mais intensa que já passou na minha vida, e eu não vou conseguir viver em paz se por um acaso ela não existir mais nessa terra. Eu prometo ao senhor que se ela acordar e sair desse hospital sem nenhuma sequela, podendo ser quem era antes mesmo de eu aparecer em sua vida. ― Ele engoliu em seco, precisava fazer aquilo por ela, precisava deixá-la ir e viver uma vida plena. Precisava ir, para deixá-la ir. ― Eu prometo que eu saio da vida dela, assim que ela estiver em segurança para sair desse hospital. Eu me mudo até de país se for necessário, só traga minha menina de volta à luz da vida. ― Aquelas palavras saíram amargas de sua garganta, assim como as lágrimas quentes dos seus olhos, mas ele precisava realmente fazer aquilo. não sabia o que era, nem se era pela promessa dele, mas duas semanas depois daquela noite que ele passou conversando com Deus, ela estava acordada de novo, ela tinha voltado a si. Ainda teria de ficar mais algum tempo no hospital para alguns procedimentos e tratamentos, além dos muitos exames, para confirmar que estava tudo bem.
! ― , chamou o amigo que parecia estar distante daquela conversa dos dois no refeitório, enquanto visitava a amiga e levava o pequeno Hue para que ela visse o quanto ele cresceu. ―? Que história é essa de transferência para Hong Kong? ― Ele olhava apreensivo para o amigo. ― Logo agora que a acordou, que está prestes a receber alta.
― Eu preciso, eu prometi. ― Ele disse ainda distante, como quem quisesse convencer a si mesmo do que falava.
― Você prometeu que ia levar ela para outro país? Mas por quê? Ficou traumatizado com a Coréia?
― Você sempre foi lerdo assim, ? ― perguntou olhando estranho para o amigo. ― Eu não vou levar para lugar nenhum, o médico me disse que ela sai sexta, e eu preciso que você e cuidem dela nesse primeiro período em casa, se readaptando com as coisas. ― A súplica na voz do rapaz, fez com que o amigo sentisse um aperto no peito, não estava gostando do rumo daquele papo.
― Mas do que você está falando ? ― sentiu um amargo descer pela garganta, tinha visto como o amigo mudou ao conhecer e essas paranoias de não ser bom o suficiente tinham mudado, ou era o que ele achava. E agora esse papo de ir para a China e deixar a garota, a sua garota pra trás no momento em que ela mais precisava, parecia uma loucura do de anos atrás. ― Você só pode estar me zoando , como você vai abandonar , quando ela mais precisa de você?
― Ela precisa viver bem e, pra isso acontecer, eu preciso me afastar, eu prometi e eu não vou voltar atrás do bem estar dela. ― O tom sério na voz dele só fez com que o amigo se alarmasse mais com a situação.
― Ela só vai viver bem se você estiver com ela, e vise e versa, me fala o que aconteceu. ― O desespero na voz de amigo, fez com que ficasse mais angustiado do que ele já estava, mas não podia voltar atrás. Se fosse ou não em função aquela promessa, ele iria cumpri-la, foi aquilo que ele se apegou nos dias até ela recobrar a consciência e seria isso que ele iria seguir dali em diante.
Ele explicou para o amigo tudo desde aquela conversa com a o que aconteceu na capela do hospital e mesmo tentando de tudo pra que ele mudasse de ideia, nada o faria voltar atrás, ele não podia fazer com que corresse mais riscos do que ela estaria correndo por ele. Com toda a persistência, ele convenceu a não falar sobre isso pra ninguém e em hipótese nenhuma passar as informações da garota pra ele, isso iria fazer ele fraquejar, e não podia fazer isso, ele estava privando ela de passar por coisas ruins por causa dele e não precisava que sua fraqueza estragasse tudo.
Depois da conversa com o amigo, ele seguiu a semana com a mesma animação e amor para com a garota, na quinta feira a noite da mesma semana, ele estava dentro de um avião com destino à China, e com uma nuvem cinza que substituiu a luz que a alma dele tinha adquirido estando perto da garota.

Atualmente...

Bar Chumiachi, Hong Kong – China.


― De novo não. ― Ele disse a si mesmo em desespero com as lágrimas rolando pelos olhos ― É só coisa da minha cabeça, pare de pensar nela desse jeito seu idiota, viva a sua vida. ― Ele continuou murmurando e fechou firmemente os olhos para que parasse de ver aquilo que ele achava que seria mais uma de suas alucinações.
Seus devaneios foram interrompidos quando sentiu uma mão no seu ombro, pensou ser finalmente o garçom ou a dona do estabelecimento que ia de tempos em tempos ver se ele estava bem, a senhora dona do local sempre prezava pelo bem estar do rapaz, provavelmente ela teria algum filho com a idade aproximada e o instinto maternal aflorava.
― A voz conhecida chamou de novo e o aperto no ombro se fez novamente.
Não podia ser possível aquilo, ela não era real ali, ela nem sabia onde ele estava, como era possível aquilo? Ele abriu os olhos e lá estava ela, a sua frente, com os cabelos curtos num tom mais claro, mas era ela, ele tinha toda a certeza do mundo que aquele cheiro e aquela voz eram dela.
? ― Ele gaguejou.
! ― Ela respondeu, olhando dentro dos olhos dele.
― Co Como, por quê? O que você está fazendo aqui? Como me achou? ― O rapaz engoliu em seco e viu se sentar em umas das cadeiras vazias da mesa que ele ocupava.
― Não importa, por que ? Por qual motivo você me deixou sozinha depois de tudo, naquele hospital? ― A voz dela falhou e as lágrimas escorreram pelo rosto, foi um longo tempo esperando aquela resposta e mesmo com ele, naquele estado, ela precisava de alguma luz sobre tudo aquilo.
― Não faz isso , não, eu estou existindo tão bem todo esse tempo, eu não vou conseguir ser forte se você chorar desse jeito na minha frente. ― Ele pegou um dos guardanapos na mesa e secou o rosto da garota.
, presta a atenção nas minhas palavras. ― segurou o rosto dele e olhou nos olhos, viu que eles não tinham mais nenhum brilho e estava com semblante de quem não dormia ou comia direito há muito tempo, aquilo apertou o coração dela. ― Por que você foi embora? Deixou de me amar? ― O tom dela era sério e as lágrimas escorriam pelos olhos dele.
, por favor, você tem que se afastar de mim. ― Ele tentou desviar o olhar do dela, mas ela estava infinitamente mais forte que ele.
, por favor, você não sabe tudo que eu passei sem você, eu só preciso de uma resposta para seguir a minha vida, então. ― sentiu todos os músculos doerem e o choro foi inevitável. ― Que história é essa de que eu tenho que ficar longe de você? Você matou alguém, foi isso? ― O olhar de desespero tomou conta do rosto da garota e aquilo o fez queimar por dentro.
― Eu, eu sou o mal na sua vida, eu só te trouxe dor e sofrimento, você não entende que eu sou um buraco negro? ― Ele estava um pouco alterado e assustou um pouco . ― A culpa foi minha, eu saí só com algumas lesões e você ficou em coma todo aquele tempo, se eu não tivesse entrado na sua vida, nada disso teria acontecido. ― Estava quase sem ar, soluçando de chorar.
sentiu um desespero muito grande, achou que o rapaz tinha superado aquilo de ser o causador de coisas ruins. Não podia pensar em como ele deve ter se sentido, todo aquele sentimento, sozinho e longe de tudo o que era familiar para ele.
― Meu amor, não fala isso. ― o abraçou forte e ele se encolheu dentro do abraço dela, se sentindo aconchegado, mas sentiu tanta falta daquilo que seu corpo chegou ao doer pelo contato. ― Você foi a melhor coisa que aconteceu pra mim, você me amou como eu nunca fui amada na vida, você me traz conforto e eu nunca tive um pesadelo enquanto estava com você. Eu me senti sem vida nesses últimos meses que você estava longe de mim. ― Ela apertava mais o corpo do rapaz, e queria que ele sentisse, tudo aquilo que ela sentia quando estava ao lado dele ― Eu não conseguia sorrir ou ser feliz, minha vida foi um grande cinza, você é a luz e a cor da minha vida, você é toda a minha vida. ― Ela se sentia muito feliz por ter ele tão perto depois de tanto tempo.
― Mas eu só faço mal para as pessoas, eu entrei na sua vida e você quase morreu, eu prometi que se o mundo te tivesse de volta eu nunca mais apareceria na sua frente. A sua vida vale muito mais que a minha felicidade e eu escolhi que você é mais importante, eu quero que você viva, mesmo que eu tenha que morrer um pouco cada dia longe de você. ― Ele se afastou dela, enxugando as próprias lágrimas. ― Eu prometi que deixaria você viver, longe de mim e é isso que eu vou fazer, por favor, eu não consigo ter a sensação de quase te perder deste mundo para sempre outra vez.
― Eu não aceito que você seja egoísta assim. ― endireitou a postura na cadeira e olhou firme nos olhos dele. ― Eu não sei mais o que é viver, se você não está comigo, eu preciso de você aqui comigo, eu não vou abrir mão da minha felicidade por um ato egoísta seu. ― Ela estava brava e seu semblante era sério.
― Mas eu fiz uma promessa, Deus devolveu a sua vida, em troca de eu sair dela. ― começou a tremer em desespero pelo rumo que aquela conversa vinha tomando.
, eu sobrevivi porque a minha hora ainda não tinha chegado, os médicos trabalharam bem e eu sobrevivi, eu tenho certeza de que se existe um Deus, ele não quer ver a nossa infelicidade. ― Ela chegou perto dele novamente passando a mão em seu braço.
― Eu não quero arriscar , você é muito importante para o mundo para eu te privar de ser a luz de outras pessoas. ― Ele afastou a mão dela e fez menção de se levantar. ― Eu quero, se não for para viver essa vida com você, eu não quero mais. Sem você eu só existo e eu não admito só existir ― disse sentindo as bochechas molharem e o corpo todo aquecer.
― Mas comigo você vai acabar sem vida e sem existência, você não entende? ― Ele chorava igual a ela e aquilo estava chamando a atenção das pessoas que estavam no local.
― Meu hotel é perto daqui, vamos pra lá, é melhor termos essa conversa em um lugar mais íntimo. ― pegou no braço do rapaz e ele tremeu.
― Vamos para meu apartamento, eu tenho que ir trabalhar amanhã. ― sorriu fraco e pagou a conta deixando algumas notas na mesa.
Os dois seguiram em silêncio até o prédio antigo, com a pintura descascada, aquilo deprimiu a garota que encolheu os ombros ao passar pela portaria. ― Vamos pela escada, o elevador está com defeito, outra vez. ― Ele revirou os olhos e eles subiram, ainda em silêncio, os três lances de escadas até o terceiro andar, onde ficava o apartamento de .
― Fica à vontade, senta aí, eu já volto. ― disse juntando algumas roupas e embalagens vazias que estavam espalhados pelo cômodo principal. Ele entrou no quarto e procurou alguma roupa limpa para usar. Antes de entrar no banho voltou para a sala e viu brincando com o gato da vizinha que vivia lá, tinha até comprado comida e deixado alguns potinhos com a água para o animal.
― Vocês se deram bem, pelo visto. ― Ele disse do batente da porta do cômodo, fazendo saltar em um pequeno susto.
― Ele é seu? ― Ela perguntou acariciando o animal.
― Não, mas é como se fosse. ― Ele sorriu largo. ― Vou tomar um banho, você quer alguma coisa? Uma água? Quer que eu peça comida? ― Os olhos dele estavam um pouco inchados, assim como os lábios, por conta do choro.
― Eu estou bem, pode ir tomar seu banho. ― Sorriu aberto e olhou para o rapaz.
― Tudo bem, eu já volto. ― deixou novamente sozinha com o gato. Algum tempo depois, o rapaz voltou já vestindo roupas limpas e com os cabelos bagunçados, esfregando a toalha neles.
― Você quer tomar banho? Aquele lugar estava cheirando a gordura, pode te incomodar. ― ele sorriu.
― Mas eu não tenho nenhuma roupa comigo, está tudo bem. ― Ela sorriu de volta.
― Então ― Ele se sentou ao lado dela ― Eu não posso voltar para sua vida. ― Estava sóbrio agora.
― Eu vou entrar na sua então, eu não quero ficar longe, não quero me sentir vazia outra vez, não vou me afastar. ― falava sério, enquanto continuava afagar os pelos do gatinho.
― Eu vou continuar fugindo. ― disse quase derrotado.
― E eu vou atrás de você até no inferno se for preciso. Entenda, eu não vou deixar isso acontecer, eu te amo e vou lutar por esse amor. ― Ela sorriu satisfeita.
― Você não vai desistir, né? ― Ele estava totalmente derrotado naquele momento.
― De você? Jamais! ― Ela se aproximou mais dele.
― Deus vai me castigar se eu ficar perto de você. ― Ele disse, não se movendo um passo para o lado.
― Ele vai entender, que você estava desesperado e pessoas desesperadas não raciocinam direito. ― olhou dentro dos olhos dele e aproximou ainda mais os corpos.
― Eu vou me arrepender disso. ― Disse e segurou o rosto da mulher delicadamente, iniciando um beijo quente, doce e calmo, que deixou todas as terminações nervosas dele sensíveis.
também sentiu algo se acender dentro dela, a luz que tinha sumido, assim que foi embora, havia voltado naquele beijo, com toda a força.
Os dois se afastaram em busca de ar e se olharam tudo parecia estar no lugar, tudo naquele momento parecia ser o certo, e de fato era, mais que certo, era o que os dos precisavam e queriam.
Mais alguns momentos de carinhos entre os dois e ficou tarde demais para a garota voltar para seu hotel.
― Você não quer mesmo tomar um banho? ― disse, assim que olhou para o relógio. ― Eu posso te emprestar algumas roupas e você usa como pijama. ― Ele sorriu, um sorriso tão doce que deixou mole de amor, ela só assentiu com a cabeça e foi guiada para o pequeno banheiro do local.
Depois que saiu do banho, viu que o rapaz tinha pedido comida e realmente sentiu a fome apertar naquele momento. Ela o viu alimentando o gato, antes de perceber sua presença, e aquilo a deixou muito feliz, queria com certeza ter aquela visão pra sempre.
― Você está lindo desse jeito. ― anunciou sua presença, se sentando em um dos bancos que dava acesso a pequena ilha da cozinha.
― Oh! Achou tudo que precisava? ― se levantou, indo até a pia lavar as mãos.
― Sim, você continua com o mesmo hábito de deixar o shampoo na janela do banheiro. ― Ela sorriu ao lembrar da vida que eles tinham em Seul.
― Sim. ― Ele coçou a cabeça e riu fraco. ― Você está com fome? Pedi pizza que era o mais rápido.
― Está perfeito. ― Ela sorriu e se serviu ― Então, quando você volta pra Seul? ― questionou assim que engoliu o primeiro pedaço da comida.
― Eu não vou . ― tinha engolido mais um pedaço também. ― Me recuso vir morar aqui, eu amo Hong Kong, mas pra morar, não é a minha pretensão. ― Ela sorriu jogando os cabelos úmidos.
― Você não vai morar aqui . Você não me ouviu? Não vamos ficar juntos ― Ele deixou o prato de lado.
― Talvez, se você continuar repetindo isso, você realmente acredite. ― Ela riu alto.
― Eu estou falando sério. ― O tom dele era realmente sério.
― Eu também, poxa , vamos ser felizes, vamos viver isso juntos, por favor, eu vou continuar aqui e, se você sumir, vou te achar e vou continuar lá. ― A seriedade nos olhos da mulher mostrava toda a expectativa e veracidade daquelas palavras.
― Eu não me sinto confortável com isso. ― Ele parecia incomodado com aquela conversa.
― Amanhã vamos a uma igreja e aí você conversa com Deus outra vez e a gente resolve isso, pode ser? ― Ela sorriu aberto e sabia que por nada no mundo iria desistir daquilo.
― Pode ser , se eu me sentir diferente amanhã, eu penso no seu caso. ― Ele voltou a comer sua comida e sorriu animada.
― Vamos dormir então. ― tinha voltado a sentir a animação que há tempos não sentia.
― Eu vou dormir aqui no sofá, você fica à vontade no meu quarto. ― O rapaz arrumou a louça na lavadora e foi para o quarto junto com para pegar algumas roupas de cama limpas e levar para o sofá.
― Por que você não dorme aqui comigo? Essa cama é meio pequena, mas isso nunca foi empecilho pra gente. ― puxou e os dois caíram na cama. ― Por favor, . ― Disse fechando os olhos e sentindo o cheiro do seu sabonete na pele recém lavada da mulher. Aquilo deixou seus sentidos inebriados.
― Por favor, digo eu , fica aqui comigo, prometo que vamos só dormir, nada mais. ― Ela olhou com olhar de criança pidona e o rapaz cedeu.
― Tudo bem, mas vamos APENAS dormir. ― Ele revirou os olhos ― Vou apagar as luzes, pode se acomodar.
Finalizou se levantando e deixando a garota sozinha, que aproveitou para se arrumar na cama, puxando as cobertas e reservando um lugar para . Ela lutava com todas as forças para não cair no sono até o rapaz se deitar. Ele retornou para o quarto e assim que repousou seu corpo na cama, teve ele agarrado pelos braços e pernas de , que adormeceu pouquíssimo tempo depois.
Assim que o relógio da cabeceira tocou, se levantou devagar para não acordar e se aprontou para o serviço, sabia que ela não acordaria nem se um furação abatesse a residência, então fazer tudo que tinha que fazer de manhã com ela ali adormecida deixou o rapaz mais calmo. Deixou um bilhete para ela na mesa da cozinha e alguns folhetos para ela pedir o café da manhã, não gostava da ideia dela andando por ai sozinha, ainda mais na região que ficava seu apartamento, não era um lugar muito interessante para uma “turista”, acordou algum tempo depois e se deparou com a cama vazia ao seu lado e aquilo fez o coração dela apertar por algum tempo, mas assim que viu o bilhete na cozinha ficou mais tranquila.

“Bom dia meu amor, não se assuste muito com a minha casa à luz do dia, fui trabalhar e volto pelas 17h00min , vou ver se consigo sair mais cedo, seu número continua o mesmo? Vou te mandar mensagem, qualquer coisa meu numero novo está pregado na geladeira, me manda uma mensagem pra eu gravar seu contato, não saia de casa, esse não é um bairro muito legal. Tem vários folhetos de comida espalhados pela cozinha, se não conseguir falar, chame a vizinha do 372 e ela te ajuda, além de ser muito prestativa é um amor de pessoa, a gente se vê, me espera, obrigado.

ficou feliz com aquela semi carta, não pretendia mesmo sair do apartamento, além do cansaço fazia muito tempo que não se sentia confortável daquela forma. Aproveitou o tempo livre e deu uma geral no lugar, que parecia que não via uma vassoura há pelo menos 3 meses. Comeu o que achou na geladeira da noite anterior e resolveu fazer o almoço com que achou na despensa, Não sabia como ele tinha tanta comida guardada com aquele tanto de folheto de entrega, tudo bem que quase tudo estava para vencer, mas ela conseguiu aproveitar bastante coisa, para uma boa refeição para os dois.
Vendo aquilo, teve certeza que ele não vinha vivendo bem aquele tempo todo longe. Logo após terminar os afazeres e comer, mandou uma mensagem para o rapaz que estava quase na hora de sair do trabalho. Não demorou muito até que ele chegasse em casa, conseguiu sair um pouco mais cedo e foi direto para lá, estava morrendo de saudades da garota, mesmo não querendo aqueles sentimentos.
― Oi meu amor. ― recebeu o maior com um abraço apertado, assim que ele passou pela porta.
― Uau, o que você fez aqui? Não precisava, a moça da limpeza vem na quinta. ― Ele entrou e deixou as coisas na entrada.
― Eu fiz nosso jantar também. ― Ela era muito animada e sua luz era muito forte aquela altura. ― Nós vamos comer antes de sair. ― pegou as coisas dele e colocou o armário da entrada. ― Vai tomar um banho e depois me encontra na cozinha.
― Estava indo para a cozinha e ele ficou meio desnorteado com tudo aquilo, mas acatou as ordens, adorou estar na companhia da garota, realmente se sentia vivo e completo.
Depois do banho ele se encaminhou até o cômodo em que o esperava e o cheiro da comida era inigualável, tudo com ela era mais lindo e mais feliz.
― Come tudo que eu achei uma igreja aqui perto e a gente vai lá. ― Ela disse olhando para o outro, que quase engasgou com a comida.
― Tudo bem, mas coma primeiro. ― puxou a cadeira e ela se sentou. Eles estavam em frente à pequena catedral do bairro, estava com as mãos suando e o coração na boca, se sentia ansioso, mas sabia que precisava de tudo aquilo, não iria desistir e ele não conseguiria fugir para sempre.
― Que Deus me ajude. ― Ele disse e entrou no local. entrou em silêncio e se sentou longe do rapaz, sabia que ele precisava de um espaço e de privacidade, aquilo era algo íntimo dele. foi um pouco mais pra frente e se ajoelhou em um dos bancos de madeira mais próximos do altar.
― Oi senhor, já faz um tempo né? ― Ele soltou uma risadinha fraca. ― Então, eu sei que o senhor sabe e eu sei que eu prometi, mas a realmente não existe, não vai deixar que eu a deixe em paz, sabe? E eu sei que promessa não pode ser quebrada. ― Abaixou a cabeça sentindo algumas lágrimas escorrerem mais uma vez pelo rosto. ― Eu a amo, sabe? Eu amo mais que tudo, amo mais que a minha própria vida e eu quero que ela seja plenamente feliz sempre, eu já expliquei que eu dreno tudo de bom que ela tem, mas ela não quer me ouvir ― Soltou outra risadinha ― Eu também não sei se aguento mais essa vida sem ela por muito tempo. E eu queria pedir então o cancelamento dessa promessa. ― Engoliu em seco. ― A gente pode negociar outras coisas se o senhor quiser, eu posso ficar o resto da minha vida sem tomar soju ou comer queijo, não sei, só sei que ela não vai me deixar cumprir essa promessa de ficar longe, o senhor conhece como ela é, não conhece? ― Ele conversava com Deus como se fosse um amigo próximo ou alguém que estivesse ali presente junto a ele de carne e osso. ― Se tudo bem pro senhor, eu vou trocar a minha promessa para nunca mais tomar soju até o final dos meus dias e se eu perceber que alguma coisa ruim possa acontecer com ela eu juro que dou meu jeito de sumir. ― Ele finalizou aquela conversa com o coração leve e parecia que tinha tirado um peso das costas, sentiu que foi válido fazer aquilo, se levantou e foi até a garota que também estava de joelhos e olhos fechados e mesmo não sendo religiosa, parecia que estava em uma conversa também com Deus. Pouco tempo depois eles saíram de lá e quis tomar sorvete, mesmo sendo tarde e não estando tão quente assim. Acharam uma sorveteria aberta e não conseguia conter o sorriso.
― Você vai conseguir comer isso tudo? ― riu quando uma taça enorme de sorvete de chocolate cheio de calda e amêndoas foi colocada na mesa deles junto com o picolé confeitado que era o pedido do rapaz.
― Vou e se bobear ainda como o seu. ― sorriu grande, ela parecia iluminar todo o local. ― Como você está se sentindo agora? ― Ela perguntou com a boca toda suja de chocolate, depois de engolir a primeira colherada do sorvete.
― Estou meio estranho, mas estou bem. ― Ele sorriu, dando uma mordida em seu picolé.
― E aí, o que decidiu? ― Os olhos dela eram grandes em uma expectativa gritante.
― Eu não posso mais tomar soju para o resto da vida, mas fora isso, acho que corre tudo normal. ― Ele deu uma risadinha, dando outra mordida no doce.
― Eu não estou entendendo, como assim normal? Você fez outra promessa pra eu me afastar, foi isso? Por isso que não vai mais beber soju? ― Ela estava pálida e afastou o sorvete de perto de si.
Nesse momento ria muito alto e não entendia nada.
― Por que está rindo, seu palhaço? ― Ela estava perdendo a paciência.
― Você é tão dramática meu amor― ele sorriu de orelha a orelha e sentiu o coração quase explodir de amor quando as palavras meu amor saíram da sua boca.
― Eu sou meio lerda, … ― interrompeu o próprio raciocínio quando percebeu o que o rapaz tinha acabado de dizer ― Meu amor? É isso mesmo que eu ouvi? ― Ela estava com os olhos cheios de lágrimas.
― Meu amor, meu anjo, minha vida, minha garota. ― sentiu mais uma vez como se fosse explodir, após pronunciar aquelas palavras.
― Você não brinca comigo! ― começou a chorar sem tirar o largo sorriso dos lábios.
― Eu não estou brincando, conversei com Deus e propus trocar a promessa, sei que você não ia me deixar cumprir o que havia prometido e eu sai mais leve, mas se em algum momento eu sentir que sou uma ameaça, eu juro que sumo, nem que tenha que me mudar para a lua pra me manter longe de você.
― O tom de era doce, porém firme e sério ao mesmo tempo.
― Então, quer dizer, que você vai voltar pra Coréia comigo?
― Vou conversar com o pessoal sobre outra transferência, como eu não tenho um relacionamento muito bom e ainda o idioma ajuda, acredito que consiga, mas vou ter que arrumar um lugar pra ficar por lá também, não posso simplesmente despejar quem alugou meu apartamento, então não vou voltar com você. Mas vou voltar depois que me resolver por aqui. ― Ele estava nervoso com aquela decisão, mas era o certo a se fazer, não aguenta mais viver naquele lugar, longe de tudo e de todos que amava.
― Tudo bem meu amor. ― pegou uma das mãos do rapaz ― Eu vou ter que voltar no final de semana por conta do meu trabalho, então eu vou esperar a sua volta. Você pode ficar, comigo, lá em casa quando voltar para Seul, você já passava mais tempo na minha casa que na sua mesmo. Inclusive sua inquilina é um anjo na terra. ― Abriu um sorriso grande.
― Foi ela que disse onde eu estava não foi? Tive que pedir pra que ela me enviasse para o endereço novo, algumas correspondências que eu não consegui mudar a tempo o envio. ― Ele soltou o ar em um tom frustrado, entredentes.
― Isso não vem ao caso. ― Ela riu. ― Você vai voltar e tudo vai voltar ao normal, e se não voltar, eu vou te procurar e me algemar a você e jogar a chave fora ― Disse séria, enfiando um monte de sorvete na boca.
― Eu vou voltar, , eu prometo, vou até ligar pro pra falar pra ele, você vai ver. ― Ele comeu o resto do sorvete e sorriu.
― Então fala agora. ― A garota enfiou o telefone dela no rosto do rapaz e estava ligando em uma chamada de vídeo com o amigo.
, está tudo bem? Sentiu aquelas dores de novo? ― atendeu a ligação meio desesperado antes dela conectar totalmente e ele ver a figura um pouco mais magra e abatida que no último contato. ― Ah, o que você está fazendo com o telefone da , você voltou para Seul? ― Ele tinha uma expressão confusa e não abria a boa, então ouviu vozes em chinês ― Não acredito que ela foi pra China atrás de você ― Ele disse alto, tendo o aparelho tomado pela esposa.
― Oi , passa esse telefone para , agora, por favor. ― Ela estava séria e era possível ouvir o barulho das crianças ao fundo. entregou sem pestanejar, já tinha visto aquela expressão algumas vezes e sabia que estava, no mínimo, brava. ― , qual a merda do seu problema? ― tinha um tom sério, mas tinha o melhor sorriso do mundo. ― Oi meu amor, como meus anjinhos estão? ― tentou mudar de assunto e falhou miseravelmente.
― O médico disse que podia sair de casa, mas nada de viagens, o que você está fazendo na China? ― A mais velha tinha o mesmo tom que usava para dar bronca nos filhos.
― Ele disse que eu podia voltar a trabalhar então, achei que não teria problema viajar. Eu estou ótima, achei ele amiga, eu finalmente achei ele. ― Os olhos dela brilhavam e ela estava realmente bem.
― Eu estou feliz por você amiga, mas poxa, você não deveria ter viajado, e muito menos sem avisar ninguém. ― tinha o tom preocupado e fez o sorriso de diminuir um pouco.
― Eu sei, me desculpa eu devia ter avisado ― sorriu amarelo. ― Mas eu não liguei para levar broncas, o precisa contar uma coisa pro . ― Ela passou novamente o telefone para o rapaz, que tinha uma expressão séria, mas que mudou gradualmente, quando viu o melhor amigo com o filho mais velho no colo.
― Titio ― O garotinho disse sorrindo para a câmera.
― Campeão, como você está? E a escola, está gostando? ― O Garoto respondeu apenas com um sinal de positivo e quis descer para o chão.
― Então , o que tem pra me falar? ― sorriu aberto.
― Eu vou voltar em breve para Seul. ― Ele abriu um sorriso grande, mas não muito animado.
― Graças a Deus! ― Ele ouviu falar no fundo da ligação.
― Desistiu daquela ideia de jerico! ― completou a frase da esposa, que fez soltar uma risada com a boca cheia de sorvete.
― Sabe que é a pessoa mais teimosa da face da terra ― Ele sorriu mais animado agora.
― Em minha defesa. ― virou o telefone em direção a garota para que ela conseguisse ver os amigos. ― Eu não consigo viver sem esse homem, então mesmo ele longe de mim e eu existindo longe dele, eu não teria mais vida a que prometer. ― Ela disse descontraída, mas com um fundo de seriedade.
― Eu conversei com Deus e decidimos mudar a promessa, então nada de soju pra mim, nos próximos anos que me restam. ― Ele sorriu doce e pegou a mão de .
― Ele deve amar ela mesmo ― comentou com . ― Imagina esse homem sem soju? Quem aguenta? ― Ele riu da própria piada, levando as duas mulheres a rirem também.
― Quando você vem, meu anjo? ― se aproximou do marido e perguntou docemente ao amigo, com o tom mais maternal que já tinha ouvido sair da mulher.
― Ainda não sei, tenho que ver se conseguem me transferir outra vez e arrumar um lugar pra ― foi interrompido por um tapa forte que recebeu de em seu braço, como forma de repreensão pelo que ele iria falar. ― Preciso resolver as coisas de contrato do apartamento que eu aluguei aqui. ― Ele reformulou a frase e riu da expressão de satisfeita no rosto de .
volta amanhã, né? ― perguntou preocupado.
― Sim a passagem já está comprada e eu vou levar ela pro aeroporto, se alguém puder pegar ela aí, eu agradeço. ― Ele olhou nos olhos do amigo pela chamada de vídeo.
― Eu sei me virar. ― protestou, fazendo um bico dramático com os lábios.
― Tá! ― deu pouca atenção para o drama da garota ― Cuidem dessa cabeça oca pra mim, até a minha volta, ok? ― Ele suplicou para os amigos.
― Mas é óbvio, e eu faço isso porque amo ela, não por você, seu pilantra. ― disse rindo.
― Vocês estão de prova, se ele não voltar ou me ignorar outra vez, eu vou caçar esse filho de uma boa mãe até no colo do tinhoso. ― Ela disse séria e todos começaram a rir.
― Tá bom, eu vou desligar, temos que voltar pra casa, falo com vocês depois. ― se despediu dos amigos e encerrou a chamada.
Assim que os dois tinham terminado seus doces, voltaram para o apartamento do rapaz, mas antes passaram pelo hotel que a garota estava hospedada, encerraram a conta e pegaram as poucas coisas que ela deixou por lá. O resto da noite foi agradável, pediram comida e ficaram conversando até altas horas. No dia seguinte iria embora na hora do almoço e iria levar ela ao aeroporto, então resolveram aproveitar aquele tempo juntos, sabe-se lá quando ele iria conseguir a transferência.
Quando acordou, o rapaz já tinha saído para o trabalho, mas deixou o Café da manhã dela pronto e outro bilhete.

"Bom dia meu amor, espero que tenha tido uma boa noite de sono, ao seu lado eu durmo muito bem, eu te amo por isso. Se alimente bem e me espere para irmos ao aeroporto juntos, se cuida meu anjo, eu amo você"

realmente ficou feliz, estava feliz como nunca nesses últimos meses que ficou longe do amor da sua vida, se sentia completa novamente.
Mais tarde naquele dia, ela já estava no avião, quase chegando a Seul. Só pensava no rapaz e quando ele conseguiria voltar para seus braços, também pensou no trabalho e como iria lidar com tudo aquilo, felizmente tinha os amigos para apoiar ela e os filhos deles que recarregavam sempre as suas energias.
No aeroporto , e as crianças estavam esperando por ela, com plaquinhas, os mais novos agitados, eles adoravam a "tia" e estar fora de casa também era um atrativo.
― Titia ― O menino menor disse, disparado em direção à mulher que o recebeu de braços abertos.
― Meu anjo ― Ela sorriu e distribuiu vários beijinhos pelo rosto do garotinho. A recepção foi ótima e eles comeram alguma coisa juntos, antes de finalmente voltar para sua casa, precisava resolver algumas coisas antes do serviço começar, precisava abrir espaço para que no futuro próximo o rapaz se acomodasse.
sentia saudades da Garota e mesmo naquela semana eles se falando todos os dias por chamada de vídeo, sentia saudades físicas. Faltavam algumas semanas para a conclusão de sua transferência e ele só queria abraçar o corpo de e encher ela de beijinhos, passar horas grudadinho com o amor da sua vida.
Pelo menos agora ele não precisava mais beber até dormir e se alimentava perfeitamente, tinha que se manter forte para que continuasse o tratamento e não se preocupasse com ele. estava ótima, mas ainda precisava fazer algumas sessões de fisioterapia e de terapia também.
ajudou o amigo com os trâmites da transferência, mas ainda não tinham uma data específica pra isso, ainda não sabia quando voltaria ao país de origem.
Quase um mês da visita de à China e nada tinha mudado quanto a volta de , mas ela estava otimista. Naquela sexta feira, trabalhou com uma Vibe diferente, muito boa, todos notaram a animação, mas ela não sabia o motivo daqueles sentimentos bons, depois do expediente ia sair para tomar uma bebida com os amigos, mas assim que colocou os pés para fora da empresa, notou uma presença familiar parada do outro lado da rua.
― SURPRESA! ― Ele disse alto com um sorriso enorme no rosto.
― NAMJOON ― gritou e saiu correndo para os braços do rapaz ― Meu amor, eu achei que chegaria final de semana que vem ― Ela encheu o rosto dele com beijos.
é um anjo, conseguiu convencer meu chefe a antecipar e aqui estou eu. ― Ele rodopiou uma vez o corpo da garota no ar.
― Pra sempre? ― Ela perguntou, ainda grudada ao corpo dele.
― Sempre, meu amor. ― Ele iniciou um beijo calmo e lento e eles ficaram ali, alguns minutos juntos se beijando e tendo o melhor momento da vida deles.





Fim.



Nota da autora: Vamos lá, confesso que eu quase morri pra parir essa fanfic kkkk sério, eu tive planos lindos pra ela no começo, e tudo fluía muito muito bem, até que um bloqueio lascado entrou na minha vida, passei meses sem escrever um a de coisa nenhuma e a minha filha ficou a deriva. Esse plot tem um significado muito lindo pra mim, ela é continuação da Fanfic que eu mais amo nessa vida que é a 7. Magic Shop, do ficstape de LY Tear, que vocês vão achar no link ali em baixo, e cara é linda demais, eu amo esse casal e todo o drama que envolve eles, amo cada pedacinho desse lance e eu amo muito fazer continuação de coisas assim, espero que gostem de ler assim como eu curti escrever, mamãe ama vocês.

ps: Ah minha lista de fic vai estar ai embaixo, mas ela atualizada vocês podem achar, tanto no grupo de autoras de kpop que temos em conjunto com algumas autoras do site, clicando no icone do Facebook, quanto na minha pagina de autora aqui do site, que é só clicar no ficone com o F do Obsession. Meu tt ta sempre disponivel também, podem me gritar por lá, aqui pela caixa de comentarios ou onde me acharem kkkkkk

AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PUBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS.





Outras Fanfics:

SHORTFICS:
Baby How You Like That [Restritas – Kpop – Shortfics]
Baby, I Like You [Kpop – BTS – Shortfics]
Baby, I Want You Forever [Kpop – BTS – Shortfics]
Baby We Have A Happy Ending [Kpop – BTS – Shortfics]
Do What We Do [Kpop – Restritas - Shorthfics]
Eyes, Nose, Lips [Kpop – BigBang – Shortfics]
Put'em Up [Restrita – Outros – Shortfic]

FICSTAPES:
02. Teenager [Ficstape #104: GOT7 – 7 for 7]
02. Nobody’s Perfect [Ficstape #122: Jessie J – Who You Are]
03. Crazy 4 U [Ficstape #148 – Move – Taemin]
03. ??? (Hold Me Tight) [Ficstape #103: The Most Beautiful Moment in Life: Young Forever]
04. Até o Sol Quis Ver [Ficstape #137: Exaltasamba – Ao Vivo Na Ilha da Magia]
04. Clap [Ficstape #120: Seventeen: Teen, Age]
06. Good Day For A Good Day [Ficstape #108: Super Junior – Replay]
07. Magic Shop [Ficstape #133: BTS – Love Yourself ? ‘Tear’]
07. ?? Chill [Ficstape #111 – EXO – The War]
07. Shift [Ficstape #112 – Shinee – 1 Of 1]
07. OI [Ficstape #149: Monsta X – Shine Forever]
07. Dengo [Ficstape #150: AnaVitória – AnaVitória]
08. Tonight (???; feat. Zico) [Ficstape #119: Taeyang: White Night]
10. Fire [Ficstape #103: The Most Beautiful Moment in Life: Young Forever]
16. Not Today [Ficstape #080: BTS – You Never Walk Alone]

MUSIC VIDEO:
MV Beautiful Liar [Music Vídeo - KPOP]
MV Darling [Music Vídeo - KPOP]
MV Sexy Trip [Music Vídeo - KPOP]

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