Finalizada em ou Última atualização: 10/12/2022

Garoto do café

Um coque frouxo, jeans surrados e all star nos pés, nunca foram tão habituais nas manhãs de quanto seus atrasos para o trabalho. Claro que as muitas chantagens de possíveis permissões pela falta de pontualidade da moça, não lhe incentivaram nem um pouco a seguir conforme o relógio de seu chefe, e o supervisor Donson só não entrava em surtos com sua funcionária do ano por realmente ser a melhor designer gráfica que possuía. Das muitas as artes gráficas e ilustrações, que a agência Highlight ganhou prêmios de destaque, lá estava os dedos criativos de em noventa por cento deles.

E o que dizer de uma brasileira do interior de São Paulo, que por talento regado a muito esforço e dedicação, conseguiu se graduar na Escola de Design da UEMG. Sua vida deu um giro surreal, após vencer um concurso de ilustração organizado pela agência Highlight para estudantes do mundo inteiro. Um estágio garantido em Londres, vida agitada bem longe de casa, novos amigos de trabalho e um loft na cobertura com vista para a estação King's Cross. Um sonho que de tempos em tempos ela se beliscava para ver se realmente era real, principalmente os gritos de Donson pelas estações de trabalho e as gargalhadas escondidas de toda a equipe.

— Olha só quem lembrou que tem um emprego. — a voz debochada de Florence, soou atrás da garota, que revirou os olhos de imediato.
— Algum problema, Florence? — girou a cadeira, devolvendo o olhar com sarcasmo — Pelo que sei, meus horários não influenciam na qualidade do meu trabalho.

Florence se sentiu afrontada e tomando impulso para retrucar, foi parada pela presença do supervisor.

— Senhorita Martins. — Donson chamou-a pelo nome completo, mantendo sua postura impecável de um cavalheiro britânico, e a seriedade no rosto.

Discretamente Florence recolheu-se à sua mesa, mantendo a atenção neles.

— Sim, senhor Donson. — manteve-se tranquila e relaxada como de costume, afinal, o homem já estava acostumado com seu jeito despojado de brasileira.
— Como estamos com o projeto da House? — perguntou ele, sobre a mais nova ocupação da designer.
— Ah, estamos prontos para a reunião de aprovação. — assegurou ela, confiante — Os arquivos estão salvos no drive e já te enviei o acesso, de ambas as versões.
— Muito bem, este é um dos nossos melhores clientes e temos que ser impecáveis com suas artes. — reforçou ele, a necessidade de um projeto bem sucedido.
— Não se preocupe, senhor Donson, esta é a melhor arte que eles já viram. — o que tinha de talento, tinha de confiança.
— Muito bem. — ele deu um passo para se retirar, porém, retornou para ela — Ah, senhorita Martins, por favor, atente-se mais ao relógio… Queremos evitar conflitos com os outros funcionários.
— Fique tranquilo, senhor Donson. — um sorriso confiante surgiu em seu rosto — O dia em que algum funcionário deste lugar lhe dar mais projetos e lucros que eu, aí sim, o senhor pode se preocupar com os conflitos entre funcionários.

piscou de leve para ele e voltou seu olhar para o monitor em sua frente. Mais algumas horas de trabalho e a jovem resolveu fazer uma pequena pausa ao final da tarde. Em meio a correria diária, seu momento de paz e contemplação era na cafeteria Starbucks, próxima ao prédio da Highlight

Não pela paisagem externa, nem apenas pelo café nosso de todos os dias que todo brasileiro ama. Contudo, havia por um certo monumento interno de cabelo longo e olhos verdes que se escondiam atrás dos óculos.

— Hum… — suspirou profundo, assim que se sentou na mesa dos fundos e manteve a atenção em seu atendente favorito.

No fundo, seu amor por ilustrações sempre falava mais alto e de forma involuntária, não demorava dois minutos o observando para já estar com o sketchbook na mão fazendo esboços do que parecia ser desenhos realistas dele. E aquele já era o décimo caderno em três anos morando em Londres, que ela gastava fazendo desenhos da sua paisagem particular.

— Espresso com chantilly, senhorita Martins? — chamando-a pelo nome, finalmente após perceber sua presença e olhar, o atendente em questão se aproximou de sua mesa, para anotar seu pedido.

O rapaz já estava acostumado com as idas diárias de à cafeteria, o que seguia até mesmo em seus dias de folgas alternadas na semana. E para o frescor do outono, nada melhor que um fim de tarde regado a um bom café, sua bebida favorita.

— Desta vez vou querer a bebida do outono. — disse ela, não conseguia desviar seu olhar dele.
— Frappuccino de brigadeiro à base de café. — afirmou ele, sabendo os gostos de sua cliente especial.
— Você realmente decorou os meus pedidos. — ela se mostrou impressionada.
— Você vem aqui todos os dias. — respondeu ele, com um sorriso tímido, anotando o pedido.
— Hum… — ela deu um sorriso tímido.

Ele disfarçou o sorriso e deu impulso para se afastar.

. — ela o chamou pelo nome.
— Sim?! — ele a olhou, atento.
— Já disse que pode me chamar de . — disse ela, com um sorriso singelo.

Ele assentiu com a face e se afastou, enquanto o olhar de continuou observador para sua direção. Por mais que ela tentasse não encará-lo, aqueles olhos eram como um ímã que acelerava seu coração. E dos três anos que frequentava, havia apenas um ano e dois meses que ambos saíram dos cumprimentos formais e começaram a tocar assuntos aleatórios entre o atendimento. Isso deve-se a um dos desenhos que viu no sketchbook da garota, em um momento que ela se afastou da mesa para ir ao banheiro.

O brilho nos olhos do rapaz era nítido, e não sabia se estava mais surpreso por ser um desenho dele, ou pelo talento da garota que o observava sempre que adentrava o lugar. O certo é que a atenção de sempre estava voltada para ele, não tinha como negar. Todavia, um ponto positivo, a descoberta de , deu uma brecha para que se apresentasse e finalmente puxasse assunto com o rapaz, que compartilhava do mesmo amor por café que ela.

— Aqui está. — disse ele, ao serví-la.
— Obrigada. — ela bebericou um gole, saboreando a bebida.

Estava no ponto certo, cheirinho de café misturado ao sabor do chocolate. 

— Não está esquecendo de nada? — perguntou ela, assim que o percebeu já se afastando.
— O que? Do que me esqueci? — indagou ele, confuso.
— Não vai tomar café comigo hoje? — perguntou ela, num tom desapontado com o olhar triste — Você me prometeu ontem.

Desde as primeiras conversas mais profundas entre ambos, convidava o rapaz para tomar uma xícara de café com ela. E em todas sendo rejeitada com sutileza por ele.

— Sabe que não posso. — retrucou ele.

Ela suspirou fraco.

— Quantas vezes mais terei que te convidar para tomar café comigo? — indagou ela, chateada pela situação.
— Apenas mais uma vez, como sempre. — ele sorriu com doçura e piscou dele, fazendo o coração da garota acelerar um pouco — Te vejo amanhã à tarde.

Um brilho surgiu no olhar de , assim como a esperança de conhecer mais o rapaz dos olhos verdes dos seus desenhos que tanto a fascinavam.

Eu só foco em você
Você está me atraindo com mais força
Desde o começo, meu DNA te quer
Isso é inevitável, eu amo nós dois.
- DNA / BTS

Sabores : A vida só começa depois do café.” - Pâms



FIM?!



Nota da autora:
Bom dia, gente. Olha eu aqui no desafio de novo. Espero que tenham gostado, em breve mais.
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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