Finalizada em ou Última atualização: 25/11/2021

Once Upon A Time...

Los Angeles, 2018

Nunca imaginei que finalmente teria meu próprio escritório de investigações, com uma bela placa na porta escrito: Solarium's Detective. Em um mundo em que a família Bellorum controlava quase toda a informação militar do país e quase do mundo também. Fica difícil trabalhar quando sua concorrente era a agência Darko. Felizmente, tinha comigo um eficiente hacker que descobria tudo que precisava para meus clientes, além do meu talento nato para encontrar e desvendar pistas. 

Acordei próximo da hora do almoço, senti uma leve dor nas costas. Eu havia passado a noite de tocaia vigiando o alvo de uma investigação atual. Não imaginava que tirar um cochilo no banco de trás do meu carro me custaria caro depois, os latejos de dores na coluna foram notórios após meus alongamentos de rotina. Olhei para o céu aberto, nem parecia que ainda era inverno. Final de janeiro com gostinho de aproximação da primavera. Sentei no banco da frente e liguei o carro, segui em direção ao edifício do meu escritório/casa. 

E sim, eu morava onde trabalhava por motivos financeiros. Uma família falida sem perspectivas, era assim que as pessoas próximas nos conheciam, ou melhor, me conheciam. Após perdermos a casa da família e arcar com uma grande dívida causada pela Darko, não me restou apenas aceitar que meus pais e irmã mais nova se refugiaria em uma cabana nas montanhas do Alaska, enquanto eu sobreviveria na cidade grande. Quem diria que a família Rumpelstiltskin conhecida pela Continuum por seus inúmeros acordos, chegaria a essa catástrofe.

— Que cansaço. — reclamei assim que desliguei o carro em frente ao edifício e saí dele.

Olhei para o lado e vi minha lanchonete favorita de Los Angeles aberta. Não me contive em atravessar a rua e seguir até ela, precisava de um estímulo para sobreviver a mais um dia de trabalho. Assim que entrei, a graciosa senhora Poppy veio me receber. Seus cabelos brancos e um chale que me lembrava minha avó, fazia tudo naquele lugar parecer aconchegante. 

— Minha querida, me olhar cansado é este? Passou a noite em claro novamente? — perguntou ela se preocupando.

Confesso, estava mesmo abatida, mas não era pelas horas de tocaia, e sim, por meus fatídicos problemas pessoais. Principalmente os financeiros que não me deixavam em paz. Apenas sorri de leve para ela.

— Eu estou bem, fique tranquila, só preciso daquele café forte que só a senhora sabe fazer. — pisquei de leve para ela, que prontamente assentiu.

Não demorou muito, até que pessoalmente ela me entregou o copo térmico de viagem devidamente tampado, acompanhado de um saco de papel com alguns cookies. Somente ela para me mimar, assim como uma verdadeira avó adotiva. Me despedi e segui em direção ao edifício. Assim que passei pelo hall da recepção fui recebida pelo porteiro, que avisou da presença do meu assistente no local. Subi de escada como de costume, não gostava nenhum pouco de elevador e admito ter uma certa claustrofobia a lugares fechados e pequenos. 

Não era à toa que meu escritório montado em um estúdio, não tinha paredes e nem divisórias, com o mínimo de móveis possível. Quanto mais arejado e amplo melhor.

— Mika?! — disse ao passar pela porta e vê-lo em sua mesa de trabalho — Achei que havia te dado folga hoje.
— E deu, mas não queria ficar em casa sozinho. — respondeu ele — Então vim trabalhar.
— E sua namorada? — perguntei.
— Nós terminamos, ou melhor, ela terminou. — ele manteve o olhar no computador, percebi um ressentimento no seu tom de voz — Está tudo bem?
— Sim, só não quero falar disso. — assentiu.
— Ok, então volte ao trabalho. — brinquei rindo de leve.
— Ah, antes que me esqueça, um Bellorum ligou, me passou um endereço e a hora que você tem que estar no lugar. — ele parou de digitar e me olhou.
— O que?! — coloquei a mão na cintura indignada — Como assim um Bellorum me liga dando ordens? Ele disse o primeiro nome?
Bellorum. — respondeu.
— Aquele abusado… — sussurrei seguindo para minha mesa — Da última vez que nos vimos ele disse que não iria mais olhar na minha cara, agora que liga dando ordens? Quem ele pensa que é? Eu não sou mais uma agente fracassada da Darko.

Notei que Mika segurou o riso, enquanto me observava resmungar. Voltei meu olhar atravessado para ele, que se fez de avisado e retornou a olhar para a tela do computador. Eu me sentei na cadeira e tomei meu café saboreando os cookies, não estragaria meu momento mais sagrado com pensamentos naquele Bellorum.

--

Sentada em minha cadeira olhando o pôr do sol, me espreguicei um pouco e levantei depois. Era intrigante meu encontro com uma certa pessoa. Ainda mais por imaginar que para fazer algo assim, quebrando sua “promessa” ridícula de me odiar, deveria estar no mínimo desesperado. Pedir a uma desertora para ajudar em suas investigações.

— Mika. — disse ao me levantar da minha cadeira — vou para aquele compromisso agora, continue sua tarefa de acessar as transações bancárias do marido daquela cliente de segunda.
— Sim, capitã Rumpel. — ele bateu continência de brincadeira e voltou os olhos para o computador.

Eu peguei minha bolsa transversal, cruzei no ombro e segui para o tal lugar do endereço. Bem aos fundos do Starbucks, estava ele sentado tomando um café, observando minha chegada.

— Está atrasada, Rumpel. — comentou num tom rude.
— Eu faço os meus horários, então, não estou atrasada. — me sentei na cadeira de frente para ele — Além do mais, é você quem precisa de mim.
— Abusada como sempre, não mudou nada. — ele respirou fundo, pareceu se controlar.
— Deixemos isso de lado, o que deseja de mim? — mantive o olhar tranquilo — Sabe que não trabalho mais para Darko, desde que descobri que foram vocês que fecharam a agência do meu avô.
— Não seja tão rancorosa, eu é quem devia te odiar, mas isso é passado. — disse ele.
— Agora é passado. — cruzei meus braços, chocada com seu comentário.

Ele riu baixo. 

— Preciso da sua ajuda, Rumpel. — sua face ficou mais séria.
— Minha ajuda? Um Bellorum pedindo a minha ajuda? Isso não tem preço. — soltei uma gargalhada estranha.

Algo que herdei do meu avô.

— É algo sério. — continuou ele.
— Ah sim, pelo que sei você e seu irmão são os “melhores” no que fazem, porque precisa de mim? Onde está o Vincent? — indaguei.
— Sua família não é a única com problemas internos. — disse enigmático.
— Ah sim, você deve eras falando da Castelatto. — presumi — Eu ouvi rumores distantes sobre isso, fiquei chocada com vocês se misturando ao inimigo.
— Não viemos aqui para falar sobre minha família. — seu tom ficou mais firme e áspero.

Fiz uma leve careta para ela e voltei meu olhar para a atendente que passava por nós.

— E o que posso fazer por você?! — perguntei, com um tom desinteressado.
— Preciso de você em uma investigação. — direto e preciso.

Não que Bellorum fosse um homem que pedisse ajuda com facilidade. Para ser honesta nenhum deles, uma família mega orgulhosa. Pelo menos eu nunca tinha visto isso em nossos anos de treinamento da Darko, e nos acampamentos militares de verão de Donna Fletcher

— E o que seria essa investigação? — indaguei.
— Um assassino em série, tem matado suas vítimas utilizando de referências, histórias de fantasia. — explicou ele.
— E como sabe? — aquilo me deixou curiosa.
— Conseguimos identificar a primeira. — respondeu ele.
— Surpreenda-me. — o olhei mais interessada.
— Aqui. — ele retirou um envelope de uma pasta preta — Ela era cantora de um cruzeiro marítimo, foi encontrada morta em sua cabine, no relatório da perícia dizia que suas cordas vocais foram arrancadas.
— Alguém aqui assistiu A pequena sereia. — disse ao ver as fotos da cena do crime — As roupas dela, parece que o assassino teve um certo cuidado em vesti-la adequadamente.
— Sabia que entenderia rápido. — disse ele mantendo o olhar constante em mim — Então? O que me diz?
— As poucas vezes que me pediu para cuidar de um caso, era porque você não podia resolver. — coloquei as fotos dentro do envelope novamente — E não, porque não conseguia. Imagino que a Continuum esteja te tomando todo o tempo com os rumores da herdeira Tenebrae.

Aquilo era um fato. O que me instiga a tentar entender se havia algum problema interno na Continuum.

— Isso chegou até você? — ele ficou surpreso.
— Por favor, eu sou uma detetive. — soltei outra gargalhada — Mas o que me deixou em choque foi saber que a Jenie estava envolvida, me lembro bem dos seus monólogos sobre ela.
— Isso é passado. — ele afastou seu olhar de mim, nitidamente não era passado para ele — Meu avó acha que isso é uma mensagem direta a Darko, ou melhor, a sua família, já que seu avô Rumpelstiltskin tinha um gosto peculiar pelos contos e no passado resolveu um caso do mesmo tipo.
— Eu sou uma Rumpel, me lembro muito bem desse caso, o louco que se achava lobo mal e sequestrava crianças. Com certeza ele viu muito chapeuzinho vermelho e os três porquinhos. — comentei dando uma risada boba — Bem, se a necessidade faz a ocasião, eu fico com o caso, mas já adianto que não voltarei a trabalhar para Darko.

Coloquei meus termos de imediato.

— Eu sei que não. — ele se levantou — Terá todos os acessos que precisar, você sabe minha senha de acesso e sabe que eu não mudei.
— Então você sabe que eu ainda acesso o sistema… — presumi.

Ele sorriu de canto assentindo.

— E não terei um parceiro? — indaguei ao me levantar junto.
— Me desculpe, tenho outros assuntos da Continuum para resolver, mas me liguei quando descobri mais alguma coisa.

Assenti com a face, ainda meio estática por seu pedido que mais parecia uma ordem.

Agora eu não posso voltar atrás,
Isto é claramente um vício perigoso,
Tão ruim, ninguém pode pará-la. 
- Overdose / EXO


Ariel

Los Angeles, 2018

Nós ficamos por um tempo em silêncio um com o olhar fixo no outro. Mesmo com um longo período afastada dele, seu olhar ainda me bagunçava internamente. E sim, confesso ocultamente que sempre tive uma queda pelo Bellorum, desde quando o conheci no acampamento da Donna Fletcher aos meus oito anos de idade. Naquela época ele não tinha conhecido a Jenie ainda, e não levava jeito nenhum para fazer amigos. O primeiro motivo era o pai sistemático e rígido que tinha, o segundo é pelo seu jeito observador e desconfiado em muitos momentos.

O que me deixou curiosa foi quando ele aceitou formar o trio de equipe comigo e o Dominos caçula. Outro maluco da Continuum que se rendeu aos encantos da neta protegida da Fletcher. Queria saber o que ela tem de tão especial assim. Não que eu tenha desenvolvido algum interesse pelo Simon, apesar dele ser uma mistura de fofo e atraente. 

— E somente isso? — perguntei a ele, já guardando a pasta dentro da minha bolsa. 
— O que mais esperava? — indagou ele.
— Não sei, um pedido de desculpas. — sugeri.
— Sabe que não farei isso. — ele se espreguiçou um pouco e olhou no relógio em seu pulso.
— Não vá achando que minha ajuda sairá de graça. — o adverti com firmeza.
— A Darko vai lhe pagar os honorários. — assegurou.
— Não estou falando de dinheiro, não preciso de suas migalhas. — dei de ombro revoltada — Sabe que existem coisas mais valiosas que dinheiro.

Ele soltou um suspiro de alguém impaciente, porém mantendo o olhar em mim.

— O que você quer então? — perguntou ele.
— Um acordo. — propus.
— O que? — no fundo provavelmente já sabia que eu nunca faria nada sem um pequeno acordo por trás. 

Afinal, aquele era o legado que Rumpelstiltskin me deixara. E também foi assim que fez sua fama e fortuna dentro da Continuum, fazendo inúmeros acordos. Porém como tudo na vida tem seus altos e baixos, meu avô teve uma louca ideia de fazer acordos impossíveis. Que pai em sã consciência daria seu filho como pagamento de uma dívida? Nenhum. 

— O que você quer em troca? — seu olhar desconfiado estava ali.
— Não vou dizer agora. — respondi com tranquilidade.
— Você realmente gosta de brincar não é. — ele deu um sorriso de canto disfarçado.
— Essa sou eu, você que lute. — brinquei aos risos. 

Ele riu também, certamente se lembrando de muitos dos nossos momentos de diversão do passado. Pois era nítido a sensação de nostalgia de seu olhar. Eu ainda não entendia como nos afastamos tanto, éramos muito amigos e agora agindo tão formal um com o outro. Talvez pelo que fizeram com minha família. Antes mesmo que eu pudesse continuar, recebeu uma ligação que o preocupou. Pude ver em seu olhar que não era algo suave, causando até um vislumbre de medo. 

— Está tudo bem? — perguntei.
— Tenho que ir, preciso resolver outra coisa. — ele se levantou da cadeira impulsionando seu corpo em direção a saída.
— É algo muito grave? Posso te ajudar. — me ofereci. 
— Vai me ajudar resolvendo esses crimes. — sendo curto e grosso, o de sempre para um Bellorum, o observei se retirar.
— Podia ser mais sutil. — resmunguei de leve.

Soltei um suspiro cansado e aproveitando minha presença ali, fiz meu pedido à atendente. Para iniciar um cappuccino chocolate acompanhado de uma fatia de torta de maçã, finalizando com uma pequena porção de brownies para a viagem.

— Agradeço. — disse a atendente.

Assim que a moça se afastou, me acomodei mais confortável na cadeira e beberiquei o primeiro gole. Estava tão curiosa sobre o tal assassinato que não iria esperar voltar ao escritório para dar uma olhada nas evidências. Abrindo a pasta, peguei uma das fotos e olhei para a vítima. Não me contive em lembrar da menção de sobre o caso do vovô Rumpel. Minha memória ainda continha vagamente alguns trechos das histórias que ele contava sobre seus casos. Infelizmente o caso Irmãos Grimm do qual fora apelidado na época, não fora concluído e se tornou a maior frustração do vovô.

— A vítima teve suas cordas vocais arrancadas e foi encontrada acorrentada com uma fantasia de sereia. — eu parei por um momento e deu a primeira garfada na torta, era divino o sabor, então retornei a leitura — Segundo o relatório do legista, a hora do crime foi entre três e cinco da manhã, a vítima era uma cantora recém contratada do cruzeiro e não possuía antecedentes criminais, hum… Segundo a família também não possuía inimigos, nem desavenças.

Voltei meu olhar novamente para as fotos, ainda confusa. O que me recordava das histórias do vovô, o caso dos Grimm obteve o total quatro crimes, dois inspirados em João e Maria, um na Ariel e outro na Cinderela. O que me leva a deduzir que se for um crime endereçado a minha família, eu realmente terei que me empenhar em dobro, voltar ao passado e fazer essa ligação com todos os outros quatro casos. 

— É uma questão de honra te resolver. — sussurrei ao pegar o celular dentro da bolsa e digitar o número de Mike — Preciso de mais informações.

Iniciei a ligação e esperei.

— Oi capitã, algum problema?
— Preciso que consiga todos os registros do caso Irmãos Grimm, aconteceu no outono de 1958, meu avô era o detetive responsável. — disse direto e preciso.
— Um caso do senhor Rumpelstiltskin? — sua voz demonstrou surpresa — Esse caso não está encerrado?
— Foi encerrado por falta de provas, é um arquivo morto agora, mas... — expliquei impaciente — Pare de fazer perguntas e veja o que pode descobrir e em que DP foi arquivado.
— Seu pedido é uma ordem. — brincou ele.
— Eu não estou pedindo, estou mesmo ordenando. — disse um pouco mais séria, então comecei a rir dele.

Assim que encerrei a ligação, voltei a olhar para os documentos. Dois segundos de silêncio interno foi o suficiente para me fazer guardar tudo e voltar minha atenção para a torta de maçã. Após saborear meu pedido, segui de volta para meu escritório. No caminho recebi uma ligação de um amigo. trabalhava como médico legista para a 4 DP de Los Angeles e sempre que eu precisava de uma troca de favores, era ele a quem eu sempre recorria.

— Para me ligar assim no meio do expediente, é porque precisa de favores. — disse diretamente, ao atender — Não está cansado de me dever favores? Sua cota de acordos está no limite.
— Não , porque você sempre consegue o que eu preciso. — ele riu do outro lado — Além do mais, meus pagamentos são sempre vantajosos.
— Sua sorte é que cozinha muito bem, e eu sempre estou com fome. — admiti a realidade.
— Pelo menos você reconhece seu fraco por comida mexicana. — comentou ele.

E tinha mesmo que confessar, era especialista quando o assunto era gastronomia mexicana. Seu tempero forte e picante me deixava até constrangida de tão gostoso que era. Como pode uma pessoa passar o dia analisando cadáveres e à noite ser um masterchef na cozinha. Era um absurdo ele estar solteiro a tanto tempo. Já dizia a minha mãe: Um bom marido é aquele que sabe cozinhar!

— Reconheço sim e você está me devendo alguns burritos na manteiga. — o cobrei sem dó.
— Quem sabe o dia em que parar de passar a noite em tocaias. — ele riu, mas soou como repreensão.
— Hum... Não implique com meus horários noturnos, estou em uma investigação séria. — me defendi.
— Ah sim, vigiando o ex de uma cliente que não quer devolver as cinzas do gato. — o tom ficou mais debochado.
— Não discrimine meus clientes, são eles que pagam meu aluguel. — protestei — Além de que ele realmente matou o bichano, eu só preciso encontrar provas.
— Você merece algo melhor do que esses clientes estranhos. — disse ele, agora parecia chateado — Você é a melhor detetive que eu conheço, merecia resolver um daqueles casos absurdos que fazem o profissional até ser promovido para o FBI.
— Agradeço muito pelo incentivo e motivação, mas sabe que jamais irei me curvar novamente ao sistema. — assegurei com firmeza — Eu estou feliz fazendo o que faço agora, se é com casos pequenos como esse que pagarei as contas, que assim seja.
— Você é muito forte, te admiro. — disse.
— Ok, agora pare de menosprezar minha situação profissional e diga o que você quer. — estava curiosa por sua ligação.
— Tem uma investigação que iniciou hoje, me ligaram para ir ao local do crime fazer uma avaliação técnica imediata no corpo e... — iniciou ele. 
— E? — ousei demonstrar minha leve e momentânea impaciência.
— Acho melhor você ver isso pessoalmente. — continuou ele. 
— Onde você está? — perguntei.
— Vou te enviar o endereço. — disse.

Assento e desliguei. Enquanto esperava as coordenadas, aproveitei para passar no posto de gasolina e abastecer meu carro. Não era sempre que me chamava para participar de uma perícia, ainda mais porque eu tinha lá meus conflitos com o Departamento de Polícia local. A culpa não era minha se na maioria das vezes, ou melhor, se em todas as vezes eu resolvi o caso para eles. Fazer o que. É difícil ser boa no que faz e compreendida por isso.

— É bom que seja algo interessante, porque me fazer atravessar a cidade até aqui, eu te esgano. — disse assim que passei pela fita de isolamento, avistando em frente ao corpo.

Passar pelos policiais na frente da clínica de estética fora bem fácil, primeiro porque eles me respeitam e ao meu histórico familiar e de casos resolvidos, depois porque o chefe deles de detesta e eles o detestam. 

— Uau. — eu paralisei ao presenciar a cena, nunca imaginei de um crime como aquele pudesse ser cometido.

Que brutal. Pensei comigo.

— Então , isso é interessante o suficiente? — perguntou ele, com um tom debochado de ser.

Sim, era realmente interessante. 

Sorri de canto, mantendo meu olhar no cadáver diante de mim.

Escute, isso será o suficiente,
Eu disse: Não atrapalhe meu ritmo.
- Tempo / EXO




Continua...





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