Última atualização: 28/02/2020

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Março de 2017

Ninguém poderia imaginar o que aconteceria naquela tarde, menos ainda que um Dominos estava a um passo de descobrir a verdade que assombra suas noites de sono. Aos arredores de um antigo ferro-velho, que era levado por uma discreta estradinha de terra, situado há cinco metros da rodovia principal que ligava a cidade de Vancouver a Toronto, uma Mercedes vermelha estacionada. Poderia ser qualquer carro vermelho, mas aquele pertencia um dos homens mais importantes de toda a américa do norte, economicamente falando. 

No pátio do ferro-velho, se mantinha sereno em seu olhar avaliando cada movimento do senhor com traços asiáticos e que aparentava ter seus 70 anos, que se mantinha relutante nas negociações. Talvez por ter passado tantos anos em busca da única pessoa que poderia lhe dar resposta concretas pelo que houve com sua família. Ou agora, por estar ansioso em colocar as mãos nas informações a sua frente, seu coração seguia acelerado. Mas sabia que na maior da hipóteses, poderia contar com sua fiel e destemida guarda-costas.

— Então senhor Chong, como podemos prosseguir nosso acordo, se o senhor não aceita os termos em questão? — arqueou a sobrancelha direita, olhando atentamente o homem, respirando com tranquilidade para não perder sua postura firme.
— Eu é que pergunto, acha mesmo que vai chegar aqui e me oferecer o que quer para que eu lhe dê minhas informações? — retrucou o senhor Chong se sentindo indignado pela oferta estabelecida — Eu me recuso a entregar esta maleta.

O velho Chong sabia poucas informações sobre os Dominos. Apenas que no passado havia quase sido dizimados, e que atualmente entre os membros que sobraram, se mantinha à frente dos negócios da família. O chefe dos Dominos sabia que o velho senhor iria permanecer assim, até que seus reforços chegassem, ou até que cedesse a recusa do homem. Porém, direcionou seu olhar para a direita, onde posicionada perto de um pequeno entulho de sucatas, mantinha sua atenção ao seu chefe, somente esperando suas ordens.

— Eu adoraria que não terminasse assim, anos de prestações de serviço. — disse com ar falso e sem remorsos, seu interesse era puramente no que havia dentro da maleta — Mas, o senhor está dispensado de suas obrigações, acho que é aqui que começa a sua aposentadoria. — ele virou seu corpo em direção à estrada de terra e direcionando novamente seu olhar para — Pegue a maleta e divirta-se.
     
assentiu com a face e esperou que seu chefe se afastasse mais. 
Erguendo sua sobrancelha direita mostrou sua arma, escondida pelo casaco na bainha da calça. O senhor Han deu uma risada rápida e assobiou, logo seus sete homens, conhecidos como associados, pelo fato de trabalharem para pessoas de nível como o dele, saíram do galpão que ficava aos fundos. 

Ela manteve seu olhar na maleta, não se importando de quantos iriam impedi-la de pegar, se movendo em direção ao senhor Chong, dois de seus homens correram em sua direção. Movendo-se um pouco para direita ela se posicionou entre os dois, dando um giro completo lançou a perna na arma de um e pegando seu punhal que guardava dentro da bota de cano alto, cortou o outro. 

Enquanto se movia de forma rápida e precisa para desarmar e sem hesitação matar todos os associados, o senhor Chong correu em direção ao galpão procurando uma forma de sair de lá vivo e com sua maleta. Após a queda de mais dois associados, só restaram três. ao desviar do golpe do primeiro, o fez cair em cima de um arpão enferrujado, o segundo conseguiu segurar em seu braço e tomando o seu punhal, apontou para o rosto dela. deu-lhe uma joelhada no estômago e arrancando o punhal de suas mãos cortou seu pescoço. O terceiro e último se mostrou assustado com o que via, pois nunca havia visto uma associada como ela, afinal, não era costume mulheres se tornarem associadas. E largando sua arma no chão, o homem deu alguns passos de costas para trás e saiu correndo em direção ao matagal que cercava o lugar.

sorriu de canto com deboche ao olhar a arma do covarde no chão. E elevando seu olhar em direção ao homem, lançou o punhal em sua direção, consequentemente acertando pelas costas. Ela respirou fundo e olhou para o galpão, ouvindo barulhos. Então se dirigiu para o lugar, onde dentro, o senhor Chong procurava pela passagem subterrânea que tinha construído há alguns meses. Logo um vento frio passou por ele, vindo da porta que a associada tinha aberto, e olhando para trás, lá estava com sua arma na mão apontada para ele.

, por favor, você me conhece desde criança. — disse ele já começando a perceber que não tinha mais saída para ele — Eu fui mais que um amigo para sua mãe.
— Me desculpe senhor Chong, mas foi o senhor que escolheu assim. — ela preparou o gatilho e o olhou fixamente — Agradeço pelo que fez por minha mãe.

De longe, que estava encostado na Mercedes ouviu o único tiro que fora disparado até o momento, logo um sorriso satisfatório surgiu em sua face. Ele sabia que se tratava de sua mais fiel associada. Em alguns minutos, surgiu na estrada com a maleta em suas mãos, a passos firmes e precisos em direção ao seu chefe. 

— Perdoe-me a demora senhor. — disse lhe entregando a maleta e fazendo uma breve reverência com sua face.
— Sei que deve ter sido difícil para você. — ele pegou a maleta, mantendo seu olhar nela — Afinal, na realidade dos fatos, ele era seu padrasto.
— Minha mãe está morta, e um juramento foi feito. — ela respirou suave e tranquila — Minha lealdade a família Dominos, está acima do meu passado.

sorriu de canto e sem mais entrou no carro.

- x - 

Anos atrás, em 2012

Era fria madrugada de outono, as folhas das árvores dançavam pelo chão ao sopro do vento. A passagem principal para todas as residências naquela região tinha sido bloqueada pela última tempestade. Porém, havia uma estreita estrada de terra que levava a uma pequena fazenda, ao sul do estado de Oregon, próximo a cidade de Cliron. Esta, carregava sobrenome da Família que morava nela: Dominos.

Com a modesta casa construída bem ao centro da fazenda, toda de madeira maciça, assim como os dois celeiros que haviam atrás. Um desejo de sua saudosa esposa, realizado pelo patriarca da família em 1957, quando adquiriu o terreno após cobrar do amigo uma dívida de jogo. Godric Dominos, era um respeitável homem que participou de muitas guerras, se saindo bem em todas e prosperando seu lar. De geração a geração, aquela fazenda tinha sido passada. 

Mas, naquele dia, em toda a extensão da fazenda, havia restos do que deveria ter sido uma feliz festa de casamento. Que notoriamente foi interrompida. A casa estava revirada, marcas de tiros, cortes e garras nas paredes e no piso. Portas e janelas quebradas. Na porta de entrada, uma mulher encapuzada se mantinha parada, tentando entender tudo que estava vendo. Ela tocou de leve na marca de madeira queimada em ferro quente, que havia no marco da porta e sentiu um calafrio em seu corpo. Entrando na casa, pode sentir um cheiro forte de sangue entrando em suas narinas, logo sentiu seu estômago embrulhar e levou a mão na boca.

Olhando de onde surgia o cheiro, viu uma poça de sangue atrás da porta que dava para o porão. Adentrando mais na casa ela foi até a cozinha e se deparou com duas pessoas estiradas no chão, podia ser visto claramente as marcas em seus corpos, as roupas ensanguentadas e rasgadas. De repente uma gota de sangue caiu em seu ombro, ao sentir seus olhos se voltaram para o teto de imediato, viu uma mancha de sangue do que seria de outro membro da Família em um dos quartos no segundo andar.

Ela tentou manter o foco, mas o desespero começou a tomar conta, e no calor da angústia somente uma pessoa vinha em sua mente. A mulher começou a vasculhar os cômodos da casa procurando-o. E ao sair na varanda dos fundos, ela ficou ainda mais perplexa com a cena, vários corpos caídos sobre o solo misturados aos destroços dos móveis do jardim. Fechou seus olhos por um momento ao sentir as lágrimas se formarem no canto dos olhos, o coração já acelerado de ver tanto horror em sua frente, uma família completamente dizimada.

Respirando fundo, não poderia perder o foco, não agora, não desistiria daquela pessoa que tanto queria encontrar. A pessoa em especial que quando criança a ajudou no momento mais difícil de sua vida, ela devia muito a ele. Se movimentando de forma rápida, ela foi olhando corpo por corpo e identificando alguns, parando por um momento ouviu um gemido vindo do milharal próximo. Quanto mais perto chegava, mais ela conseguia identificar o som como um grito preso de dor.

Uma pessoa estava sim agonizando. Suas roupas um pouco rasgadas, seu corpo machucado e baleado, seu rosto metade ensanguentada. Porém, tudo isso não a impediu de identificar a pessoa, era ele quem ela tanto procurava. Se ajoelhando ao seu lado, ela rasgou uma parte da sua blusa, vendo que seu ombro estava baleado, assim como sua perna direita. Tentou limpar o rosto dele, controlando seu desespero em vê-lo naquela situação.

. — ela disse segurando as lágrimas, teria que ser forte para ajudar seu único e melhor amigo.
— Ver... — ele tentava falar, mas o sangue que escorria de sua boca o impedia e sua visão embaçada, não o deixava ver o rosto dela.
— Calma, não diga nada. — ela encaixou sua mão nas costas dele, o virando de lado para que não engasgasse com o sangue — Estou aqui, vou cuidar de você.

Ela começou a pensar no que poderia fazer, tinha aprendido primeiros socorros, nos tempos de colégio, mas ali estava completamente sem recursos.

— Meu... — o dedo indicador de Isla encostou em seus lábios.
— Não se preocupe, seu irmão vai ficar bem. — ela tentou analisar a situação, então rasgou mais dois pedaço da blusa dele, amarrou na perna que esvaia sangue e com o outro pedaço pressionou no ombro dele — Vou te levar pra casa, vai ficar tudo bem. Você consegue se levantar?
... — cuspiu uma grande quantidade de sangue — Não posso... Perder... Meu irmão.
está em segurança, não se preocupe. — Isla respirou lentamente, tentando superar todo aquele cheiro de sangue, que havia no ar de todo o terreno da fazenda, que embrulhava seu estômago — Agora preciso cuidar de você, .

Com dificuldade, ela o ajudou a se levantar e quase arrastando-o, levou seu amigo para a casa e o colocou deitado sobre o sofá da sala. Ela correu até o banheiro, procurando algum tipo de kit que ajudasse ela naquele momento, até que ouviu o barulho de um carro, vindo do lado de fora.

— Então, esta foi a ruína dos Dominos. — disse uma voz feminina que se escondia atrás de uma capa azul marinho com capuz. 

Que se aproximava de Isla, em passos suaves.

— Donna. — Isla a olhou de forma séria, porém com surpresa no olhar — Como chegou aqui?
— Segui os rastros do caos, os tiros e uivos... — ela retirou o capuz, mesmo assim sua face ainda era um pouco coberta pelos sedosos cachos dourados que seu cabelo formava.
— Ele não está aqui. — disse Isla se referindo ao pai de — Mesmo sabendo que sua família seria atacada, ele não veio protegê-los.

Um gosto amargo de revolta veio sobre a boca de Isla.

— Mas é claro que não. — Donna deu mais alguns passos até ela, a suavidade em sua voz era uma característica sua. 
— Preciso de ajuda. — Isla, segurou as lágrimas ao lembrar-se da face de ensanguentada — Por favor.
— Estou aqui para isso. — assegurou a mulher.

"Someone call the doctor." 
- Overdose / EXO

Família: aonde tudo começa. - by: Pâms.


FIM?!



Nota da autora:
Hello gente, olha a autora aqui nos finais das férias inventando moda. Agora com a saga Family, em breve mais histórias loucas e talve a continuação dessa. Espero que gostem.
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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*as outras fics vocês encontram na minha página da autora!!


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