Finalizada em ou Última atualização: 12/06/2021

Ele?

O que fazer quando você é uma garota, mas seu sonho é trabalhar em uma cafeteria onde o quadro de funcionários é composto somente por homens? Assim era a minha angústia sempre que frequentava a cafeteria Coffee Prince

Qual o problema? Todo o conceito do lugar gerava em torno de proporcionar a melhor experiência de encontro perfeito para o público feminino. Sim. Como no filme Date Perfeito, mas em uma ambientação totalmente diferente. E para ser ainda mais honesta, o Coffee Prince fazia um grande sucesso na cidade que até mesmo quem não se encaixava no público alvo frequentava. Seus funcionários impecavelmente se comportavam como cavalheiros fazendo suas clientes se sentirem importantes e especiais. 

— Ahhhh… — Joy soltou um suspiro longo mantendo o olhar focado no dono do lugar — Mais que um lord, ele é um príncipe total… E o gerente Philip não fica atrás… Qual será o tipo de garota ideal para eles?

Eu voltei meu olhar para a mesma direção que ela, olhando ambos os homens por um momento.

— Uma pena que eu não possa trabalhar para ele. — agora eu suspirei, frustrada.
— Se você trabalhasse aqui, perderia todo o conceito do lugar. — minha amiga tinha razão em seu argumento mais óbvio — Eu me sinto num harém reverso quando entro aqui.
— Eu poderia ficar na cozinha. — retruquei — Ajudando na preparação. 
— Soube que é o dono quem faz todas as sobremesas servidas aqui e as tortas salgadas também. — Lola, nossa outra amiga, chegou entrando na conversa — Não me diga que ainda está com a ilusão de trabalhar aqui?

Ela soltou uma gargalhada.

não sabe nem cozinhar direito, desastrada como é, colocaria fogo nesse lugar. — Joy não tinha amor no coração quando se tratava de nos puxar para a realidade.
— Também não é assim. — resmunguei.
, você queima a água do café. — argumentou Lola, dando razão a nossa amiga. 

Cruzei os braços emburrada e fechei a cara. Não demorou muito para que um dos garçons se aproximasse. No crachá o nome Dimitri e no rosto um sorriso singelo.

— Belas senhoritas, trouxe uma cortesia do Coffee Prince. — explicou ele, colocando um prato com três cookies em cima da nossa mesa.
— Agradecemos. — disse Lola controlando suas palpitações, já que aquele era seu funcionário preferido.
— E para a senhorita, tenho isso em especial. — ele colocou um pequeno bilhete em minha frente, voltando a escrita para baixo. 

Então após uma piscada discreta para Lola, ele se afastou. Minhas amigas voltaram o olhar curioso para mim. 

— Você já notou que ela sempre recebe um bilhete. — Lola olhou para Joy.
— Eu ainda estou aqui. Ok? — peguei o bilhete e comecei a ler em voz baixa.
— O que é desta vez? Um trecho de Orgulho e Preconceito? — supôs Joy.
— Ou uma poesia de Shakespeare? — disse Lola.
— Não, um trecho de uma música. — respondi. 
— Qual? — insistiu ela.
— Human Nature do Michael Jackson. — respondi.
— Tem bom gosto. — comentou Joy — E dessa vez teve alguma assinatura?
— Nenhuma como sempre. — respirei fundo — Não que seja ruim alguém estar interessado em mim, mas não estou no clima para romance agora. Queria mesmo é uma vaga nesse lugar.
— Olha o sonho impossível de novo. — brincou Lola — Se fosse eu descobria quem é o dono dos bilhetes e não perdia a oportunidade. Todos os homens daqui são uns gatos. 
— A começar pelo dono, . — Joy continuou a olhar para ele.

Eu mantive meu olhar no bilhete pensando sobre. Não queria mesmo um romance na minha vida. E trabalhar ali não era por causa dos funcionários maravilhosos e gentis. O fator principal é que Baker era o melhor confeiteiro do país. Já havia ganhado vários concursos e prêmios de destaque em eventos de gastronomia e confeitaria. Se eu pudesse aprender com alguém, certamente seria com ele. 

E por mais que eu fosse uma desajeitada e nada organizada, minha força de vontade e dedicação valeriam.

A semana passou e numa segunda chuvosa, passei em frente ao Coffee Prince. Como era o dia de fechamento para descanso dos funcionários, então era um fato que eles não atendiam. Entretanto, uma extensa fila do lado de fora me chamou atenção. Estando do outro lado da rua, permaneci observando todo o movimento. Assim que um rapaz que saiu da cafeteria atravessou a rua para meu lado e passou por mim, o chamei e perguntei o que acontecia.

Inusitado, mas estava recrutando novos funcionários. O que explicava um bando de homens em uma fila. Tombei minha cabeça e fiquei refletindo que em cinco anos de existência daquele lugar, nunca haviam aberto seleção para recrutar novas pessoas. E vai saber quando fariam novamente. Uma oportunidade única que eu desejava tentar. Mas como? Já que somente o sexo masculino poderia se candidatar? 

Foi quando em minha mente a ideia mais maluca surgiu. 

--

E lá estava eu em frente ao espelho do meu quarto ajeitando a gravata no pescoço. Sim, minha ideia maluca foi me disfarçar de um garoto para conseguir uma das vagas. O que aconteceu de forma inesperada para mim que acabei quebrando algumas xícaras no processo de prova prática. Era complicado equilibrar uma bandeja cheia de coisas e ainda sorrir enquanto faz isso. Em minha mente eu só não desejava tropeçar em nada e não ser cunhada por Philip, o gerente. 

Felizmente, uma semana depois de esperar, agora eu estava me aprontando para meu primeiro dia de trabalho. Confesso que até fiquei surpresa pela ligação de Joseph falando sobre meu sucesso no processo seletivo.

— Primeiramente, quero parabenizar todos os três candidatos que passaram e hoje iniciam como parte da nossa família. — disse Philip, num tom moderado para que todos ouvissem — Com o sucesso de nossa cafeteria, houve a necessidade de novas contratações. Aqui temos duas regras primordiais, a primeira é: jamais entrem na cozinha quando nosso chefe, , estiver criando suas receitas. Ele não gosta de barulhos e ser desconcentrado. 
— E a segunda? — perguntou Mark, um dos novatos como eu.
— Nunca permita que uma cliente saia daqui triste ou insatisfeita. — continuou Philip — Mesmo que seja um problema pessoal, este lugar é para que elas se sintam importantes, que possam relaxar e encontrar em si mesmas sua autoestima. 
— Sim, senhor. — nós novatos, dissemos em coral. 

Mark e Niall foram conduzidos à tarefa de garçons. Já eu, fiquei com a base da cadeia alimentar. Seria o "rapaz" da limpeza. Eu sabia que tinha ido muito mais em todas as etapas de teste, mas me contratarem para a função de limpeza era sacanagem. Mas já que eu estava dentro, daria o meu melhor para conseguir conquistar outras posições. 

Sendo terça-feira, a cafeteria seria aberta após o horário do almoço. Minha missão inicial seria lavar o banheiro dos funcionários. Ou seja, um banheiro masculino que sabe lá o que eu iria encontrar. Recolhi meus instrumentos de trabalho e me coloquei na porta do lugar. Engoli seco e abri a porta. 

— O que? — disse ao me assustar com tamanha limpeza e zelo — Isso é realmente o banheiro?
— Está impressionado, novato? — uma voz grossa surgiu assim que a porta de um reservado se abriu.

A imagem de se colocou diante de mim, o que me fez tremer um pouco. Ele sorriu de canto e caminhou até a bancada da pia.

— Pelo menos uma vez por mês eu coloco os outros funcionários para fazer a limpeza do banheiro. — revelou ele, enquanto lavava as mãos — Para se lembrarem de ser empáticos com a equipe de limpeza e não agirem sem se importar com quem limpa nossa cafeteria. 

Uau. Por essa eu não esperava. 

— Então certamente é o motivo de manterem tudo limpo e organizado. — continuou ele. 
— Se os outros mantém limpo, qual o motivo de me contratar? — questionei.
— Bem, eles não podem deixar de servir as mesas todos os dias. — respondeu ele de forma lógica, ao secar as mãos com o papel — Seja bem-vindo.

Ele se retirou, me deixando ainda mais surpresa. Segui para minha missão, cantarolando um pouco. Juro que precisava me controlar, afinal estava em um lugar com outros 25 homens que achavam que eu era um homem, e não podia ficar afinando a voz enquanto cantarolava minhas canções dos desenhos da Disney. 

Os dias foram passando e sempre que minhas amigas iam na cafeteria, eu encontrava uma forma de não ser vista por elas. Sabendo como são, me reconheceriam na mesma hora. Mas as coisas ficaram um pouco difíceis quando uma garota trombou em mim no corredor do banheiro dos clientes. Ela estava chorando pelo rompimento do namoro.

— Boa tarde senhorita, o que houve? — disse me aproximando dela.

A mulher limpou uma lágrima, seu nariz estava um pouco avermelhado, assim como os olhos. Ela parecia mesmo abalada com algo.

— Posso te ajudar? Algum funcionário lhe tratou mal? — insistiu ao segurar em sua mão, olhando-a com gentileza — Posso chamar o gerente para lhe atender.
— Não, não foi nada com o lugar, para ser honesta, é o primeiro lugar que me sinto bem depois de… — ela parou e chorou mais um pouco.

Meu coração meio mole não se conteve e a abracei de leve, tentando acalmá-la.

— Me conte o que houve, desabafar é sempre bom. — disse num tom mais suave, me afastando dela e a conduzindo até um bando de madeira que tinha no corredor.
— Terminei com o meu noivo. — revelou ela, mantendo seu olhar baixo — E me sinto horrível por isso, mas quem errou foi ele… Por dói em mim?

Ela começou a contar toda a sua história e de como pegou seu noivo a traindo com sua melhor amiga. Meu coração gelou com seus relatos em meio as lágrimas de tristeza. Agora estava ela, totalmente abalada e com baixa autoestima, se achando a pior mulher do mundo. Eu tinha que fazer algo para levantá-la e fazê-la ver o quão bonita e forte ela é. Foi quando segurei em sua mão e a levei para dentro do banheiro feminino e a fiz se olhar no espelho. Não foi preciso muitas palavras motivacionais e realista para que ela realmente entendesse que sua vida continuava e não era um babaca traidor que a faria se esquecer quem ela era. Ela tinha uma vida antes dele, e agora teria outra depois. E poderia ser muito melhor se apenas virasse a página e seguisse em frente.

Consequência dos meus atos? A mulher, de nome Genevieve, ofereceu uma alta quantia para que eu fosse seu funcionário vip. Logo eu, a pessoa da faxina que se disfarçava de homem para trabalhar naquele lugar.

— Me parece que uma cliente deseja sua companhia vip. — disse Philip assim que entrei na sala dele, permanecendo de pé.
 — Eu juro que não fiz nada. — disse controlando o medo de ser despedida, já que aquela não era minha função — Eu somente dei atenção a ela, pela regra de não deixar que saísse triste, e apenas emprestei meus ombros.
— Não vou demiti-lo, senhor Flint. — assegurou ele, me chamando pelo sobrenome.
— Não?
— Não. — Philip suavizou o olhar — Estou surpreso que tenha levado a sério a regras, principalmente pelo fato de não ter contato direto com as clientes. 
— Bem… Ela não estava mesmo muito bem, tentei me colocar em seu lugar.
— Posso afirmar que conseguiu. — revelou ele — Treine bem como carregar uma bandeja, você será o garçom dela.
— Sim, senhor.

Eu saí da sala dele totalmente aliviada. Não conseguia acreditar na loucura que estava acontecendo. E agora? Como eu iria me esconder das minhas amigas? 

Era quinta à noite, e já se contava três meses trabalhando no Coffee Prince. Três meses que eu não aparecia como eu mesma ali. Então, resolvi pedir ao Philip para folgar no dia seguinte e com a promessa de limpar todo o lugar naquela noite após o expediente. E foi o que fiz! Comecei pelos banheiros dos clientes, depois dos funcionários e do vestiário. Um lugar que eu jamais me trocaria e nem passava muito tempo, por motivos óbvios. Depois o salão, até chegar na cozinha...

— Quem entrou? — a voz de estava rude e áspera naquele dia.
— Ouh! Me desculpa, é que todos já se foram e Philip disse que eu podia limpar tudo agora a noite, já que não poderei vir pela manhã amanhã. — expliquei a ele, me encolhendo — Eu não sabia que ainda estava aqui.
— Qual o seu nome mesmo? — perguntou ele, deixando em cima da bancada os instrumentos que tinha na mão.
— Oliver. — disse o nome do meu irmão.

Curiosamente, meu irmão Oliver era muito parecido comigo e estava fazendo intercâmbio em Londres. O que me levou a usar emprestado seus dados para conseguir o emprego. Quanto às questões de documentos, para minha sorte meu irmão tinha deixado na casa dos nossos pais e somente levado o passaporte para sua viagem. Que foram muito bem usados por mim.

— Só ficou você aqui? — perguntou ele.
— E você também. — retruquei de forma espontânea.

Ele riu de leve e voltou o olhar para a bancada de trabalho.

— Me desculpe por ter sido rude, não estou no meu melhor momento. — confessou ele.
— O que aconteceu? — perguntei curiosa.
— Há dias não consigo cozinhar como queria, é uma droga. — ele bufou.

Para um homem que inicialmente me pareceu fechado e silencioso. Dizer tão abertamente suas fraquezas para a ralé do reino, era uma surpresa. O fato é que passava mais tempo na cozinha do que no salão. Uma curiosidade que acabei notando é que sempre quando eu frequentava como eu mesma, , ele estava presente. E se mantinha todo o tempo à minha vista. Entretanto, agora que me mostro como funcionário, ele tem se trancado na cozinha. Intrigante. 

— Tem algo que posso ajudar? — perguntei.
— Talvez. — ele voltou o olhar para mim e sorriu mais abertamente com singeleza.

Estranho e de fato uma surpresa. Naquela noite eu finalmente pude conhecer outros lados de que não fosse somente o dono da melhor e mais famosa cafeteria do país.

— O que está tentando fazer? — perguntei curiosa, me aproximando mais da bancada, espichando o pescoço.
— A variação de uma receita, mas acabei estragando tudo e desperdiçando alguns ingredientes. — contou ele, voltando o olhar para a tigela.
— Eu posso? — perguntei meio tímida.
— O pretende fazer? — ele me olhou confuso.

Eu tossi um pouco, tentando engrossar minha voz. Me senti meio desestabilizada por me aproximar dele. Afinal, o admirava como um confeiteiro e estava ali dentro da sua cozinha. Meu sonho de consumo, se realizando de alguma forma.

— Bem, minha mãe me disse que na cozinha, nada se perde, mas tudo por ser transformado. — eu lavei minhas mãos e passei o álcool em gel para esterilizar, então me voltei para sua bancada.

Eu não sabia o que iria fazer, nem como fazer, mas me lembrava vagamente de muitas tentativas falhas da minha mãe na cozinha aos domingos que resultava em um banquete.

— Surpreenda-me então. — ele cruzou os braços atento em mim.

Foi sim, um misto de tremedeira, nervosismo e constrangimento por seu olhar fixo em mim. Tanto que até senti minha barriga doer de leve. Mas ali estava eu, pegando a massa que havia dado errado, misturando a uma farinha de biscoito triturada e acomodando em uma forma. Em um dado momento, pareceu ter uma ideia e começou a se locomover, quando dei por mim, ele já estava no controle de tudo concentrado em um recheio de geléia de morango, misturado a uma ganache de chocolate branco. 

Boquiaberta eu estava e com a barriga roncando pelo cheiro que rescindiu a cozinha. No final, assim que a massa da torta terminou de assar e ele despejou seu recheio nela, deu um toque final com o chantilly. E colocou para gelar.

— Você me lembra uma pessoa. — comentou ele, ao se sentar no banco, enquanto eu limpava a bancada.
— O que?! — parei por um momento e o olhei.
— Você me lembra uma pessoa. — repetiu ele.
— Eu?! — fiquei surpresa.
— Sim… Uma garota que conheci a muito tempo. — contou ele.
— Hum… Que estranho. — eu ri de leve, controlando meu olhar, voltando a limpar.
— Seu olhar me lembra ela. — continuou.

Eu permaneci em silêncio. 

Talvez por me ver como outro homem e se sentir mais à vontade para conversar, começamos a desenvolver uma amizade inusitada. O que me fez quebrar a primeira regra várias vezes, invadindo a cozinha no horário de expediente e também depois dele. Para ele, era somente um momento de descontração com o rapaz da limpeza. Para mim era a oportunidade de aprender vendo ele cozinhar. 

--

No calendário contava sete meses que eu estava com meu disfarce. Era o dia da folga de Oliver e por alguns insistências de minhas amigas, lá estava eu no Coffee Prince como , a cliente. Lola já andava desconfiada de todas as minhas recusas ao longo daquele tempo, principalmente por eu não contar com exatidão qual era meu novo emprego.

— Espera. — disse ela, após entrarmos no banheiro feminino.
— O que? — eu a olhei.
— Vira de costas. — ela pediu e eu fiz.
— Eu sabia! — ela disse num tom mais alto com entusiasmo — É você!
— O que?! — eu me virei a olhando confusa.
— O rapaz o banheiro. — alegou ela.

Eu comecei a tossir, quase engasgando.

— De onde tirou isso? — Joy a olhou confusa.
— Eu tenho boa memória fotográfica e a mocinha aqui vai me dizer exatamente o que anda aprontando. — Lola colocou a mão na cintura — Oliver Flint.
— Está se passando por seu irmão?! — Joy boquiaberta, falou quase em sussurro.

Eu me encolhi um pouco, mas não podia negar. Já imaginava que mais cedo ou mais tarde elas descobririam. Passamos alguns minutos comigo explicando subjetivamente no banheiro, até que voltamos ao salão para fazer nossos pedidos. E exatamente como eu suspeitava, como nas outras vezes, deu o ar da graça, permanecendo na área do caixa conversando com Philip durante o tempo que permaneci ali. 

Havia algo que não conseguia decifrar e precisava de respostas.

Manhã seguinte, segui para a cafeteria normalmente. Com minhas amigas avisadas, elas me acobertariam caso precisasse. Ao anoitecer, após todos irem para casa com o encerramento do expediente. Entrei na cozinha e lá estava ele, fazendo as inúmeras sobremesas para o dia seguinte. Dia segundo os funcionários mais antigos, de maior movimento no ano. O dia dos namorados em que as clientes solteiras festejam sua liberdade e independência.

Eu havia absorvido o lema do Coffee Prince para elas: Você não depende de um homem para ser feliz, mas estamos aqui para lhe alegrar. E me divertia muito com os muitos relatos de superação que os meninos contavam na hora do almoço e nas reuniões de segunda-feira.

— Boa noite chefe. — disse dando dois toques na porta.
— Ah, Oliver! — ele sorriu com singeleza — Venha me ajudar.
— Tem certeza? Da última vez eu literalmente quase coloquei fogo na torta de merengue. — lancei um olhar confuso para ele, que caiu na gargalhada.
— Mas temos que admitir, ficou gostoso no final, o que importa é isso. — ele continuou rindo e puxou uma banqueta para mim — Ande, sente-se aqui.
— Amanhã é dia dos namorados, não deveria ficar até tarde aqui, já que vamos trabalhar amanhã, deveria ir para casa. — aconselhei — Alguém deve estar te esperando.

Eu lancei a suposição sem nem perceber, só depois que me toquei que era algo bem pessoal. 

— Não tenho ninguém me esperando. — confessou ele, com tranquilidade — Bem, que eu gostaria, mas…
— Mas?! — insisti.
— Sabe quando você sente que todo o seu mundo parou quando olha pra pessoa e às vezes não consegue nem respirar porque seu coração está acelerado demais? — ele me olhou, tinha um brilho estranho nos olhos — É assim que eu me sinto quando a vejo, desde quando a conheci e achei que depois de adulto mudaria, mas continuo sentindo isso.
— E porque não se declara? — me sentei na banqueta curiosa por aquela história.
— É mais complicado do que parece, certamente se uma mulher estranha chegasse em você e dissesse que está apaixonada por anos, acharia normal? — retrucou ele, me fazendo refletir.

Voltando para minha realidade, se fosse um homem dizendo: , eu sou apaixonado por você há anos. Eu o acharia um pouco ou psicopata.

— É, acho que tem razão. — voltei a olhar para a lata de chantilly.
— Por isso, quero te pedir uma coisa. — continuou ele.
— Diga. — inicialmente eu levei numa boa.
— Quero sua ajuda para conquistá-la. — pediu ele.
— Oi?! — eu o olhei, sentindo um frio na espinha — Eu? Porque eu? Tenho certeza que o gerente Philip tem mais destreza com isso.

Agora eu estava num mato sem cachorro.

— Quando estava no fundamental, meus pais se divorciaram e eu segui morando com minha mãe, viemos para Chicago… Foi quando a vi pela primeira vez, a garota mais bonita e popular da escola, eu dei a sorte de sentar atrás dela na maioria das aulas, mas nunca conseguir dizer um bom dia, eu era… Tímido naquela época. — começou ele sua história.

Eu me debrucei na bancada o olhando maravilhada. Tinha que controlar minhas emoções internas ao ouvir uma história de amor, mas meu lado princesas Disney não deixava.

— Nossa, mas ela nunca te percebeu?! — perguntei.
— Eu não era assim como sou hoje. — ele riu de si mesmo — Acredite, já fui um nerd que usava óculos e aparelho nos dentes, que ninguém se ligava que existia.
— Sério, eu não consigo te ver assim, você é tão bonito e intocável. — disse de forma espontânea, atraindo seu olhar para mim.
— Sério?! — ele olhou para mim e riu.
— Bem… — eu tossi disfarçando — É o que eu ouço das clientes quando passam por mim no corredor do banheiro.

Tentei consertar minha fala.

— Eu imagino bem o que elas falam. — admitiu ele.
— Mas… O que eu tenho a ver com isso? Como posso te ajudar? — fiquei confusa tentando juntar as peças em minha mente.
— O nome da garota que não sai da minha cabeça é Flint, curiosamente eu descobri hoje pela manhã que você é irmão dela. — sua voz saiu com suavidade, diante daquela bomba.
Flint? — disse ao erguer meu corpo e me desequilibrar da banqueta, caindo no chão.

Eu?! Pensei ao sentir o impacto seguido de dor.

— Ai. — passei a mão no braço, sendo ajudada por ele para me levantar.
— Você está bem?! — perguntou ele, com o olhar preocupado.
— Estou. — senti meu corpo trêmulo de leve e desviei o olhar para baixo — Só estou surpreso com a sua revelação... 

Um pouco estática também.

— Deve ser chocante para você ouvir que tem alguém interessado em sua irmã, eu te entendo. — ele riu de leve — Me desculpe por ter sido tão direto.
— Não, magina, não foi mal ser direto. — respirei fundo — Eu… Acabei de lembrar que tenho um compromisso.

Eu me afastei dele e juntei meus instrumentos de limpeza.

— Mas já?! — ele me olhou confuso.
— Sim, amanhã eu chego mais cedo e termino de limpar a cozinha. — me retirei apressada da cozinha e segui para o vestiário. 

Antes passei pelo depósito para guardar as coisas da limpeza e fui direto pegar minha mochila no meu armário. Ao chegar no loft onde morava, nunca senti meu coração tão acelerado e minha mente tão desnorteada. As peças foram se encaixando em minha cabeça, até que cogitei a ideia do dono dos bilhetes ser exatamente . Senti um arrepio no corpo. Será? Soltei um suspiro cansado e segui para o banheiro. Um banho quente e uma longa noite de sono era tudo o que mais precisava.

No dia seguinte. Dia dos namorados, eis que eu estava com meu uniforme prontamente terminando de limpar a cozinha logo cedo.

— Conseguiu resolver?! — perguntou ao entrar pela porta e me ver ali.
— O que?! — eu o olhei confusa.
— Você disse que tinha um compromisso ontem. — relembrou ele.
— Ah… Sim. — engoli seco e mantive meu olhar no fogão semi-industrial que limpava.
— O que vai fazer hoje à noite no final do expediente? — perguntou ele, se aproximando de mim — Sair com sua namorada? Ou algo assim?
— Oh não, eu não tenho isso não. — ri alto.

Por um leve momento havia me esquecido que estava me passando por meu irmão.

— Sério? Você tem cara de que se dá muito bem com as garotas. — comentou ele em tom de brincadeira — Philip andou me contando algumas coisas.
— Eu juro que não fiz nada de errado. — olhei de imediato para ele, temerosa.
— Calma. — ele riu mais um pouco — Foram comentários bons sobre você ser um ombro amigo para algumas clientes.
— Ah… — respirei aliviada.
— Qual o seu segredo? — perguntou.
— Nenhum, apenas tenho uma irmã, eu acho. — ri de leve, fazendo-o me olhar curioso — Mas, por que quer saber o que farei à noite?
— Vou ficar mais algumas horas aqui, queria companhia. — respondeu ele — E também, você disse que queria aprender a fazer brownies.
— Você vai fazer hoje? Ah puxa, quero muito mesmo aprender, sempre que tento fazer ou eles ficam meio cru ou ficam duros como pedra. — bufei um pouco.

Ele riu de mim e sentou na banqueta, me observando trabalhar. Aquilo me deixou um pouco nervosa. As horas passaram e mais uma vez o dia dos namorados na Coffee Prince havia sido um sucesso. Todos seguiram para suas casas e como combinado, fiquei mais um pouco para aprender com . Para minha surpresa, ele havia saído à tarde para resolver problemas com um fornecedor, mas havia deixado um bilhete para mim com seu endereço.

Eis aí a confirmação de que ele era o cara dos bilhetes. A caligrafia era a mesma. O que me deixou com um frio na barriga. Foi preciso algumas estações de metrô para finalmente chegar ao endereço. O prédio era bonito e visivelmente com aspectos modernos, de impressionar qualquer pessoa. Me apresentei ao porteiro e após a liberação, subi pelo elevador até o décimo quinto andar. Apartamento na cobertura de número 1507, me coloquei diante dele e bati na porta. Instantes depois, abriu e sorriu de leve ao me ver.

— Bem-vindo. — disse ele, fazendo o sinal com a mão para que eu entrasse.
— Uau. — disse ao entrar e observar a design industrial que compunha a decoração do espaço — Esse lugar é bonito.
— É, eu também acho. — ele riu, fechando a porta — Espero que tenha achado com facilidade.
— Ah, sim, o Philip me explicou como chegar. — voltei o olhar para ele — Ele ficou curioso por ter me convidado, já que ninguém vem aqui.
— Philip é como um irmão para mim, ele se preocupa demais. — deu alguns passos seguindo para a parte da cozinha. 

Um ambiente com conceito aberto, seu apartamento tinha uma vista ampla da integração dos cômodos, o que dava a sensação de ser ainda maior do que já era. Eu o segui curiosa e logo notei os ingredientes em cima da bancada. Sem demoras e totalmente empolgada, lavei minhas mãos e coloquei uma faixa no cabelo por questões higiênicas é claro. E tomando cuidado para que a peruca não saísse no processo.

— Para fazer um brownie é preciso ter paciência e mais paciência. — ele riu um pouco — Então, vamos por partes.
— Sim, senhor. — bati continência de brincadeira e fiquei bem próxima a ele, observando-o.

Era nítido e perceptível como ele se divertia enquanto me ensinava aquela receita. Seus olhos brilhavam um pouco. Meu coração acelerado por estar vivendo um sonho de confeiteira, e minhas pernas bambas sempre que me lembrava que ele gostava de mim desde o ensino fundamental. Ao longo do dia, passei todo o tempo tentando me lembrar dele, algo inútil. Não que minha memória fosse curta, mas o fato é que… Como pode eu não conseguir me lembrar de alguém que sentava atrás de mim? Admito que meus tempos de escola eu dividia meu tempo entre ser popular e me dedicar ao jornal da escola, naquela época meu sonho era ser jornalista. Algo que mudou drasticamente depois que visitei uma cafeteria em Londres com meu irmão. O que me fez trancar o curso de jornalismo na NY University e voltar para Chicago.

— Posso te fazer uma pergunta? — pedi ao me sentar na banqueta, observando-o colocar a forma de brownie no forno.
— Diga.
— De onde surgiu a ideia do Coffe Prince? — perguntei de forma direta.

Era mesmo uma curiosidade de muito tempo. 

— Da minha mãe. — respondeu ele.
— Uau. — minha reação foi de surpresa.
— Nós dois últimos anos do seu casamento com meu pai, a vi se tornar uma pessoa triste e frágil, ela era sempre tão alegre e divertida… — começou ele a contar — Mas as coisas foram ficando ainda mais estranhas depois que nos mudamos para Chicago, ela se envolveu com caras que não eram legais e ficou ainda mais mal com isso. 

Eu permaneci em silêncio, o olhando um pouco emotivo. Parecia recordar bem suas lembranças.

— Até que um dia eu consegui mostrar a ela que não precisava de nenhum homem para ser a mulher incrível que ela sempre foi… Ou para se achar bonita e atraente… Ou simplesmente para sorrir... — continuou ele — Não dependemos de outra pessoa para ser feliz ou ser forte, isso vem de nós mesmos.
— Seu pensamento me deixou surpresa… Surpreso. — disse de forma atrapalhada, me corrigindo — E como sua mãe está atualmente?
— Hoje minha mãe é uma artista plástica que faz lindas obras com metal, bastante conhecida em Seattle, ela mora lá agora com seu novo marido. — respondeu ele — James é um cara legal que sabe respeitá-la e a ama de verdade, então eu fico tranquilo com isso.
— Hum… Fico feliz por ela. — comentei.
— Foi por isso que criei o conceito do Coffe Prince, para mulheres se encontrarem em si mesmas a sua felicidade, como a minha mãe conseguiu um dia. — explicou ele — E nada como um homem para dizer abertamente a uma mulher que ela não precisa dele para se amar, mas precisa de si mesma.

Eu controlei um pouco minha emoção por ter descoberto o real significado daquela cafeteria. O que me fez gostar ainda mais de trabalhar lá. Esperamos mais alguns minutos enquanto o brownie terminava de assar, quando finalmente foram retirados do forno, o cheiro suave e maravilhoso do chocolate rescindiu todo o lugar. Senti até meu estômago reclamar querendo provar um pouco. Dei alguns minutos para fazer as honras e retirá-los da forma, ainda estavam um pouco quentes, mas os coloquei em um prato e fiz questão de fotografar a obra prima que ajudei a fazer.

— Agora sim, o melhor cappuccino do mundo para acompanhar. — disse ele, servindo nossas xícaras.
— Que ansiedade para experimentar essa maravilha. — disse a ele, pegando um pedaço com o garfo e colocando na boca.
— Bon appétit. — disse ele, em francês fazendo até o sotaque.

Eu ataquei mais alguns pedaços, porém com moderação. Até que minha bela forma desastrosa de ser, me fez bater a mão na xícara dele, fazendo-o derramar em cima de mim. Foi confuso mas real, eu levei um banho de cappuccino.

— Me desculpe. — disse ele se levantando, e pegando um pano para me ajudar a limpar. 
— Nada, a culpa foi minha que sempre sou assim. — eu peguei o pano da sua mão e tentei limpar um pouco.
— Porque não tira a camisa, o cappuccino estava quente. — sugeriu ele — Me dá a camisa que eu lavo num minuto e te devolvo.
— Tirar a camisa, assim? Aqui? Na sua frente? — minha mente congelou.

Para ele eu era o Oliver, mas continuava sendo a . Eu não podia fazer isso.

— O que tem? Estamos entre amigos, não é? — ele me olhou confuso.
— Não precisa, eu posso ir ali no banheiro e passar uma água. — dei a desculpa.
— E ficar com uma camisa molhada? Pode pegar um resfriado. — ele riu se afastando de mim — Vou pega uma roupa minha para você e vai tirando essa camisa molhada.

Engoli seco, sentindo meu corpo gelar. Corri até o banheiro para retirar a camisa, pois estava mesmo quente. Valeu a parte que estava suja debaixo da torneira e tentei torcer com a ajuda de uma toalha que encontrei.

— Você tem mesmo vergonha?! — abriu a porta do banheiro de forma espontânea.

Eu que estava sem a camisa no corpo, no impulso do susto me cobri com a toalha. Seu olhar ficou estático em mim, assim como suas expressões faciais. Não sabia o que fazer e nem o que dizer. E por um tempo ficamos nos olhando em silêncio e sem reação.

— Vista essa blusa, é mais confortável que ficar com uma camisa molhada no corpo. — ele finalmente se pronunciou, esticando a mão para mim.

Parecia ainda estar absorvendo a cena.

— Obrigada. — disse já deixando minha voz mais suave e natural, pegando a blusa.
— Eu vou estar na sala. — ele fechou a porta em seguida e pude ouvir seus passos se afastando.

Meu coração estava apertado naquele momento. Senti uma vergonha absurda e um medo de sair do banheiro e ter que encarar ele. Fiquei mais alguns minutos ali dentro imaginando o que aconteceria depois. Nunca imaginei viver uma situação daquelas justo em um dia dos namorados. Quando finalmente saí do banheiro, respirei fundo e voltei para sala.

— Eu… — tentei começar a falar, mas minha voz falhou um pouco.
— Me deixe lavar isso. — ele veio até mim e pegou a camisa molhada da minha mão, seguindo para a parte da lavanderia.

Me mantive quase imóvel apenas observando-o se locomover pelo apartamento. Confuso e desnorteado, era algo visível em seu olhar. Mas tinha um toque de compreensão. Eu o segui, no impulso da coragem. Depois de quase oito meses trabalhando na Coffee Prince e me tornando “seu amigo”, eu lhe devia uma explicação e desculpas.

— Me desculpe. — foram minhas primeiras palavras — Eu…
— Está explicado porque seu olhar me deixou tão confuso e fascinado. — revelou ele, rindo baixo.

terminou de programas a máquina lava e seca, então voltou-se para mim.

— Você realmente tem um irmão chamado Oliver? — perguntou.
— Claro que sim. — abaixei um pouco meu tom de voz e continuei — E os documentos são originais.

Ele segurou o riso, provavelmente minha cara envergonhada estava engraçada.

— Porque fez isso? — ele cruzou os braços, olhando com atenção.
— Há dois anos atrás eu descobri que jornalismo não era cem por cento o que eu queria, e a confeitaria foi uma descoberta para mim, mas eu não queria enfrentar outra graduação para aprender algo. — comecei minha explicação — Foi quando uma amiga minha me levou ao Coffee Prince e me apaixonei por suas sobremesas. Coloquei na minha cabeça que queria aprender com o melhor… No caso, você. — eu ri um pouco — Minha ideia foi meio louca, já que só homens trabalham na sua cafeteria eu não consegui ver outra saída a não ser…
— Ser o Oliver por oito meses. — completou ele, rindo baixo — Então foi por isso que caiu da cadeira quanto contei…

Assim como eu no dia. Só então sua ficha caiu e ele percebeu. Se eu não era o Oliver, ali diante dele estava a . A . A garota que ele passou todo aquele tempo amando a distância.

— Agora você me deixou desnorteado. — confessou ele.

Foi a minha vez de rir.

— Me desculpa… Eu não soube como reagir ontem. — revelei a ele — Ainda não sei para ser honesta… Mas acredito que os bilhetes são seus, não é?
— Sim. — ele deu um passo para frente e passou por mim, seguindo para a cozinha.

Eu o segui. Ainda intrigada.

— Porque bilhetes? — indaguei.
— Foi um conselho da minha mãe, já que na Coffee Prince nos portamos como nobres cavalheiros, seria interessante agir como um… Mas achei que escrever uma carta seria estranho. — explicou ele.
— Seria mais divertido se tivesse sido em post it. — brinquei, fazendo-o rir.
— Vou me lembrar da próxima vez. — brincou ele, de volta.
— Oi?! — paralisei um pouco, sentindo um frio na barriga.

Seu olhar ficou um pouco mais intenso. Meu coração acelerou com sua movimentação se aproximando de mim. Ele abriu um sorriso singelo e encantador, que me deixou sem palavras. Parecia mesmo um lord saído dos livros de Jane Austen.

— A não ser que você não queira mais receber… — continuou ele.
— Não. — eu disse, mas seu olhar ficou confuso — Quer dizer, eu quero… Ai, você está me deixando confusa…
— Eu?!

Seu olhar ficou engraçado e nós dois rimos um pouco. Então ele ficou mais sério.

— Confesso que quando te convidei para vir aqui, queria a ajuda do Oliver para me aproximar de você, então… — ele segurou em minha mão, mantendo o olhar intenso em mim — Se ele pudesse me responder ao menos uma pergunta.
— E qual seria?! — perguntei curiosa.
— Eu tenho alguma chance com a ?! — ele foi direto e preciso.

Fazendo meu corpo se arrepiar.

— Com certeza ele diria que sim. — eu sorri de leve.

Em segundos, senti sua movimentação impulsionando seu corpo para mais perto de mim.

— Tem certeza? — perguntou ele.
— Toda. — confirmei. 

Ele que era mais alto que eu, inclinou seu corpo e aproximou seu rosto a milímetros de distância do meu, parecia pedir permissão para algo que desejava fazer a muito tempo. Meu coração acelerou um pouco mais, e no impulso eu mesma iniciei o beijo com suavidade, deixando que ele acrescentasse a intensidade que seu corpo transmitia. 

Assim seus braços se envolveram em minha cintura, me trazendo para mais perto ainda.

Não importa cada noite que esperei
Cada rua ou labirinto que cruzei
Porque o céu tem conspirado a meu favor
E a um segundo de render-me te encontrei. 
- Creo en Ti / Lunafly

Amor: Não importa o tempo de distância, quando é para acontecer, sempre será da forma mais surpreendente da vida.” - by: Pâms




FIM?!



Nota da autora:
Olha eu aqui mais uma fic, mais um romance. Mais uma att especial do dia dos Namorados!!! Espero que gostem me baseei em um dorama com o mesmo nome com meus toques pessoais no plot.
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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