Última atualização: 07/01/2021

Capítulo 1

Alguns anos antes dos acontecimentos da fic Moonlight...

— Eu juro que ainda não entendo o que você viu no Carl Nalla, ele é tão... Blé. — disse inconformada por sua amiga estar namorando o jogador mais escroto do time de basquete da escola.
— Ele é fofo sim , e nós estamos nos dando super bem com as lições de casa de literatura e redação. — Nalla tentou defender o rapaz, porém a amiga continuava fazendo uma careta estranha de nojo.
— Você precisa de um óculos e sanidade mental. — assegurou convicta de suas palavras.
— Deixa de ser chata amiga, agora vamos antes de todos nos ligarem apressando a nossa chegada. — Nalla pegou em sua mão e saiu arrastando a amiga.

Elas estavam animadas para o amigo oculto de natal que promoveram dois dias antes da data. Ambas sabiam que as comemorações em família de todos iria atrapalhar o evento combinado por eles. estava super animada pois havia tirado uma pessoa extremamente fácil de presentear; já sua amiga Nalla ficou cheia de segredos quanto ao seu presente, que se resumia a somente um envelope pardo. Ao chegarem na casa dos pais de , ou para os amigos, o recém nomeado capitão do time de basquete, deixaram seus presentes no chão perto da lareira juntamente com os outros e seguiram para o quintal.

Como previsto, as amigas chegaram por último, e todos já se divertiam na piscina. ficou em choque com a falta de cavalheirismo de por não ter falado que era para levar roupa de banho. Irritada por Freya e Lauren, que já mergulhavam na piscina, não terem dito uma só palavra. Nalla se afastou dela e seguiu até Carl que conversava com George. Enquanto isso, deu um giro 360 com o olhar procurando pelo fracasso de anfitrião, não encontrando, voltou para dentro de casa. Não se importando com os bons modos, subiu as escadas procurando por

— Onde ele se enfiou? — resmungou ao entrar no primeiro quarto que viu com a porta entreaberta.

Notoriamente o quarto era de , e não demorou muito até que ouviu um barulho vindo do banheiro. Ela não se importou muito e seguiu, estava com tanta raiva que não ligava em saber o que ele fazia. Só queria xingá-lo.

— Belo anfitrião você me saiu, por que não disse que tinha piscina aqui? — disse ela ao abrir a porta e dar de cara com ele, saindo do box todo molhado.

paralisou por um tempo, olhando para o corpo descoberto dele e tentando não abaixar muito seu campo de visão. deu um sorriso de canto malicioso e puxou a toalha, a enrolando na cintura, cobrindo apenas uma parte do corpo.

— Cuidado para não cair a baba. — brincou ele.
— Ha, ha… — ela soou com ironia — Como se tivesse algo de muito valor aí.
— Está desdenhando da minha máquina? — ele colocou a mão na cintura.
— Para mim, isso não vale nada. — retrucou ela.
— Você ainda vai se arrastar querendo um pedaço de mim. — provocou ele com um sorriso presunçoso.
— Olha aqui , eu nunca farei isso. — disse ela apontando o dedo para ele — E você nunca terá o gostinho de sair comigo, sua sorte é que o nosso amigo oculto é em sua casa, senão eu jamais colocaria meu pés aqui, seu babaca metido a garoto popular.

Ela se moveu para sair de lá, porém ele segurou em seu braço, com cuidado para não machucá-la.

— Ok miss simpatia, e para alguém que não queria nem entrar na minha casa, você foi meio longe não acha? — ele impulsionou o corpo dela para mais perto dele — Sua mãe não aprendeu a bater antes de entrar?
— As duas que tive estão mortas, então não tive tempo de aprender. — ela se soltou dele com precisão e ao se retirar — Não se preocupe, eu não vou mais entrar em seu quarto, nunca mais.

Era um fato que desde que a família de se mudara para Manhattan e ele começou a frequentar a mesma escola de , a jovem esquentada não tinha se afeiçoado com o rapaz. Em sua concepção, o novato da Califórnia era brilhante e eficiente demais. As melhores notas, o melhor jogador do time de basquete, um sorriso que atraía quase todas as garotas e derretia os professores, uma educação sublime com os funcionários. Mas somente ela o via verdadeiramente como um babaca, com quem sempre implicava nas aulas de biologia, matemática, literatura, geografia e educação física.

, onde estava? — perguntou Annia, ao ver a amiga descendo as escadas, seu olhar curioso não foi contido.
— Estava demonstrando minha insatisfação de não ser notificada sobre a piscina. — respondeu ela com tranquilidade, como se nada demais entre ela e o dono da casa tivesse acontecido minutos antes.
— Ok, vamos lá, eu também não trouxe biquíni e Nalla também, vamos somente sentar na borda da piscina. — sugeriu a amiga.
— Tudo bem. — disse .

Eles curtiram por um tempo, até que Freya sugeriu que finalmente começassem a troca de presentes, então seguiram para sala. se sentou no chão, na frente de Nalla que sentou no sofá ao lado de Carl. Freya se colocou na frente de todos, pegou seu presente e começou a dizer quem havia tirado. Após muitos palpites errados, ela revelou ter tirado James. Todos aplaudiram e após o rapaz pegar seu presente e revelar sendo um relógio folheado a ouro, agradeceu Freya. 

Assim, ele pegou sua caixinha e começou a dar suas dicas de quem era sua amiga oculta. soltou um grito, dizendo ser Annia e sua dedução estava correta. A garota de presilha amarela no cabelo foi receber seu embrulho.

— Bem, a pessoa que eu tirei é muito, mais muito… — Annia começou a rir de leve — Quando eu disser sua característica todos vão saber…
— Fala logo Annia. — disse Lauren.
— É uma pessoa muito excêntrica. — disse Annia.
— É a . — disse Nalla de imediato.
— Sim. — Annia riu assentindo.
— Nem sou tão assim. — tentou se fazer de ofendida, mas amou a colocação de Annia.

Com um sorriso maldoso, a aprendiz de bailarina e futura coreógrafa, após mostrar que havia ganhado uma correntinha com um pingente no formato de sapatilhas de ballet. Ao colocar a correntinha no pescoço com a ajuda de Nalla, pegou sua caixa embrulhada e se colocou na frente. O olhar presunçoso de causava curiosidade em todos. Seus presentes eram sempre memoráveis e às vezes cruéis.

— Bem, meu amigo oculto, é uma pessoa muito fácil de presentear. — iniciou ela.
— Não é a Freya. — comentou Lauren, fazendo todos rirem.
— Nem o James. — brincou George.
— Mais dicas . — pediu Nalla.
— Todo mundo sabe que não sou boa com isso, então serei direta, ele tem sotaque de quem morou em Malibu. — concluiu ela a indireta, bem direta.
. — todos disseram em coral.
— Você me tirou? — ele se mostrou desacreditado.
— Acredite , ela pediu pra trocar comigo, e eu nem sabia que era você. — Nalla riu.
— Será o destino a nos juntar. — brincou ela se aproximando.
— Nem se aproxime. — esticou a caixa para ele — Abra.

ficou um pouco receoso pelo olhar de para ele. Porém, lhe deu um voto de confiança e desembrulhou a caixinha, na esperança de ser pelo menos um relógio também. Entretanto, ao abrir, se deparou com uma várias camisinhas dentro. Todos começaram a dar gargalhadas dele. Nalla se assustou com a maldade da amiga e olhou embasbacada para ela. Carl e James não conseguiam parar de rir, menos ainda Freya e Lauren.

— Gostou? — perguntou .
— Me deu isso por pretender que eu use com você? — retrucou ele, fazendo todos surtarem.
— Nem nos seus sonhos mais obscuros, sugiro que use com o seu fã clube da escola. — ela passou por ele e se sentou novamente no chão.

mesmo estático com a forma em que sempre agia com ele, seguiu com o amigo oculto. Mais palpites saíram, até ele revelar ter tirado Lauren. A princesinha do Queens tentou dar dicas falsas, porém acabaram descobrindo que ela havia tirado George, que por sua vez, tirou Nalla. A garota mais tímida do grupo se levantou com o envelope na mão e um pouco trêmula.

— Bem, meu amigo oculto é um pouco óbvio, então, só queria dizer que este foi o melhor momento que pude encontrar para entregar este tipo de presente. — disse ela com um tom baixo, forçando sua voz a sair.

O gesto de Nalla fez a amiga ficar ainda mais preocupada e curiosa. O que intensificou quando Carl abriu o envelope e leu os papéis que tirou de dentro. O olhar do rapaz para sua amiga e depois o fato de ambos terem se ausentado por alguns minutos da sala, deixou ainda mais intrigada com tudo. 

Após o final da entrega dos presentes, eles voltaram para a piscina. Uma breve brincadeira entre Freya que insistia em jogar charme para o novato da Califórnia, e o mesmo, fez com que ele acidentalmente caísse na piscina, puxando que estava bem próximo junto.

— Seu idiota! — gritou ao ficar de pé, e retomar seu fôlego — Olha o que você fez.
— Desculpa, eu me desequilibrei, não foi intencional. — gritou ele de volta.
— Da próxima vez, se tiver em uma ponte comigo perto, morra sozinho. — retrucou ela se locomovendo para a borda da piscina.
— Vem , eu te ajudo. — disse Nalla ao pegar na mão da amiga.
— Obrigada. — a garota bufou de raiva — Não acredito nisso, eles já implicam comigo, agora então.
— Você pode passar lá em casa primeiro e trocar de roupa. — sugeriu Nalla.
— Vem, você pode se trocar no meu quarto. — disse .

A vaga frase de dizendo que nunca entraria de novo no quarto dele soou em seu ouvido. O olhar de se mantinha fixo e intenso nela. A garota odiava ficar molhada, por isso, sempre fugia da chuva, então não viu outra escolha a não ser aceitar. Ao entrar novamente no quarto acompanhada por ele, esperou até que recebesse uma toalha e roupas secas emprestadas. Ela se trancou no banheiro, e ficou alguns minutos a mais para dar tempo dele se trocar. Assim que ela saiu usando as roupas do novato da Califórnia, o olhar de admiração de para ela se manifestou com um brilho incomum. O coração do garoto acelerou um pouco, o permitindo até sentir o corpo arrepiar.

Neste momento ele teve certeza de que era , a garota que ele queria como sua namorada, por mais doloroso que pudesse ser conquistá-la.

— Nenhum comentário sobre o que eu disse relacionado ao seu quarto. — disse ela antes que ele pudesse provocá-la.
— Ok. — ele levantou as mãos em rendição.
— Sua amiga Nalla já foi? — perguntou ele.
— Sim, ela disse que precisava conversar algo sério com o Carl, mas não contou o que era. — respondeu desviando seu olhar para a janela — Está sabendo de algo?
— Não, Carl apenas me disse que a Nalla tem estado estranha desde a formatura.

A garota evitou de encará-lo por um tempo. Pois sua imagem saindo do box no banheiro ainda se mostrava vívida em sua mente.

— Ela me disse que dormiu na casa do Carl após o baile de formatura. — comentou tentando entender as coisas.
— Você realmente se preocupa muito com ela. — observou .
— Nalla é como uma irmã que nunca tive. — explicou .
— Hum. — manteve seu olhar nela.

Para o rapaz, era como uma caixinha de surpresas que uma criança sonha em abrir. Cada dia a garota tinha uma personalidade diferente para mostrar, o que encantava a todos. Sempre sorrindo, sempre amiga, sempre prestativa. Eles desceram para a cozinha e antes de levá-la para casa, lhe preparou um chá, para tirar a friagem causada pela água gelada da piscina.

— Aqui. — disse ele lhe entregando a xícara.
— Eu não gosto de chá. — disse ela em recusa.
— Por isso te fiz chocolate quente, agora pegue. — ele a olhou, mantendo o tom firme.
— Hum. — a garota pegou a xícara e assoprou um pouco antes de tomar o primeiro gole.
— Ficou bom?
— Ficou, você não é tão mal assim na cozinha. — comentou ela ao sentar na banqueta e debruçar um pouco sobre a bancada — Seus pais não ficam muito tempo em casa?
— Não, sendo médicos, eles passam mais tempo no hospital. — respondeu ele, permanecendo de pé, do outro lado da bancada a observando.
— Que tédio, uma casa grande dessas e ficar o tempo todo sozinho. — a garota tentou não encará-lo.
— Já estou acostumado, geralmente eu sempre tinha uma garota que levava para casa na Califórnia… — ele se calou por um tempo.
— Não precisa de fingir de santo, sua cara de pegador lhe condena. — ela riu dele.
— Não sou pegador, e não saía com várias garotas, mas confesso que já tive muitas namoradas. — ele cruzou os braços, se fazendo de ofendido — E você? Vai me dizer que nunca namorou.
— Claro que já. — ela riu novamente — Apesar de ser muito exigente, já namorei alguns rapazes, gosto de homens mais velhos.
— Bom saber, sou mais velho que você. — um sorriso malicioso saiu dele.
— Vai sonhando . — ela o esnobou com o olhar e tomou outro gole — Você tem empregada também?
— Somente a faxineira.
— E quem faz a comida?
— Eu.
— Você cozinha? — por essa ela não esperava.
— Sim, porque a surpresa? — ele riu desta vez.
— Nossa, meus primos conseguem queimar a água do macarrão instantâneo. — ela revirou os olhos — Se bem que não posso falar mal, eu também não sei cozinhar.
— E como você vive? — ele a olhou curioso.
— Quando não almoço na casa dos meus tios, como sanduíche.
— Vive de sanduíche? — se mostrou embasbacado.
— Estou viva até hoje, então posso seguir assim. — ela deu uma risada fraca.

Curiosamente, eles entraram em uma conversa profunda sobre suas famílias. O que o levou a descobrir coisas interessantes sobre ela. 

morava com os tios adotivos. Após ser adotada com doze anos de idade, a garota teve o infortúnio de perder os novos pais para um acidente de carro, em que também se machucou. Apenas ela e o motorista do carro causador da confusão, sobreviveram. A família sentiu pena por ter que devolvê-la, então sua tia Hillary aceitou ter a guarda dela até os 16, quando conseguiu a emancipação. Por motivos financeiros, continuou morando na casa dos tios, porém no porão que alugaram para ela por 50 dólares mensais. Um dos motivos dela trabalhar de meio período como caixa no supermercado de um amigo de sua família.

— Aqui está bom. — disse ela ao pedir para parar o carro na esquina.
— Tem certeza? — perguntou ela — Posso te deixar na porta.
— Para que? Atiçar minha família a querer saber quem é você? — ela soltou uma gargalhada — Já me basta eles tentarem me arrumar um marido sem nem chegar à maioridade.
— Você já é emancipada não é? — a olhou confuso.
— Explica isso pro tio Ben então. — ela retirou o cinto de segurança e abriu a porta.
— Espera. — segurou em sua mão.
— O que? — ela o olhou — Se for outra de suas brincadeiras ridículas, esquece e nem sonhe em tentar me beijar. 

Ela foi curta e grossa em suas palavras.

— Calma. — ele riu — Por que é tão nervosa?
— Não sou nervosa. — ela cruzou os braços — O que você quer?
— Ontem na biblioteca da casa do James, eu ouvi quando você disse à Nalla que em todos os feriados sua família tenta arrumar alguém pra não ficar sozinha. — confessou ele — Me desculpa, não deveria ter ouvido isso.
— É, isso é chato. — afirmou ela — O que tem?
— Posso ser seu holidate. — disse ele.
— Meu o que? — ela o olhou confusa.
— Seu holidate, é como um encontro só para feriados, a gente sai e finge que estamos juntos, mas só nos feriados para nossas famílias. — explicou ele — Tenho uma tia que faz isso sempre, cada data comemorativa ela sai com um cara diferente.
— Você é louco né?! — ela soltou uma gargalhada — Nem sendo falso, eu nunca sairia com você, mas talvez a Freya aceite, e leve as camisinhas que eu te dei.

saiu rindo do carro e seguiu para sua casa. Como todos os dias em que não tinha paciência para ver seus primos desagradáveis, neste ela passou pela lateral da cerca e seguiu rapidamente para a porta individual do porão nos fundos da casa. Fechando a porta após entrar no seu aconchego, ela deixou a bolsa pendurada ao lado da porta e se jogou no sofá. Fechando os olhos, começou a pensar sobre sua amiga e os problemas que envolvem sua vida.

Segundos depois, a imagem de invadiu a mente de . Causando-lhe espanto e susto. Ela não deveria estar pensando no garoto mais chato da escola. Em sua concepção, era organizado demais, perfeito demais. Seu desejo era descobrir ao menos um defeito plausível nele. 

Além de ser um babaca.

Dois dias depois, lá estava , com o celular na mão esperando pela pessoa que ela menos queria ver em um dia de natal. Não acreditava que em menos de duas horas e um jantar na noite anterior com sua família, a fez mudar de ideia e aceitar a proposta de . Assim que ele parou o Mustang preto, emprestado pelo pai, os olhos dos parentes da garota que espiavam pela janela, ficaram arregalados. Foi superficialmente que ela tinha descoberto que o pai de , era um renomado neurocirurgião, que tinha grandes expectativas do filho se tornar um médico também.

— Atrasei?! — perguntou ele ao descer do carro, vestido ao estilo badboy e sorrir para ela.
— Sim, dois minutos. — disse ela, não dando o braço a torcer, nem por um instante.
— Você também está linda. — disse ele, ao piscar de leve.
— Espera. — ela o parou, olhando sério — Antes de continuarmos com essa loucura de holidate, que eu sei que vou me arrepender um dia, preciso impor limites antes.
— Você que manda. — ele manteve seu olhar atento nela.
— Nada de beijos, eu posso somente segurar em sua mão. — continuou ela — E nada de ficar dando detalhes da sua vida e nada de dizer que é meu holidate.
— Por que não posso dizer? — ele se achegou mais para perto dela — Ou prefere que eu diga que sou seu namorado?
— Melhor holidate. — disse de imediato.

Ele sorriu de canto e segurando em sua mão, seguiram em direção a porta. A família de era grande e muito barulhenta. Porém, a menina ainda não havia se acostumado bem com isso. Ela preferia mais ficar em seu porão, no silêncio, fazendo maratonas de séries como Friends ou Arquivo X. Além de praticar seu esporte favorito que era dormir. Pouco depois de servirem o jantar, se distanciou de todos e saiu para o quintal dos fundos. Seu olhar foi direcionado para o céu estrelado, algo surpreendente para o inverno nova-iorquino.

— Está tudo bem? — perguntou ao se aproximar dela.
— Sim. — manteve o olhar no céu.
— Tem certeza? — ele segurou de leve na mão dela.

Ela tentou conter suas lágrimas de emoção, mas não conseguiu. Ela odiava demonstrar fraqueza perto de alguém, principalmente pela vida difícil que teve antes e depois de ser adotada. Entretanto, o natal sempre trazia consigo as vagas memórias felizes de seu passado. Repentinamente, a puxou para perto e abraçou-a de forma confortável. Pela primeira vez reconheceu um sentimento de segurança, que a muito tempo não sentia. Ela tentou se afastar dele, com medo do que pudesse acontecer, ou que pudesse se acostumar com aquilo, porém não permitiu.

— Eu disse somente as mãos. — sussurrou ela.
— Em um holidate natalino, deve-se dar um presente de natal. — retrucou ele.
— Então está me dando um abraço de presente? — perguntou ela.
— Não. — ele se afastou um pouco — O abraço foi o seu presente para mim, o meu presente para você é esse…

impulsionou seu corpo, e não se importando em ser estapeado depois, encostou seus lábios nos de , dando-lhe o beijo mais intenso, doce e envolvente que conseguiria. Inicialmente relutante, se rendeu e aceitou o beijo, retribuindo ao sentir seu coração acelerar um pouco.

— Feliz natal. — sussurrou .
— Feliz… — ela tentou retribuir as felicitações.

Porém, de forma ousada lhe beijou novamente, fazendo o coração de ambos acelerar. O segundo de muitos outros beijos que rolariam em seus futuros holidates.

It’s the love shot.
- Love Shot / EXO



Love Shot

Atualmente...

Em uma noite de natal, o certo era estar em casa comemorando com sua família. Porém, nada na vida de era tradicional e comum como os outros. Sua singela fuga de casa, causada por uma pequena discussão com sua sogra sobre netos, após a mesma descobrir os motivos da nora não ter tido filhos ainda. Certo que se encontrava mais do que desnorteado à procura de sua esposa pelas ruas da cidade. Preocupado com o futuro de seu casamento, por vê-la se cobrar tanto algo que ele mesmo já desistiu por amor a ela.

?! — a voz de Nalla atendendo do outro lado da linha a reconfortou — O que aconteceu, amiga?

Como desejava que sua amiga estivesse em Manhattan para lhe dar apoio. Porém, se alegrava com o momento feliz em que Nalla vivia ao lado de seu vizinho mais do que compreensível.

— Eu, definitivamente odeio minha sogra. — disse ela em prantos, mesmo lutando contra as lágrimas, só conseguia chorar e soluçar.
Onde você está? — a voz de Nalla demonstrou preocupação.
— Eu não sei. — um breve silêncio se formou — Eu apenas saí da casa dos meus sogros e…
, o deve estar morrendo de preocupação com você. — alertou a amiga — Ele não merece passar por isso, ele te ama muito.
— Eu sei, mas eu não aguento mais, talvez eu não seja a mulher ideal para ele. — confessou ela seus pensamentos negativos e opressores — Ele sempre quis ter filhos e eu nunca dei a ele.
Não diga isso amiga, vocês se amam e o entende que não está pronta para ser mãe. — Nalla tentou acalmá-la.
— Você não entende Nalla, eu nunca estarei pronta para ser mãe, porque eu sou estéril. — ela desabou a chorar mais ainda.

O silêncio do outro lado da linha, demonstrou a surpresa da amiga em descobrir seu segredo a muito tempo guardado.

— Não é que eu não queira ter, o que eu mais queria é dar ao os filhos que ele tanto sonha, mas eu não posso, vim com defeito de fábrica. — ela soltou uma gargalhada maluca.

sendo sempre. Mesmo em meio às lágrimas continuava fazendo brincadeiras com a própria tristeza. Era assim que ela conseguia levar a vida e não se abalar por muito tempo com suas dores.

Eu não sei o que dizer amiga, como te ajudar. — Nalla disse, com uma voz solidária — Eu não estou em Manhattan como sabe.
— Não se preocupe comigo, mandei uma mensagem pra Annia vir me buscar, eu te liguei porque precisava desabafar com a minha irmã do coração. — explicou ela, enxugando as lágrimas — Mas tudo bem, eu vou ficar bem, só preciso ficar longe do esta noite.
Em plena véspera de natal amiga? — questionou Nalla — , você não pode ficar sozinha no natal.
— Estarei com a Annia até a noite, depois eu digo ao para me buscar. — ela respirou fundo.
Tem certeza?
— Sim.

encerrou a ligação e manteve o celular em sua mão. Esperou por alguns minutos até que Annia parou com seu carro em frente ao ponto de ônibus em que a amiga a aguardava. Após um abraço caloroso e acolhedor, ambas seguiram. se sentou no sofá da sala minutos depois e manteve seu olhar na lareira. Annia lhes preparou uma xícara generosa de chocolate quente e se sentou ao seu lado. A viúva das amigas se perguntava se iria ou não puxar conversa para descobrir o que acontecia.

— Está mesmo tudo bem, ? — iniciou.
— Sim, eu estou bem, só preciso ficar um pouco sozinha. — tomou um gole do chocolate — É só um breve momento ruim.

Não era exatamente um breve momento ruim, porém acreditava que tudo ficaria bem no dia seguinte. Annia teve a ideia de colocar um filme natalino da Netflix para passar, porém na metade dele se sentiu entediada e pediu para se deitar no quarto de hóspedes. Após um cochilo profundo e nada rápido, ela sentiu uma estranha presença ao seu lado. Seu corpo estremeceu ao identificar com precisão o perfume de seu marido e o toque suave que ele tinha. 

Somente , te todos os relacionamento que ela já teve, somente ele sabia tocá-la de uma forma que a mesma se rendia totalmente a ele. Isso a lembrou na primeira vez que ficaram juntos. Foi proposital ter usado a camisinha que ganhara dela no amigo oculto, foi a primeira que utilizou e todas as outras com ela também. sempre foi a mulher que ele desejava para vida inteira, e jamais deixaria que uma infeliz briga com sua mãe, os atrapalhasse.

— O que faz aqui?! — sussurrou ela ao sentir seu braço a envolver, puxando seu corpo para perto dele.
— Achou mesmo que a deixaria sem mim neste natal? — sussurrou ele de volta — Annia me ligou e disse que estava aqui.
— Deveria ter vindo amanhã à noite. — se remexeu e erguendo de leve seu corpo e olhou — Não queria que me visse assim.
— Sua boba. — ele pegou em sua mão e entrelaçou seus dedos — Hoje é natal, ainda sou seu holidate.

Ao brincar, ele arrancou alguns risos dela com facilidade. ainda não entendia como havia lhe conquistado da forma mais sutil e silenciosa. Ao longo dos anos de faculdade ela se concentrava nos estudos e em conhecer caras mais velhos para enfim ter um relacionamento sério. Quem sabe se casar. Porém, sempre que havia um feriado, a única pessoa com quem se imaginava estar era ele, . O sentimento entre ambos crescendo e a ansiedade por vê-lo no próximo feriado se tornou frequente. O que resultou em um inesperado pedido de namoro, após a conclusão de seus estudos na universidade e o seu ingresso em uma companhia de dança da Broadway.

— Eu te amo, . — sussurrou ele, ao acariciar sua face — Com ou sem filhos, eu te amo e não abro mão de você.
… — ela tentou argumentar como das outras vezes.

Porém, foi mais rápido que ela e iniciou o beijo intenso que fazia o corpo de arrepiar. Nada como as investidas maliciosas do seu marido, para que todos os problemas e angústias fossem esquecidos. Claro que sabia como deixá-la totalmente indefesa a ele, e sedenta por mais de seu amor. Em suas próprias palavras, a noite que se iniciou em desavenças e lágrimas, terminou em chamas e calor entre o casal mais intenso do grupo de amigas. Tanto que nem mesmo se deu conta que sua amiga havia saído sem que eles percebessem.

Após o café da manhã sensualmente preparado por seu marido, que sabia como reduzi-la vestindo um simples avental, se lembrou de ligar para a amiga e saber como andavam as coisas em Malibu. Suas reações de surtos ao telefone deixaram intrigado sobre a conversa, porém o mesmo se mantinha somente observando a esposa andar de uma lado para o outro com o celular no ouvido e mexendo em seu cabelo. 

As notícias de Nalla e sua consumação do amor com a vizinho da casa ao lado, a deixou mais do que satisfeita e curiosa para saber em detalhes sobre a noite. Sua mente fértil de iniciante a fanfiqueira já começou a imaginar como havia sido a noite da amiga, depois de tanto tempo sem sentir o toque de um homem. Ela suspirou forte ao se lembrar das inúmeras fanfics restritas que já havia lido e logo um desejo tomou conta de seu corpo. Seu olhar voltou-se com precisão para , com o coração começando a acelerar.

— Que mulher insaciável. — foram as únicas palavras que ele conseguiu sussurrar em seu ouvido.

E sim, era mesmo insaciável quando se tratava de seu marido. O que fazia com que seus momentos íntimos fossem ainda mais intensos e maliciosos.

--

— E o que mais? — o olhar brilhante de continuou curioso.

Por um pedido em tom de ordem, ela e Nalla, se mantinham em um banco do Central Park, formalizando um dia do sorvete. não se continha de curiosidade em saber mais sobre sua fanfic em tempo real, afinal, ela torcia pela felicidade da amiga, nos braços daquele homem maravilhoso que era seu vizinho.

— Como assim o que mais? — Nalla a olhou sem entender.
— Ai Nalla, só isso de expectativas? Fala mais... O Sebastian foi ao estilo mais calminho ou mais bruto? Foi selvagem? Como é a pegada dele? Conta tudo!
, eu não vou contar mais nada a você. — disse ela, voltando seu olhar para o sorvete que já derretia em minha mão.

As bochechas coradas de vergonha de sua amiga, eram visíveis. O que deixava ainda mais curiosa e brincalhona.

— Ah, vai contar sim. — seu tom ficou mais sério.
— Amiga, você não consegue entender a confusão que está na minha cabeça agora. — Nalla suspirou fraco — Ter me permitido ficar mais íntima dele só me deixou ainda mais agoniada e preocupada.
— Por que? Ele te ama, você ama ele… Você ama ele não é? — seu olhar ficou sério.
— Eu sei que tenho sentimentos por Sebastian, mas… Ainda tenho medo de me machucar de novo, de confessar isso, de me tornar dependente e vulnerável a ele como fui do Carl. — ela explicou seus temores num tom mais calmo.
— Você quer comparar os dois? Nalla, o Sebastian é maravilhoso, tudo que você precisava e o mais louco, sua mãe aprovou ele, não tem como dar errado. — argumentou com precisão.
— Eu também achei que Carl era o homem da minha vida. — retrucou Nalla.
— Você está caçando motivos para sofrer isso sim, além do mais, metade das pessoas que conhecemos não gosta do Carl e achava que você era mulher demais para ele. — continuou , com propriedade.
— Eu só não quero mais me machucar , só isso. — disse Nalla, dando um sorriso fraco.

Por mais que a amiga não quisesse preocupá-la, não conseguia deixar de se preocupar. Ela sabia que Nalla tinha uma péssima mania de fazer escolhas erradas e acabar sofrendo no final, e já temia por isso. Se a vida era tão simples, qual o motivo de se complicar. O vizinho sem dúvidas era a melhor escolha para a vida de Nalla. Porém, manteria suas considerações para si e apenas apoiaria a amiga como sempre.

Após uma longa conversa no Central Park, principalmente sobre o futuro de ambas. revelou a amiga que pensara muito sobre fazer um curso de dança mais especializado em coreografias, a área em que sempre ambicionou trabalhar. 

Os dias se passaram, um novo ano entrou em sua vida. E como havia passado o ano novo em uma cirurgia, resolveu lhe fazer uma visita surpresa na sala de descanso dos funcionários. Surpreendente mesmo foi ver a disposição de seu marido mesmo após uma estressante cirurgia de 9 horas, quando se tratava de sua esposa e dos momentos íntimos dos dois, em qualquer lugar não a decepcionava.

— E não acredito que ainda terá que ficar aqui por mais quatro horas. — resmungou assim que eles saíram discretamente da sala de descanso.

Ela estava vestindo o jaleco dele, como se fosse a própria cirurgiã saída de Grey's Anatomy. Não era novidade para ninguém daquele hospital, as inúmeras visitas de surpresa de , que resultava no desaparecimento do dr. Tenebrae por horas. Tanto que uma vez lhe causou uma dor de cabeça, por não ter participado de uma cirurgia importante. Mas claro que por ser o filho do melhor amigo do chefe do hospital, algumas exceções podem ser abertas para ele.

. — ele segurou em sua mão no meio do hall da recepção do hospital, atraindo a atenção de todos — Não faz isso, sabe que tenho que completar essas horas para finalmente ter minha especialização em neuro.
— E depois quando tiver? Qual será a desculpa da vez? — ela colocou a mão na cintura o olhando séria.

Quando fazia aquela pose, significava que era algo muito sério. Ela voltou discretamente seus olhos para uma das residentes. Já havia percebido o olhar de muitas funcionárias para seu marido, e loucamente de funcionários também. Claro que por ser bonito, charmoso e atraente, era considerado o dr mais cobiçado do hospital. Entretanto, o intocável. E já logo vemos de onde sai as visitas de surpresa de sua esposa. Não somente para saciar seu desejo pelo marido, como também para mostrar quem mandava naquele território chamado Tenebrae.

— Não terá desculpas. — ele tocou em sua face, fazendo-a olhá-lo novamente — Pare de dar vazão a coisas que não existem, este médico só pertence a uma paciente.
— Hum… — ela deu de ombros, tentando ignorar suas palavras.
— Não foi fácil te conquistar , acha mesmo que me darei o luxo de perdê-la? — ele a pegou pela cintura aproximando-a mais — Eu te amo, .
— Me prove. — ela olhou para o lado e encarou as residentes que ainda os olhavam — De novo.
— Com prazer. — sorriu de canto e a beijou com intensidade ali no meio de todos.

Ele não se importava em fazer isso e muito menos . E com o coração acelerado e o corpo estremecido, o olhar dela se manteve nele com mais desejo ainda.

— Me espere à noite, que termino o que comecei. — sussurrou ele com firmeza e convicção.
— Se não fizer eu cobro. — ela sorriu de canto.

afastando-se dele e com toda superioridade de esposa amada e satisfeita, deixou o hospital. Ao chegar em casa, ansiosamente esperou o passar das horas, para que seu sonho de marido chegasse do hospital e finalmente suas palavras se concretizassem. Uma promessa que teve o prazer de vê-la se cumprir ao longo da noite mais calorosa do casal, e a primavera nem havia chegado ainda.

— Que sono. — resmungou ela ao aparecer na porta da cozinha e ver seu marido preparando o café da manhã deles.
— Porque não ficou mais na cama? — perguntou ele, ao terminar de preparar as torradas e a olhar — Se está cansada.
— Não estou cansada, estou com sono… — ela se aproximou dele e pegando uma torrada deu uma mordida — É diferente uma coisa da outra.
— Sei… — ele manteve o olhar sério a observando.

Ela continuou mordiscando a torrada de forma sedutora para ele. Que segurou o riso, mas estava achando interessante seus movimentos atraentes.

— E falando de outra coisa. — ele segurou em sua cintura, mantendo o olhar fixo nela — Quando começa seu curso?
— Na última semana do mês. — respondeu ela — Vou me empenhar bastante nisso, pois é o que quero trabalhar no futuro.
— E terei um espaço na sua agenda quando for a melhor coreógrafa do país? — ela lançou um olhar enciumado.
— Sempre terei tempo para o meu cirurgião favorito. — ela lhe deu um selinho — Vamos tomar café? Estou morrendo de fome.
— Vamos, senhora Tenebrae. — assentiu ele com um sorriso suave no rosto.

Assim como sua amiga Nalla havia feito escolhas causando mudanças drásticas na vida, também tinha suas transformações. A primeira delas foi a redução da carga horária na escola de dança, para se dedicar mais ao curso de aperfeiçoamento. Sua rotina começou a ficar complicada e confusa. Organização nunca foi seu forte, apesar de ser extremamente disciplinada quando o assunto era a dança. Contudo, brincava sempre dizendo que , era seu lado organizado na vida. 

Algumas semanas se passaram. 

Numa sexta-feira chuvosa, ao retornar do seu plantão no hospital, se deparou com sua esposa com um olhar caído e triste. Era estranho vê-la assim, principalmente após lhe enviar uma mensagem calorosa dizendo estar com saudades do marido. Todavia, ele a conhecia muito bem, para saber que a mudança de humor repentina da esposa era algo extremamente hormonal que lhe causava uma carência ao extremo. O esforçado dr. Tenebrae nunca entendera tanto sobre TMP, como depois de se casar com ela. Já havia decorado e decifrado todas as mudanças de humor, olhares e expressões de sua esposa. O que o fazia um especialista no quesito entender .

Essa era uma de suas muitas qualidades listadas por ela. E que até hoje continuava procurando defeitos no marido. O engraçado, é que até seus defeitos ela havia listado como uma qualidade. E ter um forte poder persuasivo sobre ela era um deles. Sem perguntar nada, apenas lhe deu um beijo no rosto e seguiu para o quarto. Após um banho quente e revigorante, deixou a mulher deitada na cama, com o olhar apático para o celular. estava vendo um filme triste que selecionara na Netflix. 

— Lá vamos nós de novo. — sussurrou ele ao abrir a geladeira e retirar a caixa de leite.

sabia o que deveria fazer para pelo menos proporcionar sua esposa mais aconchego. Ao pegar os demais ingredientes no armário, começou o preparo de sua receita infalível de brownie. Algum tempo depois, quando finalmente retirou do forno a forma quente, ele apenas retirou o avental do corpo e retornou ao quarto. 

se mantinha concentrada, agora lendo uma fanfic que acompanhava há dois meses. Foi um susto e estranheza para , quando sua esposa lhe contou que conhecera o mundo das fanfics, mais ainda nos momentos aleatórios em que lhe contava os trechos picantes e detalhados de algumas restritas. Não fora somente uma vez que ela sugeriu ao marido para repetirem coisas que ela lia, mas por várias vezes assentiu a ler juntamente com ela essas partes e em algumas histórias lhe explicar o fato de ser impossível coisas daquele tipo serem feitas humanamente falando. 

— Ok, chega disso. — disse ela ao retirar o celular de sua mão repentinamente e lhe puxar as cobertas.
?! — ela o olhou frustrada — Eu estava chegando no ápice da noite de amor dos pps.
— Que se dane a noite de amor do pps, fazer comigo sempre foi mil vezes melhor do que ler isso aí. — ele a pegou no colo, deixando-a estática — E somente eu sei do que você gosta e de como você gosta.
— E o que está planejando fazer?! — perguntou ela de forma presunçosa — Não estou com vontade de fazer nada.
— Eu sei, sei muito bem do que precisa agora. — assegurou.

Sem mais argumentos, pois aquele já era mais do que suficiente, a levou para sala e seu colou, juntamente com o cobertor. Mesmo sendo primavera, o céu se manteve nublado todo o dia, e com a chuva no final da tarde, um friozinho se instaurou no final do dia. a deixou no sofá e a cobriu com carinho. permaneceu em silêncio apenas observando os movimentos precisos do marido. Após desaparecer por alguns minutos na cozinha, ele retornou com um prato com três grandes pedaços de brownie acompanhados de duas bolas de sorvete de creme.

— Obrigado. — disse ela após pegar o prato das mãos dele.
— Hum, de nada. — ele se sentou atrás dela no sofá, colocando uma almofada para que ela se aconchegasse encostando-se nele.
— Você realmente sabe do que preciso. — brincou ela ao saborear o primeiro pedaço do seu brownie.
— Eu sempre sei. — confirmou ele, sorrindo de canto.

pegou o controle e ligou a televisão. Era a hora da maratona Friends. A série favorita de , e se isso não desse certo, sessão Avengers para matar sua saudade do Tony Stark. Algumas horas depois, ainda ponderando em mencionar um assunto que lhe tomou os pensamentos durante a semana, seu o primeiro passo.

— Eu conversei com meu pai sobre aquele assunto. — disse ele.
— Qual deles? Você e seu pai tem vários assuntos. — comentou ela, mantendo o olhar na televisão.
— O nosso assunto. — respondeu ele.
— Sobre a adoção? — ergueu seu corpo e o olhou — Você disse que não diria a ninguém até que eu pensasse sobre isso .
— Você tem a Nalla para desabafar, eu tenho o meu pai. — argumentou ele — Ele prometeu que não diria nada à minha mãe.
— Conhecendo-a bem, ao saber sobre isso certamente tentaria me humilhar ainda mais. — reforçou sua opinião.
. — ele a olhou com carinho — Esqueça minha mãe, você se casou comigo e ela já sabe que se ousar te ferir novamente, esquecerei que ela é minha mãe.
— Eu ainda não sei o que pensar sobre isso . — confessou ela — Já foi complicado aceitar ter filhos, mais complicado ainda saber que não posso… Agora voltar a pensar no assunto, adotar é algo complexo, não se trata somente de nós dois, mas de outra vida.
— Sim, por isso deixei essa decisão com você. — ele sorriu de leve, mantendo o olhar sereno — Seja qual for sua decisão, sei que seremos felizes agora e no futuro.
— Como pode ter tanta certeza? — ela manteve-se um pouco descrente.
— Porque eu te amo e você me ama. — assegurou ele.
— Quem te garante que eu te amo mesmo? — brincou ela.
— Seu olhar… — ele a puxou para mais perto, sussurrando em seu ouvido — E seu corpo quando falo assim.

Não precisava mais nada, já havia entendido o recado de seu marido com o acelerar do seu coração.

Ela sabia que adotar uma criança seria um grande passo em suas vidas. Se estava preparada para ser realmente mãe de alguém que não tivesse seu sangue e do marido, ela não sabia…

Mas em seu coração, uma ponta de desejo se acendia com leveza.

Creio em você
E neste amor
Que me fez indestrutível
Que deteve minha queda livre. 
- Creo en Ti / Reik

Amor: o sentimento mais imprevisível do mundo, e mais intenso também.” - by: Pâms



FIM!?



Nota da autora:
Eis aí meu presente de natal e ano novo para as leitoras de Moonlight, a spin-off tão pedida da vida da Sophie. Espero que tenham gostado!!
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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