Beauty and the Beast
Nottinghamshire, inverno de 1850
Todos os preparativos já estavam sendo concluídos, com a ajuda da senhora Poppy nossa recepção de ano novo seria de causar impacto. Exatamente ao estilo . Nossa escolha inicial seria a Wincher Hall em Londres, porém transferimos para o castelo que adquiriu para seus pais, em Nottinghamshire.
— Está tudo bem? — perguntou ao se aproximar de mim.
— Sim. — mantive meu olhar para a janela, observando a movimentação dos criados organizando as mesas no jardim da frente.
— Pensativa. — ele envolveu seus braços em minha cintura e beijou meu pescoço de leve — Se não estiver confortável, podemos cancelar.
— A menos de sete horas da comemoração? — o olhei surpresa por suas palavras — Seus convidados da América?
— Basta apenas pedir. — assegurou ele.
Eu sabia que todos os meus pedidos sempre seriam atendidos à risca por ele, mesmo que isso lhe custasse algo em seu trabalho.
— Não. — voltei meu corpo em sua direção e o olhei — Eu ouvi quando disse ao Lee que este banquete renderia-lhe muitos negócios nos Estados Unidos.
— Você já fez muito por meus negócios…
— Nossos negócios. — o corrige com delicadeza ao sorrir de leve, permanecendo com o olhar suave — O que é seu, é meu, é o que sempre diz.
— Minha esposa se tornou uma burguesa? — brincou ele sorrindo de canto.
Vi uma ponta de orgulho em seu olhar.
— Talvez, pela convivência com o melhor burguês de Londres, ou melhor, do mundo.
Seu olhar intenso sobre mim, fazia-me sentir a cada vez mais seus sentimentos sinceros e arrebatadores por mim, e agora ainda mais a gratidão por minha ousadia em ter lhe representado no momento de sua recuperação da exaustão. Foram dias complexos e tortuosos, em que me deparei com o desgaste físico e emocional que os negócios de causavam-lhe.
Provei de suas frustrações, porém ao mesmo tempo tive o prazer de estar ainda mais próxima do meu marido e transmitir-lhe momentos ainda mais alegres.
— Terei que me retirar agora. — anunciou ele — Buscarei meus convidados no centro comercial.
— Estarei aqui a sua espera me aprontando.
Ele deu um beijo de leve no topo de minha testa e se retirou. Permaneci por alguns minutos observando o movimento no jardim, até que a criada bateu na porta e anunciou que a senhora Poppy solicitava minha presença na cozinha. Eu havia deixado a maior parte da organização em seu controle, por ter bem mais experiências que eu.
— Algum problema senhora Poppy?! — perguntei ao me aproximar dela.
— Estou em dúvida quanto à sobremesa, não sei qual opção escolher, e quero que veja a disposição das frutas na mesa central do jardim. — ela parecia um tanto ansiosa e eufórica ao mesmo tempo, como de costume — Receio que não tenha ficado do seu agrado.
— Minha sogra, tenho certeza que ficou, és mais experiente do que eu em recepcionar essas festas que promove. — sorri de forma graciosa, olhando-a com gratidão — Sinto-me grata por sua ajuda com os preparativos, não conseguiria sozinha.
— Todo o meu carinho por vós, é reflexo do seu amor por meu filho, não imaginas o quão bem faz ao meu anjo. — ela sorriu de volta.
— Acredite, meu amor por ele nasceu do amor dele por mim. — disse com franqueza.
— Isso me alegra, você trouxe um brilho único para os olhos do meu anjo. — ela suspirou — Então, o que faremos com a sobremesa?
— Sabes que não limita recursos em suas recepções, então deixe as três opções elas me parecem bem degustativas. — respondi voltando meu olhar para as bandejas de cristais com os manjares.
A senhora Poppy me deu o braço e me guiou pelas partes do castelo mostrando a decoração final que escolhera, dentre as opções que o decorador havia nos dado. As horas foram passando e Sophie me ajudou a aprontar-me. A pedido do meu marido, minhas vestes foram o vestido de seda chinesa rosa pastel com bordados de fios de ouro em forma de arabescos, seu mais novo presente de viagem; acompanhado do sapato que comprei na última viagem a Paris.
No momento em que desci as escadaria principal que levava ao grande salão, avistei rapidamente meu marido bem ao centro conversando com alguns nobres de Liverpool, que haviam sido convidados, Ulrich estava entre eles obviamente. Como era de se esperar, o olhar de já estava direcionado para mim, era visível e notório, algo profundo e intenso que fazia qualquer pessoa acreditar que havia anos que ele não me via.
Aos poucos fui percebendo outros olhares vindo em minha direção, a dos convidados, tanto os cavalheiros quanto as damas, o que me deixou um tanto constrangida.
— Está ainda mais bela. — elogiou ao parar em minha frente.
— Sinto-me um pouco envergonhada pelos olhares, mas feliz por ter gostado.
— Olhe somente para mim, e não notará os outros ao nosso redor. — aconselhou.
— É assim que faz? Comigo? — indague.
— Independente do momento, meu olhar sempre estará em sua direção. — sua voz segura e firme.
Meu corpo se arrepiou de imediato, seguido por uma aceleração em meu coração. Talvez eu jamais consiga me acostumar com a intensidade do seu olhar em mim, mas já conseguia interpretá-lo em alguns raros momentos, de forma bem superficial.
— Precisamos dar atenção aos nossos convidados. — eu disse.
— Minha vontade agora era de expulsá-los e ficar somente com você.
— Disponho deste mesmo pensamento. — sussurrei de volta.
Rimos baixo como se fôssemos duas crianças tramando alguma travessura, então ele segurou em minha mão e me guiou até o grupo de senhores americanos.
— Senhores, gostaria de apresentar-lhes a senhora Winchester. — anunciou .
— É um prazer conhecê-los. — os cumprimentei fazendo uma breve reverência.
Assim que trocamos os cumprimentos, eu me afastei dos senhores e segui em direção para onde Margareth e Freya se encontrava conversando com outras senhoras.
— Aqui está ela, senhora Winchester. — disse Freya com aquele seu jeito debochado, mas com um sorriso amigável.
Felizmente tínhamos superado bem nossas indiferenças há algum tempo.
— Eu estava com saudades. — Marg veio ao meu encontro e me abraçou — Paris ficou mais vazia sem você.
— Ahh… — sorri para ela retribuindo o abraço.
— Onde está seu marido? — perguntei curiosa por não vê-lo ainda.
— Pierre não pode vir graças a alguns assuntos familiares relacionados a irmã dele. — respondeu ela com uma ponta de frustração.
— E o pequeno príncipe? — perguntei me referindo ao filho deles.
— Com sua preletora em algum lugar brincando com a prima.
— Estão aprontando, com certeza. — Freya riu.
— E como foi a vinda de vocês? Como estão as coisas em Liverpool? Paris? — as olhei.
— Tranquilo a silencioso. — contou Freya.
— A minha foi monótona. — reclamou Marg — Nunca imaginei que a vida de casada pudesse ter momentos entediantes.
— Verdade. — concordou Freya.
— Falem por vocês. — tentei sussurrar sem sucesso.
— Ah , todos nós sabemos que você é uma regra a exceção. — explicou Freya.
— Aproveitando a deixa, preciso comentar sobre seu vestido. — continuou Marg — Ele está roubando a atenção de todos nesta festa.
— Presente do . — comentei — Ele voltou de uma viagem a Xangai com este vestido embrulhado em um pacote dentro de uma caixa de uma madeira nobre.
— Ainda faz questão de falar em detalhes. — Freya deu de ombros — Não me deixe mais frustrada ainda.
— Desculpe-me.
— Eu aposto que esse presente foi proposital. — Marg alisou de leve o tecido — O senhor Winchester adora mostrar seu poder de forma sutil.
— Tudo que faz é proposital. — assegurei.
Voltei meu olhar para a direção em que meu marido estava, um forte suspiro saiu involuntariamente de mim ao me deparar com seu olhar em mim, enquanto conversava com os senhores americanos.
- x -
— ?! — peguei-me surpresa assim que ele pegou em minha mão e saiu a me guiar pelo jardim. — Para onde estamos indo?
— Você verá. — respondeu ele com seu jeito misterioso.
— Mais uma surpresa? — perguntei inocentemente.
Ele sorriu de canto e parando me olhou com carinho, o que me deu a entender que a resposta era positiva. Continuamos o caminho até chegar na entrada da torre leste, aquela parte do castelo estava em reforma há alguns meses e eventualmente interditado. Inicialmente pensei que entraríamos, porém desviamos para uma trilha ao lado e seguimos por entre alguns arbustos altos, o caminho parecia como um labirinto, até finalmente chegar a uma estufa totalmente de vidro.
Nunca havia visto uma construção assim, diferente e ao mesmo tempo bela, conseguia ver nitidamente os objetos e vasos de camélias no seu interior. Ao entrarmos, logo o aroma das flores se percebeu residindo no ambiente.
— É tão lindo. — disse num tom baixo, enquanto contemplava o lugar.
Senti meus olhos brilharem.
— O que mais achou, além de lindo? — ele soltou minha mão e fechou a porta da estufa.
— Não consigo encontrar palavras para descrever. — voltei meu olhar para ele — A cada dia você consegue me surpreender ainda mais.
— Fico feliz que tenha gostado. — ele manteve a suavidade no olhar e sorriu de leve.
Em instantes o show de fogos se iniciou, era uma surpresa dele para os convidados, em celebração da passagem do ano.
— Que lindo. — sussurrei novamente.
— Feliz ano novo. — disse ele ao me abraçar por trás segurando em minha cintura — Preparei este momento para você até mesmo os fogos.
— Mas não era para os seus convidados? — novamente minha ingenuidade.
— Eles apenas se beneficiariam do momento, mas não totalmente. — respondeu.
Mantive meu olhar para o alto, vendo o céu receber todo aquele brilho colorido. Uma sensação boa passou por meu corpo, então voltei minha atenção para ele e nossos olhares se encontraram, na intensidade do dele, seu amor era transmitido com clareza e facilidade. Não precisava nem mesmo das palavras, nunca precisou, desde o momento em que o vi pela primeira vez no dia do nosso casamento.
— …
— Eu te amo. — disse ele me interrompendo.
Sorri de forma automática e espontânea, já perdida naquele olhar envolvente que só meu marido conseguia transmitir. Não contive-me no anseio por um beijo seu e antes que ele pudesse se aproximar, meus lábios involuntariamente foram de encontro aos dele. Logo senti meu coração disparar com o toque de suas mãos em meu corpo, me envolvendo em seus braços.
Internamente senti-me aquecida, me entregando a cada segundo. Como sempre, conseguia fazer-me perder a noção do tempo e espaço, como se o mundo ao nosso redor não existisse e houvesse somente nós dois no infinito e nosso intenso amor.
Ali eu era amada, desejada e estava segura. Mesmo que não houvesse nenhum toque ou palavra, seu olhar já me demonstrava tudo isso.
“Eu sei que ele me ama, porque é tão óbvio
Eu sei que ele me ama porque em mim ele confia
E ele sente minha falta, se não está me beijando
E quando ele me olha, seus olhos castanhos mostram sua alma.”
- Brown Eyes / Destiny's Child
“Olhar: As mais belas frases de amor, são ditas no silêncio de um olhar. (Paulo Coelho) - by: Pâms
The End...
Finalmente consegui escrever essa fic, aos 45 do segundo tempo peguei para ajudar no resgate e só tinha uma semana pra enviar e nem sabia o que escrever até ler a letra da música e só consegui pensar nesse casalsão lindo de BatB, quem leu já sabe o carinho que tenho por essa história e pelo Sebastian, o marido que todas querem ter! Espero que tenham gostado dessa spin-off curtinha e também matado a saudade deles. E quem não leu, convido a ler o conto e a longfic. Bjinhos...
By: Pâms!!!!
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*as outras fics vocês encontram na minha página da autora!!