Finalizada em: 05/12/2018

Capítulo Único

O homem empurrava o pedal da motocicleta para baixo ao estacionar nos fundos do prédio que aparentemente estava vazio, já que só havia um carro em seu estacionamento, carro esse que reconheceu sem dificuldades. Não depois de muitos passos de onde havia parado existia uma floresta relativamente extensa, guiando diretamente as dunas do local que antecipavam a praia deserta e particular, reservada para o treino de agentes da força especial.
E foi exatamente lá onde o entrou com passos preguiçosos, com um enorme desgosto interno de não poder simplesmente ir de moto até onde sabia que encontraria a garota. Foram bons dez minutos de caminhada pela trilha formada no meio das árvores quando começou a ouvir os estopins e a poder seguir tal barulho, sabendo quem iria encontrar no fim do caminho, e podendo finalmente observá-la na pequena planície entre alguns galhos e mata fechada após mais alguns passos, que continuaram sorrateiramente até conseguir ficar parado atrás da noiva.
― É aqui que você está todos esses dias? ― fora assim que resolvera chamar a atenção da mulher, o que não fora uma escolha inteligente já que a ela estava armada e rapidamente virou para trás, apontando o revólver na direção de sua testa. Ele, porém, manteve o semblante tão calmo quanto antes, com a certeza de que ela não faria nada.
― Você me assustou. ― o peitoral de subia e descia num ritmo acelerado enquanto ela cerrava os olhos em direção ao mais alto, mantendo a posição de seu braço.
― Não está mais reconhecendo minha voz? ― aquilo era bem mais uma provocação do que qualquer outra coisa, mas não era como se a fosse perceber o sorriso de canto do garoto de qualquer forma. Não quando estava tão eufórica com a intensidade de seus exercícios.
― Você sabe que não enquanto estou em treinamento. O que você está fazendo aqui? Eu já te avisei que é perigoso. ― finalmente a respiração da mulher parecia começar a se acalmar aos poucos e ela abaixava a arma de fogo em direção ao chão, levando a outra mão até a entrada de munição para retirar a mesma e deixá-la cair entre a grama alta.
― Faz algum tempo que você não aparece. ― respondeu normalmente, mas um pouco de suor começava a se acumular em sua testa pelo calor da jaqueta de couro combinada com o leve sol que fazia por ali. ― Sei que está ocupada com as missões da Narcóticos e os treinamentos, mas…
― Sentiu minha falta? ― o sorriso convencido de que surgiu assim que ela guardou a arma no coldre em seu quadril era sim algo que ele estava acostumado, e não a postura séria e centrada que a noiva assumia enquanto segurava o instrumento mortal.
― Talvez. ― a resposta de claramente não fora satisfatória para a mais baixa que lhe olhou feio por alguns instantes, o observando recostar no tronco de uma das enormes árvores cravadas de alvos e balas.
― Eu sei que não ando conseguindo te dar a atenção que você merece. ― a agente cruzou os braços em frente aos seios com uma expressão chateada ao citar o que estava acontecendo nas últimas semanas. ― Mas não gosto que você venha até aqui. Nunca se sabe quando não serei eu quem você vai encontrar depois das árvores.
― Eu sei, mas parece que aqui é o único lugar que eu tenho certeza que vou te achar. ― suprimiu o suspiro que quis sair quando iniciou aquele assunto. Não queria que ela se sentisse mal por aquilo, mas também não podia deixar de sentir falta de vê-la.
― Eu te disse, . Você sabe que o teste está chegando, eu preciso me esforçar. ― ela, porém, não se importou em suspirar, indo até uma pequena mesa de madeira improvisada com um tronco caído e duas raízes para começar a guardar suas armas. Não podia mentir que, às vezes, achava que estava seguindo uma loucura que não valia a pena e que seria mais fácil se simplesmente desistisse e se focasse em e em seu casamento. Na verdade, de vez em quando, era o que mais queria. Mas não podia deixar a profissão que amava pelo homem que amava.
― Você sempre se esforça demais quando os testes chegam perto. Isso me preocupa. ― se aproximou tranquilamente de onde ela estava, observando a infinidade de tipos de armas brancas e de fogo que ela estava treinando antes de chegar. ― Eu sei que é o seu sonho, mas não se force. Você precisa estar saudável para conseguir dar seu melhor.
A verdade é que tinha sorte de ter em sua vida. Ele era tudo o que sempre quisera, e, além disso, compreendia completamente sua necessidade de se ausentar para missões e todo o perigo que a rondava constantemente. Por mais que ele sentisse falta e de vez em quando reclamasse, lhe apoiava e incentivava como mais ninguém, deixando claro que nunca podia desistir.
― Eu vou tomar cuidado. Não se preocupe. ― ela ergueu a cabeça ao fechar todas as bolsas de couro, sorrindo para o homem que sentou na mesa improvisada próximo a si.
― E como foi sua última missão? ― ele perguntou genuinamente curioso. Às vezes, tinha a impressão que para o seu trabalho era como um jogo de videogame. E escutá-la contando sobre ele era como ouvir sobre o mais novo lançamento. ― Fiquei sabendo que fez um sucesso no seu departamento e que foi perfeita. Estava esperando pra te dar os parabéns.
, aquele fofoqueiro… ― ela arregalou os olhos, se aproximando do mais alto que lhe puxou para colocá-la entre as suas pernas e colar seus corpos, abraçando sua cintura de forma lateral.
― Eu preciso ter informações de algum jeito… ― soltou uma risadinha, aproveitando para sentir o cheiro doce que exalava dos cabelos presos em um rabo de cavalo para não atrapalhar a visão da mulher na hora de atirar.
― Bom, ele deve ter te contado o bastante, mas a missão não foi perfeita. ― falou um pouco emburrada, não gostando muito de ouvir aquilo. ― Nós encontramos a base do chefe dos traficantes, aquele que eu havia te dito, que estamos na cola já há algum tempo. ― aproveitou para se aninhar no peitoral de , praticamente sentando em sua perna e apoiando-se nele. ― Estávamos fazendo uma missão de reconhecimento do território, mas o acabou indo longe demais e foi detectado, então tivemos que entrar em combate. Estávamos em uma equipe pequena, então foi difícil… Ele conseguiu fugir, mas prendemos alguns capangas e confiscamos uma boa quantidade de droga. ― sua respiração pesou, como se estivesse outra vez naquela situação péssima. ― A missão não foi perfeita porque eu tive que matar uma mulher. Era ela ou o , então eu não pude hesitar.
sabia o quanto detestava aquelas situações, e detestava ser obrigada a tomar uma decisão daquelas. Ela julgava que não tinha o direito de tirar a vida de ninguém, e apenas puxava o gatilho para matar quando a situação saía completamente do controle. Parabenizá-la pela missão ter sido um sucesso, na cabeça da , era parabenizá-la por ter matado. E era por isso que aquilo a estava incomodando tanto.
― Você não teve escolha, . ― tentou consolá-la, levando uma das mãos até o elástico que prendia os cabelos da noiva e os soltando para brincar com os fios. ― Foi necessário, não foi sua culpa.
― Eu sei, é só que…
― Eu sei o que você pensa, que é uma atitude muito extrema que você não acha que tem direito de tomar. Mas, existem situações que você não tem opção. Infelizmente, existem pessoas que traçam seus destinos conforme as escolhas que fazem. Eles estavam indo contra as leis, , e você estava cumprindo a sua obrigação. ― apoiou o queixo no ombro da menor, observando-a assentir com a cabeça calmamente, como se tentasse aceitar que aquelas palavras estavam certas.
― Obrigada, . ― se virou na direção do homem, envolvendo o pescoço dele com seus braços e beijando sua bochecha de forma demorada. ― Eu senti sua falta.
― Eu também senti a sua falta. ― apertou-a mais contra seu corpo, sentindo-se confortável com a mulher em seus braços. Como se estivesse, finalmente, em casa. Mas infelizmente, o que é bom não costuma durar por muito tempo. ― Eu vou ter que viajar esse fim de semana, mas não abuse demais só porque eu não vou estar aqui pra te vigiar, viu? ― anunciou com pesar, vendo-a assentir com a cabeça. Os dois estavam acostumados com aquela rotina, não era nada que os surpreendia demais.
― Eu vou. Toma cuidado você também.





Fim!



Nota da autora: EU AMO ESSA CENAAAAA, mas nunca tinha consigo achar fic nenhuma pra encaixar a bendita! Ela nasceu em 2015 em uma original minha que eu não postei em lugar nenhum, e posteriormente, esse ano eu tentei adaptar pra um ficstape que eu escrevi e foi quando ela ficou assim, mas no fim eu mudei o plot e retirei ela porque não combinava mais. Então no fim, chegamos aqui com ela sendo postada sem contexto mesmo só pra eu dizer que eu não supero pps de jaqueta de couro, moto e cara de ruim UAHUAHAUAHAUAHAA afff! Espero que vocês gostem dela tanto quanto eu gosto!<
always grateful,
xoxo ♥



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