Finalizada em: 19/03/2018
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Capítulo Único

andou sem fazer nenhum barulho em direção a cama e ficou parado, analisando o rosto da noiva que dormia tão serena e plena que sentiu um alivio em saber que a medicação finalmente tinha feito o efeito esperado e que ela estava descansando depois de um longo período acordada. Não era médico, mas tinha a experiência necessária para ficar contente ao vê-la respirar sem a ajuda de um aparelho, os batimentos cardíacos regulares no monitor que ficava bem ao lado da cama. O seu rosto estava pálido, os cabelos soltos e mantendo aquela distância ele conseguia enxergar facilmente como a garota conseguia ser fascinante mesmo estando em uma cama de um hospital. E nem em sete anos de relacionamento ele deixou de sentir o calor e a maneira desigual que seu coração batia sempre que ficava assim, tão próximo à ela.
Em toda uma vida, não imaginou que era capaz de sentir algo tão imenso como esse amor sem limites por uma garota. E hoje, sete anos depois, ele sabia exatamente como amar alguém incondicionalmente. Ele sabia que era a sua escolha, o seu único e verdadeiro amor. Aquele amor que ouvia falar em filmes, aquele amor que ele via na vida de outras pessoas e aquele amor que chegou em sua vida de uma maneira tão avassaladora que em poucos segundos aquele sorriso dominou seus pensamentos e a doçura daquela voz invadiu seu coração, não dando espaço para nenhum outro amor. Aquele amor ele só sentiu uma única vez e foi por ela que seu coração bateu daquela maneira. , sua paixão, seu amor e sua garota.
— E dorme que nem um anjo. — Ele disse tão baixinho com o olhar ainda preso ao rosto dela. tentava lidar com o fato de vê-la daquela maneira durante os anos e ele não soube exatamente em que momento suas esperanças chegaram quase no fim. — Lute, meu amor. Precisamos de apenas mais algum tempo. — Tempo, ele soltou um longo suspiro. dependia desse tempo para que seu coração lutasse e sobrevivesse a mais um dia, a mais uma cirurgia e a mais uma esperança e depois de três semanas a esperança surgiu de maneira rápida e intensa. Um doador de 23 anos vítima de um acidente de carro e um tempo de 24 horas para que ela entrasse no centro cirúrgico. O tempo novamente estava presente e hoje a luta era contra ele. O tempo para o procedimento, para a chegada do coração novo e para a esperança de que ela pudesse começar a viver novamente.
deu mais alguns passos em direção à cama e mentalmente pediu à Deus, que seu amor, sua vida e sua garota fosse forte e lutasse bravamente contra aquele relógio. Em algumas horas ela iria receber um coração novo, colocando um ponto final nessa luta de anos. iria finalmente começar a viver, correr, viajar e ser uma garota normal como todas as outras da sua idade. E, finalmente depois de anos, cogitar a ideia de marcar a tão esperada data do casamento Era tudo isso que ele queria e pedia à Deus em todas as suas orações e súplicas.
— Amo você tanto, amor. — sorriu como um bobo ao cair na real, percebendo que faltava bem pouco para esse casamento. Ali, bem diante de seus olhos estava a sua noiva. O seu amor, sua paixão e sua esperança. Pensou por alguns segundos se deveria acordá-la. Mas ao terminar de girar o corpo para a saída ela se mexeu na cama, abrindo os olhos.
ficou assustada ao deparar-se com , mas logo que esfregou os olhos percebeu que aquilo não era nenhum tipo de sonho, que ele realmente estava ali ao seu lado.
— Eu sai apenas algumas horas e você não me reconhece mais? — Ele riu, afagando o cabelo dela com os dedos. O sorriso em seus lábios surgiu e a garota muito fraca tentou um sorriso curto e breve. — Como você está, meu amor? Dormiu bem?
— Sonhei com você. — Ela disse tão fraca e com os lábios secos. já acostumado a cuidar dela pegou um copo com um pouco de água e delicadamente umedeceu os lábios da garota. — Ainda bem que você é real, já não aguentava mais de sede.
— Claro que eu sou real, bebê. — Ele foi carinhoso.
— Nos meus sonhos você parece mais bonito.
— Eu posso ir embora e deixar você continuar sonhando, ou então apenas ficar sentado dessa maneira, observando você pegar no sono e quando acordar, ainda notar que eu sou mais bonito pessoalmente. — soltou um longo suspiro e as palavras saíram de maneira clara e lenta. O olhar de estava preso ao seu rosto e ele não quis expressar outra reação a não ser um grande e enorme sorriso, demonstrando assim para a garota que a sua intenção era passar a noite toda ali ao seu lado. — Não quero desgrudar de você um só minuto. Tudo o que eu quero é ficar ao seu lado. — Ele sorriu novamente, agora dedilhando com as pontas dos dedos as bochechas da garota. — Nós só precisamos esperar 24 horas, o tempo nunca foi tão lento. — Frustrado ele olhou para o relógio na parede oposta. — Quero ir para a nossa casa. Nossa cama. Nossa sala e o nosso lugar longe do mundo.
— Eu também, amor. — Ainda fraca e com dificuldade para respirar, ela disse bem lentamente, mostrando o cansaço em sua voz. Logo suas pálpebras ficaram pesadas e ela precisou fechar algumas vezes, lutando contra o sono que surgiu inesperadamente. — Você pode ir descansar, eu vou ficar bem.
— Só quero garantir que o meu “bom dia” vai ser o primeiro que você vai receber quando abrir os olhos, amor. — Carinhoso e delicado, piscou para a noiva, deixando novamente o sorriso aparecer. Ela sorriu, lutando contra a vontade de fechar os olhos e entregar-se ao sono profundo que surgia cada minuto mais forte. — Amor, fique tranquila. Eu estou com você e nunca vou sair desse lugar, não sozinho.
— Não quero…
. — Ele chamou a atenção dela.
. — Ela respondeu na mesma altura, agora girando o pescoço para o lado que ele estava. — Deita ao meu lado? Eu estou com medo. — Os olhos dela estreitaram-se e aparelho que estava ligado ao seu peito soltou um alarme mais alto do que o normal. — Amor, por favor? Preciso de você.
— Claro, minha vida. — Rapidamente, ele concordou, ajudando a noiva ir mais para o lado, deixando uma parte da cama para que ele pudesse deitar. — Ok, eu só vou deitar caso você me prometa que vai descansar. Temos um acordo?
— Sim, só se… — Ela fez uma pausa, chamando-o com uma das mãos. — Quero dormir em seus braços. Nem que seja a última coisa que eu sinta, o seu toque, o seu cheiro e a maneira desigual que meu coração ainda bate por você.
— Vinte e quatro horas, precisamos aguentar firme. — Sorrindo, ele deu um passo em direção a cama, deitando ao lado dela com todo cuidado para não esbarrar em nenhum aparelho. Acariciou levemente as bochechas dela e daquela distância conseguiu sentir o cheiro do seu perfume por todo o travesseiro. Respirou bem fundo buscando fôlego e olhou diretamente para os olhos da garota, que agora estavam atentos para cada movimento que ele fizesse ou cada palavra que falasse. Ao ver o rosto dela corado o seu coração acelerou rapidamente na esperança que tudo fosse ocorrer como planejado nas próximas horas. Aquele contato com a noiva era a única maneira que ele conseguia transformar as horas em apenas alguns segundos. queria ser capaz de abraçá-la tão forte que nada e ninguém seria capaz de fazer-lhe algum mal. Nem aquela doença, nem qualquer outra coisa que existisse no mundo. Ela, sua mulher. Sua paixão e seu amor, deitada naquela cama lutando para que seu coração fosse forte e resistisse à todas aquelas horas.
, em que você acredita? Acha que realmente existe uma força maior e um Deus olhando por mim? — perguntou, ajeitando um pouco o corpo ao lado dele. acariciou levemente a bochecha dela e sem disparar os aparelhos teve muito cuidado o tempo todo. estava frágil, delicada e o seu coração a cada segundo lutando para bater no ritmo necessário para que ela aguentasse mais algumas horas.
— O que eu acredito? — franziu a testa, não compreendendo a pergunta da garota. O que ele acreditava? Qual o sentido daquela pergunta nesse momento? parecia não estar consciente e nem lúcida. Ela buscava algum tipo de resposta onde pudesse novamente conseguir sentir esperança e coragem necessária antes de entrar para a sala cirúrgica.
— O que você acredita, amor? — Novamente a mesma pergunta e dessa vez ela abriu e fechou os olhos rapidamente, sentindo o peso do remédio fazendo efeito.
— Eu acredito que Deus está ao seu lado agora, ele acima de tudo e todos quer vê-la feliz, saudável e com um sorriso enorme no rosto. É isso que eu acredito... — Ele fez uma pausa, agora tirando uma mecha de cabelo do rosto e colocando atrás da orelha dela. Deslumbrar aquele olhar era tudo o que ele precisava. — E ainda vamos casar em uma casa de campo e ter um time de futebol, não podemos esquecer da nossa escalação na próxima copa do mundo. — soltou uma risada longa e gostosa que fez a garota também sorrir.
— Amor, um time de futebol? E se for tudo menina? — Divertida e distraída com o assunto ela começou a pensar no futuro com o noivo. Esquecer aquele quarto e esquecer o que iria acontecer era a sua melhor opção, entregar nas mãos de Deus a sua vida e as próximas horas era mais justo e certo.

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Dois anos depois…

22:45 - Paik Hospital
O corredor ficou sufocante e aquele ar condicionado pareceu não ser o suficiente para manter o ambiente fresco. O pescoço de escorria pequenas gotas e em sua testa era possível enxergar o brilho do suor surgindo com o passar dos minutos. O relógio à sua frente emitia um som estranho e o seu corpo já estava cansado de ficar naquela mesma posição. Não lembrava mais a última vez que tinha ingerido algo ou ter levantado daquela cadeira para ir ao banheiro. Nada pareceu importante, nem mesmo quando o seu corpo já estava gritando por cuidados e uma nutrição saudável. A sua concentração estava somente na porta do quarto da sua esposa. Ele não iria sair daquela posição e nem perder o foco enquanto não tivesse nenhuma notícia sobre o que estava acontecendo lá dentro.
— Desculpa eu ser inconveniente, mas o senhor não está cansado? Já faz quase 24 horas que está sentado nessa cadeira. Quando tivermos novidades eu mesma me encarrego de entrar em contato. Vá para a casa descansar, tudo é muito delicado no momento. — A enfermeira despertou a atenção de que estava sentado de olhos fechados e com a cabeça encostada na parede. Ficar naquela mesma posição durante horas já estava causando um colapso em seu corpo e ele não conseguia mais raciocinar direito, respirar ou até mesmo falar coisas sem ficar perdido com as palavras.
— Eu estou bem. Não consigo ir para a casa sem a minha esposa, preciso ficar esperando por novidades. — Ele disse fraco e cansaço. A realidade era essa, não conseguia ir para a sua casa e encontrar o seu quarto vazio sem a presença dela. A solidão e o desespero era pior do que ficar ali sentado esperando por novidades. A dor por seu corpo em algum momento iria cessar, mas a sensação e o pânico por não saber como ela estava era maior do que qualquer outra dor que surgisse em algum ponto. Ele estaria ali esperando para lhe dar um beijo e o seu “bom dia”, não iria a lugar nenhum.
— Eu entendo. — Ela foi compreensiva, sabendo que não iria adiantar muito falar alguma coisa. Ele parecia bastante determinado. — Ao menos vou arrumar alguma coisa para você comer. Caso queira descansar, no fim do corredor temos uma sala de espera e um refeitório. Pode dormir um pouco e comer algo. Tenho certeza que a sua esposa vai ficar mais tranquila em saber que o senhor está bem alimentado e descansado.
— Ok. Muito obrigado. — Ele balançou a cabeça, agradecendo. — Vou descansar alguns minutos, ela logo deve sair do centro cirúrgico.
— É um pouco complicado. — A enfermeira franziu a testa, não quero tirar as esperanças dele. — Não vamos esconder nada do que está acontecendo, como falamos. O estado dela é bem delicado, por isso vamos tomar toda a cautela necessária para que tudo ocorra bem. — Agora ela respirou fundo, tomando cuidado com as palavras. ajeitou o corpo para frente cruzando os braços e olhando para o rosto dela. Em seus olhos ele buscava ao menos uma esperança que tudo estivesse bem dentro daquele quarto. — Fique tranquilo. Tente descansar, qualquer novidade eu procuro o senhor.
— Tudo bem. — Ele soltou um longo suspiro, passando ambas as mãos pelo rosto e depois pelo cabelo. — Achei que nunca mais fosse passar perto de um hospital. E meu coração parece que vai saltar pela boca com essa demora. Como ninguém tem novidades? O que será que está acontecendo? Por que não me chamaram ainda? — Ele questionou, sabendo que ali não havia ninguém para responder. Novamente ele estava sozinho naquele corredor, parado e totalmente apreensivo que aquela porta abrisse de uma vez por todas.

01:22 - Paik Hospital
? — A voz do médico pareceu mais grave e assustado abriu os olhos, não conseguindo saber onde estava. O olhar perdido e assustado fez o médico segurar em seu ombro para acalmá-lo daquele susto. — Desculpe se acordei você dessa maneira. — Ele pediu desculpas, notando o tanto que o rapaz tinha ficado pálido.
— Ela está bem? O que aconteceu? — em pânico passou a mão pelo rosto, depois ajeitou a roupa levantando rapidamente da cama onde estava descansando. Ele não aguentou mais ficar sentado na cadeira e seguiu as recomendações da enfermeira sobre descansar e comer alguma coisa na pequena sala de espera.
— Fique tranquilo, . — O médico, mantendo o tom da voz, tentou não parecer preocupado ou aflito ao falar com o marido de , mas ele notou na expressão dele que não era qualquer palavra que iria acreditar. — Nós tivemos alguns problemas, mas ela foi estabilizada e antes de continuar com o procedimento ela me pediu para que eu viesse buscá-lo.
— Ela quer… — Ele respirou fundo, colocando a mão no coração e a outra na cabeça. — Ok, eu só preciso de um tempo para me recompor. Eu só… — perdido andou de um lado para o outro, não sabendo o que necessariamente estava procurando. — Doutor, eu só preciso jogar uma água no meu rosto. Não estou em condições de ver a minha esposa com essa cara.
, talvez ela não consiga esperar por muito tempo. — Ele falou e nesse momento parou o que estava fazendo e olhou para o rosto do médico. Ele queria saber o que falar, o que fazer ou o que sentir, mas tudo o que aconteceu no decorrer dos segundos foi um choque invadir o seu corpo e lentamente os seus joelhos começaram a ficar fracos demais para sustentar o peso do seu corpo. — Vamos. Eu acompanho você até o centro cirúrgico, as enfermeiras vão cuidar das suas roupas e preparar você para acompanhar tudo de perto.
— Tudo bem. — travou a mandíbula e com certa dificuldade acompanhou os passos do médico pela porta. O caos em seu corpo e em seus pensamentos começaram a surgir nesse exato momento quando ele buscou forças para conseguir seguir em frente. Lidar com tudo o que estava acontecendo e também com os riscos era o que deixava o seu coração em pedaços. sabia sobre o procedimento delicado, sabia sobre a importância e todo o cuidado durante esse um ano e mesmo sabendo de tudo isso, hoje, ele voltou à suplicar aos céus para que cuidassem da esposa. Um último suspiro e ele entrou pela porta de vidro, sabendo que em poucos minutos estaria segurando nas mãos da esposa e tudo o que ele conseguia sentir era o seu coração acelerar e sua cabeça latejar.
— Tudo bem, ? — O médico quebrou o silêncio, apoiando uma das mãos nas costas do rapaz e antes de abrir a porta de vidro que dava acesso para o centro cirúrgico quis certificar-se que estava em condições para acompanhar a esposa.
— Sim. Eu estou muito bem. — Ele sorriu, fechando os olhos e antes que pudesse encontrá-la, respirou fundo, buscando o seu melhor sorriso. Era com ele em seus lábios que queria entrar por aquela porta e demonstrar para a esposa que estava ali ao seu lado e que nada mais no mundo importava. — Vou encontrar o meu amor. — Agora ele sorriu sem graça ao notar o médico também rindo com aquele comentário. — Eu pareço um adolescente, eu sei.
— Adolescente? Eu usaria outras palavras. — O médico fez uma pausa, apertando um botão para que a porta abrisse. — Eu nunca tinha visto um amor tão sincero e profundo entre duas pessoas. — A porta abriu e o vento do ar condicionado fez o corpo de estremecer um pouco. Escutar aquilo era tão confortante e ele agradeceu mentalmente à Mi Chen por ser tão atencioso e cuidadoso com a esposa. — Agradeço por você e pela ter me mostrado que é possível existir esse sentimento. Farei o que estiver ao meu alcance para ver essa familia feliz e saudável. — O olhar determinado dele foi a esperança para que seguisse o caminho. Com o melhor sorriso no rosto e o coração repleto de esperanças.

02:31 - Paik Hospital
— Oi, amor. — Ela abriu um sorriso ao vê-lo aproximando da cama. O seu corpo estava quase todo coberto por um pano azul e em seus braços e pescoço vários aparelhos ligados. — Achei que não fosse conseguir falar com você. — A respiração fraca e desigual fez estremecer um pouco e rapidamente segurou em uma das mãos da garota, apertando bem forte sem intenção de soltá-la. — Tudo vai ficar bem, amor. Nós vamos ficar bem…
— Vamos, eu sei disso. — Firme e forte ele disse, sabendo que aquele momento era muito importante para ambos. — Fique bem. Eu estarei esperando…
— Podemos começar? — O médico atrapalhou o assunto e logo tomou distância, indo para uma sala de vidro onde pudesse acompanhar tudo o que acontecia com a esposa. — Como está se sentindo, ? — Ele perguntou, olhando para a tela dos batimentos cardíacos e também conferindo o balão de oxigênio ao lado da cabeça dela. — Nós vamos fazer tudo ao nosso alcance para que tudo fique bem, certo?
— Certo. — Ela sorriu deixando uma lágrima escorrer por seus olhos. — Confio e tenho esperanças, sempre. — O seu rosto virou-se nesse instante buscando os olhos de que estavam atentos do outro lado do vidro. — Será que ele vai aguentar assistir? — Ela perguntou curiosa ao médico. — Ele não me parece bem.
— Ele é forte. Com certeza vai aguentar bem. — O doutor riu ao ver a expressão tensa e desesperada de . — Temos uma equipe muito atenta, se ele desmaiar ou entrar em pânico nós vamos cuidar dele, não fique preocupada.
— Conheço o meu marido. — Ela riu, desviando a atenção de para o médico. — Estou pronta.
— Muito bem. — Ele balançou a cabeça, lançando um olhar para que duas enfermeiras pudessem começar com os procedimentos. — Lembre-se de manter a respiração igual.
— Tudo bem. — Ela concordou. Olhou para e na esperança que ele compreendesse, disse por entre os lábios um “eu te amo” e tudo de repente ficou em silêncio.

04:15 - Paik Hospital
De volta ao corredor, agora não conseguia mais ficar sentado na cadeira. Ele andava de um lado para o outro daquele imenso corredor e suas pernas já estavam fracas de tanto caminhar daquela maneira. Já havia passado meia hora desde que estava esperando por novidades e ele não sabia o que estava acontecendo e nem porque pediram para que ele se retirasse da sala. Ele gritou pedindo para que pudesse ficar ali e mesmo depois de tanto escândalo o médico, gentilmente, implorou para que ele fosse esperar no quarto. E como ficar naquele minúsculo ambiente? Ali naquele corredor ele tinha a sensação de conseguir respirar melhor e andar de um lado e do outro era a maneira que encontrou para que o seu corpo não entrasse em choque.
? — A enfermeira surgiu de repente e ele deu um pulo assustado. — Tudo bem. Você pode…
— JÁ? — Ele alterado atrapalhou o que ela estava falando e abriu os braços agradecendo à Deus.
— Sim. Você pode…
— CLARO, ESTOU INDO. — Ele gritou novamente, não dando espaço para que ela terminasse a frase e correu o máximo que suas pernas permitiriam para o quarto da esposa. Ao entrar sem ao menos bater, encontrou Mi Chen ao lado da cama da esposa e parecia rir de alguma coisa engraçada. O mundo parou naquele instante, o seu coração bateu mais rápido e ele precisou respirar fundo, controlando a emoção que começou a percorrer por cada parte do corpo.
. — Mi Chen sorriu, abrindo os braços para o rapaz. — Tudo ocorreu bem. E o que eu tenho no momento para falar. — Ele fez uma pausa ao ver os olhos de cheios de lágrimas. — Parabéns, você é pai de um lindo menino. — Afastando da cama ele abriu espaço para que os olhos dele pudesse encontrar com os de , e nos braços da esposa ele encontrou o filho enrolado em uma manta azul. não soube ao certo qual era a sensação ao ver aquela cena, mas todo o seu corpo ficou em choque e o choro surgiu em forma de alívio.
— Nós estamos bem, amor. — muito emocionada olhou para o esposo e com todo o cuidado tirou um pedaço da manta que cobria o rosto do bebê e juntou forças para caminhar até à cama e olhar de perto o rosto do filho. — Todo mundo nesse hospital acha que ele é a minha cara, mas no fundo todo mundo concorda que ele puxou o pai.
— Então… — emocionado tentou achar palavras, mas o sorriso bobo no rosto logo surgiu e ele limpou os olhos com as costas das mãos. — Então, ele é o garoto mais lindo desse lugar.
— Concordo. — concordou, distanciando a criança do seu corpo e olhando para . — Vai. Você consegue segurar o seu filho. — Com todo cuidado ela posicionou a criança de um braço para o outro e olhou para o rosto do marido que parecia mais pálido do que um papel. — Um time de futebol precisa de um treinador. Você pode começar a treinar como segurar o seu bebê.
— Ainda falta dez. — Ele riu sem jeito, abraçando a criança por entre os braços. — Bebê, você é a luz e a esperança que faltava na vida da mamãe e do papai. O mundo hoje ficou completo com o seu nascimento, prometo que vamos embora logo e que a mamãe não vai ficar com ciúmes por você ter puxado o papai. Ela sabe o quanto nós dois somos lindos. — conversava com o filho e os olhos de se encheram de lágrimas ao ver aquela cena acontecendo bem diante dos seus olhos.
— Minha paixão e minha vida, vocês dois são tudo o que eu pedi à Deus. — disse recebendo aquele sentimento de felicidade em saber que tudo finalmente estava bem. Ser mãe era o seu grande sonho e hoje ao ver o filho nos braços do marido não tinha outra sensação melhor no mundo. — Meu grande sonho. Meu amor e o nosso príncipe. — Ela sorriu e com o filho nos braços lentamente aproximou-se dela buscando aquele olhar que tirava os seus pensamentos do lugar.
— Tudo o que eu quero na minha vida é passar todos os dias ao seu lado e do nosso filho, nossa luta e nosso tempo é exatamente esse agora. — Com a ponta do dedo ele dedilhou o contorno da bochecha da esposa e segurou em sua mão deixando ali um beijo. — Eu te amo, amo tanto que nem consigo colocar em palavras o que eu sinto quando estou com você, .
— Eu amo tudo o que existe em você, . — Ela declarou, agora colocando a mão dele contra o seu peito. — Hoje ele só bate dessa maneira porque existe você na minha vida. — O sorriso, o seu sorriso e tudo pareceu entrar em verdadeira harmonia.
— Como você me completa dessa maneira? É você que meu coração procura, é o seu sorriso que eu busco todos os dias. É o seu corpo que me deixa protegido, é você que transforma o meu mundo e é você com quem eu quero passar todos os dias da minha vida. — Com todo cuidado devolveu o filho para os braços da mulher, e lentamente aproximou o rosto do dela e em seus lábios depositou um beijo longo, apaixonante e intenso. — Você é tudo pra mim, . — Fechando os olhos ele desejou que o tempo parasse e que aquele beijo fosse eterno. Tão eterno quanto o sentimento que queimava por essa mulher em seu peito.
Em ele encontrou o seu amor, sua família, sua felicidade e também a sua paz.


Fim.



Nota da autora: It’s You é uma fanfic que eu queria escrever bastante. É um plot que eu não tinha tentado ainda e eu gostei bastante de ver o “intenso” sentimento, angústia e todo o clima pesado em volta desse casal. Sabe? Um casal que você eu fico suspirando de tanto amor. Espero que vocês tenham gostado, amei escrever It’s You, ainda mais sendo com o Channy, amor, lindo, maravilhoso e dono de tudo o que existe.

Amo vocês, obrigada por tudo de verdade.



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Outras Fanfics:

FICSTAPES:
01. Call Me Baby [FICSTAPE #062: EXO – Exodus]
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03. This Is How I Disappear [FICSTAPE #068: My Chemical Romance – The Black Parade]
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SHORTFICS:
Hug Me [Doramas – Shortfics]
It's You [EXO – Shortfics]

MUSIC VIDEO:
MV: Don't Forget [Music Video - KPOP]
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EM ANDAMENTO:
Fake Love [KPOP - BTS – Em Andamento]
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