Finalizada em: 05/12/2018

Capítulo Único

As abençoadas costas de ficaram na minha frente e tamparam o caminho durante o dia inteiro, em todos os lugares que nós íamos. E, apesar de parecer uma tentativa desesperada do meu namorado de me obrigar a manter os olhos apenas nele enquanto me guiava nos locais pelas nossas mãos conectadas, o motivo não era assim tão mirabolante e nem difícil de ser encontrado, uma vez que isso acontecia toda vez que ficava muito empolgado, como ele costumava ficar sempre que nós tínhamos um dia livre para aproveitar a companhia um do outro. Então, ele simplesmente saia andando rápido para ver tudo como se não tivéssemos tempo e acabava me levando junto.
Agora também tínhamos o motivo bônus, que era o fato do tanto que meus pés estavam doendo ser surreal, e eu podia sentir todos os músculos do meu corpo repuxando. O tanto que andamos naquele aeroporto devia ser equivalente a uma prova de maratonismo, e olha que não era nem se eu não gostasse de andar em mini centros de compra como aqueles, já que esse era um programa bem comum pra nós, mas naquele dia em especial o cansaço estava tão forte que eu só conseguia me deixar ser puxada por ele para ter que me esforçar menos.
― Você está cansada? ― questionou quando olhou para trás e encontrou uma cena que eu tinha certeza de como parecia mesmo que eu mesma nunca tivesse presenciado. Por conta do frio, eu devia estar com a cara completamente pálida e as bochechas tão vermelhas a ponto de ser assustador. Toda vez que eu respirava, fazia um barulhinho baixo que eu tentava disfarçar e fazer sumir, e meus passos estavam bem mais lentos do que costumavam ser, mesmo que já fossem normalmente lerdos.
― Não. ― sorri de canto e tentei fingir que estava tudo bem. Talvez eu soubesse que não era apenas cansaço físico, e, por isso, as coisas se tornavam ainda mais difíceis. Como eu poderia explicar que meu corpo todo parecia doer só de pensar em tê-lo longe de mim? ― Talvez só um pouco ansiosa.
Meus olhos vagarosamente andaram até o relógio enorme que estampava a parte superior da coluna central trabalhada em mármore com formas abstratas e bonitas daquele espaço aberto, o saguão principal do aeroporto. Já não faltava mais tanto tempo para o voo dele quanto quando nós chegamos de manhã, obstinados a passar o melhor tempo das nossas vidas antes que as despedidas começassem.
Tudo bem que nós estávamos em um aeroporto, e seria meio difícil passar um tempo tão bom ali, principalmente com os meus pensamentos se desviando para se concentrar que ele iria embora logo o tempo todo, mas também não era novidade que tudo o que eu fizesse com ao meu lado me deixava feliz, até mesmo ficar brincando de subir e descer as escadas rolantes como um ato de rebeldia não proposital as proibições da infância que minha mãe impunha, dizendo que eu podia tropeçar, ficar com o sapato ou a barra da calça presas e morrer.
― Você não precisa se preocupar, eu vou voltar logo. ― girou os calcanhares depois de calcular o espaço do degrau que se formaria, e então se abaixou exageradamente para alcançar a minha testa e depositar um beijo atrapalhado entre a minha franja, fingindo que estava se desequilibrando porque a distância era muito grande e esfregando na minha cara o fato de que ele era um poste humano.
― Haha, muito engraçado! ― cerrei os olhos na direção dele e franzi a tez, empurrando-o levemente para trás para que ele retornasse seu eixo e então virasse de frente outra vez antes da escada terminar o ciclo da descida. Não era como se eu fosse baixa, o “problema” era que ele era alto demais.
me deixou subir primeiro na escada rolante agora, apenas para esperar dois degraus e então subir no terceiro, jogando na minha cara que mesmo assim ele conseguia ficar praticamente da minha altura. Ridículo. Revirei os olhos e mordi o lábio para reprimir o sorriso que queria sair pela palhaçada. Estava estampado na minha expressão e no brilho dos meus olhos ao vê-lo que o homem era meu fraco, e mesmo que ele estivesse zoando com a minha cara, eu não conseguia ficar com raiva dele. Isso sem contar o fato de que falar com ele por um minuto me fazia esquecer qualquer dor que eu sentia, como se me “recarregasse”.
― Olha pra frente, baixinha. ― estava prestes a xingá-lo quando percebi que a escada rolante já estava acabando, e então fui obrigada a virar para não dar oportunidades as maldições da minha mãe de se concretizarem e pulei da escada um degrau antes, só pra confirmar e pra me prevenir. Esperei que passasse na minha frente apenas para desferir um tapa fingido em seu ombro.
Repetindo o processo pela terceira vez, ele estava mais baixo alguns centímetros por conta da diferença de degraus de novo, e analisava meu bico de birra com um sorriso aberto que mostrava os adoráveis caninos avantajados e aquele seu dentinho torto. Inferno. Eu odiava esse infeliz.
― Não adianta desviar o olhar, eu sei que você quer sorrir. ― ele cantarolou pra me provocar, aproveitando que eu fingia não estar vendo para se aproximar e subir a escada, acabando com a distância entre nós. me puxou pela cintura em um abraço e encostou o queixo no topo da minha cabeça. Eu finalmente me deixei sorrir, porque sabia que ele não ia ver. ― Eu vou sentir a sua falta.
Naquela posição, eu conseguia ouvir o seu coração batendo no mesmo ritmo do meu. Nossos suspiros saíram em sincronia, e até isso foi doloroso, porque sempre que nos afastávamos era como se estivéssemos ficando fracos ao quebrar a conexão mais importante das nossas vidas. Era como se estivéssemos descumprindo uma ordem do destino.
― Eu também vou sentir a sua.
por alguns segundos se esqueceu que continuávamos estando em público e, em um impulso, inclinou levemente o corpo contra o meu para deixar nossos rostos mais próximos. Porém, antes que nossos lábios se encostassem, ele deu um pulo e soltou um praguejar nada feliz quando o degrau da escada abaixou e quase fez com que ele batesse o seu calcanhar na estrutura da escada. Fiquei tão atônita com a cena que quase não pulei o último degrau fixo também, e o riso que rasgou minha garganta foi tão forte que não consegui reprimi-lo, sabendo exatamente o que isso iria ocasionar.
― Ya! Você está rindo de mim?! ― ele questionou, me olhando com o cenho franzido depois de se certificar que não havia deixado nenhum pedaço de pele para trás com o quase acidente, e por reflexo, dei alguns passos para trás, balançando a cabeça negativamente.
― Eu? Nunca! ― respondi tentando conter a minha voz, e sem nem perceber que agora nós estávamos no meio do saguão, e mesmo que o aeroporto estivesse vazio, ainda existiam seres ali que muito provavelmente estavam nos encarando como dois loucos ou sem vergonhas.

Ai, não. Eu sabia exatamente o que ele queria fazer e, para salvar a minha própria vida, dei as costas e esbocei o início de uma corrida, que não foi muito bem sucedida, porque eu ainda estava com o corpo cansado e me alcançou sem problema nenhum, levando dois dedos curvados até a minha cintura em uma cutucada que desconjuntou minha coluna, me fazendo ficar com o corpo mole para o lado contrário.
― Ai! Nãooooooo! ― choraminguei quando o vi levantando de novo a mão, e, minha cena foi tão bem feita que ele hesitou por um segundo, pensando se tinha mesmo usado força demais. Não que precisasse, porque eu tinha uma sensibilidade tão forte que somente encostando já tinha o efeito que ele queria. ― ! ― apelei, e o corpo dele pareceu relaxar quando ouviu o apelido em conjunto com a minha expressão chorosa.
O que me fazia não me incomodar em ser o meu ponto fraco, era o fato de que todos os dias, há três anos, ele fazia questão de deixar claro que eu também era o dele. E nem sempre alguém ser ou ser o ponto fraco de alguém é ruim. Às vezes, é só saber confiar a sua fragilidade a alguém que vai cuidar dela com o maior carinho do mundo, tomando cuidado com todos os seus limites e lhe oferecendo todas as coisas boas às quais todo mundo merece, o que nós fazíamos um com o outro, mesmo depois de todo aquele tempo, nos amando assim como no começo.





Fim!



Nota da autora: Venus, também conhecida como a louca descontrolada, ataca novamente! USAHUSHAUHSAUH Não temos muito que dizer nessas notas finais, né?! Só quero mesmo citar que toda vez que eu escrevo uma fic com esse pp que cês viram, por menor que ela seja, eu vou dormir com um sorriso idiota enorme no rosto. Espero que vocês tenham sorrido assim também, pelo menos um pouquinho! Um beijo pra quem leu, e apreciem essa capa linda, mas não muito porque eu sou ciumenta! AUHAUHAUHAUH
always grateful,
xoxo ♥



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