Finalizada em: 27/07/2020

Capítulo Único

Muito muito tempo atrás…



Ser herdeira do trono era desesperador, a sensação de que alguém poderia envenenar minha bebida ou me matar dormindo me sufocava. Não sei ao certo porque meu rei e pai escolheu a mim e não um dos seus filhos bastardos para governar nosso povo.
Eu sempre o acompanhei e entendia como tudo funcionava, mas não quer dizer que era isso que eu queria para mim. Na verdade eu não tenho ideia do que quero, eu só queria me sentir normal e não ficar em alerta todas as horas do dia.
O único momento em que eu me sinto bem e segura é quando estou com , não só por ele ser um ótimo guerreiro e fazer parte da guarda que faz a segurança do palácio, mas porque ele é o amor da minha vida. Acho que por amar tanto ele que eu me sinta sufocada quando penso em assumir a coroa e tudo mais.
Quando que uma rainha se envolveria oficialmente com um soldado? Um mero plebeu?
Quando nos envolvemos sabíamos que não era uma ideia boa, mas quem consegue mandar nos sentimentos afinal?

― Vossa majestade tem certeza? ― Ele perguntou a mim, com o olhar apreensivo, acariciando meu rosto, enquanto estávamos deitados em seu minúsculo quarto, ao qual ele chamava de casa.
― Não me chame assim, e sim, se não fizermos isso eu serei obrigada a casar com aquele homem asqueroso e viver uma vida infeliz. ― Dei um breve selar em seus lábios.
― Mas nós podemos ficar juntos mesmo assim. ― Ele parecia disposto a me fazer mudar de ideia.
― E correr o risco de te matarem por traição? Eu não aguentaria viver com essa culpa um só minuto. ― Senti um ardor em meu nariz e aquilo era sinal de que o choro estava por vir.
― Entendo, mas eu não posso fazer isso com a sua vida minha princesa, pensa em tudo o que você vai perder e deixar para trás, sua família, amigos, tudo o que você conhece e ama. ― Ele se sentou e eu fiz o mesmo, passando meus braços por seus ombros.
― Nada disso tem valor pra mim se eu não estiver feliz e somente você tem o poder de me fazer feliz, eu te amo. ― Acariciei seus braços tentando externar ao máximo todo meu sentimento.
― Nada que eu fale vai te fazer mudar de ideia não é? ― Ele olhou em meus olhos procurando algum sinal.
― Ainda bem que você me conhece muito bem. ― Acariciei onde minhas mãos tinham repousado e ele soltou um longo suspiro. Ficamos naquela posição, até que minha hora de voltar ao castelo se fez presente.

Tudo estava planejado. Dentro de poucos dias no festival da Lua e Estrelas, iríamos fugir e fazer nossa jura, sob a luz do luar e depois disso nada mais poderia nos separar.
O festival da lua e estrelas acontecia anualmente. Celebrava a fase em que a Lua era maior e as estrelas mais brilhantes. O céu ficava vistoso, a colheita mais afortunada, crianças que nasciam nessa época eram grandemente abençoadas com inteligência, beleza ou fortuna e uma lenda dizia que os casais que se uniam nesse período, viveriam ligados eternamente pelo brilho da lua e estrelas. Enquanto a lua e as estrelas brilhassem pelo universo, as duas almas se amariam, onde quer que estivessem.
O reino todo era enfeitado com as flores da estação e um banquete com tudo que era produzido e semeado pelos plebeus, era feito bem no meio da cidade. Uma das poucas festividades em que a realeza não abria nosso castelo para tal ato. Ao invés disso, nós íamos até o vilarejo e nos juntávamos – Claro que há certa distância – de todo mundo.
Os cozinheiros do palácio e nossos guardas trabalhavam duro, por toda aquela semana, para garantir que nada aconteceria com a família real e garantir que comida de qualidade fosse servida a todos.
O Romance entre mim e meu guarda pessoal, não era oficial, mas nós sabíamos que muitas pessoas do nosso convívio, desconfiavam sobre nosso envolvimento, Inclusive meu pai, há pouco tempo tinha arranjado um casamento com um de seus duques para manter a linhagem dentro do sangue real.
Meu noivo era o ser humano mais asqueroso de todo o mundo. Com pelo menos o triplo da minha idade, se gabava pelas vidas que tirava quando mais novo, além de ter uma postura hostil e arrogante, tratava seus empregados como se fossem qualquer coisa menos seres humanos. Por ter salvo a vida de meu pai em alguma guerra besta, em que o reino insistia em participar, tinham essa dívida de vida e a minha felicidade foi o prêmio para isso.
Fugir com deixava de ser só pela minha felicidade com o homem que eu amo, e passou a ser pela felicidade do resto da minha existência, meu pai não entendia ou ao menos aceitava minha decisão de não querer assumir o trono ou nenhuma daquelas responsabilidades e viver daquela maneira tão opressora e medíocre não cabiam em mim.

, eu estou com um pressentimento ruim. ― apertou meus dedos entre os seus, enquanto cruzávamos a floresta sorrateiramente.

A Lua estava em seu auge, e nós aproveitamos que todos inclusive meu pai e meu futuro marido estavam distraídos com as luzes e rituais da festividade, resolvemos que iríamos correr para o mais longe possível e fazer nossa jura.

― Por favor, meu amor, nós precisamos tentar. ― Corri com mais vigor o puxando para o ponto mais distante que aquela imensidão de árvores poderia nos levar.

A essa altura as pessoas já deviam ter sentido nossa falta e com certeza centenas de homens estavam a nossa procura, não podíamos deixar que pressentimentos ou o cansaço físico nos impedisse do amor.
Chegamos próximo a um lago e ali, onde julgamos estar longe o suficiente resolvemos parar para declamar nossas palavras, sabíamos que não podíamos fugir para sempre e nem esperar que o sol nascesse. Precisávamos pertencer um ao outro o quanto antes, para que assim, ninguém mais no mundo pudesse nos separar.

― Tem certeza disso minha princesa, sabe que depois disso, vai provavelmente perder tudo, seu povo, seu trono, seu lar... ― segurava firme minhas duas mãos e olhava profundamente em meus olhos, a luz prateada da lua, iluminava seu rosto e ele reluzia como se fosse a jóia mais preciosa do mundo.
― Meu lar é você, eu já te disse isso muitas vezes, meu amor. Não existe eu sem você, não tem lugar onde eu me sinta mais em casa do que nos seus braços.

Estávamos parados ao lado do pequeno lago, e somente a luz do luar nos iluminava, resolvemos que a natureza selaria nosso amor – não que tivéssemos alguma outra opção naquele momento. Em uma de suas mãos havia duas correntinhas de prata, com pingentes pendurados. O amigo ferreiro de tinha feito pra ele aquele presente especial para a união no grande festival.
Uma delas com formato de meia lua e a outra de estrela. Estava longe de ser comparado com qualquer das jóias que eu já possuí na vida, mas com certeza, eram as mais valiosas. Ali estava toda minha esperança de amor e felicidade.

― Eu prometo te amar, nesse e em todas as minhas outras vidas. E mesmo depois de cumprir meu tempo terrestre, eu continuarei te amando, seja lá onde nossas almas se encontrarem. Desse momento até o fim de qualquer outro, eu pertenço a você. Minha princesa, meu amor, dona da minha mais pura alegria e felicidade. ― cintilava com a luz do luar e soltou minhas mãos depois de pronunciar essas palavras, para colocar o colar de lua em meu pescoço.
Meus olhos ficarão cheios de lágrimas e meu coração se encheu de uma emoção que eu nunca havia sentido antes.
― Eu prometo te amar, até que a última luz da galáxia se apague. Mesmo depois que não houver mais corpo para hospedar minha alma, por toda a eternidade. Enquanto a última lua ou estrela brilhar no céu de qualquer planeta, eu vou te amar. Eu pertenço a você. ― Passei uma das mãos pelo rosto dele e com a outra coloquei desajeitadamente o colar de estrela em seu pescoço. Aquele momento foi o mais incrível da minha vida. O sorriso em nossos rostos, nunca foram tão genuínos e felizes.


Senti uma das mãos de apertar minha cintura e nossos lábios se encontrarem pela primeira vez aquela noite. Os lábios dele estavam incrivelmente doces e macios. Talvez pela minha emoção ou por todas as palavras doces que ele disse antes, mas estavam e foi o melhor beijo de todos que demos até ali.
Estava tudo maravilhoso, mas um frio subiu minha espinha e algo horrível estava prestes a acontecer.

― SEUS DESGRAÇADOS! ― A voz grossa que eu conhecia muito bem entrou em meus ouvidos e eu simplesmente travei. ― O QUE VOCÊS ACHAM QUE ESTÃO FAZENDO? ― Ele gritou e me colocou atrás de seu corpo.
― Bom, meu caro conde. Eu sei que o senhor sabe, mas pessoas apaixonadas se unem no festival da lua e estrelas. ― disse orgulhoso, protegendo meu corpo com o seu, caso o homem à sua frente tentasse me atacar.
― E você, sabia que homens que beijam a noiva alheia, morre? ― Ele apontou sua espada para o peito de .
― NÃO! ― Eu gritei em desespero, tentando chegar à frente do corpo dele, que me impediu.
― Quando eu contar até três, você corre o mais longe possível. ― Ele sussurrou pra mim, fazendo com que só eu e ele ouvissem
― Uma pena ela não te amar e termos unidos nossas vidas, hoje então. Oh duque. ― sorriu novamente.
― Você será um homem morto! ― O outro encostou mais a espada no peito de , que seguia implacável.
― Tente então. Três! ― gritou e saí correndo ao ouvir seu sinal. Ouvi um som de espada caindo ao chão e logo depois de luta corporal. Tentei correr sem olhar para trás, mas meu corpo não conseguiu me levar para muito longe, estava preocupada demais com aquela situação.

Mesmo sendo ótimo lutador, um desespero surreal tomou conta de mim.
Senti uma mão grande apertar meu braço e a dor foi insuportável.

― Pa... Pai? ― O desespero na minha voz chamou a atenção dos dois homens que lutaram a metros de mim.
― Como ousa manchar o nome da nossa família? ― Senti a mão pesada dele colidir com minha bochecha em cheio o que fez com que eu perdesse levemente o equilíbrio.
― Eu o amo, pai, eu... ― Fui interrompida quando senti meus cabelos sendo puxados com força para que eu me levantasse do chão, sendo praticamente arrastada pelo homem que me deu a vida
― Quem disse que você tem direito de amar ou não uma pessoa? ― Outro tapa foi desferido no meu rosto e eu senti o gosto de sangue escorrer na minha garganta.
― A VIDA É MINHA! ― Gritei.

Vi o rei levantar a mão novamente para me golpear e encolhi tentando me proteger.

ㅡ Se tocar nela mais uma vez, seu reino será governado por um homem sem mão! ― se colocou à minha frente.
ㅡ Eu vou mandar para a forca, seu bastardo desgraçado! ― O ódio na voz de meu pai era amedrontador e parecia nada temer.
ㅡ Vossa alteza pode até mandar que me queimem vivo se quiser. Mas nada vai mudar o fato de que nos amamos e que a partir de hoje, pertencemos um ao outro. E reitero, se tocar nela mais uma vez, vai se arrepender.

Nunca tinha visto aquela expressão no rosto de e eu me apaixonei novamente pela força e determinação que ele tinha

― Cansei de escutar essas bobagens de amor, eu vou acabar com a sua vida agora mesmo! ― O rei puxou sua espada de lâmina de ferro cintilante e afiada e olhou fundo nos olhos de , que mais uma vez parecia implacável. Antes que a lança entrasse fundo no coração de dele – que foi onde o mais velho mirava – sai de trás da minha proteção e o abracei com toda a minha força, sentindo a lâmina rasgar minha pele e passar para a dele.

― Eu te amo. ― Ele disse quase sem som, pelos últimos suspiros de vida
― Eu te amarei para sempre. Nos vemos na próxima vida. ― Foram as últimas palavras que saíram da minha boca, antes de tudo apagar.





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O desespero tomou conta de cada terminação nervosa de . A dor parecia real, suas mãos suavam e seu coração parecia que ia explodir. Sempre que tinha esse sonho, ficava triste e desanimada o dia inteiro.
Sentou-se na grande cama – que compunha a decoração do lugar e ocupava quase todo o espaço – com dificuldade e foi se arrastando até o banheiro. Não podia se sentir daquela forma, não naquele dia, ao qual começaria no novo emprego.
Precisava dar uma boa impressão no seu primeiro dia. Estava desesperada para começar a trabalhar novamente, depois que sua carreira como advogada estagnou em meio a uma crise e a dificuldade de conseguir emprego na área. Resolveu que iria mudar de ares e tentar outra coisa.
Ser advogada nunca tinha sido seu sonho, mas o destino estava dando uma nova chance para que ela seguisse o que realmente queria.
Há quem julgasse que mudar de profissão aos 25 anos, era uma loucura, ainda mais quando se tinha estudado anos para obter aquele feito e ainda mais, uma boa experiência registrada em carteira. Muitos desses pensamentos, posicionamentos e julgamentos afetavam a mulher de uma maneira assertiva. Mas pelo bem de sua felicidade e saúde mental e financeira, precisava buscar um novo sentido para a vida.
Trabalhar no planetário da cidade também não era seu sonho de vida, mas precisava pagar as contas, metade do aluguel do apartamento que dividia com a amiga e seus estudos – estudar não era nada barato. Precisava se virar de alguma forma.

, meu amor? ― chamou pela amiga da porta do quarto da mesma.
― Bom dia . ― Ela saiu do pequeno banheiro enrolada em uma toalha felpuda e com outra nos cabelos recém lavados.
― Vim ver se a princesa já tinha se levantado. ― se jogou na cama da amiga, que ainda estava bagunçada.
― Não sei se você sabe, mas meu celular tem um recurso SUPER moderno que se chama despertador. ― brincou da porta do armário, onde escolhia a roupa que usaria.
― Não me diga, UAU. ― disse debochada e bocejou. ― Use um tênis confortável, não há pés que agüentem sapatos ou sandálias, até o fim do expediente. ― Ela finalizou despretensiosa.
― Okay! ― fez uma nota mental. ― Porque vossa alteza real, ainda não se arrumou? ― Perguntou ao ver que a amiga ainda estava esparramada em sua cama.
― Quando você ganhar seu uniforme, vai otimizar seu tempo de higienização pessoal e arrumação em pelo menos a metade do que usou hoje. ― Ela sorriu e se levantou da cama. ― Não demore! O café está na mesa, vou me vestir. ― saiu arrastando as pantufas em formato de garras de monstro pelo corredor e entrou em seu próprio quarto.

havia visto a amiga se arrumar infinitas vezes para ir trabalhar no planetário, quando ainda não tinha ganhado seu uniforme oficial, então tinha uma boa base de como se vestir para o primeiro dia.
Colocou uma calça jeans confortável, uma camiseta no estilo babylook que tampava toda sua barriga, com estampas de pequenas constelações e seu único par de tênis confortáveis – não era uma mulher que usava tênis rotineiramente.
Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo alto e passou pouca maquiagem. Não gostava de sair de casa as 07:30 da manhã, parecendo com o patati ou patatá.

― Literalmente café, né ? ― gritou da cozinha onde só a garrafa de café – cheia de chá – estava sobre a mesa.
― Foi o que eu disse. ― gritou do seu quarto. ― Faz alguma coisa gostosa ai pra gente comer, te amo.

Dividir o apartamento com a amiga tinha suas vantagens, como por exemplo ter as roupas lavadas semanalmente e ter a geladeira sempre cheia, já que não conseguia deixar a casa sem qualquer tipo de mantimento ou coisas do tipo. Mas também tinha desvantagens, como ela ser HIPER desorganizada e as vezes folgada. As personalidades se completavam mesmo assim e elas se amavam, o que mais importava para se viver junto.
Depois do café, seguiram caminho para o serviço. era chefe de sessão das galáxias – onde coordenava o pessoal responsável pela visitação naquele setor. E como era de confiança da direção, conseguiu uma vaga como guia na sessão lunar para a melhor amiga, que estava tentando mudar de vida – e nada melhor que ajudar a amiga e ainda ganhar uma funcionária de confiança para trabalhar junto.
A sala de reunião estava cheia. Todos os funcionários e novos funcionários esperavam para o pronunciamento do gerente geral e o “hello day” como era chamado o dia que algum integrante novo entrava para a família planetar – como os funcionários brincavam. Os treinamentos começariam em breve e era importante que todos se conhecessem.
Todos passariam um tempo em cada setor e depois desse período, seriam designados para suas áreas correspondentes. Essa era a política de planetário, que era feita para que: se um funcionário pedisse ajuda ou tivesse que se afastar por algum tempo, qualquer outro poderia ajudar e auxiliar na questão.
e foram uma das últimas pessoas a chegarem, mas como era uma das chefes e ainda faltavam alguns funcionários e o gerente, aquilo não foi um problema. não gostou muito, porque detestava aquele tipo de atenção, mas era algo com que ela iria ter que lidar.
No fundo da sala, avistou um homem, que parecia brilhar. O uniforme do lugar vestia perfeitamente cada parte daquele corpo. O castanho do seu cabelo brilhava como se fosse uma jóia preciosa. Ele estava de perfil, seu queixo era perfeitamente alinhado, seu nariz arrebitado harmonizava com o resto das curvas do rosto.
Quando ele finalmente virou de frente, os olhos dela encontraram os dele e ela simplesmente paralisou. Algo dentro dela estava errado, ficou enjoada do nada, suas mãos começaram a suar e a garganta secou.

― Quem é aquele? ― cutucou , chamando a atenção da amiga para a direção em que ela olhava.
― Ah, o estrela. Uma gracinha, não é? ― sorriu. Sabia que talvez o mais novo fosse o tipo da amiga.
― Estrela? Que tipo de nome é esse? ― pareceu confusa
― É como ele é conhecido por aqui, ele cuida da área estelar. Daqui a pouco todos vão te chamar de lua, não se preocupa. ― riu de forma exagerada, chamando a atenção de algumas pessoas para ela.

Estrela caminhou até as duas, com um grande sorriso em formato de coração, estampado no rosto e deu um abraço apertado em , assim que as alcançou.

― Senhorita Galáxia! ― Ele disse animado
― Star, ma little boy, como está? ― parecia igualmente entusiasmada.
― Sabe como é né? Segundas feiras são sempre um saco, mas hoje vai ser diferente. ― Ele sorriu e olhou para ― Não vai me apresentar sua amiga?
― Sai fora, , não mexa com a minha menina. ― abraçou pelos ombros.

“Ho... pensou que já tinha ouvido aquele nome antes, mas não lembrava de onde.

― Credo, , desse jeito parece até que eu passo o rodo em geral. ― fingiu estar magoado.
― Não é isso docinho. ― acariciou o braço dele. ― É que a senhorita Lua aqui é muito meu bebê e não gosta de gente sem noção que dão em cima dela. Sabe, ela é desse tipo de pessoa que precisa de uma ligação pra se envolver. ― Ela foi gentil.
― Então seu nome é lua? Que máximo para alguém que vai trabalhar em um planetário. ― Ele estendeu a mão para .
― Não! Meu nome é sorriu. ― que viaja. ― Ela tocou na mão dele para o cumprimento e a mesma sensação que teve quando o viu, tinha voltado.
― Ah, vai ficar na sessão lunar, entendi.

Assim que ele terminou de falar, a porta abriu novamente e dois homens entraram.

― Senhor Galáxia! ― gritou e foi até o amigo
― Oh, ? ― disse olhando o mais alto recepcionar o amigo. ― Que história é essa de senhor e senhora Galáxia? ― Ela riu ao ver a amiga dando um tapa em seu braço.
― Nós tomamos conta do mesmo setor, agora cala a boca que vai começar. ― disse séria olhando o gerente que tinha acabado de começar a falar.

O resto da reunião foi sossegada e as equipes se separaram para começar os treinamentos.



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Todo processo de adaptação e treinamento não durou mais que um mês e logo toda a equipe marcou de sair para beber.
O bar que foi escolhido, não ficava tão longe do serviço, todos sem exceção estavam empolgados para aquela comemoração e – mesmo que detestasse interagir com outros humanos – resolveu ir para não dar uma de chata. Era a primeira reunião do grupo todo em um ambiente informal e ela precisava socializar mais.

― Olá, senhorita Lua. ― A voz doce de , chegou aos ouvidos de , que terminava sua sakerinha de melancia.
― Senhor Estrela, á que devo a honra de sua companhia? ― Ela sorriu e ele se sentou ao lado dela na mesa, levando o copo de cerveja a boca.
― Está gostando de trabalhar conosco? ― tentou parecer casual.
― É um ótimo lugar, muito diferente de onde eu trabalhei antes. ― Ela sorriu aberto.
― Deve ser legal ser advogada. ― Ele suspirou alto.
― Pra quem gosta, é uma maravilha, mas meu lance são as artes. ― parecia brilhar, falando sobre aquilo e ele percebeu que aquela era a sua verdadeira paixão.
― Sei como é, eu amo dançar. ― O sorriso dele foi tão genuíno que aqueceu o coração dela.
― Você dança? Essa eu queria ver! ― sorriu e chamou o garçom para mais um drink.
― A gente pode sair para dançar, qualquer dia desses. ― Ele sorriu igualmente, fazendo um pedido de mais bebida para o mesmo garçom.
― Duvido você me acompanhar na pista de dança. ― O sorriso sacana se plantou nos lábios dela
― Ah é? Por quê? ― Havia um sorriso divertido nos lábios dele.
― Anos de balé, babe, eu sei como remexer a cintura e sou muito flexível. ― Os olhos dela brilhavam.
― Uma bailarina profissional? Quem diria meus amigos!
― Isso porque você não me viu dançando cancan. ― A aura dela brilhava falando dos seus anos dourados na dança.
― Temos vídeos disso? Diz que sim, por favor! ― A risada dele saiu de forma exagerada.
― Você nunca saberá essa resposta. ― Ela riu igual.
― Eu sou um bom crítico, ainda não me formei, mas sou um bom crítico, você está perdendo uma ótima avaliação performática.
― Um estudante de dança! Que promissor. E por que ainda não trabalha na área? ― Ela estava realmente curiosa, sabia que em determinado momento da faculdade, era fácil arrumar estágios e empregos na área escolhida
― Na verdade eu gosto muito de trabalhar no planetário ― Ele soou tímido. ― talvez eu estivesse esperando te conhecer. ― Finalizou super baixo.
― Não entendi o final, desculpa! ― disse enfiando uma batata que estava no prato sobre a mesa, em sua boca.
― Nada de mais, olha lá, senhor e senhora Galáxia, estão vindo. ― Ele pirragueou.


― A Lua e a Estrela juntos, que maravilha. ― disse sorrindo. ― Escuta , meu bebê, vai me levar para a casa, e vamos orar para que seja para a dele. Então vai embora com cuidado, eu te amo. ― Ela riu e riu junto da falta de vergonha na cara da amiga.
― Tá bom . Adeus! ― respondeu meio sem humor e viu a amiga virar de costas e praticamente pular nas costas de para que ele a levasse de “cavalinho” até o Uber. ― Cretina! ― Ela soltou um longo suspiro frustrado.
― Relaxa luazinha, senhora Galáxia, está querendo beijar aqueles lábios do senhor Galáxia faz muito tempo.
― Amigas antes de caras, é esse o nosso lema. E ela sabe que eu ODEIO ir embora sozinha. ― Ela parecia realmente chateada.
― Muito tempo Lua, ela está esperando o tapado do á muito tempo.
― Eu sei, moro com aquela praga e ela fala 90% do tempo no senhor Galáxia e os outros 10% do maldito serviço. ― Ela riu.
― Eu te levo! ― Ele disse, mudando o foco do assunto.
― Eu não vou ir embora, com um motorista que bebeu. ― foi firme.
― Espero que o Uber, não tenha bebido então. ― Ele riu se levantando e indo até o grupo de homens que conversavam animadamente em um canto.

viu quando ele se despediu o resto do pessoal que ainda estava por lá, e todos deram um aceno de despedida para ela que retribuiu. Logo depois os dois já estavam na calçada.

― Você disse Uber? ― Ela perguntou assim que o viu tirar o celular do bolso.
― É, eu não vim de carro e espero que você também não. ― Ele riu.
― Não, eu não dirijo. ― riu também. ― Estava pensando em ir de metrô.
, quem na atualidade usa o metrô, essa hora da noite? ― Ele riu desviando a atenção para o aparelho.]
― Quem não tem dinheiro para gastar com corridas particulares? ― disse como se fosse óbvio. ― E eu nunca soube casos de pessoas que morreram por terem pegado o metrô.
― Você tem um ponto. ― Ele riu mais uma vez. ― Mas eu detesto pegar metrô, é sempre tão barulhento e cheio.
― Como você é estudante e consegue gastar tanto com transporte? ― Ela se apoiou na parede trocando o peso entre as pernas.
― Eu sou, na verdade dono do planetário, e só trabalho meio período lá pra ninguém desconfiar que eu seja multimilionário e me seqüestrarem. ― Ele riu muito do que acabara de falar.
― Ah claro, e eu sou o presidente da república. Se você fosse minimamente rico, estaria chamando seu motorista particular e não um Uber. ¬― disse, rindo mais da risada dele, do que sua fala em si.
― Você é muito observadora. É, realmente isso não é verdade. Eu só organizo bem as minhas finanças. Evito comer fora durante a semana e dividir as despesas do apartamento me alivia muito, e claro, ser bolsista também me adianta bastante. ― Sorriu, olhando para o aparelho em suas mãos.
― Você cuida das suas economias? Meu santo universo, a gente precisa se casar. ― riu e ele acompanhou.
― Isso é um pedido de casamento? ― Fingiu estar emocionado
― Olha, acho que nosso Uber chegou.

Observaram o carro vermelho para de frente a eles.
A viagem até o apartamento que dividia com , foi tranquila. Conversaram com o motorista sobre o jogo de futebol que aconteceu mais cedo e sobe algumas músicas que ouviram na rádio.

― Bom, chegamos! ― Ela disse saindo do carro.
― Legal. ― Ele disse meio desanimado.
― Estou com medo do que posso encontrar no meu apartamento. ― riu meio constrangida.
― Fica tranquila, a levou lá pra casa. ― O sorriso no rosto dele era lindo, mas não muito feliz. ― Melhor eu ir, está tarde. ― Ele puxou o telefone do bolso.
― Meu Deus, você divide o apartamento com o senhor Galáxia? ― riu descaradamente ― Eu não posso te deixar ir embora. A senhora Galáxia pode ser muito barulhenta, quando quer. ― Ela abriu o portão, que dava acesso a entrada. ― Vem, dorme por aqui hoje, pelo bem da nossa paz no trabalho e evitar futuros constrangimentos.
― Não acho que seja uma boa ideia. ― Ele parou o corpo antes de atravessar o portão.
― Senhor estrela não consegue dormir na mesma casa que uma mulher, sem fazer com que ela veja constelações inteiras? ― Ela riu, mesmo tendo odiado a sensação daquelas palavras saindo da sua boca.
― Nossa, essa é a impressão que eu passo? ― Ele parecia chocado.
― Olha senhor estrela, não me leve a mal, mas você é homem e eu e todas as mulheres do mundo temos más experiências com homens no geral.
― É compreensível, mas não é isso. Meu medo é você se sentir desconfortável ou alguém do serviço descobrir e pensar maldades de você. ― Ele baixou o olhar.
― Bom , para começo de conversa, se eu não fosse me sentir confortável com a sua presença nem te propunha isso, sou uma mulher adulta e não é da conta de ninguém, quem dorme ou não no meu apartamento, muito menos dos meus colegas de trabalho. ― Ela disse meio sem emoção.
― Me desculpe, não queria te deixar chateada. ― Ele disse meio constrangido, passando finalmente pelo portão.
― Não é culpa sua, acho que estou cansada. Vamos então? ― Ela segurou o braço dele e eles seguiram até o elevador.

O clima entre ele não chegou a ficar estranho, mas com certeza estava diferente. Nada ruim ou sexual, uma leve tensão.

― Você quer tomar um banho? ― perguntou assim que se sentou no sofá.
― Eu daria a minha vida por um banho quente agora! ― Ele foi sincero e esparramou o corpo no sofá.
― Acho que tenho um pijama folgado aqui, que pode te servir, quer tentar? ― Ela parecia mais animada.
― Porque não? Se não couber eu durmo com essa roupa mesmo. ― Ele riu e se levantou do sofá, indo em direção ao quarto com ela.

O quarto de era no mínimo peculiar para qualquer outra pessoa, porém, para era como se ele estivesse em casa. Era aconchegante, organizado, místico e tinha uma energia magnífica. Detalhes em dourado e marrom deixavam o lugar mais a cara dele possível.

― ACHEI! ― Ela gritou de dentro do armário, sacudindo um tecido de cor chumbo e luas prateadas estampadas.
― Ora, ora, parece que a senhorita Lua, tem um uniforme especial. ― Ele riu.
― Para a sua informação, senhor estrelinha cintilante, eu já amava a lua, muito antes desse trabalho. Foi só uma feliz coincidência. ― Ela jogou a roupa em cima dele e abriu outra parte do guarda roupas.
― Eu também. ― Ele disse sorrindo ao ver que ela carregava uma toalha felpuda e uma escova de dente nova, ainda na embalagem. ― Minha vó me deu esse colar esse colar de estrela quando eu era mais novo. ― Tirou o objeto de dentro da blusa e o mostrou para ela.

Assim que colocou os olhos no colar dele, derrubou o que tinha em mãos no chão.

“Não pode ser” Pensou.

E assim que os olhos focaram pela segunda vez o colar, quando o metal cintilou em sua visão, tudo fez sentido e ela sentiu como se fogos de artifícios explodissem dentro dela. As cenas dos seus sonhos estranhos com aquele amor proibido vieram tão fortes na mente dela que o estômago revirou como nunca antes. Tinha finalmente achado seu guerreiro misterioso.

, você está bem? ― perguntou, olhando assustado.

Ela estava mais pálida que o de costume. Ele juntou as coisas do chão, colocando tudo em cima da cama onde tinha largado seu pijama.

, eu... ― Ela começou a chorar no meio da frase.

O rapaz não sabia o que fazer, ou o que tinha feito de errado para deixar-la daquele jeito. não parava de chorar, e soluçar, e a única coisa que ele conseguiu fazer naquele momento, foi abraçar ela forte e deixar que colocasse, seja lá o que fosse para fora. Talvez ela estivesse chorando de cansaço. Ele tinha visto fazer aquilo algumas vezes, e era compreensível, ninguém é forte o tempo todo.

― Me desculpa, por favor... ― Ela falou em meio à choradeira, se aninhando nos braços dele, que a envolviam. Aquilo era estranhamente aconchegante.
― Você precisa descansar senhorita Lua. Vai tomar um banho quente. Você tem chá? Eu faço um bem quentinho pra você tomar antes de dormir. Só não chore, por favor. ― Ele foi carinhoso nas palavras e ela chorou ainda mais.
― Fica mais um pouco comigo, por favor? ― Ela falou, controlando mais o choro, queria aproveitar aquela sensação de lar

Alguns minutos se passaram e ela resolveu soltar o abraço, para não parecer mais doida, do que já estava parecendo.

― Está melhor? Foi alguma coisa que eu te fiz? ― Ele olhou para o rosto vermelho e inchado de tanto chorar dela, e ficou morrendo de vontade de acariciar as bochechas, mas não deveria passar dos limites, daquela forma.
― Eu sou muito ridícula! ― Ela falou em um tom baixo, rindo de si mesma.
― Que nada, a vida que é estressante. ― Ele disse, abrindo um sorriso doce.
― Se eu te mostrar duas coisas, você promete que não vai me achar maluca? ― perguntou meio constrangida.
― Olha, eu já acho. ― Ele riu

abriu a boca, chocada.

― Mas relaxa, eu adoro pessoas malucas. ― Ele finalizou rindo ainda mais.
― Eu estou falando sério, ! ― Ela permaneceu séria.
― Eu também, mas prometo. ― Ele controlou o riso que insistia em sair.
― Então senta aí, que eu já volto.

saiu do campo de visão de e pouco tempo depois, apareceu com uma caixa prata com detalhes em dourado, nas mãos. Ele se sentiu ansioso. O que poderia ser, e será que tinha algo haver com aquela choradeira?
respirou fundo, primeiro tirou uma caixinha azul marinho de dentro da caixa maior e deixou de lado na cama, logo em seguida retirou algumas folhas de rascunho.

― Olha, por favor, não surta! ― Disse, respirando fundo, ficando visivelmente nervosa. ― Eu tenho uns sonhos estranhos a minha vida toda e eles são realmente desesperadores. ― Ela não parava de tremer. ― Nesses sonhos, eu sou uma princesa e completamente apaixonada por um guerreiro. Coisas ruins acontecem com eles e... ― Entregou algumas das folhas que estavam em suas mãos ao rapaz.

Alguns esboços e desenhos ilustravam as páginas que passavam para os longos dedos dele. A expressão no rosto de era de choque, e ele não havia descido a atenção para os papéis em questão.

― Então, até agora eu não fazia a mínima ideia de quem era aquela figura desconhecida e tudo mais...
― Eu não acredito. ― Ele falou, interrompendo o raciocínio dela por um momento, depois que desviou o olhar para os desenhos em suas mãos. Ele começou a tremer e o choro que ele segurava desde o momento em que ouviu a palavra princesa, se rompeu em lágrimas e soluços desesperados
― Eu juro por Deus, pelo universo, pelo que você quiser, que eu não estou te stalkeando e nem nada do tipo. Eu juro, eu nunca tinha te visto com esse colar antes, eu... ― parou de falar quando sentiu os braços de envolver seu corpo mais uma vez em um abraço desajeitado e necessitado e ficou estática.
― Minha princesa! ― falou, por entre os soluços e continuou abraçando ela. ― Eu não acredito que você esteve esse tempo todo, praticamente do meu lado e eu não percebi. ― Ele afastou um pouco os corpos, olhou bem no rosto dela e depois voltou a abraçar.
, não me diga que você também? ― disse e ficou paralisada sentindo o abraço e esperando a resposta.
― O colar da princesa do seu sonho é em formato de lua e o pai dela, bem você sabe! Ele fez com que o amor deles fosse encerrado prematuramente. ― Ele disse em um fio de voz, rouco pelo choro.

afastou um pouco os corpos, estava meio pálida novamente. As mãos tateavam pela cama, em busca de algo, mas sem jamais tirar os olhos dos olhos de . Assim que alcançou a pequena caixinha que tinha colocado por lá, a colocou nas mãos dele.

― Isso era a outra coisa que eu queria te mostrar. Abre! ― Ela respirou fundo e ficou observando, enquanto ele abria a tampinha da embalagem e segurava a correntinha delicada, com pingente em formato de lua entre os dedos. Os olhos dele marejaram novamente, mas ele conseguiu controlar a onda de choro que subiu em seus olhos.
― Eu juro que não acredito! Eu sonho com você a minha vida inteira. Já fui atrás para saber sobre esses sonhos e eu não sei se você acredita nessas coisas, mas descobri que eu era mesmo esse guerreiro na vida passada e que isso aconteceu de verdade. ― respirou fundo, devolvendo a correntinha para a pequena caixa e dando para ela. ― Isso é um fragmento da minha, da nossa vida passada. Eu sinto muito por tudo o que aconteceu, e mesmo antes de saber que tudo isso aconteceu de verdade, eu já sentia muito. ― Ele olhou para as próprias mãos. ― Sempre quiser encontrar a mulher com quem eu vinha sonhando e não só pelas juras de amor e toda a belíssima e trágica história de amor que envolve tudo. Mas é porque, já era alguém, com quem eu me sentia conectado de alguma forma, sem nem conhecer. ― Pegou nas mãos dela que já tinham colocado a caixinha dentro da caixa maior e olhou fundo em seus olhos.
― Eu não espero que tenhamos uma avassaladora história de amor nessa vida, ou que você acredite nas minhas palavras. Mas eu te quero na minha vida a partir de agora, de qualquer jeito, do jeito que tiver que ser, ou que você queira que seja. ― Ele finalizou e abriu um sorriso doce.
― Eu acredito em você disse e sorriu. ― Meu tarô me dizia coisas estranhas e indecifráveis sobre esses sonhos e agora tudo faz sentido. ― Ela guardou os papéis também na caixa. ― Eu, desde que te conheci, sinto coisas estranhas – no bom sentido é claro. Então se depender de mim, eu não me afasto mais. ― Sorriu. ― E agora, deu de chorar por hoje né? Precisamos descansar.

se levantou da cama pegou a caixa e guardou em seu guarda roupas mesmo.

― Eu me sinto em casa. ― disse em um tom baixo
― O que? ― perguntou, juntando a escola e a toalha de cima da cama.
― Perto de você eu me sinto em casa. Sabe aquela sensação de conforto e segurança? ― Ele disse olhando para os pés.
― Sai daqui , que saco! ― Ela riu ― Você está me deixando sensível e maluca. Porque eu me sinto da mesma forma. Agora, já pro banho, que eu estou morta. Foram muitas emoções e vamos entrar em colapso se não dormirmos um pouco. ― Riu mais uma vez, e apontou para ele a porta do banheiro de seu quarto.
― Sim senhor capitão. ― bateu continência e foi para o banheiro.

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― O que é isso Brasil? ― disse um pouco alto demais, ao entrar no quarto da amiga. Ver a cena de dormindo aninhada dos braços de , foi demais para ela.
― Cala a boquinha, , eu tive um sonho lindo ontem e eu quero curtir essa sensação de aconchego. ― respondeu a amiga, sonolenta.
― Acho que dormir aninhada com o senhor estrela, é que está te dando essa sensação. ― disse rindo. ― Bom, não importa agora. Eu estou morrendo de fome e o foi comprar café da manhã. Se as margaridas quiserem comer, se apressem. ― Ela finalizou, saindo do quarto e indo para a cozinha.
― Meu Deus! Eu literalmente conheci o homem dos meus sonhos. ― suspirou, depois de abrir os olhos e encontrar um dormindo ao seu lado.

Eles tinham conversado por horas depois do banho e do chá de camomila no quanto, enquanto ficavam agarradinhos e provavelmente pegaram no sono naquela posição
jurava que aquele momento tinha sido um delírio da bebida da noite anterior, mas não era e ela estava muito feliz.

Alguns Anos Depois...

― Sabe, senhor Galáxia. ― disse ao namorado pelo telefone. ― Essa viagem foi uma péssima ideia. ― Ela bufou e risos foram ouvidos no fundo.
― O que foi, meu amor? ― respondeu atento.
― Não dá! e estão simplesmente insuportáveis. ― Ela revirou os olhos
― E você achou que eles iriam se comportar? Eu disse que essa viagem em grupo não era uma boa ideia. Tanto é que eu estou aqui, na nossa casinha, quentinho debaixo das cobertas. ― Ele riu e quis socá-lo no mesmo momento.
― Não dá para ter uma empresa renomada e eu repito: r e n o m a d a, no ramo de organização de casamentos, sem acompanhar os noivos até o local do casamento para planejar e organizar tudo. , meu amor! ― disse firme, mas sorriu ao final da frase.
― Sinto muito meu amor, mas como você disse, você é a melhor e...
― Para alcançar o topo, sacrifícios têm de ser feitos, eu sei meu amor, eu sei, mas eles estão insuportáveis. Eu nunca imaginei que veria minha amiga, gata desse jeito. Você tem noção, que coração de gelo, está me dando ânsia de vomito de tanto açúcar? ― Ela disse rindo, levando o namorado a rir também.
― Tudo culpa do , ele sempre foi muito doce em tudo. ― disse pontuando perfeitamente aquela característica do amigo.

E era verdade, de todos os anos em que conhecia , ele foi muito carinhoso, cuidadoso e afetivo, e nada mudou de lá para cá.

― Eu vou dormir amor, amanhã se o santo universo quiser, eu despacho esses dois e resolvo tudo aqui. Estou morrendo de saudades. Te amo. ― estava realmente exausta.
― Você é a melhor, meu amor. Saudades. Faça as coisas brilhantemente como sempre. Eu te amo, até mais.



Alguns Meses Depois...



A cerimônia começaria em poucas horas. O local escolhido era de difícil acesso, mas uma trilha, muito bem iluminada e decorada auxiliava os poucos convidados para a área escolhida.
O lugar foi escolhido pelos noivos. A cerimônia ocorreria a beira de um lago, no meio de um bosque, sob a luz do luar. conhecia aquela história de cabo a rabo, então não foi muito difícil decorar o lugar com luzes prateadas com cores que remetiam a lua e lâmpadas em formato de estrelas. As cores que lembravam a lua estavam presentes também nas cadeiras que recepcionariam os convidados e as flores somavam na decoração.
e escolheram a data em que – antigamente acontecia o festival da lua e estrelas. E mesmo que alguns amigos e parentes achassem aquele casamento muito estranho ou peculiar naquele lugar, com aquelas referências, era importante e especial para os dois.
foi convocado para ser o mestre de cerimônias e além de ter planejado e organizado todo o casamento, ainda era madrinha deles. O momento não podia ser mais feliz.
Os noivos, a início, quando descobriram que vinham sonhando um com o outro, não se envolveram sentimentalmente ou romanticamente e às vezes até esqueciam toda aquela loucura de vidas passados. Mas como o destino não brincava em serviço, eles se viam e passavam muito tempo juntos, com uma frequência gigante. Pouco tempo depois já estavam namorando e ali, anos depois estavam prestes a se casar e dessa vez, nada e nem ninguém iria acabar com aquele amor.

― Chegou a hora amiga. ― disse da porta do quarto em que a amiga se arrumava.
― Como estou? ― perguntou dando uma voltinha com o vestido longo, branco com algumas contas brilhantes, não muito armado.
― Está quase perfeita! ― afirmou com lágrimas nos olhos. Estava extremamente feliz, pela felicidade da amiga.
― Porque quase perfeita? Minha maquiagem tá muito chamativa né? ― disse em um tom desesperado.
― Não meu amor, falta uma coisinha. ― entregou a caixinha azul marinho para a amiga.
― Você... ― sentiu as lágrimas encherem os olhos. ― Eu te amo. Obrigada por pensar em tudo. ― Ela sorriu, realmente agradecida, estava tão nervosa que tinha esquecido totalmente que não usava o colar.

Após colocar o adereço, se olhou mais uma vez no grande espelho.

― Agora sim. Perfeita! Vamos? Seus convidados estão te esperando. ― estendeu a mão pra amiga que retribuiu o ato e acompanhou.

Tudo correu lindamente, desde a entrada dos noivos até os votos de cada um.

― Eu te amo, e não te amo pouco. Não comecei a te amar e nem vou deixar de te amar nessa vida. Você vem sendo meu lar, a tanto tempo que eu nem sei mais como é viver sem essa sensação. Não importa de onde eu venha ou pra onde eu vá, se você estiver comigo qualquer lugar é lar, é aconchego é segurança. Eu te amo Senhor estrela. ― disse emocionada colocando a aliança no dedo do rapaz.
― Você já disse tudo, como eu vou competir com isso agora? ― disse, rindo e pegando a mão dela. ― Sabe , a minha vida toda, até o momento em que te conheci eu não sabia como era me sentir em casa. Eu ouvia as pessoas falando que encontravam seus lares em outras e não entendia. Descobri o que isso queria dizer a primeira vez que te abracei, a primeira vez que minha alma se sentiu abraçada e protegida com apenas um abraço. Eu sinto isso todas as vezes que volto de viagem com a companhia de dança e te reencontro. Eu sinto isso todas as vezes que olho nos seus olhos. Sinto lar, proteção, conforto, renovação de energia. ― Ele suspirou e encaixou a aliança no dedo da amada, que não parava de chorar. ― Mesmo que não soubesse de nenhuma promessa ou nada do tipo, você continuaria sendo meu lar, não me importo o que fomos vida passada, ou que o seremos na próxima, eu quero ser seu lar nessa e quero que você continue sendo o meu. Eu te amo senhora lua e eu sempre vou amar.

Deslizou a aliança dedo até o final do dedo, e deixou um beijo carinhoso ali.

― Pelo poder em mim concedido, por esse casal maravilhoso aqui na minha frente, eu os declaro marido e mulher, podem se beijar. ― disse finalizando ali a cerimônia.

A lua cheia no céu brilhava como diamante e as estrelas estavam cintilantes no céu escuro como um punhado de glitter. A brisa batia fraca, mas refrescante e aquela cena dos dois unidos pelo beijo que davam, em frente ao lago, deixava aquele cenário com cara de pintura a óleo pendurada em uma parede para a decoração de algum lugar famoso ou alguma cena de filme de romance. Era realmente de encher os olhos e tirar o fôlego.
Ali estavam a senhora Lua e o senhor Estrela, prontos para iniciar uma jornada juntos, sem muitos dramas e nenhuma tragédia anunciada para os separar.
Seriam felizes e se a felicidade fosse muito grande, eles com certeza a estenderiam para uma próxima jornada e todas as outras em que o sentimento coubesse.


Fim



Nota da autora: Ai ai esse BTS, pois é gente eu preciso confessar que eu tentei uns três plots para essa fanfic e nada vingou, home é uma musica especial demais pra mim e acredito que para grande parte do fandom, eu acredito que se sentir em casa é muito mais do que ter um teto seu sobre sua cabeça, é mais de bens materiais e essas coisas, afinal, um lar é onde nos sentimos à vontade, onde podemos relaxar, ser nós mesmo e se sentir protegido, e isso pode acontecer, dentro de um abraço, de um sorriso, de uma companhia ou não, então se sentir em casa é muito subjetivo, é interpretativo, é sentir, e nada mais. E com a maior certeza da minha vida, a musica desses sete asiáticos é um lugar que eu posso chamar de lar com toda a certeza desse mundo.
Essa estória vingou graças as loucuras minhas e das minhas amigas (ALOU KAD E LAY eu to falando mesmo de vocês) e as conexões estranhas que concluímos em horas e horas de longas e profundas conversas, reparem como Hobi usa bem das luas e estrelas e se iludam com a gente. Minha primeira fic baseada no meu shipp real Kaseok, espero que gostem e espero ainda mais que leiam e aproveitem todas as musicas desse ficstape, só autora maravilhosa, então já sabemos o que vai dar <3
PS: Ah minha lista de fic vai estar ai embaixo, mas ela atualizada vocês podem achar, tanto no grupo de autoras de kpop que temos em conjunto com algumas autoras do site, clicando no icone do Facebook, quanto na minha pagina de autora aqui do site, que é só clicar no ficone com o F do Obsession. Meu tt ta sempre disponivel também, podem me gritar por lá, aqui pela caixa de comentarios ou onde me acharem kkkkkk

AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PUBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS.





Outras Fanfics:

SHORTFICS:
Baby How You Like That [Restritas – Kpop – Shortfics]
Baby, I Like You [Kpop – BTS – Shortfics]
Baby, I Want You Forever [Kpop – BTS – Shortfics]
Baby We Have A Happy Ending [Kpop – BTS – Shortfics]
Do What We Do [Kpop – Restritas - Shorthfics]
Eyes, Nose, Lips [Kpop – BigBang – Shortfics]
Put'em Up [Restrita – Outros – Shortfic]

FICSTAPES:
02. Teenager [Ficstape #104: GOT7 – 7 for 7]
02. Nobody’s Perfect [Ficstape #122: Jessie J – Who You Are]
03. Crazy 4 U [Ficstape #148 – Move – Taemin]
03. 잡아줘 (Hold Me Tight) [Ficstape #103: The Most Beautiful Moment in Life: Young Forever]
04. Até o Sol Quis Ver [Ficstape #137: Exaltasamba – Ao Vivo Na Ilha da Magia]
04. Clap [Ficstape #120: Seventeen: Teen, Age]
06. Good Day For A Good Day [Ficstape #108: Super Junior – Replay]
07. Magic Shop [Ficstape #133: BTS – Love Yourself 轉‘Tear’]
07. 소름 Chill [Ficstape #111 – EXO – The War]
07. Shift [Ficstape #112 – Shinee – 1 Of 1]
07. OI [Ficstape #149: Monsta X – Shine Forever]
07. Dengo [Ficstape #150: AnaVitória – AnaVitória]
08. Tonight (오늘밤; feat. Zico) [Ficstape #119: Taeyang: White Night]
09. Retro [Ficstape #168 – SHINee – The Story of Light]
10. Fire [Ficstape #103: The Most Beautiful Moment in Life: Young Forever]
11. I Want You [Ficstape #168 – SHINee – The Story of Light]
12. Undercover [Ficstape #168 – SHINee – The Story of Light]
16. Not Today [Ficstape #080: BTS – You Never Walk Alone]

MUSIC VIDEO:
MV Beautiful Liar [Music Vídeo - KPOP]
MV Darling [Music Vídeo - KPOP]
MV Sexy Trip [Music Vídeo - KPOP]

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