Enviada em: 24/11/2019

Capítulo Único

não entendeu o motivo pelo qual seu melhor amigo disse que não poderia levar ela para a terapia. Tudo bem, ela não se importava, e iria de uber sem problema algum. Ela só não entendeu mesmo, ainda mais porque o amigo não ia sair de casa. Mas não questionou, já que fazia tanto tempo que ele estava à disposição dela, que achou que tudo bem, talvez ele só estivesse com preguiça. Saiu de casa com o celular em mãos, já pronta para pedir o uber, quando viu , seu marido, parado em frente a casa onde estava passando o último mês desde que ela e deram um tempo, escorado no carro, com as mãos nos bolsos e um sorriso ladino nos lábios. A mulher conteve o próprio sorriso, sentindo seu coração se acelerar com as possibilidades que seguiam aquele gesto, e se aproximou devagar.
- Oi - Ela o cumprimentou incerta.
- Oi. Vou te levar pra terapia hoje. - avisou, estendendo a mão para ela. tocou a mão dele e sorriu meio sem jeito. - E depois vamos tomar um café na sua cafeteria preferida.
- Vamos? - perguntou apenas para confirmar que tinha ouvido certo. balançou a cabeça em confirmação. - Ok...
O romeno sorriu e deu a volta no carro, levando consigo. Abriu a porta para ela e assim que ela entrou, fechou e foi até o banco do motorista. O coração dela estava a mil, mas ela tentou manter a calma a todo o custo.
Era como se eles estivessem saindo pela primeira vez.
O que era ridículo.
E extremamente fofo.
Além de ser compreensível, já que os dois não eram um casal já há quase um mês. Quer dizer, fazia mais tempo... passou por uma grande perda, assim como , mas diferente do marido, ela tinha se afundado no meio do caminho.
A situação havia sido tão crítica que ambos falaram e fizeram coisas que nem em seus piores pesadelos imaginariam que poderiam fazer um com o outro. As brigas tinham se tornado frequentes na vida deles e, sem perceber, se viu sentindo algo que nunca imaginou sentir por : raiva.
E quando sua esposa começou a se recuperar, a fazer terapia, a buscar ajuda e voltar a si, o romeno não conseguiu tratá-la da mesma maneira, pelo contrário... Ele acabava sendo grosso, quando tudo o que precisava era de apoio. Mas só ele sabia o que tinha passado, como tinha se sentido ao ver a esposa se perder da maneira que se perdeu. Ela tinha ido, literalmente, ao fundo do poço.
E por conta de tudo isso, por perceber que aquilo estava fazendo mais mal do que bem aos dois, decidiu dar um tempo no relacionamento. Não foi fácil decidir isso, mas foi o melhor, hoje ela tinha noção disso. Então, ela teve uma conversa definitiva com e avisou que estava indo passar um tempo na casa de seu melhor amigo.
A princípio, ficou em choque, mas logo percebeu que era a melhor coisa a se fazer. E hoje, depois de um mês, ele estava finalmente pronto para tentar de novo. Pronto para voltar a tratar da maneira que ela merecia e perdoar a esposa por tudo o que tinha acontecido. Mas, principalmente, se perdoar por ter se sentido como se sentiu.
abriu um sorriso para , meio sem jeito, quando ele entrou no carro. Colocou o cinto e mordeu o lábio, mantendo seu olhar para a frente, enquanto ouvia o carro ser ligado.
A princípio, o único som ouvido no carro era o silêncio de ambos, mas não era desconfortável, pelo contrário, era... Reconfortante, de uma maneira estranha.
- Como tem sido a terapia? - Ele quem quebrou o silêncio.
- Ótima, de verdade. Tem me feito muito bem - respondeu, encarando , enquanto o via sorrir sem tirar a atenção do trânsito. - Amanhã tenho psiquiatra... Acho que ele vai trocar os remédios, não sei... Não tô mais precisando tomar os remédios pra dormir, pelo menos, não todos os dias...
Ele olhou para ela surpreso.
- Isso é ótimo, de verdade. Fico feliz - sorriu, e sentiu seu coração se confortar ao perceber que ele realmente estava diferente.
Parecia... revigorado.
- É, né? - Ela também sorriu. - E você... Tá bem? Tem ido na terapia?
- Sim, mas agora só preciso ir uma vez por semana. - Ele contou, já perto de estacionar o carro. - Tô bem melhor. - Olhou para ela, esboçando outro sorriso, que foi retribuído por .
- Você parece bem.
- E você também. - sorriu ao parar o carro em frente a clínica. - Eu te espero aqui, então?
- Isso. - Ela ajeitou a bolsa no ombro e se aproximou para se despedir dele com um beijo, mas parou no meio do caminho, rindo meio sem jeito, sem saber o que fazer.
percebeu e levou a mão até a dela, a puxando. Tocou o rosto de levemente e deu um leve beijo no canto dos lábios dela antes de se afastar e sorrir.
- Boa terapia. - Ele desejou, voltando a se sentar normalmente no banco.
mordeu o próprio lábio para conter um sorriso abobado e balançou a cabeça em forma de agradecimento antes de sair do carro e andar em direção a clínica, com seu coração mais acelerado que o normal, como não ficava havia algum tempo. E acompanhou até sumir para dentro do prédio, sorrindo para si mesmo, tendo certeza de que tudo ficaria bem entre os dois.

xxx

- Oi. - disse ao entrar no carro depois de algum tempo.
- Como foi? - quis saber, virando o corpo para ela, curioso.
- Foi bom. Primeira sessão que eu não chorei - Ela contou, sorrindo orgulhosa.
- Isso é bom. Muito bom, aliás. - Ele disse, genuinamente feliz por ela. - Quero te levar em um lugar, pode ser?
franziu a testa levemente, mas logo balançou a cabeça em confirmação.
- Claro que sim. - Disse, colocando o cinto, já curiosa para onde eles iriam.
então deu partida no carro e seguiu caminho até o local, que não tinha nem ideia de onde era.
Mas ele sim.
Ele tinha planejado tudo.
O caminho até o local não foi muito longo, e começou a reconhecer apenas quando entraram na rua principal.
- Ei... - Ela olhou ao redor, e depois o encarou curiosa. - O que estamos fazendo aqui?
- Você já vai ver. - sorriu orgulhoso e estacionou o carro, dando a volta para abrir a porta para que ela descesse.
- O que estamos fazendo na rua que eu morava? - Perguntou mais uma vez, olhando ao redor, se sentindo saudosa.
sorriu e estendeu a mão para ela, e aceitou, entrelaçando seus dedos nos dele.
- Achei que seria um bom lugar para conversarmos... - Ele respondeu, e os dois começaram a andar lentamente. - Porque, bom... Nós nos conhecemos ali - Apontou para a cafeteria em que eles tinham se visto pela primeira vez, e mordeu o lábio, sem conter um sorriso enorme e apaixonado. - Foi ali que eu te dei um banho de c...
- Quatro copos de café! - Ela completou antes que ele terminasse e riu sem jeito ao se lembrar. - Não tem como esquecer.
- Pois é. O que acha de relembrar os velhos tempos? - Indicou o local com a cabeça, e arqueou as sobrancelhas, surpresa.
Fazia tempo que não iam ali. Costumavam ir com frequência, todos na cafeteria sabiam quem eles eram e como tinham se conhecido... Por algum motivo, depois que casaram e se mudaram, o local ficou fora de percurso para que frequentassem sempre. Então, não era uma má ideia.
Ela balançou a cabeça em confirmação e ele sorriu feliz.
Seguiram até o local e entraram na cafeteria, onde, para a surpresa de , não tinha absolutamente ninguém além dos dois e os funcionários.
- Você mandou fechar a cafeteria pra gente? - perguntou depois de cumprimentar os funcionários, e balançou a cabeça em confirmação. - ! - Ela riu meio sem jeito, dando um leve apertão na mão dele.
- Relaxa, é só pra gente ter um pouco de paz. E, aliás, eles ficaram super felizes, não é como se tivessem se importado. - Deu de ombros, a guiando até uma mesa no canto do local. se sentou e ele fez o mesmo, sentando-se em frente a ela. - Como foi esse último mês?
se ajeitou na cadeira e suspirou, dando de ombros.
- Não foi fácil, não vou mentir. Mas foi menos ruim do que eu achei que seria... - Ela confessou, apoiando o braço na mesa. - Tive noites muito difíceis, e outra mais tranquilas... Poucos dias ruins, mas os que foram, foram péssimos... enfim... - Deu de ombros, cruzando os braços enquanto olhava para ele.
- Mesma coisa. - Ele estendeu a mão sobre a mesa, e só então percebeu que ele tinha voltado a usar a aliança de casamento. Mordeu o lábio ao perceber aquilo, sorrindo de maneira leve, o que não passou despercebido por . - Você... Você tinha razão em relação ao tempo, sabe? - voltou a falar, e o encarou ansiosa e nervosa. - Eu precisava disso.
- Sei que sim... Quer dizer, eu só... Tive coragem pra decidir te dar esse tempo... - Ela disse baixinho, desviando o olhar para o próprio colo, ficando nervosa subitamente.
Sentiu o olhar do marido sobre si o tempo todo, e então voltou a olhar para ele, o encontrando sorrindo com uma tulipa em mãos.
Uma única tulipa.
Vermelha.
A flor que tinha um significado enorme para os dois.
Ela sorriu e, como uma adolescente recém apaixonada, teve certeza que suas bochechas coraram imediatamente. Pegou a flor e a cheirou, colocando-a ao lado do copo que continha suco de morango com laranja, seu preferido desde sempre.
- Obrigada. - agradeceu, bebendo um gole do suco logo em seguida. - Então, eu...
- Eu te amo. - disse de repente, cortando a fala de , a fazendo paralisar no lugar, mas de um jeito bom. Ela soltou seu copo, enquanto seu coração batia extremamente rápido. - , eu te amo... Eu te amo muito. - Ele se levantou e se sentou na cadeira ao lado dela, de frente para a esposa. - Todas aquelas questões, foram resolvidas, e a única coisa que falta, a única... É você, doll. É você.
mordeu o lábio, seus olhos se enchendo de lágrimas ao ouvir a fala dele. Levou sua mão até a do marido e entrelaçou os dedos nos dele.
- Eu também te amo, muito, e eu... - Ela começou a falar, mas a interrompeu mais uma vez, levando o dedo indicador até o lábio dela para que ela ficasse quieta.
- Shh, deixa eu falar antes. - Ele pediu, e riu de leve, balançando a cabeça em confirmação - Foi muito difícil pra mim ver você daquela maneira, e lidar não só com o que você estava sentindo e passando, mas também com o sofrimento de quem estava indiretamente envolvido, e o meu... Além disso, eu ainda tinha que lidar com a raiva... - Ele disse baixo, suspirando. - E não me orgulho de ter sentido isso, de ter deixado esse sentimento dominar tudo de bom que eu sinto por você... Então, eu precisei trabalhar isso - continuou, fazendo uma pausa para colocar uma mecha do cabelo dela atrás da orelha - Eu precisei trabalhar isso, e foi o que eu fiz nesse último mês... Dia após dia, eu revivi cada momento nosso juntos, vi todas as fotos, vídeos, mensagens, cartas... Enfim... - sorriu saudoso - E junto com a terapia... Eu consegui me perdoar por ter sentido tudo isso por você. - Fez um carinho leve no rosto de - Então hoje eu peço desculpas por ter agido da maneira que agi quando você ''voltou''. Mas eu precisava passar por isso, sabe? - Questionou retoricamente. - E agora a única coisa que eu quero é você de volta em casa, na minha vida... É poder ser teu colo, teu abraço, teu conforto... Dormir e acordar todos os dias com você e enfrentar esses dias bons e ruins, que você diz, ao seu lado. Nós dois estamos longe de ser perfeitos, mas isso aqui, até esses momentos difíceis, , até eles, valem a pena, porque eu te amo, doll. Te amo muito. E não existe sem . Espero que saiba disso - Ele finalizou, ainda olhando nos olhos dela.
deixou algumas lágrimas deslizarem pelo próprio rosto, e as secou, sorrindo apaixonado ao vê-la tão vulnerável em sua frente.
- Primeiro de tudo... - Ela fungou baixinho, se ajeitando na cadeira para também ficar frente a frente com ele. - Você não precisa pedir desculpas, . Você passou pelo inferno, graças a mim, e bom... Não tem como te julgar. De verdade. - Ela foi sincera, ainda sentindo uma pontada de culpa. - Cada um lidou de um jeito, e não te julguei, em nenhum momento... sim, doeu você me tratar daquela maneira, mas eu entendo, de verdade... - Tocou o rosto do marido, acariciando a bochecha e o maxilar dele. - E bom, eu também te amo. Muito, muito... E mesmo não estando, ainda, na minha melhor forma... Eu tô melhorando a cada dia mais, e ter você ao meu lado nesse processo vai tornar tudo menos doloroso, amor. - Ela finalizou, e não demorou nada para tocar o rosto dela com as duas mãos e puxá-la para um beijo.
E quase derreteu.
Para os dois, era como se tivessem se beijando novamente pela primeira vez.
O frio na barriga, o quentinho no coração, o toque quente, o olhar apaixonado...
Não se demoraram muito, já que estavam em um local publico e, quando se separaram, encostaram as testas, olhando nos olhos um do outro.
- Eu senti tanto a sua falta... Mas tanto...
- Eu sei. Você não imagina como foi pra mim - Ele disse, fazendo carinho no rosto dela. - E você volta pra casa hoje! - Decretou. riu, balançando a cabeça em confirmação.
- Claro que sim - Sorriu, dando um selinho nele. - Agora, será que podemos comer meu bolo preferido e depois colocamos tudo em dia? - Ela sorriu sugestiva.
ergueu as sobrancelhas em surpresa.
- Tudo...?
- Tudo. Quer dizer, podemos tentar. - Ela mordeu o lábio meio sem jeito.
- Por favor, o bolo! - Ele fez sinal para um dos atendentes e riu dando um tapa leve no ombro dele, sendo abraçada logo em seguida. - Te amo. - Beijou os lábios dela mais uma vez, a apertando contra si de maneira exagerada. - Meu Deus, como eu te amo...
- Também te amo. - Ela sorriu, fazendo carinho nos cabelos dele. - Muito.
- Tô com você, como sempre estive. Vamos seguir passando por isso juntos - Selou os lábios novamente. - Agora, como seu bolo que eu tô com pressa de ir pra casa - Ele riu maroto e o acompanhou.
As coisas realmente iam voltar ao normal.
Mesmo que levasse um tempo para que ambos estivessem totalmente recuperados, principalmente , os dois sempre teriam um ao outro.
E era isso que importava.


FIM



Nota da autora: Oii, gente! Mais uma curtinha. Amei escrever essa história, na verdade, ela faz parte de algo muuuito maior, e quem sabe um dia eu não poste aqui pra vocês, né? Hahah. Obrigada por lerem! <3






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