Última atualização: 10/01/2021

Capítulo Único

Um ano em Amsterdã, fez absorver e aprender muitas coisas sobre o ramo em que resolveu investir. Depois que a indústria do entretenimento achou que ele estava velho demais para a vida de idol, ele precisava de alguma ocupação.
Seus companheiros de grupo já estavam encaminhados – muitos deles casados –, continuavam no ramo da música, como produtores musicais ou donos de suas próprias agências. Outros seguiram o ramo de artes e estabelecimentos comerciais, como, restaurantes, lojas de conveniência e até mesmo no ramo imobiliário.
tinha meia dúzia de restaurantes assinados com o seu nome, e tentou por um ou dois anos – enquanto ainda fazia parte do grupo – abrir uma gravadora independente, mas aquela, definitivamente, não era sua vocação.
Relutou por anos abrir a Luxury, pensando que sempre teria seu nome vinculado a imagem do grupo e de seus companheiros.
Resolveu então usar um pseudônimo, clichê talvez – senhor X era seu codinome. Ele não queria nada elaborado e esse deu super certo.
Alguns amigos próximos do ramo do meio artístico e influente sabiam que o local pertencia a ele. A discrição era total, uma equipe excelente de segurança fazia o aparato dos paparazzi a muitas quadras de distância do local, além de toda a mídia e quem quer que pudesse vazar qualquer tipo de informação sobre os frequentadores do local.
Câmeras, gravadores e celulares eram terminantemente proibidos. As meninas que trabalhavam ali assinavam contratos de confidencialidade e qualquer coisa que vazasse a equipe de mídias sociais estavam apostos para resolver e contornar a situação, antes que virasse um escândalo – bem como uma ótima equipe de advogados para processar quem fosse necessário.
A descrição e segurança do lugar foi tomando fama entre os idols e as figuras mais importantes e influente de todo o país. As mais belas e treinadas mulheres – eram dançarinas, cantoras e muitas delas também eram acompanhantes de luxo.
abriu a Luxury, com a intenção de entreter e satisfazer os mais variados gostos. O sucesso foi tão grande, que logo no primeiro ano em que a casa estava aberta, ele já estava inaugurando duas filiais – uma em outro ponto da Coréia do Sul e outra na Tailândia.
Ele voltou do seu “retiro” em Amsterdã, com ideias incríveis – tantos para shows quanto para as mais variadas vertentes que o ramo o proporcionava. A mídia, óbvio, já tinha descoberto a Luxury há algum tempo e vivia intrigada para saber mais informações sobre o senhor X e sobre o público que a frequentava.
Pela primeira vez desde o término do grupo , estava trabalhando em algo que era realmente sua praia. Nesse meio tempo ele havia dormido com muitas das meninas que passaram pela casa – tentou sossegar – mas nenhuma delas tinha conseguido aquela proeza.
Durante esse ano, a matriz vinha recebendo cada vez mais clientes e os funcionários eram selecionados cada vez de uma forma melhor. recebeu os relatórios de pelo menos sete novas contratações, mas mais três eram para entretenimento artístico somente. Isso que ele amava em seu negócio, os contratados para palco e salão, podiam escolher se queriam somente receber o salário de performer – QUE ERA BEM GENEROSO – ou se iria agregar renda com o adicional como acompanhante.
Releu os relatórios durante a viagem de carro, do aeroporto até seu apartamento. Os contratados vinham geralmente da mesma agência, tinham tipos físicos, alturas, idades, cores de cabelo parecidos uns com os outros e ele gostava daquilo – sabia a quem recorrer caso tivesse algum tipo de problema com o funcionário. Observou que todas as fichas em suas mãos tinham os nomes verdadeiros – nacionais – exceto uma, com um nome peculiar, a construção era diferente do coreano e era três vezes maior.
Descendo os olhos pela folha, que continha as informações pessoais da moça, ele encontrou a nacionalidade dela. Nunca tinha trabalhado com uma latina antes. Nos dados continha: ótimas referências de casas noturnas dos EUA e da Espanha, além de muitas recomendações nos contatos que sua equipe fez com os ex contratantes dela.
— Fluente em coreano e inglês? — soltou alto o suficiente, para tomar por um minuto a atenção do motorista.
— Desculpe, o senhor falou comigo? — O funcionário perguntou, olhando para ele pelo retrovisor.
— Me desculpe, Park, eu pensei alto. — Respondeu, dando um sorriso largo ao homem que conduzia seu transporte. Park trabalhava para ele há alguns anos já e tinham o costume de conversar, quando ele não estava envolvido com coisas do trabalho.
voltou a sua leitura e pensou como aquilo podia ser interessante. Mais abaixo no documento, em vermelho as letras de “somente serviços de performer” brilharam no olhar do rapaz e aquilo mexeu com algo dentro dele. Não podia estar se sentindo estranho daquela forma – afinal, não tinha nem chegado a ver a mulher – como podia se sentir daquela forma? Era alguma auto sabotagem, uma piadinha de mau gosto dele, com ele mesmo.
Deixou os relatórios em cima do banco e pegou seu celular para tentar se distrair de todo aquele sentimento estranho. Logo de cara viu mensagens da sua advogada em questão do ok das contratações, alguns de seus amigos com conversas aleatórias e uma em especial no chat privado de – que foi a que mais chamou sua atenção.

De hyung:
E ai meu irmão, soube que está de volta ao lar, como foi seu tempo em Amsterdã? Espero que esteja saudável.
Você já viu a mulher que eu indiquei para a Lux?
Sensacional não é?
Você não imagina como eu a conheci.
Te vejo em breve...
Quando estiver pela Luxury me avisa, eu dou uma passada lá pra gente conversar melhor, tenho algumas artes novas para te mostrar.


não podia acreditar, estava torcendo para ser uma das japonesas que também estavam naquela pilha de relatórios.
— Park, vai direto para a Lux, por favor, me deixe lá e leve minhas coisas para casa. — disse, sem tirar os olhos do aparelho em suas mãos.
O motorista olhou pelo retrovisor e notou que algo incomodava o rapaz.
— Está certo, senhor. Tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa na Luxury? Precisamos de reforços? — Park respondeu, nunca tirando os olhos da estrada.
Ele já trabalhava para a tempo suficiente para saber como o outro se sentia e quando ele precisava mudar de empregado para amigo.
— Não se preocupe, Park, eu marquei com uns amigos e tinha esquecido. — O sorriso no rosto de era de quem estava falando a verdade, pelo menos no quesito de não se preocupar.
voltou a atenção para seu celular e começou a digitar uma mensagem de volta para :

Para hyung:
Por favor, hyung diga que a mulher que você indicou não foi a latina rsrs
Eu estou indo para a Lux agora ver o pessoal novo e colocar ordem na casa, chego lá em vinte minutos, se tiver livre, a gente se encontra.


Alguns poucos minutos depois, enquanto olhava pela janela, as árvores passando como borrões ele sentiu o celular vibrar, em sinal de novas mensagens.

De hyung:
Grande , você quer a verdade ou ser feliz? Hahaha
Eu estou a caminho do Atelier, acabei de sair de uma reunião exaustiva com alguns compradores, aquele porre de sempre. Vou lá, pego o catálogo que separei para a Lux e te encontro em mais ou menos quarenta minutos, daí a gente conversa sobre a garota.

Para hyung:
Eu deveria ter imaginado que ela era obra sua, seu bastardo kkkkkk
Combinado então hyung, nos vemos.


Pouco tempo depois de enviar a mensagem mal educada para o mais velho, o carro parou na grande fachada preta reluzente, com letras em vermelho igualmente reluzente. saiu do carro e se encaminhou até a entrada, onde James e Stock estavam sentados nos grandes bancos, que ficavam na sombra do parapeito. Tinha mais umas quatro horas até o local abrir – mas a segurança trabalhava 24hs por dia – mesmo as segundas, quando a boate não abria. Ele os cumprimentou com um aceno de cabeça e entrou no local. No caminho até lá, já tinha pedido ao responsável da noite para chamar os novatos, para que conversassem sobre alguns pontos do contrato e para conhecer os novos rostos que seriam parte da atração de seu estabelecimento. Sempre usava alguns truques com os novos funcionários no começo – mas agora ele conversava abertamente com eles – sua equipe, responsável pelas contratações sempre trazia pessoas confiáveis há muito tempo e o contrato milionário de quebra de sigilo que eles assinavam antes desse primeiro encontro garantia a ele e aos freqüentadores muita segurança quanto à venda ou vazamento de alguma informação pessoal ou nomes. Ao chegar à parte de dentro do local, viu as luzes baixas e uma música na qual não estava familiarizado – em uma língua um pouco diferente de todas as que ele falava.
— Alguém ensaiando, não? — perguntou para o barman que estava parado à sua frente secando alguns copos.
— Sim, senhor! — O rapaz loiro na casa dos seus 25 anos, respondeu sem tirar os olhos do palco. — Ela vem todos os dias, mais ou menos nesse mesmo horário ensaiar seus números. O de sempre, chefe? — Ele se virou antes de ouvir alguma resposta do mais velho
tinha os olhos presos no palco, mais precisamente nos quadris da mulher, que rebolava sensualmente, seus cabelos eram jogados de um lado para o outro à medida que ela balançava os quadris. Aquilo o deixou hipnotizado e mesmo depois de que seu copo já estar cheio no balcão com a bebida forte, ele não conseguia tirar os olhos daquela, que para ele, era uma das coisas mais lindas que ele já tinha colocado os olhos, e isso continuou até que a música se encerrasse. Assim que os olhos da mulher encontram os de , o barman começou a aplaudir e ela se curvou sorrindo.
— Não sabia que já estávamos abertos. O senhor Chong não me avisou nada sobre mudança de horários. — Ela falou alto de onde estava para , tendo certeza que o loiro ouvisse.
— Mas não estamos abertos ainda, ele não é um cliente, não se preocupe. — respondeu, arrumando alguns copos no balcão. — Este é... — interrompeu o rapaz para que ele não prosseguisse. Tomou um gole de sua bebida e viu vir saltitante até o balcão.
— Desculpa , eu não consegui entender o final, você pode repetir? — Ela abriu um grande sorriso e a forma como o coreano dela tinha um sotaque diferente, fizeram com que as mãos de começassem a suar de uma maneira estranha.
serviu um copo com água e algumas pedras de gelo para a mulher de cabelos azuis, que iam até a altura da cintura.
— Ah, nada de mais, esse é o senhor ! — disse, apontando para o chefe.
estendeu a mão para a garota, que se virou e apertou a mão do homem, em cordialidade.
— Muito prazer, senhor . Eu sou , mas o senhor não deve ter o menor tipo de interesse nisso, já que não é cliente da Lux. Acredito que seja um sócio novo ou acionista, espero que o senhor tenha gostado da minha apresentação. As meninas e meninos aqui são realmente muito muito bons e...
interrompeu a garota. — Respira, mais devagar, se não as pessoas não entendem. — Ele riu e olhou para que não tirava os olhos da mulher.
caiu na gargalhada, se curvando em sinal de desculpas e quando ia abrir a boca para se apresentar, a garota simplesmente soltou a mão dele e saiu em disparada ao outro lado do grande salão. estava sentado de costas para a entrada dos fundos, ele só ouviu a mulher chamar por alguém, antes dele se virar.
, meu amor, que saudades. — sorria e, ao chegar perto do rapaz, o recebeu com um abraço amistoso e ele retribuiu o gesto.
Assim que eles se afastaram, falou alguma coisa no ouvido de e os dois riram e ele avistou o amigo, então resolveu ir ao encontro dele. Ela estava com o braço nos ombros de e ele com uma das mãos na cintura dela.
— É assim que as garotas novatas desse lugar tratam os clientes fora do horário de trabalho agora? — disse seco. Não entendia por que estava falando daquele jeito. cansou de fazer amizade com as meninas da casa.
— Que isso, ? — questionou, soltando e se aproximando do amigo.
— Me desculpe, senhor . — disse, se curvando — Não vai se repetir, é que eu...
— Não, , tá tudo bem. — disse, sem tirar o olhar de reprovação de cima de . — Essa é a garota que eu indiquei, lembra que eu te disse? — Direcionou os dizeres para o mais novo e abraçou-o. — É bom te ver de novo senhor X.
— Como assim, senhor X? — perguntou surpresa — Senhor X, o senhor? O real senhor X? Senhor X? Não pode ser o senhor X, o senhor X não está na coréia. Ai meu santo universo, não pode ser. Eu, me desculpa, eu...
! — a chamou, mais uma vez para que ela respirasse.
— Me desculpem, eu não deveria ter agido assim, nem falado informalmente com o senhor. Me desculpe, senhor X. — A mulher se curvou mais uma vez, sentindo o corpo todo em uma adrenalina desesperadora.
— Eu achei que você já tinha se apresentado a ela. — disse, olhando preocupado o jeito que a amiga ficou. Sorriu para ela assim que retornou o corpo para a posição atual.
— Não, , por favor, não se desculpe. Desculpe a mim pelo mau jeito. — disse, olhando pacificamente para a mulher. — Eu sou , mas você deve me conhecer mais por . — Ele tirou os óculos escuros e olhou nos olhos dela. assentiu e sorriu.
— É um prazer conhecer o senhor novamente, senhor X. Agora eu tenho que ir me arrumar. Se me dão licença e mais uma vez, me desculpem. — finalizou e se encaminhou até a parte de trás da casa onde ficava o grande camarim dos dançarinos.
— Te vejo mais tarde. — gritou e ela assentiu com a cabeça, antes de se virar novamente
— Ela é realmente incrível! — deixou as palavras saírem de sua boca sem nem perceber, ainda olhando , até que ela sumisse de vista.
— Não brinca! — disse, rindo e bagunçando os fios de cabelo de . — Seunghuyn está apaixonado? É isso mesmo produção? Não acredito, eu quero ser o padrinho, se lembre que eu juntei o casal. — Ele continuava zombando do amigo.
— Cala a boca , eu não estou apaixonado coisa nenhuma. — deu um soquinho no braço do amigo. — Ainda mais por alguém que já saiu com meus amigos.
— Com quem ela já saiu? — perguntou se sentando no colo do mais novo. — Não acredito que Dae esteve por aqui já, a menina mal começou. — Ele riu e pediu uma bebida para .
— Não estou falando do Dae, to falando de você, essa intimidade toda de vocês ai, não me engana não viu. E sai do meu colo. — respondeu o amigo, empurrando ele de qualquer jeito de seu colo.
— Ai que agressão. — O mais velho disse, rindo. — Eu gosto muito mesmo da , mas não desse jeito que você está imaginando. É engraçado, porque eu a conheci em um show do Jay Z em Vegas há alguns anos atrás. Ficamos bêbados juntos em um camarote e ela me levou para conhecer o Jay nos bastidores. Ela era dançarina na agência que ele produzia as suas músicas, então se tornou amiga da família Z e foi isso. Trocamos telefones e nos víamos sempre que ela vinha fazer algum evento aqui ou eu ia para os EUA.
— Mas aqui na ficha dela diz que ela é brasileira — olhou pro amigo confuso.
— E o que tem? As pessoas saem de seus países para tentar uma vida nova, isso é super normal. — disse tranquilamente, bebendo um gole de seu drink.
— E como ela veio aqui na Lux, sendo dançarina?
— Aí eu já não sei, não entramos em detalhes sobre essa fase da vida dela, mas eu a encontrei em uma boate da última vez que eu fui com a galera para a América e ai eu propus a ela trabalhar aqui, visando a condição atual dela e por ser uma amiga de confiança.
— Atual condição, como assim? Ela ta envolvida com a polícia, com drogas? — disse incrédulo do que saia da própria boca.
— Não seu louco, você acha que eu ia indicar alguém fugitivo da polícia ou de bandidos, para trabalhar com você? — ria muito. — Você não leu a ficha pessoal toda dela? tem um filho de três anos, que atualmente mora com a avó paterna, o pai da criança mesmo sumiu no mundo e a mãe dele achou que tinha o direito de tirar a criança da mãe, só por causa da rotina de trabalho que ela não concorda que tenha e por ego também, sabe como essas pessoas ricas são insuportáveis. — O mais velho tinha um tom magoado na voz. — E ela só estava nessa rotina porque tinha que sustentar sozinha o filho, com o sumiço do pai e a família toda em outro país, ela se virou como pode. — Percebeu que o amigo depositou toda sua atenção nas palavras dele. — Então até ela se firmar com um bom dinheiro para entrar com o processo de guarda, ter um trabalho, onde ela tenha reais condições de cuidar do filho, ela está longe dele. Claro que isso tudo não está na ficha, lá deve estar só que ela tem um filho e que ele não mora com ela.
Os dois seguiram conversando sobre coisas aleatórias mostrou as artes que ele tinha separado para renovar o acervo da Luxury, e mostrou pro amigo os outros contratados que a agência tinha mandado. Não conseguiu fazer a reunião com o pessoal, porque ficou por horas conversando com o mais velho.
Pouco antes da boate abrir, se encaminhou para sua área exclusiva especial em um canto estratégico do salão – algumas meninas foram o entreter.
se encaminhou para sua área VIP, que ficava localizada no alto da casa, atrás de um grande vidro laminado, que ele tinha visão de todo o salão e ninguém – salvo alguns funcionários, clientes e amigos mais próximos – sabia que o grande senhor X, passava as noites ali, é aquele ditado: O olho do dono que engorda o porco. Colocou seu terno mais confortável de seda preto, vestiu suas pantufas de camurça da mesma cor e se sentou na grande poltrona vermelha – que dava a ele uma visão privilegiada de toda a área dos clientes e do palco principal. Acendeu seu charuto cubano e ficou pensando em que seu Hyung tinha dito sobre . Por que ela saiu da agência de Jay Z e por que ela dançava na Luxury agora? Muitos pensamentos passaram por sua mente, e o mais importante: Por que ele estava tão interessado na vida dela?
No passar daquela noite, Mitchie, uma de “suas garotas” – a que era mais solicitada – foi até a área VIP, mas a mandou embora pro salão, a atenção toda dele aquela noite estava sob , ou melhor, “Moon” - como era seu nome artístico. Tudo nela o encantava de uma forma inexplicável. A forma com que a garota mexia o corpo e o jeito com que sentia cada batida fez com que sentisse não só a paixão dela pela música, mas também a determinação dela para ser uma boa profissional. O empenho da mulher fez com que ele ficasse ainda mais intrigado.
Ao chegar em casa pela manhã, sentia seu corpo cansado, mas sua mente não conseguia desligar – talvez fosse o interesse corpo dela, na beleza “exótica” que ela tinha, talvez fosse a paixão que captou que ela tinha pelas coisas, ou talvez e só talvez toda aquela inquietação fosse realmente por estar se apaixonando pela mais nova, eram muitas novidades para um único dia.
Pegou mais uma vez a ficha da garota e releu todas as informações, varias e varias vezes, e aquilo era a maior loucura que ele já tinha feito todos esses anos de Luxury. Nunca antes se interessou pela vida de uma das meninas.
A boate estava financeiramente e com uma equipe igualmente boa. Aquela era a hora perfeita para ele abrir mais uma filial – a ideia era exatamente essa quando voltou da Holanda – mas para isso, ele precisava tirar da cabeça.
De noite, naquele mesmo dia, ele estava no mesmo lugar de sempre, na sua área VIP, com um roupão de veludo vinho, calças sociais no mesmo tom e uma camisa confortável, sentado na sua poltrona, mas dessa vez ele precisava conversar com e resolver de vez aquele impasse dentro dele.
chamou um dos garçons que estava passando por lá para entregar uma garrafa cheia para reabastecer o ambiente e pediu para que ele chamasse para que ela fosse até ele. Viu quando o rapaz chegou até a mulher e apontou para onde estava, observou ela argumentar alguma coisa e usar as mãos para explicar, mas de onde ele estava não conseguiu entender, mas parecia que ela estava querendo que ele entendesse algo e que ele continuava insistindo naquilo.
Depois de muita conversa, ela arregalou os olhos e rapidamente desceu do palco e andar apressada para onde ele estava.
— Com licença. — disse da porta. — O senhor queria me ver? — Ela sorriu, olhando para baixo.
ficou um tempo olhando para ela, captando e mapeando com o olhar cada centímetro do corpo semi descoberto da mulher. Depois de algum tempo sem resposta, tentou mais uma vez.
— Senhor X? — Ela disse confusa.
— Ah, me desculpe. Sim, pedi para te chamar, por favor, se sente. — Ele indicou uma das cadeiras que compunham a decoração. — Bom, Moon, eu andei te observando ontem, li sua ficha algumas vezes e... — Ele parou o raciocínio ao ver os olhos atentos e alarmados dela ao ouvir cada palavra.
— Por favor, senhor X, não me manda embora agora. Eu sei que ainda não peguei o jeito dos outros dançarinos daqui, mas eu estou me esforçando pra isso, eu posso treinar mais e elaborar mais números. — Ela parecia desesperada. — Eu sei também, que ter um filho implica, na minha ficha, mas é por ele que eu preciso manter esse emprego, o salário é bom, eu vou conseguir comprar minha casa e ter finalmente um endereço fixo. Eu preciso muito desse emprego, por favor, me diga como você quer que eu faça, que eu aprendo e faço, por favor, senhor X. — Os grandes olhos de estavam cheios de lágrimas e seu tom agora era quase uma súplica.
ficou muito chocado com a possibilidade do mal entendido, só que a mulher não parava de falar e ele ficou meio paralisado.
— Não, . — Ele disse firme, o que a fez ficar quieta e olhar atentamente para ele, ainda segurando as lágrimas. — Não é nada disso. Eu te chamei aqui porque queria, primeiro, te elogiar. Eu acompanhei parte do seu ensaio outro dia e a sua performance ontem e eu fiquei simplesmente encantado com tudo que vi.
— Então, eu não estou demitida? — estava aliviada e sem perceber tocou na mão dele em agradecimento.
— Não, na verdade eu te chamei aqui porque, hum, olha, eu vou jogar a real, estou interessado em você. — Aquelas palavras do mais velho atingiram como um soco na boca do estômago. Ela se afastou dele, se levantou e se aproximou da porta.
— Olha, senhor X, se o senhor estudou mesmo a minha ficha, sabe que eu não estou na categoria que o senhor pode “conhecer melhor” — Ela fez aspas com os dedos. — Eu já fiquei sabendo como as coisas acontecem por aqui e meu foco não é esse tipo de coisa. Sei que o salário é maior e os benefícios também, mas eu não estou mesmo interessada. Se o senhor quiser me demitir por isso, eu pego as minhas coisas e tento a sorte em outro lugar, muito obrigada pela oportunidade e... — se levantou e a olhou sério, o que fez a garota parar de falar e o observar.
— Você poderia, por favor, me deixar terminar de falar, ou sempre vai tirar conclusões precipitadas? — O tom dele era firme e sério, o que fez voltar para mais perto da cadeira. — Se sente, por favor. — Ele voltou a se sentar quando a viu fazer o mesmo. — Eu não quero pagar para ter uma noite com você , eu li a sua ficha, não te forçaria a prestar nenhum tipo de serviço que está restrito em seu contrato, nem mesmo eu sendo o dono aqui, a coisa que eu mais prezo no meu estabelecimento é que meus funcionários se sintam confortáveis e que trabalhemos em um ambiente respeitoso e favorável, insinuar esse tipo de coisa, vai contra todos os meus preceitos. — Ele viu a feição dela ficar menos tensa. — Me desculpe se eu me expressei mal, não queria que pensasse isso. Eu estou sim interessado em você, mas na sua história, e eu quero sim te conhecer melhor, pelo que me contou de você e pela forma em que você se entrega à dança foram coisas que me instigaram sobre a sua vida, e eu confesso que tenho interesse em saber mais sobre. O que acha da gente sair para almoçar amanhã? — Ele abriu um sorriso tímido se sentindo menos tenso.
— Um almoço sem interesses sexuais? — Ela perguntou ainda na defensiva.— Sem segundas intenções, só pra saber mais da minha vida? — Ela finalizou um pouco confusa.
— Bom, a principio. Meu interesse em você não é esse que você está imaginando. Estou me sentindo estranho em relação a você, quero te conhecer, e saber mais sobre por que estou me sentindo assim, você topa?
— Se eu disser não, estou demitida? — Ela olhou nos olhos dele.
— Você por um acaso está procurando alguma forma de me processar? — Ele continuou sustentando o olhar no dela. — Isso não é uma chantagem, é um convite que você pode aceitar ou não. Aliás, não é um convite do senhor X para a Moon, é um convite amigável do para a . — Ele finalizou atento, não queria parecer muito insistente, talvez ela achasse que ele não sabia interpretar um não ou algo do tipo.
— Me desculpe! Eu não quis ofender o senhor! É que eu estou cansada de patrões me fazendo propostas das quais eu não estou confortável e sempre quererem se divertir com a estrangeira. Por esse motivo eu vivo na defensiva. Se eu não lutar pela minha dignidade, ninguém mais faz isso por mim e não que eu ache que quem faz esse tipo de coisa não seja digno, é só algo que eu não estou disposta a fazer e... — a interrompeu, quando percebeu que ela estava falando e não estava respirando no meio das palavras.
— Calma, , respira mais devagar. Tá tudo bem, eu te entendo. — Ele riu e ela riu junto.
— Me desculpa. — Ela se ajeitou na cadeira. — Bom, se o senhor é amigo do , não deve ser uma pessoa ruim que vai me atrair para um almoço pra tentar algo comigo. E eu estou mesmo precisando fazer amizades por aqui, já que é um lugar que eu pretendo ficar por bastante tempo.
— Entendo, . Eu super entendo as suas preocupações e precauções. Então, posso te pegar às 14h00 amanhã? — Ele disse, olhando bem para o rosto dela, que estava com certeza mais relaxado.
— Às duas? Isso é um almoço ou um jantar? — Ela riu mais uma vez.
— Bom, então vamos ter que jantar, porque eu não costumo acordar antes do meio dia — Ele riu também.
— Nossa, como eu queria conseguir dormir tanto. — Ela suspirou frustrada. — Eu não costumo almoçar cedo mesmo, pode ser às 14:00. Anota meu endereço. — Ela procurou com os olhos algo na sala que servisse para anotar.
— Eu tenho na sua ficha, tá tudo certo. Desculpe-me pelo mal entendido e por tomar seu tempo, . Nos vemos amanhã, então. — Ela se levantou e olhou para ele antes de sair da sala.
— Nos vemos amanhã, senhor X.
— Nos vemos amanhã, . — Ele a corrigiu. Ela sorriu e saiu da sala, voltando até o salão.
tinha passado de todos os limites que ele próprio tinha estabelecido. Dormir com as mulheres estava tudo bem, até porque ele as pegava e muito bem pra isso, agora chamar para almoçar, um encontro, uma coisa pessoal daquela forma? Nunca. Não que ele não tivesse interesse na vida de ninguém que trabalhava para ele, mas a vida de nenhuma das outras mulheres mexeu tanto com ele quanto a vida de . Precisava entender algumas coisas, precisava se entender e entender seu sentimentos.
Quando voltou para casa no início da manhã, ele dormiu rápido e tranquilo, estava ansioso para o encontro e a ansiedade o deixava exausto mentalmente.
Às 13h45 parou um de seus carros particulares em frente ao conglomerado de apartamentos, em que morava. O lugar parecia pequeno, mas a vizinhança parecia bem tranquila, aquele era um lugar onde não se devia ter problemas em morar e criar uma criança.
Ele estava adiantado porque não conseguia conter a ansiedade, mas resolveu esperar no carro até a hora combinada, não queria dar a entender que ele queria ser convidado para subir.
Ficou fuçando na internet pelo celular, as notícias sobre a volta do grande para a Coréia, sobre a enorme exposição de arte que iria abrir nas próximas semanas, e também sobre o novo restaurante que estava abrindo em mais uma cidade próxima de Seul. Falando em , ele e iriam almoçar aquela tarde em um dos muitos estabelecimentos do amigo. Ele já tinha conversado com o mais novo e ele garantiu descrição total, uma área reservada só pros dois. ficou perdido nas notícias e nem percebeu quando a moça se aproximou do carro.
deu três batidinhas no vidro, do lado em que o rapaz estava, de cabeça baixa, vendo algo no aparelho e deu um pulo no banco com o susto, abrindo a janela e colocando parte do rosto para fora.
— Olá, . — Ele disse, colocando a cabeça toda para fora do automóvel.
, olá. — Ela sorriu. — Está esperando muito tempo? Eu vi seu carro parado aqui a uns bons minutos, mas não tinha certeza se era você.
estava deslumbrante aos olhos do rapaz. Ela usava um vestido leve de algodão amarelo, um casaquinho leve preto que combinavam com as suas botas de cano e saltos baixos, uma bolsa e os cabelos azuis em uma trança bem amarrada. Linda, como sempre, mas com um toque mais especial. Não estava vendo ela em uma roupa de ginástica ou de apresentação, estava diante de uma veste casual e aquele cenário a deixava mais vibrante, brilhante, ele não sabia descrever.
— Não, tem uns 10 minutos que eu estou parado aqui. Cheguei cedo, culpe minha ansiedade, e resolvi me atualizar enquanto te esperava. Com fome? Porque eu estou faminto. Entre, por favor. — Ele sorriu docemente, enquanto destravava o carro para que ela entrasse e eles seguissem viagem.
— Se minha mãe me visse agora, eu era uma mulher morta. — comentou, assim que se acomodou no banco do carona e afivelou o cinto de segurança.
— Como assim? — questionou, rindo, mas sem tirar os olhos da rua, já tinha voltado a dirigir.
— Dentro do carro de um estranho, não que o senhor seja um estranho, mas não nos conhecemos direito e poderia muito bem ser uma cilada. — ajeitou uma mecha do cabelo que estava se soltando, atrás da orelha.
— Sem essa de senhor, , já disse que estamos saindo como amigos. Você chama seus amigos de senhor? Eu não vi você chamando o Hyung de senhor. — O rapaz disse amistoso, dando um grande sorriso. — E sua mãe está coberta de razão sobre pegar caronas com estranhos. — Ele continuava com os olhos presos a estrada.
— Me desculpe, senh... . — Sentiu as bochechas pegarem fogo de vergonha, mas estava tudo sob controle. — Vou fazer de tudo para separar as coisas. — Ela riu fraco. — Não é como se ela se orgulhasse de eu dançar em casas noturnas nem nada, mas com certeza, entrar no carro de um estranho a faria me dar um sermão de três dias.
— Eu vou te ajudar, , não se preocupe, até o final desse dia você vai esquecer que eu sou seu patrão. — Ele riu sincero. — Sua mãe sabe que você é dançarina? — Ele estava curioso. — E que bom que eu não sou um total estranho, temos um contrato assinado juntos, isso é uma coisa grande, não é com todos os estranhos que se tem um documento em comum, não é mesmo? — Os dois riram daquela tentativa de piada do mais velho.
— Obrigada por ser tão compreensivo, senh... . — Ela abriu um sorriso largo. — Minha mãe sabe que eu sou dançarina, até porque é no que eu tenho formação acadêmica e o motivo pelo qual eu morava nos Estados Unidos. Ela sabe também que eu me mudei para Seul para tentar uma vida nova e que antes daqui minha rotina também era noturna, então presumo que ela saiba o que eu faço mesmo a gente nunca tendo conversado efetivamente sobre isso. — O clima no carro ficou estranho e o silêncio estava quase sufocante, então resolveu mudar de assunto.
— Três anos, né? — Ele tentou meio sem jeito.
— Como? — voltou de seus devaneios, não entendendo direito o que o mais velho falava.
— Sua criança tem três anos, né? — Ele parou no semáforo e olhou para ela. — Ah sim, meu filho vai fazer 4 anos daqui 5 meses. Eu sinto tanta falta do meu bebê. — entendeu a tentativa do homem de mudar o clima no carro, mas não conseguia evitar ficar emotiva falar do pequeno.
— Me desculpe entrar nesse assunto, eu não queria te deixar magoada. — Ele voltou a prestar a atenção na estrada, depois que um carro parado atrás, buzinou para que ele andasse, já que o sinal já estava aberto para os carros.
— Não, eu amo falar do meu filho. Ele é absolutamente a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, mas é que com toda essa situação atual, eu não posso deixar de sentir saudades e ficar emotiva. — mudou o astral, queria aproveitar o dia, queria recuperar o filho e se enfiar em um mar de tristeza e se excluir do mundo não iam ajudar ela em absolutamente nada.
— Bom, teremos a tarde toda para falar do seu pequeno então, mas agora chegamos. — anunciou, assim que parou o carro em um beco e sorriu.
— Minha mãe estava certa, eu não deveria pegar carona com estranhos. — riu ao soltar o cinto do fecho.
caiu na gargalhada, que o deixou sem ar, ao constatar que a piadinha era porque estavam parados naquele beco estreito e sem muita iluminação.
— A entrada de serviço é por aqui. Eu preferi entrarmos por aqui, sabe como a mídia é, e mesmo eu não sendo mais um idol, eu ainda sou uma figura pública e isso poderia ser uma dor de cabeça pra você. — Ele saiu do carro e viu a mulher fazer o mesmo, entregando as chaves para um homem muito bem vestido que apareceu sem que nem mesmo percebesse.
— É, eu não to querendo que meu rostinho lindo estampe nenhum site de fofoca, não sei lidar com a fama. — Os dois riram juntos mais uma vez.
, a conduziu até a área restrita que ele já conhecia muito bem – muitos jantares de negócios e até mesmo momentos com os amigos e família, que ele queria que fossem longe dos olhos da mídia, eram feitos naquele lugar, além da comida ser extremamente maravilhosa.
nunca tinha ido em nenhum lugar como aquele, suspeitou que não teria nem condições de pagar por uma garrafa de água dali, mas estava preparada. As coisas não eram tão caras como aparentavam ser – geralmente – e ela tinha algum guardado para momentos como aqueles.
Ao se acomodarem, viu uma presença masculina, que ela já tinha visto em algum lugar, mas não conseguia identificar.
, meu amigo. — se levantou e abraçou o homem que retribuiu o gesto. — Estava com saudades, nem passou lá na Lux pra me ver, seu pirralho mal educado.
— Ah, Hyung, essa semana foi tão corrida com a abertura no novo restaurante, que eu não tive tempo nem de respirar. — Ele sorriu tímido. — Mas vejo que agora não é um momento para colocarmos o papo em dia. — Ele direcionou o olhar para a mulher que ainda permanecia sentada.
— Ah, essa é , uma amiga. — apresentou ao amigo. — Esse é , meu irmãozinho, mas acho que você já sabia disso. — Ele direcionou a conversa para a mais nova.
— É um prazer, , se precisarem de algo, pode me chamar no meu escritório. Vou deixar vocês a sós. — finalizou o momento depois de cumprimentar a mulher e saiu do local.
Antes de voltarem a conversa que tinha ficado em aberto no carro, eles pediram a comida e também tinha pedido uma garrafa de vinho, que já tinha chegado a mesa. Realmente o cardápio não era um absurdo de caro, mas se atentou em pedir as coisas mais baratas e, seguindo a linha de raciocínio da mulher, se atentou em não pedir algo muito caro. Sabia que ela iria propor dividir a conta e não queria ser inconveniente em deixar a conta cara demais, já tinha extrapolado no vinho, mas não era algo que ficaria absurdamente caro e qualquer coisa eles dividiriam somente a comida – mesmo ele sabendo que faria de tudo para que eles não pagassem nada.
— Então , como chama seu pequeno? — retomou o assunto que eles vinham tendo no carro mais cedo. — Oh, é Thomas. Thomas Humphrey. — Ela praticamente cuspiu o último sobrenome. — Ele é lindo. — Ela pegou seu aparelho celular da bolsa, procurou algo no mesmo e o colocou em frente ao rosto do homem. — Essa foi a última foto que tiramos juntos. Meu Tommy estava com um sorriso tão lindo. Ele é um menino tão esperto. — Os olhos da mulher brilhavam ao falar do menino, mas o embargo na voz não deixava de estar presente.
— Ele é muito lindo, vejo que puxou a mãe. — deixa o duplo elogio sair sem nem perceber.
— Oh, muito obrigada. — recolheu o aparelho e tomou um gole da bebida, que estava já em sua taça. — Acho que eu não deveria beber álcool em dia de trabalho. — Ela brincou ao ver que o outro não tirava os olhos dela.
— Acho que seu chefe não vai se importar. — Ele riu junto, acompanhando a mulher e bebendo também.
A comida deles chegou, no momento em que pensou em questionar sobre a guarda do menino. O cheiro era maravilhoso, todas aquelas cores no prato enchiam os olhos do rapaz, ele não se lembrava qual a última vez que tinha comido algo que ou ele tirou do saquinho e colocou para ferver, ou que um entregador deixou na sua porta. Sentia saudades de se alimentar direito, mas não tinha tempo para aquele tipo de coisa no seu dia a dia.
— O pai dele sumiu! — disse do nada, enquanto levava pela terceira os hashis com a comida para sua boca.
— Faz muito tempo isso? — Ele perguntou, depois de engolir a comida, e esperou enquanto a mais nova terminava de mastigar.
— Tommy tinha um ano e meio. Nós morávamos juntos e eu realmente acreditei que as coisas seriam diferentes dessa vez. — Ela baixou os talheres e bebeu um pouco de água. — Mas eu não poderia estar mais errada. Depois que fui dispensada da agência por engravidar, dentro do período em que meu contrato de exclusividade, era totalmente criterioso sobre algum tipo de hiatus, dentro do período de cinco anos. Ser mãe de uma família “tradicional” — Fez aspas. — passou a ser até um bom plano para os primeiros anos de vida do meu filho, depois eu ia tentar um retorno para a agência ou sei lá. — Ela ajeitou a postura e olhou nos olhos dele, que levou novamente a taça de vinho a boca. — Então, quando eu já estava aceitando a minha nova condição de dona de casa, e mãe 100% do meu tempo, Dean resolveu que aquela vida não cabia mais a ele e simplesmente sumiu no mundo. — Ela sorriu fraco e voltou a comer.
— Mas como assim sumiu? — estava impressionado, como alguém poderia desistir da família dessa forma.
— Ele simplesmente não voltou de uma das viagens que fez com o grupo de dança, no qual ele se apresentava e algum tempo depois de mandou um postal dizendo: “Não nasci para uma vida tradicional, com mulher, filho, uma casinha com cerca branca e um lindo gramado na frente, espero que entenda e boa sorte com o Thomas. E caso não tenha entendido (todos sabemos como você é lerda) isso é um adeus, estarei pelo mundo vivendo minha juventude.” — ditou cada palavra com todo ódio e mágoa que tinha pelo corpo. — E foi isso, como eu não trabalhava mais, por motivos do nosso filho pequeno e por ele mesmo me dizer, várias vezes, que era melhor que eu ficasse em casa cuidando de tudo, logo tive que dar um jeito de não sermos despejados e termos o que comer.
— Eu sinto muito, . — realmente sentia, era como se fosse esmagado por um caminhão, se segurando para não chorar.
— Eu sinto mais ainda, aquele filho de uma puta, me deu meu melhor presente, que foi meu filho, mas também me trouxe não só a decepção de me abandonar, mas também o desprazer de ter algum tipo de ligação com aquela velha maldita. — A raiva voltou a voz dela. — Me desculpe.
— Não se desculpe, é a tal da avó que está com a guarda dele? — também tinha voltado a comer sua refeição.
— Sim, aquela víbora. Ela nunca gostou de mim, e nem do fato do filho dela ter engravidado “uma estrangeira qualquer”. — Fez aspas novamente — Tanto que quando ele foi embora, ela fez questão de me ligar e me falar que era pra eu esquecer que qualquer membro da família dela existia, eu tola pensei que aquelas palavras dela tinham doído demais, mas como sempre, eu estava enganada, antes eles realmente fingissem que não nos conheciam. Eu não sei o que levou aquela senhora me perseguir, ou meu filho, mas ela o fez e depois de quase nove meses me virando como dava e com a ajuda das minhas amigas para cuidarem do meu menino enquanto eu trabalhava, ela o tirou de mim. Antes disso nunca tinha aparecido nem para saber nem se aquela criança estava viva ou morta. — Ela tomou mais água, depois de suspirar longamente.
— Isso é realmente muito estranho, assim do nada? — Ele já estava quase acabando seu prato, quando olhou pensativo para a mulher. — Será que Dean voltou e quis o filho de “volta”. — Ele fez aspas concluindo o pensamento.
— Eu acho bem difícil, uma porque ele não ia querer o Tommy, para ser mais uma desculpa que a mãe dele daria pra ele largar a dança e duas ele mesmo teria aberto o processo de guarda e não aquela mulher. — disse simples, era claro que ela já tinha pensado em todas as possibilidades possíveis para aquela súbita ação da mais velha, mas nada fazia muito sentido na sua cabeça, e ela passou acreditar que era por pura maldade dela mesmo, de repente ela não tinha mais ninguém para atazanar.
Quando estavam na sobremesa já tinham mudado de assunto, comentou como era difícil ser um idol e como teve que driblar muito a mídia e os “fãs” que não sabiam respeitar a privacidade de nenhum deles, e que ele achava que aquele era um dos motivos para que a Lux tivesse tanto sucesso: tinha virado um expert na área de ser discreto e fazer as coisas o mais silenciosamente possível.
Já estava anoitecendo quando perceberam que já tinham tomado mais drinks que o necessário, depois que terminaram de comer. O dia tinha sido tão maravilhoso que nenhum dos dois percebeu que tinham um trabalho para fazer em poucas horas. Se não fosse o celular do rapaz que tocava incessantemente, eles teriam terminado a noite ali mesmo, sentados tomando vinho e falando de suas vidas.
Aquele almoço fez com que ambos se conhecessem bem – e até demais. não era de abrir a sua vida assim para quem acabara de conhecer. No caso, com foi diferente, eles se conheceram e ela estava em uma posição diferente e depois de tudo ele ainda estava lá, então ele meio que acompanhou tudo. Mas, com , foi totalmente diferente, ela só foi falando e falando e aconteceu. não estava diferente, nunca antes tinha tantas informações das mulheres que trabalhavam com ele, nem mesmo as mais próximas como sua advogada ou a diarista que vinha limpar seu apartamento de tempos em tempos, ele também se sentiu super confortável e feliz por falar de sua vida assim tão abertamente, com alguém, que não tivesse passado aquilo com ele.
O telefone faltou explodir de mensagens do gerente da Lux. Chong queria saber se ele estava ciente da visita da vigilância mais cedo no local e queria a confirmação da reunião que teria mais tarde com alguns se seus acionistas mais generosos. Claro que ele tinha esquecido de tudo aquilo e não conseguiu ficar aborrecido com o funcionário pela preocupação, até porque se dependesse dele aquela noite, nem ele nem dariam as caras na boate. Mas como tudo nem sempre são flores, eles resolveram que era hora de terminar o “encontro” ali.
ficou chateada porque a companhia do mais velho era agradabilíssima, mas agradeceu todos os deuses, porque se tomasse mais uma taça de vinho, com certeza absoluta não conseguiria trabalhar naquela noite e de forma alguma usaria de sua mais nova amizade para, de alguma forma ter qualquer tipo de vantagem, naquela ou em qualquer situação. Ali ela estava com um amigo e não com seu chefe, tinha que saber e faria de tudo para separar as coisas.
A noite foi longa assim como aquele mês, durante ele todo praticamente saiu com – às vezes iam sozinhos, outras com os rapazes. Ela também se aproximou bem mais de e quando não estava fazendo nada sempre acabavam jogando alguma coisa online, ou jogando conversa fora.
Na Luxury, as coisas estavam diferentes também, é claro que ela continuava a se apresentar para todos os clientes, mas sempre direcionava suas apresentações para as áreas VIPs – que até então eram disputados pelos mais antigos de casa – e também para entretê-lo.
Lá em sua área restrita ele já não chamava nenhuma outra mulher que não fosse , e é claro que todos os outros funcionários já comentavam. Todos os antigos sabiam que ele adorava quando os novatos chegavam. Ele sempre “testava” os que tinham o contrato para tal serviço, sempre pagando bem e quando o mesmo se sentia confortável com aquilo, mas levando em conta o tipo de contrato da garota e ela estar passando mais tempo por lá do que qualquer outra garota que não fosse as que ele sempre chamava, estava causando um burburinho.
não ligava para aquele tipo de coisa, em vários dos lugares que trabalhou, foi motivo de fofoca com os chefes, mesmo, muitas das vezes ela sendo demitida por não querer se envolver com eles, e ela gostava muito da presença do mais velho. Tanto fora do local de trabalho, onde ele era sempre atencioso, educado e carinhoso, quanto ali sentado naquela poltrona de couro vermelha, com alguma roupa confortável, suas habituais pantufas e seu charuto nos lábios. Aquela visão sempre a deixava “nervosa” algo dentro dela sempre se remexia de uma maneira estranha, como se ela fosse entrar em combustão, a aura de poder que ele exalava, o jeito que ele observava cada detalhe no salão, como ele bebia seu drink e o fato que ele a chamava ali para “vê-la dançar mais de perto”, porque amava a forma que ela se entregava a música, deixava tudo ainda mais irresistível.
Talvez, e só talvez ela estivesse sentindo algo, que não só amizade e admiração por aquele homem. Ele a respeitava, a elogiava sempre que podia com coisas que iam além se seu aspecto físico. Trazia alguns brinquedos e jogos para Tommy sempre que ele via algo que lembrasse meramente a criança, e mesmo sem nenhum contato com o menino, ele comprava e dizia que era para ele brincar no futuro próximo. Era nítido que ele se interessava pelo que dizia, assim como ela também, seja ele resmungando pelos negócios, lembrando do passado ou falando de algo vergonhoso que passou em algum momento da vida.
Era inexplicável a ligação deles, se deram bem genuinamente e faziam questão de mostrar aos que conviviam que sim, eles eram amigos e que eles se tinham algum tipo de ligação.
— Eu já disse que não ligo, . — disse ao amigo. Eles tinham marcado de almoçar naquela tarde. Era folga na boate e tinha compromisso fora do país naquela semana.
— Mas, , todo mundo tá falando que você só está nessas posições porque está dando pra ele. — Ele tomou sua bebida. Estava mesmo desacreditado na amiga, já tinha arrumado confusão com pelo menos 4 funcionários pelas babaquices que eles falavam.
— Amor, você tem que entender que tudo isso é inveja. Inveja por eu ter uma relação com ele que não restringe só o profissional, inveja pelos amigos deles sempre estarem na área VIP e eles terem se tornado meus amigos e uma coisa acarreta a outra. — Ela estava realmente com um semblante suave.
— Eu sei, , mas você sabe como as pessoas são cruéis e como falam coisas idiotas? — parecia realmente chateado com aquilo.
— Ah, meu bebê, seu sei, e eu agradeço demais você se importar tanto, mas as palavras só têm realmente poder quando damos isso a elas. — Ela terminou sua bebida e se esticou na cadeira do restaurante.
— Fala a verdade pra mim, vai... — Ele riu de maneira maliciosa, já que a amiga não se importava com o “disse, me disse”, ele iria perguntar o que estava há dias martelando em sua cabeça.
— Ah não, esse sorrisinho não. — cobriu o rosto com as mãos e riu, sabia que o amigo viria com mais perguntas de teor adulto.
— Ah sim. — Ele continuou com o mesmo tom de voz. — Todo mundo na Coréia do Sul quer saber, você está ou não gostando dele? — Finalizou a pergunta, esperando por mais uma resposta atravessada da amiga, sempre que fazia aquela pergunta, ela o xingava. Ele, por sua vez, não ligava, afinal, sentia que algo além de amizade rolava com aqueles dois, mesmo ela negando sempre.
— De novo isso, ? — Ela enfiou o garfo no bolo de morango do prato do rapaz e pegou um pedaço generoso colocando em sua boca.
— Óbvio, você sabe que eu nunca me contento com a suas respostas. — Ele afastou o prato com sua sobremesa da amiga, era uma formiguinha e ele queria aproveitar seu doce, quase inteiro, sozinho.
— Sabe... — Ela começou devagar, depois de tomar um gole de água, para limpar as papilas gustativas, do doce daquele bolo. — Eu não sei mais. — Riu fraco. — Eu sempre tive certeza pra mim que nunca na minha vida, pensaria em algum tipo de relacionamento com meus chefes, mas com ele é diferente.— Baixou o olhar para o próprio prato, sujo de calda de chocolate, que foi o que restou da própria sobremesa.
— Mas você não se apaixonou pelo seu chefe. — Ele empurrou novamente seu prato para mais perto da mulher, sabia que quando ficava pensativa e chateada, um docinho sempre ajudava, e ele tinha achado aquela calda muito enjoativa. — Você está com sentimentos confusos pelo seu amigo, o fato dele ser seu chefe, é o menor nessa história não acha? — Enfiou o próprio garfo na sobremesa e fez barulhinho de avião para levar a comida até a boca da amiga. — Acho que o fato dele ser um ex idol famoso, polêmico, e dono de uma rede de boates deveria contar mais. — Ele riu e acompanhou, sabia que o amigo tinha razão. Sabia que o que estava empatando dos sentimentos dela ficarem menos nebulosos era o simples fato de ela estar linkando a figura do homem como sendo somente seu chefe. Mas tinha razão, ela não estava gostando do senhor X, estava gostando do , um cara doce, atencioso, carinhoso, prestativo, inteligente e que, por um acaso do destino, era dono de umas boates pela cidade.
Os dois amigos passaram a tarde e início na noite juntos, conversando sobre os assuntos que aquela rotina puxada e os dias de folga sendo divididos em organizar suas vidas e ter algum evento social não deixavam que eles conversassem. A amizade deles cresceu genuinamente também, era como se eles se conhecessem há anos. se sentia muito amada e acolhida no país. Em nenhum outro lugar, nem mesmo em seu país de nascimento, a mulher se sentia tão bem, como vinha se sentindo, em relação às pessoas a seu redor, naquele país. Tudo era quase perfeito, a única coisa que ainda doía em todo aquele cenário magnífico, era o fato de estar longe de seu pequeno. Aquilo doía na mulher todos os dias e horas da sua vida.
Aquele mês, como o anterior foi uma loucura, a boate estava bombando com as novidades que implementou depois de sua viagem a Amsterdã, e eles estavam estendendo o atendimento do lugar, até para os dias de folga, claro que com o consentimento de quem estava realmente disposto a trabalhar e ganhar por essas horas extras. Ao final do mês, tinha trabalhado tanto que o salário, fora com que ela já tinha juntado antes de chegar no país, até aquele momento, foram o suficiente para que ela comprasse uma casa, não muito grande, mas que serviria suficiente para criar seu filho, no bairro em que morava atualmente. Resolveu, então, convidar , que, acima de tudo, como o bom patrão e administrador que vinha sendo, foi muito responsável por aquela conquista, para que ele conhecesse sua nova casa. Os dois estavam mais próximos que nunca e absolutamente amava aquilo.
— Seja bem-vindo! — disse para , assim que abriu a porta e acendeu a luz, para que os dois entrassem na casa nova da mulher. Eles tinham saído para almoçar, antes dela dar a ideia de irem até lá para que ela mostrasse a ele, seu novo lugar. — Uau, é tão aconchegante. — Foram as primeiras palavras que saíram da boca dele. Tinha realmente um clima acolhedor, era um lugar pequeno, mas espaçoso, então com os móveis bem distribuídos o lugar tinha a cara de lar, era aconchegante só de olhar. — Eu também sinto isso. — disse, deixando o homem na sala e indo até a cozinha buscar algo para que eles bebessem. — Se sente. — Ela falou alto do outro cômodo, para que o homem se sentisse em casa.
— Esse sofá é maravilhoso. — Ele disse no mesmo tom assim que se aconchegou no móvel, era realmente um sofá delicioso de se sentar.
— Não é? — disse, sorrindo, carregando duas cervejas nas mãos. — Foi um achado, nem parece que era mostruário. — Ela estendeu uma das garrafinhas para ele que aceitou com um sorriso.
— Pois, eu adorei. — viu se sentar ao seu lado, e sorriu.
— Tem dois quartos, você acredita? — disse animada, realmente tinha sido um bom investimento e ela estava muito feliz.
— Isso é realmente incrível, . — O sorriso lindo nos lábios de , derreteram o coração da mulher que, há muito tempo, já não resistia aquela ação do mais velho.
— Só falta meu menino aqui comigo. — Ela colocou a cerveja sobre a mesinha de centro e se ajeitou no sofá, procurando pelo controle da TV.
— Acho que vai acontecer mais cedo do que você imagina. — disse, sorrindo antes de tomar mais um gole de sua cerveja.
— Que o universo te ouça! — Ela disse, ligando em um canal qualquer de clipes musicais.
, eu preciso te contar uma coisa! — Ele colocou sua bebida sobre a mesa também e se virou para a mulher, que automaticamente se virou para ele com um sorriso imenso nos lábios.
— Eu também! — Ela já tinha decidido que, naquele dia iria contar a ele o que sentia em relação ao que eles vinham tendo, como no início, quando ela imaginou que ele queria algo daquela magnitude com ela e estava engana, achou melhor dar sinal verde, para que, se a partir dali, ele quisesse, então estariam de comum acordo.
— Primeiro você! — Ele disse, estava ansioso para falar o que tinha que falar, mas havia ficado ainda mais ansioso com o que ela tinha para contar, não fazia a menor ideia do que podia ser e muito menos que poderia ser a mesma coisa que ele.
— Tá bom! — Ela se aproximou mais dele. — Sabe, , eu ando me sentindo, hmm, digamos, meio estranha em questão ao que temos. — Se aproximou ainda mais, deixando o homem super confuso, como ele dizia que estava estranha e se aproximava tanto?
— Eu fiz alguma coisa que você não gostou? Ou é por causa do que andam falando da gente lá na Lux? Eu sinto muito, , eu…
Shh. colocou o dedo de maneira delicada na boca dele. — Não é nesse sentido, que eu estou falando. — Ela foi mais ousada dessa vez e passou uma perda de cada lado do corpo dele, se sentando sobre ele, que assim que sentou a mulher sobre si, ajeitou a postura, para que ambos ficassem confortáveis.
— Como estranha, então? — disse, entrando na onda de , segurando a cintura dela com firmeza, o que fez com que ela se arrepiasse em antecedência aos toques mais efetivos que sabia que receberia do mais velho.
— Com uma vontade louca de beijar essa sua boca, ou de rebolar no seu colo, coisa simples. — Simultâneo às palavras, ela deu uma rebolada lenta, porém firme sobre o colo dele, que fez apertar com um pouco mais de vontade a cintura dela.
— Que bom, então. — Ele levou o rosto até o ouvido da mulher e quase como um sussurro continuou falando. — Porque eu sinto a mesma coisa por você, mas eu sinto isso, muito antes de virarmos amigo. — Mordiscou de leve a orelha dela, que arfou, sentindo a temperatura de seu corpo subir em uma velocidade inenarrável.
— Eu suspeitei que sim. — devolveu o mesmo tom e a mesma mordidinha na orelha dele, e sentiu as mãos grandes passearem pelo seu corpo e ela automaticamente rebolou mais uma vez no colo do homem, que já dava sinais de excitação.
Não dando espaço para mais papo, se curvou em direção ao rosto de , enfiou os dedos nos cabelos do homem e iniciou um beijo, que tinha tanta urgência e desejo que eles poderiam facilmente chegar a seus ápices ali naquele momento, só com a intensidade daquele ato. As mãos do homem já passeavam pela pele dela, pois tinha enfiado as mãos por baixo da blusa turquesa que a mais nova usava, enquanto continuava com os dedos, enroscados nos fios dele, puxando vez ou outra, quando ele mordiscava seu lábio ou apertava mais forte sua cintura, auxiliando que ela girasse os quadris e continuasse rebolando nele.
Na TV, o canal de música que tinha escolhido veio a calhar, era o momento das músicas mais agitadas e depois que eles separaram os lábios os lábios a procura de ar, começou a dançar, ainda na mesma posição sobre o colo de , agora ritmada, com a melodia que saía dos clipes musicais.
— Você realmente rebola muito bem, . — mordeu os lábios, olhando diretamente nos olhos de , que carregava uma luxúria, que poucas vezes tinha visto ao vivo em toda a sua vida.
— Isso porque ainda não sentei no seu pau, aí sim você vai ver o que é saber rebolar. — aumentou o ritmo da fricção que fazia sobre o colo dele, e na sua intimidade, minimamente estimulada pelos jeans, conseguia sentir o membro de pulsar de tesão, por toda aquela dança em seu colo. — Isso a gente pode testar agora.
Ele tomou novamente os lábios de , e dessa vez, usou as mãos para subir a blusa da mais nova, que no meio do embolo dos braços, fez a mesma coisa com a camiseta que ele vestia. Assim que os tecidos chegaram até os respectivos pescoços, o beijo foi interrompido novamente para que eles se livrassem de todo aquele pano. já estava sem sutiã, então assim que colocou os olhos no corpo semi despido da mulher, sentiu seu próprio interior tremer de desejo e, mais que nunca, precisava sentir aquelas curvas de todos os jeitos que o tato conseguia ser usado.
Não pensou duas vezes, levou os lábios até um dos seios da mulher e começou a estimular o mamilo, fazendo com que ela jogasse a cabeça para trás e gemesse. Sentiu que ele usava bem a língua não só para beijar, mas para outras coisas também…
Os gemidos invadiam todo o cômodo e nem o barulho da TV foi capaz de abafá-lo. Ali era uma área sensível da mulher, que, quando bem estimulada, como estava sendo, levava a loucura, facilmente. Aqueles sons saindo de forma tão erótica da garganta da mulher, fizeram com que ficasse ainda mais excitado e sua ereção começou a incomodar presa entre seu jeans e a mulher.
Parou o que estava fazendo, e logo soube que já era hora de mais ação entre os dois. Levantou rapidamente do colo do homem e em pé retirou o resto de sua roupa que ainda estava sem seu corpo e o viu fazer o mesmo, com tanta urgência e rapidez, que ficou ainda mais animada com que ainda iam sentir juntos, aquela tarde. O corpo dele era incrivelmente perfeito nu, como era vestido, os músculos bem delineados, formas e tamanhos compatíveis. só pensava em quantas formas diferentes seria possível se perder naquele corpo.
Não demorou nada e assim que tirou as roupas, voltou para a posição inicial, no colo do homem, só que dessa vez, antes de se sentar, encaixou o membro duro de em sua intimidade e desceu o corpo de maneira lenta, rebolando no mesmo ritmo, olhando o rosto dele de contorcer de prazer e um gemido rouco sair de seus lábios, já vermelhos, e convidativos para mais uma rodada de beijos, que assim que ela sentiu ser preenchida completamente, fez sem pensar duas vezes. Avançou nos lábios do mais velho, e aumentou o ritmo das sentadas, tendo o corpo auxiliando na movimentação.
continuou com ritmo rápido, aquelas sentadas estavam levando os dois à loucura e se nem o som alto que saia do aparelho de televisão, conseguia abafar o som dos gemidos os gemidos. Ela achou maravilhoso e ficou ainda mais excitada, a forma que ele se entregava ao momento, e gemia e fazia com que ela soubesse que ele estava gostando e sentindo prazer, tanto quanto ela. aumentou o ritmo de se próprio quadril, contra a mulher e os corpos suavam, mesmo com o ar condicionado ligado. gemia palavrões e coisas que o homem pouco entendia, as mãos que antes estavam na cintura dela, agora apertavam a bunda. Antes de chegar ao seu ápice, parou de se movimentar, e se levantou, entendendo que o homem queria tentar outra coisa. Ele então levantou do sofá, lançando um sugestivo pra ela.
— Deite-se! — Ele pediu com a voz rouca de desejo, queria olhar nos olhos dela quando gozasse pela primeira vez em que fosse ele o causador do prazer. — Quero olhar nos seus olhos enquanto eu gozo, pra você ver, o quanto você é gostosa e eu estou gostando de te comer. — Finalizou, mordendo os lábios, vendo a mulher obedecer, sem nem pestanejar.
Deitada, abriu as pernas, e antes que o mais velho chegasse até ela, começou a estimular seu clitóris com os dedos, gemendo alto, para provocar , que ainda se acomodava no meio de suas pernas. Assim que sentiu sua intimidade ser preenchida novamente pelo homem, o gemido alto pôde ser ouvido, em uma estocada forte e rápida, ele tirou todo o resto de juízo que ainda pensava ter em seu corpo. Era surreal a forma que ele a preenchia tão bem e que ele movimentava os quadris.
A cada nova estocada, os gemidos ficavam mais altos, e os dedos de momentos depois, tinham sido substituídos pelos de , que, na mesma frequência que dava as estocadas, estimulava o inchado e sensível clitóris da mulher. sentia seu corpo todo arder em um prazer que poucas vezes antes sentiu. Sabia que com todos aqueles estímulos não ia aguentar mais muito tempo. Os corpos estavam cada vez mais suados e o som que saia do corpo deles era quase que um combustível, para ajudar a incendiar o fogo que tinha dentro deles.
Não muito tempo depois, sentiu seu baixo ventre fervilhar, seu ápice estava chegando e com isso, os estímulos incessantes de , fizeram com que a mulher gemesse manhosa, não demorou muito para que ela chegasse ao seu orgasmo, sentiu seu corpo arder ao mesmo tempo que os espasmos atingiram cada pedaço do seu corpo. Aquela visão para , foi a mais magnífica que ele já teve o prazer de ter, gostava muito de satisfazer seus parceiros e era alguém que ele queria satisfazer a muito tempo. então ele começou a movimentar ainda mais os seus próprios quadris prolongando o prazer da mulher e perto de atingir seu ápice, soltando um gemido rouco e gozou também sentindo como se estivesse tendo algum estímulo elétrico percorrendo todo o seu corpo, com a respiração de ambos desregulares e os corpos suados, eles separaram os corpos, ficaram algum tempo aninhados no sofá, só curtindo o momento que acabara de acontecer.

Dali em diante a amizade deles passou para outro nível, eles continuavam a sair para almoços e conversas longas que iam do começo da tarde até o início do trabalho, iam ao cinema e continuaram com suas rotinas, mas tinham um plus de se beijarem e se pegarem quando bem entendiam, era um relacionamento interessante. Nem e nem tinham tipo qualquer experiência semelhante a aquela e eles particularmente estavam se curtindo muito.
Quase dois meses depois e praticamente todo mundo que vivia ao redor deles sabia sobre o lance, ou relacionamento que eles vinham tendo, os amigos apoiavam 1000%, até porque, principalmente os amigos de , nunca tinham visto eles tão felizes quanto estavam. Mas, em contrapartida, tinha gente que torcia o nariz, os mesmo que torciam o nariz antes, quando era requisitada para entreter muitos dos clientes VIPs, ainda sendo novata, ou quando ficava sendo a “garota do chefe” pelo mesmo motivo da área VIP. Inveja ou algum sentimento de injustiça, mas os comentários maldosos existiam e ficaram cada vez mais pesados e freqüentes, depois que eles “assumiram”.
— Por isso que ela está dando pra ele. — ouviu Mitchie dizer a outra garota, quando chegava aos camarins da Lux, para se preparar para mais uma noite.
— Sabia que era uma vadia. — A outra respondeu a amiga em um tom de deboche. — Veio toda com aquele papo de “não vou me submeter a ser acompanhante” para seduzir o idiota do Senhor X e poder explorar ele. — já tinha presenciado muitas conversas em que ela era o assunto e que não eram positivos, mas a forma com que aquelas palavras saíram da garganta da mulher, fizeram o estômago de embrulhar.
— Ainda está usando o filho que ela abandonou pra isso, eu achei de um nível tão baixo. — Mitchie tinha o mesmo tom.
— Eu ainda não acredito que ela deu pra ele, só pra ele, além de bancá-la, ainda conseguir a guarda do filho. — A segunda mulher junto com Mitchie continuava com o mesmo tom. Geralmente, não ligava para os comentários, e as vezes super entendia, porque, muitas daquelas mulheres, estavam há anos naquela posição e uma novata chegando e dominando setores que elas custaram a chegar, mas quando falaram de seu filho, aquilo a cegou totalmente. Tudo bem falarem dela, mas o que seu pequeno tinha a ver com aquilo.
— Não acreditaria também se me dissessem, mas eu vi os com meus próprios olhos, o ouvi falando no telefone, depois que aquela correspondência dos Estados Unidos chegou, mais cedo.
Sem terminar de ouvir o que as mulheres diziam, saiu da porta do local e como um raio passou pelo salão principal, ignorando qualquer pessoa ou cumprimento, incluindo , que vinha animado em sua direção. não queria acreditar que o que acabara de ouvir era verdade. Como podia fazer com que ela se sentisse daquela maneira?
Ela não julgava as mulheres que usavam seu corpo e do sexo para conseguir as coisas, mas ela fazia de tudo para não pender para aquele lado. Virava-se como dava e por vezes se humilhou e sacrificou seus sonhos e objetivos, para não ser usada daquela maneira. Como ele podia fazer ela se sentir assim? Como ele podia achar que ela estava dormindo com ele porque queria que ele fizesse algo por ela? Ele não tinha o direito de envolver o filho dela, ele não tinha o direito de fazer as pessoas falarem do filho dela daquela forma. Sabia que ele estava em sua sala, porque, como muitos dias daquela semana ele tinham chegado juntos, depois de passarem o dia juntos também.
— Como você pôde?!! — já entrou na sala de falando em um tom de mágoa, com o choro preso a garganta.
— Ligo pra você mais tarde, Kwan, obrigado por tudo! — disse ao telefone, encerrando a ligação com seu advogado para dar atenção para a mulher.
— Estava falando com Kwan sobre meu filho? — continuava com o tom na defensiva.
— O que aconteceu, ? — estava confuso, eles pareciam bem há 15 minutos atrás.
— Aconteceu, que você está achando que eu sou uma prostituta. — Ela sentiu a bolsa escorregar pelos ombros e as lágrimas escorrerem pelos olhos.
— Do que está falando, ? — Seunghuyn disse alarmado, não estava entendendo o que a mulher estava falando, muitas vezes tinham conversado sobre os burburinhos na boate e o fato dela não se importar, então, por que daquela situação daquelas.
— Eu estou falando do fato de você mexer seus pauzinhos, super ricos e famosos para que eu tivesse a guarda do meu filho de volta, quando eu nunca te pedi nada, e pior, fez isso depois que começamos a sair juntos de forma romântica, colorida, sei lá. — falava alto entre soluços, estava realmente devastada com tudo aquilo.
— Como você ficou sabendo disso? — parecia chateado com a situação. — Eu queria te fazer uma surpresa.
— Não importa como eu fiquei sabendo! Você tem noção de que eu não te pedi para se meter na minha vida, muito menos na vida do meu filho. AGORA EU VIREI UMA PUTA, QUE DORME COM O CHEFE PORQUE ELE TÁ PAGANDO UM BOM ADVOGADO PARA O PROCESSO DE GUARDA DO FILHO. — O Tom dela era muito alto, naquele momento.
— Não é do jeito que você está pensando, , eu…
— Você nada, , eu não quero nunca mais olha nessa sua cara, peça para seus advogados não se meterem nos meus assuntos pessoais, DEIXE MEU FILHO E EU EM PAZ.
Assim como mulher entrou na sala, ela saiu. Como um raio. A visão turva, pelas lágrimas que estavam em seus olhos, impossibilitaram que enxergasse, qualquer um que cruzou seu caminho. Só queria sair daquele lugar, chorar toda sua tristeza e frustração e depois recomeçar, como sempre fazia.
... — Alguém chamou por ela, perto da porta de saída, mas ela nem parou para saber quem foi. Saiu da boate e andou para o mais longe que pode do estabelecimento
ficou sem entender, achou que quando ela descobrisse – e é claro, que ele queria que fosse por ele, mas de qualquer forma. – ficaria feliz, por ele ter conseguido uma audiência nova, sobre a guarda de Thommy, quando ela tinha comentado, que muitos dos advogados que ela contatou, desde que a ex sogra tomou a guarda. Mas aquela reação, jamais tinha passado pela cabeça dele.
? — Ele saiu do devaneio quando escutou a voz do amigo chamar, o que parecia ser, pelo menos a segunda vez, pelo seu nome.
Hmm murmurou, sem prestar muito a atenção no mais novo.
— O que aconteceu? A passou por mim, e nem me deu atenção, parecia que estava chorando, e eu chego aqui e você está assim, pálido. — disse, realmente preocupado com o amigo.
— Eu não sei, ela chegou aqui falando que não estava dormindo pra ganhar favores e eu não entendi nada, ela começou a chorar e saiu correndo. — Ele estava na mesma posição desde a chegada do amigo e sua voz não tinha um fio de força, ou qualquer outra expressão.
— Você está fazendo favores que ela não pediu, só porque ela tá dormindo com você? — parecia confuso, todo mundo que era próximo da mulher, sabia qual era o sentimento dela em relação aquele tipo de situação.
— Não, eu tava tentando ajudar sobre a guarda do filho dela, mas isso antes da gente começar a sair dessa maneira. — disse em tom de desespero.
— E você comentou isso com ela? Ela aceitou a sua ajuda? — O amigo disse em um tom calmo, mas puxado para a repreensão.
— Não, eu ia falar, mas algumas coisas aconteceram e depois eu ia esperar meus advogados me confirmarem para dar uma boa notícia. — Ele caminhava de um lado para o outro do lugar, passando as mãos no cabelo. — Inclusive, estava no telefone com o Kwan, com notícias boas, eu ia contar para ela hoje. Juro que não sei o que aconteceu.
— Acho que eu sei. — Os dois na sala, escutaram a voz de tomar conta do recinto.
, ela disse alguma coisa para você? — se aproximou do mais novo com urgência em saber sua resposta.
— Não, passou por mim como um raio, e então eu fui até os camarins ver se tinha acontecido alguma coisa. — Ele passou o olhar de um homem para o outro naquela sala enquanto falava.
— E então... — disse, com uma urgência similar a de , querendo muito uma resposta.
— Eu ouvi duas funcionárias comentando sobre , e até então, achei normal, essa boate virou um inferno desde que as pessoas ficaram sabendo do relacionamento de vocês. — Ele sorriu amarelo. — Mas aí as ouvi falando sobre um documento que chegou mais cedo dos estados unidos e eu imaginei que estavam falando sobre alguma coisa relacionada ao passado de , para ela passar por mim naquele estado. — Finalizou em um tom frustrado.
— Mitchie!! — disse em um tom tão frustrado quanto o de .
— Eu não estou entendendo, mas eu não quero mais saber, você tem que ir atrás dela e explicar as coisas. — disse, em um tom absolutamente sério.
— Ela não quer me ver ou ouvir. — disse, se sentando em um dos sofás que compunha a decoração do lugar.
— Acho que você precisa se explicar, o lance de vocês, faz tão bem para ela. não merece se frustrar mais uma vez com o amor, não por uma falha de comunicação, as coisas estão e são complicadas na vida dela há muito tempo. — disse com um pesar na voz.
— Mas ela me disse para deixar ela em paz. — disse, ficando ainda mais frustrado.
— E você vai, mas depois de falar o seu lado. Vocês são adultos, não podem levar a vida como um drama adolescente. — disse, queria que o amigo tomasse coragem e fosse atrás da mulher, eles precisavam conversar, e ele sabia que se o amigo deixasse pra lá, iria desistir de tudo e se fechar ainda mais para o amor. — Leva os documentos, mostra pra ela quando começou a conversar com seu advogado e principalmente, mostre para ela, que você a ama, eu sei que ama e eu sei que fez o que fez, porque está apegado a ela e quer que essa família aconteça, quer fazer parte dela.
— Você sabe mais de mim do que eu mesmo. — disse, olhando para o amigo e para e se levantando do sofá.
— Acho que se o senhor correr, ainda consegue achar ela em casa, conhecendo , como eu conheço e mesmo não sendo tanto tempo assim, ela é impulsiva, cedo ou tarde ela vai se mudar e aí teremos um problema. — O barman disse, olhando para o patrão, que não disse nada, só assentiu com a cabeça e saiu correndo deixando os dois homens para trás.
seguiu para seu carro e foi em alta velocidade para a casa de . Ele conhecia aquele caminho de olhos fechados, passava mais tempo lá do que em qualquer outro lugar, era o lugar dele preferido em toda a cidade, e enquanto dirigia, sentiu um aperto no coração, e um nó na boca do estômago de talvez e só talvez ele perdesse, não só seu lugar no mundo, como a mulher que fazia ele feliz, como nunca antes tinha sido, ou achado possível ser.
Quando chegou ao local, percebeu que a mulher já tinha chego, cortou seu coração, mas era possível ouvir o choro dela, do lado de fora da porta. Ele bateu na madeira e escutou quando ela parou de chorar, provavelmente tentando se recompor para atender a porta.
— Já vai. — A voz dela, rouca pelo choro se fez presente, próximo a porta. — Em que... — Ela travou no batente da porta quando avistou o homem ali.
, a gente precisa conversar. — Ele disse calmo, mas visivelmente nervoso, o envelope de papel pardo chacoalhava na mão dele, que tremia um pouco.
— Eu não tenho mais nada para falar com o senhor, aquilo foi um pedido de demissão. — Ela disse firme, mesmo que com a voz ainda embargada pelo choro.
— Não faz isso, , por favor, eu preciso falar com você e esclarecer algumas coisas. — O nó do estômago dele, subiu para a garganta e o nariz ardia, em sinal de que a qualquer momento o choro se faria presente.
— Nada do que você me fale vai adiantar senhor , se está com medo que eu abra a minha boca e conte seu segredo, pode ficar tranquilo, porque ao contrário de você, eu respeito o espaço e as escolhas dos outros. — O tom de mágoa na voz dela, o acertou em cheio, e mesmo sabendo que estava errado antes, naquele momento ele sentiu o peso todo, pelo que tinha cometido.
— Eu sou um idiota, , idiota ainda é pouco pra mim, mas eu, eu... — As lágrimas saíram involuntariamente dos olhos dele. não queria ter chorado, porque sabia que ia parecer que ele queria sensibilizar ela com aquela cena, e não era nada disso que ele queria, ele só queria conversar e dizer tudo que sentia, como se sentia e aquilo só dificultaria ainda mais uma conversa decente. — Eu quero que saiba que nunca foi minha intenção te ofender ou qualquer coisa do tipo, eu ia te falar, eu juro, inclusive, se eu estivesse saindo com você, e quisesse “pagar” você — Ele fez aspas com os dedos — pra sair comigo, no mínimo eu te falaria que estava fazendo algo por você.
— Você acha que isso é um argumento convincente? — olhou para ele confusa, e realmente não era um argumento nem perto do que ele queria falar pra ela, as palavras só saíram de sua garganta, estava nervoso e com medo.
— Eu sei que não, eu to com medo, eu estou nervoso. — Ele olhou nos olhos de e pelo que ela achava ser verdade antes, já que estava duvidando de tudo o que julgava ser, vindo do homem, acreditou naquelas palavras.
— Vem, entra! — Ela deu passagem para ele entrar. — Já tem gente olhando e eu não estou a fim de alimentar a fofoca de ninguém.
entrou, estava mesmo aliviado, odiava exposição, mas por , ele passaria dias naquela porta até que conseguissem conversar. Quando retirou os sapatos e entrou na sala, sentiu o cheiro familiar do desinfetante que a mulher usava para manter o ambiente limpo e o conforto tomou conta do corpo dele, fez com que ele ficasse mais calmo, colocando as palavras e coisas em ordem na mente.
— Senta. — apontou o sofá de três lugares e se sentou na ponta oposta a que ele estava parado, ainda em pé.
, eu sei que não vai adiantar falar que não foi minha intenção. — Ele se sentou, virando o corpo para ela. — Eu entrei em contato com Kwan sobre a guarda do Thomas antes da gente se envolver emocionalmente. Eu quis fazer isso como um amigo, preocupado com sua saúde mental e com, como seu filho deve se sentir longe de você. Fiz porque me apeguei a você e ao seu filho, antes mesmo de conhecê-lo. — Estendeu o envelope com os papéis para que ela lesse o conteúdo. — Não te disse nada no começo, porque sei como você pode ser teimosa e cabeça dura e sim eu sei que isso foi falta de respeito, porque você falou mil vezes que não queria estar relacionada com nada que envolvesse meu dinheiro, mas eu não estava fazendo isso só por você. — Respirou fundo, ajeitando a postura. — Eu lembrei, como foi difícil pra mim, já grande ficar longe da minha mãe, nos primeiros anos como treinee e no grupo, imagina para uma criança tão pequena.
não falava nada, abriu o envelope e leu, lá tinham as datas de requerimento de uma nova audiência, os processos feitos pelos advogados nesse meio tempo e por fim, com a data mais recente, a confirmação do dia oficial da audiência de guarda.
— Quando não consegui te falar, depois da primeira notícia positiva de Kwan, eu quis esperar até que tivéssemos a confirmação de tudo, não queria e nem teria o direito de te dar esperanças falsas, depois de você me contar, quantas vezes tinha tentado essa audiência e aquela mulher dava um jeito de anular a solicitação. — Ele esfregava as mãos nervosamente.
— Eu não entendo por que faria umas coisas dessas por mim, sem nenhum interesse. — Ela continuava com os olhos nos papéis, lendo atentamente cada palavra, que graças ao universo, estava em inglês, nervosa do jeito que estava não conseguiria entender meia palavra em coreano.
— Eu não entendia na época. — Ele engoliu em seco. — Mas eu já sentia algo especial por você, quando éramos apenas amigos, sentia que precisava te ver feliz, eu fiz isso porque eu era apaixonado por você e não sabia, porque eu te amo, . — Ele olhou nos olhos dela, que arregalou os mesmos, subindo dos papéis para o rosto dele.
— Você o quê? — Ela colocou os papéis no sofá. — Olha, você não brinca comigo, não fale essas palavras pra mim, se forem só para limpar a sua consciência. Brincar com os sentimentos de ninguém vale para se safar, seja lá do que for. — Ela estava claramente na defensiva.
— Porra, ! — As palavras saíram da boca dele, sem que ele quisesse. — Você sabe pra quantas mulheres eu já disse isso? — Ele se levantou do sofá, estava chateado com aquelas palavras da mulher, tudo bem que ele escondeu dela uma coisa, mas ele vinha sendo 100% ele mesmo com ela até mais do que ele já foi com os amigos, e sim ela tinha todo o direito de estar chateada, mas daí colocar em cheque todo o caráter dele. — Você acha mesmo que eu sou esse tipo de homem? — Ele deu uma gargalhada de nervoso. — Eu jamais usaria o sentimento de ninguém para conseguir nada, assim como você, eu tenho meus valores e meus princípios. Sério, ? Você acha mesmo que eu sou esse tipo de ser humano?
— Eu achava que não, mas você mentiu pra mim, como quer que eu ainda tenha confiança em você. — Ela também se levantou, olhando fundo nos olhos dele, pareciam sinceros para ela.
— Eu não menti, eu só omiti, e isso não deixa o erro menor, mas por favor, , me dê uma segunda chance, eu juro que a partir de agora, não vou mais esconder nada de você. — Respirou fundo, precisava se manter calmo, outra onda de choro estava perto e ele não queria. — Só me desculpa, e vamos seguir com o processo pra guarda do Thommy, se você não quiser mais olhar na minha cara depois de tudo resolvido eu vou entender só me deixa fazer isso, se não por você, já que você não pediu a minha ajuda, pelo pequeno. — Algo nos olhos dele trazia para uma sensação de sinceridade e ela também gostava dele de forma mais forte do que imaginava, e por aquele motivo a decepção tinha sido tão forte.
— Eu não posso aceitar isso. — Ela pegou novamente os papéis e devolveu para ele.
— Se é pelo que vão falar, eu aceito sua demissão, a gente não se fala mais se não for sobre isso. — O tom e olhar desesperado dele, desesperaram momentaneamente. — Não melhor, peço para que Kwan fale e trate diretamente com você sobre tudo, nem pra isso você precisa ter contato comigo, só deixa eu te ajudar, por favor. — O bolo de emoções voltou a ficar entalado na garganta dele.
— Só se eu puder te pagar depois. — disse, derrotada. Estava insatisfeita com aquela situação, mas ele tinha conseguido algo que há tempos ela tentava e como uma promessa que ela tinha feito para si mesma, moveria céus e terra para poder ter seu pequeno de volta.
— Não, quero que seja um presente meu para o Thommy, o primeiro e se você quiser o último. — Ele disse decidido. — Você já vai gastar com passagem e hospedagem nos Estados Unidos quando tiver que ir lá para a as audiências, fora que está pagando a casa.
— Por que você é assim, ? — Ela perguntou derrotada, sabia o quanto aquele homem podia ser teimoso, quando tomava uma decisão.
— Teimoso igual a você? — Ele se permitiu sorrir.
— É! — Ela sorriu também. — Olha, eu vou aceitar a minha demissão antecipada, porque a gente sabe que eu já ia sair de qualquer forma, no próximo mês. — se aproximou lentamente, sentia o peito e alma mais leve depois daquela conversa, mesmo se quisesse, não conseguia não sentir verdade e sinceridade no que ele dizia. E ela já estava mesmo com um contrato pré assinado com a agência de um dos amigos deles, para fazer parte do time dos muitos dançarinos que acompanhavam os idols. — Mas acho que vou precisar de você do meu lado para enfrentar aquela mulher. — Ele ficou a poucos metros dele.
— Eu sempre vou estar aqui por você, . — disse, sentindo um alívio no peito.
— Você me ama mesmo? — O cheiro da mulher entrou pelos sentidos de e mesmo eles tendo passado a noite e boa parte do dia juntos, parecia que faziam anos que ela não ficava perto dele daquela maneira.
— Amo. — Ele sorriu, se sentindo aliviado, parecia que tudo ia ficar bem. — Mais do que já amei outra pessoa nessa vida, nunca imaginei que me sentiria assim quanto a outra pessoa, daí você apareceu.
— Sabe, nós ainda não estamos bem, mas... — Ela passou os braços pelos ombros dele. — Eu também te amo, como nunca amei outro homem antes, eu me sinto segura e amada ao seu lado. — Um sorriso largo apareceu nos lábios dela.
— Eu nunca vou conseguir corrigir esse erro, , sinto muito pela forma com que eu fiz você se sentir. — conseguia enxergar verdade no olhar dele. — Prometo, pelo sucesso da Lux, que nunca mais vou fazer algo que te deixe minimamente desconfortável outra vez.
— Eu espero que sim. — disse, antes de grudar os lábios aos do rapaz, e iniciando um beijo, com sentimentos estranhos, mas com a mesma paixão de sempre.

Meses se passaram, e já tinha resolvido sua vida quanto ao trabalho novo e o relacionamento com ia ficando cada vez mais forte e sólido. Eles se viam com menos frequência por conta dos horários dela que tinham aumentado e mudado de turno, mas conseguiam se curtir o máximo que podiam, sempre um ficando na casa do outro. A primeira audiência de guarda tinha acontecido há algum tempo anterior, e o juiz queria que mostrasse para ele que era totalmente, financeiramente, emocionalmente e socialmente capaz de cuidar e criar seu filho. Então outra audiência tinha sido marcada para que ela conseguisse colocar tudo nos eixos.
As horas pareciam que estavam passando lentamente dentro daquele tribunal. O clima era tenso, Kwan estava sentado do lado de , bem como o advogado da mais velha estava perto dela.
— Com isso, senhor Juiz, eu e minha cliente pedimos a guarda total do menor Thomas Humphrey, uma vez que sua avó paterna, nunca esteve presente antes na vida da criança e do dia para noite, usou de sua influência e contatos no tribunal, para que ela conseguisse. E usar a morte prematura de seu filho, não é desculpa para que ela prive um filho de viver com sua mãe de verdade. — Kwan disse para o homem à sua frente, como solicitação para resolução do caso.
Antes do advogado que estava com falar, o outro profissional já tinha feito seu discurso e pedindo também, guarda total para sua cliente, que estava espalhando seu filho que morreu em um acidente de carro, na figura do mais novo e aquilo não era saudável, nem para ela muito menos para o Thommy. Depois de muitos argumentos e longas pausas, o tribunal finalmente tinha sua decisão final sobre aquela audiência.
— Como foi comprovado que a genitora de Thomas Humphrey é totalmente capaz de criar o menor. Tendo residência fixa e própria, acesso a boa educação, saúde de qualidade, segurança. Consta nos autos que a mesma possui renda fixa e horários flexíveis o suficiente para dar a assistência que a criança merece. Dito isso, o tribunal concede guarda total do menor, Thomas Humphrey para . A avó paterna, terá direito a visitas supervisionadas e qualquer locomoção do menor para outra cidade ou país, deverá ser contatado e previamente autorizado pela responsável legal por ele, no caso sua mãe.
O Juiz disse mais algumas coisas de praxe, que simplesmente não conseguiu entender, ela estava a beira de um colapso. Tantos dias sonhando com aquele momento, em que teria seu filho de volta, que ela só soube cair de joelhos no chão e chorar em agradecimento, ao universo por aquilo, nada no mundo chegava perto daquela sensação, era alto extraordinário.
Eles tiveram que ficar na cidade por mais alguns dias para formalização dos documentos e devolução do pequeno, durante todo o processo estava ao lado de . Tinha tirado uns dias da Lux, queria viver aquilo com ela, a felicidade dela, era a dele agora.

— Mamãe, mamãe! — O pequeno Thommy já com seus oito anos de idade, chegou perto da mulher que estava sentada na área externa da casa, correndo, querendo contar alguma coisa.
— O que foi, meu filho? — respondeu, preocupada, o menino estava muito agitado.
— Sabe o que o tio me deu? — Ele perguntou animado com grandes olhos de ansiedade

está aqui? — Ela perguntou ao menor não dando muita atenção para a novidade do menino.
— Está lá na sala com o papai, você não quer saber o que ele me deu, mamãe? — Um bico imenso se instalou nos lábios do menino, que cortou automaticamente o coração de .
— Desculpa a mamãe, meu amor. — Ela abriu os braços para que ele chegasse perto dela. — O que o doido do se tio te deu? — Thomas chegou perto da mãe e se aninhou nos braços dela.
— Ele me deu essa nota aqui. — Ele balançou a cédula no ar, com um sorriso grande nos lábios. — Disse que é muito dinheiro, mamãe, é muito dinheiro mesmo?
— Isso é uma nota real de 500 euros? — pegou a nota da mão do filho, calma e quase engasgou com a saliva ao ver que era mesmo o que ela imaginava. — está louco? — Disse mais para si do que para o filho.
— O tio disse que é pra eu guardar no meu cofrinho, não é legal, mamãe? — Ele estava realmente empolgado.
— Seu pai viu isso e não disse nada? — Ela estava impressionada ainda com a loucura do amigo. Era muito dinheiro.
— Ele perguntou pro titio, se ele tinha me dado uma nota errada, mas ele disse que não, que queria me dar um presente legal, por eu estar virando irmão mais velho, então o papai só sorriu e eles começaram e brincar de lutinha, como fazem sempre. — A gargalhada que saiu da garganta do menor, encheu o coração de de alegria. Ela nunca foi capaz de acreditar, mesmo que depois de tantos anos e já casada com , que seu filho estava com ela e nada nem ninguém iria o tirar de seus braços de novo.
— Esses dois não tem jeito mesmo. — disse, bagunçando um pouco os fios de cabelo do menino.
— Ele me deu essa camiseta aqui também. — Ele saiu dos braços da mais velha e esticou o tecido para que ela lesse.
— Está escrito em Coreano, traduz para a mamãe? — gostava sempre de estimular a língua no filho, ele com apenas oito anos já falava inglês, que era sua língua nativa, coreano, que era onde eles moravam no momento e arranhava algumas coisas em português, que era a língua nativa de sua mãe.
— Está escrito... — Ele baixou a cabeça para poder reler as palavras. — O melhor irmão mais velho. — O sorriso dele se abriu e aquilo quase fez com que chorasse. Tudo bem que naquele estágio da gravidez ela estava muito emotiva, mas também, estava feliz, pela família que estava dando a seu filho. A forma com que ele e se davam bem e mesmo ele sabendo que o mais velho não era seu pai biológico, o chamava de pai e eles tinham um relacionamento de pai e filho, desde o minuto em que retornaram para o país, mais de cinco anos atrás.
— E você está feliz com isso de ser irmão mais velho, filho? — perguntou, já tinha perguntado antes, mas sempre gostava de confirmar, porque caso o filho ficasse incomodado com a nova condição da família, ela daria um jeito de contornar e conversar com ele.
— Eu estou, mamãe! Vou ter com quem brincar, de quem cuidar e eu vou ser o melhor irmão do mundo todo.
— Aposto de vai! — A voz de se fez presente na conversa dos dois, o que fez o menor correr pros braços dele.
— Papai, o senhor vai continuar sendo meu papai também, quando minha irmã nascer? — Thomas disse espontâneo
— Mas é claro, meu amor, assim como a mamãe vai continuar sendo sua mamãe, eu vou continuar sendo seu papai. — sorriu grande, era possível ver o amor que ele sentia pelo mais novo, emanar de suas expressões, era lindo ver os dois juntos.
— Que bom papai, agora eu estou mais feliz ainda.
Ali naquela cena, que poderia até congelar e viver para sempre nela, estavam dois de seus maiores amores da vida, juntos, naquela bolha de carinho e afeto. Quando a vida começou a dar errado, lá atrás, quando Dean apareceu em sua vida, nunca imaginou que a felicidade plena seria um sentimento que ela fosse capaz de viver. Mas estava enganada, ali naquela tarde, vivia sua felicidade plena, apenas observando, seus dois homens preferidos do mundo, juntos, brincando e sendo a família um do outro.




Fim



Nota da autora: Oi, meus amores. Espero que tenham chegado até aqui kkkkk, acho que essa foi a fanfic mais longa que eu já escrevi em toda a minha vida, e é sério. Eu comecei esse projeto há bons dois, três anos atrás, estava guardando para um possível ficstape do Bigbang, mas achei essa a oportunidade perfeita para reviver essa maravilha e mandar para o kpop extreme que é um especial incrível demais. E eu queria todo esse lance, dele bem piranhão e ela toda magoada com a vida, e os dois se descobrindo como seres humanos, que conseguem ser e dar o seu melhor quando realmente há amor. A imagem que eu quero passar, não é a de que um mudou a vida do outro, o jeito ou sei lá. Ninguém muda ninguém e essa é a real, pessoas tem o poder de transformar ambientes e mundo, e essa transformação ajuda o outro e até a si mesmo, então é isso, espero que tenham gostado desse dramalhão restrito kkkkkkkk até a próxima!!
ps: Ah minha lista de fic vai estar aí embaixo, mas vocês conseguem achar também, tanto clicando no ícone do Facebook que vai te direcionar ao meu grupo de autora (ta pequenininho ainda rs, não reparem), quanto clicando no ícone do Obsession, que dá acesso a minha página de autora no site. Meu tt tá sempre disponível também. Vocês podem me gritar por lá, aqui pela caixa de comentários ou onde me acharem kkkkkk
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.





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Baby How You Like That [Restritas – Kpop – Shortfics]
Baby, I Like You [Kpop – BTS – Shortfics]
Baby, I Want You Forever [Kpop – BTS – Shortfics]
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10. Fire [Ficstape #103: The Most Beautiful Moment in Life: Young Forever]
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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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