FFOBS - The Library Boy, por Pâms

Romance is a bonus book

Como não se apaixonar pelo garoto da biblioteca?

Essa foi a pergunta que se fez durante todo o seu primeiro ano letivo, o que iniciou com encontros esporádicos em busca de livros para os estudos, tornou-se uma rotina diária de convivência quando ela se candidatou como estagiária do lugar mais complexo de sua universidade. E para uma brasileira que conseguiu a vaga no curso de arquitetura, na sorte e uma pitada de esforço, a Universidade de Glasgow seria um novo divisor de águas em sua vida.

Mas como a garota foi parar em Terras Baixas?

Tudo graças a seu pai, Alexandre Souza, um analista de sistemas que havia sido recém transferido para a filial da Google do país, empresa onde trabalhava. E mesmo sabendo da distância que teria dos amigos de infância, aos doze anos ela se aventurou em uma cultura totalmente diferente da sua, em apoio ao pai. Agora, em ritmo de vida universitária, apenas seguia tentando conciliar seus horários de estudo com seu estágio na biblioteca.

Final do outono, pós semana de provas, o som dos pássaros podiam até mesmo ser ouvidos da janela. Tudo calmo e silencioso naquela imensidão de livros.

— , ainda por aqui? — disse o garoto da biblioteca ao entrar no lugar quebrando o silêncio e despertando a atenção.
— Já disse que pode me chamar de . — pediu ela, em correção da formalidade — Somos amigos agora.

Ele manteve seu olhar surpreso para a garota. Stuart era simplesmente um cavalheiro de tão educado e gentil, o que explicava sua popularidade dentro e fora do meio acadêmico. Sendo até mesmo agraciado com muitos bilhetes aleatórios pelos corredores com os telefones das alunas e algumas funcionárias, contudo, rejeitando a todos.

— Já deveria estar em casa. — comentou ele.
— Eu estou adiantando o trabalho de amanhã, com o cadastro dos livros novos do curso de medicina. — respondeu ela, ao direcionar sua atenção para ele — O mesmo eu digo de você, o que faz aqui?
— Esqueci as chaves da minha moto aqui. — respondeu ele, se aproximando do balcão de atendimento onde ela estava e remexendo na primeira gaveta — Aqui está.
— Suas chaves rodam toda essa biblioteca. — comentou a garota, rindo baixo — Não sei como ainda não as perdeu.
— Porque agora tenho você para guardá-las para mim. — ele sorriu de uma forma fofa, deixando o coração dela estremecido — Acredite, eu já perdi uns cinco chaveiros antes de te conhecer. Agradeço por ser tão cuidadosa com as minhas coisas, mesmo eu não merecendo.
— Meu pai vive esquecendo suas chaves, acredite, estou acostumada. — comentou ela, observando-o colocar as chaves em cima do balcão.
— Seu pai virá te buscar hoje? — perguntou ele.
— Não, terei que ir de transporte público. — ela, voltou a atenção para o computador para salvar o arquivo — Ando sem grana para o Uber.
— Quer uma carona? — ele se colocou ao lado da garota, deixando-a sem jeito, então desligou o monitor em sua frente.
— Ei! Ainda estava salvando meu trabalho de uma tarde. — reclamou o empurrando de leve.
— Se eu não desligar, você não para de trabalhar. — explicou ele, em sua defesa — Essa universidade não lhe paga horas extras.
— Você tem razão. — ela assentiu, tentando não encarar aqueles olhos fofos.
— Vamos? — ele esticou um dos capacetes para ela.
— Não quero te incomodar de novo. — ela tentou recusar.
— Não é nenhum incomodo dar carona a uma amiga. — ele segurou em sua mão e a puxou para saírem — Vamos antes que você monte uma barraca e durma nessa biblioteca.

Após oito meses de convivência direta com o estágio de , já havia se acostumado com as manias da menina de cantarolar pelos corredores das estantes, seu perfeccionismo em deixar tudo milimetricamente organizado e sua falta de percepção da hora de ir para casa, o que resultava várias vezes em caronas improvisadas da parte do rapaz.

— Vou precisar passar em um lugar primeiro. — disse ele, ao ligar a moto.
— Vai demorar? — indagou ela.
— Perguntou a pessoa que nem estava preocupada de ir para casa. — ele riu baixo — Prometo te deixar na frente do seu prédio antes da meia noite.

Num tom de brincadeira, ele arrancou com a moto e seguiu em direção a sua primeira parada. Não demorou muito até que parou em frente a uma loja de conveniência e desceu da moto, desceu junto, porém esperou do lado de fora, observando os carros passando na rua. Minutos de espera depois ele retornou com uma sacola nas mãos, esticando para ela.

— Me desculpe a falta do embrulho. — disse ele — Esqueci de comprar pela manhã.
— O que isso? — questionou ela, ao pegar a sacola e viu que era uma caixa de bombons dos mais caros — Como um universitário que vive de estágio pode gastar essa fortuna? Nem é o meu aniversário.
— Feliz dia de ação de graças. — disse ele, em seu modo explicativo discreto — Sou grato por sua amizade, então...

Ele se inclinou um pouco mais para frente e a beijou no rosto, acelerando o coração da garota de imediato.

Deus me livre, mas quem me dera!

Pensou ela, desejando subjetivamente que aquele beijo fosse em seus lábios. Ouvindo sempre que ela era sua melhor amiga, que nunca imaginou ter, era um dos pontos em que sentia-se desmotivada a se declarar para o rapaz, afinal, não queria perder sua amizade, mas ao mesmo tempo desejava ser bem mais do que isso. O que ela não sabia, é que o rapaz desejava o mesmo, com o coração aquecido pela presença dela em sua vida, também possuía os mesmos temores em perder a amiga que inesperadamente conquistou se caso um relacionamento mais profundo não desse certo.

Ambos ficaram ali, parados frente a frente com seus olhares encontrados, desejando parar o tempo para que aquele momento pudesse ser eternizado.

Eu quero você sintonizada em meus olhos
Sim, você está me fazendo ser um garoto apaixonado.
- Boy With Luv / BTS feat. Halsey

“Palavras: Há momentos em que a voz não sai, então basta apenas dizer com o olhar.” - Pâms

FIM?!

Nota da autora:
Bom dia, gente. Olha eu aqui no desafio de novo. Espero que tenham gostado, convido a ler as outras fics do especial.
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!

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