Enviada em: 26/11/2019

Capítulo Único

se revirou, inquieto, com a sensação de que nunca acharia uma posição confortável, mesmo o colchão sendo ótimo.
Ele sabia que o problema não era a cama.
Bufou jogando o edredom longe, ficando ainda mais irritado ao ver que eram 3 horas da manhã. Desceu as escadas tentando não fazer barulho, mas foi em vão ao encontrar Ramona na cozinha comendo sorvete escondida. – Que susto, cacete! – Olhou feio para ele.
– Eu quero um pouco. – Ignorou a reclamação da irmã e pegou o sorvete da mão dela.
– Já faz dez anos, ... – O encarou com os olhos semicerrados. – Dez anos e ela ainda te faz comer sorvete de madrugada?
– Não sei do que você tá falando. – Resmungou. – E você também tá comendo sorvete, isso não significa nada...
– Amanhã é meu jantar de noivado, tô ansiosa. – Puxou o pote de doce. – O que me surpreende é...
– Nem começa. Eu sei que não devia estar pirando, mas acontece que... continua sendo... – Abaixou a cabeça, sem conseguir pensar no final daquela frase.
O que a ex ainda representava para ele? E por quê?
Na verdade, ele sabia bem a resposta.
– Ela ainda é o seu "e se". – Mona completou por ele. – E tá tudo bem, ... Só não fica se martirizando, pensando em como vai ser amanhã, como poderia ter sido anos atrás... – O abraçou lateralmente.
– Desculpa te preocupar com isso em um dia tão importante. – Retribuiu o abraço. – Você deveria dormir pra não ficar com olheiras e o bonitão desistir de você. – Provocou sorrindo maroto.
– Ei! – Estapeou o irmão. – Ele me amaria mesmo se eu fosse feia como você! – Riu e deu um beijo na bochecha dele. – Boa noite, amo você.... E não precisa se desculpar.
– Também te amo, Mona.
viu a irmã ir dormir, terminou o sorvete, viu o sol nascer, viu todos acordarem e o café da manhã ser preparado, e não conseguiu desligar sua mente.
Como será que ela reagiria? Será que tentaria se explicar? Ela havia mudado? Será que estava namorando? Será que estava... Feliz?
Essas perguntas rondaram a mente dele de maneira repetitiva, até chegar ao ponto de decidir ser neutro. Por mais que estivesse entrando meu um colapso interno, não demonstraria.
Do lado de fora, estava perdida em pensamentos.
Era estranho estar na cidade em que cresceu. Não bastasse isso, estava parada em frente a casa que passou muito tempo de sua infância e adolescência. Ramona ainda morava ali, mas tinha seguido seu caminho. sabia que ele não morava mais na cidade, assim como ela. Aliás, ela sabia tudo sobre a vida dele, mais do que gostaria de admitir. Tinha se mantido atualizada graças a Ramona e, é claro que ela não estava há muito tempo sem ver sua melhor amiga, pelo contrário, tinham se visto há poucos meses.
Mas ? Ela não o via há dez anos. Muito mais tempo do que gostaria, é claro, já que ele nunca saía de sua mente. Não adiantava negar, ainda era apaixonada por ele, e nada nem ninguém foi capaz de mudar isso, por mais perfeita que a pessoa fosse, ela simplesmente não era .
Era impossível esquecer o primeiro amor, sabia e sentia bem isso.
Passaram alguns minutos até que ela percebesse que ainda estava parada na mesma posição e então andou até a porta, apertando a campainha, seu coração quase saindo pela boca enquanto esperava.
estava brincando com o cachorro de Ramona quando ouviu a campainha, seu coração se acelerando no mesmo instante ao imaginar quem era.
Talvez não tivesse sido uma boa ideia ambos se hospedarem na casa de Mona...
– ELA CHEGOU! – Ramona gritou empolgada para o noivo ao ver a melhor amiga pela janela, descendo as escadas correndo para abrir a porta. – Oi! – Puxou para um abraço apertado.
– Ei! – riu, retribuindo o abraço, dando um beijo demorado na bochecha da amiga. – Tudo bem? Cadê o Chris? – Olhou ao redor, procurando não só pelo noivo da amiga.
Com a empolgação de Ramona sendo escutada do quintal, não restaram dúvidas para de que era .
– Não vou lá. – Disse para o rotweiller que o encarava querendo carinho. – Não, Bucky, não preciso falar com ela... Talvez seja melhor nos evitarmos, não preciso ficar perto dela... Nem tô curioso, se te interessa saber!
Contradizendo tudo o que falou para o cachorro, a postura de endureceu e ele se esticou para tentar ouvir a conversa.
– O Chris? – Mona arqueou a sobrancelha. – Bom, se é dele que você quer saber... Tá lá em cima...
– Depois eu dou oi pra ele, então! – disse sorridente, enquanto Ramona a puxava casa adentro, ajudando-a com a mala.
– Eu tô tão empolgada, amiga! E meu coração acelera e eu sorrio sempre que penso nisso! – Riu, mas depois segurou a mão de olhando-a preocupada. – E você? Sei que... Bom... Como você tá?
, ao ouvir a conversa ficar mais próxima, levantou e caminhou silenciosamente para dentro da casa, pensando em um modo de ir para o seu quarto sem ser visto, mas era impossível, precisaria passar pela sala se quisesse subir.
– Calma... – Murmurou para si mesmo. – Você pode fingir que ela não existe, não foi isso que ela fez quando foi embora?
De alguma forma, toda a frieza de seu plano se esvaiu quando entrou no corredor e a viu. Tudo o que conseguiu fazer além de travar no lugar, foi engolir em seco sentindo a cabeça zonza devido a velocidade com que seus pensamentos voaram.
– Ah, como sempre... – Deu de ombros. – Eu tô b... – ia dizer, mas sua fala morreu quando sentiu a presença de .
E então, os dois se encararam.
Era clichê demais dizer que seu mundo parou, mas era exatamente o que sentia. O ar fugiu de seus pulmões e sua barriga revirou, um turbilhão de sentimentos fazendo festa dentro de si.
Depois de dez anos, estava ali. E mesmo tendo ensaiado o que faria quando o visse, tudo pareceu fugir de sua mente, e nenhum mísero cumprimento saiu de sua boca. A única coisa que ela sabia era que ele estava extremamente bonito, mais do que era antigamente... Perfeito, exatamente como imaginava.
Ramona olhou rápido do irmão para a melhor amiga, a postos para qualquer reação vinda de um deles.
– Ah. – olhou para a irmã por alguns segundos antes de encarar a ex de maneira impassível, tentando ignorar todos os sentimentos dentro de si, mesmo que quisesse correr e abraçar a mulher que nunca tinha deixado de amar. – Não sabia que você tinha chego... – Sua voz saiu fria, mesmo que sentisse as mãos suarem e o coração acelerar.
A ruiva entrelaçou a mão na de Ramona e a apertou com certa força em busca de apoio.
– Eu... É. – precisou forçar um sorriso. Não esperava ser recebida de braços abertos, mas com certeza achou que a reação seria melhor que aquela. – Quanto tempo... Tudo bem? – Tentou ser simpática.
a olhou incrédulo.
– Você... – Riu irônico sem saber o que dizer. – Não vou entrar nessa. Não precisa fingir que se importa, não se deu ao trabalho de fazer isso anos atrás, não precisa fazer agora. – Falou magoado antes de subir as escadas com passos pesados.
Ramona suspirou balançando a cabeça. Aquele comportamento do irmão não ajudava nada.
– Sinto muito... – Murmurou abraçando . – Vai passar...
, por sua vez, sentiu seu coração ser esmagado em mil pedacinhos. Seus olhos arderam e ela mordeu o lábio para evitar começar a chorar. Acompanhou os movimentos de e suspirou, uma lágrima escorrendo por seu rosto. Limpou o rosto, balançando a cabeça em negação, olhando para Ramona.
– Tá tudo bem. – Forçou um sorriso. – Onde eu vou ficar? Em que quarto? Quer dizer, talvez seja melhor eu ir pra um hotel, sabe que não me importo, não quero estragar o clima...
... – Mona sorriu triste fazendo carinho no rosto dela. – Eu sei que não tá. – Balançou a cabeça. – Você vai ficar no quarto de hóspedes que fica ao lado do meu. Sabe que eu amo você aqui, sem papo de hotel! E o clima... – Mordeu o lábio. – Bom, vamos dar um jeito. Sempre damos. – Sorriu querendo passar confiança.
– Tudo bem. – suspirou se dando por vencida.
Subiram as escadas em silêncio, e não pôde deixar de lançar um olhar machucado para o quarto que sabia ser de . Apesar do clima, as amigas conversaram bastante. Por incrível que pareça, o dia passou rapidamente, com , Ramona, Chris, alguns outros parentes e interagindo do lado de fora e, antes que percebessem, já estava na hora de se arrumar para o jantar de noivado.
A festa seguiu como Ramona e Chris planejaram. O objetivo era oficializar a novidade e fazer os convites aos padrinhos e madrinhas do casamento. Claro que Mona não colocou o irmão e a melhor amiga juntos. já sabia, então a reação dele foi de alívio, mas ficou surpresa. Achou que Mona iria aproveitar a situação... Bom, talvez tivesse pedido para Ramona não fazer isso, e não o julgava... E ela não falaria absolutamente nada.
Os convidados já tinham ido quase todos embora, restando apenas os irmãos de Chris e mais alguns amigos próximos. Estavam reunidos do lado de fora da casa, a noite estrelada e fresca tornando o momento agradável. Contagiada pelas risadas e aproveitando o momento de descontração, se pegou observando rir, e acabou sorrindo enquanto olhava para ele.
O tempo havia feito muito bem ao homem que amava. E tudo o que conseguia pensar era que podia ter passado a vida ao lado dele caso não tivesse sido tão idiota no passado. Mas agora mal olhava na cara dela. A única parte boa é que com isso ela sabia que ele ainda sentia algo. Restava descobrir exatamente o quê.
A risada de foi morrendo aos poucos ao sentir que estava sendo observado, e ele sabia bem por quem, o que o intrigava. Ele a amou, e saiu machucado. Por que agora ela o olhava como se... Como se se importasse?
Pensou em olhar de volta, mas sabia que doeria. Apesar de tudo, seu corpo ainda reagia ao vê-la. Para ele, continuava sendo a mulher mais bonita.
Bufou frustrado virando mais uma taça de vinho querendo afastar o sentimento.
– Vamos tirar uma foto?! – Mona sugeriu sorridente, alheia a situação.
– Vamos! – Chris foi para o lado da noiva, tomando o lugar onde estava, o obrigando a ir para o lado da ruiva para sair na foto.
– Ótimo... – Resmungou irônico se posicionando.
nem teve tempo de pensar, se ajeitou ao lado de e sorriu para a foto, tentando não respirar fundo para não inalar o perfume do ex namorado. Assim que a foto foi tirada, ela se afastou rápido, o que acabou fazendo com que perdesse o equilíbrio. Apoiou a mão no ombro da primeira pessoa que viu, só depois se dando conta de que era .
– Desculpa, eu... – Fez uma pausa. Aquela palavra tinha tantos motivos para ser dita. – Desculpa. – Forçou um sorriso ao repetir.
Por reflexo, segurou a cintura dela para a ajudar a se equilibrar, soltando-a segundos depois, quase como se a proximidade queimasse sua pele.
Encarou o rosto dela por um momento que pareceu interminável. Esperou por tanto tempo ouvir um pedido de desculpas dela, mas definitivamente não por se apoiar nele.
– Esse é o último motivo pelo qual você tem que se desculpar. – Falou sério, porém baixo, se afastando, só percebendo que havia prendido o ar quando o soltou.
mordeu o lábio, balançando a cabeça. Respirou fundo e se afastou, entrando em casa com certa pressa, enquanto sentia seus olhos marejarem pela terceira ou quarta vez no dia. Ramona, que estava um pouco afastada, percebeu o clima e seguiu a melhor amiga.
? Tá tudo bem? – Perguntou, tocando o ombro dela, só então percebendo que ela estava prestes a chorar.
– Sim. – Limpou o rosto, forçando um sorriso. – Só vim beber uma água, pode voltar pra festa...
... – Fez carinho no rosto dela antes de puxar a amiga para sentar no sofá. – Você é minha melhor amiga, ele é meu irmão e... – Mordeu o lábio. – Não acha que tá na hora de conversarem? De falar a verdade?
– Não! Não... Já conversamos sobre isso, eu não quero que ele saiba que ainda o amo... Não quero que ele saiba o que eu sinto. – pediu exasperada, seus olhos marejados. – Por favor...
Do lado de fora, ainda pensava na reação de . Por que ela ficou tão afetada? Na cabeça dele, não fazia sentido... Fitou o céu por algum tempo. Não queria mostrar que não estava bem para não preocupar a irmã, mas ao olhar em volta e notar que ela não estava ali, resolveu aproveitar para ir para o quarto.
Entrava de cabeça baixa na sala, ainda pensativo, quando parou no lugar ouvindo a fala de .
"Ainda o amo".
Não, não podia ser dele que ela falava. Balançou a cabeça em negação.
Mas... E se fosse, por que ele não podia saber?
– Por quê? – Só percebeu ter pronunciado a pergunta em voz alta quando ouviu sua voz soar perdida no cômodo.
Ramona arregalou os olhos encarando ambos preocupada.
– Eu... Acho melhor deixar vocês a sós... – Apertou a mão de desejando boa sorte e se afastou, lançando um olhar para o irmão antes de sair de casa.
permaneceu com o olhar baixo, seu coração batendo forte, sem acreditar que aquilo estava acontecendo.
– E então? – repetiu.
– Eu... – começou. – Por que o quê?
riu tenso sem conseguir organizar muito bem seus pensamentos, olhando quase com súplica no olhar.
– Eu preciso saber, ... – Pediu baixo. – Se você ainda me ama, depois de todos esses anos, por que eu não posso saber? Por que as coisas estão assim?
mordeu o lábio, balançando a cabeça em negação, sentindo seus olhos arderem ainda mais. Demorou, mas ergueu o olhar para ele, tentando transmitir tudo o que sentia.
– Porque eu sou egoísta o bastante pra manter tudo pra mim, pra achar que você merece algo melhor e eu... Eu não acho que mereço, . – A voz dela saiu baixa, e ela precisou desviar o olhar para que ele não visse o quanto ela chorava. – Não tem um dia que eu não me arrependa do que fiz.
piscou várias vezes tentando assimilar as palavras dela. Talvez fosse só mais uma pegadinha de sua mente o fazendo sonhar com um momento daquele. Depois de tantos anos, eles estavam realmente tendo aquela conversa?
– Se você se arrepende... Por que não me procurou antes? – Passou a mão pelo cabelo bagunçando-o. – Não é como se não soubesse como me encontrar...
suspirou, o encarando com o olhar triste.
– Ramona sempre me contou como você tava feliz, namorando, construindo sua carreira... Eu ressurgir só ia atrapalhar tudo, ... Não acho que tinha o direito de atrapalhar sua vida quando você seguiu em frente.
– Segui em frente? – Perguntou incrédulo. – ... Não tem um dia em que eu não pense em como as coisas poderiam ter sido...
– Eu também. – Confessou encarando as próprias mãos ainda sentada no sofá. – Me desculpa. – Voltou a olhar para ele. – Me desculpa por agir da maneira que agi na época, e por ter piorado a situação indo embora... Me desculpa por tudo, . Mesmo não merecendo...
se sentou ao lado dela no sofá, mas permaneceu virado para a frente encarando o chão.
– Então é isso? – Franziu o cenho confuso. – Você... Me ama? Depois de todo esse tempo? Até onde ia levar isso, ? Até quando eu ficaria sem saber?
– Nunca deixei de te amar. – respondeu, encarando-o. – Eu só... Percebi tarde demais. E não achei que fosse importante te contar, porque você não sente mais nada por mim, então por que abrir essas feridas? Depois de tudo? Não... – Limpou uma lágrima que escorreu, fungando baixinho. – Não tem importância o que eu sinto, ... Não é como se eu merecesse.
– Não tem importância?! – Perguntou incrédulo antes de suspirar. – ... – Levantou a mão para tocá-la, mas desistiu, recuando o toque. – Definitivamente o que sinto por você não pode ser chamado de nada...
encarou , sentindo seu coração se aquecer com a mínima possibilidade.
Ele realmente ainda a amava?
– Você quer me dizer que depois do que eu fiz, depois de ter ido embora do jeito que fui, você... Você ainda sente algo por mim? – Sua voz beirava a incredulidade, apesar de cheia de esperanças.
– A gente não manda nas coisas que sente. – Não desviou o olhar. – E tive dez anos pra digerir o que você fez e... Mesmo que eu tenha tentado, não me fez te amar menos.
Ela mordeu o lábio para tentar conter um sorriso, mesmo pequeno. Não tinha como mentir, estava feliz por saber dos sentimentos dele.
– Então... Eu te amo... – Dizer aquilo em voz alta para ele depois de tantos anos era surreal. – E você me ama... O que a gente faz?
pensou por alguns segundos, encarando intensamente antes de abrir um sorriso pequeno.
– Acho que podemos começar de novo. – Ele se virou de frente para ela. – Oi, eu sou o , irmão da Ramona. E você é...?
riu sem jeito, mas entrou na dele.
. Melhor amiga da sua irmã.
– É um prazer te conhecer, . Aceita sair comigo amanhã a noite?
– Ei! – riu mordendo o lábio. – Não estamos indo rápido demais?
– Não quero mais perder tempo. – Ele sorriu ladino.
– Nesse caso... Eu aceito, .
Os dois sorriram um para o outro, antes de cair na risada, como não faziam há algum tempo, sentindo, finalmente, que estavam no lugar certo e da maneira certa: juntos. A vida sempre se encarrega, afinal. E e eram prova viva disso.


FIM



Nota da autora: Ai. Entregar essa fic do especial era algo que eu não achei que fosse conseguir, mas, no fim, acabei apaixonada pelo resultado, que só obtive com a ajuda da melhor amiga do mundo todinho, então, Mari, deixo aqui meu super OBRIGADA a você! <3
Espero que gostem dessa história curtinha e bonitinha, porque, bom, eu tenho muita trama pra esses dois, quem sabe um dia eu mostre o passado deles… Né? Vai saber! Hahahah. Obrigada a quem leu, não esqueçam de comentar, por favor!
Até a próxima!


   

   

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