Finalizada em ou Última atualização: 18/08/2023

Duas doses de Cappuccino

Após três anos de silêncio total, em hiatus até mesmo de minhas redes sociais, este deveria ser meu retorno sutil e delicado, afinal, considerando a forma que minha carreira quase afundou por uma culpa que nem mesmo era minha, me fazendo ficar afastada de tudo e todos. Vergonha alheia talvez, após todo o escândalo de corrupção, desvios e lavagem de dinheiro da falecida 4Mix Records, não conseguia nem olhar meus fãs nos olhos. Eu era a imagem da empresa, sendo sua artista mais rentável desde os quatro anos de idade, agora aos vinte e cinco, sinto minha horta sabotada.

Contudo, uma luz no fim do túnel apareceu com uma oferta da Moonlight Company, para me juntar à sua lista de profissionais, e foi assim que meus planos de calmaria foram mudados a pedido da minha nova gravadora. Charlie, o produtor exclusivo contratado para me acompanhar neste retorno, queria algo a mais do que estavam acostumados a ver de mim, ele queria ousadia, barulho, fogos de artifício, e claro, um cantor asiático para abalar as estruturas dos fãs. Era um fato que precisava mesmo mesmo modificar tudo e apresentar um novo eu ao público, algo mais maduro de acordo com a minha idade, algo mais sério e surpreendente.

Mas não queria que fosse exatamente com ele.

Na minha concepção, Jackson Wang é o que chamamos de lobo em pele de cordeiro. E digo isso abertamente sem me importar com os haters que brotam do solo para tentar me ofuscar. Sua cara de bom moço, só esconde a arrogância que existe em suas palavras ríspidas e seu jeito de se achar o melhor em tudo. E ainda estou sendo sutil nas palavras.

— Não acredito que realmente concordei com isso. — disse ao respirar fundo, encarando meu reflexo no espelho — Por que sempre acontece comigo?
— Continua falando sozinha, mesmo depois de todo esse silêncio? — a voz de Wang soou atrás de mim e logo meu olhar se voltou para seu reflexo.
— Você realmente não tem mais o que fazer, Wang? — virei meu corpo, ficando de frente para ele — Poderia pegar algumas aulas extras de atuação, assim conseguiria chegar ao nível que tanto diz ter.
— Está com inveja do meu profissionalismo, Magnus? — retrucou ele, com o olhar confiante de sempre, em seu tom sarcástico.
— Jamais. — dei o primeiro passo para me retirar do meu camarim.

Não suportava sua prepotência. Mas o pior era como se fazia de educado e atencioso com todos os outros, sempre que estávamos sozinhos, sua máscara caía.

— Eu sou a melhor no que faço, se quiser comprovar, pesquise sobre mim. — disse ao passar por ele.
Magnus. — disse ele, o meu nome completo, ao segurar em minha mão, me fazendo parar no caminho e voltar a atenção para ele.

Aquela era a parte que me matava de raiva. Seu olhar profundo e sereno, que por alguns segundos conseguia me hipnotizar, me fazendo esquecer todas as nossas brigas e desentendimentos.

E vocês devem estar se perguntando…

Como eu o conheci?


Primeiro, existe um ser na minha vida, que carrega a característica de irmã mais nova, que é viciada em kpop. Lola quase sempre me deixa maluca com seus surtos pelos atores de doramas, e mais ainda pelo grupo Got7, do qual o indivíduo em questão é membro. E já perdi as contas de quanto já gastei comprando álbuns, viagens inesperadas com direito a ingressos de última hora para shows, dentre outras coisas a mais. Eu não gosto de mimá-la, mas agora somos somente eu e ela no mundo; se não posso ser uma irmã coruja, não sirvo para ser irmã.

E segundo, por uma loucura do destino, após anos lutando pelo equilíbrio entre a música e a atuação, porém a música sempre tendo mais destaque e reconhecimento, logo após meu aniversário de vinte anos, pela primeira vez na minha carreira de atriz, fui convidada a fazer uma participação em um k-drama chinês. E obviamente ele fazia parte do casting, sendo um personagem secundário que teria um relacionamento a distância com uma estrangeira, no caso eu. Era um desafio e tanto para mim, e sendo uma artista italiana, atrairia ainda mais a atenção do meu país para a cultura dos doramas. Uma jogada de marketing da Netflix com os produtores chineses, aproveitando a febre do kpop.

— Senhorita Magnus, senhor Wang… — a staff apareceu de repente da porta, despertando nossa atenção para ela — Estamos prontos para gravar.

Eu assenti com a face, me afastando rapidamente dele, um pouco sem graça pela funcionária ter entrado e presenciado a cena. Seguindo em frente, tínhamos uma tarefa para finalizar e um MV impecável para entregar aos fãs. E foi de fato um surto para todo o anúncio de nossa colaboração, em uma regravação da música Good Girls Go Bad do grupo Cobra Starship com a atriz de Gossip Girl, Leighton Meester.

Um fato?

Eu odiava regravar músicas, contudo, após uma promessa de Charlie, usaríamos essa canção apenas para nos inspirar. Nossa letra seria original, nosso cenário original, assim como a essência da canção. Confesso que não me agradou a ideia inicial de gravarmos em uma lanchonete, afinal, já tinha algo assim no mercado, e se era para ser original… O local selecionado foi uma cafeteria de nome Coffee Boy, que curiosamente se tornou também no nome da nossa canção. E precisei mesmo de muitas xícaras de cappuccino para aguentar uma semana em estúdio fechado com Wang, trabalhando na melodia e letra.

A história do MV giraria em torno do barista, sendo ele, e da nova gerente, sendo eu, que vive em guerra, nada de novo para nós. Tudo ambientado na cafeteria, sendo o nosso único cenário, um clima de rivalidade e conquista, regado à complexas coreografias, que me forçaram a ter aulas e treinos constantes por duas semanas, tanto solo como também em dupla com ele. Uma característica do kpop, que realmente estou projetando aderir ao meu novo estilo de música: a dança.

— Está pronta para se apaixonar por mim?! — perguntou ele, num tom presunçoso fazendo referência a cena clímax do MV, assim que nos posicionamos para iniciar as gravações, do terceiro e último dia.

Eu não queria nem mesmo ter reagido às suas palavras, mas seu olhar intenso fez meu corpo arrepiar de uma forma assustadora e inesperada.

Ela estava tão tímida até eu fazê-la pirar Eu faço as boas garotas ficarem más. - Good Girls Go Bad / Cobra Starship feat. Leighton Meester

Tempo: A vida passa muito rápido. Se você não parar e olhar em volta de vez em quando, você pode perdê-la.” [Curtindo a Vida Adoidado] - Pâms


FIM?!



Nota da autora:
Bom dia gente. E lá vamos nós entrando em mais um desafio do FFOBS, com essa fic com gostinho de quero mais.
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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*as outras fics vocês encontram na minha página da autora!!

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