Jasmine
Foi assim que Rumple deu início a primeira e maior agência de investigação do mundo, segundo alguns da Continuum, a Solarium. Fazendo acordos e recrutando primogênitos para desenvolver habilidades específicas.
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Cairo, verão de 1935
Minha vida virou de ponta a cabeça quando o vi pela primeira vez pelas ruas do Cairo. Parecia estar fugindo de alguém, quando esbarrou em mim, derrubando—me ao chão. Nem mesmo um pedido de desculpas soou ao se afastar. Aquilo me irritou de uma forma sem igual.
— Senhorita . — disse minha criada ao me ajudar a levantar.
— Agradeço Suli. — passei a mão pela minha roupa, retirando a terra que se grudou — Por acaso sabe quem foi aquele louco que passou correndo?
— Não, senhorita, mas parecia um ladrão, havia homens da lei correndo atrás dele. — contou ela.
— Esta cidade está cada dia mais perigosa. — disse respirando fundo — Vamos para casa.
Eu já me encontrava ansiosa e nervosa pela declaração do meu pai sobre um casamento arranjado para mim. Agora com esta confusão na rua do mercado, que me senti ainda mais desnorteada. Assim que chegamos em casa, segui para meu quarto e pedi para que ela preparasse um banho frio para mim. O dia estava quente e precisava me refrescar depois do susto. Pedi para que Suli se retirasse e entrei na banheira, fechando meus olhos e relaxando um pouco. Havia tantos assuntos em minha mente, porém dois se mantinham em evidência. Meu noivo desconhecido e o ladrão da rua do comércio.
— Ahhh… Como é bom relaxar. — disse ao me retirar da banheira, enrolando a toalha em meu corpo — Depois de um dia cheio de acontecimentos, era tudo que eu mais precisava.
Voltei meu olhar para o espelho e abri um largo sorriso. Então, segui pelos corredores até a sala onde meu pai se encontrava lendo um jornal.
— Boa tarde, papai. — disse ao me sentar na poltrona, mantendo o olhar atento nele.
Ele manteve o olhar no jornal, esperando por mais movimentos meus.
— Está mais tranquila agora querida? — perguntou ele, num tom debochado.
— Sim, não se preocupe papai, e entendo que preciso me casar com um desconhecido para honrar a nossa família. — garanti a ele.
Estava me corroendo de raiva por dentro.
— Que bom que entende minha princesa. — ele sorriu de leve e me olhou — No futuro, vai entender que estou fazendo isso para o seu bem, és minha filha predileta, sabes disso.
Ele piscou de leve e se levantou.
— Suas irmãs que não me ouçam dizendo isso. — ele soltou um riso bobo — Ah, antes que me esqueça, mantenha seu gato longe do quarto de sua madrasta, sabe que ela não gosta dele.
— Não se preocupe papai, Tiger vai ficar somente nas partes da casa destinadas a ele. — assegurei.
Como se eu conseguisse controla-lo. Ele veio até mim e me deu um beijo suave no topo de minha cabeça e se afastou de mim, seguindo para a entrada do jardim da lateral leste. Soltei um suspiro cansado e voltei meu olhar para o jornal que ele lia, vagamente senti certa monotonia momentânea. Em muitos momentos ficar presa naquela casa era cansativo e tedioso. Eu ambicionava mais em minha vida, muito mais, queria viver aventuras em meios aos desertos do Egito, e também pelo mundo. Encontrar um grande amor e viver o melhor de todos os romances, daqueles que nem Shakespeare, sonharia escrever. E claro, com um final feliz.
— Ah, Tiger… Eu só queria uma aventura em minha vida. — sussurrei ao voltar para meu quarto e vê-lo deitado em minha cama — Gato folgado.
As horas se passaram. Me recolhi logo após o jantar. Era difícil encarar minha madrasta e as quatro meio—irmãs que eu tinha. Mais ainda agora que o meu noivado tinha sido anunciado a todos da família. A filha de Mustafá Al-Madini se casaria com um estrangeiro, e nem seria por amor. Ao entrar em meu quarto, achei estranho meu gato não estar deitado no sofá, onde o deixei. As portas para a varanda estavam abertas e o vento fresco da noite entrava pelo lugar, balançando as cortinas. Dei alguns passos para observar a lua, até que ouvi algo cair e se quebrar.
— Tiger? — disse em voz alta dando um passo para trás.
— Então este é o nome do bichano. — ouvi uma voz desconhecida, seguida de um riso.
— Eu ouvi você, saiu já daqui, vou gritar para meu pai ouvir e será um homem morto! — o ameacei, me fazendo de corajosa.
— Se eu for morto, como terá seu cordão de volta? — disse a voz.
— Meu cordão? — passei a mão em meu pescoço e só agora tinha reparado sua ausência.
Meu corpo gelou ao pensar que o tinha perdido. Era minha única lembrança vívida de minha mãe.
— Exijo que me devolva agora mesmo, e saia das sombras. — retruquei, esticando a mão direita.
— Você vai gritar?
— Não. — garanti.
— Não acredito em você. — retrucou ele.
— Eu dou a minha palavra, faço qualquer coisa para ter meu cordão de volta. — disse.
— Qualquer coisa? — logo ele saiu de trás das cortinas e pude ver a luz da lua iluminar seu rosto.
Eu o reconheci. Era o ladrão que esbarrou em mim pela manhã.
— Quase, qualquer coisa. — corrigi minha fala.
— Agora não pode mais voltar atrás. — brincou ele, colocando a mão no bolso da calça rasgada em seu corpo.
— Então?! — insisti para que me desse o cordão.
— Não está aqui comigo. — respondeu ele, suavizando o olhar.
— Como assim não está?! Não me diga que perdeu…
— Eu não o perdi, só não seria louco de trazê-lo comigo. — ele me interrompeu.
— O faz aqui? Não veio somente para barganhar meu cordão. Veio? — perguntei intrigada.
— Não. — ele sorriu de canto — Vim porque fiquei curioso para saber quem era a moça que trombou em mim e quase impediu a minha fuga.
— Ladrão mal educado, nem mesmo se desculpou por me derrubar ao chão. — eu ainda me sentia indignada com aquilo.
— Ladrão? Acha que sou um ladrão? — ele riu.
— Claro, estava fugindo da polícia e não me devolveu meu cordão, o que mais poderia ser? — coloquei a mão na cintura, olhando de forma superior.
Ele manteve o sorriso no rosto e olhando com curiosidade.
— O que foi? — me retraí um pouco.
— Nada, você só me deixa mais curioso ainda. — ele deu alguns passos entrando mais no quarto.
— Ei, mantenha-se onde está, só não lhe denuncio porque preciso daquele cordão. — aleguei o repreendendo.
— O que tem de tão especial naquele objeto? — perguntou ele.
— Valor afetivo. — respondi prontamente, suavizando minha voz — Era da minha mãe, minha única memória significativa dela.
— Hum… Que bom que eu encontrei então. — ele encostou na parede e cruzou os braços.
— O que mais você quer, além de ficar me olhando como se eu fosse uma pintura? — perguntei curiosa por seu olhar tão fixo em mim.
— Se você fosse a pintura, seria mil vezes mais bela que a Mona Lisa. — respondeu ele.
— Devo considerar isso um elogio? — não me contive em fazer uma careta para ele.
Ele soltou uma gargalhada boba.
— Com certeza foi um elogio. — deu olhar ficou mais intenso.
O que me deixou constrangida. Ele se sentou no chão e voltou o olhar para o céu estrelado. Parecia pensativo ao contemplar a beleza da lua.
— Você tem sorte de ter uma vista dessas. — comentou ele.
— Ainda você se esconde não consegue ver a lua assim? — perguntei me aproximando mais e me sentando ao chão, de frente para ele.
— Sim, eu consigo. — ele manteve o olhar onde estava — Mas não com a mesma sensação de liberdade que estou sentindo agora.
— Para um ladrão, liberdade é algo difícil de se conseguir. — ri baixo.
— Acha mesmo que sou um ladrão? — ele voltou o olhar para mim.
— E por que mais estaria fugindo dos guardas da cidade? — retruquei.
Ele arqueou a sobrancelha direita, e eu ri dele. Logo ouvi uma movimentação, com meu gato saindo debaixo da minha cama e vindo até mim.
— Agora você aparece, Tiger. — disse ao pegá-lo e colocar em meu colo — Você sempre morou na rua?
Estranhamente eu estava curiosa para conhecer o ladrão que detinha meu cordão. O mais louco, é que não sentia nenhum receio de estar ali com ele, sozinhos em meu quarto. Se meu pai visse a cena, certamente ele iria para forca e eu nunca mais sairia das masmorras.
— Você sempre morou aqui? — retrucou ele.
— Vai mesmo devolver minhas perguntas? — aquilo me deixou irritada.
— Você fica ainda mais bonita com esse olhar furioso. — brincou.
— Quando vai me devolver o meu cordão? — indaguei.
— Quando for a hora. — respondeu ele.
— Estou começando a achar que não está com você. — insinuei — Que perdeu e agora está tentando ganhar tempo e me roubar.
— Eu não vou te roubar. — ele riu se levantando — Preciso ir agora, mas eu vou te devolver.
— Só acredito vendo. — assegurei.
Ele riu mais e subiu no guarda-corpo, então pulou na árvore próximo a minha varanda. Como um gato de rua, foi seguindo pelos telhados das casas próximas até que sumiu do meu campo de visão. Por um breve momento senti meu coração pulsar mais forte com aquele momento louco. Seria um estado de adrenalina interna só de pensar que a qualquer momento meu pai poderia entrar no quarto e matar nós dois.
Mas essas possibilidades não impediram ele de voltar nas próximas noites ao meu quarto. Era incrível como nossas conversas variavam, a troca de assuntos era constante e todos terminavam na minha cobrança sobre meu cordão.
— Você é muito bonita, mas se irrita fácil, princesa. — comentou ele, se sentando no beiral da sacada.
— Você é louco!? — eu o puxei para dentro — Alguém pode te ver aí.
— E? — ele girou nosso corpo e me encostou na parede, ficando bem próximo a mim, mantendo sua mão direita apoiada na altura do meu rosto.
— E… — me senti desnorteada com sua aproximação — Que estaremos encrencados se for visto.
Escorreguei meu corpo e passando por debaixo de seu braço, me afastei dele.
— A propósito, meu nome não é princesa, é . — o corrigi.
— Tudo bem, . — ele riu.
— E você não me disse seu nome até hoje. — coloquei a mão na cintura — Mesmo que seja um ladrão e viva na rua, deve ter um nome.
— Deixarei que me chame de ladrão. — brincou ele.
— Hum… — dei de ombros e olhei para o céu.
— Mas se quiser, pode me chamar de . — completou ele.
Senti meu olhar ficando triste.
— O que foi? — perguntou ele.
— Tenho inveja de você. — confessei.
— Por que? — ele pareceu confuso.
— Você é livre, mesmo fugindo, pode ir para qualquer lugar que quiser. — expliquei — Já eu, o máximo que conheço é a rua do comércio, tenho que ficar nesta casa sempre à espera do meu futuro trágico, sendo casada e vivendo prisioneira de um marido em outra casa.
— Nossa, que destino cruel. — comentou ele.
— Faria qualquer coisa para ser livre, pelo menos por um dia apenas, e viver grandes aventuras. — desejei.
— Conseguiria viver aventuras em apenas um dia? — duvidou ele.
— Claro que sim. — disse com segurança.
— Hum… E que tal viver em uma noite? — sugeriu ele.
— Do que está falando? — o olhei.
— Se quiser, podemos viver essa aventura por uma noite. — ele estendeu a mão para mim.
Eu poderia recusar com a desculpa que não o conhecia e nem sabia seu nome direito. Mas meu coração estava acelerado de vontade de segurar em sua mão. E foi o que fiz. O que estava acontecendo comigo? A filha perfeita do maior comerciante do Cairo, viveria seu momento de liberdade.
Foi divertido e com certeza muito complicado acompanhar naquela escapada. Mesmo com sua ajuda para subir nos telhados e me aventurar pelas ruas silenciosas. Foi então que ele me levou até a torre da antiga biblioteca. Mesmo com o prédio caindo aos pedaços, era ali que ele passava suas noites. O que me impressionou.
— Você é um mentiroso. — disse a ele.
— Eu? — seu olhar confuso para mim, me fez rir.
— Sua vista do céu é mil vezes melhor que a minha. — assegurei.
— Você acha? — ele se aproximou de mim e segurou em minha mão.
— Sim. — confirmei.
Ele manteve um olhar pensativo para mim. Enquanto se aproximava mais. Então, num piscar de olhos, me roubou um beijo. Doce e suave. Meu coração acelerou mais, aquele era meu primeiro beijo que me foi roubado por ele.
— E se pudesse ter essa vista para sempre? — perguntou ele, em sussurro, mantendo seu rosto próximo ao meu.
— Como? — indaguei, tentando não surtar com sua ousadia em me beijar sem pedir permissão.
— Vamos fugir. — sugeriu.
Eu me afastei no susto, olhando—o estática.
— Fugir?
— Você disse que faria qualquer coisa para não ter que viver um futuro, como prisioneira de um marido. — reforçou ele.
— Sim, mas… Não posso desonrar meu pai assim. — meu olhar ficou triste.
— E vai viver um futuro trágico? — ele tocou em meu rosto me fazendo olha—lo.
— Como eu poderia fugir com alguém que conheço a quatro semanas apenas? — indaguei.
— Você vai se casar com alguém que não conhece. — argumento ele.
Errado, ele não estava.
— E como conseguiríamos fugir? — perguntei curiosa.
— Eu conheço um homem na rua do comércio, ele conhece muitas pessoas, acho que pode nos ajudar. — disse ele.
Era uma loucura? Sim, era. Mas eu desejei ardentemente viver essa loucura. Mesmo sabendo que traria sofrimento a minha família. me levou de volta ao meu quarto pouco antes do amanhecer. Pela manhã, deixei meus aposentos para disfrutar de um café da manhã em família. Passei todo o tempo em silêncio, ouvindo minha madrasta dizer o quão feliz estava por meu casamento e assegurando que seria a melhor e mais perfeita cerimônia.
— Agradeço madrasta, por se preocupar tanto com meu casamento e ajudar nos preparativos. — forcei um sorriso singelo.
— Meu coração se alegra ao vê-las se dando bem assim. — meu pai sorriu também.
— Falando no assunto, vamos ao comércio hoje para a segunda prova do seu vestido. — anunciou ela.
— Hoje? Já? — olhei para meu pai.
— Teremos um jantar com a família do seu noivo está noite, precisamos anunciar que o vestido já foi escolhido. — explicou ele.
Respirei fundo. Tinha que continuar agindo com naturalidade, como se estivesse feliz com tudo que acontecia. Antes de seguirmos para a modista, corri até meu quarto para pegar o véu e envolvi em meus cabelos. A rua do comércio estava bem movimentada naquela manhã. Para minha felicidade, Suli nos acompanhou por todo o caminho. A modista se mostrou surpresa ao nos ver entrando em sua loja e mais ainda com o anúncio de que meu casamento havia sido antecipado. Eu ainda não entendia o motivo da família do meu noivo pedir para que antecipassem o nosso casamento, porém isso me faz querer ainda mais fugir com o ladrão abusado.
Assim que terminei a prova e me troquei, pedi a Suli que me esperasse na entrada da loja com minha madrasta. Passei alguns instantes me olhando no espelho que tinha ali, pensando em tudo o que tinha acontecido em minha vida nas últimas semanas. Neste momento, fui surpreendida com a invasão de ali.
— O que faz aqui? — perguntei me assustando.
— Vi você passando na rua com sua madrasta, tenho um lugar para te levar. — respondeu ele, ao pegar em minha mão.
— Espere. — eu recuei — Não posso ir, agora que se aproxima meu casamento, estou sendo ainda mais vigiada.
— Assim que sair da loja, tente se perder dela, vou te esperar na mesma rua em que nos conhecemos. — aconselhou ele.
— Tudo bem. — assenti.
Fiz exatamente conforme ele me instruiu. Bem escondido atrás de alguns caixotes, senti segurar em minha mão e me puxar para longe dos olhos de minha madrasta. Mais uma vez, meu coração acelerou ao estar bem próximo dele, que mantinha uma profundidade no olhar. Ele sorriu de canto e me guiou até uma loja de especiarias, onde tinha marcado o encontro com o homem que poderia nos ajudar.
— , quero que conheça o senhor Rumpelstiltskin. — disse , me apresentando o homem de olhar curioso para mim.
— Sua princesa é realmente bonita como falou. — comentou o homem, dando uma risada estranha — Agora entendo o motivo de querer fugir com ela.
— Eu não sou uma princesa. — disse a ele, me irritando.
— Ele vai nos ajudar, . — o ladrão abusado, continuou segurando em minha mão.
— Como?! — perguntei.
— Ainda estou trabalhando nisso, mas a única coisa que posso dizer é que a esta hora, daqui dois dias, vocês estarão longe daqui. — assegurou o homem — Mas é claro que esta pequena ajuda, vai custar algo.
— O que? — eu não acreditava naquilo.
— O que eu quero, vocês ainda não possuem, mas eu garanto que vou ajuda-los e quando chegar o momento certo, acertaremos a dívida de vocês. — continuou ele.
— Você tem certeza disso? — olhei para o ladrão, achando estranho as palavras do tal Rumpel.
— Vai dar tudo certo, confie em mim. — o olhar dele me tranquilizou.
Nós aceitamos a ajuda.
Com isso, voltei para casa e tive que criar uma boa desculpa para meu pequeno desaparecimento na rua do comércio. As horas se passaram e tive que enfrentar o jantar mais longo da minha vida. Surpreendente foi não ter a presença do meu noivo ali, segundo seu irmão, o mesmo se mostrou indisposto.
— Senhor Tenebrae, me conte mais sobre esta sociedade que sua filha fundou. — pediu meu pai com seu olhar curioso — Continuum, não é?
— Ah, sim, Louise juntamente com alguns amigos fundou esta sociedade, inicialmente pensei que fosse uma brincadeira de jovens revolucionários, mas tem se tornado algo muito sério e rentável para eles. — explicou o senhor August Tenebrae, voltando o olhar para mim — Devo confessar que estou impressionado com a beleza de sua filha.
— Estamos curiosos para conhecer seu filho. — disse minha madrasta, ponderando as palavras na presença de nossa visita.
— Ah, sim! — concordou meu pai — Espero que seu filho esteja à altura da minha princesa.
Eu detestava ser comparada a uma princesa, entretanto, meu pai era o único que podia me tratar assim.
— Vai descobrir que não haverá um marido melhor para ela. — assegurou o homem.
Meu corpo gelou, e precisei respirar fundo para não entrar em surtos. Duas noites se passaram sem nenhuma notícia de . Já estava tudo acertado com Rumpel, que através da modista, me enviou um bilhete às escondidas. Ao entardecer, me tranquei em meu quarto e lá fiquei até que a lua se posicionasse ao centro do céu. Com a roupa do corpo, pulei a sacada do meu quarto e fugi de casa. O homem dos acordos estava à minha espera, ele me levaria até o local combinado com . Foi neste momento que tive a primeira desilusão amorosa. não apareceu na hora combinada, ou melhor, ele não apareceu hora nenhuma. Passei toda a noite acompanhada do senhor Rumpel, o esperando enquanto sentia minha esperança morrer aos poucos.
Quando dei por mim, já amanhecia o dia e pedi ao homem que me levasse de volta para casa. Eu somente desejava me afundar nas almofadas da minha cama e ali desidratar em meio as minhas lágrimas.
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— Você está ainda mais linda, minha querida. — disse meu pai, antes de entrarmos no grande salão para a cerimônia do meu casamento.
— Obrigado papai. — formei um sorriso suave.
— Me lembra sua mãe, quando nos casamos. — ele soltou um suspiro fraco — Ainda sinto falta dela, se estivesse aqui, estaria orgulhosa de como se tornou forte e gentil.
— Eu também sinto falta dela papai. — mantive o sorriso no rosto, ao recebeu um beijo seu em minha testa.
Assim que as portas se abriram, ele me conduziu até o altar. Até o momento, meu noivo se manteve de costas. Não senti nele nervosismo ou algo do tipo, mas parecia que não queria estar ali, tanto quanto eu. Assim que chegamos diante do sacerdote que celebraria o casamento e o filho do Tenebrae se virou para me receber. Meu corpo gelou na hora e minha mente se fundiu.
— Ladrão?! Princesa?! — dissemos nós dois em coral.
Era ali diante de mim. Surreal descobrir que ele era meu noivo.
— Podemos começar? — perguntou o sacerdote.
Meu pai assentiu com a cabeça. Passei toda a cerimônia tentando entender tudo que eu tinha vivido nas últimas semanas. Como poderia ele ser filho… Era mesmo uma loucura minha vida. Após a benção do sacerdote e os registros da lei, a festa de cinco dias deu—se início como mandava a tradição. Ao terceiro dia de festa, seguimos para meu quarto totalmente preparado para consumar o casamento e a festa prosseguisse. Minha mente continuava estática com as novas informações que me foram apresentadas.
— Estou tão confuso quanto você. — disse ele, assim que fechou a porta, ao entrar depois de mim.
— Porque mentiu para mim, achei que fosse mesmo um ladrão. — o olhei indignada.
— Eu nunca disse que era um ladrão, foi você quem tirou suas próprias conclusões. — explicou ele.
— E você me deixou pensando isso. — retruquei — E agora percebo que nem mesmo seu nome é , mas sim, .
— é um apelido que ganhei da minha irmã mais velha, Louise. — explicou ele, e dando uma risada boba — Se eu soubesse que você era a noiva que meu pai arranjou para mim, jamais teria feito o acordo com o senhor Rumpel.
— Então era disso que estava fugindo? De se casar comigo? — coloquei a mão na cintura.
— Eu não sabia que a noiva era você. — ele sorriu de canto — Mas agora que sei, não quero nem imaginar você fugindo de mim.
Eu ri de forma espontânea.
— Seu pai me disse que nas tradições de vocês, o noivo deve dar à noiva um presente em sua primeira vez juntos. — colocou a mão no bolso da calça, procurando algo — Então, quero te dar isso.
Ele retirou e ergueu, revelando meu cordão em sua mão.
— Você trouxe. — peguei o cordão em sua mão, de forma emocionada.
Senti um alívio por ter de novo algo que me lembrava da minha mãe.
— Obrigado por guardar. — disse em gratidão.
— Eu sei que ninguém te perguntou, mas… Eu gostaria de fazer isso, somente se você quiser. — iniciou ele, se aproximando de mim.
— Fazer o que? — perguntei sem entender.
— , agora Tenebrae… — ele segurou em minha mão com a mão direita e tocou em minha cintura com a esquerda, trazendo meu corpo para mais perto do seu — Aceita ser minha esposa, a partir de hoje?!
Involuntariamente meu rosto abriu um largo sorriso, com meu coração já acelerado. Não cabia palavras em mim para lhe dizer, mas a resposta surgiu com um beijo doce e envolvente.
O terceiro de muitos.
Um mundo inteiramente novo
Um novo fantástico ponto de vista
Ninguém para nos dizer não
Ou aonde ir
Ou dizer que estamos apenas sonhando.
- A Whole New World / Aladdin (Peabo Bryson feat. Regina Belle)
“Continuum: Um destino, várias histórias.” - by: Pâms
FIM...
E aqui estamos nós novamente em outro especial me perdendo de novo! Espero que tenham gostado e convido todos a acompanha as novidades pelas minhas redes sociais de autora: facebook, instagram e grupo do whatsapp.
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
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